Lisboa(Portugal) Médico angolano outorgado 'doutor honoris causa' pela Universidade Nova de Lisboa O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, o angolano Luís Gomes Sambo, foi (10/12), em Lisboa, outorgado com o título de “doutor honoris causa”, atribuído hoje, na capital portuguesa, pela Universidade Nova de Lisboa. Em cerimónia assistida, entre outros, pelo ministro angolano da Saúde, José VanDúnem, e pelo embaixador de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, o contemplado recebeu as insígnias doutorais das mãos do reitor da referida universidade, António Bensabat Simões, afirmando sentir-se “muito honrado por passar a integrar a galeria dos grandes ícones graduados doutor honoris causa”. Fazendo um percurso do seu passado como médico, Luís Sambo realçou que “longe de um sonho ou de uma ficção, foi uma realidade de sucessos e frustrações”. “Continuo esta luta com entusiasmo, à luz de ideais e conhecimentos transmitidos por muitos profissionais, cientistas e académicos de várias partes do mundo”, exaltando notáveis figuras da medicina portuguesa com as quais teve “o privilégio de interagir” indicou. Na sua alocução, Luís Gomes Sambo admitiu, como razões da distinção, os esforços concertados e permanentes que ele e os antigos e atuais colegas, no escritório regional da OMS para África, têm “envidado para combater as doenças e promover o desenvolvimento sanitário em África”. Gomes Sambo falou ainda das cinco categorias das orientações estratégicas da OMS em África, designadamente o reforço dos sistemas de saúde, com base na abordagem dos cuidados de saúde primários; a saúde materno-infantil como prioridade absoluta e as ações aceleradas de luta contra o VIH/sida, paludismo e a tuberculose. Segundo o diretor regional da OMS para África, entre as tais orientações estratégicas do organismo mundial, constam também “a intensificação da prevenção e o controlo das doenças transmissíveis, luta contra epidemias e controlo das doenças nãotransmissíveis, bem como a promoção dos determinantes da saúde e prevenção de doenças pela abordagem dos fatores de risco associadas às mesmas”. Como principal obstáculo à melhoria do acesso por parte das populações aos cuidados de saúde, apontou “a fragilidade dos sistemas nacionais de saúde”, mas afirmou estar regozijado pelo facto de “diversos países se encontrarem em diferentes fases de reforma nos seus sistemas de saúde”. Luís Gomes Sambo, que cumpre o seu segundo mandado à frente da OMS/África depois de ter sido eleito pela primeira vez em Fevereiro de 2005, é doutorado em gestão pela Universidade de Hull, no Reino Unido, tendo feito a licenciatura em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, tendo também obtido o diploma de especialização em saúde pública pela Ordem dos Médicos de Portugal. Durante o seu trajeto, Luís Sambo foi já agraciado com o título de “doutor honoris causa”, pela Universidade de Kinshasa (República Democrática do Congo), em 2009; o prémio “salva de prata”, atribuído pela Ordem dos Médicos de Angola, em 2008; a medalha de comandante da ordem de Madagáscar, em 2007; e a medalha de ouro da saúde pública pela República do Níger, em 2006. Além de ter obras publicadas em várias revistas científicas internacionais, Luís Gomes Sambo é membro das Ordens dos Médicos de Angola e de Portugal, assim como da Sociedade Internacional de Ciências de Sistemas.