“Eu estava on-line, conferindo o leilão virtual de uma bolsa de coruja (uma
Stella McCartney, não era uma bolsa de “coruja” qualquer) para uma cliente que tinha uma festa beneficente quando vi a manchete. De Courcy vai se
Casar. Pensei que era boato. A mídia sempre inventa coisas e celulite em mulheres que não têm celulite e vice-versa. Quando descobri que era verdade,
fiquei chocada. Na verdade, achei que estava tendo um ataque cardíaco. Teria
chamado uma ambulância, mas não conseguia lembrar o telefone: 999. Só me
vinha 666. O número da besta.”
Fionnola “Lola” Daly
“Todo mundo se lembra de onde estava no dia da notícia do casamento do
Paddy de Courcy. Fui uma das primeiras a saber, já que estava trabalhando no
jornal quando a fofoca chegou, via David Thornberry, correspondente político (e homem mais alto de Dublin), dizendo que o solteirão De Courcy estava
pendurando as chuteiras. Fiquei surpresa. Quer dizer, todo mundo ficou. Mas
eu fiquei surpresa e mais um pouco, e isso antes mesmo de saber quem era a
sortuda. Mas não podia demonstrar meu desapontamento. Não que alguém
fosse perceber. Eu podia cair dura no meio da rua e as pessoas continuariam
me pedindo carona até a estação. É assim a vida quando você é a parte saudável de uma dupla de gêmeos. De qualquer maneira, Jacinta Kinsella (chefe)
precisava de uma notinha rápida sobre o noivado, portanto eu tive de colocar
meus sentimentos de lado e ser profissional.”
Grace Gildee
“Não se atreva a ser feliz, seu cafajeste. Foi isso que pensei quando soube. Não se
atreva a ser feliz.”
Marnie Hunter
“Teria sido simpático você me perguntar primeiro.”
Alicia Thornton
...
DE COURCY VAI CASAR
Mulheres em toda parte usarão fitas pretas nos braços depois
da notícia de que o político solteiro mais cobiçado da Irlanda, Paddy “Imprevisível” de Courcy, vai pendurar as chuteiras e sossegar. Ao longo da última década, De Courcy, figura
popular em salões VIP da noite de Dublin, e muitas vezes
comparado fisicamente a JohnJohn Kennedy, se relacionou com
muitas mulheres glamourosas, incluindo a modelo que virou
atriz Zara Kaletsky e a alpinista que escalou o Everest Selma
Teeley, mas, até agora, não havia mostrado nenhum sinal de
interesse por um compromisso permanente.
Pouco se sabe sobre a mulher que conquistou seu co-
ração conhecidamente incorrigível, uma tal Alicia Thornton,
mas ela certamente não é modelo ou alpinista — a única escalada em que parece interessada é a social. A Srta. Thornton (35), supostamente viúva, trabalha para uma imobiliária
conhecida, mas planeja deixar o emprego logo depois do casamento para “dedicar-se” à carreira política ascendente do
marido. Como esposa do ambicioso e famoso “Imprevisível”,
ela terá o trabalho perfeito.
...
Lola
Dia Zero. Segunda-feira, 25 de agosto, 14h25
Pior dia da minha vida. Quando me livrei das garras da primeira onda de choque, não consegui deixar de perceber que Paddy não tinha me ligado. Mau
sinal. Eu era namorada dele, a mídia estava alardeando um casamento com
outra mulher, e ele não me ligava. Péssimo sinal.
Liguei pro celular pessoal dele. Não o pessoal, que todo mundo sabia,
mas o pessoal-pessoal que só eu e o personal trainer dele temos. Tocou quatro
vezes, depois foi pra caixa postal, e aí eu tive certeza de que era verdade.
Fim do mundo.
Telefonei pro escritório, pra casa, continuei tentando o celular, deixei cinquenta e um recados — contados.
18h01
O telefone tocou — era ele!
Ele disse: — Você viu o jornal de hoje?
— On-line — respondi. — Eu nunca leio jornal. (Algo nem um pouco
relevante, mas as pessoas dizem as coisas mais estranhas quando estão em
choque.)
— Desculpa você ficar sabendo desse jeito. Queria te contar, mas
algum jornalista...
— O quê? Então é verdade? — gritei.
— Desculpa, Lola. Não achei que você levasse a gente tão a sério. A
nossa história era só diversão.
— Diversão? Diversão?
— É, a gente só estava saindo há alguns meses.
— Alguns? Dezesseis. Dezesseis meses, Paddy. Isso é bastante
tempo. Você vai mesmo casar com essa mulher?
— Vou.
— Por quê? É amor?
— Claro. Não casaria se não fosse amor.
— Mas eu achei que você me amava.
Com a voz triste, ele disse: — Nunca te prometi nada, Lola. Mas
você é incrível, uma mulher incrível. Uma em um milhão. Se cuida.
— Espera. Não desliga. Eu preciso te ver, Paddy, por favor, cinco
minutinhos. (Dignidade zero, mas não consegui me conter. Terrivelmente confusa.)
— Faz um esforço pra não ficar com raiva de mim — disse ele. — Eu
sempre vou pensar em você com carinho, em você e no tempo que a gente ficou
junto. E não se esquece de...
— De quê? — Engasguei, desesperada para ouvir alguma coisa que
me tirasse daquele limite horrível, daquela dor insuportável.
— De não falar com a imprensa.
Quinta-feira, 28 de agosto, 9h00
O telefone tocou. Uma voz feminina muito amigável disse: — Lola, oi.
Cautelosamente, eu disse: — Oi.
Como pode ser cliente, tenho sempre que fingir que sei quem ta falando e jamais devo dizer “quem fala?” Elas gostam de pensar que são únicas.
(Não é assim com todo mundo?)
— Lola, oi! — A voz feminina foi em frente. — Meu nome é Grace.
Grace Gildee. Queria saber se a gente poderia bater um papo.
— Lógico — disse. (Porque achei que era uma mulher querendo consultoria de estilo.)
— Sobre um grande amigo meu — disse ela. — Acho que você também conhece. Paddy de Courcy?
— Claro — respondi, me perguntando o que significava aquilo tudo.
De repente, me dei conta! Ah, não... — Você é jornalista?
— Isso! — respondeu ela, como se fosse tranquilo. — Adoraria conversar com você sobre sua relação com Paddy.
Mas Paddy tinha dito: nada de falar com a imprensa.
— Logicamente a gente vai te recompensar — disse a mulher. — Fiquei sabendo que você perdeu alguns clientes recentemente. Dinheiro pode
ser uma coisa útil.
O quê? Perdi alguns clientes? Isso é novidade pra mim.
Ela disse: — É sua chance de dar sua versão da história. Sei que
você se sentiu terrivelmente traída por ele.
— Não, eu...
Fiquei com medo. Realmente com medo. Não queria a história sobre
meu relacionamento com Paddy nos jornais. Não devia nem mesmo ter admitido conhecer o Paddy.
— Não quero falar sobre isso!
Ela disse: — Mas você teve um relacionamento com Paddy?
— Não, eu, é... sem comentários.
Nunca imaginei ter uma conversa na qual usaria as palavras “sem
comentários”.
— Vou tomar isso como um sim — disse a tal da Grace. E riu.
— Não! — disse. — Não é um sim. Eu preciso desligar, agora.
— Se você mudar de ideia — disse ela —, me liga. Grace Gildee.
Escrevo pro Spokesman. A gente pode fazer uma matéria ótima.
...
Grace
Segunda-feira de manhã e o dia estava cheio: saco.
— Para trás. — Jacinta acenou para nós com os braços. — Vocês
estão me sufocando.
Era hora de nosso encontro semanal para discutir ideias novas.
Todos os articulistas — com exceção de Casey Kaplan, de destino desconhecido — estavam amontoados em volta da mesa de Jacinta.
— Para trás — repetiu. — Não estou conseguindo respirar. Grace.
Ideias. E boas.
— ... Certo. — Sem nicotina eu ficava mais lenta, sonada, e nada
me vinha à cabeça. Mesmo depois de uma semana inteira, eu não tinha
voltado ao normal. — Que tal violência doméstica?
— O quê? — O grito foi tão agudo que o jornal inteiro virou a
cara. — Você não tem o direito de achar que só porque conseguiu fazer
Antonia Allen admitir que dá a bunda pode ficar preguiçosa! (Durante o
fim de semana, minha história sobre Antonia Allen se espalhou pelo mundo e promoveu a glória tão desejada ao Spokesman. Era a única entrevista
na qual Antonia tinha mencionado “Minha dorzinha de veado”. Não são
palavras minhas. O Poderoso Chefão estava muito satisfeito. Ele ficou na
dúvida entre baixar o tom ou detonar, mas, no final, foi na direção do dinheiro).
— Ótimo — murmurei, morrendo, ah, morrendo de vontade de
fumar. Um maço inteiro, vinte cigarros, um atrás do outro. A vontade era
tanta que fiquei com vontade de chorar. Uma montanha de lágrimas contidas pressionando os músculos do meu rosto. Não ouvi as ideias apresentadas pelos outros e minha audição só retornou quando escutei Jacinta dizer:
— A gente vai fazer o perfil da Alicia Thornton.
— Quem? — Talvez existissem duas Alicia Thornton.
— A noiva do Paddy de Courcy.
— Mas... Por quê?
— Porque o Poderoso Chefão mandou.
— Mas quem é ela? — perguntei. — O que a mulher tem de interessante?
— Ela é a mulher que conquistou o coração do Imprevisível —
disse Jacinta.
— Mas ela é sem graça e... É só uma esposa de político obediente.
Como se faz uma coluna de duas mil palavras sobre ela?
— É melhor você mudar de atitude rapidinho, porque é você
quem vai fazer a entrevista.
— Não! — Precisei de um tempinho para me recompor. — Nem
pensar.
— Como assim, não?
— Não, eu não quero fazer a matéria. — Apontei para o TC. —
Manda ele. Ou Lorraine. Manda o Casey.
— Você vai fazer.
— Eu não posso.
— Como assim, não pode?
— Jacinta. — Não tive escolha a não ser me abrir. — Eu conheço... conheci... Paddy de Courcy. Em outra vida. Minha integridade está
comprometida. Eu sou a pessoa errada.
Ela balançou a cabeça. — Você vai fazer.
— Por quê?
— Porque ela pediu que fosse você. Especificamente você. Se não
fizer, ela vai procurar outro jornal. Você tem que fazer.
...
Marnie
— Marnie! — gritou sua mãe. — Que engraçado você ligar! Eu estava lendo um
tabloide da Bid... Bem, eu digo lendo, apesar de não ser necessária muita leitura
para isso, é claro... E havia uma foto do Paddy de Courcy e da “futura esposa”.
Era sempre a mesma reação: bastava ouvir o nome dele. Automaticamente, levava o dedo do meio da mão esquerda para o centro da palma direita; bastava uma
menção a Paddy para sua mão começar a coçar.
Em agosto, assim que a notícia do noivado tinha se espalhado, Grace telefonara: — Tenho novidades. É o Paddy. Ele vai casar.
Não se atreva a ser feliz, seu desgraçado.
— Você está bem? — Grace fora direta; não suportava a ideia de ver Marnie
sofrendo.
Instantaneamente, a raiva inesperada de Marnie morrera, e tranquilizar Grace
passara a ser mais importante. — Tudo bem. Que bom que você me contou.
Não seria.... legal ficar sabendo por outra fonte.
— Mamãe e papai devem tocar no assunto. Queria que você estivesse preparada.
A possibilidade de os pais dela comentarem o assunto era enorme; eles não
aprovavam totalmente a política de Paddy, mas eram incapazes de negar o interesse por ele.
Sua mãe continuou: — Aqui diz que Sheridan vai ser padrinho. Incrível que em
tempos tão descartáveis eles ainda mantenham a amizade, não é? Devo dizer
que quando vejo Paddy agora, de terno, me lembro dele sentado na mesa da minha cozinha, sem um tostão no bolso, aqueles olhos famintos. E nenhum de nós
imaginava que ele se tornaria esse.... bem, estadista é a única palavra. Um pouco
raso em medidas concretas, mas o mais irritante é que com o carisma que tem,
as pessoas parecem nem ligar para essa parte. Claro que seu pai diz que nunca
gostou dele, mas é só purpurina, vontade de criar polêmica.
— Humm. — Ela estava bem agora, normalmente conseguia se aprumar com
facilidade.
— De alguma forma, Paddy me lembra o Bill Clinton jovem. — disse sua
mãe. — Fico pensando se ele tem o mesmo probleminha de não conseguir
segurar o pau dentro das calças.
— Mamãe, você não deve dizer pau. — Por sorte, todos os outros estavam
almoçando, não havia ninguém no escritório ouvindo aquilo.
— Obrigada, amorzinho, você é sempre tão delicada. O que devo dizer, então? Pênis? Piu-piu? Pinto?
— Pinto talvez seja a melhor opção.
— Repetindo a pergunta anterior, será que ele tem o mesmo problema do
Bill Clinton, no quesito manter o pinto dentro da calça? Tudo bem eu dizer
calça?
— Depende. Você quer dizer calça comprida ou cueca?
— Calça comprida, eu acho.
— Então, melhor dizer calça comprida. Porque cueca sem cu é eca, cueca
sem eca é cu, se tirarem o cu da cueca, a cueca fica sem cu.
Ela não queria mesmo ser acusada de estar se referindo a isso. — Será que ele
tem alguma dificuldade de manter o pinto dentro da calça comprida?
— Eu diria que sim.
— Eu também. Claro que não tenho motivo para dizer isso, fora o fato de ele
estar sempre “associado” a mulheres bonitas e bem-sucedidas. Se a pessoa
toma gosto pela coisa, deve ser difícil renunciar depois. “Homens precisam
de quatro coisas: comida, abrigo, xoxota e xoxotas desconhecidas.” Jay McInerney, não lembro em que livro. Claro que estou sendo irônica, não suporto
homens infiéis usando a desculpa da necessidade fisiológica, mas Alicia vai
cortar um dobrado com esse pinto voador.
— Ela sabe onde está se metendo.
— E essa história dela ser viúva? De que foi que o marido morreu?
— Provavelmente se matou, porque não suportava mais ficar casado com
ela.
A mãe ficou chocada: — Por que você diria uma coisa dessas? Que idade
ela tem?
— Você sabe a idade dela, ela tem trinta e cinco, minha idade.
— Como eu saberia disso?
— ... Mãe... porque você conhece a Alicia.
— Te garanto que não.
— ... Mamãe, eu não acredito... achei que você soubesse...
— Soubesse o quê, amorzinho?
— Dá uma olhada na foto, mãezinha. Imagina essa mulher sem as mechas
louras.
Houve ruídos quando a mãe pegou o jornal.
— E sem maquiagem. E sem cabelo comprido. E bem mais jovem.
Levou um susto: — Jesus, Maria, José, não pode ser...
— É ela.
...
Alicia
Aproximou-se do espelho, buscando imperfeições. Ah, não. Acabara de passar a última meia hora se maquiando com mais cuidado do que jamais
tivera na vida, e olha só: a pele enrugava perto do nariz, como terra seca.
Grace Gildee, é claro, perceberia. Delicadamente, com a ponta dos dedos,
Alicia tirou um pouco da base que dava a aparência de ruga ao rosto.
Pronto. Mas, agora, tinha pequenos espaços vermelhos e redondos em volta
de cada narina. Pegou a esponja da base, e coloriu a área afetada. Enrugado novamente.
Merda.
Simplesmente merda.
Estava um caos. Dera várias entrevistas desde que a notícia
sobre ela e Paddy se espalhara, mas nunca ficara tão nervosa.
Ela era a mulher que há muito esperara ser e finalmente conquistava tudo o que sempre quisera: Grace Gildee teria de entrevistá-la
porque ela, sim, ela, Alicia Thornton, ia se casar com Paddy de Courcy.
Jesus Cristo! A campainha, a campainha! Alicia sentiu um
formigamento. A campainha nunca soara tão estridente. O quê, em nome
de Deus, Grace fizera com ela?
Alicia apertou o botão e abriu a porta da entrada, lá embaixo, e, alguns
minutos depois, escutou alguém entrar no hall.
Meu Deus! Grace parecia exatamente igual. Cabelo curto, olhos
desafiadores: vestia jeans e um casaco de pelo cáqui, uma das coisas mais
feias que já vira.
— Grace! Que prazer ver você. — Inclinou o tronco para um
beijo de boas-vindas, mas Grace virou o rosto, confundindo-a. — Entra,
por favor! Me dá seu casaco.
— Oi, Srta. Thornton.
Srta. Thornton? — Srta. Thornton? Grace! Sou eu! Me chama de
Alicia!
— Alicia.
Alicia, desconfiada: — Grace, você sabe quem eu sou, não sabe?
— Alicia Thornton.
— Mas você se lembra de mim, não lembra?
Grace disse, simplesmente: — Vamos começar. Onde é que você
quer fazer a entrevista?
— Aqui... — Visivelmente abatida, Alicia a conduziu até a sala.
Era óbvio que Grace se lembrava dela: ela seria muito mais gentil se não
lembrasse.
— Cinzeiro? Você ainda fuma?
— Não fumo. Vamos começar. — Grace ligou o gravador. — De
onde você é?
— ... Dun Laoghaire.
— Onde você estudou?
— ... Mas, Grace, você sabe tudo isso.
— Preciso dos detalhes certinhos. Adoraria se você, simplesmente, respondesse às minhas perguntas.
— Não estou sob acusação de assassinato. — Alicia tentou parecer leve. — Quer dizer, isso tudo está tão formal.
— É assim que eu trabalho. Você solicitou que fosse eu, especi-
ficamente. Se não funcionar, o Spokesman tem uma porção de jornalistas.
Alicia ficou chocada com o pequeno discurso. Lá estava toda a hostilidade de Grace, antes insinuada, agora declarada. Não era isso que ela
esperava.
— Bem, acho melhor a gente continuar — disse Grace. Conferiu
suas anotações. — Então, você é... viúva? — perguntou, quase como se
duvidasse.
— ... Sou.
— Como seu marido morreu? — A pergunta foi feita de forma
direta, sem a simpatia e o cuidado que outros jornalistas costumavam
acrescentar.
— Enfarte.
— Ele era velho?
— Não. Tinha cinquenta e oito anos.
— Cinquenta e oito. Velho. Comparado a você. O que ele fazia?
— Era advogado.
— Como o Paddy. Ele devia valer um dinheirinho. Deixou você
bem...
— Olha, ele não era velho e eu sempre trabalhei, nunca dependi
do dinheiro dele. — Não suportaria que Grace sugerisse que ela era Anna
Nicole Smith, casou com um ricão octogenário quando tinha dezessete
anos. Não era o caso, verdadeiramente. Diga-se de passagem, a situação
provavelmente não era tão mais agradável...
— Vocês ficaram casados quanto tempo?
— Oito anos.
— Oito anos? Bastante tempo. Deve ter sido duro quando ele
morreu.
— Foi, foi... duro. — Alicia desviou o olhar, assumindo a melancolia que Sidney dissera que demonstrasse sempre que o marido morto
fosse assunto das entrevistas.
— E, dez meses depois, você ficou noiva de Paddy de Courcy.
Nossa, Alicia, você deve ter ficado realmente devastada.
— Não foi assim! Conheço o Paddy há anos — você sabe disso,
Grace —, e ele me consolou depois da morte do meu marido. Essa amizade
acabou virando amor.
— Virando amor — repetiu Grace, sorriso sarcástico — um verdadeiro sorriso sarcástico — nos lábios. — Certo. Então você é a mulher
que finalmente agarrou o escorregadio Paddy pelos pentelhos? O que há de
tão especial em você?
...
www.twitter.com/EditoraBertrand
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Cheio de charme