A FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
NO NORTE E NOROESTE FLUMINENSE
Ludmila Gonçalves da Matta1
Rodrigo Anido Lira2
Palavras-chave: Educação, Desenvolvimento, Engenharia, Qualificação, Mercado de
Trabalho
1
Doutora em Sociologia Política- Professora/pesquisadora do Curso de Mestrado em
Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Candido Mendes-UCAM Campos dos Goytacazes-RJ.
E-mail: [email protected]
2
Doutor em Sociologia Política- Professor/pesquisador do curso de Mestrado em
Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Cândido Mendes- UCAMCampos dos Goytacazes-RJ. E-mail: rodrigoanidolira@gmail
Introdução
Constantemente os meios de comunicação têm divulgado que o setor produtivo
possui dificuldades em encontrar mão de obra qualificada para preencher os seus
quadros. Entretanto, recentemente o Instituto de Pesquisa Aplicada – IPEA
(IPEA,2014) divulgou o resultado de uma pesquisa intitulado “A Questão da
disponibilidade de Engenheiros no Brasil nos anos 2000”3 em que foi analisada a
relação entre oferta de mão de obra qualificada e demanda do mercado, tendo como
objetivo verificar se o atual ciclo de desenvolvimento pode vir a ser frenado por
estrangulamentos na oferta de força de trabalho qualificada. Os resultados desses
estudos não foram tão pessimistas quanto o que vem sendo propalados na mídia, eles
apontaram que o com baixo crescimento que a economia vem passando, dificilmente
teria uma falta de profissionais qualificados no mercado. Outro aspecto dessa equação
se dá ao fato do sistema educacional estar em plena expansão. “A despeito dos
cenários de aquecimento e escassez sinalizados nas subseções anteriores, projeções
sugerem que o sistema educacional já se mostra capaz de atender, ao menos em
termos quantitativos” (NASCIMENTO et al, 2014, p.27)
Diante desse quadro, e tendo em vista a posição estratégia do Norte e
Noroeste Fluminense em função da produção de petróleo oriunda da Bacia de
Campos é que nos propomos a investigar como o mercado e o estado tem atuado
nessas regiões na formação mão de obra qualificada para atender a demanda da
indústria do petróleo. Nesse sentido, fizemos um levantamento da oferta dos cursos de
Engenharia a fim de projetar esse cenário. A pesquisa foi realizada a partir da base de
dados do Censo da Educação Superior 2012 e do Cadastro de Instituições e de
Cursos que consta do portal do Sistema E-MEC (E-MEC, 2014).
As Regiões Norte e Noroeste Fluminense
Apesar das Regiões Norte e Noroeste Fluminense apresentarem
características diferentes, como setores econômicos distintos, elas tem em comum à
distância em relação à capital e, em consequência, ao centro de decisões políticas e
econômicas do estado. A Região Norte, além da produção de petróleo, que gera um
montante considerável de recursos para os municípios confrontantes com os poços, os
chamados royalties e participações especiais, em 2013 só o Município de Campos dos
Goytacazes recebeu de royalties e participações especiais R$ 1.375.983.824,37
(INFOROYALTIES, 2014), se destaca na região os grandes investimentos que estão
sendo realizados na construção do Complexo Logístico do Porto do Açu-CLIPA, no
Município de São João da Barra. Este empreendimento teve a sua implantação
iniciada em 2007 pelo grupo LLX, do empresário Eike Batista, e, atualmente, encontrase sob o controle do grupo EIG, de origem americana, passando, assim, a se chamar
Prumo Logística Global.
O Complexo Logístico do Porto do Açu é um empreendimento com previsão de
investimento de R$ 40 bilhões (LLX, 2013) na construção de dois terminais, um
offshore e outro onshore para exportação de minério de ferro e outros produtos. Além
dos terminais, está prevista no projeto a instalação de um polo industrial na retro área
do Porto. Atualmente, já estão em fase de instalação a empresa de construção de
tubos flexíveis Technip, a INOV, também de construção de tubos flexíveis, a Wartsila,
que irá instalar uma unidade de produção de grupos geradores e propulsores azimutal,
além de outras que ainda estão em fase de negociação.
3
Esse trabalho faz parte da Publicação da Radar n.32- Revista de Divulgação do IPEA.
Outro aporte econômico importante previsto para região é a exploração do présal. Calcula-se que os investimentos nessa área cheguem a R$43,7 bilhões.
Todos esses empreendimentos, por certo, requerem uma demanda de mão de
obra especializada, assim como também alavancam o crescimento em outros setores,
como o da construção civil. Algumas previsões apontam para um crescimento
populacional passando da ordem dos 100%, dobrando, assim, o número de
habitantes. Com isso, a demanda pelo setor de serviços aumentará
consideravelmente.
A mesorregião (IBGE) Norte Fluminense abrange nove municípios: Campos
dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Macaé,
Quissamã, São Fidelis, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra. Em ordem
de importância econômica nessa região, destaca-se Campos dos Goytacazes, com
um setor de serviço mais bem equipado dentre os município da região, inclusive com o
maior número de instituições de ensino superior. Esse número abrange duas públicas:
a Universidade Estadual do Norte Fluminense-UENF e a Universidade Federal
Fluminense-UFF, e quatro privadas: Universidade Salgado de Oliveira-UNIVERSO;
Universidade Estácio de Sá-UNESA; Universidade Candido Mendes-UCAM;
Universidade do Norte Fluminense-UNIFLU, além do Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia-IFF, que possui cursos do ensino médio, técnico, superior e PósGraduação.
Em segundo lugar, temos o Município de Macaé, que se destaca por receber a
sede da Petrobrás na região. A estrutura física e administrativa da empresa se aloca
nesse município, em consequência há uma concentração de empregos no município.
São João da Barra, apesar de ainda ser um município pequeno, com
população de 32.767 (IBGE, 2010), tem previsões de grande crescimento com os
investimentos no CLIPA.
Os demais municípios que compõe a região são pequenos e com pouca
influência econômica na região.
A Mesorregião (IBGE) Noroeste Fluminense abrange treze municípios:
Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Laje do Muriaé, Natividade, Varre-Sai,
Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Cambuci, São José de Ubá, Itaocara e
Miracema. Dentre eles, o único que oferece curso superior na área da Engenharia é
Itaperuna. Essa região é caracterizada, principalmente, pela atividade agrícola, e como
os municípios que compõem essa zona não são confrontantes com poços de petróleo
não recebem royalties. Sendo assim, a área é composta por pequenos municípios,
que vivem, efetivamente, de repasses de verbas estaduais e federais.
A formação de engenheiros e o setor econômico
A implantação e o crescimento dos cursos de Engenharia estão relacionados,
principalmente, as condições econômicas, sociais e políticas do país. Todavia, quando
observamos as regiões em estudo, podemos inserir também um quesito regional para
implantação desses cursos. Os primeiros cursos de Engenharia a se instalarem na
região vieram através de um projeto local de implantação de uma universidade no
Norte Fluminense. A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro- UENF
foi criada em 1993 no município de Campos dos Goytacazes e conjuntamente com
sua fundação, a oferta de cursos de Engenharia. Inicialmente abriram-se turmas de
Engenharia Civil; de Petróleo; e Metalúrgica.
A UENF é uma universidade nova, se comparada às demais universidades
públicas, foi planejada e idealizada por um grupo de intelectuais sob a liderança de
Darcy Ribeiro4. Foi projetada fisicamente por Oscar Niemeyer. Darcy Ribeiro propôs a
UENF como uma universidade do “Terceiro Milênio”, cuja missão “é adornar-se,
cultivar e ensinar a ciência e as tecnologias de ponta, que constituem o patrimônio
cultural maior da humanidade, para colocá-las a serviço da modernização e do
progresso econômico e social da região e do Brasil” (RIBEIRO, 1994, p.32). Daí a
ênfase, desde a sua criação, nos cursos de Engenharia.
Hoje, o município e toda a Região Norte Fluminense vivem um ciclo de
desenvolvimento ocasionado pela indústria do petróleo, proveniente da Bacia de
Campos e, principalmente, pelo recebimento dos royalties desta exploração. Em
função desse perfil, observamos na região um crescimento vertiginoso no número de
cursos de Engenharia.
Gráfico 1: Evolução da criação de cursos de Engenharia nas Regiões Norte
e Noroeste Fluminense
6
5
4
3
2
1
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
0
Fonte: Dados elaborados a partir do Cadastro de Instituições e de Cursos do Sistema E-MEC
(E-MEC, 2014)
A partir da observação do Gráfico 1 podemos constatar que depois de sete anos
sem abertura de novos cursos de engenharia, tivemos um período de crescimento na
abertura de cursos que vai de 2000 até 2006, onde houve um pico com a criação de 5
cursos. A partir de então, manteve-se uma média, com exceção de 2010 quando
houve uma queda, que provavelmente, ocorreu em detrimento do cenário da crise
econômica de 2008. Todavia, a partir de 2010 o ritmo é retomado. Essa tendência
observada nas regiões em estudo é verificada no país como um todo. Segundo estudo
de Oliveira et al (2013) a partir de 1996 com a aprovação da LDB (Lei nº 9.394 de 20
de dezembro de 1996) que revogou, a lei que estabelecia um currículo mínimo para os
cursos de Engenharia o crescimento na abertura de novos cursos cresceu
consideravelmente.
4
Darcy Ribeiro nasceu em 1922 na cidade mineira de Montes Claros e faleceu em 1997 em Brasília.
Formou-se na Escola de Sociologia e Política de São Paulo em 1946. Dedicou grande parte de sua vida à
Etnologia. Na educação se destacou pela implementação da Universidade de Brasília - UnB, da
Universidade Nacional da Costa Rica, da Universidade de Argel e da Universidade Estadual do Norte
Fluminense - UENF.
A média anual de criação de novos cursos de
Engenharia cresceu vertiginosamente após a nova LDB,
passando de aproximadamente 12 novos cursos ao ano,
de 1989 a 1996, para cerca de 80 novos cursos ao ano
no período de 1997 a 2005. A partir de 2005, esta média
subiu de mais de 100 cursos por ano para mais de 200
cursos de Engenharia criados em média nos últimos 3
anos. (OLIVEIRA,et al, 2013, p.8)
Além desses estudos, Nascimento et al (2014) aponta que como a atratividade
dos cursos de engenharia costuma estar associada ao desempenho econômico do
país, na esteira da expansão econômica ocorrida no período de 2004-2010,
paulatinamente, as graduações em engenharia voltaram a ser maciçamente
procuradas. Acrescentando ainda que o otimismo dos ingressantes com as
engenharias parece ter início entre 2005 e 2006 e, até 2012 não dá indícios de haver
alcançado o pico. (NASCIMENTO et al ,2014)
A média de criação de cursos nas regiões a partir de 2000 quando é retomada a
abertura de cursos é de 2,23 cursos por ano.
Segundo dados do Censo da Educação Superior – 2012, somente no Município
de Campos dos Goytacazes há, atualmente, 19 cursos de Engenharia com 3.765
alunos matriculados em 7 instituições, 2 públicas e 5 privadas. A UENF foi, até o final
da década de 1990, a única a oferecer cursos de Engenharia. A partir dos anos 2000,
e mais fortemente em meadas dessa década, é que a abertura desses cursos cresceu
fortemente. Contabilizou-se em 2012, 34 cursos de Engenharia nos municípios que
compõem as regiões, sendo que desses, 2 não abriram turmas ainda.
Apesar de Campos dos Goytacazes concentrar o maior número de cursos,
também se constatou nos Municípios de Macaé e Itaperuna, um número crescente de
oferta dos mesmos. Macaé conta com 11 cursos, somando 2597 alunos matriculados
em 5 instituições, sendo 3 públicas ( dessas uma é municipal) e 2 privadas. Itaperuna
possui 673 alunos matriculados em 2 instituições privadas, conforme o Gráfico 2:
Gráfico 2: Número de matriculados em cursos de Engenharia nos
Municípios
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Campos dos Goytacazes
Macaé
Itaperuna
Fonte: Dados elaborados a partir do Censo da Educação Superior-2012
Segundo estudo de Oliveira et al (2013), tem se registrado, além do crescimento
dos cursos, também a criação de novas modalidades de atuação da engenharia.
Segundo os autores há hoje mais de 200 modalidades distintas na área de
Engenharia. Essas novas modalidades surgiram para fazer frente à complexidade
demandada em função de novas tecnologias.
Como a economia local tem se baseado, principalmente, na exploração do
petróleo, não encontramos uma diversificação muito abrangente entre as modalidades
da Engenharia nas regiões. Encontramos na pesquisa 11 modalidades distintas, sendo
elas: Engenharia5; Engenharia Ambiental; Engenharia Civil; Engenharia da
Computação; Engenharia de Controle e Automação; Engenharia de Petróleo e Gás;
Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia
Metalúrgica; Engenharia Química.
Dentre as modalidades da Engenharia, a que apresenta maior número de cursos
é a Engenharia de Produção, com 10 cursos nos três municípios, seguida da
Engenharia Civil, com 6 , destacando-se, ainda, as Engenharias de Petróleo e
Ambiental, com 4 cursos cada, o que pode ver visualizado no Gráfico 2:
Gráfico 3: Número de cursos de Engenharia segundo a especialidade
Cursos
12
10
8
6
4
2
0
Cursos
Fonte: Dados elaborados a partir do Censo da Educação Superior-2012
Essa tendência também é observada em âmbito nacional, segundo o estudo de
Oliveira et al (2013) a Engenharia de Produção é a modalidade que possui o maior
número de cursos e de concluintes no Brasil, que segundo o estudo pode ser
explicado pelo fato dessa área estar relacionada à necessidade de melhoria geral das
organizações em termos de competitividade e qualidade dos produtos (entre outros
fatores), além dos sistemas logísticos e demais aspectos relacionados à produção de
uma maneira geral, o que é do escopo do perfil profissional do Engenheiro de
Produção. Entretanto, acrescentaríamos a essa explicação o fato desse curso não
necessitar de laboratórios muito complexos e equipados, visto que o aumento desses
cursos se dá principalmente em instituições privadas que possuem um racionamento
em termos de investimento.
Outro curso que tem destaque nas regiões é o de Engenharia de Petróleo e Gás,
esse curso relaciona-se diretamente com a economia local e tem uma forte demanda
5
Curso denominado apenas de Engenharia, tem sido utilizado como básico de outras modalidades.
regional. Dentre todos os cursos de engenharia ofertados, por exemplo, pela UENF
esse é o que possui a maior relação candidato vaga desde a criação da UENF. A
procura por esse curso se dá principalmente pela alta empregabilidade atribuída à
área. Esse curso tem parte de sua integralização realizado dentro de um laboratório
situado no Município de Macaé (sede na Petrobrás) cuja manutenção é em parte
financiada pela Petrobrás.
Além dessas áreas, observamos também a abertura recente de cursos na área
de Engenharia Ambiental, o que pode ser explicada pelas questões locais, visto que
estamos numa região litorânea, fonte de recursos naturais, e que está sob o controle
de uma forte legislação ambiental que requer o cumprimento de normas, demandando,
assim, profissionais qualificados. Ademais, é claro, o apelo internacional por uma
agenda de desenvolvimento sustentável.
Discutindo a qualidade
Todavia, a questão que se coloca é se o aumento na oferta de vagas vem
acompanhado da qualidade dos cursos. De acordo com levantamento do IPEA (2011),
as universidades públicas são as que revelam melhor desempenho no Índice Geral de
Cursos (IGC) auferido pelas avaliações do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos
Educacionais- INEP. O Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) é
segundo o INEP (2014) um indicador de qualidade de instituições de educação
superior composto pela qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação
(mestrados e doutorados). Esse indicador é extraído a partir de um conjunto de
avaliações que consideram as avaliações do Exame Nacional do Ensino SuperiorENADE além de outras informações colhidas pelas instituições. No caso da pósgraduação consideram-se as avaliações da CAPES. Esse indicador é apresentado em
valores contínuos (que vão de 0 a 500) e em faixas (1 a 5). De acordo com Gusso e
Nascimento (2011) as universidades federais são as que apresentam índice de 3,92 (o
conceito máximo é 5), as estaduais chegam a 3,17 e as privadas não passam de 2,97
(59% do ideal).
No caso da nossa pesquisa, vimos ocorrer o aumento das matrículas
principalmente na rede privada. Dos 32 cursos com matriculas ativas na região,
apenas 9 são ofertados por instituições públicas, sendo 4 pela UENF, 1 pela UFRJ, 1
pela Faculdade Professor Miguel Angelo da Silva Santos (instituição Municipal) e 3
pelo IFF. Somando as matrículas da rede pública, têm-se 1787 alunos, o que
corresponde a 25,4% do total de matriculados em cursos de Engenharia nos três
municípios estudados.
Gráfico 4: Número de matriculados segundo tipo de instituição
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
pública
privada
Fonte: dados elaborados a partir do Censo da Educação Superior-2012
De acordo com nosso levantamento sobre as instituições, das 14 instituições que
oferecem cursos de engenharia nas regiões, 72% possuem IGC 3; 28% possuem IGC
4 e nenhuma chega ao 5 e dentre as de conceito 4, duas são públicas e duas são
privadas.
Tabela 1: IGC das Instituições
INSTITUIÇÃO
IGC
faixas
IGC
contín
uo
Tipo
FACULDADE SALESIANA MARIA AUXILIADORA / CAMPUS MACAÉ
2
1,96 PRIVADA
FACULDADE PROFESSOR MIGUEL ANGELO DA SILVA SANTOS
3
2,85 PÚBLICA
MUNICIPAL
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSEIFF/CAMPUS MACAÉ-
3
2,3 PÚBLICA
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ- UNESA/CAMPUS MACAÉ
3
2,46 PRIVADA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO- UFRJ /CAMPUS MACAÉ
4
3,83 PÚBLICA
3
2,33 PRIVADA
FACULDADE REDENTOR- CAMPUS CAMPOS DOS GOYTACAZES
3
2,94 PRIVADA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSEIFF / CAMPOS DOS GOYTACAZES
3
2,3 PÚBLICA
UNIVERSIDADE
GOYTACAZES
3
2,46 PRIVADA
ASSOCIAÇÃO SALGADO DE OLIVEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA-UNIVERSO
3
2,46 PRIVADA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE-UENF
4
3,92 PÚBLICA
3
2 PRIVADA
UNIVERSIDADE NOVA IGUAÇU- UNIG/CAMPUS ITAPERUNA
3
2,17 PRIVADA
FACULDADE REDENTOR –FACREDENTOR/CAMPUS ITAPERUNA
3
2,94 PRIVADA
FACULDADE SALESIANA
GOYTACAZES
UNIVERSIDADE
GOYTACAZES
ESTÁCIO
CANDIDO
MARIA
DE
AUXILIADORA/CAMPUS
SÁ-
UNESA/CAMPUS
MENDES-UCAM/
CAMPUS
Fonte: Dados elaborados a partir do IGC (INEP,2014)
CAMPOS
CAMPOS
CAMPOS
DOS
DOS
DOS
Conforme o levantamento, observamos que o IGC das instituições está bem
aquém do ideal, principalmente, quando consideramos o IGC contínuo. As melhores
colocadas são UFRJ e a UENF, ambas públicas. Outra questão a ser colocada é a
avaliação dos cursos, que se dá pelo Exame Nacional do Ensino Superior- ENADE.
De acordo com nosso levantamento dos 32 cursos com matrículas ativas apenas 19
passaram por avaliação do ENADE.
Tabela 2: ENADE dos Cursos
Curso
Enade
Instituição
Tipo
Engenharia
sem
Universidade Federal do Rio de Janeiro (campus Macaé)
Pública
Engenharia
Ambiental
sem
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora (campus Macaé)
Privada
Engenharia
Ambiental
sem
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Pública
(campus Macaé)
Engenharia
Ambiental
sem
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Pública
(campus campos dos Goytacazes)
Engenharia
Ambiental
sem
Universidade Estácio de Sá (campus Macaé)
Privada
Engenharia
Ambiental
1
Universidade Estácio de Sá (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Engenharia
Civil
sem
Universidade Estácio de Sá (campus Macaé)
Privada
Engenharia
Civil
sem
Universidade Estácio de Sá (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Engenharia
Civil
sem
Faculdade Redentor (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Engenharia
Civil
3
Faculdade Redentor (campus Itaperuna
Privada
Engenharia
Civil
sem
Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura
Privada
Engenharia
Civil
4
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Pública
Engenharia da sem
Computação
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora (campus Macaé)
Privada
Engenharia de 2
Controle
e
Automação
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Pública
(campus Macaé)
Engenharia de 3
Controle
e
Automação
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Pública
(campus Campos dos Goytacazes)
Engenharia de 2
Petróleo e Gás
Universidade Estácio de Sá (campus Macaé)
Privada
Engenharia de 2
Petróleo e Gás
Universidade Estácio de Sá (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Engenharia de 5
Petróleo e Gás
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Pública
Engenharia de 2
Petróleo e Gás
Universidade Nova Iguaçu (campus Itaperuna)
Privada
Engenharia de 2
Produção
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora (campus Macaé)
Privada
Engenharia de sem
Produção
Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva
Privada
Engenharia de 3
Produção
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora (campus Campos dos Privada
Goytacazes)
Engenharia de sem
Faculdade Redentor (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Produção
Engenharia de 3
Produção
Universidade Estácio de Sá (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Engenharia de 1
Produção
Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura
Privada
Engenharia de 4
Produção
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Pública
Engenharia de 3
Produção
Universidade Cândido Mendes ( campus Campos dos Goytacazes) Privada
Engenharia de 1
Produção
Universidade Nova Iguaçu (campus Itaperuna)
Privada
Engenharia de sem
Produção
Faculdade Redentor (campus Itaperuna)
Privada
Engenharia
Elétrica
sem
Universidade Estácio de Sá (campus Campos dos Goytacazes)
Privada
Engenharia
Mecânica
sem
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora (campus Campos dos Privada
Goytacazes)
Engenharia
Mecânica
sem
Universidade Cândido Mendes ( campus Campos dos Goytacazes) Privada
Engenharia
Metalúrgica
4
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Pública
Engenharia
Química
sem
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora (campus Macaé)
Privada
Engenharia
Química
sem
Universidade Estácio de Sá (campus Macaé)
Privada
Fonte: Dados elaborados a partir do ENADE (INEP,2014)
A comparação entre os cursos a partir do ENADE não poderá ser bem avaliada
em função de muitos cursos ainda não terem passado por avaliações. Em virtude de
muitos cursos terem sido criados recentemente, esses ainda não foram avaliados.
Num panorama da Tabela 2 podemos inferir que apesar da UFRJ (pública) ser a
instituição com maior nota no IGC, o curso que ela oferece na região ainda não foi
avaliado. Dos 5 cursos de Engenharia Ambiental, apenas o curso da Estácio de Sá
(privadoavaliação, com destaque para o curso da UENF (pública) que recebeu nota
(4). Já os dois cursos de Engenharia de Automação passaram por avaliação, apesar
de ambos serem oferecidos pela mesma instituição, IFF , eles obtiveram notas
diferentes, o do Campus Campos dos Goytacazes tirou nota 3, enquanto o de Macaé
tirou a nota 2, nota considerada baixa.
Quanto ao curso de Engenharia de Petróleo como todos os cursos foram
avaliados podemos inferir que há uma substancial diferença nas notas das instituições
públicas e privadas conforme apresenta a Tabela 2. Enquanto o curso da UENF tirou
nota máxima, os demais ficaram com nota 2, mas esse caso, como já relatado,
demonstra os investimentos e a estreita relação que esse curso tem com a Petrobras.
Dos 10 cursos de Engenharia de Produção, 7 passaram por avaliação. Dentre
esses, o mais bem avaliado foi novamente o curso ofertado pela UENF com nota 4,
assim como também obteve nota 4 o curso de Engenharia Metalúrgica.
Já os cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia da Computação e Engenharia
Mecânica não passaram por avaliação.
Esse quadro demonstra a superioridade da UENF em relação as demais
instituições alocadas nas regiões. Entretanto, preocupa-se a qualidade dos
profissionais que vem sendo e serão formados nessas instituições. Conforme aponta
Nascimento et al (2014,p34)
as deficiências de seu sistema educacional tendem a restringir as
possibilidades de o Brasil efetivamente qualificar e viabilizar sensíveis
ganhos de produtividade da sua força de trabalho. Sem ganhos de
produtividade, o crescimento do país nos próximos anos fica
comprometido.
Conclusões
Consideramos que diante do cenário que se desenha nas Regiões Norte e
Noroeste Fluminense, um ambiente de “caça a mão de obra”, a vinculação institucional
dos egressos da Engenharia não será um forte empecilho para o ingresso desses no
mercado de trabalho. Mas, em um cenário mais pessimista de retração econômica, os
egressos de instituições menos qualificadas podem ficar de fora. E, mais uma vez,
reportando ao cenário econômico das regiões analisadas, é possível que a
incorporação dos mesmos ocorra sensivelmente, visto as projeções de crescimento
através dos investimentos do pré-sal e, também, dos investimentos no sistema
portuário.
Dessa forma, concluímos que as instituições de ensino superior instaladas nas
regiões têm correspondido às projeções do setor econômico de aumento de oferta de
emprego para a área da Engenharia com a abertura de vagas em cursos da área.
Como observamos que a maioria das vagas tem sido criados pela iniciativa privada
corrobora-se a tese de que os agente econômicos tem reagido aos sinais do mercado
que apontam por uma procura desses profissionais. Assim , as instituições de ensino
buscando maximizar o lucro vêem nesses cursos uma oportunidade de crescimento e
lucratividade, visto que, como a economia tem sinalizado para oferta de postos de
trabalho na área ele tem atraído um contingente de jovens em busca de formação e
qualificação para o mercado de trabalho.
BIBLIOGRAFIA
NASCIMENTO, Paulo A. M. M et al. A questão da disponibilidade de Engenheiros no
Brasil nos anos 2000. Radar: tecnologia, produção e comércio exterior. N0 32, p. 1936, abril, 2014.
OLIVEIRA, V. F. et al. Um estudo sobre a expansão da formação em engenharia no
Brasil. Revista de Ensino de Engenharia, v. 32, p. 29-44, 2013.
GUSSO, Divonzir Arthur; NASCIMENTO, Paulo A. Meyer M. Contexto e
dimensionamento da formação de pessoal técnico-científico e de engenheiros. Radar:
tecnologia, produção e comércio exterior. N0 12, p. 19-36, abril, 2011.
INFOROYALTIES. Disponível em http://inforoyalties.ucam-campos.br/ . Acesso em 06
de junho de 2014.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA (INEP). Censos da Educação Superior 2012. Brasília: INEP. Disponível
em: <http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 31 mai. 2014.
E-MEC (2013). Sistema de Cadastro de Instituições e de Cursos Superiores.
Brasília:MEC. Disponível em: emec.mec.gov.br. Acesso em: 03 mar.2014.
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