A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE E O CONTROLE DA OBESIDADE EM
ADOLESCENTES
MARCELO BARROS DE VASCONCELLOS
UFRRJ
[email protected]
Resumo
A obesidade é definida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma doença
caracterizada pelo excesso de gordura corporal que traz prejuízos à saúde. Na prática clínica e
em estudos epidemiológicos, porém, não se mede a gordura corporal e nem se sabe, para
todos os efeitos, qual seria o limite de aceitabilidade da quantidade de gordura antes que haja
repercussões a saúde. De qualquer forma, a obesidade ocorre num quadro prolongado de
ingestão energética maior do que o gasto energético, ou seja, balanço energético positivo
(Anjos, 2006). O objetivo deste estudo foi discutir o papel da Organização Mundial da Saúde no
controle da Obesidade de adolescentes. A metodologia adotada foi baseada em uma pesquisa
de revisão do banco de dados do National Center for Biotechnology Information (pubmed) com
unitermos: Organização Mundial da Saúde, obesidade e adolescentes. Os resultados foram
que os três países com a maior prevalência de sobrepeso foram de Malta (25,4%), Estados
Unidos (25,1%) e País de Gales (21,2%). Os países com as maiores prevalências de
obesidade foram Malta (7,9%), Estados Unidos (6,8%) e Inglaterra (5,1%). Os três países com
a menor prevalência de jovens com sobrepeso e obesidade foram a Lituânia (5,1% e 0,4%),
Rússia (5,9% e 0,6%) e Letónia (5,9% e 0,5%) pode-se concluir que a Organização Mundial da
Saúde tem uma responsabilidade na saúde coletiva, principalmente nas doenças emergentes.
Hoje a obesidade é um problema mundial que em função das suas consequências para a
saúde vem sendo combatida por meio de prevenção, pois há entendimento universal de que é
melhor prevenir do que tratar.
Palavras chave: Obesidade; OMS; Adolescentes.
Revista Carioca de Educação Física, nº7, 2012
Abstract
Obesity is defined according to World Health Organization (WHO) as a disease characterized
by excess body fat that harms the health. In clinical practice and epidemiological studies,
however, does not measure body fat and do not even know, for all purposes, which would limit
the acceptability of the fat before it has an impact on health. Anyway, obesity occurs on a
background of prolonged energy intake greater than energy expenditure, or positive energy
balance (Angels, 2006). The aim of this study was to discuss the role of the World Health
Organization to control obesity among adolescents. The methodology was based on a survey to
review the database of the National Center for Biotechnology Information (pubmed) with key
words: World Health Organization, obesity, and adolescents. The results were that the three
countries with the highest prevalence of overweight were Malta (25.4%), United States (25.1%)
and Wales (21.2%). Countries with the highest prevalence of obesity were Malta (7.9%), United
States (6.8%) and England (5.1%). The three countries with the lowest prevalence of
overweight and obese youth were Lithuania (5.1% and 0.4%), Russia (5.9% and 0.6%) and
Latvia (5.9% and 0, 5%) can be concluded that the World Health Organization has a
responsibility in public health, especially in emerging diseases. Today obesity is a global
problem that according to its health consequences is being combated through prevention,
because there is universal agreement that prevention is better than cure.
Keywords: Obesity; WHO; Adolescents.
Revista Carioca de Educação Física, nº7, 2012
Introdução
Reconhecido como um importante fator de risco para doenças cardiovasculares na idade
adulta, sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes nos Estados Unidos e no mundo
tornou-se grande desafio da saúde pública (Hayman et al., 2007).
A obesidade é definida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma
doença caracterizada pelo excesso de gordura corporal que traz prejuízos à saúde. Na prática
clínica e em estudos epidemiológicos, porém, não se mede a gordura corporal e nem se sabe,
para todos os efeitos, qual seria o limite de aceitabilidade da quantidade de gordura antes que
haja repercussões a saúde. De qualquer forma, a obesidade ocorre num quadro prolongado de
ingestão energética maior do que o gasto energético, ou seja, balanço energético positivo
(Anjos, 2006).
Pesquisas mostram que crianças e adolescentes não estão se engajando em
comportamentos de prevenção da obesidade nos níveis recomendados, contribuindo a
crescente prevalência de sobrepeso e obesidade (Driskell et al., 2008) e de fato, a obesidade é
mais fácil prevenir do que corrigir (Must & Parisi, 2009).
A consequência mais significativo em longo prazo da obesidade na infância é a sua
persistência na idade adulta, com todos os riscos de saúde inerentes (Baur & O'Connor, 2004).
Estudo Porto Riquenho concluiu que a obesidade tem influência negativa sobre a saúde não só
na vida adulta, mas também na infância (Tanasescu et al., 2000).
O problema do sobrepeso e da obesidade não é limitado apenas aos países
desenvolvidos, mas também é amplamente prevalente em países em desenvolvimento
(Laxmaiah et al., 2007). O que antigamente era considerado um problema apenas dos países
de renda alta, o sobrepeso e a obesidade estão a aumentar drasticamente em países de baixa
e média renda, especialmente em ambientes urbanos (WHO, 2005).
O mundo industrializado no início do século XXI oferece um ambiente altamente propício
para a obesidade por meio de televisão, computadores e videogames (Baur & O'Connor, 2004).
Obesidade é uma verdadeira desordem complexa que é causada por riscos genéticos e
não genéticos de natureza diversas (Hebebrand & Hinney, 2009). A obesidade resulta de um
desequilíbrio entre a ingestão de energia e gasto de energia (Daniel et al., 2005). Ademais, a
epidemia de obesidade infantil pode ser atribuída principalmente a fatores ambientais diversos
(Ebbeling et al., 2002).
Na China, em nível nacional, o excesso de peso e a obesidade têm sido associados com
a economia do trabalho que proporciona bens de consumo, a posse de televisão, uma maior
dependência no uso de veículos a motor, e uma mudança na estrutura de ocupação, que
passou de alto para baixo gasto de energia (Doak et al., 2002).
Nos anos 90, previsões indicavam que a obesidade era um emergente problema de
saúde pública (Hernández et al., 1999). De fato estamos a viver uma “pandemia” da obesidade,
como atualmente, tende-se a chamar esse fenômeno, começa a ser, cada vez mais, observada
em crianças e adolescentes (Anjos, 2006).
A epidemia da obesidade pode ser devido a um declínio da atividade física, um aumento
na ingestão de gordura, ou uma combinação de ambos (Plourde, 2006).
O objetivo deste estudo foi discutir o papel da Organização Mundial da Saúde no
controle da Obesidade de adolescentes.
A Organização Mundial de Saúde
A OMS (Organização Mundial da Saúde) ou WHO (World Health Organization), é um
agência especializada das Nações Unidas, destinada às questões relativas a saúde. Tem como
objetivo garantir o grau mais alto de Saúde para todos os seres humanos. A OMS tem um
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entendimento de Saúde como um estado completo de bem-estar psicológico, físico, mental e,
social.
Os estatutos da OMS foram aprovados em 22 de julho de 1946, pela Conferência
Internacional da Saúde, convocada pelo Conselho Econômico e Social e reunida em Nova
York. A Organização começou a existir em 7 de abril de 1948, quando 26 membros das
Nações Unidas ratificaram os seus estatutos.
Seu propósito primordial é a consecução, por parte de todos os povos, dos mais altos
padrões de saúde possíveis. A OMS proporciona a cooperação técnica a seus membros na
luta contra as doenças e em favor do saneamento, da saúde familiar, da capacitação de
trabalhadores na área de saúde, do fortalecimento dos serviços médicos, da formulação de
políticas de medicamentos e pesquisa biomédica. A Aids também tem sido uma prioridade da
OMS, que é uma das Agências da ONU a compor o Programa Conjunto das Nações Unidas
sobre HIV/Aids (UNAIDS), criado para combater e pesquisar essa que é a maior epidemia do
momento. A Organização Panamericana da Saúde (OPAS) é o braço nas Américas da OMS e
trabalha em conjunto com os governos da região. A sede da OMS fica em Genebra, na Suíça.
Cenário atual da Obesidade
Para se compreender a gênese da obesidade, que é uma doença multicausal é
necessário avaliar também o tempo que o adolescente permanece assistindo à televisão (TV),
pois, faz parte dos principais determinantes do sobrepeso e da obesidade (Dutra et al., 2006).
A prevalência de obesidade apresenta crescimento progressivo nos países em
desenvolvimento por estarem “importando” determinados hábitos ocidentais sem, no entanto,
apresentarem acesso a informações e políticas de saúde que atendam adequadamente a
população (Oliveira et al., 2003).
O excesso de gordura corporal é um sério problema de saúde que reduz a expectativa
de vida pelo aumento do risco de desenvolvimento de doença cardíaca, hipertensão,
dislipidemias, diabetes, ósteo-artrite e certos tipos de câncer (Pitanga, 2008).
O sobrepeso e a obesidade são importantes fatores de risco para uma série de doenças
crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Uma vez considerado um
problema apenas nos países de alta renda, o sobrepeso e a obesidade estão a aumentar
drasticamente em países de baixa e de renda média, especialmente em ambientes urbanos.
World Health Organization (WHO, 2005).
[...] as intervenções abordam uma fração muito pequena das forças que geram a
obesidade. Aspectos importantes, como o papel da indústria de alimentos, das cadeias de fast
food, das propagandas na TV, dos filmes e dos jogos e da própria programação de TV, que
mantêm as crianças cada vez mais sedentárias e submetidas a um hiperconsumo calórico, não
têm sido e, dificilmente serão, avaliados nos desenhos de estudo tradicionais (Sichieri & Souza,
2008).
O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de doenças crônicas não transmissíveis,
particularmente a doença coronariana, o acidente vascular cerebral, a osteoartrite e o câncer
do endométrio, da mama, da próstata e do cólon. Além disso, as alterações metabólicas
principais associadas à obesidade são: 1) dislipedemia; 2) hipertensão; 3) resistência a insulina
e intolerância a glicose; e 4) alteração no sistema de coagulação (Anjos, 2006).
Aproximadamente 50% da população brasileira, em seu conjunto, apresentam algum
grau de excesso de massa corporal (sobrepeso + obesidade) segundo o IMC, o que coloca
essa situação como o problema mais sério nutricional da população adulta no Brasil (Anjos,
2006).
Isso não acontece só no Brasil, o sobrepeso e a obesidade estão se tornando mais
prevalente em todos os países nórdicos, embora as cifras de prevalência seja muito inferiores
aos da EUA (Samuelson, 2002).
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Nos EUA dois principais mecanismos pelos qual assistir televisão contribuem para a
obesidade têm sido sugeridos: ela reduz o gasto energético de deslocamento em atividade
física e induz da publicidade de alimentos (Robinson, 1999). Parece que a publicidade
televisiva orientadas para a juventude tem um efeito indireto sobre o comportamento de
compra de alimentos feita pelos pais (Ayala et al., 2007).
Praticamente quase a totalidade dos casos de obesidade consiste de um quadro
prolongado de balanço energético (BE) positivo (também chamado de obesidade exógena) e
não de alterações hormonais ou de endocrinopatias (chamadas de obesidade endógena) como
imaginado pela população leiga (Anjos, 2006).
Os estudos que têm sido empreendidos visando a correlacionar aspectos genéticos à
ocorrência de obesidade na população não tem sido capazes de evidenciar a interferência
destes em mais de um quarto dos obesos. Por isso, acredita-se ainda que o processo de
acúmulo excessivo de gordura corporal, na maioria dos casos, é desencadeado por aspectos
socioambientais (Anjos, 2006).
Um ponto importante de se refletir é que crianças obesas, comparadas com crianças
não obesas, são menos ativas e participam menos de atividades moderadas e/ou intensas,
com predomínio das atividades de baixa intensidade (Trost et al., 2001). Atualmente, a
obesidade foi relacionada com a inatividade (Wolf et al., 1993).
No entanto, se considerarmos que a chance de uma criança obesa ser pouco ativa é
duas vezes maior do que a criança de peso normal reforça-se a hipótese de que a gordura
corporal pode determinar o nível de atividade física em crianças obesas e dificultar o controle
do excesso de gordura corporal. Ou seja, essas crianças são menos ativas porque são obesas
e não simplesmente são obesas porque são menos ativas (Trost et al., 2001).
A obesidade torna-se um problema de saúde pública agravado pelo fato de a TV exercer
grande influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo (Almeida et al.,
2002). A inatividade das crianças é um dos fatores associados à obesidade (Giugliano e
Carneiro, 2004).
A adolescência
Apesar de a adolescência ser caracterizada como o período compreendido entre a
infância e a vida adulta, o limite etário que define a adolescência pode variar muito. Para a
Organização Mundial da Saúde (OMS), e para fins do uso da antropometria na avaliação
nutricional, padroniza-se adolescência como o intervalo compreendido entre os 10 anos de
idade completos e os 20 anos de vida incompletos. Entretanto, do ponto de vista legal, no
Brasil, a lei federal que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera
adolescente a pessoa com idade entre 12 e 18 anos de idade (BRASIL, 1990).
Outro autor considera que a adolescência corresponde ao período compreendido entre
10 e 20 anos de idade e que é marcado por profundas e rápidas transformações biológicas,
emocionais e sociais na vida do ser humano (Barros & Nahas, 2003).
Já Wang et al., 2002: caracterizaram a população adolescente segundo a faixa etária
compreendida entre os 10 anos de idade completos e os 20 anos incompletos.
A Pesquisa de orçamento Familiar (POF) feita no Brasil considerou adolescentes de 10
a 19 anos de idade (POF, 2010).
Independente de qual faixa etária corresponde a adolescência, a obesidade é
considerada como um problema de saúde pública tanto na população jovem como na adulta
(WHO,1997). O excesso de gordura corporal, outrora considerado um privilégio dos ricos,
atualmente não tem sido associado, tão somente, a um problema estético, em desacordo com
o padrão social, mas também relacionado a graves problemas de saúde (Costa et al., 2006).
O excesso de peso é considerado uma ameaça crescente a saúde das populações e
estende-se como epidemia mundial (Anjos & Muller, 2006). A obesidade na infância,
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particularmente na adolescência, é uma preditor chave de obesidade na idade adulta. Portanto,
os adolescentes devem ser uma prioridade da população para as intervenções de prevenção
(Wilson et al., 2007).
Metodologia
A metodologia adotada foi baseada em uma pesquisa de revisão do banco de dados do
National Center for Biotechnology Information (pubmed) com unitermos: Organização Mundial
da Saúde, obesidade e adolescentes.
Resultados
Na Suíça estudo mostrou que a prevalência de sobrepeso foi de 15,0% nos meninos e
12,4% nas meninas, e a prevalência de obesidade foi de 1,8% e 1,7%, respectivamente
(Lasserre et al., 2007).
Na Grécia quase um em cada cinco (19,2%) do sexo masculino e 1 em cada 7 (13,2%)
do sexo feminino, nos adolescentes de 12-17 anos de idade estão com sobrepeso enquanto
4,4% dos meninos e 1,7% das meninas eram obesos. Os resultados deste estudo destacam a
alta prevalência de obesidade durante a adolescência, na Grécia (Mihas et al., 2008).
Na China um total de 5% dos meninos e 4% das meninas foram classificados como
sobrepeso e 5% e 6%, respectivamente, classificados como obesos (Tudor-Locke et al., 2003).
Em outro estudo Chinês, a proporção de adolescentes escolares na China com
sobrepeso foi de 6,6% de acordo com os critérios de excesso de peso recomendado para
adolescentes chineses (Xu et al., 2007).
Na Espanha a prevalência de sobrepeso foi de 19,9% meninos e 15,5% meninas e
obesidade de 12,7% meninos e 8,5% meninas (Bibiloni et al., 2010).
Estudo na Palestina constatou que a prevalência de ser sobrepeso entre os
adolescentes é de 16,5% (Al Sabbah et al., 2009).
Na Itália a prevalência de sobrepeso ou obesidade é de (58,5%) (Fainardi et al., 2009).
Em Taiwan é relativamente baixa a taxa de prevalência de obesidade em adolescentes.
Em estudo de vigilância nacional de Taiwan, foi encontrado 7,2% dos alunos na escola
secundária sendo obesas e 16,1% tem excesso de peso (Liou et al., 2010).
No Irã a prevalência global de sobrepeso e obesidade foi de 18,6% e 5,9%,
respectivamente. A prevalência de baixo peso foi de 10,6% nesta população (Maddah &
Nikooyeh, 2010).
Estudo envolvendo 34 países apresentou grande variação na prevalência de sobrepeso
(5,1-25,4%) e obesidade (0,4-7,9%) dos jovens em idade escolar em 34 países (Janssen et al.,
2005).
Em grande estudo envolvendo revisão sistemática se verificou que os três países com a
maior
prevalência
de
sobrepeso
foram
de
Juventude
Malta
(25,4%), Estados Unidos (25,1%) e País de Gales (21,2%). Os países com as maiores
prevalências de obesidade foram Malta (7,9%), Estados Unidos (6,8%) e Inglaterra
(5,1%). Os três países com a menor prevalência de jovens com sobrepeso e obesidade foram
a Lituânia (5,1% e 0,4%), Rússia (5,9% e 0,6%) e Letónia (5,9% e 0,5%) (Janssen et al., 2005).
De acordo com a POF 2010 no Brasil 20,5% dos adolescentes estão com excesso de
peso e 4,9% obesos (POF, 2010).
No Brasil a prevalência de excesso de peso em adolescentes oscilou, nos dois sexos, de
16% a 19% nas Regiões Norte e Nordeste (cerca de cinco vezes a prevalência do déficit de
peso) e de 20% a 27% nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (cerca de sete a dez vezes a
prevalência do déficit de peso). Nos dois sexos, o excesso de peso tendeu a ser mais
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frequente no meio urbano do que no meio rural, em particular nas Regiões Norte e Nordeste
(POF, 2010)
No Brasil, considerando o conjunto dos Municípios das Capitais e o Distrito Federal, a
proporção de obesos foi de 7,2%, sendo as maiores frequências observadas em Porto Alegre
(10,5%), Rio de Janeiro (8,9%) e Campo Grande (8,9%) (PeNSE, 2010).
No Brasil, os resultados da PeNSE evidenciaram que as maiores frequências de
escolares com sobrepeso foram observadas em Porto Alegre (20,1%) e Rio de Janeiro
(18,3%) e a menor, em Palmas (10,9%) (PeNSE, 2010).
No Brasil a prevalência de excesso de peso aumentou continuamente ao longo dos
quatro inquéritos. Nos 34 anos decorridos de 1974-1975 a 2008-2009, a prevalência de
excesso de peso aumenta em seis vezes no sexo masculino (de 3,7% para 21,7%) e em quase
três vezes no sexo feminino (de 7,6% para 19,4%) (POF, 2010) (Ver figura 1).
Discussão
Diante deste cenário de obesidade mundial a Organização Mundial de Saúde na área de
saúde pública promove liderança em questões críticas de saúde e parcerias com ações
conjuntas; define agenda de pesquisa e estimulação a geração, tradução e divulgação de
conhecimentos valiosos, além de articulação ética e opções políticas baseadas em evidências;
presta apoio técnico, catalisando a mudança e reforço da capacidade institucional sustentáveis
e acompanhamento da situação de saúde e por fim, atua na avaliação das tendências de
saúde.
O mundo tem vivenciado um problema global de obesidade. Na Irlanda existe um
consenso crescente de que mais montante de investimento é necessário para combater os
ambientes que favorecem a obesidade (Flynn et al., 2006). No Chile a obesidade é o principal
problema nutricional entre as crianças e tem sido demonstrado que ser obeso na infância
quase duplica o risco de ter essa condição durante a vida adulta (Olivares et al., 2004).
Revista Carioca de Educação Física, nº7, 2012
Figura 1: Comparação do sobrepeso e obesidade entre os sexos em 1974-1989 e 2009
(POF, 2010)
Estudo na Espanha menciona que as pessoas obesas relataram a gastar mais tempo
assistindo TV do que os não-obesos (Vioque et al., 2000).
Na Índia a obesidade infantil é um problema emergente na área urbana e o aumento de
sobrepeso e obesidade infantil podem ser importantes contribuintes para a epidemia de
obesidade adulta (Kuriyan et al., 2007).
Em Taiwan se verificou que para ajudar a evitar a obesidade, são necessárias
estratégias para diminuir os adolescentes no tempo de lazer sedentário e ajudá-los a ter um
sono suficiente (Liou et al., 2010).
Pesquisa na França aponta que a obesidade é hoje o problema nutricional mais
prevalente. Mais especificamente, sobrepeso ou obesidade na infância e na adolescência é um
problema crescente em todo o mundo (Delmas et al., 2007).
Na Índia a obesidade infantil está emergindo como um importante problema de saúde,
especialmente em crianças de nível socioeconômico mais alto e de área urbana (Kuriyan et al.,
2007). No Irã, Prevenção da obesidade em crianças e adolescentes deve ser considerado
como uma prioridade de saúde pública importante (Maddah & Nikooyeh, 2010). Na China o
excesso de peso corporal em adolescentes será um grande problema de saúde pública (Xu et
al., 2007). Em todos os países nórdicos um aumento constante do peso corporal e o IMC são
relatados (Samuelson, 2002).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a escola como um ambiente
apropriado para a implementação de programas de promoção da saúde, visando à prevenção
de mortes prematuras e doenças.
A OMS indica para combater o sobrepeso e obesidade, bem como as suas doenças
crônicas, que se aumente a atividade física para pelo menos 30 minutos de atividade regular
Revista Carioca de Educação Física, nº7, 2012
de intensidade moderada na maioria dos dias e enfatiza que mais atividade pode ser
necessária para controlar o peso (WHO, 2005).
De acordo com as recomendações do American College of Sports Medicine para
promover e manter a saúde, um período mínimo de 30 minutos durante cinco dias por semana
ou de intensidade vigorosa atividade física aeróbia para um mínimo de 20 min em três dias por
semana (Haskell et al., 2007).
Contudo, as pesquisas mostram que atualmente os adolescentes praticam menos do
que o mínimo recomendado para a saúde. A China hoje vive um momento de decréscimo de
atividade física e crescente inatividade de jovens (Tudor-Locke et al., 2003).
Nos países nórdicos (Dinamarca, Noruega, Islândia, a Finlândia e a Suécia) o tempo
despendido ao ócio foi de 9-10h, enquanto a alta atividade, por exemplo, nos esportes,
ocupava apenas 0,5-1h por dia (Samuelson, 2002).
Na França só 19,3% dos adolescentes faziam o tempo recomendado pela OMS de
atividade física (Janssen et al., 2005).
A exposição de crianças e adolescentes americanos à televisão excede o tempo que
eles passam na sala de aula (Bar-on, 2000). Este tempo gasto à frente da TV é preocupante,
pois, a inatividade física é considerada pela Organização Mundial de Saúde, como um dos
principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas não
transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, e alguns tipos de
câncer (WHO, 2005).
O excesso de gordura corporal, outrora considerado um privilégio dos ricos, atualmente
não tem sido associado, tão somente, a um problema estético, em desacordo com o padrão
social, mas também relacionado a graves problemas de saúde (Costa et al., 2006).
Conclusão
Determinar o que os adolescentes fazem para incluir no quadro das intervenções é o
primeiro passo no desenvolvimento de programas eficazes para tratar a obesidade em
adolescentes.
A Organização Mundial da Saúde tem uma responsabilidade na saúde coletiva,
principalmente nas doenças emergentes. Hoje a obesidade é um problema mundial que em
função das suas consequências para a saúde vem sendo combatida por meio de prevenção,
pois há entendimento universal de que é melhor prevenir do que tratar.
Espera-se que os países juntamente com os órgãos internacionais se unam para
enfrentar está epidemia que arrasta milhões de adolescentes.
As estratégias para prevenir a obesidade e promover mudanças no estilo de vida
incluem ações de muitos atores, muitas vezes com enfrentamento de interesses poderosos ou
corporativos, que vão desde os governos em todos os níveis (taxando alimentos com baixo
valor nutricional e subsidiando os alimentos saudáveis, garantindo áreas para a prática de
atividade física, controle e oferta de alimentos escolares), passando pela imprensa
(disseminando informações sobre hábitos saudáveis), a indústria alimentícia (rotulagem de
alimentos) até os profissionais de saúde e educação (Anjos, 2006).
Para combater a obesidade infantil é necessário estimular os adolescentes a práticas de
atividade física dos valores mínimos recomendados pelo colégio americano de medicina do
esporte, além disso, oportunizar uma alimentação regrada de nutrientes que estão de acordo
com as indicações e proporções diárias e acima de tudo uma fuga das atividades passivas
(assistir TV, vídeo game, computador) por períodos prolongados.
Revista Carioca de Educação Física, nº7, 2012
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