Brasil vai para Colômbia, Peru e Chile por exportações
Yahoo Finanças - SP - SAÚDE - 19/08/2011
Com a tese de que a melhor defesa é o ataque, o governo brasileiro quer estimular os
exportadores brasileiros a buscarem mais mercado nos países em desenvolvimento,
principalmente em nichos com produtos de alto valor agregado. Na próxima segunda-feira, dia
22, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) lidera uma missão
com 43 empresas para Colômbia, Peru e Chile. São representantes dos setores de máquinas e
equipamentos, casa e construção, saúde, alimentos e bebidas, calçados e tecnologia da
informação. A expectativa do governo é que os negócios a serem fechados ultrapassem a
cifra de US$ 44 milhões, valor atingido na última missão empresarial, em 2010, a estes três
países.
"Numa crise, uns choram e outros vendem lenços. Eu prefiro organizar missões que vendem
lenços", disse o coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Ricardo Santana. Segundo ele, a
escolha dos países considerou o aumento do poder aquisitivo. Santana explicou que 20% das
populações da Colômbia e do Chile, por exemplo, são classe A e B, com poder aquisitivo de
US$ 35 mil por ano, o que abre um potencial mercado consumidor para produtos brasileiros de
alto valor agregado e mais inovadores. "Estamos olhando muito os mercados e as
tendências", disse o coordenador.
Santana disse que, tão importante quanto superar os US$ 44 milhões em negócios fechados,
é fazer um trabalho de imagem e de consolidação das empresas exportadoras brasileiras na
América do Sul. Ele citou como exemplo o setor de máquinas e equipamentos. "É um mercado
que a gente domina e tem sempre que ficar atento à concorrência", salientou.
Após a crise financeira internacional, que teve o auge em 2008, os produtos brasileiros,
principalmente de maior valor agregado, perderam participação de mercado para a China, não
só em países avançados como os Estados Unidos, mas também nos países da América do Sul.
Atrás da Ásia e da União Europeia, a América do Sul é o terceiro maior destino de
exportações brasileiras. Dos US$ 202 bilhões exportados pelo Brasil em 2010, 18,4% (US$
37,2 bilhões) foram para a América do Sul, com mais de 60% em produtos de maior valor
agregado, como automóveis e ônibus, peças para veículos, máquinas e equipamentos,
aparelhos de telefonia e produtos farmacêuticos.
Em Lima, no Peru, além dos empresários locais, haverá uma rodada de negócios para
potenciais compradores de outros países. Os empresários brasileiros receberão importadores
da Argentina, Bolívia, Costa Rica, Equador e Venezuela. Ao todo são 23 compradores, com
poder de compra de US$ 299 milhões por ano. Segundo Santana, a Apex-Brasil está
estabelecendo como regra agregar pelo menos mais 20 compradores de países vizinhos aos
lugares onde ocorrem as missões, para maximizar os investimentos dos empresários e garantir
mais resultados.
Santana afirmou que, em média, cada empresa brasileira terá entre dez e 15 contatos nas
rodadas de negociação nos três países. "É número bem alto, estamos bem satisfeitos com
este número", disse o coordenador. Este ano já foram organizadas pelo governo quatro
missões empresariais: China, México, República Dominicana e Venezuela. A agência já
organiza uma próxima para países da África - Angola, Moçambique e África do Sul.
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