A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO PARA ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES:
UMA ANÁLISE DOS CURRÍCULOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPE
PARA ATUAÇÃO NA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS
Elaine Cristina Pereira de Aguiar1
Gérsyka Fernanda Correia de Freitas2
Irleide Viturino da Silva3
Ana Cristina Baptistella4
RESUMO:
Este texto apresenta elementos para uma reflexão a partir da análise do resultado
de uma pesquisa que objetivou identificar se o curso de pedagogia da Universidade
Federal de Pernambuco prepara o profissional para atuar na área de Recursos
Humanos. Para se fazer a relação entre formação e a atuação do pedagogo na área,
nos apoiamos em pesquisadores como LIBÂNEO (2007), RIBEIRO (2008),
BRANDÃO (1981) e TOLEDO (1987) que defendem a idéia de que as áreas de
atuação do pedagogo estão cada vez mais amplas na sociedade e que isso deve ser
contemplado na formação desse profissional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa
com entrevistas semi-estruturadas aplicadas com estudantes e professores do curso
de pedagogia da UFPE, pedagogos já formados nesta instituição que atuam em RH e
as empresas que os contrataram. Analisamos também os últimos currículos do curso
a fim de identificar se os mesmos vêm acompanhando a ampliação da área de
atuação do pedagogo.
Palavras-chave: Currículos de pedagogia, Formação do pedagogo, atuação em
Recursos Humanos.
INTRODUÇÃO
Como graduandas do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de
Pernambuco, sentimos a necessidade de compreender se a nossa formação é
1
Graduanda do 9º período do curso de Pedagogia da UFPE.
Graduanda do 9º período do curso de Pedagogia da UFPE.
3
Graduanda do 9º período do curso de Pedagogia da UFPE.
4
Profª. Drª. do Departamento de Administração Escolar do Centro de Educação da UFPE.
2
2
suficiente para o ingresso em qualquer espaço que requeira o desenvolvimento de
práticas pedagógicas, em específico, no âmbito empresarial.
Sendo assim, este estudo busca verificar se o curso de Pedagogia desta
Instituição prepara o pedagogo para o desafio de atuar em espaços não-escolares,
mais especificamente, na área de Recursos Humanos, pois histórica e culturalmente
o pedagogo sempre atuou na educação escolar e sua inserção nas empresas tem se
dado de maneira importante, porém lenta e gradual.
Mas antes de iniciarmos esta discussão, torna-se indispensável apresentarmos o
conceito de educação que fundamenta esta pesquisa, conceito esse que sofreu
ampliação devido às transformações contemporâneas e que é definido por Brandão
(2006) da seguinte forma:
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola,
de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida
com ela: Para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para
saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos
a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação?
Educações. (...) Não há uma forma única nem um único modelo de
educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez
nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática... (p. 7 e 9).
Estando a educação presente em diferentes esferas da sociedade, torna-se
necessário um pedagogo capaz de intervir nesta realidade, de forma a dar
intencionalidade ao processo educativo, isso requer que a sua formação seja ampla
de tal forma que o mesmo acompanhe as transformações do meio social. Sabendo
disso, sentimos a necessidade de investigar se o curso de Pedagogia da UFPE vem
acompanhando as mudanças ocorridas no âmbito pedagógico fora do espaço escolar,
mais especificamente no ambiente corporativo, e de que forma contribui para essa
inserção do pedagogo neste espaço.
Este estudo originou-se de nossas indagações no decorrer do curso como
conseqüência da disparidade existente entre a ampliação dos espaços de atuação do
pedagogo e a sua formação, sinalizando que a mesma está voltada primordialmente
ao magistério, tratando assim, a atuação em espaços extra-escolares de forma
marginal.
Para responder aos nossos questionamentos, iremos analisar as duas últimas
reformas curriculares do curso de Pedagogia da UFPE, bem como buscar
compreender através de pesquisa qualitativa, utilizando-se de questionários semi-
3
estruturados, o que pensam os discentes que pretendem atuar na área, alguns
docentes do curso, os pedagogos formados nesta instituição que atuam em RH e as
empresas contratantes destes profissionais, a fim de identificar se a graduação em
Pedagogia da UFPE vem acompanhando as mudanças ocorridas no âmbito da
pedagogia empresarial.
Face às diversas possibilidades de contribuição deste profissional na sociedade
do conhecimento, Libâneo (2007) afirma que:
O curso de pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um
profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para
atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não-formal e
informal, decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos
atores sociais (...) – não apenas na gestão, supervisão e coordenação
pedagógica de escolas, como também na pesquisa, na administração
dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de
políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas
várias instancias de educação de adultos, nos serviços de
psicopedagogia e orientação educacional... (p. 38-39).
Portanto, é preciso preparar profissionais de pedagogia para desenvolver
atividades nas diversas esferas da sociedade dentre elas na área corporativa,
atendendo, dessa forma, a multidimensionalidade do processo educativo, permitindo
assim que os pedagogos ocupem outros espaços que não sejam apenas a escola,
acabando com a idéia de que a mesma seria o único espaço possuidor das práticas
pedagógicas.
Assim, é imprescindível dentro dos espaços extra-escolares a educação como
ferramenta para formação de profissionais críticos e reflexivos capazes de entender
e modificar a sua realidade.
Ainda segundo Libâneo (2007):
É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que as
práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida
social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos à
docência, embora estas devam ser a referência da formação do
pedagogo escolar. Sendo assim, o campo de atuação do profissional
formado em Pedagogia é tão vasto quanto são as práticas educativas
na sociedade. Em todo lugar onde houver uma prática educativa com
caráter de intencionalidade, há aí uma Pedagogia. (p.51).
Diante disso, torna-se necessário que o profissional de Pedagogia esteja
preparado para ingressar no mercado de trabalho, a fim de desenvolver habilidades e
4
atividades de planejamento, avaliação, organização de projetos de aprendizagem, além
de desempenhar funções docentes em cursos de capacitação e aperfeiçoamento
profissional em serviço, assessoramento, coordenação pedagógica e pesquisa
educacional em diversos espaços não escolares. Para que estas necessidades sejam
supridas, a Universidade precisa estar atenta ao seu papel e proporcionar aos alunos o
desenvolvimento dessas competências.
Optamos, assim, por investigar se o curso de Pedagogia vem acompanhando às
demandas presentes no mundo do trabalho, diante do que denominamos de Sociedade
do Conhecimento, como também compreender o que pensam o corpo docente e discente
desta instituição e das empresas com relação aos novos conceitos de atuação dos
pedagogos em espaços não escolares, e se estes têm encontrado espaço nas empresas,
nos setores de Recursos Humanos como, por exemplo, na coordenação de projetos,
programas de treinamento de funcionários e etc.
Essa é a nossa preocupação central, ou seja, o que nos leva a desenvolver essa
pesquisa, visando contribuir com a mesma para que ocorram as mudanças necessárias a
fim de se estabelecer uma formação mais ampla do profissional de Pedagogia.
Para isso, faremos análises dos dois últimos currículos do curso de Pedagogia da
UFPE, a fim de identificar a presença de subsídios para atuação desse profissional na
área de Recursos Humanos. Realizaremos, ainda, o recolhimento e sistematização da
opinião dos docentes, discentes, profissionais atuantes e empresas contratantes sobre a
formação que o Pedagogo tem na UFPE.
BREVE HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA NO BRASIL E
NA UFPE
Diante da necessidade de se formar docentes para atuar em escolas secundárias
foi criado no Brasil o curso de Pedagogia juntamente com outras licenciaturas pelo
decreto lei nº 1190 de 1939 na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade
do Brasil. A princípio o curso visava a dupla formação nas habilitações em Bacharel e
Licenciatura na área pedagógica constituída de disciplinas de natureza pedagógica a
serem cursadas no período de um ano juntamente com disciplinas de conteúdo com
duração de três anos . Assim, formava-se primeiramente o bacharel (nos três anos de
5
curso) em seguida se fazia o curso de didática (com um ano de duração) o chamado
3+1.
Em 1962 o curso sofreu algumas mudanças em sua estrutura permanecendo assim
até o ano de 1969 quando se pensou na abolição dessa distinção entre bacharelado e
licenciatura criando-se então as habilitações, cumprindo-se o que dizia a lei 5540/68.
Contudo a divisão do curso permaneceu de forma diferenciada ficando dividido em dois
blocos distintos, ou seja, disciplinas de fundamentos de educação e as habilitações
específicas. A partir daí, o curso passou a formar o especialista em educação, podendo
atuar nas áreas de supervisão, orientação, administração, inspeção escolar e etc., como
também a docência para os primeiros anos do ensino fundamental.
Nesse mesmo contexto o Parecer CFE n° 252/69, incorporado à resolução CFE n°
2/69 fixava ao profissional formado em Pedagogia o título de Licenciado entendendo,
por assim dizer, que este poderia exercer o magistério no Curso Normal, porém não lhe
era garantido o mesmo exercício no magistério primário, pois, para isso, era exigida
mais qualificação para que lhe fosse cedido este direito.
Essa legislação estabelecia também uma base comum às disciplinas do curso de
Pedagogia, partindo do princípio de que para se obter as habilitações era necessário,
antes, ter uma base comum de estudos onde seriam trabalhados os conceitos básicos
fundamentais para qualquer formação profissional na área, seguida de uma parte
diversificada que atenderia as habilitações.
A partir daí, várias discussões vão ser levantadas acerca da temática de
fragmentação do Currículo de Pedagogia no Brasil que refletem não apenas na sua
formação como também na sua identidade. Nesses debates a temática recaía sobre a
reformulação do curso de Pedagogia, mais especificamente, o estabelecimento da Base
Comum Nacional.
Num desses encontros que aconteceram em Belo Horizonte, o princípio “A
docência é a base da identidade profissional do educador” gerou descontentamento
entre os educadores, pois a docência como base do Curso de Pedagogia era totalmente
combatido por eles que também eram contra o estabelecimento de uma especificidade
do curso.
Com isso, voltou-se a ser discutida nos debates a questão relativa á Base Comum
Nacional. Em 1994, foram apontados os entendimentos acerca da mesma, ficando
acordado que:
6
•
A
Base
Nacional
garantiria
uma
prática
comum
educacional
independente da escolha de sua área de atuação, estendendo-se a todas as licenciaturas
com o objetivo de desenvolver reflexões acerca das questões educacionais e da
realidade em que pretende atuar;
•
A base comum compreenderia uma concepção básica da formação do
educador que se caracteriza numa visão de um profissional comprometido com o espaço
e o tempo atual, como também, com a construção de uma sociedade justa e democrática;
•
A base comum incluída nas várias licenciaturas teria como objetivo
formar uma consciência crítica e estabelecer um compromisso político do profissional.
Esses debates se transformaram num verdadeiro movimento nacional em defesa
de uma política global para a formação dos profissionais da educação. O resultado disso
culminou em novas condições a serem dadas para a formatação do curso de Pedagogia e
das demais licenciaturas.
Nessa perspectiva, o curso de Pedagogia rompeu com o paradigma de formação
docente que persistia no Brasil nas últimas décadas. Porém, sabemos que o fator
impulsionador dos movimentos de reformulação do Curso de Pedagogia foi o ideal para
formar o especialista em professor, sendo esta, uma visão reducionista e tecnicista do
educador. Com isso, alguns cursos passavam ao largo da temática das mudanças
decorridas no mundo do trabalho, atualizando conteúdos e introduzindo novas
perspectivas.
Diante disso, o Conselho Nacional de Educação apresentou uma proposta de
diretrizes curriculares, em que se assumia o ideal de que o Curso de Pedagogia formava
o profissional para atuar no ensino, na organização, na gestão de sistemas e difusão de
saberes nas diversas áreas do conhecimento, tendo a docência como base obrigatória de
sua formação profissional.
Essa reformulação abrangia os campos de atuação do pedagogo, rompendo com a
tradição tecnicista que separava a teoria da prática. Ficou entendido que o pedagogo
necessita de uma formação diversificada, de forma a atender as diferentes demandas
sociais, como também, articular a sua formação aos aspectos inovadores presentes no
mundo contemporâneo.
Desde o seu surgimento o curso de Pedagogia da UFPE, reconhecido pelo
Decreto Lei Federal n°. 1.254/50, DOU de 08/12/50, possui a docência como eixo
norteador e, a partir de 2001.1, foi instituída a prática pedagógica como eixo articulador
dos diversos componentes curriculares.
7
A sua grade curricular composta no ano de 1986 trazia as seguintes disciplinas
distribuídas em 7 (sete) grupos:
-Ciclo Geral
-Ciclo Profissional (Tronco Comum)
-Habilitação para o Magistério de 2° Grau.
-Habilitação em Administração Escolar
-Habilitação em Supervisão Escolar
-Habilitação em Orientação Educacional
-Eletivas.
Assim como era estabelecido, o curso continha ciclo geral ou tronco comum
juntamente com as disciplinas específicas para se obter as habilitações e quantas mais o
aluno quisesse cursar até completar a carga horária de 2.290 horas.
Contudo, a partir de 1987 os currículos do curso de Pedagogia sofreram quatro
reformulações, sendo duas totais (1987 e 1988), e duas parciais (1989 e 1990).
No ano de 1987 houve uma reforma curricular do curso de Pedagogia que traria
algumas modificações em sua estrutura e estas seriam implantadas no ano seguinte.
Assim, estabeleceu-se a obrigatoriedade da habilitação do Magistério com disciplinas
que seriam integradas no tronco comum do curso, sendo verificadas também outras
alterações envolvendo a criação de disciplinas obrigatórias, mudanças de epígrafe,
desdobramento de disciplinas, exclusão de disciplinas obrigatórias e eletivas e
transformação de disciplinas eletivas em obrigatórias. Compôs-se então a seguinte grade
curricular:
-Ciclo Geral
-Ciclo Profissional -Tronco Comum ( incluindo o Magistério )
-Habilitação em Administração Escolar
-Habilitação em Supervisão Escolar
-Habilitação em Orientação Educacional
-Eletivas de cada habilitação
-Eletivas gerais
A reforma curricular de 1988, implantada no ano seguinte, tinha como objetivo
aperfeiçoar a reforma já implantada a partir de 1986.2, definindo as habilitações, como
também, promover outras alterações que compreendiam a criação e exclusão de
disciplinas obrigatórias e eletivas, alterações de carga horária e requisitos e fusão de
disciplinas sem alterar a estrutura da grade mencionada anteriormente.
8
As duas últimas modificações curriculares implantadas em 1990 e em 1991 foram
parciais, reajustando apenas o perfil já aprovado em 1988, alterando os requisitos, carga
horária e criando disciplinas obrigatórias.
Ressaltando o princípio de uma formação ampla para o profissional de Pedagogia,
em que este poderá atuar em todas as áreas de educação, o Manual Acadêmico do Curso
de Pedagogia da UFPE (2003) afirma que:
O pedagogo também atua na Educação Infantil, na Educação de
Jovens e Adultos e na Educação Especial. Além da docência, o
pedagogo atua na gestão de sistemas e unidades escolares, na
coordenação pedagógica e em projetos educacionais escolares e não
escolares. (p. 4).
Com isso, entendemos que o lugar de atuação do Pedagogo não está restrito às
escolas e que o seu destino também não é apenas a docência, mas sim que este
profissional merece espaço em todos os âmbitos onde há possibilidade de se
desenvolver uma prática pedagógica.
RECURSOS HUMANOS E PEDAGOGIA
A expressão Recursos Humanos passou a ser utilizada na década de 70 para
designar o campo da Administração que trata dos aspectos relativos ao elemento
humano, ou seja, aos problemas de pessoal de qualquer agrupamento organizado. Neste
período as pessoas eram vistas como meros recursos, porém, atualmente, são vistas
como colaboradores que impulsionam a organização.
Toledo (1987) define a área de RH como um conjunto de princípios, estratégias e
técnicas que visam contribuir para a atração, manutenção, motivação, treinamento e
desenvolvimento do patrimônio humano de qualquer grupo humanizado. Tendo como
algumas das principais funções: treinamento, aconselhamento, contribuição para um
clima motivacional de ensino, seleção de pessoal, consolidação de integração grupal,
através da discussão e estabelecimento conjunto de objetivos, motivação do grupo,
capacitação para o desempenho da função, contribuição para o desenvolvimento dos
elementos jovens e etc, tendo como objetivo aumentar o índice de participação das
pessoas nas atividades organizacionais, o que resulta em condições propícias à sua autorealização.
9
Alguns autores, como Gil (2001), afirmam que a expressão “Gestão de Pessoas”
seria mais adequada para representar os desafios profissionais no mundo cada vez mais
globalizado, pois dá idéia de que gerir pessoas com seus problemas, angústias e alegrias
é diferente de administrar apenas “recursos”. Entendidas desse modo as pessoas
constituiriam o capital intelectual da organização, devendo, portanto, serem tratadas
como parceiros do negócio e não apenas como simples empregados contratados.
Para a Pedagogia, Recursos Humanos trata de pessoas em sua totalidade e não as
percebe apenas como recursos, pois se tratando de um curso de base humanista, ele vê o
ser humano dentro das diversas esferas, seja psicológica, sociológica, filosófica,
antropológica, enfim, levando em consideração todas as influências e vivências do
indivíduo.
Percebe-se a importância de se ter um pedagogo na empresa a partir do momento
que a mesma pode ser considerada um espaço educativo que se estrutura como uma
associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos. Cabe à
Pedagogia a busca de estratégias para a realização desses ideais e objetivos
precisamente definidos, ou seja, neste contexto a Pedagogia tem como finalidade
principal provocar mudanças no comportamento das pessoas de modo que estas
melhorem tanto a qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal. Dessa
forma, é essencial desenvolver a sensibilidade para atender às adequações do indivíduo
e da própria organização.
ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO RH
Com a nova concepção acerca do papel dos indivíduos nas organizações, o RH
sofreu mudanças e passou a exigir profissionais que mostrassem competências como:
espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação
clara
e
objetiva,
flexibilidade,
adaptabilidade,
criatividade,
pró-atividade
e
aprendizagem contínua. Foi neste contexto que a Pedagogia Empresarial ganhou força e
tornou-se uma das possibilidades de atuação do Pedagogo.
Etnologicamente, a palavra grega “pedagogo” significa “condutor”, ou seja,
aquele profissional que sabe conduzir o processo educativo, conseguindo mudar certos
comportamentos em direção de seus objetivos. Cabe ao Pedagogo ter em mente que as
iniciativas de educar devem partir dele e não apenas das organizações.
10
Com as “novas” exigências, a Pedagogia Empresarial se apresenta segundo
Ribeiro (2008), “... como um elemento de articulação entre o desenvolvimento das
pessoas e as estratégias organizacionais.” (p. 10), levando o RH a se tornar mais
sensível às dinâmicas das relações indivíduo-sociedade, compreendendo que acima de
tudo o espaço organizacional valoriza a dimensão e a dignidade humana, sendo um dos
propósitos a qualificação de todo pessoal elevando a qualidade e a produtividade
organizacional.
Para que sejam cumpridos os propósitos da Pedagogia Empresarial, cabe ao
profissional de Pedagogia deter uma formação filosófica, humanista e técnica para que
possa desenvolver a capacidade de atuação junto aos Recursos Humanos da empresa.
Segundo Ribeiro (2008):
Um processo de formação mais efetivo inclui disciplinas, como
Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações Empresariais,
Administração do conhecimento, Ética nas Organizações,
Comportamento Humano nas Organizações e Mudanças nas
Organizações, educação e Dinâmica de Grupos, Relações
interpessoais nas Organizações, desenvolvimento Organizacional e
Avaliação de Desempenho. (p. 13).
Para atender a esse processo de formação mais efetivo, é necessário que os cursos
vigentes nesta área passem a oferecer uma formação mais direcionada para essas novas
demandas, não só a Pedagogia Empresarial, mas toda Pedagogia que não se dá em
espaço escolar.
Observa-se ainda que, as atividades do Pedagogo Empresarial encontram-se
relacionadas a quatro campos específicos: atividades pedagógicas, sociais, burocráticas
e administrativas. E estas permitem a atuação em escolas e empresas em função de
natureza técnico-pedagógica e administrativa. (Ribeiro, 2008).
O Pedagogo empresarial recebe novas funções, passando a ser o motivador, o
formador e mediador de novas e diferentes estratégias nas diversas instâncias do sistema
organizacional, sempre com o objetivo de promover o desenvolvimento das
competências humanas, como também atender as demandas do mercado. Acima de
tudo, este profissional visa obter o crescimento pessoal e profissional de cada membro
da organização, independente do nível de hierarquia, ou seja, adquirindo cada vez mais
conhecimento, interagindo, ouvindo e interpretando as necessidades do trabalho das
equipes.
11
Assim, é importante observar que ao Pedagogo Empresarial é solicitada uma
formação específica, que contemple a dualidade na visão da empresa e do indivíduo,
esperando-se deste profissional que ao implantar na organização fatores como
desenvolvimento, solidariedade e crescimento pessoal, adquiram uma nova cultura de
mudanças significativas de comportamento.
METODOLOGIA
Este estudo se desenvolveu a partir das indagações acerca da formação do
pedagogo na UFPE e o reconhecimento de novos espaços de atuação, pois identificamos
na sociedade do conhecimento uma ampliação do campo pedagógico dentro do espaço
empresarial. Para responder a estes questionamentos realizamos uma pesquisa, que
segundo Minayo (1994) é a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção
da realidade, vinculando pensamento e ação, visto que “... nada pode ser
intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da
vida prática”. (p. 17)
Esta pesquisa teve caráter primordialmente qualitativo, pois esse tipo de
abordagem nos possibilita a obtenção de uma profunda compreensão do contexto da
situação. Sobre isso, Teixeira (2007) afirma que:
Na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância
entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da
análise fenomenológica, isto é, da compreensão dos fenômenos pela
sua descrição e interpretação. (p. 137).
A princípio, realizamos uma análise documental dos currículos do Curso de
Pedagogia da UFPE com o objetivo de verificar a historicidade e as mudanças ocorridas
em seu perfil desde o seu surgimento até os dias atuais em relação aos conteúdos e
disciplinas voltadas á preparação do profissional para a área de Recursos Humanos.
A análise documental segundo Caully (1981) (apud Ludke e André, 1986) “busca
identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de
interesse.” (p.38) visto que eles constituem um conjunto de informações onde estão
registrados fatos e dados que compõem a historicidade de um determinado
acontecimento ou processo.
12
Dessa forma, esta análise documental busca subsidiar os dados obtidos por meio
das entrevistas que foram realizadas como forma de fundamentar o nosso estudo. Sobre
isso Ludke e André (1986) afirmam que:
Os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde
podem ser retiradas evidências que fundamentem afirmações e
declarações do pesquisador. Representam ainda uma fonte “natural”
de informação. Não sendo apenas uma fonte de informação
contextualizada, mas surgem num determinado contexto e fornecem
informações sobre esse mesmo contexto.(p. 39)
Este processo de análise contou também com o suporte de entrevistas semiestruturadas através de questionários individuais que foram aplicados com 20 sujeitos, a
fim de verificar suas opiniões a respeito da formação do Pedagogo na UFPE e de sua
atuação na área de Recursos Humanos de empresas. Sobre isso, Triviños (1987) (apud
Beuren (org.), 2004) afirma que:
A entrevista semi-estruturada é a que parte de certos questionamentos
básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e
que, em seguida, adicionam-se a uma grande quantidade de
interrogativas, fruto de novas hipóteses que surgem no transcorrer da
entrevista. Assim, o informante, seguindo espontaneamente sua linha
de pensamento e suas experiências cotidianas, influencia a elaboração
do conteúdo da pesquisa. (p.133)
Os sujeitos foram assim distribuídos:
•
5 (cinco) discentes que, atualmente, cursam a Disciplina de Recursos
Humanos e querem ingressar nesta área, a fim de identificar o que os levou a essa
escolha;
•
5 (cinco) docentes que lecionam no Curso de Pedagogia desta Instituição,
com o objetivo de identificar suas percepções sobre a formação do pedagogo para a
atuação em espaços extra-escolares;
•
5 (cinco) profissionais de Pedagogia que atuam na área corporativa , a
fim de analisar se o curso ofereceu subsídios suficientes para sua atuação;
•
5 (cinco) responsáveis pelas contratações nas empresas onde atuam
pedagogos formados na UFPE, com o intuito de analisar o que os levou a optar por
pedagogos e se consideram que o profissional formado nesta instituição já possui
conhecimento necessário ou se necessita de alguma qualificação especifica.
13
A partir das respostas apontadas pelos sujeitos dessa pesquisa, obtidas por meio
da entrevista, juntamente com os resultados da análise documental realizada com os
currículos do Curso de Pedagogia oferecido pela UFPE, iremos discutir, no decorrer da
pesquisa, de que maneira foram e como vem sendo tratados e pensados os componentes
curriculares desse curso em relação à preparação do Pedagogo para atuar na área de
Recursos Humanos, como também se os saberes compreendidos em sua formação são
suficientes para atuar nesses espaços.
Para reforçar e validar as questões levantadas em nossa pesquisa, contamos com o
apoio de nosso marco teórico, tendo como base a opinião de alguns autores como
Libâneo e Brandão que defendem a idéia de que existem vários tipos de educação e que
o processo educativo não acontece apenas no ambiente escolar. Eles defendem também
que a educação acontece nos espaços corporativos como, por exemplo, nas empresas
como forma de preparação e capacitação dos profissionais que as constituem.
ANÁLISE DE DADOS
Durante a nossa pesquisa identificamos que o curso de pedagogia oferecido pela
UFPE deixa evidente que o seu eixo norteador é a docência, mas que a atuação é ampla.
Apesar de deixar clara a possibilidade de atuar em outros espaços, suas reformas nunca
se mostraram preocupadas em propor tal preparação.
Analisando os últimos currículos do curso de Pedagogia (perfis 1317, 1321 e
1322) identificamos que as modificações ocorridas entre os dois primeiros, tratam-se
apenas de uma reforma estrutural, ou seja, no que diz respeito à carga horária e créditos
de determinadas disciplinas, mantendo como eixo norteador o magistério, representado
por disciplinas como as metodologias, PPPs, fundamentos e introduções que
especificam as demais ramificações do campo educacional.
Em relação aos perfis 1321e 1322, referentes à última reforma curricular
implantada no ano de 2008, pudemos identificar uma mudança mais acentuada do que a
ocorrida anteriormente, pelo fato de se manterem algumas disciplinas, da modificação
em disciplinas já existentes (como por exemplo, as PPPs) abrangendo espaços escolares
e não-escolares, a transferência de disciplinas que antes possuíam caráter obrigatório
que passaram a ser eletivas e vice-versa, como também o surgimento de outras
disciplinas que têm por objetivo oferecer ao Pedagogo uma visão mais ampla acerca do
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universo educacional, abordando aspectos como, por exemplo, Movimentos Sociais,
Educação Inclusiva, Libras, Tendências e o Desenvolvimento Humano, Cultura
Organizacional e Educação, Políticas Educacionais, Tecnologias da Informação e
Comunicação, Braile e Tecnologias Associadas, Políticas de Educação Não-Formal,
Impactos nas Interações Educacionais, Sexualidade, Adolescência e Juventude
Contemporâneas.
Vale salientar que a disciplina Recursos Humanos em Educação não se faz
presente no novo perfil, sendo criadas duas disciplinas que visam o desenvolvimento de
projetos educacionais em espaços não-escolares: PPP 1 (Processos formativos em
espaços não escolares) que é obrigatória e a disciplina eletiva Gestão Educacional em
Espaços Não Escolares.
Diante dessa análise curricular que, como pudemos observar, pouco favorece uma
possível atuação do pedagogo em espaços não escolares, decidimos analisar como isso
se reflete na prática, como podemos ver a seguir:
ALUNOS
ALUNOS
ANO DE CONCLUSÃO
Aluno A
2011.1
Aluno B
2010.2
Aluno C
2010.2
Aluno D
2010.1
Aluno E
2011.1
Quadro 01 – Alunos vinculados ao curso de Pedagogia da UFPE e ano de conclusão
No decorrer do processo de aplicação dos questionários com alunos vinculados ao
curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco e que têm interesse em
atuar na área de Recursos Humanos, buscamos identificar os seguintes aspectos: o que
levou os alunos a cursar a disciplina de RH, já que a mesma é eletiva, porque
escolheram atuar na área de RH e se os mesmos acreditam que o curso os prepara para
essa atuação.
Ao analisarmos as respostas obtidas, percebemos que houve certa unanimidade
quanto aos motivos que os levaram a cursar a disciplina, pois todos eles afirmam que
enxergam nela uma possibilidade de conhecer outros diferentes espaços de atuação do
15
Pedagogo fora da escola, como afirma um dos alunos: “Porque acredito que existe
espaço para o Pedagogo atuar fora da sala de aula”. (Aluna D).
Outro aluno optou por cursar a disciplina de RH em busca de um complemento à
sua formação:
Para me dar uma formação complementar ao curso de Pedagogia e me
preparar para atuar em outra área que não seja apenas a sala de aluna.
(Aluna B).
Quanto à escolha de pretenderem atuar na área de RH, os motivos foram
diversificados, pois alguns têm afinidade pela área, outros buscam melhores salários e
outros buscam desenvolver relações interpessoais no setor empresarial: “Escolhi esta
área por buscar realização pessoal e um bom salário”. (Aluna B). Sobre este mesmo
aspecto outro aluno diz: “Escolhi a área de RH por ela trabalhar a relação entre as
pessoas.” (Aluna E).
Em relação à sua preparação no curso de Pedagogia da UFPE para atuação em
RH os alunos afirmam que o curso não prepara o Pedagogo para o exercício na área,
pois as disciplinas ainda são mais voltadas para o magistério:
Não muito. O curso é muito voltado para a sala de aula de Educação
Infantil e Ensino Fundamental. É preciso procurar disciplinas eletivas
para complementar os conhecimentos precisos para outras áreas.”
(Aluna B).
Acredito que o curso de Pedagogia irá me auxiliar enquanto educador,
mas preciso de outros conhecimentos para atuar nesta área. O
Pedagogo não está pronto para atuar na área de RH.” (Aluna C).
QUESTIONAMENTOS
Por que cursar a disciplina de RH?
RESPOSTAS
•
Por enxergar outra possibilidade de atuação
além da escola. (unanimidade)
Por que atuar em RH?
O curso prepara para essa atuação?
•
Afinidade;
•
Bons salários;
•
Relações interpessoais.
•
Não, pois ele é voltado para o magistério.
(Unanimidade)
Quadro 02 – Síntese das respostas dos alunos vinculados a UFPE.
16
PROFESSORES
PROFESSORES
TEMPO DE ATUAÇÃO NO CURSO
Professor A
24 anos
Professor B
12 anos
Professor C
20 anos
Professor D
14 anos
Professor E
12 anos
Quadro 03 – Professores do curso de Pedagogia da UFPE.
Na aplicação dos questionários com os professores do curso de Pedagogia da
UFPE, buscamos analisar os seguintes aspectos: se eles acreditam que o curso prepara
para atuação em espaços extra-escolares e em Rh de empresas. Nos preocupamos
também em verificar a opinião dos mesmos com relação às funções que o Pedagogo
pode desempenhar nesse espaço e se os docentes acreditam que as reformas curriculares
do curso se preocupam com tal preparação.
Ao analisarmos as respostas obtidas, percebemos que a maioria dos professores
entrevistados acredita que o curso prepara o profissional de Pedagogia para a atuação
em espaços extra-escolares, como podemos observar a seguir:
Acredito, pois a formação inicial se constitui a partir de fundamentos
advindos de outras ciências (Psicologia, Sociologia, Antropologia e
Filosofia), os quais servem de base para a produção de saberes que
possibilitam o diálogo na atuação do pedagogo, entre a teoria e a
prática. (Professora D).
Por outro lado, alguns professores dizem que a preparação para espaços extraescolares não se faz possível com o atual currículo do curso da UFPE, pois o mesmo é
voltado para o magistério, como podemos ver na fala do professor a seguir: “Não, ele
não é voltado para isso. Pois a UFPE tem um compromisso com a melhoria do ensino.”
(Professor A).
Identificamos ainda que alguns professores acreditam que tal preparação não tem
sido a principal finalidade do curso: “Sim, embora de forma preliminar. Porque o
currículo não está estruturado para dar ênfase a estes ambientes.” (Professora C)
17
Com relação à formação que o curso oferece para a atuação na área de RH e se a
mesma é suficiente, dois dos professores entrevistados afirmam que não, como podemos
ver a seguir:
O currículo vigente preocupa-se com a formação para espaços nãoescolares, porém não especificamente para a área de RH. Essa só pode
ser obtida através de formação continuada. (Professora B)
Os que afirmam que o curso prepara para a atuação em RH dizem, porém, que esta
não é suficiente.
Prepara, mas não é suficiente. Pois acredito que ainda faltam
conteúdos para embasar essa área. É preciso trabalhar os fundamentos
de RH, e o professor acompanhar o estágio nesta área de forma oficial.
(Professora C)
Sim. No entanto nenhuma formação é suficiente. Como Freire chama
a nossa atenção ela é permanente. Acredito que talvez estejam
faltando práticas formativas que levem os alunos a refletirem na
formação inicial, sobre as ações educativas existentes nesta área, mas
isso de forma critica e criativa. (Professora D)
Outro professor também afirma que sim e levanta a questão do tipo de educação
que os alunos recebem nesse tipo de preparação: “Sim, mas acredito que a educação
que o Pedagogo recebe para esse ambiente o torna um objeto de manipulação da
empresa”. (Professor E).
Quando questionados se o curso de Pedagogia abre espaço para o profissional
atuar em empresas, três dos docentes entrevistados afirmam que sim:
Apesar de a escola ser o foco principal de atuação do pedagogo, penso
que o curso também abre espaço para outras áreas e isso temos
observado pela oferta de trabalho em locais como: Aeronáutica,
DETRAN, Chesf e empresas. Isso tem sido possível a proposta do
curso de Pedagogia da UFPE. (Professora D)
Sim. Porque ele está voltado para trabalhar o ser humano na sua
formação inicial e continuada, planejando as relações pessoais e
interpessoais. E isso é muito trabalhado nas empresas. (Professora C)
Porém outros professores afirmam que o curso não se preocupa com relação à
atuação do Pedagogo nas empresas: “Penso que não há ênfase nesse aspecto”
(Professora B)
No que diz respeito às funções que o Pedagogo pode executar na empresa, os
professores mostram opiniões diversificadas:
18
Ele pode atuar no setor de RH, no que se refere à formação dos
profissionais qualificados na perspectiva da politecnia, ou seja,
autônomos, críticos e criativos; Se a empresa possuir uma creche ele
pode atuar na seleção de profissionais e elaboração do Projeto Político
Pedagógico que possibilite uma pratica pedagógica humanizadora.
Pode ser utopia, mas sem ela não há transformações sociais.
(Professora D)
Entre as respostas obtidas, existe também certa preocupação com relação às
funções realizadas pelo profissional de pedagogia dentro das empresas, por serem
semelhantes às desempenhadas por psicólogos e assistentes sociais gerando, dessa
forma, uma espécie de rivalidade. Mas, vale ressaltar que a atuação do Pedagogo se
diferencia das demais no que diz respeito à formação, desenvolvimento e capacitação
profissional pelo fato desse se preocupar com a prática educativa que se realiza como
um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana.
Quando questionados se eles acreditavam que as reformas curriculares do curso
preocupavam-se em preparar o Pedagogo para atuar na área de RH, a maioria acredita
que sim:
Acho que sim, pois nosso curso entende a Educação tanto nos espaços
formais como nos não-formais e acho que as disciplinas presentes na
nossa matriz curricular revelam essa preocupação ao longo da
formação. Não vou negar que as disciplinas de conteúdos específicos
têm uma presença marcante no curso, mas acho que no conjunto
temos uma formação que possibilita a atuação do pedagogo em outros
espaços. (Professora D)
Outro professor afirma que as reformas preocupam-se com a preparação do
profissional de Pedagogia para a área de RH, mas que elas ainda não se deram de forma
relevante: “Sim, embora ainda não tenha atingido como deveria acontecer para atuar
na pratica social. Está iniciada”. (Professora C)
Um docente afirma que as reformas curriculares contemplam mais os
conhecimentos relacionados ao exercício do magistério:
Os cursos de pedagogia das instituições públicas do país desde os anos
1980 têm como foco a docência, a formação do professor para atuar
na escola pública, esses conhecimentos a mais ou núcleos específicos
de formação tem tido espaços secundário na formação. No caso da
UFPE, insisto falta produção de conhecimento no campo que possa
alimentar e fortalecer essa formação específica. Assim, mesmo a
reforma prevendo a atuação do pedagogo em espaços não escolares,
pela razão já aqui exposta, isso não tem acontecido. (Professora B)
19
QUESTIONAMENTOS
RESPOSTAS
O curso prepara para atuação em
•
espaços não escolares e em RH?
Há formação para atuação em RH, é
Sim, o curso prepara para esta atuação.
(maioria)
•
Sim, porém não é suficiente. (maioria)
•
Formação, desenvolvimento e capacitação
suficiente?
Quais as funções que o Pedagogo
pode desempenhar na empresa?
profissional. (maioria)
As reformas do curso preocupam-se
•
Sim, mas não de forma relevante. (maioria)
em preparar para atuação em RH?
Quadro 04 – Síntese das respostas dos professores do curso de Pedagogia da UFPE.
PEDAGOGOS
PEDAGOGOS
RAMO DE ATIVIDADE DA
TEMPO DE ATUAÇÃO
EMPRESA
NA ÁREA DE RH
Pedagogo A
Empresa de Transporte Rodoviário
7 anos
Pedagogo B
Instituição de Ensino
1 ano
Pedagogo C
Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
1 ano
Aeroportuária
Pedagogo D
Empresa de Transporte Rodoviário
3 anos
Pedagogo E
Empresa de Telemarketing
2 anos
Quadro 05 – Pedagogos formados na UFPE, empresas que atuam e tempo de atuação na área de
RH.
Na aplicação dos questionários com pedagogos atuantes na área de Recursos
Humanos, gostaríamos de entender o que os motivou a atuar nesta área, as dificuldades
encontradas por eles para ingressar na mesma, se a formação obtida na UFPE foi o
suficiente para tal atuação e, ainda, identificar a opinião dos mesmos sobre a
importância da atuação do pedagogo nas empresas.
Histórica e culturalmente o pedagogo sempre atou na educação escolarizada e sua
inserção na educação nas empresas tem se dado de maneira importante, porém lenta e
gradual, por isso ao analisarmos as respostas, observamos que os pedagogos atuantes,
ao iniciarem sua graduação, não sabiam das possibilidades de sua atuação fora do
espaço escolar, como afirma uma das Pedagogas:
20
No início tinha dúvidas quanto à formação do pedagogo, em que
nichos poderiam atuar o que efetivamente poderia fazer. Até que uma
amiga, também pedagoga em formação, informou que havia essa
divisão da pedagogia, (...) (Pedagoga A)
Quanto às dificuldades encontradas para atuação, os profissionais foram
unânimes ao afirmar que tiveram dificuldades para ingressar na área, seja por falta de
conhecimento das empresas, seja por falta de preparação deste profissional, como
segue:
Sim, encontrei bastante dificuldade. A maioria das organizações,
assim como os profissionais que trabalham na área de RH,
desconhecem o trabalho do pedagogo nas organizações. (Pedagogo
B).
Algumas, porém em relação ao que fazer enquanto pedagoga na área
de RH, pois não havia literatura sobre, nem outros profissionais de
educação ligados à área... (Pedagoga A)
(...) sinto dificuldades sobre as teorias de RH, aprendi tudo que sei
hoje na prática, a formação teórica para mim ainda é um desafio que
procuro minimizar estudando sobre tudo que estou fazendo e é claro
perguntando sobre tudo que tenho dúvida aos demais profissionais da
área. (Pedagoga D)
Quanto ao percurso desses profissionais, a maioria afirma ter tido experiência
primeiro em sala de aula e que a atuação em Rh se deu por conseqüência da curiosidade
e das oportunidades que apareceram e que não foram desprezadas, o que pode ser
observado na fala desta Pedagoga:
(...) em 2003, entrei no IMIP, onde havia uma grande defasagem em
treinamento, pois ninguém tinha formação na área educacional,
portanto os treinamentos desenvolvidos eram apenas os da área
médica(...)os programas educacionais existentes hoje em
funcionamento lá, foram os criados na época da minha atuação. Havia
também supletivo, para os funcionários analfabetos com mais de 40
anos de casa (...) (Pedagoga A).
Ao serem questionados sobre a suficiência da formação proposta pela UFPE para
atuação na área de RH, quatro dos entrevistados deram respostas negativas, pois
acreditam que o curso é muito voltado para o magistério, como afirmam alguns
pedagogos a seguir:
21
Não, o curso oferece subsídios apenas para o trabalho do pedagogo
dentro dos muros da escola, mesmo assim, focada na formação
docente, evidenciando pouco a formação do pedagogo especialista
(Supervisor, coordenador, Gestor escolar). (Pedagoga C).
Não. O pedagogo formado pela UFPE não está preparado para atuar
nesta área, pois é normalmente inserido no contexto escolar formal,
enquanto pesquisador. Precisei errar bastante, descobrir com a
experiência, ler muitos livros, ir a varias palestras e fazer muitos
cursos na área. E digo que ainda preciso aprender bastante. (Pedagoga
A).
Quanto à opinião dos pedagogos atuantes, percebemos que todos acreditam que é
de extrema importância a presença do Profissional de pedagogia em espaços não
escolares, como afirma a pedagoga a seguir:
A formação do pedagogo o deixa apto para trabalhar com educação, e
como sabemos a escola não é o único espaço educacional presente em
uma sociedade. Embora concorde que o curso de pedagogia da uma
ênfase maior para a atuação em escola, vejo que o curso prepara a
sensibilidade, podendo perceber o ato educacional nas suas múltiplas
dimensões. (Pedagoga E)
Ou seja, a visão ampla advinda da sua formação sobre as ciências aplicadas à
educação, o pensamento estruturado e o modelo mental que o curso de pedagogia
proporciona, aliados organização e planejamento dão ao pedagogo condições de
desenvolver um trabalho multidisciplinar nas organizações empresarias trazendo assim
inúmeras contribuições para a sociedade.
QUESTIONAMENTOS
O que os motivou a atuar na área de
RESPOSTAS
•
RH?
Outros profissionais atuantes na área.
(maioria)
Que dificuldades você encontrou ao
•
Insuficiência da preparação para atuação.
ingressar nessa área?
•
Falta de conhecimento por parte das
empresas.
A formação que obteve no curso foi
•
suficiente para a sua atuação?
É importante a atuação do
Pedagogo em ambientes extra-
Não, o curso tem como foco o magistério.
(unanimidade)
•
Sim, pois a educação pode atingir outras
dimensões. (unanimidade)
escolares?
Quadro 06 – Síntese das respostas dos pedagogos formados na UFPE e atuantes em RH.
22
EMPRESAS
EMPRESAS
RAMO DE ATIVIDADES
Empresa A
Empresa de Transporte Rodoviário
Empresa B
Instituição de Ensino
Empresa C
Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária
Empresa D
Empresa de Transporte Rodoviário
Empresa E
Empresa de Telemarketing
Quadro 07 – Empresas contratantes de pedagogos e seu ramo de atuação.
Na aplicação dos questionários com os profissionais responsáveis pela
contratação dos pedagogos citados acima, buscamos analisar o que motivou a empresa a
contratar pedagogos para atuar na área de RH, se a mesma considera que a formação
superior que esse profissional obteve é suficiente para a sua atuação e se a empresa vê a
possibilidade de crescimento desse profissional na área de RH.
Quanto aos motivos que levaram as empresas a contratar pedagogos para a área
de Recursos Humanos, o mais apontado foi o fato do profissional de pedagogia possuir
uma ampla formação humana voltada para o desenvolvimento de pessoas, como
podemos ver a seguir:
Optamos por contratar pedagogos pelo fato desses profissionais
possuírem uma excelente capacidade didática, pois todos possuem
uma formação humana, boa desenvoltura, além de contribuírem para
uma maior eficácia dos treinamentos propostos. (Empresa B)
Além dos conhecimentos gerais que são proporcionados pelos cursos de
pedagogia, outros conhecimentos do pedagogo fazem com que ele seja importante para
as empresas, como: conhecer recursos auxiliares de ensino, entender processos de
ensino-aprendizagem, saber avaliar seus programas, estudar didática (arte de ensinar),
saber elaborar projetos, além desses pré-requisitos que são indispensáveis à função,
outros se fazem necessários para uma boa atuação profissional.
Com relação à formação que o pedagogo obteve na graduação, as empresas
acreditam que a mesma não é suficiente pelo fato de ser voltada ao magistério, como
vemos a seguir:
23
Identificamos que o profissional de pedagogia planeja e executa as
atividades de forma satisfatória, porém no que diz respeito à parte
analítica, mais técnica, que requer um conhecimento mais voltado pra
área existe uma certa dificuldade, pois sabemos que o curso é voltado
para área educativa. (Empresa E)
A formação do pedagogo do ponto de vista didático e obviamente
pedagógico corresponde a 50% da sua atuação no mercado
empresarial, pois em muitas universidades a formação ainda é escolar,
ou seja, não é voltada para a educação corporativa, que demanda uma
serie de indicadores e metodologias não contemplados na formação
tradicional. (Empresa A)
Quanto à perspectiva de crescimento do profissional de pedagogia na área de RH,
percebemos que as empresas acreditam que há um amplo campo de atuação, visto que
há uma tendência mundial impulsionada pela Sociedade do Conhecimento, como
podemos ver abaixo:
Sim, agora mais que nunca, pois muitas empresas multinacionais já
contratam exclusivamente pedagogos para atuar na área de
treinamento e desenvolvimento de pessoas. (Empresa C)
Sim, tanto que investimos muito em capacitação, a fim de ampliar sua
atuação. Não os restringimos. Aqui o pedagogo não atua apenas em
treinamento e desenvolvimento, utiliza outras ferramentas de RH,
como por exemplo, avaliação de desempenho, assessoria e programas
motivacionais. (Empresa D)
Para que os recursos investidos na educação dos profissionais tragam os retornos
desejados pela empresa é necessário que o processo pedagógico seja planejado,
implantado e desenvolvido de maneira eficaz, demandando profissionais aptos para sua
operacionalização, evidenciando nestes espaços, oportunidades de atuação para o
pedagogo. Por isso, o pedagogo deve ser preparado de forma eficaz para desenvolver
projetos educacionais também nessa área.
QUESTIONAMENTOS
Que motivos os levaram a contratar
RESPOSTAS
•
pedagogos para atuar no RH?
Você acredita que a formação deste
profissional é suficiente para
atuação em RH?
Ampla formação humana e desenvolvimento
de pessoas. (maioria)
•
Não, pois o curso se preocupa em formar
professores. (maioria)
24
Existe a possibilidade de
crescimento deste profissional no
•
Sim, devido as novas demandas da
sociedade. (maioria)
RH?
Quadro 08 – Síntese das respostas Empresas contratantes de pedagogos e seu ramo de atuação.
CONSIDERAÇÕES
No decorrer desta pesquisa, constatamos que a área de atuação do profissional de
pedagogia está cada vez mais se expandindo no mercado de trabalho. O pedagogo vem
desempenhando funções em âmbitos que ultrapassam os muros da escola,
principalmente em empresas, onde sua atuação se dá, mais especificamente, no setor de
Recursos Humanos. Mas torna-se importante ressaltar que tal ampliação do campo de
atuação do pedagogo deve ser acompanhada por uma formação superior que o
possibilite obter os conhecimentos necessários para essa prática.
Diante de tal problemática, buscamos analisar se a Universidade Federal de
Pernambuco prepara o pedagogo para atuar na área de Recursos Humanos. E a partir
das análises identificamos que essa formação para a atuação em espaços não escolares
tem se dado de forma precária, pois o curso tem como foco o exercício do magistério.
Tal situação pode ser percebida através da análise dos últimos currículos do
curso, onde existem poucas disciplinas voltadas para espaços não escolares e,
principalmente, para o setor de RH em específico. Essa formação precária também foi
apontada pela grande maioria dos sujeitos da nossa pesquisa, pois os alunos que
desejam atuar na área afirmam que sabem da necessidade de terem que complementar
sua formação com capacitações mais voltadas à área, visto que o curso não prepara o
pedagogo para atuar em RH da mesma forma que prepara o pedagogo para o âmbito
escolar. O mesmo foi identificado nas opiniões de pedagogos atuantes e das empresas
contratantes, quando afirmam que a formação deixa a desejar para a área, pois muitos
aspectos que poderiam ser abordados no ensino superior tornam-se dificuldades na hora
de se exercer a função.
Identificamos ainda, através de alguns professores entrevistados, que a UFPE
possui um compromisso com a sociedade de melhorar o ensino público, por isso o fato
da abrangência do curso ser o âmbito escolar.
25
Por fim, gostaríamos de deixar claro que mesmo sabendo que o curso tem o
compromisso de formar pedagogos para a área escolar, pensamos também que a partir
do momento que surgem outras possibilidades de atuação do profissional de pedagogia,
o curso tem que acompanhar essa flexibilidade, dando aos seus alunos subsídios
necessários para atuação em ambos os campos, deixando que os mesmos façam suas
escolhas, estando igualmente preparados para o seu exercício.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em
contabilidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação? São Paulo, SP: Brasiliense, 1981.
(Coleção Primeiros Passos).
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo,
SP: Atlas, 2001.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 9ª ed. São Paulo, SP:
Cortez, 2007.
LUDKE, Menga. e ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo, SP: EPU, 1986.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e
criatividade. 17ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo
na empresa. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Wak, 2008.
TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 4ª
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
TOLEDO, Flavio de. O que são recursos humanos? 6ª ed. São Paulo, SP: Brasiliense,
1987. (Coleção Primeiros Passos).
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, Manual acadêmico dos cursos
de graduação em pedagogia e licenciaturas diversas. 2003.
27
ANEXOS
Questionários
Universidade Federal de Pernambuco
Pesquisa – TCC 01
1. ALUNOS VINCULADOS
NOME: _________________________________________________
INSTITUIÇÃO: _______________________
PERÍODO: _______________________
ANO DE CONCLUSÃO: ____________________
1. PORQUE VOCÊ ESCOLHEU CURSAR A DISCIPLINA DE RECURSOS
HUMANOS?
2. EM QUAL ÁREA VOCÊ GOSTARIA DE ATUAR APÓS A SUA
FORMAÇÃO?
3. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESTA ÁREA?
4. VOCÊ ACREDITA QUE O CURSO DE PEDAGOGIA IRÁ PREPARÁ-LO
PARA ATUAR NA ÁREA QUE ESCOLHEU? POR QUÊ?
5. ATUALMENTE VOCÊ TRABALHA?
( ) SIM
( ) NÃO
6. SE SIM RESPONDA:
a. EMPRESA: _______________________________________
b. FUNÇÃO: ________________________________________
7. VOCÊ DIRIA QUE A SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL TEM RELAÇÃO
COM A ÁREA QUE VOCÊ PRETENDE ATUAR?
28
Universidade Federal de Pernambuco
Pesquisa – TCC 01
PROFESSORES DO CURSO DE PEDAGOGIA
NOME: _________________________________________________
FORMAÇÃO: _______________________
TEMPO DE ATUAÇÃO NO CURSO: _______________________
1. VOCÊ ACREDITA QUE O CURSO DE PEDAGOGIA PREPARA PARA
ATUAÇÃO EM AMBIENTES EXTRA-ESCOLARES? POR QUÊ?
2. VOCÊ ACREDITA QUE O CURSO DE PEDAGOGIA PREPARA PARA
ATUAÇÃO NA ÁREA DE RH? É SUFICIENTE? O QUE FALTA? POR
QUÊ?
3. VOCÊ ACREDITA QUE A FORMAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA
ABRE ESPAÇO PARA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS?
POR QUÊ?
4. QUAIS AS FUNÇÕES QUE O PEDAGOGO PODE DESEMPENHAR
NA EMPRESA?
5. VOCÊ ACREDITA QUE AS REFORMAS CURRICULARES DO CURSO
DE PEDAGOGIA DA UFPE PREOCUPAM-SE COM A PREPARAÇÃO
DO PEDAGOGO PARA ATUAR NA ÁREA DE RH?
29
Universidade Federal de Pernambuco
Pesquisa – TCC 01
PEDAGOGOS ATUANTES
NOME: __________________________________________________
INSTITUIÇÃO: ____________________________________________
FORMAÇÃO: _____________________________________________
PERÍODO SE ECTIVER CURSANDO: ________________________
ANO DE CONCLUSÃO: ____________________________________
EMPRESA: _______________________________________________
ÁREA DE ATUAÇÃO: ______________________________________
1. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESTA ÁREA PARA ATUAR?
2. VOCÊ TEVE DIFICULDADES PARA INGRESSAR NESSA ÁREA?
QUAIS?
3. QUAL O SEU PERCURSO PROFISSIONAL ATÉ AQUI?
4.
POR QUE A MUDANÇA NA SUA VISÃO PROFISSIONAL?
5. VOCÊ ACREDITA QUE SUA FORMAÇÃO FOI SUFICIENTE PARA
ATUAR NESTA ÁREA?
6. QUE OUTROS CURSOS/ CAPACITAÇÃO VOCÊ FEZ?
7. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESTE CURSO? QUE CONTRIBUIÇÃO
ELE TEVE PARA SUA ATUAÇÃO?
8. QUAIS AS DIFICULDADES QUE VOCÊ ENCONTRA PARA EXERCER
SUA FUNÇÃO FORA DO ESPAÇO ESCOLAR?
9. COMO VOCÊ PROCURA RESOLVER OS PROBLEMAS QUE
SURGEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO?
10. COMO SÃO DESENVOLVIDAS AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO
SEU TRABALHO? QUE CONTRIBUIÇÃO O PEDAGOGO TEM
NESTAS QUESTÕES?
30
11. VOCÊ JÁ TRABALHOU EM SALA DE AULA? POR QUE ESCOLHEU
SAIR DA ESCOLA?
12. QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE A PRESENÇA DOS PEDAGOGOS EM
ESPAÇOS NÃO ESCOLARES?
31
Universidade Federal de Pernambuco
Pesquisa – TCC 01
REPRESENTANTE DA EMPRESA CONTRATANTE
NOME: _____________________________________________________
EMPRESA: __________________________________________________
PROFISSÃO/ FORMAÇÃO:____________________________________
TEMPO DE ATUAÇÃO: _______________________________________
1. QUANDO VOCÊ VAI CONTRATAR UM PROFISSIONAL PARA A ÁREA
DE RH QUAL O PERFIL QUE ELE DEVE TER?
2. QUE CONHECIMENTOS SÃO PRÉ-REQUISITOS PARA ESSE
PROFISSIONAL?
3. VOCÊ ACREDITA QUE O PEDAGOGO SE ENCAIXA NESTE PERFIL?
POR QUÊ? O QUE FALTA?
4. POR QUE VOCÊ OPTOU POR CONTRATAR O PEDAGOGO NA SUA
EMPRESA (FUNÇÃO EXERCIDA)?
5. A EMPRESA SE SENTE SATISFEITA COM O TRABALHO DESTE
PROFISSIONAL?
6. A EMPRESA VÊ A POSSIBILIDADE DE CRESCIMENTO DESTE
PROFISSIONAL? COMO?
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A formação do pedagogo para espaços não