Convulsão Febril
Apresentação: Larissa Radd
Coordenação: Dra. Carmen Lívia/ Dr. Paulo R.
Margotto
Internato de Pediatria UCB – 1°/ 2015
www.paulomargotto.com.br -Brasília, 23/3/2015
Conceito
• Crise Febril ou Convulsão Febril -> Toda convulsão que
ocorre em vigência de doença infecciosa febril com
temperatura > ou = a 38° C
– Geralmente: OMA, amigdalites, laringites ou exantema súbito
– Obs: exclui-se as infecções do SNC ( meningites e encefalites) e
os desequilíbrios hidroeletrolíticos, da glicemia ou intoxicação
exógena -> CRISES SINTOMÁTICAS
Características clínicas
Epidemiologia
• É a desordem convulsiva mais comum
– 2 - 5 % dos lactentes e pré-escolares
• História Familiar + de crises febris na infância (padrão
autossômico dominante)
Epidemiologia
• O risco de recorrência da crise febril em outros processos
infecciosos é da ordem de 30 %. E aumenta quando
algum dos fatores abaixo estiver presente:
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
Sexo Masculino
Idade da 1° crise < 1ano
Duração da febre < 24 h antes da crise
Febre 38 – 39° C
HF + de crises febris
HF de epilepsia
Crise febril complexa
Epidemiologia
• O risco de epilepsia futura nas crianças com crise febril é
similar àquele encontrado na população geral (1%).
• Entretanto quando associados a alguns fatores de risco,
essa probabilidade aumenta:
1)
2)
3)
4)
5)
Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor: 33%
Crise Febril complexa focal: 29%
HF de epilepsia: 18%
Febre por < 1 h antes da crise febril: 11%
Crises febris recorrentes: 4%
Etiologia
• Mecanismos que tornam o cérebro infantil mais
vulnerável ao desencadeamento de crises convulsivas:
Neurotransmissores
excitatórios
Hipertemia
Citoquinas
Padrão Genético
Diagnóstico Diferencial
• Epilepsia: Condição crônica caracterizada pela presença de crises
epiléticas recorrentes, na ausência de eventos externos
desencadeantes.
• Crises epilépticas: Descarga elétrica anormal, excessiva e síncrona de
um agrupamento neuronal, ocorrendo de modo espontânea ou
secundária a eventos exógeno.
• Convulsão: Crises epiléticas com manifestações motoras.
• Estado de mal epilético (EME): definido como mais que 30 minutos
de atividade convulsiva contínua ou duas ou mais crises epilépticas
sequenciais sem total recuperação do nível de consciência entre as
crises.
Diagnóstico
Anamnese:
• Elevações rápidas de temperatura e > 39°C
• Geralmente a crise é simples ( duração de alguns
segundos até 15 minutos)
Exame Físico:
• Buscar identificar a localização da infecção:
– Amigdalite, OMA, Doenças Exantemáticas
• O exame neurológico da criança é inteiramente normal
após a crise
Diagnóstico
Exames Complementares:
• Hemograma Completo, Dosagem de eletrólitos ( Na+,
cálcio, magnésio, K+) e Glicemia
– Pedidos na Emergência, principalmente se suspeita de crise
sintomática
• EEG, Neuroimagem (TC ou RNM)
– Crise febril simples: não é necessário
• EEG tem valor limitado: não é capaz de predizer o risco de recorrência para
a crise febril
– Neuroimagem: solicitada apenas em casos selecionados, com
crise focal ou déficit neurológico pré- existente
Diagnóstico
• Quando não identificado causa infecciosa, criança com EME
ou qualquer sinal de alerta presente (ex: crise complexa,
toxemia, nível de consciência muito reduzido após a crise:
PUNÇÃO LOMBAR
(avaliação bioquímica, celularidade, teste antigênicos e cultura de líquor)
• Quando solicitar?
– < 12 meses com convulsão febril + febre -> SEMPRE realizar
– 12- 18 meses: deve ser fortemente considerada
– > 18 meses com convulsão febril + febre -> realizar se sinais de
irritação meníngea ou outras anormalidades neurológicas, ou se não
conseguir identificar o foco de infecção
Tratamento
Emergência
• Em crianças com convulsão > 5 min: Benzodiazepínico
– Diazepam venoso ou retal: 0,3 – 0,5 mg/kg
– Opções: Midazolan, Lorazepan
• Nas crises febris COM fatores de risco:
– Considerar a realização de EEG ( 30 min acordado e 30 min em
sono) e/ou exame de neuroimagem
– Considerar diazepam intermitente ou anticonvulsivante
contínuo
Tratamento
• Nas crises febris SEM fatores de risco:
– Orientar os pais:
• Caráter Benigno
• Controle da temperatura corporal
Antitérmicos: ibuprofeno, paracetamol e dipirona
Não agasalhar demais
Banhos de água morna
Compressas frias na axilas e virilha
• Como proceder durante a crise
Tratamento
• Como proceder durante a crise
Profilaxia?
• A profilaxia anticonvulsivante de modo contínuo para prevenir
a recorrência não é um consenso aceito pela maioria dos
autores:
– A crise febril é benigna (resolução espontânea)
– Efeitos adversos importantes
• Ex: fenobarbital: redução da capacidade cognitiva e distúrbios comportamentais (
agitação, sonolência e agressividade); Ácido valpróico: hepatotóxico (principalmente
em < 2 anos)
– Considerar uso quando risco de recorrência alto
– A profilaxia no momento da doença febril pode mascarar a distinção ,
nas alterações da atividade geral da criança, entre o efeito
medicamentoso x agravamento da infecção
Bibliografia
• CASELLA, E.B; MÂNGIA, C.M.F; Management of acute seizure
episodes and status epilepticus in children. Artigo de Revisão; J.
pediatr. (Rio J.). 1999; 75 (Supl.2): S197-S206
• ABRAMCZYK, M.L; Diretrizes Assistenciais: Convulsão Febril
Benigna. Albert Einstein Hospital Israelita. Versão Eletrônica
Atualizada em abril/2012
• SIQUEIRA, L.F.M; Atualização no diagnóstico e tratamento das
crises epilépticas febris. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(4): 489-92
• GUERREIRO,M.M; Treatment of febrile seizures. Artigo de
Revisão; J Pediatr (Rio J) 2002; 78 (Supl.1): S9-S13
Obrigada!!!
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R.
Margotto.
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Caso Clínico: Crise Febril
Autor(es): Laise Valverde de M. Marcondes
E na vida adulta?
Em Rochester, Minnesota, 687 crianças com histórico de convulsões febris foram
observadas na idade adulta. Foram identificados três fatores de risco para o
desenvolvimento de epilepsia: crises focais, convulsões prolongadas, e episódios
repetidos dentro de 24 horas durante a mesma doença. O risco de desenvolver
epilepsia foi de 2,4, de 6 a 8, 17 a 22, e 49 por cento em crianças com nenhum, um,
dois, ou três desses fatores de risco, respectivamente
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