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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
COMO PRÁTICA PARTICIPATIVA
POR: LUCIANA DA MOTA FERNANDES
PROFESSOR ORIENTADOR:
MARY SUE
RIO DE JANEIRO
2003.2
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
COMO PRÁTICA PARTICIPATIVA
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Supervisão
Escolar para disciplina Metodologia de Pesquisa.
Por Luciana da Mota Fernandes
3
AGRADECIMENTOS
À professora Mary Sue pela paciência e
aos amigos pela compreensão.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de pesquisa a todos
os colegas que desejam aprender.
5
RESUMO
Muitas Instituições de ensino ao serem evolvidas com o projeto
político- pedagógico como uma necessidade da escola resolvem impô-lo a todos. Em
geral ele é feito por um ou dois membros da equipe pedagógica (normalmente o
diretor junto ao coordenador ou supervisor escolar) e chega pronto às mãos dos
professores, alunos e funcionários da escola. Muitos professores até mesmo
desconhecem o que vem a ser o projeto político-pedagógico e sua importância para a
prática educativa, sendo visto simplesmente uma formalidade burocrática e
deixando-o engavetado.
Há um vácuo na prática pedagógica entre o pensar e o agir, que só poderá
ser preenchido pelo projeto político-pedagógico. E para que o projeto se efetive, duas
características são indispensáveis: primeiro é preciso que haja conhecimento
metodológico do que é o projeto por parte de todos os profissionais de educação e,
em segundo lugar, faz-se necessária a participação de todos os seguimentos da
instituição de ensino: direção, coordenação, professores funcionários, alunos,
responsáveis, comunidade, etc.
Portanto, para que o projeto político-pedagógico seja autêntico, passe a
ser implementado com sucesso e demonstre a real identidade da escola é
indispensável a participação de representantes de cada segmento da instituição de
ensino, pois, caso contrário, ele será as idéias de uma única pessoa, e não a síntese de
toda totalidade, deixando de ser uma construção coletiva e perdendo sua
característica de ''político''.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
7
CAPÍTULO I - Definido o Projeto Político Pedagógico
9
CAPÍTULO II - Elaboração do Projeto Político Pedagógico
11
2.1 Elaborando o Marco Referencial
13
2.1.1
Marco Situacional
13
2.1.2
Marco Doutrinal
14
2.1.3
Marco Operativo
14
2.2. Elaborando o Diagnóstico
15
2.3. Elaborando a Programação
16
2.4. Avaliação
18
CAPÍTULO III - A Prática Participativa na Construção do Projeto
Político Pedagógico
19
CONCLUSÃO
21
ANEXOS
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
30
ÍNDICE
31
FOLHA DE AVALIAÇÃO
32
7
INTRODUÇÃO
Para muitas instituições o projeto político-pedagógico trata-se de um
modismo educacional, sem se darem conta de sua importância para a melhoria da
qualidade de ensino, como mais uma tarefa burocrática a ser feita, sem qualquer
vínculo ao dia-a-dia da sala de aula.
Os falsos pressupostos colocados a acima dão ao projeto políticopedagógico uma visão fragmentada não permitindo a compreensão do que realmente
ele representa: o compromisso da escola com a educação, a organização escolar
como um todo, a essência do trabalho no contexto sócio-histórico, a identidade da
própria escola.
O projeto político-pedagógico deveria ser visto pelos profissionais como
um facilitador da prática pedagógica , porém estes preferem evitá-lo por acreditarem
ser uma tarefa a mais a ser realizada dentro da sala de aula.
Este comportamento em relação ao projeto político-pedagógico deve-se a
vários fatores. Em primeiro lugar a falta de conhecimento por parte dos professores
da instituição, acreditando muitas vezes, ser Centro de Interesse, Temas Geradores
e etc.
A falta de conhecimento é também um desses fatores, tendo somente a
visão parcial do projeto, onde é considerado umas elaboração de idéias, sem executar
as etapas e não avaliando os resultados, tornando-o um formalismo arquivado e
esquecido, ao invés de vivenciado.
8
A elaboração é um fator importantíssimo, porque muitos projetos
políticos-pedagógicos são elaborados por aqueles que não irão executá-lo. Há uma
grande divisão entre planejadores e os executores. Geralmente uma pequena equipe,
ou mesmo uma pessoa, direção, coordenação ou supervisor elabora o projeto e o
entrega pronto para os professores, sendo que outros setores da escola nem chegam a
ver ou conhecer o projeto. Algumas escolas encomendam um projeto a terceiros,
muitas vezes pessoas que não tem haver com a realidade da instituição, para que
façam o projeto. Em ambos os casos o projeto político-pedagógico não será efetivo,
não representando um a obra comum de todos os envolvidos no cotidiano escolar,
não demonstrando sua real identidade.
Portanto, o presente trabalho visa refletir acerca da construção,
auxiliando profissionais de educação no que diz respeito à necessidade da
participação efetiva de todos os setores envolvidos com a vida escolar, buscando
qualidade no trabalho pedagógico.
" ... todos crescem juntos, transformam a realidade, criam novo, em
proveito de todos e com o trabalho coordenado". (Gandim, 2002).
9
CAPÍTULO I
DEFININDO O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Atualmente há uma falta de qualidade no processo ensino-aprendizagem
e questões relacionadas ao fracasso escolar são crescentes. Para que este quadro seja
revertido necessita-se pensar ações eficazes que contribuam para a construção de um
ensino de qualidade. O projeto político-pedagógico não é apenas um modismo, mas
uma necessidade da escola em buscar constante reflexão sobre a prática educativa.
O projeto político-pedagógico não é um simples documento agrupando
idéias fantásticas e planos de ensino com múltiplas atividades, ele definirá a
identidade da instituição como um todo, suas finalidades e filosofia de trabalho,
esclarecendo quais as ações que deverão ser tomadas em busca de um ensino de
qualidade.
"A importância do projeto político-pedagógico próprio é
condição
para
que
se
afirme
(ou
se
construa
simultaneamente) a identidade da escola, como espaço
pedagógico necessário à construção do conhecimento e da
cidadania". (BUSSAMAN,1998).
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De acordo com Veiga (1998) o projeto político-pedagógico é uma ação
intencional, com o sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.
No projeto duas esferas estão inseridas e articuladas: a prática pedagógica e a
política. Na dimensão pedagógica do projeto estão as ações educativas e as
características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua
intencionalidade (que é a formação do cidadão participativo, responsável,
compromissado, crítico e criativo). Na dimensão política encontra-se a articulação da
prática pedagógica ao compromisso sócio-político e aos interesses reais e coletivos
da população. Portanto, o político e o pedagógico têm uma significação
indissociável: não é possível que um projeto político-pedagógico efetivo esteja
dissociado de um compromisso social.
Para Castro Neves (1998) o projeto político-pedagógico é um
instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por
quem, para chegar a resultados. Explica uma filosofia e harmoniza as diretrizes da
educação nacional com a realidade da escola, dando-lhe autonomia e definindo seu
compromisso com a clientela.
Bussman (1998) considera o projeto não apenas como a elaboração de
um documento, porém uma implantação de um processo de ação-reflexão, ao mesmo
tempo global e setoriado que exigirá uma força conjunta.
A construção do projeto político-pedagógico traz a discussão sobre o
fracasso escolar, a reflexão sobre as questões sociais, culturais, políticas,
epistemológicas e metodológicas que estão envolvidas no processo ensinoaprendizagem. Como é colocado por alguns autores, sua elaboração servirá como
uma organização da escola, com a identidade e a coerência das ações, "imprimindo a
esta instituição a dimensão da qualidade almejada no momento atual histórico
(SANTIAGO, 1998)."
11
CAPÍTULO II
A ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO
O projeto político-pedagógico é o plano global da instituição. Ele é a
sistematização de um planejamento participativo que se aperfeiçoa e se concretiza ao
longo da caminhada da instituição, definindo que tipo de ação se quer realizar.
Além de se compreender o que vem a ser o projeto político-pedagógico, é
preciso também um certo conhecimento sobre a elaboração, não perdendo de vista
que o planejamento é uma ação coletiva sobre a metodologia e sobre os
instrumentos, que estuda e indica processos para se chegar a resultados efetivos. Não
se espera que todos os envolvidos no processo de elaboração tornem-se "donos" do
assunto, para isso deve existir em cada instituição equipe de coordenadores que
compreenda o planejamento, desde suas questões mais globais até o procedimento e
técnicas. Torna-se necessário uma análise dos pontos primordiais desse processo de
construção do projeto para que se possibilite a eficiência de todos as etapas e para
que todos os participantes compreendam a cada momento o que está sendo
elaborado.
O planejamento não pode ser pensado somente como uma reunião de
idéias, somente na elaboração, têm-se uma compreensão parcial do plano deixam-se
de lado outras etapas importantes, que são a execução e a avaliação.
Danilo Gandin (2002) afirma que "o planejamento participativo,
enquanto instrumento e metodologia, isto é, enquanto processo técnico, abre os
espaços especiais para a questão política". Dessa forma, o autor nos indica uma
proposta instrumental, técnica e metodológica que pode servir de base da ação
coordenada no processo de construção do projeto, com o objetivo de dar um sentido
científico, porém global e mais participativo ao longo do processo.
12
O modelo de planejamento apresentado por Danilo Gandin pode ser
resumido no quadro abaixo.
Partes
1. Marco Referencial
Significado
É o ideal.
Aspectos a considerar
a) Realidade global existente;
Três aspectos
b) Realidade global desejada;
a) Marco situacional
c) Realidade
desejada
do
ação
da
b) Marco doutrinal
campo
da
c) Marco operativo
instituição em processo de
planejamento.
2. Diagnóstico
É a comparação entre Confronto
o ideal e o real.
institucional
entre
realidade
desejada
e
a
realidade existente.
3. Programação
É a proposta de ação.
Transformações
propostas
para a realidade institucional
existente.
13
2.1. Elaborando o marco referencial
O marco referencial é um momento onde se define os princípios, valores
e as crenças que dão base a identidade da escola, expressando o caminho, a direção
que a instituição escolheu, fundamentado em elementos teóricos da filosofia, da fé e
das ciências. Esse marco nasce como resposta a um forte questionamento que os
educadores enfocam, procurando expressar o sentido do trabalho da escola e as
perspectivas para o caminho. O marco referencial se desdobra em três partes
aspectos: o marco situacional, o marco doutrinal e o marco operativo.
2.1.1. Marco Situacional
Compreensão do grupo sobre o mundo atual e a realidade global na qual
a instituição está inserida, buscando uma visão geral da realidade e não uma simples
análise.
Neste marco serão descritos e julgados os aspectos social, econômico,
político, cultural, religioso e educacional. Os pontos que terão realce serão aqueles
que o grupo considerar necessários. Podendo resumir que o marco situacional com
uma pergunta a ser respondida: Como se apresenta o mundo que estamos inseridos?
14
2.1.2. Marco doutrinal
É a proposta de ideal de homem, de sociedade e de educação que o grupo
expressa. Gandin (2002) adverte que, ao falar de ideal, pretende mesmo que sejam
descritos os ideais, as mais altas aspirações, que servirão de utopia como orientação,
idéias alcançáveis, porém difíceis a serem atingidas plenamente, que serão os
norteadores do trabalho.
(...) dizer ideal não significa dizer coisas lúdicas. Não se
trata de estabelecer algo imaginando, sem ligação com o
momento, sem a força da teoria, sem a justificativa da
realidade. Antes, pelo contrário, trata-se de propor algo
enraizado, possível e realizável, enquanto proposta da qual o
nosso esforço possa nos aproximar gradativamente. (Danilo
GANDIN, 2002)
Neste marco são estabelecidos os critérios gerais de orientação da
instituição, expressos pelo grupo. O plano é importante, mas a presença da teoria não
pode faltar, pois a doutrina nada mais é do que a teoria adotada para a ação.
2.1.3. Marco operativo
O marco operativo será o momento em que o grupo terá que observar
detalhadamente o que é adequado, a fim de que o seu posicionamento seja fator
eficiente na aproximação da realidade existente e da desejada. O trabalho reunirá o
que o grupo definiu
incluindo à descrição do tipo de educação que se supõe
adequada e também coerente com os ideais de homem e sociedade, descritos no
marco doutrinal, além da ação e da organização, a metodologia.
15
Observa-se que o marco doutrinal situa-se no nível dos fins, ou seja,
objetivos que se deseja alcançar, enquanto o marco operativo situa-se no nível dos
meios, ou seja, o grupo irá trabalhar, que rumo irá tomar e qual enfoque será dado ao
trabalho. O marco operativo não constam as ações concretas que vai se realizar, pois
está na programação do quadro onde estão as pessoas que compõem o grupo.
O marco operativo será proposta dos critérios de ação para os diversos
aspectos da Instituição, sendo, os posicionamentos que guiarão a escola, quanto à
organização, aos seu modo de agir e sua metodologia, percebendo as três dimensões:
a pedagógica, a comunitária e a administrativa, considerando tudo que deve estar em
coerência com o marco doutrinal a fim de realizar os ideais traçados neles.
2.2. Elaborando o diagnóstico
O diagnóstico é confronto entre a situação que vivemos e a situação que
desejamos viver. O diagnóstico é o resultado da comparação entre o que se traçou
como ponto de chegada, que é o marco referencial, a descrição da realidade da
instituição como ela se apresenta. Ele reproduz o juízo que o grupo faz da realidade
em confronto com o ideal traçado para o seu ser, seu agir, seu fazer. Neste caso as
necessidades devem ficar bem claras. Por isso, não é possível realizar um diagnóstico
sem saber o que se quer alcançar no final (marco doutrinal) ou sem saber como se
pretende que seja a instituição (marco operativo), uma vez que os aspectos do marco
referencial serão os parâmetros para que o grupo possa julgar a realidade, e não
apenas sem nenhum critério.
16
Então, é importante, no diagnóstico, o julgamento da
realidade a partir de critérios estabelecidos segundo aquilo
que se disse "deve ser". Assim, o médico faz um diagnóstico:
diz que algo está mal (vai depois em busca das causas)
quando constata 39 graus de temperatura em um paciente
(descrição da realidade, porque julga esta realidade com o
critério do que deveria ser (os 36), qualquer coisa que é
temperatura normal do corpo humano). Essa temperatura
normal é dada pela teoria. No caso do marco doutrinal e
operativo de uma instituição social é também a teoria que vai
dar o "dever ser", embora com possibilidades de
posicionamento pessoais muito importantes, que nosso
médico não tem ( mas que mesmo o médico tem em outros
pontos). (Danilo GANDIN, 2002.)
O diagnóstico não é a descrição da realidade, como já foi colocado, mas
só será possível a partir da descrição. Se não se conhecer a realidade, não poderá se
realizar um diagnóstico. Portanto duas etapas complementares são necessárias para
que ocorra: a pesquisa (para se alcançar uma descrição da realidade existente) e a
análise (para comparar o que realiza com o que se pretende, estabelecendo a
distância). Usando estes critérios estabelece um ponto coerente entre os marcos
operativo e doutrinal.
2.3. Elaborando a Programação
A programação é a proposta de ação para satisfazer as necessidades
apresentadas pelo diagnóstico, afim de se aproximar a realidade existente à realidade
desejada, diminuindo a distância entre a realidade da escola e o que se estabelece o
marco operativo.
17
As propostas na programação precisam ser as mais concretas possíveis,
contando com os recursos e o tempo que se dispões. Segundo Gandin (2002) se não é
viável sanar todas as necessidades, propõe-se o que é mais necessário, mais oportuno
ou mais urgente, dentro do que é necessário.
Para que haja satisfação, atendendo todos as necessidades, a programação
terá quatro funções: as ações concretas (objetivos), as orientações para as ações
(políticas e as estratégias), as determinações gerais (norma) e as atividades
permanentes. Destacam-se abaixo as características de cada dimensão.
As ações concretas são os objetivos da programação, podem ser gerais ou
específicos. São as propostas de ação com caráter de terminalidade, determina a ação
e se esgota ao ser executada. Devem conter o que se vai fazer indicando o resultado
que se pretende alcançar.
As orientações para as ações também são chamadas de políticas e
estratégias. São princípios das ações propostas para darem uma direção própria a
tudo que se faz dentro da instituição. Indicando sempre um comportamento, uma
atitude, um modo de ser ou agir.
As atividades permanentes são propostas de ação que se repetem,
ocorrendo com uma determinada freqüência na instituição, atendendo sempre uma
necessidade da mesma. Essas propostas ao se realizarem mantêm em funcionamento
certos serviços da instituição e também são chamadas de rotinas.
As determinações gerais são normas marcadas por um caráter de
obrigatoriedade, atingindo a todos ou alguns sujeitos. A norma só tem sentido se for
satisfazer alguma necessidade apontada no diagnóstico.
18
2.4. Avaliação
A avaliação é feita ao término de um período previsto. Acompanhar as
atividades e avaliá-las leva à reflexão, a partir de dados concretos sobre a instituição.
Discutir a avaliação é realizá-la periodicamente dão uma visão crítica ao trabalho que
está sendo desenvolvido, portanto, acompanhar e avaliar os resultados da própria
organização do trabalho pedagógico.
Segundo Gandin (2002) a avaliação tem diferentes enfoques ou
significados, podendo servir para: diagnóstico, controle ou classificação. É
importante que se pense na avaliação do projeto político-pedasgógico visando o
diagnóstico em primeiro lugar, a fim de que se verifique até o ponto de uma
determinada ação ou prática global são os instrumentos para a concretização de uma
idéia, porém a avaliação - controle também estará presente, de forma a se verificar se
as ações da programação foram realizadas. Contudo, é preciso que as escolas afastem
de suas rotinas a avaliação - classificação, que não tem significado nenhum no
planejamento e só serve para incluir determinado componente do grupo em alguma
posição de uma escola pré-determinada.
Ao se incluir a avaliação na construção do projeto político-pedagógico a
escola terá em mãos um instrumento para verificar a qualidade de suas ações,
integrando um todo em que as três faces do planejamento serão contempladas: a
elaboração, a execução e a avaliação.
19
CAPÍTULO III
A PRÁTICA PARTICIPATIVA NA CONSTRUÇÃO DO
PROJETO
Os
problemas educacionais são muitos e não podem ser discutidos
buscando as suas raízes apenas no campo pedagógico, mas na teia das relações que
se estabelece o contexto histórico-social onde a escola está inserida. Ao construir o
projeto político pedagógico busca-se criar uma parceria junto a comunidade,
estabelecendo bases para uma educação mais justa e de acordo com as necessidades e
de sua clientela. Mudanças concretas na busca da resolução de tais problemas
educacionais só se darão a partir de um projeto político-pedagógico coletivo.
A escola é o ponto de encontro das pessoas envolvidas no processo
educativo que formam a comunidade escolar. Todos que estão envolvidos com a
instituição além dos alunos e dos professores, mas também equipe pedagógica e
administrativa, funcionários, pais e responsáveis, membros do conselho escolar entre
outros. Um trabalho coletivo movimentará vários segmentos dessa comunidade
escolar e será fundamental para sustentar a ação da escola em torno de um projeto
político-pedagógico, pois serão os anseios da comunidade escolar que irão direcionar
as ações a serem tomadas ao longo do processo.
Uma vez sendo considerado a própria identidade da escola, o projeto só
será efetivo se representativo de todos os segmentos tiverem voz e vez ao longo da
sua construção, havendo contribuições de cada um e reflexão conjunta. Por isso, que
os especialistas de uma escola não podem elaborar o projeto sozinhos, e também não
destiná-los a outros que não pertencem a instituição, pois tais profissionais estão fora
do contexto; mas a elaboração de seu projeto precisa ser uma obra comum de todos.
20
A ausência da construção coletiva dessa identidade redunda
em que as escolas não escolham, não arbitrem sobre seu
fazer, porque apenas "engavetam" projetos que são de
pessoas anônimas e para uma instituição imaginária. Por
essa razão muitas escolas usam máscaras, possuem falsas
identidades,
apresentam-se
como
abertas
aos
novos
conhecimentos, mas agem como fontes de manutenção da
verdade, cerceando tantas outras verdades. Escolas assim
não conseguem que seus integrantes se identifiquem
institucionalmente, de forma que jamais chegarão à
compreensão da cultura do grupo do qual fazem parte.
(RESENDE, 1998)
Veiga (1998) cita a gestão democrática como um dos princípios
norteadores do projeto político-pedagógico. Tal prática administrativa histórica de
centralização do poder, partindo para uma busca da socialização deste e propiciando
a prática da participação coletiva. Conforme a autora (1998) a busca da gestão
democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos
diferentes segmentos da escola nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali
desenvolvidas.
Na gestão democrática o projeto político-pedagógico aparece como
vontade da coletividade dos segmentos da comunidade escolar e não de forma
fragmentada entre os que ocupam diferentes cargos e funções, pois estarão
envolvidos no processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola
e na busca de procedimentos viáveis à concretização dos objetivos coletivos.
Somente a participação de todos da comunidade escolar irá assegurar a
transparência nas decisões relacionadas a construção do projeto, assegurando a busca
da qualidade desejada no processo educativo. É através do desenvolvimento do
cooperativismo que nossos alunos se tornarão elementos ativos na transformação da
sociedade.
21
CONCLUSÃO
A escola, para se desvencilhar da divisão do trabalho, da fragmentação e
do controle hierárquico, precisa criar condições para gerar uma outra forma de
organização do trabalho pedagógico.
A reorganização da escola deverá ser buscada de dentro para fora. O
sucesso para a realização dessa tarefa será o empenho coletivo na construção do
projeto político-pedagógico.
Para que o projeto político-pedagógico se efetive, duas características são
indispensáveis: primeiro é preciso que haja conhecimento metodológico do que é o
projeto por parte de todos os profissionais de educação e, em segundo, faz-se
necessário a participação de todos os segmentos da instituição de ensino. Deve haver
uma pessoa da equipe que compreenda o processo de construção, para que com a
participação de todos os envolvidos seja traçado um caminho para que o objetivo
final seja alcançado. Porém é necessário que cada participante compreenda a cada
momento, o que está sendo realizado.
Um projeto político-pedagógico correta e metodologicamente construído,
não é a garantia de transformação automática de uma instituição de melhor
qualidade, mas certamente permitirá a todos os seus integrantes a aproveitarem
melhor suas potencialidades e pensarem em um processo de ensino-aprendizagem
com melhor qualidade, aberto para uma sociedade em constante mudança.
Portanto, verifica-se a atual necessidade de uma constante reflexão sobre
a prática educativa. Não importa o nome que se dê a isso: projeto políticopedagógico, um plano Global ou outro adotado por alguns autores; o importante é a
percepção de que a melhoria da qualidade da escola se dará pela elaboração e
execução de um projeto dessa natureza.
22
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1: Elaboração do Projeto de Pesquisa
Anexo 2: Problema
Anexo 3: Justificativa
Anexo 4: Objetivos
Anexo 5: Hipóteses
Anexo 6: Procedimentos metodológicos
Anexo 7: Referências Bibliográficas do Projeto de pesquisa
23
ANEXO 1
Elaboração do Projeto de Pesquisa
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO: SUPERVISÃO ESCOLAR
ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
PROFESSORA
MARY SUE
A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
COMO PRÁTICA PARTICIPATIVA
24
ANEXO 2
Problema
Mudança da filosofia da instituição definindo-se construtivista quando
era tradicional.
25
ANEXO 3
Justificativa
As instituições de Ensino ao se verem envolvidas com o projeto políticopedagógico como necessidade de impor e quando chega as mãos dos demais
funcionários já está tudo pronto sem que eles possam usar sua participação para
alguma contribuição.
Para que este projeto se torne viável deve contar com a participação de
todos da instituição e que demonstre a real identidade da escola.
26
ANEXO 4
Objetivos
Os objetivos definem-se por:
•
Proporcionar qualidade na instituição;
•
Delinear o caminho a ser seguido pela instituição como uma
totalidade;
•
Participação ativa do corpo docente, discente, dos funcionários e da
comunidade;
•
Compromisso com a responsabilidade social da comunidade que está
inserida;
•
Utilização da capacidade de crítica e criatividade voltada para a
educação.
27
ANEXO 5
Hipóteses
Um projeto capaz de delinear uma participação efetivo do corpo dos
funcionários tornando-o uma prática participativa.
28
ANEXO 6
Procedimentos metodológicos
A pesquisa será qualitativa. A pesquisa qualitativa, para autores como
Chizzotti e Minayo (1993), está centrada na idéia de que os dados não se constituem
como "coisas isoladas, acontecimentos fixos, captados em só instante de
observação". Nela, ainda de acordo com estes autores há uma constante de interação
entre sujeito e objeto. Pode ocorrer o caso em que, nela, o sujeito e objeto se
confundam em alguns momentos. Ela não busca leis gerais de causa e feito mas
principalmente captar o sentido subjetivo que o ator social empresta à sua ação
(Weber, 1994). Além do mais os resultados a que chegar ao fim dessa minha
investigação não serão submetidos a uma análise estatístico-matemático.
Quanto as técnicas de coletas de dados empregadas neste trabalho,
emprega-se aqui técnicas de pesquisas bibliográficas, pesquisa documental e análise
de conteúdo.
Por pesquisa bibliográfica entende-se a identificação, localização e
compilação dos dados escritos em livros, artigos e revistas, publicação de órgãos
oficiais etc., não fazendo-se a conclusão o resumo do material e sim estabelecendo
novas relações entre os elementos que constituem o tema.
Por pesquisa documental entende-se a pesquisa através de documentos
cientificamentes autênticos a fim de descrever e comparar fatos sociais.
Por análise de conteúdo entende-se a aplicação à análise de textos
escritos ou qualquer comunicação fazendo assim a influência desse contexto no
estilo.
Como pesquisa não prevê ida a campo, estas técnicas de coletas de dados
mostraram mais aconselháveis, nesse caso, como afirmam Chizzotti (1998) e Minayo
(1993).
29
ANEXO 7
Referência Bibliográfica do Projeto de Pesquisa
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisas em Ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez
Editora, 1995.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática participativa. São Paulo: Loyola,
2002.
VEIGA, Ilma Passos de Alencastro. (org.). Projeto político-pedagógico da escola:
uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1998.
30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUSSAMAN, Antônia Carvalho. O projeto político-pedagógico e a gestão da
escola. Campinas, SP: Papirus, 1998.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática participativa. São Paulo: Loyola,
2002.
______________ . A prática do planejamento participativo. Petrópolis, RJ: Vozes,
2001.
VEIGA, Ilma Passos de Alencastro. (org.). Projeto político-pedagógico da escola:
uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1998.
31
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
SUMÁRIO
6
INTRODUÇÃO
7
CAPÍTULO I - Definido o Projeto Político Pedagógico
9
CAPÍTULO II - Elaboração do Projeto Político Pedagógico
11
2.1 Elaborando o Marco Referencial
13
2.1.4 Marco Situacional
13
2.1.5 Marco Doutrinal
14
2.1.6 Marco Operativo
14
2.2. Elaborando o Diagnóstico
15
2.3. Elaborando a Programação
16
2.4. Avaliação
18
CAPÍTULO III - A Prática Participativa na Construção do Projeto
Político Pedagógico
19
CONCLUSÃO
21
ANEXOS
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
30
ÍNDICE
31
32
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação "Latu Sensu"
A construção do projeto político pedagógico como prática participativa
Autor: Luciana da Mota Fernandes
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito:
Avaliado por:
Conceito:
Avaliado por:
Conceito:
Conceito Final:
Rio de Janeiro,
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