COMPORTAMENTO
SOCIAL E TRABALHISTA
MAPA DE EMPRESA
NOVEMBRO/2002
AMBEV
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1 – PERFIL SETORIAL – CARACTERIZAÇÃO GERAL
O mercado mundial de bebidas tem sofrido alterações significativas geradas pelo processo
de globalização da Economia. Além das tendências de formação de grandes grupos por
meio de fusões, concentração dos mercados e reestruturações produtivas, houve um
aumento da participação de mercado de outros tipos de bebidas como água mineral e
bebidas não-carbonatadas (chás, cafés e sucos).
No caso específico do setor cervejeiro, o processo de consolidação dos mercados da
Europa, iniciado em 1995, deverá estar concluído no ano de 2005, segundo o especialista
Paul Elshof, da Consultoria FoodWorld, exceto no leste europeu, onde ainda se apresenta
oportunidade de crescimento. A população jovem do continente tem optado
preferencialmente pelo consumo de outros tipos de bebida como os mixers (ex. Bacardi
Breezer, Smirnoff Ice). Além da Europa, a América do Norte e o Japão também estão com
os seus mercados saturados, em grande parte pelo baixo crescimento populacional desses
países e pelo elevado consumo per capita.
O quadro 1 mostra o consumo em alguns países saturados e outros com potencial de
crescimento:
QUADRO 1 – CONSUMO PER CAPITA MUNDIAL DE CERVEJA
(LITROS/HABITANTES)
Alemanha
Reino Unido
Estados Unidos
Espanha
Japão
México
Brasil
Argentina
China
131
103
85
66
57
52
50
33
15
Fonte: Brewers Association of Canada, Alaface e SINDICERV (1999-2000)
Os mercados de maior potencial de crescimento para o setor de bebidas e, mais
especificamente, de cervejas, são a América Latina e a Ásia. Segundo a consultoria
FoodWorld, o processo de consolidação nesses mercados teve início em 2000 e deve durar
até o ano 2010 e 2020, respectivamente. Na China, onde o consumo per capita ainda é
reduzido e onde se encontram instaladas mais de 500 cervejarias, a disputa pela
participação nesse mercado deverá ser muito maior. A líder de mercado é a cervejaria Tsing
Tao, com apenas 5,0% de participação. Além disso, os grandes grupos internacionais como
a Interbrew, a S.A.B. (South African Breweries) e a Heineken já estão presentes. A
República Checa lidera o mercado de consumo com 161 litros anuais per capita.
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Na América Latina, o Brasil aparece como o país com maior potencial de mercado e de
capacidade produtiva. A criação da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) é parte
da estratégia de consolidação dos mercados latino-americanos, onde a competição com os
principais grupos internacionais é bastante acirrada.
Segundo Elshof, a liderança de mercado mundial será estabelecida pela empresa que
conquistar um máximo de 25-30% do market share.
1.1 – PERFIL SETORIAL NO BRASIL
Segundo informações do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (SINDICERV, 2001),
o Brasil é o quarto maior mercado mundial de cerveja, com uma produção de 8,45 bilhões
de litros/ano, superado apenas pelos Estados Unidos (23,6 bilhões de litros/ano), China
(15,4 bilhões de litros/ano) e Alemanha (11,7 bilhões de litros/ano). O gráfico abaixo
mostra a produção brasileira no período de 1994 a 2001:
As companhias produtoras no Brasil são responsáveis por um faturamento de
aproximadamente R$ 12,5 bilhões por ano. Segundo o SINDICERV, o setor emprega mais
de 130 mil pessoas, entre postos diretos e indiretos. Os investimentos em novas plantas e
modernização de fábricas já existentes foram da ordem de R$ 2,5 bilhões nos últimos cinco
anos.
No quadro 2 a seguir, apresentamos as cervejarias e o número de unidades fabris filiadas ao
Sindicato dos Cervejeiros no Brasil:
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QUADRO 2 – CERVEJARIAS E QUANTIDADES DE UNIDADES FABRIS
FILIADAS AO SINDICERV
NOME
AmBev
Kaiser
Bavaria
Belco
Cerpa
Cintra
Conti
Petrópolis
Socorro (Krill)
TOTAL
EXCLUSIVAS (só cerveja)
12
8
5
1
1
1
30
MISTAS
13
2
2
1
16
TOTAL
25
8
5
2
1
2
1
1
1
46
Em dezembro de 2001, a AmBev controlava aproximadamente 68,5% do mercado, tendo
produzido um volume de 5,9 bilhões de litros. O principal concorrente da AmBev é a
Companhia Cervejaria Kaiser, com 14% do mercado.
Segundo o SINDICERV, o consumo per capita de cerveja no Brasil foi incrementado nos
primeiros anos de implantação do Plano Real (1994/1995), passando de 38,0 litros/ano,
antes de 1994, para 50,3 litros/ano, em 2001. Mesmo assim, a entidade considera que esse
ainda é um consumo modesto, devido ao baixo poder aquisitivo de parte dos seus
consumidores.
Esse consumo confere ao país apenas a 29ª posição no ranking mundial, indicando o
potencial de crescimento do mercado nacional de cerveja. Mesmo sendo a bebida alcoólica
preferida pelos brasileiros, representa apenas 9% do total do consumo nacional de bebidas.
Além dos dados relativos à produção e ao consumo per capita, duas características
importantes do mercado nacional de cerveja devem ser observadas: a primeira é a pouca
representatividade de grupos internacionais, sendo a tentativa mais expressiva a compra da
Kaiser, com 14% de participação de mercado, pela Molson; a segunda é que a AmBev é a
maior cervejaria do país e do Mercosul, mas possui apenas domínio de caráter regional.
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Nesse cenário de grandes transformações e de consolidação dos mercados por grandes
grupos internacionais, o futuro do mercado nacional e da própria AmBev ainda é incerto.
Resta saber se a mesma vai ser absorvida por um grupo maior ou vai se firmar como um
desses grandes grupos.
1.1.1 - TRIBUTAÇÃO
Quanto à tributação, os dados do SINDICERV referenciam que do faturamento bruto de R$
12,5 bilhões, registrado pelas indústrias brasileiras de cerveja no ano de 2001, cerca R$ 6
bilhões foram destinados ao pagamento de tributos: R$ 2,1 bilhões referentes ao Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI), R$ 3,5 bilhões recolhidos ao Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e outros R$ 400 milhões destinados ao
pagamento do PIS e da Cofins. O valor da carga tributária correspondeu, portanto, a 50%
do faturamento, e teve um reflexo de 38,3% no preço final ao consumidor.
QUADRO 3 – CARGA TRIBUTÁRIA DA CERVEJA NO BRASIL
CARGA TRIBUTÁRIA DA CERVEJA NO BRASIL
INDÚSTRIA
Receita líquida
IPI e ICMS
Tributos sobre vendas (PIS/COFINS)
Receita bruta
R$/Litro
0,72
0,84
0,04
1,6
%
26,0
30,3
1,4
57,8
DISTRIBUIDORES
Valor agregado (ex-impostos s/ vendas)
Tributos sobre vendas (PIS/COFINS)
Receita bruta
0,26
0,08
0,34
9,4
2,9
12,3
VAREJISTAS
Valor agregado (ex-impostos s/ vendas)
Tributos sobre vendas (PIS/COFINS)
Receita bruta
0,63
0,1
0,73
22,7
3,6
26,4
PREÇO DE VENDA AO CONSUMIDOR
2,77
1
RESUMO DOS IMPOSTOS
IPI + ICMS
TRIBUTO SOBRE VENDAS
0,84
0,22
30,3
7,9
TOTAL
1,06
38,3
Fonte: Trevisan Consultores/2000
Obs: O ICMS representa a maior fatia dos tributos embutidos no preço da cerveja. Suas alíquotas variam de acordo com os
Estados. São Paulo e Minas Gerais adotam a alíquota de 18%, mas alguns cobram alíquotas de até 30%. Essas diferenças
provocam um aumento de, pelo menos, 16% no preço final da cerveja nos Estados que adotam alíquotas mais altas.
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1.1.2 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA
As cervejarias normalmente se localizam perto dos centros consumidores. Por essa razão, a
maioria delas não cultiva sua própria cevada, sendo considerado como o início do processo
o recebimento do malte de cevada. As fases do processo de fabricação, incluindo a
maltaria, são as seguintes:
a) Malteação
→ umidificação da cevada – é a primeira etapa do processo de malteação e consiste em
umedecer a cevada com água morna para hidratar o grão e permitir que ele germine. Depois
disso, a água é drenada dos tanques.
→ germinação – é o processo de modificação, que implica na estimulação da ação
enzimática com o objetivo de converter algumas das fibras e os amidos em açúcares,
durante o processo de fabricação.
→ secagem do grão – é realizada em espécies de fornos, com o objetivo de reduzir a
umidade do grão germinado e interromper a ação enzimática, permitindo assim o
armazenamento dos grãos por longos períodos, bem como o seu transporte até a cervejaria.
Antes de o malte ser retirado da maltaria, são realizados diversos testes para a emissão de
um laudo com as suas características que serão utilizadas para a elaboração da blendagem
do malte na fabricação.
b) Ensilagem e Beneficiamento do malte
→ armazenamento – o malte é recebido na fábrica e armazenado em silos.
→ beneficiamento e moagem – é a primeira fase do processo de fabricação dentro da
cervejaria. O malte passa por uma série de peneiras para a retirada de impurezas, e por
equipamentos responsáveis pela retirada de pedras e metais. Depois, são moídos os grãos,
para torná-los solúveis na água e permitir uma maior extração dos açúcares fermentáveis.
c) Brassagem
→ mostura – após a moagem do malte, tem início o processo de elaboração do mosto que
será fermentado. A primeira etapa é fazer uma mostura, que implica em adicionar o malte
moído à água quente e aumentar gradualmente a temperatura para permitir a ativação das
enzimas, proteases e amilases, presentes no mesmo.
→ filtração da mostura – após a preparação do macerado, inicia-se a filtração da mostura
para se obter o chá, que se chamará mosto. O processo de filtração pode ser realizado com
filtros-prensa ou tinas de clarificação, e tem como principal objetivo separar o bagaço do
malte presente no macerado. O processo poderá durar até 3 horas, sendo o bagaço utilizado
para complemento da ração animal.
→ cozimento – o mosto é fervido com a adição do lúpulo e outros aditivos. O lúpulo dá as
características de amargor e aroma e os aditivos aumentam o teor dos açúcares
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fermentáveis. Além disso, a alta temperatura da fervura elimina as bactérias e precipita
proteínas e taninos (trub), que serão removidos pela força centrífuga no whirlpool.
d) Fermentação e maturação
O mosto, após ser centrifugado, é enviado para as adegas de fermentação onde é resfriado e
aerado para criar condições mais favoráveis para a atuação da levedura. Logo após, a
levedura é inoculada no mosto frio e aerado, preferencialmente de uma única vez, durante o
início do enchimento dos tanques fermentadores/maturadores. Durante o processo de
fermentação, os açúcares contidos no mosto são consumidos gerando álcool, calor, CO2 e a
multiplicação do fermento. Por isso, os tanques devem ser refrigerados, a fim de manter a
temperatura interna controlada e adequada ao metabolismo da levedura. Então, o fermento
é retirado dos tanques e enviado para o seu armazenamento em tanques de fermento a uma
temperatura de 3ºC. O mosto, que foi transformado em cerveja, passa para o processo de
maturação, onde é mantido por alguns dias a uma temperatura perto de 0ºC para completar
a formação do flavor.
e) Filtração
O processo de filtração tem como principais objetivos retirar a levedura ainda restante na
cerveja e garantir a estabilidade físico-química do produto. Isso é realizado com a utilização
de filtros de terra diatomácea e de resinas de polieletrólitos (PVPP) e com a dosagem de
alguns aditivos. A cerveja filtrada é enviada para as adegas de pressão, onde fica
armazenada em tanques refrigerados, aguardando ser enviada para o envase.
1.2 – A AMBEV
1.2.1 - HISTÓRICO DE CONSTITUIÇÃO
A AmBev – Companhia de Bebidas das Américas é a quarta maior cervejaria e a sétima
maior empresa de bebidas do mundo. O segmento de cervejas responde por 76% da receita
da AmBev (Valor online, 13/08/2002). A Companhia foi criada em 1º de julho de 1999,
com a fusão da Companhia Cervejaria Brahma com a Companhia Antarctica Paulista, as
duas maiores cervejarias brasileiras. Entretanto, o nascimento da companhia só ocorreu
efetivamente em março de 2000 com a aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE), constituindo-se na maior operação desse tipo realizada no
país. Essa fusão entre concorrentes históricas formando uma única companhia foi parte da
estratégia de sobrevivência do setor, frente às transformações e ao movimento de fusão, que
vêm ocorrendo no contexto do mercado mundial. A justificativa e o discurso veiculado
ressaltavam, no entanto, a necessidade primordial de consolidar o mercado nacional e
permitir uma expansão internacional com a “criação da primeira multinacional brasileira”.
Esse discurso norteou uma grande campanha junto à sociedade, em favor da fusão e da
aprovação das normas e regulamentação para a constituição da Companhia.
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No documento referente à fusão das Companhias Antártica e Brahma1 - Ato de
Concentração n° 08012.005846/99-12 protocolado no CADE em 02 de julho de 1999 -,
verificamos alguns aspectos que merecem destaque, diz o documento: “(o) as requerentes
(Brahma e Antártica) deverão providenciar oferta pública das unidades fabris que
pretendem desativar, nos próximos 04 (quatro) anos; (p) da oferta pública, deverão
participar novos entrantes ou concorrentes, devendo ser incluídas entre os pretendentes as
associações e/ou cooperativas de empregados; (q) o prazo para a habilitação de
interessados e concretização da respectiva alienação será de 1 (um) ano, a contar do
encerramento da oferta, findo o qual ficarão as requerentes desobrigadas da condição
determinada no item (o) acima; (r) deverão as requerentes comprometerem-se a manter o
nível de emprego, sendo que as dispensas associadas à reestruturação empresarial devem
vir acompanhadas de programas de recolocação e re-treinamento, os quais deverão ser
acompanhados pelo Ministério do Trabalho, no âmbito do convênio em vigor com o
CADE; (s) ficam as requerentes previamente proibidas de adotar condutas de imposição
de exclusividade, ficando o ponto de venda desobrigado, dentro do prazo de 6 (seis) meses
a contar da data da publicação do acórdão desta decisão, de restringir-se à venda de
determinado produto ou marca, em razão da disponibilização de maquinários,
equipamentos e outros produtos de merchandising, exceto quando os investimentos e
benfeitorias forem equivalentes a uma participação acionária da empresa (...); (x) as
requerentes deverão encaminhar ao CADE semestralmente relatório referente ao termo de
compromisso de desempenho; (z )... O plenário, por unanimidade, determinou o envio aos
sindicatos e associações de classes dos empregados das requerentes, do voto do
Conselheiro M.F, para a inclusão em pauta de discussão de garantia trabalhista adicional
prevista neste voto”.
Em 19 de abril de 2000, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na 164ª
Sessão Ordinária, com base no disposto artigo 58, da lei n° 8884/94, firma o TERMO DE
COMPROMISSO DE DESEMPENHO em prol da constituição da AmBev. No referido
temo de compromisso, além das cláusulas acima mencionadas, foi incluída uma cláusula
sobre a duração do compromisso: “fica estabelecido que as obrigações impostas neste
termo de Compromisso permanecerão em vigor por 5 (cinco) anos, contados a partir da
publicação no diário oficial “.
1
obtidas no site http://www.mj.gov.br/cade/ambevfim.htm
8
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1.3 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
A Administração Central da Companhia fica localizada no Centro Empresarial de São
Paulo, Av. Maria Coelho Aguiar, 215 – Bloco F – 6º andar, CEP 05804-900. Os telefones
de contato são: (11) 3741-7560 / 7553 / 3315, fax: (11) 3741-3527. O endereço eletrônico
da Empresa é http//www.ambev.com.br
1.3.1 - CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O Conselho de Administração é formado por nove membros com mandatos de três anos, e
tem como atribuições básicas à orientação geral dos negócios da Companhia a definição de
diretrizes estratégicas e a escolha do diretor geral.
1.3.2 - DIRETORIA EXECUTIVA
Os diretores são eleitos pelo conselho de Administração e têm mandatos até 2002, cabendolhes a função de representação da sociedade e gerenciamento de suas operações. De acordo
com os princípios da Empresa, nenhum dos conselheiros participa da diretoria executiva.
Dessa forma, os cargos de presidente do conselho e de diretor geral são exercidos por
diferentes profissionais.
1.3.3 - CONSELHO FISCAL
O conselho fiscal da AmBev possui caráter não-permanente e tem como função rever todas
as demonstrações financeiras da Companhia, reunindo-se com executivos e auditores
independentes.
1.4 – COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO,
FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA
1.4.1 - CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (1999-2002)
Marcel Herrmann Telles – Co-Presidente
Victorio Carlos De Marchi – Co-Presidente
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Carlos Alberto da Veiga Sicupira
Jorge Paulo Lemann
José de Maio Pereira da Silva
José Heitor Attílio Gracioso
Roberto Herbster Gusmão
Roberto Moses Thompson Motta
Vicente Falconi Campos
1.4.2 - CONSELHO FISCAL
Ricardo Scalzo
Antonio Carlos Monteiro
Luis Fernando Mussolini
Ary Waddington (suplente)
José Fiorita (suplente)
Marcelo Souza Muniz (suplente)
1.4.3 - DIRETORIA EXECUTIVA
Magim Rodriguez Júnior – Diretor Geral
Carlos Alves de Brito – Diretor de Vendas
Cláudio Bráz Ferro – Diretor Industrial
Eduardo Muzzi – Diretor Jurídico
José Adilson Miguel – Diretor de Revendas
Juan Manuel Vergara Galvis – Diretor Geral de Refrigerantes
Luis Felipe P. Dutra Leite – Diretor Financeiro e de Relações com Investidores
Luiz Cláudio do Nascimento – Diretor de Logística
Maurício Luis Luchetti – Diretor de Gente e Qualidade
Miguel Nuno da Mata Patrício – Diretor de Marketing
Milton Seligman – Diretor de Relações Corporativas
1.5 – UNIDADES PRODUTIVAS E OPERAÇÕES
1.5.1 - UNIDADES PRODUTIVAS
Segundo informações obtidas no site da Empresa, a AmBev possui ao todo 46 unidades
industriais, sendo 38 no Brasil e 8 no exterior, incluindo cervejarias, fábricas de
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refrigerantes, 4 maltarias (1 no Brasil) e 4 fábricas de insumos (todas no Brasil). As
unidades industriais podem fabricar apenas um tipo de produto ou podem ser mistas (que
fabricam, além de cervejas, refrigerantes e/ou bebidas não-alcoólicas).
No Brasil, as 38 unidades industriais estão distribuídas por 18 Estados brasileiros, sendo
que a maior unidade fica localizada na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro. Além
disso, mantém uma cervejaria piloto e um laboratório de ponta na fábrica de Guarulhos
(SP), com 12 funcionários, para testar novos processos de cervejaria e produtos.
Segundo informações da Empresa2, as unidades produtoras de cerveja estão localizadas nas
cidades de Agudos (SP), Brasília (DF), Curitiba (PR), Estrela (RS), Guarulhos (SP), Jacareí
(SP), Lages (SC), Montenegro (RS), Natal (RN) e São Luiz (MA). As unidades produtivas
de refrigerantes estão localizadas nas cidades de Curitiba (PR), Sapucaia (RS), Jundiaí
(SP), Paulínia (SP), Contagem (MG) e Olinda (PE). E, por fim, as unidades de produção
mista estão localizadas nas cidades de Águas Claras (RS), Jaguariúna (SP), Jacarepaguá
(RJ), Rio de Janeiro (RJ), Estância (SE), Aquipaz (CE), Camaçari (BA), João Pessoa (PB),
Cabo (PE), Teresina (PI), Cuiabá (MT) e Anápolis (GO). Nessas unidades trabalham cerca
de 18 mil funcionários.
No exterior, as unidades industriais ficam localizadas na Argentina, Paraguai, Uruguai e
Venezuela.
As três maiores fábricas, em volume de produção no Brasil, estão localizadas nas cidades
do Rio de Janeiro (RJ), Jacareí (SP) e Agudos (SP). Esta última, segundo informações da
Empresa, foi a primeira fábrica a conquistar a certificação ISO 9000, abastecendo Mato
Grosso do Sul, Rondônia e Minas Gerais, fabricando as marcas Antarctica, Brahma e Skol.
O mapa das operações abaixo ilustra a localização das unidades:
Apesar das informações disponibilizadas pela Empresa, os representantes sindicais e
membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Alimentação (CONTAC)
afirmam que algumas das unidades produtivas estão funcionando parcialmente, estão sendo
fechadas/desativadas ou estão sendo mantidas apenas como depósitos, mas estes não
especificam quais são essas unidades. Contrariando as regras determinadas pelo CADE, os
representantes sindicais mencionam que as principais unidades que ainda estão em
funcionamento encontram-se localizadas no Rio de Janeiro (RJ), Jacareí / São José do Rio
Preto (SP), Agudos (SP), Lages (SC), Montenegro (RS), Águas Claras do Sul / Viamão
(RS), Jaguariúna (SP), Anápolis (GO), Cabo (PE) e Camaçari (BA).
1.6 – AS MARCAS
A AmBev tem o mais amplo portfólio de marcas da indústria brasileira de bebidas,
composto por cervejas, refrigerantes e outras bebidas não-carbonatadas como chás e
isotônicos, além da água mineral. Cada marca tem sua própria personalidade, na busca da
identificação com diferentes segmentos e perfis de consumidores.
2
Ver site – http:\ www.ambev.br
11
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1.6.1 - CERVEJAS
O portfólio de cerveja é bem extenso, pois a Companhia acredita que, assim, torna-se
possível atender uma ampla gama de preferências, dependendo da região e do seu perfil
demográfico. Em relação às cervejas que estão incluídas nesse portfólio, temos as três
principais marcas do mercado brasileiro: Skol, Brahma e Antarctica.
A Skol tornou-se o padrão de sabor de mercado brasileiro, sendo hoje a marca líder, com
32,5% de participação (market share). A Brahma é a segunda marca de cerveja mais
consumida no Brasil, com 22,3% de participação no mercado. A Antarctica Pilsen briga
pela terceira posição do mercado e detém 11,4% de participação. Adicionalmente à marca
principal, a Antarctica possui um exclusivo portfólio de marcas especiais, com 3,3% de
participação no mercado, para diferentes gostos e consumidores: Pilsen Extra, Cristal,
Serramalte, Antarctica Original, Malzbier, Kronenbier e Chopp.
O portfólio de cervejas é complementado por marcas segmentadas, como Bohemia, Polar,
Caracu, Carlsberg e Miller. Deve ser ressaltado que a Bohemia foi a primeira cerveja do
Brasil, criada em 1853. A AmBev renovou a marca, mantendo suas características
originais, e a posicionou no segmento “super premium” no mercado brasileiro de cervejas.
Atualmente, é a marca que obtém a maior taxa de crescimento no portfólio da Companhia,
saindo do patamar de 0,6% para 1,2% de participação de volume no mercado nacional em
2001. O posicionamento das principais marcas de cerveja da AmBev é definido de forma
resumida da seguinte maneira:
•
Skol: Leveza, Espírito Jovem, Ousadia e Inovação.
•
Brahma: Refrescância, Alegria, Vigor e Descontração.
•
Antarctica: Brasilidade, Qualidade, Autenticidade e Diversão.
1.6.2 - REFRIGERANTES E BEBIDAS NÃO-ALCOÓLICAS
A AmBev possui o maior portfólio brasileiro nesse segmento, incluindo 16 marcas de
refrigerantes, águas, chás gelados e isotônicos. Esse conjunto de marcas inclui produtos
importantes, alguns líderes de mercado em seus respectivos segmentos, como o Guaraná
Antarctica, Pepsi-Cola, Sukita e Lipton Ice Tea.
Em relação aos refrigerantes, a Companhia tem como o seu principal produto o Guaraná
Antarctica, atual patrocinador oficial da seleção brasileira de futebol. O produto também
faz parte da estratégia de expansão da Companhia para mercados internacionais, por meio
de um acordo assinado com a PepsiCo International, Inc ("PepsiCo") para o seu
engarrafamento, venda e distribuição fora do Brasil. A produção da Pepsi-Cola (1997) e do
isotônico Gatorade (2002) também é resultado de um acordo de franchising firmado entre
as empresas, que permite o engarrafamento e a distribuição de todos os produtos da
PepsiCo no país. Atualmente, esse acordo tem duração até 2017 e pode ser renovado por
períodos adicionais de dez anos ou rompido por qualquer das partes mediante notificação
prévia de dois anos.
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O Lipton Ice Tea é lider de mercado no Brasil e para a sua produção e distribuição foi
constituída uma joint venture com a Unilever. Completando o portfólio, temos a marca de
isotônicos Marathon e a de água mineral Fratelli Vita.
1.6.3 - OUTROS PRODUTOS
Há também informações sobre outros produtos tais como: Água Mineral: Dias D’Ávila –
BA; Maltaria: Navegantes – Porto Alegre – RS; Fazenda de Guaraná: Santa Helena –
Maués – AM; Concentrados: Arosuco – Manaus – AM.
As quatro maltarias são responsáveis pela produção de cerca de 60% do malte utilizado da
Companhia. Em relação às fábricas de insumos, tem-se uma de concentrados para
refrigerante, uma fábrica de rolhas metálicas e outra de pré-formas de garrafas PET,
instaladas em Manaus.
1.6.4 - LOGÍSTICA3
A AmBev desenvolveu um sistema próprio de logística que cruza informações dos 550
distribuidores, 45 centros de distribuição e 38 fábricas no Brasil, além de 350 diferentes
itens de estoque (versões de embalagens das diversas marcas de bebidas da Companhia).
Esse sistema de malha logística analisa todas as variáveis de previsão de vendas, custo e
produção regional, e aponta a melhor alternativa de atendimento aos pedidos das áreas de
vendas e distribuição. O aumento da eficiência gerado com esse sistema representou para a
Empresa uma economia de R$ 19 milhões em processos de produção e logística no ano de
2001.
1.6.5 - REDE DE DISTRIBUIÇÃO
A rede de distribuição da AmBev atende a mais de 1 milhão de pontos-de-venda em todo o
território nacional, com uma cobertura que abrange mais de 6 mil municípios. Essa rede é
formada por 550 distribuidores exclusivos, 45 centros de distribuição direta, uma frota de
16 mil caminhões e 11 mil vendedores responsáveis pela realização de 365 mil visitas
diárias aos pontos de venda. A maior parte desses pontos de venda e distribuição é
terceirizada, principalmente a área de transporte.
3
Após a fusão, a AmBev vem reestruturando radicalmente as áreas de produção e logística de distribuição de
cerveja no Brasil inteiro. No Rio Grande do Sul, a unidade produtiva de Estrela foi praticamente desativada,
sendo mantida unicamente para envase e distribuição. O sindicato considera que a estratégia da Empresa é
fechar essa unidade posteriormente, concentrando todas as atividades na unidade nova de Viamão – Porto
Alegre.
13
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Um dos aspectos-chave na estratégia da AmBev é a busca contínua por novos meios de
maximização da eficiência da sua rede de distribuição. Um exemplo disso foi a introdução
do uso de computadores de mão (palmtops) pelos vendedores da Empresa, permitindo a
análise da base de dados de cada ponto-de-venda a ser visitado - incluindo market share,
histórico de pedidos, estoques, tipos de embalagens, preço médio etc. - de forma a tornar
ainda mais efetivo o processo de negociação. As informações sobre os pedidos,
armazenadas nos equipamentos, são transferidas para uma base de dados única, que é
responsável pela geração das rotas para a realização das entregas.
Outro fator relevante em relação a essa maximização da eficiência é a pressão que a
AmBev tem feito sobre os seus distribuidores, especialmente os menores. A rede
tradicional de revendas vem sendo completamente desestruturada, com grandes prejuízos
para os pequenos empresários. A AmBev foi denunciada à Secretaria do Direito Econômico
do Ministério da Justiça (SDE) por infração da ordem econômica, ao favorecer às grandes
redes de distribuição eliminando pequenos revendedores (O Globo, 22/02/2002). Além
disso, também foi impedida pelo CADE de usar um portal de comércio eletrônico (B2B)
para a venda direta dos seus produtos, sem a intermediação da rede de distribuição.
1.6.6 - PONTOS DE VENDA
A AmBev também tem realizado muitos investimentos nos pontos de venda. Isso porque as
estatísticas mostram que grande maioria dos consumidores decide o que consumir dentro do
ponto de venda na ocasião da compra. Por isso a importância no reforço da preferência das
marcas AmBev, para garantir que elas sejam as escolhidas no momento da compra. Em
função disso, a Empresa decidiu investir em instalações de freezers especialmente
desenvolvidos para gelar as garrafas de cerveja na temperatura que normalmente agrada ao
consumidor brasileiro, (-5°C). Até o final de 2002, devem ser instaladas mais 50 mil
unidades, além das 70 mil já existentes, abrangendo 120 mil pontos de venda estratégicos,
nos principais mercados.
1.7 – DADOS ECONÔMICOS / FINANCEIROS
A AmBev tem cerca de 60 mil acionistas e seus papéis são negociados nas Bolsas de
Valores de São Paulo (Bovespa: AMBV4, AMBV3) e de Nova York (NYSE: ABV,
ABVc). A instituição depositária de ações no Brasil é o Banco Itaú SA., e no exterior, a
depositária de ADRs é o Banco de Nova York.
Em 2001, o ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em
inglês) cresceu 32,2%, alcançando R$ 2,0 bilhões, o equivalente a uma margem de 30,2%
sobre a receita líquida de vendas, que totalizou R$ 6,5 bilhões. O lucro líquido foi de R$
784,6 milhões, o que representa um crescimento de 66,9% na comparação com o ano
anterior. (Revista Forbes Global - outubro de 2001)
14
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
No primeiro trimestre de 2002, o ebitda consolidado subiu 14,2% e alcançou R$ 513,9
milhões. A margem EBITDA no trimestre ficou em 30,9%, 1,2 ponto percentual acima do
1T01 (Release do primeiro trimestre - AmBev, 2002). No segundo trimestre de 2002, o
ebitda foi de R$ 471,5 milhões. Nesse período, a AmBev teve um lucro de R$ 358,7
milhões, resultado 181,4% superior ao do mesmo período do ano passado. Uma série de
ajustes contábeis, diferimento de impostos, operações de hedge e valorização dos ativos em
dólar no exterior tiveram impacto nos resultados não-operacionais da Empresa. O resultado
financeiro líquido, que era de R$ 136,7 milhões negativos, recuou para um prejuízo de R$
96,7 milhões.
A AmBev anunciou, em agosto de 2002, um plano de redução de custos entre R$ 150
milhões a R$ 200 milhões, visando manter os resultados operacionais e aumentar a
eficiência administrativa. Entretanto, descartou o fechamento de qualquer de suas 46
unidades de produção ou cortes no quadro de funcionários (Valor online, 13/08/2002).
1.7.1 - ATUAÇÃO DE MERCADO
A AmBev tem como foco de atuação o Brasil, seu principal mercado onde a direção da
Empresa identifica as maiores oportunidades de criação de valor. Isso porque, além de ser a
maior economia da América do Sul, o consumo per capita de cerveja no país ainda é baixo.
Porém, a Empresa mantém operações nos principais mercados latino-americanos
(Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e continua buscando novas oportunidades de
aquisições no exterior para expandir a sua participação, principalmente na área cervejeira.
Um exemplo recente dessa estratégia foi o anúncio, em maio de 2002, da celebração de um
acordo estratégico entre a AmBev e a empresa Argentina Quilmes Industrial S.A. (Quinsa),
propriedade do grupo Bemberg, com sede em Luxemburgo, de capital argentino. A Quinsa
é detentora da marca Quilmes, líder do mercado de cervejas na Argentina com participação
de 69%, e controla a operação na Argentina da Pepsi-Cola e a marca de água mineral Eco
de Los Andes. O objetivo do acordo é unir os esforços em um momento em que o mercado
cervejeiro está estagnado em ambos os países. Ele permite à Quilmes saldar as suas dívidas
de aproximadamente US$ 330 milhões de dólares, contraídas em função da crise Argentina,
e possibilita acabar com uma antiga guerra de preços que durante o ano de 2001 provocou a
diminuição dos rendimentos de ambas as empresas. Na avaliação de alguns especialistas4,
esse acordo de associação pode ser o primeiro passo para uma possível absorção da AmBev
com relação à Quilmes. Segundo informações que “vazaram” na Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa), a AmBev estaria pagando pelo contrato US$ 346,38 milhões em efetivo e
também cederia à Quilmes o controle de todas as plantas fabris da Argentina, Bolívia,
Paraguai e Uruguai, cujo valor é de aproximadamente US$ 230 milhões. Com isso, o valor
total da operação seria da ordem de US$ 600 milhões. Por sua vez, a AmBev receberia
230,92 milhões de ações, o que significa 36,05% do total de ações com direito a voto e
37,5% do valor da Companhia argentina.
4
Ver site http://www.rel-uita.org/sectores/bebidas/especial1.htm
15
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
Em setembro de 2002, foi anunciado que o processo de análise da associação das
cervejarias estava sendo realizado pela Comissão Nacional de Defesa da Concorrência
(CNDC) do governo da Argentina, mas foi suspenso temporariamente. A suspensão foi
originada por decisão judicial em resposta a um recurso apresentado pela concorrente
Isenbeck. A expectativa da AmBev é que, apesar de a associação conferir à Quilmes uma
participação do mercado de cervejas na ordem de 82%, o negócio seria aprovado pelo
governo argentino devido à entrada de um volume expressivo de dólares no país nessa
conjuntura de gravíssima crise econômica.
Segundo discurso oficial da AmBev, até 2005 a Empresa quer ser reconhecida como a mais
competitiva Companhia de bebidas do mundo, pretendendo um crescimento anual de 15%
no EVA:“Chegaremos lá recrutando, treinando, mantendo pessoas excelentes e
antecipando-nos aos desejos do consumidor, fabricando e entregando produtos com
qualidade e ao menor custo mundial”5.
Segundo informações6, com essa associação a AmBev passaria de quarto para terceiro lugar
no ranking dos maiores fabricantes de bebidas do mundo, com uma produção de 100,8
milhões de hl, superada apenas pela Coca-Cola com 233,5 milhões de hl e a AnheuserBush/Budweiser com 125,8 milhões de hl. O quarto lugar está ocupado pela Carlsberg com
88,2 milhões de hl. E, em quinto lugar, está a Interbrew com 87,3 milhões de hl.
A estratégia de crescimento da AmBev ampara-se em cinco pontos: impulsionar o
crescimento do consumo per capita; aperfeiçoar o gerenciamento de receitas; maximizar a
eficiência em distribuição; crescer no mercado de refrigerantes e bebidas não-alcoólicas; e
buscar permanentemente uma maior produtividade, com minimização de custos. (AmBev,
2001)
1.8 – UNIDADES PRODUTIVAS OPERACIONAIS, SINDICATOS E
NÚMERO DE TRABALHADORES7
O quadro a seguir apresenta informações sobre as unidades produtivas da AmBev, os
produtos, os sindicatos de base e o número de trabalhadores ativos na base. Algumas dessas
informações foram obtidas no site da Empresa e outras foram fornecidas diretamente pelas
entidades sindicais durante o período da pesquisa. Os campos não-preenchidos significam
que a informação não se encontra disponível, ao menos nessas duas fontes.
5
6
Ver Site http://www.ambev.com.br
Jornal Gazeta Mercantil, 03/05/02.
No que se refere às unidades produtivas e operacionais da Empresa, constatamos que em função dos
processos de reestruturações, algumas unidades de produção foram praticamente desativadas. Os dados
disponibilizados pela mesma são incompatíveis com as informações obtidas com membros dos sindicatos
filiados à CONTAC. Também pudemos verificar algumas imprecisões e conflitos de informações nos
próprios dados disponibilizados pela Empresa.
7
16
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
QUADRO 4 – UNIDADES FABRIS / PRODUTOS / SINDICATOS / NÚMEROS DE
TRABALHADORES ATIVOS NA BASE (SETEMBRO/2002)
Unidades Fabris
Produtos
01
Estrela (RS)
Cerveja
02
Montenegro (RS)
Cerveja
Montenegro – RS
160
Mista
Porto Alegre – RS
450
03 Águas Claras do Sul
Sindicatos
Nº de Trabalhadores Ativos
na Base/AmBev
Homens Mulheres
Total
118
04
Lages (SC)
Cerveja
Lages – SC
500
05
40
07
Agudos (SP)
Refrigerantes
Cerveja
Cerveja
Mista
Cerveja
Depósito
06
Curitibana (PR)
Curitiba (PR)
Jacareí (SP)
08
09
Jundiaí (SP)
Jaguariúna (SP)
Guarulhos (SP)
Paulínea (SP)
10
Petrópolis (RJ)
Jacarepaguá (RJ)
Campo Grande (RJ)
11
Anápolis (GO)
Cerveja
Mista
Cerveja
Refrigerantes
?
Mista
Mista
Produção Mista
São José – SP
2200
1100
3300
Bauru – SP
(Força Sindical)
Jundiaí – SP
São Paulo – SP
397
50
447
407
800
Rio de Janeiro – RJ
Goiânia – GO
?
3000
500
3500
12
Cuiabá (MT)
Mista
Fechou (?)
-----
13
Brasília (DF)
Cerveja
Brasília – DF
?
14
Camaçari (BA)
Dias D’Ávila (BA)
Mista
Água Mineral
Salvador – BA
2786
----
2786
15
Mista
Refrigerantes
Mista
Recife – PE
Fechou
Piauí – PI
711
086
797
16
Cabo (PE)
Olinda (PE)
Teresina*(PI)
17
João Pessoa*(PB)
Mista
João Pessoa – PB
?
18
19
Estância (SE)*
Aquipaz (CE)
Mista
Mista
Águas Claras – SE
Aquipaz – CE
?
?
20
21
Cerveja
Concentrado
Faz.guaraná
Natal – RN
Manaus – AM
1700
300
?
2000
22
Natal (RN)
Manaus (AM)
Maués (AM)
Minas
Uruguai – UR
167
03
170
23
Paysandú
Uruguai – UR
200
05
205
11.161
2.044
15.680
Total Geral
?
Fonte: Observatório Social
* A CONTAC não tem informações se essas unidades continuam em funcionamento.
17
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
1.8.1 - EMPREGADOS E REMUNERAÇÃO8
Segundo informações da AmBev (2001), a Empresa possui 18.136 funcionários, incluindo
escritórios, fábricas e pontos de distribuição em todo o país. A força de trabalho da
Empresa é caracterizada como sendo “predominantemente jovem - 72% têm até 35 anos -,
altamente motivada, permanentemente treinada, com elevado grau de escolaridade - 92%
completaram o ensino médio e 39% cursaram ou cursam ensino superior. Segundo o
discurso da Empresa, “Gente, é um diferencial decisivo para manter a liderança, ampliar a
rentabilidade e reduzir o custo de produção. Por isso a meta é sempre recrutar os melhores
profissionais do mercado para os seus quadros.” (Relatório Anual, 2001)
A política de remuneração da AmBev tem dois componentes principais: o salário e o
programa de remuneração variável. Os salários baseiam-se pela média do mercado. Em
consulta rápida, feita com alguns sindicatos, detectamos diferenciações bastante acentuadas
nos salários praticados entre as diferentes unidades produtivas, variando entre R$ 300,00
em Goiânia (GO) e R$ 1.200,00 em Jacareí (SP). Essa variação pode, a princípio, ser
explicada pela diferença da média no mercado nacional. Porém, como já afirmamos, a
AmBev aplica um programa de remuneração variável. Ela não divulga os salários dos seus
executivos, nem as funções de todo o pessoal de nível superior. Isso porque a remuneração
pode ser diferente para pessoas que executam as mesmas funções, com base na avaliação
do desempenho por parte das chefias de cada unidade.
Até o momento dessa pesquisa, entendemos que essa política de remuneração está pautada
num agressivo programa de bônus vinculado ao desempenho. O programa é baseado no
mérito e avaliação de desempenho dos funcionários com metas coletivas e individuais. A
faixa do bônus pode variar de 50 a 100% da renda anual de cada funcionário. Porém, a sua
distribuição é concedida apenas se as metas anuais estabelecidas forem atingidas e somente
para 50% dos funcionários mais bem avaliados. Se essas não forem conseguidas, ninguém
recebe o bônus. Além disso, para um pequeno grupo de executivos, a Empresa concede o
direito de utilizar o valor do pagamento referente ao bônus para a compra de ações.
Os dados fornecidos pelas entidades sindicais através de aplicação de questionário
revelaram o seguinte quadro de remuneração:
8
Os dados obtidos através de pesquisa secundária mostraram-se insuficientes para obtermos resultados mais precisos.
Também quanto a esse item, verificamos diferenças entre as informações obtidas no site da Empresa e as informações
fornecidas pelos órgãos sindicais.
18
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
QUADRO 5: SINDICATO / CATEGORIA / MÉDIA SALARIAL / JORNADA
MÉDIA DE TRABALHO
Sindicato
Categoria
profissional
Bebidas de Goiás –
GO
Alimentação e
Bebidas
São José e Região
(SP)
Bebidas (PE)
Alimentação e
bebidas Montenegro
(RS)
Bebidas – Manaus
(AM)
Bebidas – Bahia
(BA)
Centro Obrero –
Minas (UR)
Sind. Obrero –
Paysandú (UR)
Média
Salarial
R$
Piso
salarial
Jornada
Média
Semanal
(em
horas)
44
Período informado
(mês e ano)
Bebidas/Geral
300,00
250,00
AmBev
Terceiras
1.200,00
400,00
?
42
44
04/2002
?
Manutenção
Op. Produção
Op. de Máquinas
AmBev
Terceirizados
?
?
?
04/2002
460,00
250,00
44
44
44
44
04/2002
Bebidas/Geral
AmBev
Terceirizados
Bebidas /Geral
AmBev
Terceiras
AmBev
907,00
600,00
700,00
?
450,00
04/2002
44
550,00
238,00
04/2002
480,00
1.700
?
Fonte: Observatório Social
19
?
44
04/2002
?
48
?
04/2002
?
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
2. RELAÇÕES DE TRABALHO
2.1 – CARACTERIZAÇÃO GERAL
Nessa etapa da pesquisa, foram consultados representantes de 08 entidades sindicais, todas
filiadas à CONTAC (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação), com base
nos seguintes Estados: São Paulo, Goiás, Amazonas, Rio Grande do Sul, Bahia e
Pernambuco. Entre as entidades consultadas, computamos também os dados de dois
sindicatos do Uruguai, localizados nas cidades de Minas e Paysandú.
Das 06 (seis) entidades brasileiras consultadas, 04 (quatro) são filiadas à CUT (Central
Única dos Trabalhadores), 01 (uma) é filiada à FS (Força Sindical) e 01 (uma) se
posicionou como independente. As entidades de Goiânia (GO), Recife (PE) e Salvador
(BA) têm abrangência estadual. As entidades localizadas em São José / Jacareí (SP) e
Montenegro (RS) têm abrangências intermunicipais e o sindicato localizado em Manaus
(AM) atua somente no município.
Não foi possível contatar os representantes dos sindicatos de Mato Grosso (Cuiabá), Piauí e
São Paulo (Jundiaí). Fizemos contato telefônico com uma funcionária do sindicato de
Bauru (SP) que nos disponibilizou o número de funcionários da unidade da AmBev de
Agudos. Infelizmente, não foi possível estabelecer maiores contatos com o sindicato do Rio
de Janeiro. Após várias tentativas, chegamos a marcar, por telefone, uma conversa com um
dos diretores desse sindicato, mas isso foi inviabilizado pelo mesmo. Não conseguimos
estabelecer contato com os sindicatos do Rio Grande do Sul (Estrela e Porto Alegre). No
entanto, tivemos acesso à documentação com ações envolvendo os sindicatos de Estrela e
Montenegro.
O número de trabalhadores ativos na base, segundo os representantes dos sindicatos
consultados, varia de 2000 a 3500 funcionários9. Os sindicatos situados no Uruguai
agregam um total de 375 trabalhadores ativos nas suas bases. Dois dos sindicatos
consultados abrangem todas as indústrias de alimentação, agregando nas respectivas bases
trabalhadores de indústrias de bebidas, frios, carnes e derivados, doces, torrefação,
laticínios e padarias. Os demais (04) agregam em suas bases, especificamente,
trabalhadores de empresas de bebidas em geral. O número de trabalhadores sindicalizados
varia entre 320 (Montenegro-RS) e 820 (São José - SP)10, conforme descrito no quadro a
seguir:
9
Vale afirmar que os números fornecidos pelos representantes sindicais foram baseados em
aproximações/estimativas, não tendo portanto, muita exatidão.
10
Idem nota número 04.
20
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
QUADRO 6 – SINDICATOS / NÚMEROS DE TRABALHADORES ATIVOS NA
BASE / NÚMEROS DE ASSOCIADOS SINDICALIZADOS / NÚMERO DE
TRABALHADORES APOSENTADOS SINDICALIZADOS (SETEMBRO/2002)
Sindicato
Goiânia
(GO)
São José
(SP)
Recife (PE)
Montenegro
(RS)
Manaus
(AM)
Salvador
(BA)
Minas (UR)
Paysandú
(UR)
N.º de Trabalhadores Ativos N.º de Trabalhadores Ativos
N.º de Trabalhadores
na Base
associados sindicalizados
aposentados sindicalizados
Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Total
3000
500
3500
385
115
500
?
?
?
2200
1100
3300
800
20
820
80
?
80
711
86
797
?
?
?
?
?
?
600
1000
2600
220
100
320
120
30
150
1700
300
2000
380
50
430
?
?
?
2786
?
2786
498
?
498
?
?
?
167
03
170
150
?
150
?
?
?
200
05
205
148
02
150
?
?
?
Fonte: Observatório Social
Tendo como referência os números acima, percentualmente, teríamos o seguinte quadro de
sindicalização: Goiânia (GO) com 14,28%; São José (SP) com 24,84%; Montenegro (RS)
com 12,30%; Manaus (AM) com 21,50%; Salvador (BA) com 17,87%.
Como podemos verificar, a Empresa que reúne maior número de mulheres é a unidade de
Jacareí / São José (SP) tendo em sua base, segundo os dados fornecidos, 50% dos postos de
trabalho ocupados por mulheres. No entanto, quando analisamos o número de
sindicalização, este cai vertiginosamente, ou seja, dos 24,84% de sindicalizados, apenas
2,50% são mulheres. Proporcionalmente, os sindicatos com maior número de mulheres
sindicalizadas são o de Montenegro (RS) e o de Goiânia (GO). Vale ressaltar, também, que
na maioria desses sindicatos a direção é majoritariamente masculina, com exceção do
sindicato de Goiás, que tem uma direção executiva relativamente equilibrada composta por
08 membros, dos quais, 04 homens e 04 mulheres.
2.1.1 - REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS SOCIAIS
Como demonstrado anteriormente, o salário médio mensal das unidades da AmBev,
segundo os dados dos sindicalistas, varia de R$ 300,00 em Goiânia (GO) a R$ 1.200,00 em
São José (SP), sendo que o piso salarial é de aproximadamente R$ 250,00. A jornada de
trabalho é de 44 horas semanais, salvo na Bahia onde é de 42 e no Uruguai, onde é de 48.
Os dados fornecidos revelaram uma grande disparidade de informações, daí a necessidade
21
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
de uma pesquisa mais detalhada, com acesso a dados primários junto aos sindicatos e à
Empresa.
Quanto aos benefícios, podemos verificar que as unidades produtivas da AmBev, em geral,
oferecem11:
‰
Assistência Médica e odontológica extensiva aos dependentes; auxílio
transporte; auxílio filho - excepcional; auxílio doença acidentária complementar;
auxílio para material escolar; auxílio creche; PLR.
De maneira geral, esses benefícios foram estabelecidos por Acordo Coletivo ou por
deliberação da própria Empresa. O sindicato que registrou maior número de
conquistas/benefícios foi o Sindicato de bebidas da Bahia.
2.1.2 - TERCEIRIZAÇÃO
Segundo informações obtidas, todas as unidades fabris da AMBEV contam com serviços de
terceiros que atuam, geralmente, nos seguintes setores: restaurante; serviços de limpeza;
distribuição; serviços gerais; manutenção; segurança; serviços médicos; entre outros. O
quadro abaixo dá uma visão geral da utilização da força de trabalho terceirizada, as
atividades e os sindicatos que representam esses trabalhadores, segundo a realidade dos
sindicatos consultados:
QUADRO 7 – FORÇA DE TRABALHO TERCEIRIZADA / ATIVIDADES E
REPRESENTAÇÃO SINDICAL
Sindicato
Sim Não
Goiânia (GO)
X
São José e
Região (SP)
X
Recife (PE)
X
Montenegro
(RS)
X
Manaus (AM)
X
Salvador (BA)
11
X
Atividades/Setores
Restaurante
Serviços de limpeza
Distribuição
Serviços em geral
(inclusive manutenção)
Limpeza e Conservação
Refeitório
Manutenção
Armazém
Refeitório
Limpeza e Conservação
Restaurante
Limpeza e Conservação
Segurança
Armazém
Empilhador
Refeitório
N° de
trabalhadores
?
Representantes
200 (aprox.)
Sindicato de terceiros;
Sind.Tur.Cozinha e
Centros
Sind. Trab. Limpeza Serv.
Gerais;
Sind. Metalúrgicos
Diversos
290 (aprox.)
Conservação e
Segurança
Ver no anexo os benefícios específicos segundo cada entidade sindical.
22
Nenhuma
Sindicato dos Vigilantes
Observatório Social – Mapa de Empresa
Minas
(Uruguai)
X
Paysandú
(Uruguai)
X
AMBEV
Segurança
Limpeza e Conservação
Transporte
Serviços Médicos
Segurança
Limpeza
“Leña”
Serviços e manutenção
Sind. Construção Civil
Nenhum
10 (total)
50 (total)
Nenhum
Fonte: Observatório Social
2.1.3 - AÇÃO SINDICAL FRENTE À REESTRUTURAÇÃO DA AMBEV
A reestruturação da AmBev tem resultado na perda de postos de trabalho através de
demissões, atingindo inclusive aos trabalhadores uruguaios. Ao agir dessa forma, a
Empresa vem desrespeitando o acordo firmado junto ao CADE. Dada a velocidade com que
vem se dando esse processo e ao fato de a Empresa não envolver os sindicatos na
negociação, a própria CONTAC não consegue dimensionar o número exato de
trabalhadores que já foram demitidos em todo o país desde a constituição da Empresa,
impedindo-a de dar uma resposta a contento.
Mesmo assim, o contato inicial estabelecido com os sindicatos permitiu identificar algumas
ações que vêm sendo realizadas para enfrentar essa situação. A CONTAC vem realizando
vários encontros de caráter nacional, com o objetivo de analisar a nova conjuntura e
planejar mecanismos e estratégias de enfrentamento dos problemas - principalmente no que
se refere às demissões - com alguns resultados positivos.
No dia 11/01/2002, a AmBev enviou para o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de
Alimentação de Montenegro (RS) uma carta comunicando a demissão de 90 funcionários,
sendo 55 da unidade produtiva de Montenegro e 35 da unidade produtiva de Estrela (RS),
envolvendo trabalhadores com tempo de trabalho que variava de 27 a 03 anos na mesma
empresa. A justificativa apresentada pela AmBev foi a reestruturação das áreas de produção
e logística de distribuição de cerveja no Rio Grande do Sul. Segundo a Empresa, essa ação
tinha como objetivo maximizar a produtividade nas respectivas unidades. O texto da carta
afirmava que: “todos os 90 funcionários serão beneficiados12 por um pacote de benefícios,
que inclui curso de qualificação no Senai e extensão do plano de assistência médica”.
Entretanto, nesse mesmo período, deveria ser realizada a eleição dos membros da CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) na unidade produtiva de Montenegro, mas a
Empresa postergou a data da eleição para o dia 17/01/02, demitindo entre os 55
trabalhadores de Montenegro, 04 candidatos a cipeiros. Diante desse fato, e após tentativas
infrutíferas de negociação direta com a Empresa, o sindicato entrou com uma ação na
justiça conseguindo reverter, primeiramente, a demissão dos candidatos a membros da
CIPA. Mais tarde, após um longo processo judicial e mobilização sindical envolvendo
representantes do governo local (prefeito, secretário de trabalho do governo estadual,
deputado, etc.), uma parcela dos trabalhadores foi reintegrada ao quadro de funcionários da
12
grifo nosso
23
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
Empresa, embora a mesma tenha preferido mantê-los afastados alegando não ter como
absorvê-los. O retorno dos demitidos foi acontecendo lentamente e muitos foram
transferidos para outras localidades. Esse era o quadro em março de 2002. Atualmente, os
representantes da CONTAC afirmam que a unidade de Estrela está quase totalmente
desativada.
Vale destacar que a justiça tomou a decisão em favor dos trabalhadores, tendo como
referências as obrigações firmadas pelo CADE quando da fusão das empresas. Os aspectos
mais importantes do Termo de Compromisso foram destacados no primeiro item desse
relatório.
Em Salvador também houve demissões de sindicalistas e a AmBev, através de ação
judicial, reintegrou quatro sindicalistas demitidos em 23 de março. A decisão foi da Juíza
da 2ª Vara do Trabalho de Simões Filho, que concedeu liminar no dia 2 de maio
determinando a reintegração. A Empresa havia demitido o presidente, o secretário geral, o
tesoureiro e um diretor executivo da entidade sindical, no rol das mais de 100 demissões
praticadas no mês de março. As demissões dos sindicalistas foram consideradas um
desrespeito ao direito de livre organização sindical e estabilidade dos dirigentes, direito este
garantido pela Constituição. Segundo o Sindicato, a AmBev já demitiu metade do quadro
de pessoal existente na Bahia em 1999. São quase 400 trabalhadores dispensados.
O SINDIBEB (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Bebidas) denuncia que a
sobrecarga de trabalho é grande na Empresa, com empregados sendo convocados para
trabalhar nos dias de folga. A produção, que em 1999 era feita por 800 empregados, hoje é
feita por apenas 400 trabalhadores. O presidente do SINDIBEB, Roberto Santana, diz ainda
que a Empresa vem tentando retirar conquistas que há mais de 10 anos são percebidas pelos
empregados, como o auxílio material escolar, auxílio para compra de óculos e PLR.
2.2 – OS DIREITOS TRABALHISTAS E AMBIENTAIS
2.2.1 - LIBERDADE SINDICAL E NEGOCIAÇÃO COLETIVA
De um modo geral, os dirigentes sindicais de quase todos os sindicatos consultados
afirmaram que têm acesso parcial à Empresa e, mesmo assim, mediante autorização prévia.
Em alguns casos - sindicato de São José (SP), de Recife (PE) e de Montenegro (RS) -,
somente os dirigentes sindicais empregados na Empresa podem ter acesso às suas
dependências. Já os sindicatos de Goiânia (GO), Manaus (AM) e Salvador (BA) afirmaram
que todos os dirigentes sindicais conseguem ter acesso às dependências da AmBev.
Em relação à negociação coletiva, os dirigentes sindicais entrevistados foram unânimes em
afirmar que não têm acesso à documentação necessária para a negociação com a Empresa.
De um modo geral, também, os dirigentes sindicais entrevistados afirmaram ter problemas
ou queixas em relação à Empresa. Os sindicatos de São José (SP), Recife (PE), Manaus
(AM), Salvador (BA) e Goiânia (GO) denunciaram a atitude anti-sindical da Empresa e
afirmaram que a mesma não cumpre plenamente as cláusulas acordadas, desrespeita a
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Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
jornada de trabalho, e que o sindicato tem problemas com o não-pagamento do piso salarial
e o não-pagamento de horas-extras e adicional noturno, além de problemas nas escala de
horários. Os sindicatos de São José (SP), Recife (PE) e Montenegro (RS) já tiveram
problemas relativos a afastamento, transferência e demissão de dirigente sindical.
Os representantes sindicais de Goiânia (GO), Montenegro (RS), Manaus (AM) e Salvador
(BA) declararam que não houve paralisações ou movimento grevista contra as empresas do
grupo AmBev nos últimos 3 anos, mas os dirigentes sindicais de São José (SP) e Recife
(PE) declararam que houve paralisação contra a implantação de banco de horas e
assembléias por atrasos de pagamentos.
2.2.2 - TRABALHO INFANTIL E TRABALHO FORÇADO
De acordo com as declarações dos dirigentes sindicais, não foram registrados quaisquer
problemas com relação ao trabalho infantil. Porém, uma pesquisa sobre a cadeia produtiva
da AmBev deverá verificar a atuação da Empresa, nessa temática, em relação aos seus
fornecedores e, em especial, aos fornecedores de grãos, e também a própria atuação destes
em relação ao trabalho infantil.
Tal como tem sido observado em diversas pesquisas, a questão do trabalho forçado, para os
trabalhadores, é geralmente interpretada como excesso de horas-extras e banco de horas, o
que não corresponde ao conteúdo da convenção da OIT.
2.2.3 - DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO E RAÇA
Os dados obtidos, até o momento, não são suficientes para fazermos comentários mais
consistentes sobre o assunto.
2.2.4 - SAÚDE E SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO
Com relação ao item saúde e segurança no trabalho, podemos constatar que os principais
problemas enfrentados pelos trabalhadores nas empresas se referem a: ruídos intensos;
esforços repetitivos; excesso de esforços físicos; exposição/manuseio de produtos
químicos; baixo incentivo ao uso de E.P.I.S; alto índice de acidentes em função de garrafas
quebradas; entre outros.
Os dirigentes das entidades sindicais consultadas afirmaram que os cipeiros (CIPA) e os
dirigentes sindicais das fábricas da AMBEV são liberados integralmente para atuar. A
única entidade que diz ter participação em Comissão de Conciliação Prévia foi o Sindicato
de Goiânia (GO).
25
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
2.2.5 – MEIO-AMBIENTE
Segundo dados da Empresa, foram investidos nos últimos cinco anos cerca de US$ 36
milhões em programas ambientais. Além disso, oito unidades fabris foram certificadas pela
Bureau Veritas Quality (BVQI), em conformidade com a ISO 14001. Outras iniciativas da
companhia incluem a Recicloteca, em associação com a ONG Ecomarapendi e a Fundação
do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), instituição sem fins lucrativos,
constituída por um grupo de empresas privadas para promover e modernizar a reciclagem.
Uma primeira aproximação com os problemas ambientais da AmBev permitiu identificar a
existência de denúncias sobre contaminação de rios nas cidades de Recife (PE) e de
Montenegro (RS). Em se tratando de um setor que utiliza um enorme volume de água no
seu processo produtivo, cabe verificar mais detalhadamente possíveis problemas ambientais
com esse recurso que é um bem comum.
2.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa etapa inicial da pesquisa, podemos concluir que o setor de bebidas e, mais
especificamente, o setor cervejeiro, vem passando por um amplo processo de reestruturação
com o objetivo estratégico de ampliar o seu mercado nos países onde é alto o potencial de
consumo, tal como o Brasil. Entretanto, esse processo também tem provocado efeitos
negativos sobre os trabalhadores.
No caso específico da AmBev, vimos que há uma tendência à precarização das relações de
trabalho decorrente, principalmente da terceirização, assim como uma tendência para o
desemprego devido, em parte, ao fechamento de algumas unidades.
Para além das questões mais gerais, os problemas apontados pelos sindicalistas nessa
primeira etapa da pesquisa (redução dos salários, desrespeito à organização sindical,
redução das conquistas do acordo coletivo, dificuldade de comunicação com a Empresa,
não-compromisso com os trabalhadores, carga horária superior à permitida por lei, perdas
de benefícios, aumento de demissões em geral e também das demissões por justa causa sem motivo justificado -, acúmulo de função, muita pressão para aumentar produção com
aumento da jornada) permitem concluir que a AmBev não respeita várias das convenções
da OIT, nem tampouco as diretrizes da OCDE.
Nesse sentido, consideramos fundamental a continuidade desse trabalho para que
aprofundemos:
- Como ficará a reorganização da empresa após a fusão, quantas e quais unidades
produtivas serão mantidas;
- Qual o número de trabalhadores nessas unidades;
- Qual a condição de trabalho dos terceirizados, e que cargos e setores eles de fato estão
ocupando;
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Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
- Qual o impacto gerado entre os distribuidores após a reestruturação dos setores,
principalmente o de logística e distribuição;
- Qual o comportamento da Empresa na cadeia produtiva – fornecedores / clientes;
- Qual a postura da empresa frente à Responsabilidade Social;
- Melhor esclarecimento das diferenças salariais;
- Aprofundamento nos dados referentes aos indicadores propostos pelo observatório Social;
- Conhecimento mais ampliado sobre o quadro das organizações sindicais no setor, entre
outras questões.
2.3.2 - RECOMENDAÇÕES
Diante dos dados que conseguimos levantar até o momento, consideramos fundamental que
a próxima etapa da pesquisa conte com o apoio e a participação da CONTAC e dos
sindicatos, principalmente daqueles onde estão instaladas as principais unidades:
- São José do Rio Preto / Jacareí – Sindicato Filiado à CUT e à CONTAC;
- Bauru (SP) – Unidade de Agudos – Sindicato Independente;
- Rio de Janeiro (RJ) – Sindicato filiado à Força Sindical e à CONTAC (Difícil
Negociação);
- Porto Alegre (RS) – Unidade de Viamão – Sindicato filiado à CUT e à CONTAC;
- Lages (SC) – (Verificar filiação);
- Cabo/Olinda (PE) – Sindicato filiado à CUT e à CONTAC;
- Anápolis (GO) – Sindicato Independente;
- Montenegro e Estrela (RS) – pelo histórico das demissões – Filiado à CUT e à CONTAC.
Os critérios utilizados na escolha dessas unidades foram a sua representatividade em
relação aos volumes de produção, a tecnologia empregada no processo de fabricação e a
sua localização geográfica. A observação nessas unidades é importante para avaliarmos o
quadro atual da Empresa e as tendências de mudança organizacional que afetem os
trabalhadores.
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AMBEV
ANEXO
PESQUISA JUNTO ÀS ENTIDADES SINDICAIS
1. INFORMAÇÕES CADASTRAIS E FILIAÇÃO A ENTIDADES (SINDICAIS E CIVIS)
1.1 - ENTIDADES
SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE CERVEJA E BEBIDAS EM
GERAL E DE ÁGUAS MINERAIS DO ESTADO DE GOIÁS
Nº de CNPJ: 25.103.912/0001-10
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Av. Tocantins, 768 – Setor Central
Cidade/UF: Goiânia - Goiás (GO)
CEP: 74015-010
Telefone 1: (0**62) 225 4577
Telefone 2: (0**62) 225 9357
Fax: (0** 62) 224 6634
Correio eletrônico (E-mail) -------------------Filiação:
- Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação dos Estados de Goiás e
Tocantins
- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC
SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS
DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – JACAREÍ E REGIÃO
Nome fantasia e/ou sigla: S.T.I. Alimentação
Nº de CNPJ: ____________
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Av. Rui Barbosa, 14 – São José dos Campos (SP)
Rua José Medeiros, 80 – Jacarei (SP)
Cidade/UF: Jacarei – São Paulo (SP)
CEP: 12310-000
Telefone 1: (0**12) 3953 6017
Telefone 2: (0**12) 3922 1464
28
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
Fax: (0** 12) 3922 1145
Correio eletrônico (E-mail): [email protected]
Filiação:
- Federação dos trabalhadores nas Ind. de Alimentação do Estado de São Paulo
- Confederação Nacional dos trabalhadores de Alimentação – CONTAC
- Central Única dos Trabalhadores – CUT
SINDICATO DOS
PERNAMBUCO
TRABALHADORES
NA
INDÚSTRIA
DE
BEBIDAS
DE
Nome fantasia e/ou sigla: SINDBLB
Nº de CNPJ: 11.012.713/0001-91
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Rua da Aurora, 325 – Edifício Ébano – Sala 813
Cidade/UF: Recife – Pernambuco (PE)
CEP: 50050-000
Telefone 1: (0**81) 3231 7038
Telefone 2: (0**81) 3423 7154
Fax: (0** 81) 3423 71 / 3231 7038
Filiação:
- Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Rio Grande do Sul
- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC
- Central Única dos Trabalhadores – CUT
- Departamento Intersindical de Estudos e Estatística Sócio-Econômicas (Dieese)
- Instituto de Saúde do Trabalhador de PE - INST
SINDICATO DOS TRABALHADORES
MONTENEGRO – RIO GRANDE DO SUL
NA
INDÚSTRIA
Nome fantasia e/ou sigla: SINDIALIMENTOS
Nº de CNPJ: ________
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Rua Fernando Ferrari, 1099
Cidade/UF: Montenegro – Rio Grande do Sul (RS)
CEP: 95780-000
Telefone 1: (0**51) 62 2201
29
DE
ALIMENTOS
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
Fax: (0** 51) 62 2101
Correio eletrônico (E-mail): [email protected]
Filiação:
- Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do RS
- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC
- Central Única dos Trabalhadores – CUT
- Departamento Intersindical de estudos e estatísticas Sócio-Econômicas (DIEESE)
SINDICATO DE BEBIDAS EM GERAL DE MANAUS
Nome fantasia e/ou sigla: SINTRABEM
Nº de CNPJ: 63.692.552/0001-28
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Rua Ministro João Gonçalves de Souza, 141 – Distrito Industrial
Cidade/UF: Manaus – Amazonas (AM)
CEP: _________________
Telefone 1: (0**92) 613 1422
Telefone 2: (0**92) 9613 1422
Filiação:
- Federação dos trabalhadores na Indústria de Alimentação de São Paulo
- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC
- Força Sindical – FS
SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE BEBIDAS DA BAHIA
Nome fantasia e/ou sigla:
Nº de CNPJ: 13.505.854/0001-71
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Rua Matias Albuquerque, 39
Cidade/UF: Salvador - Bahia (BA)
CEP: 40450-540
Telefone 1: (0**71) 312 6851
Fax: (0** 71) 3313 2092
Filiação:
- Federação dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação da Bahia
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Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC
- Central Única dos Trabalhadores – CUT
- Departamento Intersindical de Estudos e estatísticas Sócio-Econômicas (DIEESE)
CENTRO OBREROS EMPLEADOS DE SALUS
Nome fantasia e/ou sigla: C.O.E.S
Nº de CNPJ: ___________
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Cidade: Minas
País: Uruguai
CEP: ________________
Telefone (0**) 044 259 89
Fax:
(0**) 044 259 89
Filiação:
- Federación Obreros Empleados de la Bebida – Uruguai (FOEB)
- Unión Internacional Trabajadores de Alimentación (UITA)
- PIT – CNT – Uruguai
SINDICATO OBREROS C/ EMPLEADOS
Nome fantasia e/ou sigla: SOEN
Nº de CNPJ: 11.012.713/0001-91
Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato
Endereço: Rua Luis Batlle Berre, 1417
Cidade/País: Paysandú – Uruguai
Telefone 1: (0**) 072 – 24 734
Telefone 2: (0**) 072 – 26 175
Fax: (0** ) 072 – 24 734
Correio eletrônico (E-mail): [email protected]
Filiação:
- Federación Obreros Empleados de la Bebida – Uruguai (FOEB)
- Unión Internacional Trabajadores de Alimentación (UITA)
- PIT – CNT – Uruguai
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Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
2. CARACTERIZAÇÃO DA BASE SINDICAL E DOS ASSOCIADOS
2.1 - ENTIDADES SINDICAIS E A ABRANGÊNCIA (NACIONAL, ESTADUAL,
INTERMUNICIPAL, MUNICIPAL)
Sindicato
Estadual
Goiânia (GO)
Intermunicipal
Municipal
X
São José (SP)
Base territorial
Todo Estado
X
São José, Jacareí, Campos do Jordão,
Paraibuna,
Monteiro
Lobato,
Santo
Antônio do Pinhal, São Bento, Santa
Branca, Caraguatatuba, São Sebastião e
Ubatuba.
Recife (PE)
X
Estado de Pernambuco,
exceto Guaramuns e Região.
Montenegro (RS)
X
-----
Manaus (AM)
Salvador (BA)
X
X
Manaus
-----
Minas (Uruguai)
X
Cidade de Minas
Paysandú (Uruguai)
X
Paysandú
DIREÇÃO SINDICAL (IDENTIFICAÇÃO DE CARGOS E SECRETARIAS)
SINDICATO TRAB. IND. DE CERVEJAS E BEBIDAS DO ESTADO DE GOIÁS
Mandato: 10/12/00 a 09/12/03
Cargo
Nome
Presidente
João R. P. Sexas
Vice-presidente
Tania Rosa Teixeira
Secretário Geral
Aparecida rosa Morais Teixeira
1º Secretário
Roseli M. Correa
Tesoureiro
Marcelo nascimento Seixas
1º Tesoureiro
Vera Lúcia Silva de oliveira
Secretário de Formação
Edvard pereira de Souza
Secr. de R. Internacionais
Secr. de Política Sindical
Claudionor Carneiro de Lima
Secr. de Políticas Sociais
Secr. de Organização
Secr. de Comunic./Imprensa
Outras Secretarias
SINDICATO TRAB. IND. DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS DE S.JOSÉ – SP
Mandato:
Cargo
Nome
Presidente
Vice-presidente
Secretário Geral
1º Secretário
Tesoureiro
32
Sexo (F/M)
M
F
F
F
M
F
M
M
Sexo (F/M)
Observatório Social – Mapa de Empresa
1º Tesoureiro
Secretário de Formação
Secr. de R. Internacionais
Secr. de Política Sindical
Secr. de Políticas Sociais
Secr. de Organização
Secr. de Comunic./Imprensa
Outras Secretarias
SINTRABEM – MANAUS – AM
Mandato: 06/2001 a 06/2005
Cargo
Presidente
Vice-presidente
Secretário Geral
1º Secretário
Tesoureiro
1º Tesoureiro
Secretário de Formação
Secr. de R. Internacionais
Secr. de Política Sindical
Secr. de Políticas Sociais
Secr. de Organização
Secr. de Comunic./Imprensa
Outras Secretarias
AMBEV
DIRETORIA COLEGIADA COM
PAULO SIQUEIRA
Nome
Arlindo Mota de Brito
Mario oliveira Cavalcante
Joaquim R. da Silva neto
Herbet Camara Brandão
Arnaldo de Almeida Menezes
Adalberto J. F. da Silva
Sexo (F/M)
M
M
M
M
M
M
Edilson Guimarães da Costa
M
SINDICATO TRAB. IND de BEBIDAS DA BAHIA – BA
Mandato: 2000 a 2003
Cargo
Presidente
Vice-presidente
Secretário Geral
1º Secretário
Tesoureiro
Secr. de Comunic./Imprensa
Outras Secretarias – Saúde
Nome
Roberto Santana
Sexo
F/M
M
Eduardo Ribeiro
M
Alberto Evangelista
Paulo Cesar
Laise Ribeiro
M
M
F
CENTRO OBREROS DE EMPLEADOS SALUS (COES) – MINAS – URUGUAI
Mandato: 2001 a 2003
Cargo
Nome
Presidente
José Luis Beracochea
Vice-presidente
Alejandro Perez
Secretário Geral
Julio Toledo
1º Secretário
Dario Juni
Tesoureiro
Carlos Urtiberea
1º Tesoureiro
Gustavo Vasquez
Secretário de Formação
Carlos Abiega
Secr. de R. Internacionais
Nestor Telechea
Secr. de Política Sindical
Pedro Gonzalez
Secr. de Políticas Sociais
Luis Fernandes
Secr. de Organização
Secr. de Comunic./Imprensa
33
Sexo (F/M)
M
M
M
M
M
M
M
M
M
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
Outras Secretarias
SINDICATO OBREROS DE EMPLEADOS DE NOUTERA (SOEN) – PAYSANDÚ – URUGUAI
Mandato:
Cargo
Nome
Presidente
Roque Asecetche
Vice-presidente
Luis Borvir
Secretário Geral
José Ouley
1º Secretário
Mario S. Martír
Tesoureiro
Diego Picalt
1º Tesoureiro
Enrique Colla
Secretário de Formação
Eduardo Dalla Valle
Secr. de R. Internacionais
Secr. de Política Sindical
Secr. de Políticas Sociais
Victor Dartaz
Secr. de Organização
Secr. de Comunic./Imprensa
José Oreto
Outras Secretarias
Raúl Echast
34
Sexo (F/M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
Observatório Social – Mapa de Empresa
AMBEV
INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL
CONSELHO DIRETOR
CUT - SRI - OIT - Kjeld A. Jakobsen (Presidente)
CUT - INST - Rita de Cássia Evaristo
CUT - SNF - Altemir Antônio Tortelli
CUT - SPS - Pascoal Carneiro
CUT - SNO - Rafael Freire Neto
CUT - CNMT - Maria Ednalva B. de Lima
CUT - CIOSL - José Olívio M. de Oliveira
CUT - Desep - Lúcia Regina dos S. Reis
DIEESE - Wagner Firmino Santana e Mara Luzia Feltes
UNITRABALHO - Francisco Mazzeu e Sidney Lianza
CEDEC - Tullo Vigevani e Ronaldo Baltar
Membros da Coordenação Geral
COORDENAÇÃO GERAL
Arthur Borges Filho - Coordenador Administrativo e Financeiro
Clemente Ganz Lúcio - Coordenador Técnico Nacional
Clóvis Scherer - Coordenador da Sede Sul
José Olívio Miranda de Oliveira - Secretário Geral Adjunto da CIOSL
Karina P. Mariano - Coordenadora da Sede SP
Kjeld A. Jakobsen - Secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil, representante
no Conselho de Administração da OIT e Presidente do Conselho Diretor
Maria Ednalva B. de Lima - Coordenadora da CNMT/CUT
Maria José Coelho - Coordenadora de Comunicação
Odilon Luís Faccio - Coordenador de Desenvolvimento Institucional
Pieter Sijbrandij - Coordenador de Projetos
Rafael Freire Neto - Secretário Nacional de Organização da CUT
Rogério Valle - Coordenador da Sede RJ
Ronaldo Baltar - Coordenador do Sistema de Informação
ELABORAÇÃO
Coordenador – Rogerio Valle
Pesquisadores – Vera Maciel
Luiz Brettas
35
Download

AMBEV - Instituto Observatório Social