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6 mai 2015 O Globo
Exibição de programa do PT na TV
gera panelaços em todo país
Dilma só apareceu duas vezes na propaganda que prometeu expulsar corruptos
­SÃO PAULO, BRASÍLIA E RIO­ O PT foi alvo ontem à noite de novo panelaço durante a exibição do
programa de televisão do partido, que durou dez minutos. Pela terceira vez em dois meses, pessoas foram
às janelas bater panelas, desta vez em todas as regiões do país. O protesto foi registrado em capitais como
Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Belém, Fortaleza, Recife, Vitória e
Brasília, que manifestaram descontentamento com o PT. Em algumas cidades, também foram registrados
buzinaços e fogos de artifício. Parlamentares da oposição comemoraram o protesto contra o partido.
MICHEL FILHO
Ação conjunta. Patroa e empregada aderem ao panelaço em varanda de Higienópolis, bairro
nobre de São Paulo
No Rio, houve panelaço em Ipanema, Leblon, Copacabana, Jardim Botânico, Botafogo, Flamengo,
Tijuca, Lagoa, Grajaú e em alguns condomínios da Barra da Tijuca. No Leme, o panelaço tomou conta do
bairro um minuto após o início da propaganda. Foram ouvidos muito gritos de “Fora, Dilma” e ataques ao
ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamado de “ladrão” ao aparecer no programa. Alguns moradores
do bairro soltaram fogos.
EM SÃO PAULO, CORNETAS NO PROTESTO
Em Copacabana, o protesto também fez bastante barulho, acompanhado de gritos de “Fora, PT”. A
manifestação continuou por quase dois minutos após o término da propaganda partidária de TV.
Em São Paulo, panelaços foram ouvidos em diversos bairros. Na Zona Sul, houve protesto no conjunto
de alto padrão do Real Parque, no Campo Belo e na Vila Clementino. Na Zona Oeste, em Perdizes,
Pinheiros e Jardins, regiões de classe média alta, assim como Higienópolis. Na Lapa e na Vila Romana,
manifestantes também adotaram cornetas.
Em Brasília, assim que o programa do PT começou, moradores de pelo menos cinco regiões
protestaram. Em Águas Claras, Asa Norte, Asa Sul, Guará e Sudoeste, eles bateram panelas nas janelas e
soltaram fogos. Nas ruas, motoristas buzinavam e pessoas gritavam “Fora, PT”. Em Recife, o panelaço foi
na Avenida Boa Viagem. Em Porto Alegre, em Moinhos de Vento. Em Belém, o panelaço foi concentrado
nos bairros centrais e nobres.
Moradores bateram panela nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, na Grande Vitória, e
também piscaram as luzes das varandas. Alguns gritaram “Fora, Dilma" e “Fora, Lula”, enquanto
motoristas buzinavam nas ruas.
Enquanto eram ouvidas as manifestações contra o PT, militantes do partido foram estimulados a
promover um tuitaço na internet usando o termo #ToNaLutaPeloBrasil, como resposta.
Em meio a divergências na bancada do partido na Câmara, o PT propôs, no programa de ontem, que o
ajuste fiscal não afete os mais pobres, “como no passado”. O nome da presidente Dilma Rousseff não foi
citado nenhuma vez, e sua imagem apareceu, rapidamente, em apenas duas oportunidades.
— Antes de o PT governar o Brasil, os ajustes da economia eram feitos com arrocho salarial e enorme
sacrífico para o povo mais pobre — enfatizou o locutor.
Os atores que apresentaram o programa também disseram que, “no ajuste econômico que o governo
está fazendo agora, o PT está defendendo que não se corte direito dos trabalhadores e também que as
medidas necessárias não afetem os mais pobres e, sim, quem têm mais recursos”.
Em outro trecho, o partido se comprometeu a expulsar de seus quadros os filiados que forem
condenados por corrupção.
— Qualquer petista que cometer malfeito e ilegalidade não continuará nos quadros do partido — disse
no vídeo o presidente do PT, Rui Falcão.
O partido, porém, mantém em seus quadros filiados que foram condenados pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) no caso do mensalão. Entre eles estão os ex­deputados José Dirceu e José Genoino. A
oposição comemorou o panelaço. — Eles não conseguiram escapar. Só conseguiram adiar do dia 1º para o
dia 5 de maio. As vaias são a prova de que, para o povo, Lula, Dilma e o PT são uma coisa só — disse o
senador José Agripino (DEM­RN).
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