Anacoluto
Anacoluto, ou frase quebrada, é uma figura de linguagem que consiste numa
irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se começássemos uma frase e
houvesse uma mudança de rumo no pensamento.
Por exemplo: através do desrespeito das regras de concordância verbal ou da
sintaxe. Muito mais frequente na oralidade, onde poderá ser apenas considerado como
um erro de construção frásica.
Na frase de Almeida Garrett, "Eu, também me parece que as leio, mas vou
sempre dizendo que não", o termo "eu" é posto em destaque, desligado dos outros
elementos sintáticos.
Da mesma forma, em "A minha roupa, levo-a sempre àquela lavanderia", frase
típica do discurso oral, o termo "a minha roupa" aparece desligada do resto da frase,
onde é substituído por um pronome.
ATENÇÃO!!!
Muitos autores atuais, contudo, já não classificam estes exemplos como sendo
anacolutos porque consideram que não são resultado de qualquer inconsistência
sintática, mas apenas um recurso de ênfase.
Também existe anacoluto quando se forma uma frase incompleta, com parte do
enunciado suspenso. Por exemplo: "Não me digas que..."
OUTROS EXEMPLOS DE ANACOLUTO:
“E a menina, para não passar a noite só, era melhor que fosse dormir na casa de
uns vizinhos”. (Rachel de Queiroz)
“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de
relógio do que eu”. (Rubem Braga)
No primeiro exemplo, o pronome “eu”, enunciado no início, não permanece
ligado sintaticamente à oração “eis-me medonha e escura”; no segundo, Braga dá um
destaque maior à expressão “relógio de parede”, mas ela não estabelece uma relação
sintática à frase “eu estou acostumado com ele”.
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ALINE ROCHA
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Anacoluto Anacoluto, ou frase quebrada, é uma figura de linguagem