Treino Especifico dos Jogadores de Campo no Ataque
Rolando Freitas
Seleccionador Nacional Júnior Masculino
Técnico de Grau 3
Mestre em Ciências do Desporto Treino de Alto Rensimento Desportivo
Introdução
O pressuposto que os jogadores de andebol moderno sejam capazes de
executar cada vez a um maior ritmo, com uma maior frequência e com uma
inovada variedade todas as suas acções, parece pressupor que, além do
trabalho realizado por todo o grupo de trabalho, haverá a necessidade de
realizar treino suplementar, de forma individual.
Realmente, quando se pretende que o jogador seja mais veloz, que consiga
executar remates variados e eficazes em todas as situações de jogo, e que o
faça durante 60 minutos, não estaremos a pedir de mais para quem só treina em
conjunto? Quando falamos do treino de condição física, já todos assumimos que
os jogadores tem características diferentes – antropométricas, fisiológicas,… - e
por isso, a orientação do treino também deverá ser individual. Nos Jogos
Desportivos Colectivos (JDC), no entanto, é dificil que, na mesma sessão de
treino todos os jogadores executem um trabalho absolutamente individual, pelo
que, tem sido hábito, a formação de pequenos grupos de trabalho, com
objectivos comuns. Desta forma, torna-se mais simples a organização do
trabalho da equipa e retira-se maior rendimento das adaptações produzidas nos
atletas.
“As exigências da alta competição tem conduzido a uma maior especialização
das funções dos jogadores no seio das equipas” (Santos et al., 2000). Daí que
haja a necessidade de dedicarmos algum do nosso volume de trabalho, ao
treino técnico-táctico especifico dos jogadores de campo dos diferentes postos
especificos – 1ªs linhas, pontas e pivot – no ataque. Não podemos, no entanto,
esquecer que, apesar do alto rendimento precisar desta especialização, também
necessita de jogadores equilibrados, que sejam capazes de cumprir as grandes
tarefas do jogo (Antón, 2000), pelo que todos os jogadores devem ser capazes
de utilizar os recursos básicos do jogo em qualquer posto especifico. Nesta linha
de pensamento, Laguna (2002) refere-se à evolução táctica que se verificou em
Portugal durante os últimos 10 a 15 anos, constatando que o mesmo nível de
evolução não se passou quando falamos da formação individual dos jogadores.
Por outro lado, como é constatado por Zvoranek (2003), teorias sobre a
qualidade actual do jogo de andebol e o desenvolvimento de uma carreira como
jogador de andebol, acentuam a importância de treino individual suplementar:
•
Encorajando os progressos individuais especificos;
•
Transformando potencial em performance de alto nível;
•
Salientando o nível de eficácia de todas as acções.
Muitos jogadores de alto nível internacional passaram por longos períodos de
trabalho individual suplementar, para alcançarem os níveis actuais, ainda
segundo Zvoranek (2003). Este tipo de trabalho permite ainda melhorar a
condição física, pelo elevado número de repetições que proporciona, e transmite
uma melhor compreensão teórica do jogo, o que se traduz numa combinação de
sucesso explosiva.
Pivot
O pivot é o jogador que ocupa uma posição inicial interior à defesa, na 2ª linha
ofensiva, permitindo ao ataque obter uma maior profundidade. As características
antropométricas dos pivots são uma referência quando falamos deste posto
especifico, o que é corroborado por Santos et al.(2000), ao afirmarem que as
dimensões somáticas dos pivots parecem ser decisivas, pelo menos, quando
estamos perante quadros competitivos muito exigentes.
O jogador pivot surge com funções muito especiais em relação a todos os outros
atletas e o seu papel no jogo é de decisiva importância na prestação competitiva
da equipa (Santos et al., 2000).
Os jogadores pivots procuram durante o jogo perturbar o jogo defensivo do
adversário, criando situações de atrito, quer com os seus bloqueios, quer com as
suas desmarcações sucessivas, tentando obter vantagens posicionais, que
Rolando Freitas
2
favoreçam a recepção da bola para finalizar com êxito, ou para permitir
beneficios aos companheiros.
Para além disso, o jogador pivot deverá ser capaz de (Petitgirard, 1998, 1999):
•
Receber uma bola em situação dificil;
•
Conquistar posição sobre os defensores, para favorecer as recepções e
as linhas de passe dos jogadores à volta da defesa;
•
Atrasar os deslocamentos defensivos laterais e frontais dos defensores;
•
Jogar em coordenação com os companheiros à volta da defesa através
de:
o Bloqueios
o Écrans
o Cruzamentos
•
Servir de ponto de apoio – passe e vai – para os restantes jogadores.
É, na alternância do jogo em seu beneficio e no beneficio dos companheiros,
que o pivot encontrará todo o sentido da sua eficácia.
Embora o pivot tenha normalmente, sob o ponto de vista antropométrico, altura,
envergadura e pesos consideráveis, outros tem caracteristicas mais medianas
mas, conseguem, através da relação que estabelecem com os companheiros,
obter níveis elevados de eficácia. Muitas vezes, estes jogadores acabam por
jogar como centrais, dada a natureza da sua riqueza táctica e a sua capacidade
de mobilidade.
A acrescentar ao atrás dito, podemos ainda afirmar que sendo o pivot um
jogador com caracteristicas especiais, também os restantes jogadores devem ter
experiência de jogo naquela posição. Isto será ainda mais verdade nas equipas
que habitualmente transformam o sistema ofensivo de 1 em 2 pivots. Ora, quer
os centrais que transformam à 2ª linha ofensiva, quer os laterais ou os pontas
nos mesmos procedimentos, devem ser capazes de cumprir com as tarefas que
exigimos ao jogador pivot de raiz, sob pena de se transformarem em estorvos
aos 6 metros.
Rolando Freitas
3
Competências do Jogo do Pivot
•
Ser capaz de receber uma bola em qualquer circunstância
o Pequenos espaços, grande densidade de defesas
•
Ser capaz de encadear um remate entre dois jogadores após receber
uma bola parado ou com um passo de balanço
•
Ser capaz de jogar conquistando a posição ao defesa em função do
deslocamento do seu companheiro
•
Ser capaz de encadear um remate entre dois jogadores, recebendo a
bola em corrida
•
Ser capaz de jogar 1X1 de costas para a defesa
•
Ser capaz de jogar em apoio com os restantes companheiros
•
Jogo com os pontas
o Ser capaz de jogar em progressão sucessiva, fixando o espaço
inter-defensivo entre os 1º e 2º defesas
o Ser capaz de rematar após um passe do ponta
o Ser capaz de cruzar com o ponta
o Ser capaz de jogar com bloqueio e regresso com o ponta
•
Jogo com os 1ªs linhas
o Ser capaz de realizar ecrans em beneficio dos 1ªs linhas
o Ser capaz de realizar cruzamentos nas costas dos 1ªs linhas
o Ser capaz de utilizar os bloqueios em beneficio dos 1ªs linhas.
Pontas
Os jogadores pontas são aqueles que ocupam as posições mais exteriores da 2ª
linha no campo, na organização do sistema ofensivo. Jogadores rápidos, ágeis,
com excelente cappacidade de salto e criativos, são de estatura média, embora
haja quem os prefira altos, para enfrentar os guarda-redes a outro nível.
Habitualmente, e pelo menos nas competições de maior nível, os pontas
esquerdos são destros e os pontas direitos são esquerdinos. Esta situação
embora pareça normal, para aqueles que estão por dentro da modalidade, dános uma ideia do grau de especialização que estes jogadores atingem. Esta
Rolando Freitas
4
característica, de igual forma procurada, já não é tão comum nos jogadores
laterais – existem muitas equipas que utilizam laterais direitos destros, mesmo
nas competições de alto nível.
A situação do ponta no ataque posicional está bastante definida dado o reduzido
espaço que dispõe (Martinez, 2002).
As suas acções baseiam-se principalmente na fixação do seu opositor ou do
opositor do seu colega próximo, na finta, na desmarcação com e sem bola e no
remate (Martinez, 2002).
Todas as suas acções estão muito condicionadas pelo jogo da 1ª linha ofensiva,
quer no que respeita aos passes que lhe chegam, quer quanto à continuidade do
jogo iniciado por si. Isto pressupõe que os pontas são jogadores que participam
pouco na construção do jogo ofensivo, e são mais entendidos como
finalizadores. Daí a importância do jogo para o exterior por parte dos laterais,
fixando os defesas laterais e/ou exteriores, de forma a permitir servir os pontas
para que finalizem.
Estudos (Martinez, 2002) indicam que apenas 10-12 ataques, de um total de 60
da equipa, são finalizados pelos jogadores pontas, o que realça a importância da
sua eficácia.
Aliás,
equipas
há
que,
em
determinados
momentos
da
competição,
experimentam dificuldades no seu jogo ofensivo, pela ineficácia que os seus
pontas demonstram.
O jogador ponta assume ainda uma especial importância na fase de contraataque. Normalmente, situados como defesas exteriores no sistema defensivo, é
uma das suas atribuições a saída rápida para o contra-ataque e a sua
finalização.
O poder de finalização é, sem dúvida, a principal característica do jogador ponta.
Neste aspecto, deve este jogador, dominar várias opções de remate, precedidas
de diferentes trajectórias, com maior ou menor espaço.
São principios de actuação dos jogadores pontas:
•
Manter a amplitude do jogo
Rolando Freitas
5
•
Receber em movimento
•
Colaborar com o 1ª linha próximo
•
Atacar a baliza
o Fixar defesa directo para fora
o Fixar 2 defesas
•
Não sofrer falta
•
Surpreender a defesa
•
Finalização
o Em ângulos curtos
o De 2ª linha
o Com diferentes trajectórias
1ªs Linhas
Habitualmente designados por 1ªs linhas, os jogadores laterais – esquerdo e
direito – e o jogador central, são os responsáveis pela organização do jogo
ofensivo e, no seu conjunto, como o próprio nome indica, constituem a 1ª linha
ofensiva de uma equipa. Como já escrevemos atrás, devem os laterais direitos
ser esquerdinos, e os restantes jogadores da 1ª linha destros, embora o jogador
central também possa jogar com a mão esquerda. Algumas equipas marcam
uma acentuada diferença entre os jogadores laterais – mais fortes e com maior
capacidade de remate – dos jogadores centrais – menos fortes, com menor
capacidade de remate, mais astutos e com melhor cappacidade de direcção do
jogo.
Visto serem os responsáveis da construção do jogo ofensivo devem,
obrigatoriamente dominar o conceito de Táctica Individual. Isto, no entanto, não
quer dizer que os outros jogadores não o devam dominar. Tudo o contrário.
Devem e muito mas, no caso dos jogadores da 1ª linha, qualquer falha a este
nível, pode comprometer de forma séria o sucesso do ataque.
Mas, então o que é a Táctica Individual? Será a capacidade do jogador para
tomar decisões durante o jogo (Laguna, 2002). Dizemos que um jogador é bom
Rolando Freitas
6
tacticamente, quando de forma habitual, toma decisões eficazes no jogo
(Laguna, 2002).
A Táctica Individual está assim relacionada com as componentes perceptivocognitivas do processo de tratamento de informação exposto por Marteniuk
(Mayo, 2003; Tavares, 1996). Se nós procuramos eficácia e se esta está
dependente da tomada de decisões, então será lógico pensar que, o mecanismo
de decisão será fundamental
para o desenvolvimento do jogo e estará
intimamente ligado ao conceito de Táctica Individual.
Segundo Laguna (2002), a tomada de decisões depende de:
•
A capacidade de captar a informação relevante para o jogo;
•
A forma como essa informação é tratada.
Consequentemente, o treino de táctica individual deverá ser orientado por
(Laguna, 2002; Tavares, 1996):
•
A melhoria perceptiva – mecanismo de percepção;
•
A optimização dos processos de tratamento de informação.
De uma forma muito breve, pois não é o tema que aqui nos traz, podemos
escrever que a melhoria da capacidade perceptiva deverá acompanhar os níveis
de conhecimento que temos sobre determinado assunto – neste caso o andebol
– possibiltando que a minha atenção se centre naquilo que é verdadeiramente
importante – atenção selectiva. O jogador deve assim conseguir discriminar
apenas aquilo que lhe interessa, de forma a que os factores condicionantes da
tomada de decisão, possam ser reduzidos, tornando mais simples a resposta a
fornecer.
Concretizando o que atrás foi escrito e aplicando aos jogadores da 1ª linha
podemos encontrar (Laguna, 2003) três grandes tarefas:
•
Circulação da bola
•
Circulação dos jogadores
•
Remate.
Estas tarefas são cumpridas aplicando as intenções técnico-tácticas individuais :
•
Em benefício próprio
Rolando Freitas
7
o Rematar
o Fintar
o Desmarcar
•
Em benefício do companheiro
o Passar
o Fixar
o Desmarcar em apoio
o Bloqueio
Durante o recente Europeu da Eslovénia, as equipas utilizaram (Sevim e
Taborsky, 2004) situações
de 1X1, combinações de 2 e 3 jogadores com
grande velocidade de passe e passes repentinos, especialmente para os
jogadores pontas. Estas referências permitem validar o sentido da evolução do
jogo e aproximar-mo-nos do tipo de características que os jogadores da 1ª linha
devem possuir.
Características
•
Capacidade de realizar trajectórias
o Amplas e variadas de invasão de postos específicos adjacentes
o Ataque ao intervalo
•
Domínio da recepção
o Recepção em movimento
•
Precisão de todo o tipo de passes
•
Domínio das mudanças de direcção com e sem bola
•
Domínio e variedade de fintas
o Domínio das mudanças de ritmo
o Drible apenas para fintar
•
Capacidade de desmarcação
•
Ampliar o jogo e colaborar com os 2ªs linhas
•
Mestria no campo visual
•
Capacidade de decisão
o Rematar ou passar
Rolando Freitas
8
o Rematar ou 1X1
o Não rematar – servir de apoio
o Qual a trajectória correcta?
•
Finalização 1ª linha
o Não utilizando remates paralelos
o Rematando com o braço “escondido”
o Trabalho de pulso
o Com variedade do número de apoios
o Com variedade do tipo de execução
Rolando Freitas
9
Indice
TREINO ESPECIFICO DOS JOGADORES DE CAMPO NO ATAQUE
1
INTRODUÇÃO
PIVOT
COMPETÊNCIAS DO JOGO DO PIVOT
PONTAS
1ªS LINHAS
CARACTERÍSTICAS
INDICE
BIBLIOGRAFIA
1
2
4
4
6
8
10
11
Rolando Freitas
10
Bibliografia
•
Antón Garcia, J. (2000): El perfeccionamiento especifico como última
etapa de formación: programación y objectivos. Em J. Antón Garcia,
Balonmano. Perfeccionamiento e investigación (pp. 211-232). Barcelona:
INDE Publicaciones.
•
Brasinski, L. (2001): “O Treino de Jogadores da 1ª Linha”. Andebol Top.
N.º 6, pp. 12-16.
•
Cadenas, M.; Martinez, I. (2002): El Lanzamiento del Extremo.
Comunicação apresentada no Clinic de Andebol. Associação de Andebol
de Braga. Braga.
•
Cercel, P. (1990): O Treino de Equipas Masculinas. Linda-A-Velha:
Edições Biodesporto.
•
Espar, X. (1992): “Entrenamiento de la Primera Linea”. Fly Handbol. pp.
39-45.
•
Faria, R.; Tavares, F. (1996): O Comportamento Estratégico. Acerca da
Autonomia de Decisão nos Jogos Desportivos Colectivos. Em J. Oliveira,
F. Tavares, Estratégia e Táctica nos Jogos Desportivos Colectivos (pp.
33-38). Porto: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos, Faculdade de
Ciências do Desporto e Educação Física.
•
Laguna, M. (2002): “A Melhoria da Táctica Individual”. Andebol Top. N.º
11, pp. 3-11.
•
Laguna, M. (2002): “O Aperfeiçoamento Táctico Individual. Parte II”.
Andebol Top. N.º 13, pp. 3-11.
•
Lloret, F.J.T. (1997): Traballo do Pivote. Em F.J.T. Lloret, Balonmán, (pp.
29-38). Vigo: Ediciones Lea.
•
Mayo,
C.;
Pardo,
A.
(2003):
“Propuesta
metodológica
para
el
entrenamiento del juego posicional en jugadores/as de balonmano y su
influencia en la toma de decisiones a través del esquema de juego”.
Comunicación Técnica N.º 225. Area de Balonmano, N.º 27, pp. 11-15.
Rolando Freitas
11
•
Petitgirard, G.(1998): “Le jeu du pivot en attaque”. Approches du
Handball. N.º 48, pp. 2-6 e 25-28.
•
Petitgirard, G.(1999): “Le jeu du pivot en attaque”. Approches du
Handball. N.º 49, pp. 2-7 e 25-28.
•
Santos, F.M.; Janeira, M.A.; Brandão, E. (2000): Perfil de excelência do
jogador pivot de andebol definido a partir de indicadores somáticos,
técnicos e tácticos. 1º Congresso Internacional de Ciências do Desporto.
www.fcdef.up.pt/CICD. Porto.
•
Táborsky,
F.
(2004):
Pivot,
as
suas
actividades.
Comunicação
apresentada nas IX Jornadas Técnicas de Andebol. Associação de
Andebol de Aveiro. Estarreja.
•
Tavares, F. (1996): Bases Teóricas da Componente Táctica nos Jogos
Desportivos Colectivos. Em J. Oliveira, F. Tavares, Estratégia e Táctica
nos Jogos Desportivos Colectivos (pp. 25-32). Porto: Centro de Estudos
dos Jogos Desportivos, Faculdade de Ciências do Desporto e Educação
Física.
•
Tavares, F.; Faria, R. (1996): A Capacidade de Jogo como Pré-Requisito
do Rendimento para o Jogo.. Em J. Oliveira, F. Tavares, Estratégia e
Táctica nos Jogos Desportivos Colectivos (pp. 39-50). Porto: Centro de
Estudos dos Jogos Desportivos, Faculdade de Ciências do Desporto e
Educação Física.
•
Thomas, J.P. (1999): “Le jeu de l’arriére dans l’intervalle extérieur 1-2 en
relation avec le pivot et l’ailler”. Approches du Handball. N.º 49, pp. 19-24.
•
Thomas, J.P. (2001): “Jogo dos Laterais nas Costas do Defesa
Avançado”. Andebol Top. N.º 6, pp. 25-29.
•
Sevim, Y.; Taborsky, F.(2004): Euro 2004 – Analysis 6th Men’s European
Championship. EHF Periodical n.º 1/2004, pp. 11-27.
•
Zvonarek, N. (2003): “Improving Personal Techniques and Tactics of
Feinting in Handball by Individual Suplementary Training and Analysis of
Guard Profiles”. EHF Periodical, N.º 2/2003, pp. 59-63.
Rolando Freitas
12
Download

Treino Específico dos jogadores de campo no ataque