INSTALAÇÃO
DE
GRUPO MOTOR GERADOR
INTRODUÇÃO
O bom funcionamento de um Grupo Gerador
depende fundamentalmente de sua instalação.
Se o Grupo Gerador for instalado dentro dos
parâmetros recomendados e se for usado de
acordo com as normas indicadas nas
instruções que acompanham, os
equipamentos, evidentemente terá uma
prolongada vida útil, sem problemas.
LOCAL DE INSTALAÇÃO
Na hora de escolher o local de instalação de um Grupo Motor Gerador ou de uma
usina de Geração formada por vários GMG’S, convém observar o seguinte :
O piso de sustentação de preferência no nível térreo, deve ser suficientemente
forte para suportar o peso estático do GMG, bem como os esforços dinâmicos em
regime e por curto-circuito;
O local escolhido deve possibilitar uma isolação efetiva que permita dissipar as
vibrações e ruídos produzidos pelo GMG;
O local de instalação deve ser limpo e seco , não sujeito a alagamentos e
inundações;
O local deve ser suficientemente amplo para permitir fácil acesso, manutenção
preventiva e corretiva;
Deve haver ventilação suficiente para o sistema de arrefecimento e escapamento;
Os gases do escapamento devem ser descarregados livremente para fora da sala,
o mais longe possível das entradas de ar;
VIBRAÇÃO
Conforme mencionado anteriormente o fabricante de GMG recomenda o uso de
amortecedores tipo vibra-stop, para instalação entre a base estrutural do GMG e o
piso, ou amortecedor de vibração tipo mola, se não for possível a construção de
base de concreto.
O nível de vibração a um metro de distancia, ao redor do GMG , recomendado pelo
fabricante , não deve ultrapassar a velocidade de 2 mm/s.
Todas as interfaces elétricas, combustível, arrefecimento e escapamento devem ter
uma conexão flexível , para isolação das vibrações transmitidas pelo GMG .
A não observância desta recomendação , pode provocar vazamento de combustível ou
curto-circuitos por ruptura das interfaces. No caso de tubulações de escape e água
pode acontecer, a queda da tubulação e o vazamento de água respectivamente.
AMORTECEDOR DE BORRACHA
AMORTECEDOR TIPO MOLA
VENTILAÇÃO
Na instalação de um GMG devem ser previstas as entradas e saídas de ar
suficientes para dissipar o calor produzido pelo GMG.
Normalmente o sistema de resfriamento de um GMG , é constituído por radiador
e ventilador soprante e a vazão de ar é suficiente, para atingir o volume de
renovação de ar adequado, em instalações não isoladas acusticamente.
A restrição máxima admissível, recomendada pelo fabricante, nas entradas e
saídas não deve ser ultrapassada.
Valores de restrição de 6 mmCA aproximadamente, na entrada de ar frio e 6
mmCA aproximadamente, na saída de ar quente, são típicos para GMG, porém
deverão ser observados os valores recomendados pelo fabricante.
O volume de renovação de ar deve ser capaz de manter a temperatura interna,
com o GMG a plena carga, 5º C acima da temperatura ambiente externa.
ARREFECIMENTO
A maioria dos GMG’S utilizam sistemas de arrefecimento formados por
radiador e ventilador soprante, que retiram o calor da água , responsável pela
absorção do calor gerado nos cilindros e outros componentes .
Como alternativa , embora bem mais cara, o calor pode ser retirado utilizando
torre de arrefecimento, circuito aberto, com ventilador interno e bomba externa de
circulação de água .
Também podem ser empregados outros sistemas , como torre de arrefecimento
evaporativa , circuito fechado, e finalmente radiador remoto com motor elétrico
acionando um ventilador soprante, estas duas alternativas são raramente usadas
pelos custos e limitações técnicas.
DESCARGA DE GASES
Os gases do escapamento são o resultado do processo de combustão interna do
motor e devem ser expulsos fora da sala do GMG .
Considerando a vazão de gases de escape de 5000 m3 / h para um GMG de 400
KVA, por exemplo, e uma temperatura de aproximadamente 600ºC, juntamente
com a restrição ou contra pressão máxima admissível(,) recomendada pelo
fabricante, há necessidade de projetar as tubulações de escape de forma correta,
para não prejudicar o desempenho do equipamento e não colocar em risco as
pessoas e a instalação .
Os efeitos ocasionados pelo estrangulamento dos gases de escape entre outros,
são a perda direta de potência, consumo excessivo de combustível e
superaquecimento.
ISOLAMENTO TÉRMICO
Nunca devem ser usados materiais isolantes de características duvidosas, pois
podem provocar incêndio.
A espessura mínima da camada isolante recomendada deve ser de 63 a 76 mm.
Materiais isolantes de lã de rocha ou fibra cerâmica , são os mais recomendados
pela sua capacidade de isolação e alta resistência mecânica a vibração.
Materiais isolamentos de fibra de vidro, não são recomendados, pois a partir
de 300ºC podem provocar incêndio.
Revestimentos acústicos de parede e teto, devem ficar afastados das tubulações de
escape, no mínimo 300 mm, pois normalmente não suportam altas temperaturas.
Todas s tubulações de gases de escape deverão estar acessíveis para vistoria
periódica e manutenção, evitando tubulações embutidas em paredes ou dutos de
ventilação.
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
O óleo diesel é menos volátil que a gasolina , porém do ponto de vista,
armazenagem e manuseio, é tão perigoso quanto a gasolina , em função do ponto
de fulgor, próximo de 34ºC.
Em alguns locais o tanque principal pode ser de tamanho considerável.
Os regulamentos locais do corpo de bombeiros devem ser observados antes de
sua instalação permanente.
Às vezes, o projeto de instalação necessita ser submetido a aprovação por órgãos
oficiais antes de sua instalação definitiva.
As tubulações de óleo diesel devem ser em ferro preto sem costura, não sendo
aceitas tubulações em ferro galvanizado que são atacadas pelo óleo diesel,
obstruindo o sistema de injeção do motor .
Devem ser evitados grandes volumes de armazenamento de óleo diesel na sala do
GMG.
Tanque principal
Valvula esfera
Abastecimento de combustível
Tanque diário
Valvula esfera
Tubulação de alimentação
de combustível do motor
Tubulação de retorno de
combustível do motor
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL COM TANQUE AEREO
Respiro
Tanque principal
Bocal do tanque
de combustível
Dreno do tanque
Bomba de abastecimento
Tanque diário
Válvula esfera
Tubulação de admissão
de combustível do motor
Bomba de drenagem
do tanque
Abastecimento de combustível
Tubulação de retorno de
combustível do motor
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL COM TANQUE ENTERRADO
ISOLAMENTO ACÚSTICO
A instalação de GMG’S deve atender as legislações locais em relação a níveis de
ruído.
Em função da classificação de área os níveis de isolamento(,) acústico são mais
ou menos rigorosos.
O nível de ruído a um metro de distância de um GMG atingem níveis próximos a
105 dB( A ) .
Conforme a classificação de área, os níveis máximos de ruído permitidos, podem
atingir até 60dB(A), na divisa da propriedade
Este nível de isolação altera significativamente as instalações de um GMG além
de encarecer os custos da instalação.
Atenuadores nas entradas e saídas de ar terão que ser instalados, além do
revestimento de paredes e teto.
Silenciosos especiais no sistema de escape também serão necessários, de forma a
não ultrapassar os níveis de ruído exigidos pela legislação.
A título orientativo apresentamos uma tabela de níveis de ruído que enfatiza o
tema isolaçao acústica.
Exemplos de níveis de Ruído
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130 Rebitador pneumático (130)
120
110
100 jato (103)
90
80 Tráfico de Rua pesado (85)
70
60 Conversação normal (65)
50
40 biblioteca (40)
30
20 Estúdio de radiodifusão (20)
• Um dos principais
problemas causados
com geradores
situados tanto ao ar
livre quanto em
recipientes fechados é
o barulho causado
pelo mesmo
• Nível de Ruído de
Fundo
Percepção Humana do Som
Mudança Percebida pelo Nivel Sonoro do Ouvido
Humano
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+/- 1 dB
+/- 3 dB
+/- 5 dB
+/- 10 dB
+/- 20 dB
------------Não perceptivel
------------Limiar da Percepção
-----------Claramente notado
-----------Sensação da metade
-----------Sensação de 4 vezes menor
SISTEMA ELÉTRICO
As interligações elétricas entre o GMG e os equipamentos restantes têm duas
modalidades :
- Comando;
- Potência;
A norma ABNT / NBR 5410 e NR 10 devem ser seguidas rigorosamente em
relação ao cálculo da seção mínima, em função das condições de instalação,
temperatura ambiente , fator de agrupamento e queda de tensão e segurança do
operador.
A conexão dos cabos de potência e controle ao GMG, deve ser flexível de forma
a evitar fadigas e atrito nos cabos e terminais, que podem comprometer o
isolamento, provocando curto-circuito.
Os cabos de transmissão de dados devem obedecer as recomendações do
fabricante .
Nunca devem ser emendados cabos, ou amarrados com arame, em
canaletas ou leitos.
Sempre na passagem de cabos, no mesmo eletroduto, colocar cabos de
fases diferentes, por exemplo, R S T N, com objetivo de neutralizar o
campo magnético, evitando aquecimento do eletroduto e dos cabos.
ATERRAMENTO
Um GMG e acessórios, desconectados da malha de aterramento , podem
ser gravemente danificados em caso de descargas atmosféricas.
Os sistemas eletrônicos de comando e monitoramento, podem ser
prejudicados por ruídos e transientes provocados por radiações
eletromagnéticas.
O GMG terá que ser obrigatoriamente aterrado.
É recomendável que a resistência de aterramento seja inferior a 7 ohms.
Malhas de aterramento integrando pára-raios e todas as estruturas dos
equipamentos do prédio, tem dado os melhores resultados.
Os neutros dos GMG’S e dos transformadores de entrada da subestação ,
normalmente são interligados na mesma malha de aterramento.
DETECÇÃO, ALARME E COMBATE A INCÊNDIO
O local de instalação de um GMG ou vários GMG’S, embora seguidas todas as
instruções de segurança, não está livre de eventual incêndio acidental .
O que fazer ?
Infelizmente a maior parte das instalações, não possuem qualquer sistema de
detecção de incêndio, por outro lado, a maioria das instalações de GMG’S são
monitoradas remotamente, portanto não existe pessoal próximo ao local de
instalação.
A amplitude dos danos materiais pode ser enorme, pois não podemos esquecer
que muitas instalações encontram-se em áreas residenciais.
O mercado oferece diversos sistemas de detecção, alarme e combate a incêndio.
Sensores de temperatura e de presença de gases deverão ser instalados
provocando o desligamento imediato do GMG, quando atuados, e sinalizando
alarme.
O combate automático a incêndio pode ser incorporado na sala do GMG e do
reservatório de combustível .
TRANSPORTE
O cuidado no transporte dos equipamentos, até o local de instalação, é de
fundamental importância .
Todos os componentes terão que ser bem fixados evitando movimentação
durante o transporte.
Embora respeitados pelos motoristas, os limites de velocidade, nem
sempre as estradas estão bem conservadas, sendo freqüente a existência de
buracos nas rodovias que provocam trepidações violentas nos
equipamentos .
A recomendação do fabricante é que a velocidade máxima de 80 km/h não
seja ultrapassada e se a estrada estiver muito danificada diminuir
drasticamente esta velocidade.
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Parte 1 - AssessoriaIntegrada