IMUNOLOGIA – REAÇÃO
ALÉRGICAS
Prof. Erika Meirelles de Castro
Proteínas
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São formadas por uma cadeia de aminoácidos.
Moléculas essenciais para manter a estrutura e
funcionamento de todos os organismos vivos e podem
ter diferentes propriedades e funções.
Por exemplo:
enzimas
hemoglobina,
Certos hormônios e o colágeno dos ossos,
tendões
e pele são todos proteínas.
Função da Proteína
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regulam a contração muscular,
produção de anticorpos,
expansão e contração dos vasos sangüíneos para
manter a pressão normal.
PROTEÍNAS FIBROSAS
Estruturas em zig-zag ou em hélice.
PROTEÍNAS GLOBULARES
Formas quase esféricas ou oblongas resultantes
de um enrolamento tipo novelo.
O que são?
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Proteínas são muito mais complexas em estrutura que carboidratos
ou lipídios e estão envolvidas em numerosas atividades fisiológicas.
As proteínas são grandemente responsáveis pela estrutura das
células do corpo. Algumas proteínas, na forma de enzimas,
funcionam como catalisadores para acelerar certas reações
químicas. Outras proteínas assumem um papel importante na
contração muscular. Os anticorpos são proteínas que defendem o
corpo contra micróbios invasores. Alguns tipos de hormônios são
proteínas.
Quimicamente, as proteínas sempre contêm:
carbono,
hidrogênio,
oxigênio e nitrogênio e
algumas vezes, enxofre.
Conceitos relacionados com
Imunologia
1-Agente infeccioso: Qualquer ser capaz de originar infecção.
2-Alérgeno: antígeno que reage especificamente com um tipo
específico de anticorpo reagina IgE
3-Anticorpos: moléculas sintetizadas após um estímulo
antigênico, dotadas de alta especificidade para antígeno.
4-Antígenos: moléculas que quando introduzidas em um
indivíduo, estimulam a síntese de anticorpos capazes de
interagir com ele através dos sítios de combinação.
Conceitos relacionados com
Imunologia
5-Estudo da Resposta Imune: estudo de mecanismos pelo qual um organismo tem
capacidade de reconhecer, neutralizar, metabolizar e eliminar as substâncias
heterólogas, assim como tornar-se resistente a reinfecção.
6-Infecção: é a implantação, crescimento e proliferação de seres agressores no
organismo hospedeiro, acarretando-lhe prejuízo.
7-Infecciosidade: característica de um agressor que tem poder de infectar.
8-Inflamação: reação de defesa de um tecido em relação a presença de um
agente agressor.
9-Haptenos: grupamentos químicos que, por si só, são muito pequenos para
estimular uma resposta imune, mas reagem com os anticorpos.
10-Moléculas Carregadoras: proteínas imunogênicas que se ligam aos haptenos,
tornando-os imunogênicos.
Conceitos relacionados com
Imunologia
11-Patogenicidade: capacidade que tem o agente agressor
de causar doença.
12-Poder Imunogênico: Poder do agressor de ser perceber
e desencadear a resposta imune no organismo hospedeiro.
13-Vacinação: método de estimular a imunidade para uma
doença infecciosa através da inoculação de um
microorganismo ou seus produtos.
14-Virulência: Capacidade de produzir doença grave ou
fatal.
Vias de Penetração de
Microorganismos
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Via Aérea: produção de aerossóis pelo ato de
pipetagem, centrifugação, maceração de tecidos,
sonicação, agitação, flambagem da alça de
platina, abertura de ampolas liofilizadas,
manipulação de fluidos orgânicos, abertura de
frascos com cultura de células infectadas etc. O
aerossol pode ficar em suspensão, propagar-se e
contaminar um grande número de pessoas;
Vias de Penetração de
Microorganismos
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Via Cutânea: perfuração com agulhas
contaminadas, sobretudo durante a prática
incorreta de recapiá-las, corte ou perfuração por
vidraria quebrada, trincada ou por instrumentos
perfuro-cortantes contaminados;
Via Ocular: contaminação da mucosa conjuntival
por projeções de gotículas ou aerossóis de material
infectante nos olhos;
Vias de Penetração de
Microorganismos
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Via Oral: pipetagem com a boca, hábito de fumar,
fazer refeições no laboratório e falta de
procedimentos higiênicos.
Órgãos do Sistema Imunológico
Órgãos do Sistema Imunológico
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Os órgãos do sistema imunológico estão espalhados pelo
corpo, e são conhecidos como órgãos linfóides, podendo ser
divididos em dois tipos:
1-Órgãos Linfóides primários: produtores de células do
Sistema Imunológico (SI).
• Timo
• Medula Óssea
2-Órgãos Linfóides secundários: agem como um filtro
imunológico drenando os antígenos dos tecidos.
• Baço
• Linfonodos
Imunidade Natural
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O corpo humano tem a capacidade de resistir a quase todos os
tipos de organismos ou toxinas que tendem a danificar os tecidos e
órgãos. Esta capacidade é chamada de imunidade. Grande parte
da imunidade é a imunidade adquirida, que se desenvolve depois
do primeiro ataque do organismo por uma doença bacteriana ou
por toxina, muitas vezes necessitando de semanas ou meses para se
desenvolver. Uma parte suplementar da imunidade origina-se de
processos gerais, e não de processos direcionados para organismos
infecciosos específicos. Esta é chamada de imunidade natural, que
inclui o seguinte:
1.Fagocitose de bactérias e outros invasores por glóbulos brancos e
células do sistema de macrófagos teciduais.
Imunidade Natural
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2.Destruição de organismos presentes no estomago pelas secreções
ácidas gástricas e enzimas digestivas.
3.Resistência da pele a invasão de organismos.
4.Presença de determinados compostos químicos no sangue que
aderem aos organismos estranhos ou toxinas e os destroem. Alguns
desses compostos são (1) lisozima, um polissacarídeo mucolítico que
ataca as bactérias e ocasiona sua desagregação; (2) polipeptídios
básicos, que reagem e inativam certos tipos de bactérias Grampositivas; (3) o complexo do complemento, um sistema de
aproximadamente 20 proteínas que pode ser ativado de diversos
modos para destruir bactérias; (4) linfócitos matadores naturais,
(natural killer), que podem reconhecer e destruir células estranhas,
células tumorais e até mesmo algumas células infectadas.
Imunidade Natural
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Esta imunidade natural torna o organismo humano
resistente a doenças tais como paralisias de animais
por infecções virais, cólera suína, peste bovina e
cinomose (doença viral que mata grande
percentagem de cães afetados). Por outro lado,
muitos animais inferiores são resistentes ou mesmo
imunes a inúmeras doenças humanas, tais como
poliomielite, caxumba, cólera humana, sarampo e
sífilis, que são destrutivas ou mesmo letais para
seres humanos.
Imunidade Adquirida
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Além de sua imunidade natural, o organismo humano
tem a habilidade de desenvolver imunidade
extremamente poderosa e específica contra agentes
invasores tais como bactérias, vírus, toxinas e, até
mesmo, tecidos estranhos de outros animais. Isto é
denominada imunidade adquirida.A imunidade
adquirida é induzida por um sistema imune especial
formado de anticorpos e linfócitos ativados que atacam
e destroem organismos específicos ou toxinas,
especialmente as alergias.
Imunidade Adquirida
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A imunidade adquirida pode muitas vezes conferir
proteção extrema. Por exemplo, certas toxinas, tais
como a toxina paralisante do botulismo ou a toxina
do tétano, podem ser bloqueadas em doses tão
altas quanto 100.000 vezes a quantidade que
seria letal sem imunidade. Esta é a razão pó que o
processo conhecido como vacinação é tão
importante na proteção dos seres humanos contra
doenças e toxinas.
Tipos Básicos de Imunidade
Adquirida
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Dois tipos básicos mais diretamente relacionados de
imunidade adquirida ocorrem no organismo. Em deles, o
organismo desenvolve anticorpos circulantes, que são
globulinas do sangue capazes de atacar agentes invasores.
Este tipo de imunidade é chamado imunidade humoral ou
imunidade célula B (porque os linfócitos B produzem os
anticorpos). O segundo tipo de imunidade adquirida é
alcançado através da formação de grandes quantidades
de linfócitos ativados que são designados especificamente
para destruir o agente estranho. Este tipo de imunidade é
chamado de imunidade celular ou imunidade célula T (
porque os linfócitos ativados são os linfócitos T).
Adquirida São Iniciados Pelos
Antígenos
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Desde que a imunidade adquirida não ocorre até
depois da primeira invasão por um organismo ou toxina
estranha, está claro que o organismo deve ter algum
mecanismo para reconhecer a invasão inicial. Cada
toxina ou tipo de organismo quase sempre contém um
ou mais compostos químicos específicos, na
configuração, que são diferentes de todos os outros
compostos. Em geral, são proteínas ou grandes
polissacarídeos, e são eles que iniciam a imunidade
adquirida. Estas substâncias são chamadas de
antígenos.
Adquirida São Iniciados Pelos
Antígenos
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Para uma substância ser antigênica, normalmente
deve ter um alto peso molecular, 8.000 ou mais.
Além disso, o processo de antigenicidade
normalmente depende da ocorrência periódica de
grupos moleculares, chamados de epítopos, na
superfície de grandes moléculas, o que explica por
que proteínas e grandes polissacarídeos são quase
sempre antigênicos devido ao fato de ambos
possuírem este tipo de característica esterioquímica.
Haptenos
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Embora substâncias com peso molecular menor que 8.000
raramente atuem como antígenos, mesmo assim a imunidade
pode se desenvolver contra substâncias de baixo peso
molecular de uma maneira especial, como se segue: caso o
composto de baixo peso molecular, chamado de hapteno,
primeiro se combine com uma substância antigênica, tal
como uma proteína, então a combinação resultará numa
resposta imune. Os anticorpos ou linfócitos ativados que se
desenvolvem contra a associação então reagirão
separadamente contra a proteína ou hapteno. Por está
razão, numa segunda exposição ao hapteno, alguns
anticorpos ou linfócitos reagirão com ele antes que ele
possa de disseminar pelo corpo e causar danos.
Haptenos
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Os haptenos que provocam respostas imunes desse
tipo são normalmente drogas de baixo peso
molecular, constituintes químicos da poeira, produtos
da decomposição química da descamação de
animais, produtos degenerativos da descamação
da pele, vários compostos químicos industriais, a
toxina do veneno da urtiga, e assim por diante.
Os Linfócitos São as Bases da
Imunidade Adquirida
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A imunidade adquirida é o produto do sistema linfático
do organismo. As pessoas que possuem carência
genética de linfócitos ou aquelas cujos linfócitos foram
destruídos por irradiação ou drogas não podem
desenvolver imunidade adquirida. E, dias após o
nascimento, essas pessoas morrem por infecção
bacteriana fulminante, salvo se tratadas com medidas
heróicas. Conseqüentemente, torna-se claro que os
linfócitos são essenciais para sobrevivência do ser
humano.
Os Linfócitos São as Bases da
Imunidade Adquirida
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Os linfócitos estão localizados amplamente nos linfonodos, mas também
são encontrados em tecidos linfóides, especiais tais como o baço, áreas da
submucosa do trato gastrintestinal e na medula óssea. O tecido linfóide
está distribuído favoravelmente no organismo para interceptar os
organismos invasores ou toxinas antes que possam disseminar-se
amplamente. Em muitos casos o agente invasor primeiramente penetra nos
líquidos teciduais e, então, é carregado via vasos linfáticos para o
linfonodo ou outro tecido linfóide. Por exemplo, o tecido linfóide do trato
gastrintestinal é logo exposto aos antígenos que invadem o intestino. O
tecido linfóide da garganta e faringe (as tonsilas e adenóides) está bem
localizado para interceptar os antígenos que penetram via trato
respiratório superior. O tecido linfóide nos linfonodos está exposto aos
antígenos que invadem os tecidos periféricos do corpo. E, finalmente, o
tecido linfóide do baço e medula óssea desempenha o papel específico de
interceptar agentes antigênicos que conseguiram alcançar o sangue
circulante.
Dois tipos de Linfócitos Promovem, Respectivamente,
a Imunidade Celular e a Imunidade Humoral – Os
Linfócitos T e B.
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Embora a maioria dos linfócitos no tecido linfóide
normal pareça semelhante quando estudados ao
microscópio, estas células são divididas em duas
grandes populações distintas. Uma das populações,
os Linfócitos T, é responsável pela formação de
linfócitos ativados produzem a imunidade celular, e
a outra população, os linfócitos B, é responsável
pela formação de anticorpos que proporcionam a
imunidade humoral.
Dois tipos de Linfócitos Promovem, Respectivamente,
a Imunidade Celular e a Imunidade Humoral – Os
Linfócitos T e B.
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Ambos os tipos de linfócitos são derivados
originalmente do embrião, a partir de células-tronco
hemopoéticas pluripotenciais que diferenciam e
originam os linfócitos. Os linfócitos formados finalmente
se localizam no tecido linfóide, mas previamente sofrem
diferenciação adicional ou são pré-processados da
seguinte maneira.
Os linfócitos destinados a formar linfócitos T ativados
primeiro migram e são pré-processados no timo, daí
serem chamados de linfócitos T. Eles são responsáveis
pela imunidade celular.
Dois tipos de Linfócitos Promovem, Respectivamente,
a Imunidade Celular e a Imunidade Humoral – Os
Linfócitos T e B.
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A outra população de linfócitos – os linfócitos B,
destinados a formação de anticorpos - são préprocessados no fígado, durante a metade da vida
fetal, e na medula óssea, durante o final da vida fetal
e após o nascimento. Esta população celular foi
inicialmente descoberta nas aves, nas quais o préprocessamento ocorre na bolsa de Fabricius, uma
estrutura ausente nos mamíferos. Por esta razão, estes
linfócitos são chamados de linfócitos B, e são
responsáveis pela imunidade humoral.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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Embora todos os linfócitos do corpo se originem das
células-tronco linfocíticas comprometidas, estas
células-tronco por si só são incapazes de formar
linfócitos T ativados ou anticorpos. Previamente elas
devem sofrer diferenciação adicional em áreas
apropriadas de processamento no timo ou em
áreas de processamento de célula B.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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O Timo pré-processa os linfócitos T. Os linfócitos T, após sua
produção na medula óssea, inicialmente migram para o
timo, onde se dividem rapidamente e, ao mesmo tempo,
desenvolvem extrema diversidade para reagir contra
diferentes antígenos específicos. Isto é, um dos linfócitos
tímicos desenvolve reatividade especifica contra um
antígeno. Depois, o linfócito seguinte desenvolve
especificidade contra outro antígeno. Isto continua até que
haja diferentes linfócitos tímicos com reatividade específica
contra, literalmente, milhões de antígenos diferentes. Estes
diferentes tipos de linfócitos T processados agora deixam o
timo e disseminam-se pelo organismo, para se fixarem nos
tecidos linfóides.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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O timo também determina que qualquer linfócito T que o deixa não
reagirá contra proteínas ou outros antígenos presentes nos tecidos
do próprio corpo; caso contrário os linfócitos T seriam letais para o
corpo em somente poucos dias. O timo seleciona quais os linfócitos T
que serão liberados, expondo-os virtualmente, a todos os antígenos
próprios específicos dos tecidos do corpo. Se um linfócito T reage,
ele é destruído e fagocitado, em vez de ser liberado, sendo o que
acontece com 90% dos linfócitos T. Deste modo, somente as células
que finalmente são liberadas são aquelas não-reativas contra
antígenos do próprio corpo - ao contrário, somente contra os
antígenos de origem externa tais como uma bactéria, uma toxina,
ou mesmo, um tecido transplantado de outra pessoa.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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A maior parte do pré-processamento dos linfócitos T no timo
ocorre rapidamente antes do nascimento de uma criança e
durante alguns meses após o nascimento. Após este período,
a remoção do timo diminui, (mas não elimina) o sistema
imune linfocítico T. Entretanto, a remoção do timo vários
meses antes do nascimento evita o desenvolvimento de toda
imunidade celular. Como este tipo de imunidade celular é o
principal responsável pela rejeição de órgãos
transplantados, tais como coração e rim, podem se
transplantar órgãos com pouca probabilidade de rejeição
se o timo for removido do animal num período razoável
antes do nascimento.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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O fígado e a medula óssea pré-processam os
linfócitos B. Sabe-se muito pouco sobre os detalhes
do pré-processamento dos linfócitos B do que
aqueles do pré-processamentos dos linfócitos T. Nos
seres humanos, considera-se que os linfócitos B são
processados, np fígado, durante o segundo
trimestre da vida fetal e, na medula óssea, durante
o final da vida fetal e após o nascimento.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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Os linfócitos B são diferentes dos linfócitos T por dois
motivos:
Primeiro, em vez de a célula inteira desenvolver reatividade
contra o antígeno, como ocorre com os linfócitos T, o linfócito
B secreta ativamente anticorpos que são os agentes
reativos. Estes agentes são grandes moléculas protéicas
capazes de se combinar com o agente antigênico e destruílo. Segundo, os linfócitos B tem maior diversidade que os
linfócitos T, produzindo muitos e muitos milhões – talvez
bilhões- de tipos de anticorpos com diferentes reatividades
especificas.
Pré-processamento dos Linfócitos T e
B
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Após o pré-processamento, os linfócitos B, como os
linfócitos T, migram para o tecido linfóide através
do organismo, onde se fixam nas proximidades das
áreas de linfócitos T.
Linfócitos T e Anticorpos dos Linfócitos B Reagem
Especificamente contra Antígenos Específicos – Papel
dos Clones de Linfócitos

Quando um antígeno específico entra em contato
com os linfócitos T e B no tecido linfóide, alguns
linfócitos T tornam-se ativados e formam células T
ativadas e alguns linfócitos B produzem anticorpos.
As células T ativadas e os anticorpos por sua vez
reagem especificamente contra o tipo particular de
antígeno que iniciou sua produção. O mecanismo
desta especificidade é o seguinte.
Formação das Células de Memória – Diferença entre
Resposta Primária e Resposta Secundária.
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Alguns dos linfoblastos formados por ativação de um clone de
linfócitos B não evoluem para formar plasmócitos, mas, em seu lugar,
formam quantidades moderas de novos linfócitos B similares àquelas
do clone original. Em outras palavras, a população de células B do
clone especificamente ativado aumenta consideravelmente. Os
novos linfócitos B juntam-se aos linfócitos originais do clone. Eles
também circulam através dos corpos para popular todo o tecido
linfóide, mas, imunologicamente, permanecem inativos até serem
ativados outra vez por uma nova quantidade do mesmo antígeno.
Estes linfócitos são chamados de células de memória. A exposição
subseqüente ao mesmo antígeno causará uma resposta muito mais
rápida e potente porque existem muito mais células de memória do
que de linfócitos B originais do clone específico.
Formação das Células de Memória – Diferença entre
Resposta Primária e Resposta Secundária.

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A figura 01 mostra as diferenças entre a resposta primária, que
ocorre na primeira exposição ao antígeno específico para a
produção de anticorpos, e a resposta secundária, que ocorre depois
de uma segunda exposição ao mesmo antígeno. Observe a demora
no aparecimento da resposta primária, sua fraca e curta duração.
A resposta secundária, ao contrário, começa rapidamente após a
exposição ao antígeno (geralmente dentro de horas), é mais
potente e produz anticorpos para muitos meses, e não para somente
poucas semanas.
A potência e a duração aumentadas da resposta secundária
explicam por que a vacinação é normalmente realizada com a
injeção do antígeno em doses múltiplas com períodos de várias
semanas ou meses entre as injeções.
Natureza dos anticorpos
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Os anticorpos são gamaglobulinas chamadas de imunoglobulinas e
têm um peso molecular entre 160.000 e 970.000. Geralmente
constituem cerca de 20% do total de proteínas plasmáticas.
Todas as imunoglobulinas são formadas pela combinação de
cadeias polipeptídicas leves e pesadas; a maioria é uma
combinação de duas cadeias leves e duas pesadas.
Entretanto algumas imunoglobulinas têm combinações de 10 cadeias
pesadas e 10 cadeias leves, que originam imunoglobulinas de alto
peso molecular. Em todas as imunoglobulinas, cada cadeia pesada
é paralela a uma cadeia leve em uma de suas extremidades, e
sempre há pelo menos dois e até, 10 pares em cada molécula de
imunoglobulina.
Natureza dos anticorpos
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A FIG 02 mostra , uma extremidade da cadeia leve e pesada,
chamada de porção variável; o restante de cada cadeia é
denominado de porção constante. A porção variável é
diferente para cada especificidade de anticorpo, e é esta
porção que se liga especificamente a um tipo particular de
antígeno. A porção constante do anticorpo determina outras
propriedades, estabelecendo fatores tais como a difusão do
anticorpo nos tecidos, a aderência do anticorpo a estruturas
específicas nos tecidos, a ligação ao complexo do
complemento, a facilidade com que os anticorpos passam
através das membranas e outras propriedades biológicas dos
anticorpos.
Fig 02 Estrutura de um anticorpo mostrando sua composição de
duas cadeias polipeptídicas pesadas e duas cadeias polipeptídicas
leves.
Natureza dos anticorpos
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Especificidade dos anticorpos. Cada anticorpo é específico para um antígeno
particular; isto é motivado por sua organização estrutural singular de aminoácidos
nas porções variáveis tanto das cadeias leves como das pesadas. A organização
de aminoácidos tem uma forma diferente para cada especificidade antigênica,
tanto que, quando um antígeno entra em contato com ela, múltiplos grupamentos
prostéticos do antígeno ajustam-se, com uma imagem de espelho, com aqueles do
anticorpo, permitindo assim uma rápida ligação entre o anticorpo e o antígeno. A
ligação é não-covalente, mas quando, o anticorpo é altamente específico, existem
tantos sítios de ligação que a união antígeno-anticorpo é excessivamente forte,
mantida por (1) pontes hidrofóbicas, (2) pontes de hidrogênio, (3) atrações iônicas
e (4) forças de Van der Walls. Isto também obedece à lei da ação termodinâmica
das massas:
Ka = concentração do complexo ligado antígeno-anticorpo
___________________________________________
concentração de anticorpo x concentração de antígeno
Natureza dos anticorpos
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Ka é chamada de constante da afinidade e representa
uma medida da força de ligação do anticorpo ao antígeno.
Note especialmente, na Fig 02, que há dois sítios variáveis
no anticorpo ilustrado para ligação do antígeno, tornando
este tipo de anticorpo bivalente. Uma pequena proporção
de anticorpos, que compreendem combinações acima de 10
cadeias leves e 10 pesadas, têm até 10 sítios de ligação.
Classes de anticorpos: Existem cinco classes gerais de
anticorpos, chamadas, respectivamente, de IgM, IgG, IgA,
IgD e IgE. Ig significa imunoglobulina, enquanto as outras
cinco letras designam simplesmente, as classes respectivas.
Natureza dos anticorpos

Duas destas classes de anticorpos são de particular
importância: IgG, que é um anticorpo bivalente e
compreende cerca de 75% dos anticorpos de uma pessoa
normal, e IgM, que constitui uma pequena porcentagem dos
anticorpos mas está especialmente envolvido com a alergia.
A classe IgM também é importante porque uma grande
parte dos anticorpos produzidos durante a resposta
primária é deste tipo. Estes anticorpos possuem 10 sítios de
ligação, o que os torna extraordinariamente eficazes na
proteção do organismo contra invasores, embora não haja
muitos anticorpos IgM.
Mecanismo de Ação doa Anticorpos
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Os anticorpos agem de duas maneiras para
proteger o corpo contra agentes invasores: (1) por
ataque direto aos invasores e (2) por motivação do
sistema do complemento, que também tem múltiplos
meios para destruir o invasor.
Ação Direta dos Anticorpos sobre os Agentes Invasores: Fig
03 mostra os anticorpos (indicados por barras em forma de Y)
reagindo com os antígenos.
Ação Direta dos Anticorpos sobre os Agentes Invasores
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Devido à natureza bivalente dos anticorpos e aos múltiplos sítios
antigênicos nos agentes invasores, os anticorpos podem inativá-los
por uma das várias maneiras a seguir:
1. Aglutinação, na qual muitas partículas grandes com antígenos na
sua superfície, tais como bactérias ou hemácias, formam um
aglomerado.
2.Precipitação, na qual o complexo molecular de antígeno é solúvel
(tal como toxina do tétano) e anticorpo é tão grande que se torna
insolúvel e precipitado.
3.Neutralização, na qual anticorpos cobrem os sitos tóxicos do
antígeno.
Ação Direta dos Anticorpos sobre os
Agentes Invasores
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4.Lise, na qual anticorpos potentes são ocasionalmente
capazes de atacar diretamente as membranas de
antígenos celulares e, desse modo, causar ruptura da
célula.
Sob condições normais, estas ações diretas dos
anticorpos atacando os antígenos, não são bastante
fortes para desempenhar papel importante na
proteção do corpo contra o invasor. A maior parte da
proteção vem através dos efeitos amplificados do
sistema do complemento.
O Sistema do Complemento na Ação
do Anticorpo
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Complemento é um termo coletivo que descreve um sistema
de cerca de 20 proteínas, muitas das quais são precursores
enzimáticos. Os principais agentes neste sistema são 11
proteínas designadas de C1 até, C9, B e D. Normalmente,
todas estão presentes entre as proteínas plasmáticas, assim
como entre as proteínas plasmáticas que extravasam dos
capilares para os espaços teciduais. Os precursores
enzimáticos normalmente são inativos, mas podem ser
ativados por duas vias: (1) pela via clássica e (2) pela via
alternativa.
Via Clássica
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A via clássica é ativada pela reação antígeno-anticorpo. Isto é,
quando um anticorpo se liga ao antígeno, um sítio reativo específico
na porção constante do anticorpo é exposto, ou ativado, e este sítio,
por sua vez, se une diretamente com a molécula C1 do sistema
complemento, colocando em ação uma cascata de reações
seqüenciais, que começa com a ativação da proenzima C1. Poucas
combinações antígeno-anticorpo são necessárias para ativar muitas
moléculas do primeiro no primeiro estágio do sistema complemento.
As enzimas C1 que são formadas ativam sucessivamente
quantidades crescentes de enzimas nas fases finais do sistema, tanto
que, a partir de um começo diminuto, ocorre uma reação
extremamente extensa e amplificada. Muitos produtos finais são
formados, e vários deles causam efeitos importantes que ajudam a
evitar danos pelos organismos invasores ou toxinas.
Entre os efeitos mais importantes,
incluem-se os seguintes:

1.Opsonização e fagocitose. Um dos produtos da cascata do
complemento, a C3b, ativa intensamente a fagocitose pelos
neutrófilos e macrófagos, induzindo-os a englobar as bactérias
onde os complexos antígeno-anticorpo estão aderidos. Este processo
é chamado de opsonização. Isto freqüentemente eleva em centenas
de vezes o número de bactérias que podem ser destruídas.
2.Lise. De todos os produtos da cascata do complemento, um dos
mais importantes é o complexo lítico, que é a combinação de
múltiplos fatores do complemento sendo designado C5b6789. Este
tem um efeito direto na ruptura das membranas celulares de
bactérias e de outro organismo invasor.
Entre os efeitos mais importantes,
incluem-se os seguintes:
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3.Aglutinação. Os produtos do complemento também
alteram a superfície dos organismos invasores, induzindo-os
a aderir uns aos outros, promovendo desse modo a
aglutinação.
4.Neutralização de vírus. As enzimas e outros produtos do
complemento podem atacar as estruturas de alguns vírus e,
desse modo, torná-los não-virulentos.
5.Quimiotaxia. O fragmento C5a induz a quimiotaxia
pelos neutrófilos e macrófagos, promovendo a migração de
grandes quantidades desses fagócitos para o local do
agente antigênico.
Entre os efeitos mais importantes,
incluem-se os seguintes:
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6.Ativação de mastócitos e basófilos. Os fragmentos C3a, C4a e C5a
ativam os mastócitos e basófilos, induzindo-os a liberar histamina, heparina
e várias outras substâncias para os líquidos locais. Estas substâncias, por
sua vez, causam aumento no fluxo sangüíneo local, de extravasamento de
líquido e proteína plasmática para os tecidos e de outras reações teciduais
locais que ajudam a inativar e imobilizar o agente antigênico. Os mesmos
fatores desempenham papel importante na inflamação e na alergia.
7.Efeitos inflamatórios. Além dos efeitos inflamatórios causados pela
inflamação dos mastócitos e basófilos, vários outros produtos do
complemento contribuem para a inflamação local. Estes produtos induzem o
aumento do fluxo sangüíneo que já estava aumentado, o aumento do
extravasamento de proteínas a partir dos capilares e a coagulação de
proteínas nos espaços teciduais, evitando desse modo à movimentação do
organismo invasor através dos tecidos.
Via Alternativa
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Algumas vezes, o sistema do complemento é ativado sem a
intermediação de uma reação antígeno-anticorpo. Isto ocorre
especialmente em resposta a grandes moléculas polissacarídicas na
membrana celular de alguns microrganismos invasores. Estas
substâncias reagem com os fatores B e D do complemento,
formando um produto ativador que ativa o fator C3 e estimula o
restante da cascata do complemento além do nível C3. Desse modo,
essencialmente todos os mesmos produtos finais do sistema são
produzidos como na via clássica e promovem os mesmos efeitos que
aqueles já listados para proteger o corpo contra o invasor.
Como a via alternativa não envolve uma reação antígeno-anticorpo,
ela é uma das primeiras linhas de defesa contra microrganismos
invasores, capaz de funcionar mesmo antes que uma pessoa seja
imunizada contra o organismo.
Características especiais do Sistema de Linfócitos T –
Células T Ativadas e Imunidade Celular

A liberação de células T ativadas do tecido linfóide e a produção
de celular de memória. Após exposição aos antígenos adequados,
apresentados pelos macrófagos adjacentes, os linfócitos T de clone
específico do tecido linfóide proliferam e liberam grandes
quantidades de células T ativadas, de certo modo paralelamente à
liberação de anticorpos pelas células B ativadas. A principal
diferença é que, em lugar de liberar anticorpos, formam-se células T
ativadas que são liberadas na linfa. Elas, então passam para
circulação e são distribuídas pelo corpo, passando através das
paredes dos capilares para os espaços teciduais, voltando para
linfa e sangue outra vez, e recirculam várias vezes pelo corpo, em
geral durante meses ou mesmo anos.
Características especiais do Sistema de Linfócitos T –
Células T Ativadas e Imunidade Celular

Também os linfócitos T de memória são formados da mesma
maneira que as células B no sistema imune. Isto é, quando
um clone de linfócitos T é ativado por antígeno, muitos dos
linfócitos recém-formados são mantidos no tecido linfóide
para se tornarem linfócitos suplementares desse clone
específico; de fato, estas células de memória difundem-se
através do tecido linfóide de todo o corpo. Por esta razão,
numa exposição subseqüente do mesmo antígeno, a
liberação das células T ativadas ocorre muito mais
rapidamente e com mais eficácia do que na primeira
resposta.
Receptores de Antígenos nos
Linfócitos

Os antígenos ligam-se com moléculas receptoras na
superfície das células T da mesma maneira que se
unem com os anticorpos.Estas moléculas receptoras
são constituídas de uma unidade variável similar à
porção variável de um anticorpo humoral, mas sua
porção reta está firmemente ligada à membrana
celular. Existem cerca de 100.000 sítios receptores
numa única célula T.
Vários Tipos de Células T e suas
Diferentes Funções

Está claro que existem vários tipos de células T. São
classificadas em três grandes grupos: (1) células T
de ajuda, (2) Células T citotóxicas e (3) células T
supressoras. As funções de cada uma delas são
absolutamente distintas.
Células T de Ajuda – Seu Papel na
Regulação Total da Imunidade

As células T de ajuda são as mais numerosas células t, constituindo normalmente mais de três
quartos de todas as células. Como seu nome indica, elas ajudam nas funções do sistema imune
de muitas maneiras. De fato, atuam como o regulador principal de todas as funções imunes.
Atuam produzindo uma série de mediadores protéicos, chamados de linfoquinas, que agem
em outras células do sistema imune, assim como nas células de medula óssea. Entre as
importantes linfoquinas secretadas pelas células T de ajuda estão as seguintes:
Interleuquina-2
Interleuquina-3
Interleuquina-4
Interleuquina-5
Interleuquina-6
Fator estimulador de colônia granulócito-monócito
Interferon-γ
Funções Reguladoras Específicas das
Linfoquinas

Na ausência de linfoquinas das células T de ajuda,
o restante do sistema imune é quase paralisado. De
fato, são as células T de ajuda que são inativadas
ou destruídas pelo vírus da síndrome de
imunodeficiência adquirida (AIDS) que deixa o
corpo quase que totalmente desprotegido contra
doenças infecciosas, por esta razão produzindo os
efeitos rápidos e letais conhecidos da AIDS.
Funções Reguladoras Específicas das
Linfoquinas

1.Funções reguladoras específicas das linfoquinas.
Na ausência de linfoquinas das células T de ajuda, os
clones para produção de células T citotóxicas e células
T supressoras são muito pouco ativados pela maioria
dos antígenos. A linfoquina interleuquina-2 tem um
efeito estimulador especialmente forte para induzir o
crescimento e proliferação de células T citotóxicas e
supressoras. Além disso, várias outras linfoquinas têm
efeito menos potente, especialmente a interleuquina-4
e a interleuquina-5.
Funções Reguladoras Específicas das
Linfoquinas

2.Estimulação do crescimento e diferenciação das
Células B para formar plasmócitos e anticorpos. As
ações diretas do antígeno para induzir o crescimento e
proliferação de células B, a formação de plasmócitos e
a secreção de anticorpos são também insuficientes sem
a “ajuda” das células T de ajuda. Quase todas as
interleuquinas participam da resposta das células B,
mas especialmente as interleuquinas-4, 5 e 6.
Realmente, estas três interleuquinas têm efeitos tão
potentes sobre as células B que foram chamadas de
fatores estimuladores das células B ou fatores de
crescimento das Células B.
Funções Reguladoras Específicas das
Linfoquinas

3.Ativação do sistema de macrófagos. As
linfoquinas também afetam os macrófagos.
Primeiro, atrasando ou parando a migração dos
macrófagos depois que estes foram atraídos
quimiotaticamente para área do tecido inflamado,
desse modo causando grande acumulação de
macrófagos. Segundo, ativam os macrófagos para
induzir uma fagocitose mais eficiente,
possibilitando-lhes atacar e destruir quantidades
aumentadas de organismos invasores.
Funções Reguladoras Específicas das
Linfoquinas

4.Feedback, efeito estimulador nas células de
ajuda. Algumas linfoquinas, especialmente a
interleuquina-2, têm um efeito de feedback direto
e positivo na ativação estimuladora das próprias
células T de ajuda. Isto atua como um amplificador
acentuando a resposta imune para um antígeno
invasor.
Imunidade Passiva

Até este ponto, toda imunidade adquirida que discutimos tem sido
imunidade passiva. Isto é, o corpo da pessoa desenvolve anticorpos ou
células T ativadas em resposta à invasão de um antígeno estranho.
Entretanto, temporariamente a imunidade pode ser conseguida, numa
pessoa, sem a injeção de qualquer antígeno. Isto é feito por injeção de
anticorpos, células T ativadas, ou por ambos esses processos, obtidos a
partir do sangue de qualquer outra pessoa ou de algum outro animal que
tenho sido imunizado ativamente contra o antígeno. Os anticorpos
conservam-se durante duas a três semanas, e, durante este tempo, a
pessoa está protegida contra a doença. As células T ativadas conservam-se
durante poucas semanas, se transfundidas a partir de outra pessoa, e
durante poucas horas até poucas horas até poucos dias, se transfundidas a
partir de um animal. Tais transfusões de anticorpos ou linfócitos que
conferem imunidade é o que se chama imunidade passiva.
Alergia e Hipersensibilidade

Um efeito importante e indesejável da imunidade é
o desenvolvimento, sob algumas condições, de
alergia ou outros tipos de hipersensibilidades,
algumas das quais ocorrem somente em pessoas
que têm a tendência alérgica específica.
Alergia causada por células T
ativadas: Reação Alérgica Retardada

Este tipo de alergia pode causar erupções cutâneas
em resposta a certas drogas ou substâncias
químicas, particularmente alguns cosméticos e
substâncias químicas de uso doméstico, às quais a
pele do indivíduo está freqüentemente exposta.
Outro exemplo de hipersensibilidade alérgica é a
erupção cutânea causada pela exposição à urtiga.
Alergia causada por células T
ativadas: Reação Alérgica Retardada

A reação alérgica retardada é causada pelas células T ativadas, e não
por anticorpos. No caso da urtiga, a toxina por si só não causa muitos
danos aos tecidos. Entretanto, a exposição repetida induz a formação de
células T de ajuda e citotóxicas. Por isto, após uma exposição subseqüente
à toxina da urtiga, dentro de mais ou menos um dia as células T ativadas
passam do sangue circulante para a pele em número suficiente para
responder à toxina da urtiga e induz uma reação imune do tipo celular.
Lembrando que este tipo de imunidade pode causar liberação de muitas
substâncias tóxicas a partir de células T ativadas, assim como extensa
invasão dos tecidos por macrófagos e seus efeitos subseqüentes, alguém
pode bem entender que o resultado eventual de algumas reações
alérgicas retardada pode consistir em danos sérios aos tecidos. O dano
normalmente ocorre na área de tecido onde o antígeno está presente, tal
como a pele, no caso da urtiga, ou os pulmões ocasionando edema
pulmonar e ataque plasmático, no caso de antígenos transportados pelo ar.
Alergias com excesso de anticorpos
IgE em pessoas que se dizem
alérgicas

Algumas pessoas têm tendência alérgica. Suas alergias
são chamadas de alergias atópicas, porque são
causadas por uma resposta incomum do sistema imune.
A tendência alérgica é transmitida geneticamente de
pais para crianças e é caracterizada pela presença de
grandes quantidades de anticorpos IgE. Estes
anticorpos são chamados de reaginas ou anticorpos
sensibilizantes para se distinguirem dos anticorpos mais
comuns IgG. Quando um alérgeno penetra no corpo,
uma reação alérgeno-reagina acontece, ocorrendo
uma reação alérgica subseqüente.
Alergias com excesso de anticorpos
IgE em pessoas que se dizem
alérgicas

Uma característica especial dos anticorpos IgE (as reaginas)
é a forte propensão em atacar mastócitos e basófilos. Na
verdade, um único mastócito ou basófilo pode se ligar a
meio milhão de moléculas de anticorpos IgE. Desse modo,
quando um antígeno (um alérgeno) que tem múltiplos sítios
de ligação se une com vários anticorpos IgE aderidos a um
mastócito ou basófilo, isto provoca uma mudança imediata
na membrana celular, talvez resultante de um simples efeito
físico das moléculas de anticorpo ao serem tracionadas em
conjunto pelo antígeno. Em qualquer proporção, muitos
mastócitos e basófilos se rompem; outros liberam seus
grânulos sem se romperem e secretam substância adicionais
que não são pré-formadas nos grânulos.
Alergias com excesso de anticorpos
IgE em pessoas que se dizem
alérgicas

Dentre essas muitas substâncias liberadas imediatamente ou
secretadas logo depois, incluem-se histamina, substância da reação
lenta de anafilaxia (que uma mistura de leucotrienos tóxicos),
substância quimiotática eosinofílica, uma protease, uma substância
quimiotática neutofílica, heparina e fatores de ativação
plaquetária. Estas substâncias causam fenômenos tais como
dilatação dos vasos sanguíneos locais, atração de eosinófilos e
neutrófilos para o sítio reativo, danos aos tecidos locais pelas
proteases, aumento da permeabilidade capilar e perda de líquido
para os tecidos, além de contração das células musculares lisas
locais. Entretanto vários tipos diferentes de respostas teciduais
anormais podem ocorrer, dependendo do tipo de tecido onde a
reação alérgeno-reagina ocorre.
Anafilaxia

Quando um alérgeno específico é injetado diretamente na circulação, este
pode reagir em áreas extensas do corpo com os basófilos do sangue e
mastócitos, localizados imediatamente ao lado de pequenos vasos
sanguíneos, casos estes tenham sido sensibilizados pela ligação com
reagina IgE. Desse modo uma reação alérgica ampla ocorre através do
sistema vascular e em tecidos intimamente associados. Isto é chamado de
anafilaxia. A histamina liberada na circulação causa vasodilatação
generalizada, assim como o aumento da permeabilidade capilar com a
resultante perda intensa de plasma a partir da circulação. Muitas pessoas
que experimentam esta reação morrem de choque circulatório em poucos
minutos, salvo quando tratadas com epinefrina para antagonizar os efeitos
da histamina. Além disso, uma mistura de leucotrienos é liberada das
células, chamada de substância de reação lenta da anafilaxia. Estes
leucotrienos causam espasmo do músculo liso dos bronquíolos, provocando
um ataque asmático, algumas vezes causando a morte por sufocação.
Urticária

a urticária resulta da entrada de um antígeno em
áreas específicas da pele, causando reações
anafilactóides localizadas. A histamina liberada
localmente causa (1) vasodilatação, que produz uma
imediata vermelhidão, e (2) aumento da
permeabilidade capilar local, que induz a formação
de áreas circunscritas de edema local na pele em
poucos minutos. Estas áreas circunscritas de edema local
na pele em poucos minutos. Estas áreas são
vulgarmente chamadas de urticária. A administração
de anti-histamínicos ao indivíduo antes da exposição
impede a formação dessas bolhas.
Febre do Feno

Na febre do feno, a reação alérgeno-reagina ocorre
no nariz. A histamina liberada em resposta à reação
causa dilatação vascular local, como resultante
aumento da pressão capilar, assim como aumento da
permeabilidade capilar. Estes efeitos induzem
extravasamento rápido de líquido para os tecidos do
nariz, e a mucosa nasal torna-se edemaciada e
secretora. Aqui, outra vez, o uso de drogas antihistamínicas pode evitar esta reação do edema. Outros
produtos da reação alérgeno-reagina ainda causam
irritação no nariz, provocando a típica síndrome do
espirro, apesar da terapia com drogas.
Asma

a asma ocorre freq6uentemente em pessoas do tipo
“alérgico”. Nelas, a reação alérgeno-reagina ocorre
nos bronquíolos dos pulmões. Aqui, o produto mais
importante liberado pelos mastócitos parece ser a
substância de reação lenta anafilaxia, que causa
espasmo do músculo liso bronquiolar.
Conseqüentemente, a pessoa tem dificuldade para
respirar até que os produtos da reação alérgica sejam
removidos. A administração de anti-histamínicos tem
pouco efeito no curso da asma porque a histamina não
parece ser o fator principal que provoca a reação
asmática.
OBRIGADA!!!
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IMUNOLOGIA – REAÇÃO ALÉRGICAS