Guia do Seguro de Crédito Consciente:
uma economia mais sustentável para o
gerenciamento de seus recebíveis
Guia Coface de Seguro de Crédito Consciente
índice
1.
Introdução
pág. 03
2.
Objetivo do Guia
pág. 04
3.
Programa Coface Sustentável
pág. 05
4.
Seguro de Crédito
pág. 06
5.
Conheça melhor seu cliente
pág. 09
6.
Importância das informações
pág. 14
7.
Sinistros
pág. 17
8.
Gestão de cobrança
pág. 25
9.
Glossário
pág. 29
10.
Sobre a Coface
pág. 35
Guia Coface de Seguro de Crédito Consciente
2
introdução
Uma das vantagens do Seguro de Crédito, sem dúvida, é a
possibilidade de ampliar a carteira de clientes, uma vez que o
seguro visa maior garantia e controle da taxa de inadimplência
proporcionando assim uma blindagem financeira com a devida
experiência no ramo de crédito. No entanto, mesmo com esta
garantia, para melhor gestão da apólice, é importante tomar
alguns cuidados, principalmente com relação às negociações
entre o Segurado e seus respectivos clientes.
Este guia é um breve resumo para uma política consciente de
crédito e tem por objetivo auxiliar na escolha de seus clientes,
bem como administrar as vendas concedidas a eles. O mais
importante quesito para um negócio bem sucedido é a
transparência no relacionamento entre fornecedor e comprador
de produtos e/ou serviços.
Com o objetivo de estabelecer essa boa negociação, reunimos
nesse guia, diversas dicas que farão a diferença na hora de
tomar decisões sobre limites de crédito. Visamos alertar a
relevância de implantar e/ou melhorar os procedimentos de
crédito internamente nas empresas, com ou sem a proteção
adicional do seguro de crédito.
Lembramos que, este documento não é um manual de política de
crédito, mas sim, um guia que servirá mais como um apoio no
gerenciamento de uma apólice de seguro de crédito, que por sua
vez já possui em sua especificidade, condições particulares que
estabelecem as regras individuais do seguro adquirido.
Guia Coface de Seguro de Crédito Consciente
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objetivo do guia
Objetivo de ler este guia
• Valorizar o compromisso da Coface com sua
responsabilidade na análise de crédito de forma
transparente e assertiva. Com base nisto, prover suporte
às empresas no gerenciamento de seus recebíveis e
estimular a consciência da importância do seguro de
crédito em uma organização que gera vendas a prazo
no mercado doméstico e também nas vendas à vista –
CAD e carta de crédito não confirmada no mercado de
exportação.
Público-alvo
• Empresas de médio a grande porte de segmentos e
nacionalidades variadas.
• Corretores de seguros que administram apólice de
seguro de empresas.
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programa coface sustentável
Desenvolvimento do guia
• Esse guia foi concebido como uma iniciativa do
Núcleo Econômico do “Coface Sustentável”, o
programa de sustentabilidade da Coface que atua
também nos núcleos Social e Ambiental.
• A ideia desse guia surgiu em um dos encontros do
Comitê de Sustentabilidade, que se reúne 1 vez por
mês, o qual viu a necessidade de orientar segurados
e empresas em geral a se protegerem contra o risco
de crédito, principalmente após os acontecimentos
da crise mundial financeira desencadeada em 2008 e
diante dos desafios colocados pela crise na Europa
iniciada em 2011.
• Para conhecer outras ações e apoiar nossas
iniciativas do programa “Coface Sustentável”, acesse
o site: www.coface.com.br
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seguro de crédito
O que é seguro de crédito?
É uma modalidade de seguro que protege o seu negócio contra o risco de
inadimplência das vendas de produtos ou serviços realizados a prazo,
tanto no mercado doméstico como exportação.
O seguro de crédito surgiu no final do século XIX e foi principalmente
desenvolvido na Europa entre a 1ª. e 2ª. Guerra Mundial. Muitas
companhias foram formadas em cada país e algumas delas também
faziam o seguro contra risco político nas vendas de exportação,
lastreadas pelo Estado.
Principais benefícios ao contratar uma apólice de seguro de crédito
• Estabilidade no fluxo de caixa, garantindo o retorno para a
empresa, seus acionistas e investidores.
• Proteção contra os efeitos do não-pagamento de um cliente,
derivado de fatores comerciais, econômicos e ambientais.
• Oportunidade de aumento do market share através de uma
expansão segura e competitiva em novos mercados.
• Melhora na liquidez do principal ativo comercial através da
recuperação ou indenização em prazos mais curtos que o usual.
• Melhora o gerenciamento do risco de crédito, que pode gerar uma
boa prática de Governança Corporativa.
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seguro de crédito
Porque é importante uma empresa contratar um
seguro de crédito?
Com uma apólice de seguro de crédito, o Segurado terá
uma proteção no recebimento de suas vendas, pois no caso
de seu comprador não honrar com a dívida, a seguradora
de crédito quita no percentual estabelecido na apólice e
garante o seu lucro.
O seguro de crédito pode ser contratado para vendas
domésticas (operações realizadas dentro do país) ou à
exportação.
No caso do seguro de crédito à exportação, o contrato
poderá ser de curto prazo, ou seja, cobrindo operações
mercantis com prazo de pagamentos até 24 meses; ou
médio e longo prazo, cobrindo operações mercantis com
prazo de pagamentos acima de 2 anos.
A Coface oferece os dois tipos de produto: Seguro
Doméstico e de Exportação.
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seguro de crédito
Vantagens para quem contrata um seguro de crédito
Poucas empresas sabem disso, mas o seguro de crédito possui um
leque enorme de vantagens! Veja as principais:
• Reduz a chance de fazer negócio com compradores duvidosos.
• Permite agilidade na venda.
• Por ter mais segurança para realizar as operações, a empresa
pode aumentar o volume de suas vendas.
• O processo de cobrança é conduzido pela seguradora, evitando
possíveis conflitos e protegendo o relacionamento comercial com
clientes/ importadores.
• Protege o balanço, proporcionando liquidez contra perdas
inesperadas, reduzindo suas necessidades de provisões e
capital.
• A apólice poder ser utilizada como garantia para operações de
financiamento bancário, ACE, PROEX e Forfait.
• Redução dos custos com a atividade de crédito e cobrança.
• O custo do seguro pode ser contabilizado como uma despesa
operacional e deduzido na base para cálculo do imposto de
renda, quando optante pelo lucro real.
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conheça melhor seu cliente
Para que você possa fazer bom uso de uma apólice de
seguro de crédito e usufruir todos os benefícios que ela
oferece, o primeiro passo é conhecer bem o seu cliente.
Desta forma, você poderá construir um portfólio saudável e
gerenciar melhor seus recebíveis.
Para auxiliá-lo nesta iniciativa, elaboramos um breve
questionário a fim de direcioná-lo a fazer um diagnóstico da
relação de sua empresa com seus clientes.
1. Quem é o seu cliente?
A melhor forma de conhecer o seu cliente é desenvolver
uma ficha cadastral. Para tanto, certifique-se de que dispõe
de todos os elementos que permitem a correta identificação
do seu cliente, como por exemplo:
- Razão Social
- CNPJ;
- Sócios;
- Endereço;
- Contrato Social;
-Telefone.
Os documentos e/ou dados cadastrais dos seus clientes
deverão ser mantidos em arquivos e atualizados
periodicamente conforme alterações.
Guia Coface de Seguro de Crédito Consciente
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conheça melhor seu cliente
2. Visitou o cliente?
Se for um novo cliente: realizar uma visita pode ser importante
não só para fechar uma venda, mas até para comprovar a
existência da empresa e das suas instalações
Se for um cliente antigo: fazer visitas regulares, permitindo o
acompanhamento da evolução do negócio do seu cliente,
identificando as oportunidades e também as possíveis
dificuldades que este possa estar atravessando.
A regularidade das visitas dependerá da importância que cada
cliente representa na sua carteira.
Os relatórios de visita também poderão ser arquivados junto com
a ficha cadastral do cliente.
3. Com a proposta em mãos, como aprovar a venda?
É importante separar a função de quem vende da função de
quem aprova a venda a prazo. Assim, a primeira pergunta que a
empresa deveria fazer é: quem pode aprovar as vendas?
Na hora de aprovar as vendas a prazo, a pessoa responsável
pela aprovação deverá ter a ficha cadastral do cliente e o
relatório de visita para poder responder a estas perguntas:
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conheça melhor seu cliente
• Há quanto tempo este cliente tem relacionamento
comercial com a sua empresa?
• O cliente tem a ficha limpa? Como tem sido a experiência
de pagamento com esse cliente nos últimos anos?
Estas são apenas questões básicas para um primeiro filtro em
qualquer processo de aprovação de crédito. Porém, são
questões importantes, pois permitem a qualquer empresa, de
grande ou pequeno porte, organizar seus clientes por categorias,
como por exemplo:
• pessoa jurídica/ pessoa física;
• novo cliente/ cliente antigo;
• grande, médio ou pequeno porte;
• ficha limpa/ cancelada por maus pagamentos, protesto ou
cheques sem fundos.
Na medida em que os valores a serem aprovados forem
aumentando ou a complexidade das operações com os clientes
forem maiores, há outras questões que a empresa pode se
perguntar para assim assegurar que a aprovação do crédito foi
feita de forma consciente, como por exemplo:
• Deveria investir numa fonte externa de informação para
consultar informações relativas à restrições/protestos do
cliente no mercado?
• Deveria ter um contrato de negócio formal com o cliente?
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conheça melhor seu cliente
• É possível obter os balanços contábeis do seu cliente?
• É possível solicitar garantias do cliente como contrapartida
de uma operação?
4. Para que servem as alçadas?
Da mesma forma que você pode dividir seus clientes em várias
categorias, também é possível dividir o processo de aprovação
das vendas a crédito consoante às características da operação.
Trata-se de dar um passo a mais nas boas práticas de utilização
do crédito de forma consciente. Em vez de concentrar todas as
decisões de aprovação de crédito numa mesma pessoa ou
departamento, a empresa pode decidir em dividir o processo de
aprovação do crédito por níveis hierárquicos seguindo
determinados critérios, tais como:
• Dependendo do tipo de cliente;
• Segundo os valores a aprovar;
• Existência ou não de garantias;
• Vendas no mercado doméstico ou de exportação;
• Valor da operação e;
• Outros itens que achar conveniente e mais adequado para
sua empresa.
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conheça melhor seu cliente
5. O que é um Comitê de Crédito?
Outra possibilidade é estabelecer um Comitê de Crédito para
aprovar algumas decisões de forma conjunta segundo os critérios
pré-definidos pela empresa. A ideia é que duas cabeças pensam
melhor do que uma!
O Comitê de Crédito pode ser constituído por duas ou mais
pessoas da mesma área ou de áreas distintas da empresa.
A decisão colegiada pode funcionar como um mecanismo de
controle interno para decisões que possam comprometer o bom
funcionamento da empresa pelo seu valor, risco ou
complexidade.
6. Quem faz a gestão do crédito?
LEMBRE-SE QUE A VENDA NÃO ESTÁ FINALIZADA ATÉ A
FATURA SER COBRADA!
A gestão do crédito deve acontecer mediante uma parceria da
Seguradora juntamente com seu Segurado. Ambos devem se
dispor a analisar os casos do dia a dia e encontrar uma melhor
maneira de solucionar os problemas.
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importância das informações
A importância das informações financeiras e econômicas
Outro ponto importante para fazer bom uso de um seguro de
crédito é disponibilizar o máximo de informação de seus clientes
para a Seguradora realizar uma análise de crédito mais assertiva.
Poucas coisas no mundo do crédito são tão importantes quanto
às boas práticas de disclosure das informações. Importamos
esse termo no inglês para dar significado à forma como as
informações são divulgadas, visando uma política de
transparência e parceria com os fornecedores, bancos,
investidores, funcionários e demais stakeholders.
Da parte de quem está analisando o crédito, é fundamental
contar com informações suficientes e necessárias para se ter o
devido conforto para uma aprovação de crédito.
Apesar de estarmos falando do que pode acontecer no futuro (já
que as consequências de um crédito mal concedido ocorrem a
posteriori), contar com elementos que ajudem a predizer a
evolução dos fatos é totalmente indicado. Portanto, mais do que
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importância das informações
fornecer balanços patrimoniais e demonstrações de resultados
que refletem somente o passado e o presente, é importante
mostrar como se vê o cenário adiante. Em outras palavras,
projeções de resultados/novos investimentos/evolução da receita
e demonstrativos de fluxo de caixa são uma boa forma de
completar o raciocínio sobre o que já foi contabilizado.
Na prática, qualquer elemento que ajude o analista de crédito a
compreender melhor o contexto da empresa que está sendo
objeto de estudo pode ajudar bastante, tanto na qualidade quanto
na velocidade da decisão. Além de informações financeiras (de
passado, presente e futuro), fatos relacionados ao ambiente
mercadológico (competidores, clientes, novos entrantes,
produtos), legal (tributação, riscos) e operacional (tecnologia e
processo de produção, localização, logística) são também muito
importantes.
Quanto mais informações forem disponibilizadas, mais
enriquecida será a análise de crédito.
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importância das informações
Afinal de contas, são raríssimas as informações que podem
ser consideradas verdadeiramente estratégicas e objeto de
segredo. O que vale, na prática, é a forma como as
informações são transformadas em conhecimento e vantagem
competitiva, e isso não é simples de se copiar. É próprio de
cada gestão e é o que diferencia uma empresa de sucesso de
outra qualquer.
Compartilhe, portanto, suas informações com seus
stakeholders e exija que eles também o façam. Dê o devido
disclosure de seu negócio, seja transparente e verdadeiro nas
explicações e forneça evidências de suas afirmações (através
de relatórios, documentos e fatos). Não deixe espaço para
dúvidas ou suspeitas. Por mais análises e ferramentas
sofisticadas que se utilize, crédito é uma questão de
confiança.
Faça com que seus parceiros confiem em você e veja como
as portas se abrirão!
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sinistros
Quando ocorre um sinistro?
O seguro de crédito cobre o risco de não pagamento dos créditos
do segurado cobertos pela apólice, nas seguintes situações:
inadimplência (mora simples) e insolvência (recuperação judicial
ou extrajudicial e falência).
Medidas preventivas contra um eventual sinistro
Todo seguro deve ser tratado como uma ação preventiva para
evitar imprevistos. A seguir, destacamos algumas medidas que
podem ser tomadas no intuito de mitigar os riscos e/ou prejuízos,
em consonância as cláusulas da Apólice de Seguro de Crédito.
• Necessidade da documentação
a. Seguro de Exportação
Documentar toda a negociação, seja através de e-mails ou
contratos: pedido de compra, vistorias, laudos, aprovações,
entre outros. É sempre mais seguro que a pro forma seja
assinada pelo comprador (importador).
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sinistros
b. Seguro de Crédito Interno
Toda tratativa deve ser documentada, ressaltando a suma
importância das seguintes situações:
Atentar-se à devida assinatura do cliente no comprovante de
entrega da mercadoria em se tratando de contrato/negociação;
confissão de dívida; operação vendor; entre outros.
Os aludidos documentos deverão estar devidamente assinados
pelos responsáveis, posto que na regulação de sinistro e
principalmente na recuperação do crédito, a hipótese da
mitigação do prejuízo na esfera judicial é previsível e toda
documentação é imprescindível para o embasamento judicial.
• Modos de pagamento
É importante ser cauteloso e utilizar de formas de
pagamento mais seguras, principalmente em relação aos
clientes mais novos. Por exemplo, prazos de
financiamentos mais curtos e cobrança bancária. O open
account (envio direto de documentos ao comprador) pode
ser um modo de pagamento bastante atrativo no momento
da negociação, por outro lado, pode ser um modo de
pagamento menos seguro.
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sinistros
• Respeito e atenção ao prazo de prorrogações
Quanto mais recente a dívida, mais fácil será recuperá-la. Isso
deve ser muito bem analisado com relação a clientes novos,
pois não existe um histórico de comportamento do comprador.
Caso queira conceder uma prorrogação ao cliente, tenha
certeza que o prazo de crédito estipulado na apólice está
sendo respeitado e negociar dentro deste parâmetro, caso
contrário a anuência da Seguradora é contratualmente
indispensável.
• Análise de crédito feita pela Seguradora
Vendas além do limite concedido/aprovado podem
potencializar o risco de inadimplência. Igualmente, tão logo
tome conhecimento de informações desfavoráveis do cliente, o
Segurado deverá comunicar à Seguradora.
Entende-se por informações desfavoráveis aquelas que podem
afetar a situação de crédito do comprador, como por exemplo:
Inadimplência pelo comprador junto aos seus credores;
Comunicação oficial pelo comprador relatando
impossibilidade de pagamento da dívida existente;
Emissão de cheques sem fundo ou ocorrência de
protestos de forma que caracterizem problemas de
liquidez;
Insolvência;
Histórico de prorrogações, atrasos com o próprio
segurado.
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sinistros
• Apólices que possuem cessão bancária
Alguns procedimentos, como prorrogações, necessitam da
anuência do banco, o qual foi considerado o beneficiário
da apólice. Outros podem ser feitos tanto pelo banco como
pelo Segurado (Notificação de Ameaça de Sinistro).
Portanto, é de extrema importância que a gestão da
apólice seja feita em conjunto com o banco, seguindo
todas as obrigações contratuais da apólice de seguro de
crédito.
Procedimentos de sinistros
Pode ocorrer, no entanto, que por mais que se realizem todas as
medidas preventivas, ou por um descuido, o sinistro será
inevitável. Sabemos que é um evento indesejado, pois a
ocorrência de um sinistro pressupõe uma perda.
Neste momento é necessário que você conheça bem os
procedimentos de sinistro determinados na apólice de seguro de
crédito. Pois, seguindo todos os prazos e documentações a
serem apresentadas, o processo de indenização não será
prejudicado.
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sinistros
Veja a seguir, alguns procedimentos:
• Documentos necessários em caso de sinistro
Os documentos a serem entregues diferem de seguradora para
seguradora. Veja a seguir, a relação solicitada pela Coface:
a. Seguro de Exportação
 Conhecimento de Embarque (Bill of Landing) – Original;
 Faturas Comerciais (invoices) – Original;
 Registro de Exportação Averbado;
 Declaração Valor em Aberto;
 Garantia (no caso de ser atrelada ou não a um limite
concedido pela Seguradora);
Procuração/Atos Constitutivos (se houver necessidade,
medida judicial);
E outros elencados na apólice e requeridos durante a
regulação do sinistro.
b. Seguro de Crédito Interno
 Cópia autenticada das Notas Fiscais;
 Cópia autenticada dos comprovantes de entrega;
 Protesto dos Títulos;
 Extrato de Contas a Receber;
Garantia (no caso de ser atrelada ou não a um limite
concedido pela Seguradora);
 Duplicatas ou Triplicatas;
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sinistros
 Contratos (ex. confissão de dívida);
E outros elencados na apólice e requeridos durante a regulação
do sinistro.
Esses documentos devem ser inseridos na rotina de vendas para um
cliente que conste na carteira segurada pela companhia de seguros.
• Como declarar uma ameaça de sinistro
Cada seguradora adota o seu método. No caso da Coface, a
declaração deverá ser feita através do Formulário Modelo, o qual
poderá ser encaminhado via e-mail.
• Prazo para declaração de ameaça de sinistro
O prazo deverá ser verificado nas Condições Particulares da apólice
(Cláusula Prazo Para Declarar Ameaça de Sinistro).
• Prorrogação do vencimento das faturas ao meu cliente
É possível prorrogar o vencimento das faturas, porém, a negociação
não poderá ultrapassar o Prazo Máximo de Crédito estipulado nas
Condições Particulares da apólice de seguro.
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sinistros
• Data a ser considerada para contagem do prazo para
declarar sinistro, emissão ou vencimento das faturas
Toda contagem será feita a partir da data de emissão das notas
fiscais, independente do vencimento. Já no caso de seguro
exportação, deve-se considerar a data de embarque das
mercadorias.
• Identificação do percentual de cobertura
Os percentuais de cobertura estão indicados nas Condições
Particulares da apólice de seguro de crédito.
• Forma de cálculo da indenização
O cálculo é feito com base na dívida principal (sem computar
juros). Se a dívida estiver abaixo do Limite de Crédito
estabelecido, o percentual incidirá sobre a dívida. Caso
contrário, será aplicado o percentual sobre o Limite de Crédito
aprovado pela seguradora na época da emissão (seguro
doméstico) ou embarque (seguro de exportação) das
mercadorias.
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sinistros
• Prazo para pagamento da indenização
Em caso de inadimplência, o prazo para pagamento da
indenização será de aproximadamente 180 dias. Durante os
prévios 150 dias, a seguradora fará a gestão da cobraça e findo
este prazo, a Seguradora terá 30 dias para efetuar o pagamento
da indenização desde que a documentação esteja toda
completa.
Importante: O prazo de 150 dias será computado a partir da
Autorização de Intervenção de Cobrança.
No caso de insolvência do comprador, a indenização será paga
no prazo de 30 (trinta) dias contados da data do recebimento
pela Seguradora da documentação comprovando a insolvência
do comprador e de toda a documentação justificativa do crédito.
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gestão de cobrança
Uma cobrança mais efetiva
A gestão da cobrança (ou recuperação de crédito) é de
responsabilidade da Seguradora nas situações de aviso de
sinistros. No caso da Coface, contamos com uma equipe
especializada que realiza a cobrança do devedor, seja no Brasil
ou exterior.
Com o objetivo de mitigar o prejuízo em eventual situação de
cobrança (extrajudicial/judicial), é importante que eventuais
ações anteriores à notificação de ameaça de sinistro sejam
documentadas e informadas à Seguradora, tais como:
negociações, planos de pagamento, medidas judiciais, enfim,
todo documento que suporte a relação comercial entre
Segurado e Cliente/Comprador.
Efetuar a cobrança de um cliente inadimplente sempre é uma
situação difícil. No entanto, existem algumas práticas/dicas que
podem auxiliar na obtenção de um resultado mais efetivo,
recuperando o valor mais rapidamente e sem trazer prejuízo nas
relações comerciais entre as empresas.
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gestão de cobrança
Práticas que auxiliam numa boa gestão de cobrança
1) Informações cadastrais
Deve-se sempre providenciar os seguintes dados da empresa s
clientes/compradoras:
• o endereço da matriz (e de eventuais filiais),
• telefones de contato (sempre mais de um),
• nomes e endereços de email das pessoas que podem auxiliar,
seja este o contato comercial ou um contato do departamento
financeiro,
• telefones de referências comerciais – podem ser outros
fornecedores ou a agência bancária onde ele possui conta,
• nome completo do(s) sócio(s) e, se possível, seus telefones e
endereços.
Pode parecer um exagero solicitar todas essas informações no
momento da efetivação de uma venda, mas esse é um ótimo
momento para solicitar todos os dados que serão necessários
numa eventual situação de inadimplência.
Todas essas informações podem ser facilmente obtidas pelo seu
gerente de vendas ou pelo seu representante comercial.
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26
gestão de cobrança
2) Desenvolvimento de uma política de cobrança
Da mesma forma que a sua empresa deverá ter uma política de
crédito, uma política de cobrança é essencial para uma
recuperação rápida e eficiente. Tratando-se de cobrança, o
timing da negociação é essencial para o seu efetivo sucesso .
Sendo assim, elaboramos algumas dicas para o
desenvolvimento de uma política de cobrança .
Seguem alguns dos procedimentos que consideramos
indispensáveis:
Política de cobrança
-Crie “réguas de cobrança”: determine quais procedimentos
serão colocados em prática logo no primeiro dia de atraso do
pagamento e nos dias subsequentes.
- Determine as ações tomadas para essa cobrança: se serão
via telefone, carta, e-mail, visita pessoal, bem como se serão
realizados pela área comercial, de vendas, de
exportação/importação, financeira.
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gestão de cobrança
-Defina a quantidade de ligações, envio de cartas e/ou envio de
emails: verifique a forma em que sua empresa deverá se
comunicar com o devedor (escalonando os destinatários, se
possível: analista / gerente / diretor) antes de uma tomada de
decisão mais drástica, como envio do caso a uma empresa
especializada de cobrança ou mesmo a um escritório de
advogados.
-Providencie o registro dos contatos com o cliente inadimplente
em algum sistema: sempre registre o telefone e pessoa de
contato, qual foi a ação realizada (telefônica, carta, email), se
houve uma proposta de pagamento, em que bases (juros
aplicados, descontos concedidos, quantidade de parcelas,
garantias negociadas), se houve algum questionamento em
relação à entrega da mercadoria ou do serviço prestado
(possível litígio).
-Fazer um histórico é essencial para que a negociação de
pagamento evolua e para que o cliente inadimplente perceba
que as suas promessas têm valor e que estão sendo
registradas/acompanhadas pela sua empresa.
No momento da formalização do aviso de sinistro, sempre
atentar-se se todos os procedimentos foram corretamente
seguidos pela empresa e informar tal histórico de forma
completa à Seguradora para que seja possível dar continuidade
à cobrança já realizada até então.
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glossário
A. MERCADO DOMÉSTICO
Apólice
Documento que formaliza o contrato de seguro.
Ameaça de Sinistro
Ocorre sempre que o comprador não pagar um crédito coberto
pelo seguro na data e lugar especificados no contrato de
venda.
Beneficiário
Pessoa jurídica designada pelo Segurado para receber a
indenização.
Buyer
a. Cliente (mercado doméstico): Destinatário das vendas
efetuadas e/ou serviços executados pelo Segurado, tornandose, em contrapartida, abrigado ao adimplemento do crédito
b. Importador (mercado externo): Destinatário das exportações
efetuadas e/ou serviços executados pelo Segurado, tornandose, em contrapartida, abrigado ao adimplemento do crédito.
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glossário
Coberturas
Benefícios trazidos pelo seguro.
Condições Gerais
Estabelece as regras gerais que compõem o seguro.
Condições Particulares
Estabelece regras personalizadas e particularidades do seguro de
cada empresa.
Contrato de Venda
Qualquer acordo que obrigue legalmente o comprador e o
Segurado com a finalidade de venda de mercadoria ou prestação
de serviços pelo pagamento a um determinado preço.
Crédito
Valor devido pelo comprador em razão das mercadorias vendidas
e/ou serviços prestados pelo Segurado, representado por uma ou
mais notas fiscais emitidas com base em um contrato de venda e
que se encontrem abrangidas no âmbito de aplicação do seguro.
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glossário
Indenização
Valor pago pela ocorrência de um risco de crédito coberto pelo
contrato de seguro.
Insolvência
A empresa, seja o Segurado ou o comprador/importador, é
considerada em estado de insolvência quando:
• da homologação do plano de recuperação extrajudicial;
• do deferimento do processamento da recuperação judicial;
• venha a ser detectada a falência por sentença judicial;
• houver a declaração da liquidação, judicial ou
extrajudicial, da empresa;
• for verificada a existência de acordo judicial ou
extrajudicial para pagamento das dívidas vencidas ou
vincendas da empresa com a totalidade de seus credores.
Litígio
Qualquer discordância, judicial ou extrajudicial, envolvendo o
montante do crédito ou a validade dos direitos do Segurado,
inclusive qualquer discordância relativa à compensação de valores
devidos pelo Segurado ao seu comprador.
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glossário
Limite de Crédito
Estabelece o valor máximo coberto pela Seguradora para
cada comprador/importador (buyer).
Prêmio de Seguro
É o valor pago pelo Segurado à Seguradora, em razão do
risco de crédito assumido.
Segurado
Pessoa jurídica ou entidade titular da apólice que, tendo
interesse segurável, contrata um seguro, em seu benefício ou
cede seus direitos a terceiros.
Sinistro
Risco de crédito que dá lugar ao pagamento da indenização.
Vencimento
Data em que o comprador está obrigado a efetuar o
pagamento de um crédito, conforme previsto na nota fiscal.
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glossário
B. MERCADO DE EXPORTAÇÃO
Ameaça de Sinistro
Ocorre sempre que o importador não pagar um crédito coberto pela
presente apólice na data, moeda e lugar especificados no contrato
de venda.
Apólice
Instrumento do contrato de seguro que estabelece os direitos e
obrigações da Seguradora e do Segurado.
Beneficiário
Pessoa jurídica designada pelo Segurado para receber a
indenização.
Importador
Destinatário das exportações efetuadas e/ou serviços executados
pelo Segurado, tornando-se em contrapartida, obrigado ao
adimplemento do crédito.
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glossário
Informe do Exportador
Formulário inicial, contendo um questionário detalhado, que
deve ser preenchido pelo Segurado. As informações prestadas
no informe do exportador serão aquelas utilizadas para emissão
da proposta e das condições particulares da apólice.
Vencimento
Data em que o importador está obrigado a efetuar o pagamento
de um crédito, conforme previsto na fatura comercial.
Venda à vista contra apresentação de documentos
São vendas cujas condições de pagamento são aquelas em
que o Segurado conserva e mantém a titularidade sobre as
mercadorias até o momento em que seja feito o pagamento
integral e efetivo das mesmas à entidade encarregada de
entregar ao importador, os respectivos títulos representativos ou
outros documentos.
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sobre a Coface
O Grupo Coface, um líder mundial em seguro de
crédito, oferece às companhias ao redor do mundo,
proteção contra o risco financeiro de inadimplência
de seus clientes, tanto no mercado doméstico
quanto para exportação. Em 2011, o Grupo Coface
registrou um volume de negócios consolidado de €
1.6 bilhões de euros, com 4.600 funcionários
fornecendo um serviço global em 66 países. A cada
bimestre, a Coface publica suas análises de riscopaís de 157 países com base no seu conhecimento
exclusivo do comportamento de pagamento das
companhias e no expertise dos seus 250 analistas
de risco.
Na França, a Coface gerencia garantias públicas à
exportação em nome do governo francês.
A Coface é subsidiária do Natixis cujo capital próprio
(Tier 1) foi de EUR 16.4 bilhões ao final de
dezembro de 2011.
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Guia Coface de Seguro de Crédito Consciente
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Coface Seguros
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