APM
Associação de Professores
Posição da direção da APM sobre as Provas Finais de Matemática do 1º e 2º ciclos do ensino básico de Matemática
A direção da APM começa por reiterar a sua absoluta discordância com a realização deste tipo de provas nos 1º e 2º ciclos do ensino básico porque: 1. Não são necessárias para avaliar o sistema; há outros instrumentos mais adequados para o fazer (provas de aferição, por exemplo); 2. Não são um instrumento de avaliação adequado para dar indicações aos professores, alunos e encarregados de educação sobre as aprendizagens e as dificuldades de cada aluno; 3. Não avaliam as aprendizagens dos alunos de uma forma completa, privilegiando aprendizagens que incidem num conjunto de capacidades e conhecimentos muito restritos e centradas em aspetos mensuráveis; 4. Introduzem, no caso do 1º ciclo, uma escala numérica de avaliação contínua em Matemática e Português desfasada da avaliação própria deste ciclo de ensino, predominantemente qualitativa; 5. Não introduzem maior rigor e exigência no sistema, antes pervertem as principais finalidades do ensino nestes níveis de escolaridade; 6. Tendem a induzir práticas de trabalho de sala de aula focadas no treino para os exames, com prejuízo de outras aprendizagens mais profundas e estruturantes e distorcem o conjunto do currículo, passando a Matemática e o Português a ter um peso desproporcionado no trabalho em aula e fora dela, à medida que se aproxima a realização destas provas; 7. Diminuem a duração do ano letivo, obrigando os professores a leccionar precipitadamente temas e itens do programa que estão previstos para outra temporização; 8. Introduzem um conceito de “recuperação” baseada num treino intensivo e dirigido, com diminuta recuperação em termos de aprendizagem, apenas proporcionando uma segunda oportunidade para ultrapassar um obstáculo que não deveria sequer ter existido; 9. Provocam uma grande perturbação no funcionamento das escolas, das vidas de alunos dos professores e das famílias; 10. Acarretam gastos acrescidos que poderiam ser aplicados em medidas que ajudem a apoiar os alunos nas suas dificuldades e nas suas capacidades; 11. Introduzem fatores injustificáveis de discriminação e seleção que tenderão a abrir a porta a percursos alternativos precocemente instituídos; 12. Não existem na generalidade dos países da Europa nestes níveis de ensino. A direção da APM divulga uma primeira reação à prova do 1º ciclo, remetendo o seu parecer para quando puder realizar apreciações detalhadas das provas e confrontá-­‐las com os critérios de correção. REAÇÃO DA DIREÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA
À Prova Final de Matemática do 1º ciclo do ensino básico de 21 de maio de 2014
Consideramos que esta prova, estando globalmente de acordo com o Programa de Matemática do Ensino Básico em vigor para estes alunos, apresenta um significativo número de questões cuja resolução exige vários cálculos e raciocínio não diretos, tornando a prova extensa e com um grau de complexidade considerável. Sublinhamos negativamente o excessivo peso dado ao cálculo, nomeadamente em itens de Medida. Para além disso, há questões cujos enunciados apresentam um grau de dificuldade interpretativo pouco adequado a alunos desta faixa etária, recorrendo ainda a uma formalidade de linguagem que, com estes alunos, em regra não é utilizada. 21 de maio de 2014 
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Comentário - Associação de Professores de Matemática