Saúde Coletiva
ISSN: 1806-3365
[email protected]
Editorial Bolina
Brasil
Rodrigues Vaz, Maria José
Sífilis Congênita: critérios de notificação
Saúde Coletiva, vol. 5, núm. 25, novembro-dezembro, 2008, pp. 199-205
Editorial Bolina
São Paulo, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84225503
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doença transmissível
Vaz MJR. Sífilis Congênita: critérios de notificação
Sífilis Congênita:
critérios de notificação
A sífilis congênita, um grave problema de saúde pública, pode ser totalmente evitada com o diagnóstico e tratamento
de grávidas infectadas, mas, ainda que diversas medidas tenham sido adotadas, o que se observa é o aumento do número de casos notificados. Este artigo faz uma breve descrição e propõe diálogo sobre os critérios de notificação de
sífilis congênita no Brasil.
Descritores: Sífilis, Sífilis congênita, Assistência pré-natal.
Congenital syphilis, a serious public health problem, can be completely avoided with diagnosis and treatment of infected pregnant women. Despite of measures have been adopted, it is observed an increase in the number of reported
cases. This article describes briefly the case and proposes a dialogue about notification criteria of congenital syphilis
in Brazil.
Descriptors: Syphilis, Congenital syphilis, Prenatal care.
La sífilis congénita, un problema serio de salud pública, puede evitarse por completo con el diagnóstico y el tratamiento de las mujeres embarazadas con la infección, a pesar que se han adoptado diversas medidas lo que se observa es el aumento del número de casos notificados. Este trabajo hace una breve descripción y propone dialogo a cerca
de los criterios para notificación de la sífilis congénita en Brasil.
Descriptores: Sífilis, Sífilis congénita, Atención prenatal.
Maria José Rodrigues Vaz: Enfermeira da UNIFESP.
Doutora em Enfermagem. Pesquisadora do Núcleo
de Estudos em Saúde Coletiva e da Família(NESCOF).
Docente da Universidade Nove de Julho.
[email protected]
Recebido: 10/06/2008
Aprovado: 27/11/2008
INTRODUÇÃO
sífilis é uma doença infecciosa grave, de transmissão
essencialmente sexual e perinatal. É também muito antiga,
com mais de 500 anos de existência, mas, o Treponema pallidum
- agente etiológico da sífilis - foi descrito apenas em 1905. A
terapêutica efetiva foi estabelecida depois de quatro décadas, em
1943, quando comprovado o efeito da penicilina para o tratamento
da infecção1. Passados mais de 50 anos da descoberta da cura
da sífilis, a infecção é ainda um desafio para a saúde pública
mundial em função do elevado número de casos, o que remete
ao cuidado pré-natal, pois, também a sífilis congênita – que pode
ser totalmente evitada – apresenta aumento de notificações nos
primeiros anos do século XXI1.
No Brasil o quadro não é diferente. Na década de 1990
observa-se a implementação de estratégias de redução das taxas
de transmissão vertical do HIV e da sífilis - quando a gestante
A
infectada transmite a infecção para o concepto. Todavia, mesmo
que sejam patologias cujo diagnóstico e medidas preventiva e/
ou curativa se estabeleçam durante o pré-natal, os resultados da
transmissão de cada patologia tem se mostrado diferente, com
redução das taxas de transmissão vertical do HIV e aumento dos
casos de sífilis congênita.
A meta do Ministério da Saúde - estabelecida em 1993 em
acordo firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde
- de menos de um caso de sífilis congênita por 1000 nascidos
vivos para o ano 2000 está longe de ser alcançada2. Se em 1998
a taxa de incidência de sífilis congênita/1000 nascidos vivos foi
de 0,9, em 2007 situou-se na taxa de 2,13. Estima-se que cerca de
1,1% da população brasileira - em torno de 937 mil pessoas - é
infectada pela sífilis todos os anos e aproximadamente 1,6% das
mulheres grávidas são portadoras da infecção. Assim, a estimativa
de sífilis congênita é de 12 mil casos por ano4.
Apesar dos índices elevados, é preciso considerar a sub­
notificação da sífilis congênita, que é de notificação compulsória
desde 1986, de acordo com definição de caso estabelecida e
revisada periodicamente. A notificação da sífilis na gestação,
obrigatória desde 2005, justifica-se pelas elevadas taxas de
prevalência e de transmissão vertical4.
NOTIFICAÇÃO DE SÍFILIS CONGÊNITA
Diferente do que já se acreditou - que o T. palllidum não atravessaria
a barreira placentária antes da 20ª semana de gravidez - sabese que a infecção pode atingir o concepto em qualquer estágio
da doença. Em 1951 Grecco já apontava os efeitos da sífilis não
diagnosticada em gestantes, apresentando as complicações para
o concepto de acordo com a fase da infecção materna5.
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A transmissão vertical é maior em estágios iniciais da doença,
varia de 70 a 100% na sífilis primária e secundária, 40% na sífilis
latente recente e 10% na latente tardia. A infecção do concepto
pode acarretar abortamento, óbito fetal e morte neonatal. São
assintomáticos ao nascer em torno de 50% dos recém-nascidos
infectados6 , o que pode retardar o diagnóstico da criança e piorar
seu prognóstico, pois, estando infectadas desenvolverão seqüelas
graves nos primeiros meses de vida, se não tratadas.
O diagnóstico da sífilis congênita depende da análise de
uma série de dados clínicos, sorológicos e radiológicos, todavia,
para notificação de sífilis congênita tem-se entre outros critérios
epidemiológicos de definição de caso7 - adotados em 1993 e
atualizados em 1999 e 2004 – o seguinte:
Será considerado caso de sífilis congênita para fins de
vigilância epidemiológica e assim deverá ser notificado:
Toda criança, ou aborto, ou natimorto de mãe com evidência
clínica para sífilis e/ou com sorologia não treponêmica
reagente para sífilis com qualquer titulação, na ausência de
teste confirmatório treponêmico, realizada no pré-natal ou no
momento do parto ou curetagem, que não tenha sido tratada ou
tenha recebido tratamento inadequado.
Em relação ao tratamento é preciso esclarecer que é
considerado4:
200
Tratamento adequado da sífilis na gestante:
- é todo tratamento completo, adequado ao estágio da doença,
feito com penicilina e finalizado pelo menos 30 dias antes do parto,
tendo sido o parceiro tratado concomitantemente.
Tratamento inadequado para sífilis na gestante:
- é todo tratamento realizado com qualquer medicamento que
não a penicilina;
- tratamento incompleto, mesmo tendo sido feito com
penicilina;
- tratamento inadequado para a fase clínica da doença;
- a instituição do tratamento com menos de 30 dias antes do
parto; ou
- ausência de documentação de tratamento anterior; ou
- ausência de queda dos títulos (sorologia não treponêmica)
após tratamento adequado;
- parceiro não tratado ou tratado inadequadamente ou quando
não se tem a informação disponível sobre o seu tratamento.
Como se vê, o diagnóstico e tratamento adequado, incluindose o parceiro, tornariam possível eliminar a sífilis congênita como
problema de saúde pública. No pré-natal é recomendada a triagem
sorológica na primeira consulta e no início do terceiro trimestre,
bem como na maternidade - no momento da internação para o parto
ou curetagem. Detectada a sífilis na gestação, o tratamento deve
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ter início imediato e o parceiro sexual ser tratado concomitante,
mesmo que este último não tenha o diagnóstico sorológico8.
Apesar do aumento da cobertura de pré-natal no nosso
país, com freqüência verifica-se a não realização da rotina
preconizada, o que permite questionar a qualidade da
assistência prestada à gestante. De acordo com dados do
“Estudo Sentinela Parturiente” somente 75,1% das grávidas
realizaram o primeiro teste de sífilis no pré-natal e apenas 14%
delas realizaram os dois testes e um teste na hora do parto. Vale
ressaltar que 0,4% das mulheres com resultado negativo no
primeiro teste passaram a ser positivas no segundo - adquiriram
a sífilis na gravidez - colocando em risco o concepto9.
Em outubro de 2007 foi lançado o “Plano Nacional de
Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis” que tem
como meta, juntamente com estados e municípios, a redução
das taxas de transmissão vertical dessas infecções até 20119.
Para tanto, além de ampliar a cobertura dos testes sorológicos
de HIV e sífilis durante o pré-natal, é necessário que os
resultados estejam disponibilizados em tempo hábil, para
que os profissionais possam implementar medidas preventivas
da transmissão vertical. Nesse sentido, na rede pública do
município de São Paulo, desde 2007, os laboratórios devem
enviar os resultados para as unidades em até sete dias10.
Em relação à sífilis o treinamento de recursos humanos é
fundamental para assistência pré-natal de qualidade, pois o
tratamento é fácil, simples e de baixo custo, mas a compreensão
e diagnóstico da infecção nem sempre é tão clara. O curso
natural da sífilis pode levar décadas, sendo a conduta, em
geral, baseada no diagnóstico sorológico - que pode ter
diversos diagnósticos diferenciais - e não no clínico, pois o
indivíduo infectado apresenta poucas ou nenhuma queixa5. A
doença apresenta evolução com períodos de atividade, cujas
características clínicas, imunológicas e histopatológicas são
distintas - sífilis primária, secundária e terciária, e períodos
de latência - sífilis latente. É ainda dividida em sífilis recente,
quando o diagnóstico é feito em até um ano depois da infecção,
e sífilis tardia, quando o diagnóstico é realizado após um ano6.
Este quadro não é diferente na gestação, o que pode dificultar
a identificação de grávidas infectadas.
A pesquisa laboratorial da infecção é geralmente feita a partir
de testes não específicos - VDRL (Venereal Disease Research
Laboratory) ou o RPR (Rapid Plasma Reagin) e específicos o FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption), o
TPHA (Treponema Pallidum Hemagglutinatio Test) e o teste
imunoenzimático (ELISA). A prova do VDRL positiva-se entre
cinco e seis semanas após a infecção e entre duas e três semanas
após o surgimento do cancro, assim, pode estar negativa na
sífilis primária. Já na sífilis secundária apresenta sensibilidade
alta (100%), que se reduz a 70% nas formas tardias8. O VDRL
apresenta resultado qualitativo e quantitativo, muito útil para o
acompanhamento da infecção e tratamento.
Os títulos do VDRL são positivos até 1/16 ou superiores.
Títulos inferiores são considerados falso-positivos quando os
testes treponêmicos forem negativos. Os testes específicos são
qualitativos, nos quais se emprega o antígeno do T. pallidum
e se tornam positivos a partir da segunda semana após o
aparecimento do cancro sifilítico, assim se mantendo em
todas as fases evolutivas da sífilis, não sendo indicados para o
acompanhamento pós-tratamento da doença11.
O screenning com teste VDRL na gestação, muitas vezes
é o único método sorológico disponível, mas, considerando
que os testes não treponêmicos podem ser positivos em outras
condições e permanecer com títulos muito baixos durante
longos períodos mesmo após o tratamento, torna-se fundamental
o levantamento da história pregressa da gestante, em relação ao
conhecimento de ter tido infecção e/ou realizado tratamento.
Como se observa no item dos critérios de notificação a presença
de um VDRL com qualquer titulação, durante a gravidez, sem
teste confirmatório e sem tratamento ou tratamento inadequado
é critério de notificação de sífilis congênita.
Quanto ao tratamento - na gestação somente é considerado
tratamento adequado se feito com penicilina benzatina, deve
ser ministrado antes de 30 dias da ocorrência do parto e tratar
o parceiro sexual. Nos casos de reação alérgica ou anafilaxia
comprovada pode-se tratar com estearato de eritromicina não
sendo tratamento considerado adequado, pois não trata o feto.
Após o tratamento a gestante deve realizar controle mensal
com teste de VDRL 4 e novo tratamento instituído no caso de
reinfecção ou aumento dos títulos no VDRL.
Justificada pela possibilidade de eventos adversos, entre os quais
a reação anafilática, a administração da penicilina nem sempre é
feita imediatamente. Assim é recomendação que a unidade de
saúde contenha o material mínimo e pessoal treinado para o teste de
hipersensibilidade à penicilina e assistência imediata à anafilaxia.
Há que se observar que as reações anafiláticas fatais são raras,
1-2 casos/100.000 tratamentos, sendo que o relato de reações pela
população se refere, na verdade, aos distúrbios neurovegetativos
(ansiedade, medo, sudorese) associados à dor ou possível dor com
a administração da medicação12.
Outro item perfeitamente controlável pelos profissionais é a
documentação do tratamento da gestante e do parceiro, pois
mesmo que tenha sido realizado adequadamente se não for
devidamente registrado será um critério de notificação de sífilis
congênita. Em 2005, entre as mães que fizeram pré-natal, 56,2%
tiveram a sífilis diagnosticada durante a gravidez, entretanto
65,1% das mesmas não tiveram seus parceiros tratados3. Também
neste aspecto, há de se refletir sobre as dificuldades de se fazer o
tratamento no parceiro sexual, que muitas vezes não comparece
à unidade ou não faz o tratamento quando prescrito, cabendo
aos profissionais esgotar as possibilidades para tratamento, por
exemplo, com visita domiciliar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos critérios apresentados para notificação de sífilis
congênita, considera-se que algumas crianças não infectadas
podem ser incluídas na notificação de caso, por outro lado tais
critérios permitem reconhecer todas as crianças que ao nascer
apresentem algum risco de ter adquirido a sífilis, o que claramente
facilita o diagnóstico e tratamento, evitando-se complicações
decorrentes da infecção na criança.
Dada a importância da prevenção da sífilis congênita, foram
desenvolvidas estratégias de diagnóstico e tratamento para gestantes,
bem como critérios para a notificação. Os profissionais que atuam
no pré-natal devem ter conhecimento de tais recomendações, para
atingir resultados de qualidade de assistência – considerando o
diagnóstico, tratamento e documentação - que permitam erradicar
a sífilis congênita em todos os municípios brasileiros.
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prescrição e a utilização de penicilinas
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Paulo: Secretaria Municipal da Saúde;
2004.
Diálogos sobre o artigo:
Diagnóstico e Tratamento no Pré-Natal
Rosely Erlach Goldman - Enfermeira Obstetra. Mestre e Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo.
Professora Adjunta da Disciplina Enfermagem Obstétrica da Universidade Federal de São Paulo.
A erradicação da sífilis congênita ou, no mínimo, a redução
significativa da transmissão vertical parecia ser inevitável
quando, em 14 de outubro de 1944, Lentz e colaboradores
publicaram o uso de penicilina no tratamento da sífilis na
gestante e no recém-nascido com sífilis. O mais interessante é
que, apesar da modificação no conceito de dose terapêutica,
o tratamento eficaz com a penicilina permanece inalterado,
sem casos de resistência ao Treponema pallidum a essa
droga1.
É verdade que houve uma diminuição na prevalência da
infecção pelo Treponema pallidum ao longo das décadas,
principalmente, na década de 1980. Porém, verifica-se um
recrudescimento da sífilis entre a população em geral e, de
forma particular, dos casos de sífilis congênita neste início
de milênio, não somente no Brasil, mas em escala mundial.
Tal fato não deveria ocorrer, pois, conforme a autora
expõe no artigo, existe teste diagnóstico bem confiável, de
fácil realização, com custo baixo e aceitável para a política
de saúde do governo. Porém, a sífilis congênita continua
sendo um sério agravo à saúde pública, fator importante
de morbidade e mortalidade perinatal. Para essa situação,
diversos fatores de risco ainda contribuem para o aumento da
prevalência de sífilis congênita, como: nível socioeconômico
desfavorável, baixa escolaridade, promiscuidade sexual, uso
de drogas ilícitas, falta de assistência à saúde e, sobretudo,
falta de cuidado pré-natal 2.
É necessário que a equipe responsável pelo atendimento
à gestante esteja preparada para o diagnóstico e adequado
tratamento. Conforme cita a autora, a transmissão vertical
do Treponema pallidum pode ocorrer em qualquer período
da gestação, por via transplacentária; mostra-se, entretanto,
202
mais comum após o quarto mês de gestação, com a atrofia
fisiológica das células de Langerhans no trofoblasto 1. A
contaminação perinatal secundária no contato fetal com
lesões infectantes maternas ou na ingestão de líquido
amniótico, não deve ser esquecida, embora menos freqüente,
justificando manifestação tardia da sífilis congênita meses
após o parto de crianças que se mostraram soro negativas2.
Na prevenção da sífilis congênita, o diagnóstico precoce
da infecção materna através da sorologia é fundamental.
Entretanto, verifica-se muitas vezes dificuldades na análise
dos resultados obtidos. O diagnóstico laboratorial da sífilis e
a escolha dos exames laboratoriais mais adequados deverão
considerar a fase evolutiva da doença. As provas sorológicas
com os testes não-treponêmicos são úteis para triagem
em grupos e monitorização do tratamento, enquanto os
treponêmicos são utilizados para confirmar o diagnóstico.
Todavia, existe a possibilidade de resultados falso-positivos
e falso-negativos. A dificuldade de análise aumenta quando
se observa que, no neonato, qualquer teste treponêmico
pode ser reagente devido à possibilidade de transferência
passiva de anticorpos da classe IgG da mãe para o feto por
via transplacentária. Nesse caso, a dosagem da fração IgM
específica é fundamental para o diagnóstico de infecção
ativa, caso seja positiva. Porém, não se pode esquecer que
o resultado poderá ser negativo até o 3o mês de vida do
concepto, principalmente na situação de infecção materna
durante o final da gravidez.
Apesar de todas as técnicas utilizadas no diagnóstico
da sífilis congênita envolver basicamente a pesquisa
de anticorpos, no início dos anos 1990 foi proposto o
uso de testes que detectem especificamente o antígeno
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Vaz MJR. Sífilis Congênita: critérios de notificação
treponêmico, como, a reação de polimerase em cadeia (PCR polymerase chain reaction) 3. Os testes rápidos treponêmicos
auxiliam o diagnóstico devido à leitura imediata, sendo a
especificidade do teste de 93,7%, no entanto, não deve ser
usado como critério exclusivo no diagnóstico da infecção
pelo T. pallidum 4.
Estudos mostram que o desconforto gerado pela aplicação
intramuscular da penicilina benzatina pode influenciar
a adesão ao tratamento, portanto, outras drogas foram
testadas como alternativa e concluiu-se que a azitromicina
é equivalente à penicilina, ambas eficazes e seguras para o
tratamento da sífilis recente ou latente precoce 4,5.
Considerando toda essa situação, é evidente a necessidade
de um planejamento estratégico com treinamento efetivo e
capacitação contínua na detecção e no tratamento precoce
e adequado da gestante e do parceiro, ou parceiros. É
necessária, uma atenção especial voltada à prevenção de
novos casos, tendo como estratégia principal a informação
para a população geral e, especialmente, para as populações
mais vulneráveis.
Referências
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Sífilis como Endemia
Anderson Sena Barnabé - Biólogo. Especialista em Saúde Pública. Mestre e Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde
Pública da USP. Professor de Epidemiologia e Saúde Coletiva da Universidade Nove de Julho-SP. Membro do NESCOF.
Os argumentos muito bem citados pela Prof. Dr.ª Maria
José R. Vaz nos fazem refletir sobre um real, porém muitas
vezes negligenciado problema de saúde pública. Antes
de tudo, devemos expor que a sífilis e as outras Infecções
Sexualmente Transmissíveis (ISTs), voltaram a ter relevância
social na década de 1980 com a emergência do HIV 1.
Wasselteit 2 em pesquisas retrospectivas constatou que as
ISTs e HIV comungam além das formas de transmissão o
agravamento e a morbimortalidade. Mas mesmo antes desta
transição epidemio-patológica, as ISTs representavam grave
endemia despercebida há séculos.
Dentre os levantamentos efetuados, verificamos
concordância com um fator corroborando sempre a
mesma implicação sanitária, a “subnotificação de casos”.
Acreditamos que essas divergências epidemiológicas possam
estar associadas às distintas manifestações clinicas da sífilis,
a falta de um diagnóstico diferencial e a falta de uma atenção
biomédica em relação a sua prevenção secundária, em que se
observa uma atenção clínico, laboratorial e epidemiológica
ainda frágil em relação ao exame pré-natal e ao recém nascido3.
Donalisio, 20073 aborda que 77% das crianças nascidas com
sífilis eram assintomáticas o que dificulta uma atenção mais
relevante ao diagnóstico precoce o que corrobora a idéia
defendida por Vaz de que crianças mesmo não infectadas
podem ser incluídas nos critérios de notificação.
Para o agravamento da endemicidade da sífilis, se
referencia também uma cultura machista onde a saúde da
mulher fica em segundo plano, a coexistência da infecção
no parceiro é implicada como assunto de difícil abordagem,
tanto dentro das residências, como junto aos serviços
médicos ambulatoriais.
Sífilis e sífilis congênita têm como melhor ferramenta
de diminuição da prevalência e incidência, medidas de
tratamento dos portadores e prevenção primária educacional.
A falta de tratamento dos parceiros é um fator que põe em
risco a saúde do concepto e a saúde feminina. Se há falta de
uma concordância em relação ao número de casos de sífilis e
sífilis congênita, a falta de dados sobre a fuga do tratamento
dos parceiros e a perda desse segmento é mais complexo
ainda. Não há estudos concretos e de ampla distribuição
em relação ao não tratamento do parceiro, porém estudos
isolados feitos na região de Sumaré, Estado de São Paulo,
mostra que 95% dos parceiros de gestantes sifilíticas não
procuraram atendimento médico para tratamento conjunto 3.
Esse número mostra mais que falta de educação em saúde,
reflete concepções sociais retrógradas que dificultam o
controle e oneram o Sistema Único de Saúde devido às
vastas complicações tardias, entre elas, as conjugadas com
problemas mentais e sífilis terciária.
Além da problemática aqui discutida em relação
às dificuldades de diagnóstico, acesso aos serviços e a
subnotificação, deve-se lembrar também que essa doença
não deve ficar só nos planos microbiano, patológico e
epidemiológico. A sífilis e a sífilis congênita estigmatizamse como endemia social. A pobreza, a falta de acesso
à escolarização e a promiscuidade sexual são fatores
importantes que devem compartilhar todos os argumentos a
respeito do assunto citado.
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doença transmissível
Vaz MJR. Sífilis Congênita: critérios de notificação
Referências
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Resultados de um Serviço de Pré-natal
Francisca das Graças Salazar Pinelli - Doutora em Enfermagem Materno-infantil. Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo.
Gislaine Santos- Enfermeira. Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Quando se fala de Sífilis congênita, imediatamente se
pensa à gestante com diagnóstico de sífilis. Isto remete à
questão da qualidade da assistência pré-natal, por se tratar
de oportunidade ímpar para o diagnóstico e tratamento da
gestante e pai do futuro bebê. Neste sentido, pesquisa recente1,
realizada com o objetivo de identificar a ocorrência de adesão
ao tratamento adequado da sífilis no período gestacional,
revelou algumas situações que merecem reflexões, no que diz
respeito, a captação das gestantes ao pré-natal, continuidade
da assistência, e adesão ao tratamento.
Foram estudados retrospectivamente 183 prontuários de
puérperas que realizaram o parto no Hospital Central da
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no
período de 2000 a 2003. Os dados foram disponibilizados
pelo Núcleo de Epidemiologia da referida instituição. O
estudo mostrou que 67,8% das gestantes tinham de 17
a 31 anos de idade, o que corresponde a uma faixa etária
de mulheres sexualmente ativas, portanto com grande
possibilidade de adquirir sífilis. Eram multigestas 40,4%,
com uma predominância de multíparas 30,0%. Foram
identificadas 28,4% mulheres com abortamentos prévios,
numa distribuição de um a três abortos e 4,9% tinham entre
um e dois natimortos.
Segundo dados do Centro de Controle do doenças (CDCEUA), em 40% dos casos de sífilis congênita, ocorre morte
fetal (abortamento espontâneo, natimorto) ou morte neonatal
precoce. Em dados do Estado de São Paulo, este percentual
sobe para 50%2.
Dados referentes à realização de pré-natal destas mulheres,
mostrou que, 26,0% (48) não fizeram pré-natal e para 2,94%
não havia informação. Quanto ao número de consultas,
houve uma ocorrência de 27,9%, que não realizaram
nenhuma consulta pré-natal. Dentre as mulheres, 32.2%
realizaram menos de seis consultas, o que contribui para
adesão inadequada ao tratamento, justificado pelo fato de que
58,4% realizaram algum esquema de tratamento, 20,8% não
haviam realizado nenhum tipo de tratamento e em 20,0% esta
informação era ignorada.
Outro fato importante refere-se à informação da idade
gestacional na primeira consulta, declarada como não
conhecida em 60,0%. Somente 15,0% iniciaram o pré-natal no
primeiro trimestre da gestação. Esta situação contribui para o
diagnóstico tardio da infecção materno fetal pelo treponema3.
Tiveram diagnóstico confirmado no pré-natal, 28 (15,3%), as
demais foram diagnosticadas durante o atendimento ao parto.
Ao se analisar estes resultados, é necessário considerar que
a região de procedência das mulheres tem uma peculiaridade
própria, por se tratar de uma área com alto índice de
profissionais do sexo que possivelmente contribuiu para estes
resultados, mesmo que o estudo não buscou esta informação.
Estudos têm questionado a qualidade da assistência pré-natal
oferecida às gestantes na rede pública de saúde, devido a
subnotificação de informações nos prontuários, situação
que inviabiliza reconhecer os critérios epidemiológicos para
a definição de caso, o que leva à notificação de casos de
crianças que podem não estar infectadas2.
Entende-se que é necessário repensar as formas de captação
precoce de gestantes sem perder de vista o perfil sócioeconômico, grau de escolaridade e aspectos psicológicos e
familiares da clientela.
Desta forma, percebe-se a necessidade de capacitação dos
profissionais envolvidos na prevenção da sífilis congênita,
visando a adoção de critérios desenvolvidos pelo Ministério
da Saúde, no que se refere ao período de captação da gestante
para o seguimento pré-natal, realização do diagnóstico da
sífilis e tratamento em tempo hábil, bem como o registro das
informações referentes ao diagnóstico, tratamento e sorologia,
para que haja maior fidedignidade dos casos notificados.
Referências
1.Santos G, Pinelli FGS. Sífilis gestacional: estudo retrospectivo relacionado
à adesão ao tratamento. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em
Enfermagem. Bolsa PIBIC/Cnpq. 2008.
2.Lorenzi ORS, Madi JM. Sífilis congênita como indicador da assistência pré-
204
natal. Rev. Bras. Ginec. Obst, 2001; 23(10). 647-52.
3.Lorenzi DRS, Araújo BT, Grazziotim Basso E. Prevalência de sífilis congênita no Hospital Geral de Caxias do Sul-RS no período de 1998-2002. DST
– Jornal Bras. Doenças Sex. Transm, 2005; 17(1): 5-9.
Saúde Coletiva 2008;05 (25):199-205
doença transmissível
Vaz MJR. Sífilis Congênita: critérios de notificação
O autor responde: Sífilis Congênita:
é preciso conscientização.
Maria José Rodrigues Vaz - Enfermeira da UNIFESP. Doutora em Enfermagem. Pesquisadora do NESCOF. Docente da
Universidade Nove de Julho.
O combate à sífilis congênita é uma das prioridades da
assistência pré-natal, tendo o Ministério da Saúde elaborado
diversas estratégias de combate à doença. O que se pretende
é a melhora da qualidade da assistência pré-natal, já que
a sífilis congênita é um dos indicadores dessa qualidade,
portanto, profissionais que atuam diretamente com as
gestantes precisam de preparo técnico e responsabilidade
profissional, de forma consciente do seu papel para
minimizar um risco totalmente evitável, por meio do
diagnóstico precoce, tratamento e educação em saúde de
gestantes e seus parceiros.
Por ser uma doença de transmissão predominantemente
sexual com evolução apresentando períodos sintomáticos e
assintomáticos e de fácil tratamento, pode não receber a
devida atenção dos profissionais, devemos lembrar que a
evolução da doença pode trazer conseqüências graves para
o indivíduo. A sífilis na gestação, sem dúvida, acarreta um
risco de grandes dimensões para a saúde e viabilidade do
feto e recém-nascido. Os custos da falta de diagnóstico e
tratamento de gestantes infectadas são de grande monta,
sejam eles emocionais, sociais ou econômicos.
Outro aspecto que não se pode deixar de citar é a pequena
ou mesmo ausente participação ativa da gestante no autocuidado. Claro que a falta de informação pode contribuir,
mas o conhecimento da sífilis e suas conseqüências nem
sempre motivam a grávida a exigir a realização do teste,
questionar o resultado e realizar o tratamento quando
necessário. Também falta conscientização dos parceiros,
o que pode ser um problema e não se esquecendo que
eles têm responsabilidade com a saúde da criança que vai
nascer. Portanto os profissionais devem esgotar todas as
possibilidades de diagnosticá-lo e tratá-lo.
Os critérios de notificação de sífilis congênita são amplos,
mas certamente permitem identificar situações de risco para
estabelecer as devidas providências. Superar o obstáculo
da carência de pessoal capacitado para o combate à sífilis
no nosso país é ainda um desafio e pretende-se com este
artigo alertar os profissionais sobre o tema, que necessita um
olhar multi e interdisciplinar tendo em vista a complexidade
diagnóstica e assistencial.
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za­ção desta.
13 Os tra­b a­lhos deve­rão pre­s er­v ar a con­fi­d en­c ia­li­d a­d e, res­pei­tar os prin­
cí­pios éti­cos e tra­zer a acei­t a­ç ão do Comitê de Ética em Pesquisa (Resolução CNS – 196/96) quando for pesquisa.
14 Os tra­b a­lhos, bem como qual­quer cor­res­pon­d ên­cia, deve­rão ser envia­
dos para a revista: Saúde Coletiva – A/C CON­S E­LHO CIENTÍFICO,
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Saúde Coletiva 2008;05 (22):199-205
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