CADERNOS
SÉRIE COOPERAÇÃO
IILA
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Curso de Turismo Ambiental
e Patrimônio Histórico
por
Mario Lepore - Cecilia Santinelli
Santa Tereza (Río Grande do Sul) - Brasil
18 - 29 de setembro de 2006
Curso financiado pela Direção Geral para a Cooperação ao Desenvolvimento
do Ministério de Assuntos Exteriores da Itália no âmbito do Programa de Tutela,
Gestão e Valorização do Patrimônio Cultural dos Países Latino-Americanos
1
© IILA, 2007
2
ÍNDICE
Apresentações
Embaixador Paolo Bruni, Secretário Geral do IILA
pag.
5
Francesco Barbaro, Cônsul Geral da Itália no Rio Grande do Sul
7
Luiz Carlos Riboldi, Prefeito Municipal de Santa Tereza - RS
9
Andréa Papi, Coordenador Científico do Curso
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Introduções
A preservação do patrimônio arquitetônico nas áreas de imigração italiana no
Rio Grande do Sul: registros de uma trajetória
Ana Lúcia Goelzer Meira, Arquiteta, Mestre em Planejamento Urbano e Regional,
Superintendente Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul
13
Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico
Mario Lepore, experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades
de Firenze - Departamento de Economia Empresarial
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Registro fotografico
21
História e arquitetura
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As atrações deste território quanto ao aspecto naturalístico
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Rota Religiosa
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Economia, gastronomia, artesanato
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Documento final elaborado pelos participantes
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A imprensa
59
3
4
Embaixador Paolo Bruni
Secretário Geral do IILA
O Curso de Santa Tereza enquadra-se no processo de “Valorização e tutela do patrimônio
cultural como recurso de desenvolvimento e promoção das relações neste campo entre a Itália e os
países latino-americanos” encaminhado pelo IILA, após a subscrição de um Acordo de Trust Fund
com a Direção Geral para a Cooperação ao Desenvolvimento do Ministério de Assuntos Exteriores
da Itália (DGCS/MAE) em setembro de 2000. Nesse âmbito o IILA organizou intervenções
dirigidas à formação de recursos humanos, instrumento principal e imprescindível para
salvaguardar e valorizar o Patrimônio Cultural de um povo.
O Curso de Santa Tereza nasce da vontade de preservar o importante patrimônio históricocultural das áreas de forte imigração italiana repetidamente expressada ao IILA pelo IPHAN o
qual, sendo uma instituição nacional preposta à sua tutela e conservação, declarou bens
patrimoniais de especial interesse histórico/artístico numerosas obras e/ou sítios da cidade
enquadrando-os no âmbito da lei de tutela do Patrimônio Nacional.
A realização deste curso foi intensamente desejada pela Municipalidade de Santa Tereza, que
queria acelerar o processo de promoção turística já iniciado e considerado como uma das maiores
prioridades na zona, enfatizando a herança cultural e a tradição arquitetônica de uma população
que, ao 95%, é de clara descendência italiana.
Nesse contexto julgou-se oportuno propor a mesma aproximação metodológica aplicada em
atividades anteriores sobre o mesmo tema – Ouro Preto (Estado de Minas Gerais), Rio de Janeiro
(também em colaboração com a Fundação Getúlio Vargas), Ilópolis (Estado de Rio Grande do
Sul), Angra dos Reis (Estado de Rio de Janeiro) – embora considerando as diversas exigências
econômicas e sociais do território de Santa Tereza. O Curso, destinado à promoção e à valorização
do patrimônio cultural, teve o objetivo de realizar um projeto turístico integrado entre gestão
cultural e gestão econômica, através da recuperação da memória histórica das raízes culturais e o
desenvolvimento da organização dos serviços dos diversos atores do território.
Dito projeto, que foi desenvolvido cuidando especialmente dos aspectos histórico e
arquitetônico, naturalístico, religioso e econômico, permitiu identificar específicas figuras
profissionais em um contexto desejoso de oferecer novos e mais adequados serviços, mas
principalmente difundir o seu território e sua cultura. Assim foi possível incluir no projeto,
percursos territoriais de comunidades confinantes com características ambientais e territoriais
diversas, mas complementárias.
Minha apreciação dirige-se, portanto, a todos os organizadores do Curso: em particular ao
senhor Luiz Carlos Riboldi, prefeito de Santa Tereza, a César Augusto Prezzi, coordenador local,
e à Arquiteta Ana Meira, Superintendente Regional do IPHAN no Estado de Rio Grande do Sul,
quem sempre sustentou este projeto. Segue o meu agradecimento também às entidades privadas
locais que ofereceram seu apoio dando exemplos práticos de colaboração entre público e privado.
Desejo recordar de especial modo o meu predecessor, o Embaixador Paolo Faiola, quem
com sua sensibilidade e atenção ao território de Santa Tereza, preparou os acordos para a
realização deste projeto.
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Francesco Bárbaro
Cônsul Geral da Itália no Rio Grande do Sul
Santa Tereza, município de 2000 almas, situado 130 km ao norte de Porto Alegre,
foi fundada no ano 1875 por imigrantes vénetos, chegados no Brasil invitados pelas autoridades de Rio de Janeiro, as quais nesse tempo procuravam mão de obra especializada
e agricultores da Europa para popular os extensos territórios da Serra Gaúcha e promover o desenvolvimento agrícola e industrial dessa área.
Até os anos recentes, Santa Tereza foi uma aldeia do município de Bento
Gonçalves, o qual também é uma cidade fundada por imigrantes chegados da Itália do
norte, e é hoje um município autônomo, pequeno centro agrícola de primeira importância
e uma localidade que goza de um status especial, o de município culturalmente
protegido.
A comuna conservou o perfil das velhas aldeias do Véneto: ruas com empedrado,
casas de dois pisos com telhado de chapa de zinco, lojas de gêneros alimentares
construídas com pedras e tijolos, com as velhas adegas para a conservação de queijos e
vinhos. A torre da igreja da aldeia, construída com tijolos sem reboco segundo o modelo
da igreja de San Biagio di Collalta, em província de Treviso, tem um bonito campanário
que foi construído por fabricantes de campanas trazidos da Itália.
Os habitantes de Santa Tereza falam o dialeto de seus antepassados, enriquecido
com novas palavras brasileiras. Consideram o dialeto como uma sinal de distinção da
qual estão orgulhosos. O amor da língua véneta, aliás, é comum à maioria dos habitantes
de origem italiana da Serra Gaúcha.
Zona de vocação agrícola, Santa Tereza fica no centro de uma área essencialmente
vinícola, cujos campos e vinhas reproduzem um ambiente e uma atmosfera que lembra
a paisagem italiana.
Em uma área de 90 quilómetros quadrados, que estende-se entre Bento Gonçalves,
Caxias do Sul e Farroupilha e compreende, entre outros, os municípios de Nova Brescia,
Garibaldi e Nova Roma, há uma produção anual de 80.000 toneladas de vinho,
colocando a região à vanguarda no Brasil. Precisamente a área de Santa Tereza é o centro
da produção do famoso espumante Moscatel, o melhor do Brasil e, provavelmente, um
dos melhores do mundo.
O agrado das residências urbanas e a ordenada sucessão de campos e vinhas em
uma paisagem que conserva uma imponente beleza são testemunhas de um discreto bemestar e do equilíbrio entre os habitantes e a natureza. Mas tanto agrado não deve iludirnos: nada foi regalado aos habitantes do lugar. A área, hoje coligada por cômodas
estradas, era impenetrável, praticamente inacessível quando chegaram os primeiros
imigrados. Para chegar a Santa Tereza, por exemplo, era necessário subir navegando
contra a corrente das águas do Guaíba em barcas e jangadas.
Os imigrantes não foram recebidos por campos de trigo nem árvores carregados de
frutos. Havia malária, que fiz centos de vítimas, e as terras, que o governo vendia por
crédito aos imigrantes, eram principalmente pedragais, terrenos impérvios que somente
uma vontade bravia podia enfrentar e arrotear.
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Os imigrados não acharam o ouro nas areias do Guaíba, nem acharam ajuda nas
autoridades do lugar, as que normalmente desinteressavam-se de sua sorte. Amontoados
em barracas provisórias, sem assistência médica, sem escolas ou ligação com a cidade,
os imigrados trabalharam, suaram, superaram todo tipo de obstáculos e por fim,
venceram o seu desafio.
A resistência às fadigas e o instinto de possuir uma propriedade explicam uma
vicissitude que tem as características, dito sem retórica, da epopéia e que tem,
precisamente em Santa Tereza, uma expressão emblemática.
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Luiz Carlos Riboldi
Prefeito Municipal de Santa Tereza - RS
O município de Santa Tereza está situado na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do
Sul e foi colonizado em meados de 1877. Atualmente, cerca de 80% da sua população é formada
por descendentes de italianos e entre eles a grande maioria originários das Regiões do Vêneto,
Trentino, Friuli-Venezia Giulia e Lombardia. Desde a sua chegada os imigrantes e seus
descendentes têm operado para o contínuo progresso da cidade. Sua população cujos sobrenomes
típicos provêm do norte da Itália, como Cremonese, Ferronato, Cella, Casagrande, Furlanetto,
Trevisan, Baggio, Sartori, Baldissera, Prezzi, Riboldi, Valduga, em diversas ocasiões manifestou
grande interesse em estabelecer laços fortes e contínuos com Instituições representativas da região
de proveniência dos imigrantes, como modo de aproximar os cidadãos da sua “pátria de origem” e
reforçando assim as suas raízes culturais e históricas.
Por ocasião dos 131° anos da chegada dos imigrantes italianos no Brasil, o Município de
Santa Tereza estabeleceu uma série de ações e relações de intercâmbio que nortearam esta data
comemorativa. É sobre a base destas premissas que a Municipalidade de Santa Tereza acatou
imediatamente a idéia de dar início e facilitar fecundas relações de trabalho e amizade com a Itália,
com o objetivo de promover iniciativas adequadas para favorecer o recíproco conhecimento entre
as civilizações e reforçar o senso de pertencimento, estimulando o desejo de compartilhar e manter
vivos os elementos de civilidade e cultura que são comuns entre as mesmas.
As edificações históricas e centenárias que compõem o conjunto arquitetônico revelam a
diversidade de origem dos imigrantes provenientes de diferentes regiões da Itália, sendo esse o
maior legado deixado pelos antepassados ao reconhecido patrimônio material e imaterial deste
singular conjunto histórico da imigração italiana na América do Sul. Em particular, a importância e
o valor da arquitetura de Santa Tereza podem ser identificados primeiramente pela horizontalidade
da paisagem, um verdadeiro “PAESE” às margens do Rio Taquari, rodeado de matas nativas e
localizada ao final da antiga Linha Leopoldina que percorre todo Vale dos Vinhedos em Bento
Gonçalves. A paisagem emoldura e destaca o campanário veneziano, uma réplica construída pelo
imigrante Massimiliano Cremonese, originário de Fagaré della Battaglia, Comune di San Biagio di
Callalta – Treviso.
Sediar o curso de Valorização Turístico - Ambiental e estudar propostas e ações significativas
para a gestão, promoção e valorização do Patrimônio Cultural envolvendo o território premia o
trabalho da comunidade na preservação de seu importante acervo arquitetônico, histórico e natural,
exatamente no ano em que o Ministério da Cultura através do IPHAN, Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, concluiu todo processo de tombamento nacional, e que aguarda
apenas a fase de inscrição e de lançamento no livro tombo do Patrimônio Histórico do Brasil.
Em 2006 Santa Tereza emprestou seu belíssimo cenário para as gravações do Filme
Saneamento Básico, dirigido pelo cineasta Jorge Furtado, com interessantes e intensas locações
envolvendo o casario do núcleo histórico. Mais de uma centena de figurantes da comunidade
participaram e envolveram-se na história do filme que foi rodado principalmente na Avenida Itália,
no antigo cinema e em frente à sede da prefeitura, prédio que lembra traços da arquitetura
palladiana.
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O Município trabalha intensamente para o desenvolvimento de um modelo de turismo
sustentável e harmônico que visa garantir a preservação da paisagem e o patrimônio cultural.
Participa do Fórum Mundial de Turismo Sustentável e integra a rede das cidades junto com
Diamantina, Bonito, Centro Histórico de Salvador, Penedo, Aracati, Goiás Velho. Desenvolve ações
conjuntas também para Intensificação do Intercâmbio com a Itália e encaminhamento do processo
de Gemellaggio com uma cidade de San Biagio di Callalta – Treviso. Foi o primeiro município do
Brasil a realizar um concurso público para planejamento de toda infra-estrutura da cidade, em
parceria com IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil, no qual participaram mais de 40 projetos
apresentados por profissionais de todas as regiões. A Execução do Concurso para valorização
turística e do Patrimônio junto ao IAB, está realizando, nesta fase, a sinalização turística na cidade
e a renovação dos passeios públicos.
Assim, ao recebermos em 2005, a visita de técnicos do IILA - que desenvolviam atividades
em Ilópolis - RS, tivemos a certeza imediata da necessidade de realização de um trabalho conjunto
com estes profissionais e especialistas gabaritados para encaminhar projetos de conscientização,
valorização, preservação e desenvolvimento arquitetônico, turístico e ambiental em nosso
Município.
Agradeço em nome de todos os municípios do Rio Grande do Sul e também em nome de
todos participantes da Serra Gaúcha a distinção conferida pelo IILA na escolha de nossa cidade, e
ainda pelo apoio, empenho e interesse em desenvolver este trabalho pioneiro em Santa Tereza,
modelo para toda região.
Referência especial merecem o Presidente do Comitê, Dr. Adriano Bonaspetti, e o Prof.
Andréa Papi por terem apoiado a realização deste Curso e, principalmente, por tornar conhecido o
legado cultural dos imigrantes italianos no Rio Grande do Sul em laboriosas instituições da Itália.
Ao assinalar os méritos de um trabalho de alto nível técnico realizado por profissionais
brasileiros e italianos, destacamos o do Professor e Dr. Mario Lepore pelo seu significativo aporte
técnico e profissional que extrapolou as fronteiras do Curso e deixa como legado as bases para um
planejamento inteligente e vinculado às potencialidades regionais. Seu empenho, ensinamentos e
sua capacidade de congregar lideranças, saberes e conhecimentos científicos relacionados à
promoção e valorização do patrimônio cultural e ambiental, fortaleceram a convivência dos grupos
de trabalho que indicaram novos caminhos pelos quais Santa Tereza trilha com um planejamento
sólido e promissor.
Ao Presidente da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico Arquitetônico e
Turístico de Santa Tereza (APHAT-ST), o Professor e Pesquisador Sr. César Augusto Prezzi pela
iniciativa das ações acima citadas e pela liderança no sentido de divulgar o patrimônio cultural de
Santa Tereza, assim como pelo gerenciamento de todas as etapas deste curso, demonstrando grande
dedicação e disponibilidade na organização das atividades. Também no estabelecimento de toda
programação paralela em conjunto com a Atuaserra e Iphan no sentido de reunir as melhores
referências e experiências regionais que serviram de fundamentação para todo trabalho.
Finalmente registrar o desejo dos participantes do curso e de toda comunidade por ocasião da
conclusão do mesmo, no sentido de serem firmadas ações futuras para dar continuidade aos
trabalhos desenvolvidos e para a concretização do projeto do Museu Histórico do Acordeão.
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Andrea Papi
Coordenador Científico do Curso
O curso realizado em Santa Tereza é a continuação das intervenções do IILA no Rio Grande
do Sul vinculadas à imigração italiana que tiveram início no ano 2005 em Ilópolis com dois cursos: um de “Artesanato e Restauração da Madeira” e outro de “Valorização do Patrimônio cultural da imigração italiana”.
O objetivo comum e principal das intervenções realizadas foi sensibilizar a salvaguarda da
história coletiva através da conservação da paisagem, das arquiteturas, dos objetos, das tradições
artesanais e gastronômicas e também das memórias orais e de revitalizar antigas técnicas artísticas
e artesanais que fazem parte desse patrimônio.
Desenvolveu-se todo isso com o objetivo de oferecer instrumentos concretos e integrados
que estimulem a valorização da zona e que encaminhem a realização de projetos vinculados à
conservação, à restauração e à promoção turística da zona.
A experiência e a profissionalidade do Prof. Mario Lepore, Docente na Faculdade de
Economia da Universidade de Florência, adquiridas na Itália e nos países latino-americanos,
permitiram identificar, além das instituições públicas, também a presença de operadores
particulares indispensáveis na realização interativa do projeto turístico segundo as novas
orientações do desenvolvimento sustentável, que prevêem uma conexão entre o setor público e o
setor privado.
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Introduções
A preservação do patrimônio arquitetônico nas áreas de imigração italiana no Rio
Grande do Sul: registros de uma trajetória
Ana Lúcia Goelzer Meira *
A vinda de imigrantes europeus ao Brasil, no século XIX, incentivada pelo Governo
Imperial, atendia a vários interesses do país na época. Especificamente no Rio Grande do Sul – o
mais meridional dos estados brasileiros, grande parte do processo de imigração ocorreu
concomitante às guerras pela delimitação do território brasileiro em relação à Argentina e ao
Uruguai. A colonização revestia-se de importância estratégica para garantir a ocupação dessas
terras. Além disso, os minifúndios com mão de obra livre e produção diversificada dos imigrantes
vieram se opor à sociedade escravista e estratificada dos latifúndios rio-grandenses, dedicados à
pecuária e à monocultura.
Os imigrantes foram influenciados e influenciaram a cultura do Rio Grande do Sul,
aportando maior diversidade aos elementos e valores existentes antes de sua chegada. A vinda dos
imigrantes germânicos iniciou, oficialmente, em 1824, e dos italianos, em 1875. Esses
contingentes migratórios foram os mais importantes mas não os únicos, pois também aportaram,
no Estado, imigrantes portugueses, franceses, espanhóis, letos, sírios, libaneses, poloneses, judeus
de diversos países, austríacos e outros.
As diferenças transformaram-se em fontes de troca e de socialização, propiciando uma
acumulação de saberes e um processo de avanços que garantiu a sobrevivência desses grupos. No
que se refere à arquitetura, cada corrente migratória trouxe uma cultura que se adaptou nos
programas de necessidades, nos partidos arquitetônicos e nas técnicas construtivas. Em
decorrência, as edificações construídas nas diversas áreas de imigração compreendem espaços
edificados com diversidade formal e técnica, com características peculiares devido à utilização de
materiais locais e, muitas vezes, com influência do repertório arquitetônico luso-brasileiro ou do
historicista. E marcaram profundamente a paisagem do Rio Grande do Sul.
No entanto, não é exagero dizer que as arquiteturas das áreas de imigração alemã e italiana
encontram-se ameaçadas de extinção, como o mico-leão dourado ou a arara azul na natureza
brasileira. Essas edificações testemunham um período fundamental na história da ocupação e do
desenvolvimento regional, período que já encerrou o seu ciclo econômico e que deixou valiosos
testemunhos materiais e imateriais. Algumas casas de pedra, de enxaimel ou de madeira teimam
em permanecer em pé e ainda fazem parte do nosso cotidiano, mas o ritmo da destruição é
acelerado.
A imigração italiana foi implantada na Encosta Superior do Nordeste – região de relevo
acidentado e nas terras devolutas da Depressão Central do Estado, em Silveira Martins. Também
houve colônias particulares como a Vila Nova – hoje bairro de Porto Alegre, Cacique Doble e
––––––––––––––––
* Arquiteta, Mestre em Planejamento Urbano e Regional, Superintendente Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul.
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outras. Os imigrantes não constituíam um grupo homogêneo. Provinham de diferentes regiões do
norte da Itália – principalmente do Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto-Adige e Friuli-Venezia
Giulia. No período de 1875 a 1914, aproximadamente 75.000 italianos se estabeleceram no Rio
Grande do Sul.1
Nas décadas iniciais, os colonos construíram com materiais disponíveis nos locais - como
pedra, madeira, barro. A grande disponibilidade de madeira na região nordeste do Estado propiciou
a utilização maciça desse material na arquitetura. Com o desenvolvimento da indústria madeireira,
que explorou principalmente as grandes reservas de araucária da região, as construções com esse
material se disseminaram. As casas de madeira coloniais, que apresentam grande diversidade
formal, podem ser consideradas uma criação dos imigrantes italianos. Adquiriram características
próprias quando associadas à pedra e ao tijolo como alternativas para vencer a topografia
acidentada das colônias.
Os programas arquitetônicos mais importantes, além do residencial, eram aqueles
relacionados ao trabalho e à religião. Dispersos pelos lotes oficiais, os imigrantes construíam
coletivamente as capelas, que se transformaram nos lugares fundamentais de sociabilidade das
regiões coloniais. A religiosidade era importante para manter a coesão e a solidariedade e às igrejas
somavam-se os capitéis. No entorno das capelas apareceram os salões de festa, as casas comerciais
e as ferrarias, e muitas vezes deram origem a pequenos núcleos.
A evolução de estabelecimentos artesanais como ferrarias, marcenarias, padarias, sapatarias,
lanifícios, serrarias, tanoarias e cantinas e a acumulação de capital daí decorrente colaborou para
o desenvolvimento industrial das colônias italianas. O desenvolvimento verificado, a partir da
década de 1950, trouxe profundas mudanças em seu território. As cidades se adensaram, a
paisagem tradicional foi modificada, as casas antigas demolidas. As formas tradicionais foram
substituídas por padrões mais homogêneos. Núcleos urbanos como Antônio Prado e Santa Tereza
fugiram à regra e ainda mantiveram um conjunto significativo de edificações de madeira e
alvenaria rebocada que mescla elementos tradicionais com a influência da arquitetura oficial.
Antônio Prado se constitui no mais significativo conjunto de arquitetura urbana
representativo da imigração italiana no país. Manteve-se preservado devido à estagnação
econômica e ao isolamento em relação à rede viária da região. O primeiro tombamento realizado
pelo IPHAN foi o da Casa Neni em 1985. Logo depois, foi preservado o conjunto arquitetônico e
urbanístico da área central, composto por quarenta e sete exemplares. Predominam as edificações
de madeira, com um ou dois pavimentos, ornamentadas com lambrequins. As residências de
alvenaria rebocada possuem ornamentação simples, restrita a cimalha e cunhais. Representam uma
arquitetura nova, que aliou a bagagem trazida pelos imigrantes com a disponibilidade farta da
madeira para construção, que não ocorria na Itália.
Mas a importância de Antônio Prado não se esgota no conjunto arquitetônico. Enriquece-se
com os hábitos cotidianos da população. O isolamento da cidade manteve preservados os dialetos,
a culinária, o artesanato, as crenças, os mitos, as canções, enfim, uma visão de mundo particular.
A paisagem, com a vegetação e o relevo do sítio, emoldura o conjunto.
Santa Tereza representa um outro patrimônio, em que a recriação da Itália no novo país se
fez presente na escolha do sítio de implantação da cidade e na construção da igreja e do
––––––––––––––––
1 BERTUSSI, Paulo Iroquez. Elementos de arquitetura da imigração italiana. In: WEIMER, Günter (Org.). A Arquitetura
no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.
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campanário à semelhança do país de origem. Difícil não evocar a paisagem italiana ao chegar à
cidade. A variedade das tipologias encontradas na área central da cidade, que remetem à região de
origem dos imigrantes,2 reforçam o sentimento de trazer uma imagem perdida para servir como
referência à construção de um novo lugar.
Como Antônio Prado, a preservação do conjunto se deu pela interrupção do transporte que
passava pelo local. Neste caso, a via fluvial que deu origem e vida a Santa Tereza foi substituída
pela nova estrada, cuja construção beneficiou Bento Gonçalves. O núcleo urbano anteriormente de
grande vitalidade, ficou isolado e preservou seu acervo. Ao contrário de Antônio Prado, em que a
ênfase é o conjunto arquitetônico, no caso de Santa Tereza a imponência das montanhas
parcialmente cultivadas trazem a necessidade de proteção mais extensa, que abrange a área urbana,
o rio, a via férrea, uma parte da área suburbana. Pretende-se a proteção da paisagem urbana do
núcleo, cujo processo de tombamento está em tramitação.
Porém, mesmo com os tombamentos de Antônio Prado e Santa Tereza, muito ainda há que
se preservar como testemunho da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Nas áreas de
imigração, a arquitetura tradicional está sofrendo um processo de transformação e praticamente
desaparecendo. Nas áreas urbanas, onde a destruição maciça desse patrimônio apagou as
referências materiais da trajetória histórica dos imigrantes, há iniciativas que privilegiam o
simulacro – como as réplicas das antigas casas de Caxias do Sul implantadas na área da Festa da
Uva ou as edificações contemporâneas em “neo-enxaimel” na Região das Hortênsias.
O equívoco dessas experiências leva à necessidade de preservar os remanescentes da
arquitetura colonial - não como contemplação do passado, mas como acervo a partir do qual as
comunidades locais podem reaprender o uso apropriado de técnicas e materiais visando à
construção de um ambiente equilibrado, bem como reutilizar, economicamente, as edificações que
se encontram abandonadas por meio do turismo cultural – equilibrado e respeitoso com as
identidades locais.
Nos anos 1980, concentraram-se os principais estudos e ações em relação a esse patrimônio.
Foi a preocupação com um legado que culminou no tombamento pelo IPHAN da Casa da Neni,
do conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado e de outras edificações protegidas em
nível estadual e municipal. As dezenas de tombamentos realizados nessa década refletiram o
momento de ampliação do conceito de patrimônio cultural no país e vieram a reconhecer,
oficialmente, a contribuição dos imigrantes na constituição do que Aloísio Magalhães chamava de
mosaico cultural brasileiro.3
O reconhecimento oficial desse legado, através de tombamentos, praticamente cessou no
início dos anos 1990, bem como os principais projetos relativos ao seu conhecimento e valorização
que eram realizados por instituições regionais. Muitas edificações de importância excepcional,
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2 Segundo informação do professor Cezar Prezzi, natural de Santa Tereza.
3 Na década de 1980, foram realizados mais de 60 tombamentos de bens representativos das culturas da imigração
italiana e alemã e de sua influência posterior. Foram tombadas pelo IPHAN 48 edificações em Antônio Prado, além da
Ponte do Imperador e da Casa Schmitt-Presser. Em nível estadual, foram tombadas diversas edificações, como o Casarão
dos Veronese em Flores da Cunha, a Casa de Pedra em Farroupilha, a Casa Saretta em Veranópolis, o Antigo Hospital
Carbone em Caxias do Sul, a Igreja Matriz de São Miguel em Dois Irmãos, dentre outras. Na década seguinte, quase
nada foi protegido. Na virada do século, edificações urbanas projetadas por arquitetos alemães e italianos voltaram a ser
preservadas em Porto Alegre. O tombamento da paisagem urbana de Santa Tereza tenta retomar a proteção ao patrimônio
nas antigas colônias italianas. Aloísio Magalhães foi Presidente do IPHAN e responsável pela institucionalização de uma
política de patrimônio voltada aos saberes da população e ao respeito pelas comunidades locais.
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sem proteção legal, foram perdidas. Agora, torna-se necessária uma redescoberta desse
patrimônio. As referências patrimoniais são fatores constitutivos das identidades locais, portanto
básicas para preservar a diversidade cultural frente ao mundo globalizado. A proposta de
tombamento da paisagem urbana de Santa Tereza, no momento em que se comemoram 70 anos da
criação do IPHAN, pretende contribuir para manter o patrimônio legado pelos imigrantes e seus
descendentes para as próximas gerações, bem como reforçar o turismo cultural que pode se
constituir em importante fonte de geração de empregos a partir de agora.
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CURSO DE TURISMO AMBIENTAL E PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Mario Lepore*
O curso, orientado à gestão e à valorização do território da cidade de Santa Tereza do Rio
Grande do Sul (Brasil), tinha a finalidade de realizar um projeto orientado não só à recuperação da
memória histórica e de sua identidade, mas também à identificação de um percurso turísticocultural que, através da conservação e valorização do patrimônio cultural, pudesse permitir
mecanismos de desenvolvimento e crescimento econômico e social.
O projeto permitiu identificar e articular, graças a relevantes e coerentes ações de promoção,
um percurso turístico estendido a todos os atores do território de Santa Tereza capazes de oferecer
elementos de atração e desenvolvimento coligados com o processo da imigração italiana.
Efetivamente, a idéia da cooperação dos sujeitos habilitados, por diversas razões, à
promoção e valorização de um patrimônio compartilhado foi o elemento de maior interesse que
permitiu enfrentar as várias problemáticas da gestão cultural do território aplicando o modelo de
“museu difundido”.
A aproximação metodológica – fruto de experiências positivas em projetos anteriores
realizados pelo Instituto Ítalo Latino Americano no Brasil nos territórios de Ouro Preto (Estado de
Minas Gerais), Ilópolis (Estado do Rio Grande do Sul) e Angra dos Reis (Estado do Rio de Janeiro)
– representou um ponto de referimento mesmo considerando as diversas exigências locais e
organizativas do território.
Sob o aspecto didático a aproximação metodológica teve o objeto de observar, adquirir,
analisar as informações em suas diversas formas do sentir, do comportar-se, do trabalhar e do viver
com o objeto de individuar relações interativas sinérgicas entre os diversos operadores territoriais.
Nesse contexto foram individuados os objetivos gerais e específicos.
Objetivos
Os objetivos gerais tiveram o propósito de:
a) desenvolver competências organizativas em reconhecer e valorizar o patrimônio cultural do
território como atividade integrada entre gestão cultural e econômica;
b) identificar, através de significativas ações de marketing, atividades educativas e de trabalho
para a valorização do patrimônio cultural compartido não só com as diversas organizações
territoriais às quais fisicamente pertence mas também com outros grupos sociais os que,
porém, compartem a mesma identidade cultural.
Os objetivos específicos permitiram:
a) identificar o patrimônio em suas manifestações culturais;
b) estabelecer os tempos nas atividades das várias ações de pesquisa;
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* Experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de Firenze - Departamento de Economia
Empresarial
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c) reconhecer, antes de empreender ações de promoção e de valorização, a importância da
documentação museológica como evolução da preservação da própria identidade, conscientes
de que a falta de qualquer inventariação e catalogação criaria um vazio de conhecimento.
Os programas de valorização foram individuados observando as seguintes prioridades:
– Pesquisa e estudo propedêuticos à realização de ações de valorização do patrimônio cultural
com específico interesse territorial (por exemplo, o análise das atrativas turísticas, a ativação
da secretaria de turismo e cultura, a criação de um folder e tarifário, etc. Ver as quinze
prioridades propostas ao Município de Santa Tereza ao final do curso e reportadas na parte
final do trabalho) observadas como estratégias de desenvolvimento para a promoção de um
turismo sustentável;
– Implementação das atividades sinérgicas entre os diversos atores dos territórios para a criação
de novas oportunidades de trabalho e de novas figuras profissionais na atividade turística.
Sujeitos interessados
O percurso cultural, inicialmente previsto para o território de Santa Tereza, será
ulteriormente desenvolvido no âmbito territorial de outras comunidades vizinhas cujas atividades
turísticas, já consolidadas, experimentarão uma ulterior expansão graças às diversas e
complementares atrações presentes em Santa Tereza. A criação de um vasto conjunto organizado
de sítios culturais estimulará o desenvolvimento de um sistema de redes interconexas entre as
instituições públicas e privadas favorecendo os serviços de transporte, as estruturas receptivas, as
agências de viagens e as atividades culturais melhorando a gestão dos distritos culturais.
Convenções especiais entre municípios competentes por território disciplinarão as
realidades organizativas de “sistema” reforçando, alargando e integrando as lógicas cooperativas
que presidem seu funcionamento.
Conteúdo do curso
Para oferecer aos participantes instrumentos significativos de aproximação às problemáticas
de gestão e de marketing turístico, o programa foi desenvolvido em dois módulos distintos.
O primeiro módulo tinha, sob o aspecto didático, a finalidade de desenvolver competências
organizativas dentro do curso e de valorizar o patrimônio cultural da cidade e do território de Santa
Tereza: mais concretamente foram observadas as diversas problemáticas relativas à interação entre
gestão cultural e econômica. Na fase sucessiva dirigiu-se um especial interesse à organização dos
serviços do território, às redes e aos distritos culturais, à fidelização, às fontes de financiamento, à
comunicação e promoção cultural, às diversas estratégias de marketing e ao sistema de medição
dos resultados. Os temas tratados foram desenvolvidos através de lições na sala de aula, visitas ao
território e às suas estruturas culturais mais significativas, ao análise e à discussão de casehistories e de hipóteses de projetos elaborados para o território de Santa Tereza com a participação
significativa de operadores territoriais do setor sejam públicos como privados.
Com o segundo módulo foi realizado um projeto operativo de promoção e valorização de um
percurso cultural articulado em quatro áreas específicas relativas a:
1. o aspeto histórico de Santa Tereza e de sua arquitetura;
2. o aspeto naturalístico e as atrações turísticas;
3. o percurso religioso;
4. o aspeto eno-gastronômico e artesanal.
O módulo foi articulado nas seguintes fases de atuação:
18
Primeira Fase: Fichamento
Nesta primeira fase verificou-se a existência do recenseamento, da catalogação e da eventual
notificação dos diversos sítios culturais presentes no território, com especial referência à parte
arquitetônica da cidade de Santa Tereza, às capelas e aos “capitéis” do seu território, às atrações
turísticas. A coleção dos dados concerniu aspectos gerais do patrimônio considerado como a classe
prevalecente de pertença dos bens expostos, o estado de inventariação e/ou de pré-catalogação de
ditos bens, a eventual disponibilidade de um sistema de legendas, a instituição à qual pertence, as
modalidades de acesso, o horário de apertura e fechamento, a existência de um sistema de
segurança, a disponibilidade de um sujeito coordenador preposto à direção e à coordenação
científica.
Segunda Fase: Análise dos dados
Os dados recolhidos foram analisados com o propósito de constituir a base cognitiva ?
necessária para orientar a definição dos patrões mínimos. Do análise realizado emergiu que o
recenseamento e a catalogação deverão ser completados. Com respeito aos móveis e às alfaias
internas à parte arquitetônica da cidade de Santa Tereza, propõe-se um curso específico de
catalogação que permita uma ulterior recuperação da memória histórica vinculada à imigração
italiana.
Terceira Fase: Definição dos padrões
Os resultados dos análises anteriores conduziram à definição de um sistema de “patrões
mínimos” de qualidade, isto é, um conjunto de parâmetros de funcionamento das instituições culturais que devem ser considerados imprescindíveis para a realização de um percurso turístico-cultural alcançáveis em um período de tempo definido.
Os critérios identificados foram:
1. disponibilidade de um órgão preposto à direção técnica e científica das estru-turas das
atividades consideradas;
2. inventariação e a catalogação já efetuadas das obras expostas (em nosso caso fazemos
referência à catalogação já efetuada pela Prefeitura de Santa Tereza das obras incluídas no
interno das capelas e dos “capitéis” do percurso religioso observado);
3. disponibilidade de um sistema completo de legendas para a identificação clara das obras
expostas;
4. disponibilidade de horário de apertura e fechamento bem definido, garantido por uma
convenção que regule o serviço de apertura dos vários sítios culturais no caso de concessão do
serviço aos privados.
Quarta Fase: Individuação dos itinerários
Nesta fase foram individuadas algumas categorias homogêneas nas quais podem ser incluídos os sítios culturais existentes no território em base à sua proximidade geográfica e temática. Os
itinerários propostos no projeto – já indicados na redação do segundo módulo – de duração máxima de dois dias foram:
- itinerário histórico e arquitetônico da cidade de Santa Tereza;
- itinerário naturalístico, as atrações turísticas;
- itinerário religioso;
- itinerário eno-gastronômico.
19
Quinta Fase: Instituição e publicação dos itinerários
Para promover e valorizar os diversos itinerários, foram previstas algumas intervenções
específicas:
- realização de um sítio internet em páginas web com a descrição e a imagem dos itinerários;
- ativação de uma secretaria de turismo e cultura;
- predisposição de sinalização rodoviária especial;
- produção de material informativo sobre os itinerários propostos com folder, DVD e guias do
território a realizar com o patrocínio do Município e/ou de privados.
Sexta Fase: Verificação dos resultados
Nesta fase, além da verificação dos resultados programados em relação com um prazo
temporal, foi efetuado o ponto de adiantamento do projeto, o qual poderá ser ulteriormente
desenvolvido pelas autoridades locais perseguindo objetivos de melhoramento nas atividades
organizativas, educativas, promocionais e de valorização. Podemos, portanto, considerar que os
objetivos de planejamento do projeto foram alcançados em sua fase inicial. O Município de Santa
Tereza e alguns operadores – incluídos os do território vizinho de Bento Gonçalves – tomaram
compromisso, já para começo de 2007, de realizar um primeiro percurso integrado entre as
diversas áreas observadas.
Seguem os trabalhos realizados por cada um dos grupos das quatro áreas observadas.
20
O TERRITÓRIO DE SANTA TEREZA
21
22
OS EDIFÍCIOS DE SANTA TEREZA
23
24
AS ATIVIDADES ECONÔMICAS
25
O CURSO
26
27
28
Santa Tereza - RS
História e Arquitetura
“Quando il nonno non racconta, quando il nipote non ascolta, si rompe la vita”
“Quando o vô não conta, quando o neto não escuta, se rompe a vida”
(Vigilio Franceschini- Família Prezzi)
Leopoldina, a maior da Colônia Dona Isabel,
um istmo conforma a geografia da Vila que é
rodeada pelos Rios Vinte e Dois, Marrecão e
Rio Taquari.
A distribuição dos lotes coloniais na primeira década de ocupação do território obedeceu
um critério de agrupamento por origem de procedência das famílias de acordo com a província da Itália de onde partiam. Também foi considerado o aspecto prático de chegada conforme
Localização geográfica
Os primeiros imigrantes chegaram ao território de Santa Tereza, Rio Grande do Sul –
RS, por volta de 1877, vindos do norte da
Itália, das regiões do Vêneto, Trentino,
Lombardia e Friuli. Além dos italianos, os
poloneses, por volta de 1885, complementaram a ocupação desta região.
A localização geográfica da Vila de Santa
Tereza, localizada aos fundos da Linha
Mapa da Região de Colonização Italiana
29
Mapa de Lotes Santa Tereza
Dados Gerais do Município
• Nome do Município: Santa Tereza
• Localização: Encosta Superior do Nordeste
• Microregião: Caxias do Sul
• Data de Emancipação: 20.03.1992 – Lei nº
9627
• Distância da Capital: 147 Km
• Área do Município: 72 Km2
• Localidades: Sagrado Coração de Jesus,
Santo Stanislau, São José, Linha Beltrame,
agrupamento e lotação por navios ou pela localização de familiares, parentes e amigos.
As terras disponíveis á ocupação foram
divididas em seis colônias, em posse dessa
colônia o imigrante deveria derrubar a mata e
cultivar o lote, a fim de tornar a terra produtiva para pagar a dívida de aquisição do lote. O
atual município está situado em território pertencente á antiga colônia de Dona Isabel
(Bento Gonçalves).
30
ao leste: Monte Belo do Sul e Bento
Gonçalves
ao oeste: São Valentim do Sul e Muçum
Histórico
Santa Tereza, denominação surgida com
expressão de gratidão e amor do engenheiro
chefe da colonização Sr. Joaquim Rodrigues
Antunes, pela sua esposa Tereza. Já a denominação Santa foi feita pelo bispo Sebastião
Dias Laranjeiras para homenagear a religiosidade e o culto da comunidade de cristãos e
católicos.
Teresa de Ávila ou Teresa de Jesus
(Gotarrendura, 28 de março de 1515 — Alba
de Tormes, 4 de outubro de 1582) foi uma
religiosa e escritora espanhola, famosa pela
reforma que realizou no Carmelo e por suas
obras místicas. Foi canonizada em 1662. No
dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI
conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja.
Santa Teresa de Ávila é unanimemente
considerada um dos maiores gênios que a
humanidade já produziu. Mesmo ateus e
livres-pensadores são obrigados a enaltecer
sua viva e arguta inteligência, a força
persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo
e atraente e seu profundo bom senso. O
Mapa Urbano Santa Tereza
•
•
•
•
•
•
•
Dolorata, Cesca, São Valentim, Linha
Bento Gonçalves da Silva, Pederneira, 103
da Leopoldina, Santa Tecla, Capanema,
Soares Baixa, 150 da Leopoldina, Graciema
Alta, Graciema Baixa e Linha Nova
Esperança
População: 1769 (IBGE censo de 2000)
Densidade Demográfica: 24,57 hab./Km2
Altitude: varia de 65 a 700 metros do nível
do mar
Temperatura: varia de 0ºC a 40ºC
Clima: temperado
Estradas Municipais: 125Km
Limites: ao norte: Cotiporã
ao sul: Garibaldi e Roca Sales
31
rantes, alfaiates, casas de comércio, usina elétrica, hospital, farmácia, carrocerias e carretas,
fábrica de alambiques, produtores de aguardentes, construtores de moinhos, moinho e descascador de arroz, aluguéis de automóveis, sapataria e moinho flutuante.
Paralelo a todo esse avanço, mutirões de
colonos seguiam construindo capelas, salões
paroquiais, Igreja Matriz e Campanário de
Santa Tereza.
Em 1886, foi construída a primeira capela
de madeira, benta pelo Reverendo Padre
Finotti, no mesmo local da atual. Em 1889, foi
colocada a Pedra Fundamental da Igreja
Matriz, construída em alvenaria, inaugurada
no ano de 1902. Em 1966, atingida por fortes
ventos que avariaram grande parte da estrutura da igreja a comunidade decidiu demolir a
mesma e construíram uma outra, inaugurada
em 10.12.1967.
grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria
de Ligório, a tinha em tão alta estima que a
escolheu como patrona, e a ela consagrou-se
como filho espiritual, enaltecendo-a em
muitos de seus escritos. Sua festa é
comemorada no dia 15 de outubro.
De acordo com Costamilan (2005, p.24) a
história de Santa Tereza inicia como a maioria
das colônias que foram ocupadas pelos imigrantes italianos em fins do século XIX,
sendo o ano de 1875 o marco referencial da
chegada dos primeiros imigrantes italianos ao
Rio Grande do Sul. Iniciou-se com três casais
e suas respectivas famílias, que antecipam a
sua chegada a um grupo maior de 78 famílias
que aguardavam junto ao Porto de Guimarães,
hoje município de São Sebastião do Caí.
Nos primeiros anos de ocupação da Vila,
conforme Prezzi (1995) os italianos promoveram a revolução da propriedade e da produção, transformando Santa Tereza em local de
convergência para o escoamento de produtos.
Descia-se rio abaixo para abastecer a capital
do Estado, Porto Alegre. A região Nordeste
cumpria a sua função de produzir alimentos e
o vale de Santa Tereza se transformava no
braço proporcionador do escoamento e do
comércio.
Segundo Costamilan (2005, p.27) a partir
de 1910, com a implantação da estrada de
ferro, que alavancou mais ainda o desenvolvimento econômico, Santa Tereza se transformou em um ponto de ligação importante entre
as colônias e a capital do Estado, e entre São
João de Montenegro e a região dos campos de
Lagoa Vermelha. Realizava, desta forma, a
ligação entre as colônias italianas da serra
gaúcha e o caminho das tropas, proveniente
da região dos campos de Lagoa Vermelha.
Santa Tereza funcionou como centro
comercial e manufatureiro principalmente para
a produção de ferramentas e utensílios agrícolas. Nos diversos ramos de atividades são citados: fábricas de gaitas, banco do comércio,
banco pelotense, Banco do Rio Grande, olaria,
curtume, indústria de ferramentas, empresas de
ônibus, fábricas de queijos, fábrica de refrige32
33
Em 1920 foi realizada uma festa comunitária em honra a Santa Teresa com fins de
arrecadar recursos para a construção do campanário. A obra teve início em 1928 a cargo
dos construtores Massimiliano Cremonese e
Alexandre Brunello e foi concluída em 1932.
Em meados de 1927, iniciou-se a construção da estrada que ligaria o distrito de Santa
Tereza a Bento Gonçalves.
Após 1950, com o processo de assoreamento do Rio Taquari e o isolamento geográfico pelas péssimas condições rodoviárias,
iniciou-se a decadência do processo econômico da cidade de Santa Tereza ocasionando
assim a retração do comércio e êxodo rural e
urbano, em busca de melhores condições de
estudo em grandes centros.
Deste período até a década de 90 não
houve grandes alterações no quadro econômico, mesmo assim de 1992 o distrito de Santa
Tereza conquista sua independência política,
emancipando-se de Bento Gonçalves.
Com a independência política, a comunidade de Santa Tereza busca novas alternativas
de desenvolvimento econômico. O turismo
cultural se revela como a mais adequada atividade econômica a ser implementada no município. Inicia-se, então, o processo de tombamento histórico e paisagístico para garantir a
preservação de todo o centro histórico cultural
e natural da cidade.
34
Marrecão e o Rio Taquari, possibilitando a
instalação do porto cujo acesso se dava através de maxambombas1.
Seu traçado regular e decumânico2 foi
implantado rigidamente na direção norte-sul
acompanhando a orientação dos lotes rurais.
Na sua parte mais elevada instalou-se a praça
e posteriormente a igreja e o campanário.
Santa Tereza está circundada por rios, o
que ocasionou a necessidade de construção de
diversas formas de acesso: uma ferroviária,
duas estradas e uma pinguela, além destas,
uma balsa para fazer a travessia para o vizinho município de Muçum.
Arquitetura
Introdução
Conforme Costamilan (2005) – p.150, a
arquitetura produzida em Santa Tereza traz as
marcas da influência de elementos da cultura
de origem dos imigrantes. A mudança de certas relações, sobretudo espaciais, para os moldes adotados na Itália modificou esta arquitetura adaptando-a aos novos padrões de ocupação territorial das colônias. Com relação á
arquitetura de imigração italiana regional, as
edificações de Santa Tereza se destacam pela
imponência de suas construções, em se considerando a data em que foram erguidas: desde
início do século a arquitetura oficial do estilo
eclético já era praticada no núcleo. É possível
verificar que as edificações “refletem uma
tecnologia conhecida pelos imigrantes, o que
traduz a sua experiência européia”, além do
fato que a comunicação direta com os centros
mais desenvolvidos do estado pelo rio propiciou uma troca de materiais e conhecimentos.
Da arquitetura
A arquitetura revela características formais da diversidade de origem dos imigrantes,
que são provenientes de diferentes regiões da
Itália.
Seus característicos casarões evocam em
seus elementos a composição clássica: base,
corpo e coroamento, além disso, simetria
especular.
Apresentam ritmo regular das aberturas
com predominância de cheios sobre vazios.
As linhas verticais e horizontais das fachadas
são destacadas por frisos e pilastras com a adição de elementos de adorno principalmente
nas cimalhas e platibandas, tais como, dentículos e jarrões. Há duas tipologias percebidas
Do urbanismo
O núcleo urbano foi localizado na península e em local elevado entre o Arroio
––––––––––––––––
1 Maxambombas – Sistema de tração sobre trilhos que
permitia a elevação de cargas e bagagens provenientes dos
barcos até a parte superior da barranca. Era utilizada tração
animal e ao seu lado existia uma escada de madeira.
2 Decumânico – Refere-se ao esquema de implantação
urbanístico ortogonal das cidades de colonização romana
em que se estabelecia o cardo maximus – principal eixo
norte-sul que cruzava com o eixo leste-oeste - decumanus
maximus.
Terraço Casa Franceschini
35
Brunello e réplica do existente na cidade de
Fagarè della Battaglia, Treviso – Itália.
Relação dos prédios com mapa
Descrição arquitetônica e histórico
1) PRÉDIO DA COOPERATIVA – Rua
José Francisco de Nadal esq. Rua
Abramo Caumo.
nas edificações: o casarão de alvenaria, e a
casa totalmente em madeira, expressando
influências distintas.
As edificações são estruturadas em dois
pavimentos e porão. Os prédios geralmente
apresentam platibanda cobrindo o telhado em
quatro águas.
O material mais utilizado é o tijolo em
alvenarias portantes. Os entrepisos, forros,
esquadrias e estruturas dos telhados são executados em madeira e o telhado recoberto com
telhas cerâmicas.
Um dos exemplares, inclusive, apresenta
um terraço de cobertura plana impermeabilizado.
O
prédio
mais significativo e símbolo da
cidade é o campanário com 45
metros de altura,
estrutura em tijolos, construído
em 1927 por
Massimiliano
Cremonese e
Alexandre
Atualmente utilizada como residência, por
sua posição no acesso principal da cidade e
amplo espaço para estacionamento se vocaciona para o Posto de Informações Turísticas
da cidade.
Prédio de alvenaria de tijolos com um
pavimento e porão e sótão. Aberturas com
vergas retas e óculo na empena. Telhado em
duas águas de telha francesa com beiral.
2) ANTIGA FÁBRICA DE ALAMBIQUES E MÁQUINAS DE
SULFATAR – Av. Itália, 158.
Construída por volta de 1945. Na época
era a única fábrica de alambiques e de máqui36
nas de sulfatar da região. De propriedade do
Sr. Luiz Pasini.
Prédio em alvenaria de tijolos com dois
pavimentos e porão. Telhado com quatro
águas com telhas de aço galvanizado e beiral.
Aberturas com vergas retas e esquadrias de
madeira. Apresenta um chanfro na esquina.
Os pavimentos são marcados por um friso
horizontal, sendo que na fachada principal se
destaca a verticalidade através de um balcão
com gradil em ferro. Molduras e elementos
decorativos reforçam a importância desta
fachada.
abandonada à espera de uma restauração para
a instalação do futuro Museu da Gaita. O telhado se apresenta com duas águas
3) CASA DE DIANEI FERRI – Av. Itália
esq. Rua Abramo Caumo.
5) FÁBRICA DE CALÇADOS – Av. Itália,
499.
Localizada na esquina, sua fachada principal está situada sobre a Av. Itália. Casa com 2
pisos, toda em madeira construída em 1910.
Nela funcionou a primeira fábrica de gaitas do
Brasil de propriedade de Cesare Appiani e
Maria Savóia. Atualmente encontra-se abandonada a espera de uma restauração para a
instalação do futuro Museu da Gaita. O telhado se apresenta com duas águas com beiral
com lambrequim e telhas de aço galvanizado.
Esquadrias de madeira com verga reta.
Apresenta um pavimento com porão em
alvenaria e térreo em madeira. Cobertura em
quatro águas com telhas em aço galvanizado.
Aberturas de madeira com verga reta e atualmente utilizado como residência.
6) PREFEITURA MUNICIPAL – Av.
Itália, 474
Construída em 1903 por Amadeo
Stringhini. Foi aplicado na construção 500
contos de reis. Originalmente o prédio abrigava comércio e residência da família. Foi a
mais antiga e poderosa organização comercial
da região, e também funcionou como banco
onde os colonos depositavam seu dinheiro
tendo como garantia apenas a confiança do
proprietário. Também o comércio funcionava
em forma de escambo.
Após um período de sessenta anos o esta-
4) ESCRITÓRIO CONTÁBIL – Av. Itália,
s/n
Funcionou como maternidade e possuía
dois pavimentos. Estrutura portante de alvenaria de tijolos com porão. Telhado em quatro
águas com telhas de aço galvanizado.
Esquadrias de madeira com verga reta acha-se
37
Vignatti Miele. Originalmente estava instalada uma barbearia e fábrica de calçados. O barbeiro, Sr. Fausto Miele, era quem fabricava os
calçados: botas, sapatos, sandálias, chinelos e
tamancos.
belecimento foi fechado e o prédio entrou em
ruínas. Em 1997, a Prefeitura Municipal
adquiriu o prédio, tombou o mesmo e iniciouse a restauração onde 80% dos recursos vieram do Ministério da Cultura via Instituto de
Patrimônio Histórico Nacional – IPHAN, e o
restante com recursos próprios. A restauração
da obra durou 4 anos sendo que foram mantidas todas as características originais do prédio. De estilo eclético, foi construída com tijolos fabricados manualmente e ainda hoje
podemos ver as enormes vigas de madeira falquejadas existentes no porão. Hoje é o Centro
Administrativo Municipal nos dois pavimentos superiores e no porão se conservam objetos e móveis antigos, e parte do mesmo foi
refuncionalizado com a instalação de um
auditório para oitenta pessoas.
Sua alvenaria é portante com dois pavimentos, porão e sótão. Telhado em duas águas
com telhas cerâmicas de capa e canal.
Aberturas em arco pleno no térreo e verga reta
no primeiro pavimento com esquadrias em
madeira. Na fachada principal, de composição
simétrica, apresenta frontão triangular, platibanda, pilastras, cimalha com dentículos, frisos e acabamentos rústicos imitando pedras
nas pilastras e bases das janelas.
Casa toda em madeira com dois pavimentos e porão. Telhado de aço galvanizado em
duas águas com beiral ornamentado com lambrequins. Aberturas com verga reta e esquadrias de madeira.
8) ANTIGO HOTEL CENTRAL – Av.
Itália, 442
Reformada em 1956, originalmente era
hotel e residência de Lívio Foppa. Possuía 18
quartos distribuídos em dois níveis. Alguns
anos após foi instalado o Banco Nacional do
Comércio. Atualmente está desocupada.
Situada na esquina possui dois acessos e está
elevada da rua. Possui referências da arquitetura neo-clássica com embasamento, corpo
principal de dois pavimentos demarcado com
frisos e coroamento. Na fachada lateral se
observa um frontão indicando a caída das
águas e um sótão com uso. Presença de um
7) CASA MIELE – Av. Itália, 460
Construída por volta de 1910, em madeira, por Maximiliano Cremonese. A cozinha
construída nos fundos com o passar dos anos
foi demolida e construída em alvenaria. Os
proprietários eram Fausto Miele e Ernesta
38
mento em madeira com estrutura autônoma e
sótão com uso. O telhado possui telhas de aço
galvanizado com duas águas e empena voltada para a rua. O acesso se dá por escada lateral. Possui anexo posterior de dois pavimentos
em alvenaria. Uso residencial e comércio.
anexo lateral com porão e coroamento escalonado e de uma cisterna aos fundos, que recebia a água da chuva recolhida do telhado.
Construção em alvenaria de tijolos portantes com dois pavimentos, porão e sótão.
Telhado de duas águas com telha francesa e
platibanda. Aberturas com vergas retas e
esquadrias de madeira. Marcação da entrada
principal com pilastras e presença de frisos no
corpo da edificação.
11) CASA PREZZI – Av. Itália, 425
9) RESIDÊNCIA – CASA FINATTO – Av.
Itália esq. Rua Vergílio Franceschini
Construída em 1905. Seu primeiro proprietário foi o Sr.Vigílio Franceschini e os
construtores foram João Zílio, Basega,
Marobim, Vergílio Prezzi e André Prezzi.
Mais tarde Roberto Prezzi adquiriu a propriedade e o comércio por 17.300 contos de reis.
Originalmente a cobertura era uma laje impermeabilizada de tijolos, onde nos finais de
tarde ou nos domingos a banda aproveitava o
espaço para tocar e se divertir. Com o passar
dos anos houve a necessidade de proteção em
razão de infiltração de águas das chuvas,
tendo sido construído um telhado com estrutura de madeira, de quatro águas e cobertura
com telhas francesas.
O segundo pavimento é marcado por um
balcão de ferro, que também marca o acesso
principal. A propriedade é composta ainda por
outra edificação que abriga a cantina e a
garagem, sendo unidas por um túnel que
conecta dois porões. Neste porão existe ainda
uma nascente de água. Se situa num dos
pontos mais altos da Av. Itália e o acesso na
calçada se dá por escadas. Posteriormente
foram anexados ao corpo da casa a cozinha e
o banho. Nos fundos da propriedade corre o
Arroio Marrecão. Ainda hoje se mantém toda
Casa de esquina com marcação em chanfro, destacando o acesso e um terceiro telhado
neste recorte. Um pavimento em alvenaria,
referenciado ao antigo porão que sustenta o
segundo pavimento em madeira. Cobertura
em telhas de aço galvanizado com beiral.
10) RESIDÊNCIA DE JOÃO FERRONATTO – Rua Vergílio Franceschini,
335
Construída em 1915. Nela estava instalado um banco. Possui porão, segundo pavi39
a característica do estabelecimento comercial
(armarinho) que se conserva como na época
de implantação.
Prédio em alvenaria de tijolos portantes
com dois pavimentos e porão totalmente
enterrado, característico de casas comerciais.
Fachada de composição simétrica com
platibanda vazada ornada na parte superior
das pilastras com jarrões e leões nas
extremidades. Aberturas com vergas retas e
pestanas, esquadrias de madeira. Frisos
marcando a divisão dos pavimentos e cimalha
com dentículos.
gem arquitetônica mais despojada, com elementos do Art Decò.
12) CASA LAHUDE – Av. Itália esq. Rua
Antônio Tramontina
14) CASA REMUS – Rua Césare Appiani,
260
Casa construída aproximadamente em
1915. Originalmente era um Salão de Festas
(bailes). Quando Miguel Lahude adquiriu a
propriedade passou a ser Estabelecimento
Comercial Miguel Lahude. Arquitetura com
função mista, serve de residência e armazém,
mantendo atualmente as mesmas características (armarinho) da época.
Edificação com dois pavimentos em alvenaria de tijolos portantes. Telhado em quatro
águas de aço galvanizado. Platibanda fechada
com pinhas nas extremidades das pilastras.
Apresenta ornamentos junto à cimalha que
aparecem também na Casa Foppa (antigo
Hotel Central) e no antigo Hospital.
Casa construída por volta de 1920. Foi
construída com a finalidade de ser hotel, mas
por razões familiares não se concretizou. Hoje
o proprietário é Stefano Remus.
Edificação com dois pavimentos, porão e
sótão. Telhado em quatro águas de aço galvanizado. Apresenta balcão central com pequeno frontão com óculo e moldura contínua
envolvendo as esquadrias do pavimento superior.
15) ANTIGA FÁBRICA DE REFRIGERANTES – Rua Césare Appiani,
269
Construída aproximadamente por volta de
1900. No local estava instalada uma fábrica
de queijos e de refrigerantes “Aurora”. Os
refrigerantes eram comercializados na vila
como também nas cidades vizinhas. Eram
13) SALÃO PAROQUIAL – Rua Don
Giosué Bardin, 409
Antigo cinema da Cidade de Santa Tereza
de construção mais recente, apresenta lingua40
liana. O telhado é em quatro águas com telhas
de aço galvanizado com beiral.
17) CASA FURLANETTO – Rua Don
Giosué Bardin, 302
transportados por mulas ou com o ônibus
quando se dirigia à cidade. Hoje é apenas residência e oficina.
O corpo central da residência apresenta
dois pavimentos e porão.Telhado em quatro
águas de aço galvanizado com beiral. As aberturas do pavimento inferior em arco pleno e
no superior com verga reta. Apresenta também pilastras e cimalha. Inicialmente, apresentava dois corpos laterais, restando hoje
apenas o do lado sul em um pavimento com
platibanda.
Casa de alvenaria de tijolos com um pavimento e sótão. Telhado em duas águas com
telhas de aço galvanizado, empena frontal,
esquadrias de madeira com verga reta com
alteração na altura.
18) CÂMARA DE VEREADORES – Rua
Amadeu Picinini esq. Don Giosué
Bardin
16) PRIMEIRA ESCOLA E CASA DO
PROFESSOR
Construída em 1898 com 2 pisos. O porão
é de pedra e tijolos sendo os mesmos feitos
manualmente. Foi a primeira escola e também
residência do professor. Após foi instalado o
Banco Nacional do Comércio.
Sua fachada é profusamente decorada
com efiges e rosáceas. As janelas e portas
apresentam verga em arco pleno no térreo e
verga plana no superior. Suas portas são contraplacadas características da arquitetura ita-
Edificação de um pavimento em alvenaria
de tijolos com telhado de várias águas em aço
galvanizado, aberturas com vergas retas.
Utilizada atualmente como Câmara de
Vereadores.
19) ANTIGO HOSPITAL
Prédio construído por Maximiliano
Cremonese em 1922.
A distância até Bento Gonçalves e a
41
20) SECRETARIA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO E BIBLIOTECA
PÚBLICA MUNICIPAL – Rua
Antônio Tramontina
necessidade de atender a população na área da
saúde fez surgir a idéia e a concretização da
construção de um hospital.
Formou-se uma sociedade entre vários
moradores da vila e interior, tendo como presidente o Padre Ferlin. Era necessário capital
para construir e para a aquisição do mobiliário. A sociedade fez um empréstimo de 45.000
contos de Reis com a firma Amadeu Piccinini
& Cia Ltda.
Havia leitos para 15 pessoas. O movimento era grande e por muitas vezes alojavam
doentes em casas vizinhas. Faziam cirurgias e
apenas eram encaminhados para Bento
Gonçalves ou Caxias do Sul quando necessitavam de raios X.
Construído em 1935. Foi a 1ª Escola
Estadual do Município e no porão funcionou a
cadeia pública. Era chamado de Grupo
Escolar Padre Vicente Rodrigues. O prédio foi
totalmente restaurado e tombado pelo
Patrimônio Histórico Estadual. Hoje está
instalada a Secretaria Municipal de Educação
e Cultura e a Biblioteca Pública Municipal de
Santa Tereza.
Prédio de um pavimento com porão.
Telhado em quatro águas com telha cerâmica
francesa. Platibanda vazada com frontão central com armas da República.
21) RESIDÊNCIA CASAGRANDE - Rua
Antônio Tramontina
Também estava instalada a Farmácia
Santa Theresa.
A dívida não foi paga e por concorrência
pública, o prédio passou a pertencer a
Amadeu Piccinini como pagamento da dívida.
Hoje reside a família do Sr. Victor
Amadeu Piccinini.
Edificação com 2 pavimentos e porão de
alvenaria em tijolos. Telhado com várias
águas em aço galvanizado. Acesso central
com varanda e terraço no primeiro pavimento
dividindo a edificação em dois volumes laterais, um retangular e outro com dois chanfros.
Aberturas de madeira com vergas retas.
Prédio cuja principal característica é o
corpo principal em madeira com fachada em
alvenaria visando demonstrar status superior.
42
do projeto do Concurso Público de
Valorização da Paisagem Urbana de Santa
Tereza.
Apresenta dois pavimentos com platibanda.
Telhado em duas águas com telha de aço galvanizado com empena lateral. Esquadrias com
verga reta com quase ausência de elementos
decorativos.
24) IGREJA –
Cremonese
Praça
Massimiliano
22) BRIGADA MILITAR – Rua Antônio
Tramontina, 102
Após a demolição da antiga Igreja, em
1966, em dezembro de 1967, foi inaugurada a
nova Igreja sob a coordenação do construtor
Victor Tosi. Foi uma das primeiras Igrejas de
arquitetura moderna da região com planta
hexagonal dentro da nova tendência dos templos pós-conciliares.
Construída por volta de 1930, era residência e estava instalado o correio. Hoje está
instalada a Brigada Militar. À semelhança do
prédio vizinho, também apresenta fachada em
alvenaria e corpo principal em madeira. O
acesso se dá pela lateral. Fachada com três
janelas em arco abatido, friso, frontão com
jarrões e pináculo central.
25) CAMPANÁRIO – Praça Massimiliano
Cremonese
23) PRAÇA MAXIMILIANO CREMONESE
Praça construída durante a administração
de Amadeo Piccinini por volta de 1950. Na
época era subprefeito e delegado.
No local apenas existiam pedras e banhado. As pedras foram retiradas com o auxílio
de tropas de burros.
Quando algum morador cometia alguma
penalidade, brigas, bebedeiras etc. e não
pagasse a multa estabelecida o valor revertia
em serviço comunitário. A praça foi construída através dos serviços comunitários e pela
ajuda de voluntários.
A Praça se apresenta em dois níveis com a
Igreja e o Campanário no nível superior e área
de lazer no nível mais baixo. Hoje está em
processo de reformulação com a implantação
Construído por Massimiliano Domenico
Cremonese e Alexandre Brunello com 45
metros de altura, três sinos, um relógio e uma
cruz.
Foi construída com o auxílio de toda a
população que carregou os tijolos da olaria até
43
Referencias
COSTAMILAN, Eloise. Documentação para Processo
de Tombamento do Núcleo de Santa Tereza.
Monografia apresentada como requisito para aprovação na disciplina: Laboratório de Arquitetura e
Urbanismo. 2005. Universidade de Caxias do Sul.
BUCHEBUAN, Terezinha de O; ROVEDA, Fernando;
ROMAN, Vlademir;. Fotos.
FUNDAÇÃO CASA DAS ARTES – MUSEU
HISTÓRICO CASA DO IMINGRANTE. Bento
Gonçalves, 1978.
Material didático - Oficina para Valorização Turístico
Ambiental. Instituto Ítalo Latino Americano – IILA
(Serviço para a Cooperação) e Prefeitura Municipal
de Santa Tereza. 18 a 29 de setembro de 2006.
PREZZI, Cesar Augusto. Pesquisa não publicada
Proposta de Atuação – CONHEÇA. 10ª. Dr/SPHAN/
Projeto Pró-Memória. Prefeitura Municipal de
Santa Tereza. 1988.
ZORZI, Amarilda C; PRETTO, Matheus; CARUCCIO,
Olavo de O; LAMPERT, Wladimir. Trabalho de
Pesquisa Histórica e Construtiva para construção da
disciplina de História da Arte e Estética. Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo. Ulbra. Canoas, 2005.
a igreja um passando para o outro em uma
fila.
Está localizada na rua Antônio
Tramontina, junto à Igreja Matriz. É uma
réplica da torre de San Biagio di Callalta da
cidade de Treviso, Itália.
Iniciada em 1927, foi concluída em 1932.
Se constitui como o principal referencial da
cidade. Formava uma unidade harmônica com
a antiga igreja.
Considerações finais
A partir da coleta de informações resgatando a memória, reconstituindo a história, é
possível dar visibilidade a novas possibilidades decorrentes do trabalho de pesquisa.
Novas etapas serão necessárias para a formatação de um roteiro cultural, como: catalogação, análise e diagnóstico do patrimônio
cultural, planejamento e diretrizes, agregando
ações educativas e culturais, adequadas ao
perfil do município.
44
As atrações deste território quanto ao aspecto naturalístico
natural e cenários encantadores, como a Torre
da Igreja, ruas com prédios históricos, o charme do Rio Taquari tendo como principal atrativo a travessia da Balsa, podendo degustar
das cachaças aqui produzidas. Conta também
com duas reservas naturais (em fase de
implantação) “Reserva Vale do Moinho Brun
e Reserva do Gioanin”.
Santa Tereza tem ainda outras atrações
como a vista da sede do Município na Linha
Bento Gonçalves, possui um Camping
Municipal e um centro de eventos (CTG e
Ginásio de Esportes).
Introdução
O município situa-se entre vales e montanhas, na encosta superior do Nordeste à 30
Km de Bento Gonçalves, emancipando-se
politicamente em 1992, com uma população
de 2.000 habitantes. Seu clima é agradável
principalmente no inverno e primavera, quando as temperaturas apresentam-se mais amenas quenas áreas altas das montanhas, devido
à sua proximidade ao Rio Taquari e ao Vale
que a envolve.
No verão o calor é intenso, sendo propício
aos esportes e ao lazer junto ao Rio. A sede
também é envolta pelos Arroios Marrecão e
Vinte e Dois, estes de águas cristalinas e límpidas. Possui uma área de 72 km sendo que a
sede está a uma altitude de 75m, enquanto as
partes mais altas chegam a 750 metros.
Contando com uma exuberante beleza
1 - Reserva do Patrimônio Natural do Vale
Moinho Brun.
Trata-se de uma gleba de terras destinada
para Reservas Particulares de Patrimônio
Natural (RPPN- em implantação), pelo seu
45
estão na área, sendo importante tributário do
Rio Taquari pertence à Bacia Hidrológica
Taquari – Antas.
A flora descrita na propriedade apresenta
cerca de 97 espécie de plantas nativas e a
fauna encontra-se com certa freqüência
sabiás, gralha azul, tucanos, nhambu, lagartos,
graxaim, cutia, mão pelada, quati, tatu, macaco, serelepe, veados.
aspecto paisagístico ou ainda pelas características ambientais de patrimônio natural. É de
domínio privado a ser especialmente protegida, por iniciativa de seu proprietário e com
reconhecimento do poder público, em função
de ser considerada de relevante importância e
biodiversidade.
Localizada Linha Pederneira, junto ao
Arroio Vinte e Dois, ligando as Linhas
Leopoldina e a Linha 1ª Secção de Santa
Bárbara, distando cerca de 06 Km do centro
da cidade de Santa Tereza e 150 km da Capital
do Estado, Porto Alegre.
1.3 - Topografia local.
O relevo da propriedade não é homogêneo, atravessando um vale de aspectos suaves, no meio da encosta e partes e fortemente
ondulados e montanhosos na maior parte da
área. As altitudes variam desde 160 metros
até aproximadamente 450 metros na divisa
sul.
Há no local Mata Ciliar cobrindo as margens dos Arroios e fontes. As análises de qualidade da água indicam não haver poluição
orgânica ou metais pesados.
1.1 - Dados Históricos.
O histórico da propriedade da família
Brun cita que foi adquirida no ano de 1895,
pelo imigrante italiano Giuseppe Brun, sendo
ali construído um Moinho de trigo e milho
movido por roda de água, que permaneceu em
funcionamento até meados da década de 40. A
partir desta data até 1970, se desenvolveu na
propriedade uma agricultura mais intensiva de
subsistência. Atualmente, observa-se diversos
estágios sucessionais de florestas primárias ao
longo de um córrego tributário do Arroio
Vinte e Dois, passando por floresta secundária
até capoeirões 36 a 70 anos de idades.
1.4 - Infra-estrutura.
A reserva atualmente possui:
1.4.1-Acesso pavimentado com paralelepípedos: da RS 444 até proximidades do
Arroio 22, extensão 700 m.
1.4.2-Quatro trilhas, sendo duas com passeios
suaves, uma grau dificuldade médio (6000
m) e por último trilha radical.
1.4.3-Canal e roda da água restaurados, junto
à ruína do moinho.
1.4.4-Duas pontes pênseis e uma ponte de
madeira dos namorados.
1.2 - Atrativos Naturais.
A propriedade da família Brun está inserida no Vale que desemboca na cidade de Santa
Tereza, sendo um dos mais preservados da
Região, pois a totalidade de suas terras estão
atualmente cobertas por florestas naturais,
formando verdadeiros corredores de fauna e
reguladores do ciclo hidrológico.
Na propriedade, com alto potencial turístico e de educação ambiental, observa-se verdadeiros laboratórios ecológicos, além de paisagens belíssimas, com uma fauna exuberante,
uma casa de madeira do século passado, ruínas do moinho movido a água, três pontes
suspensas de madeira e cascatas de águas cristalinas.
O local é rico em recursos hídricos, pois
diversas nascentes e córregos de baixa vazão
Necessidades a serem implementadas:
• Conclusão do Processo de Registro RPPN
junto ao Ibama;
• Sinalização indicativa, educativa e informativa;
• Portão na entrada da Reserva, com placas
de orientação das visitações (dias, horários,
agendamentos de visitas e telefone de contato);
• Construção de lixeiras seletivas, em locais
próprios;
46
Além deste ponto as potencionalidades
turísticas não são tanto expressivas tendo em
vista que os alambiques não são legalizados,
há problemas de higiene, queimadas, não
optando pela agricultura orgânica. Também o
roteiro religioso não indica a localização
correta onde nasceu o Monsenhor Benvegnu,
na comunidade a Igreja é interessante quanto
à arquitetura, mas nada registra a história
deste religioso.
• Construção de cochos para alimentação da
fauna;
• Construção de mirante para observação
geral;
• Construção de sanitários higiênicos;
• Construção de um quiosque.
2 - Orla do Rio Taquari no Perímetro
Urbano.
Localizada no sudoeste da zona urbana do
Município de Santa Tereza, possuindo uma
área destinada a abrigar campistas com fácil
acesso, e completa infraestrutura (banheiros,
churrasqueira, instalações elétricas e hidráulicas).
A Orla do Rio Taquari, pela sua extensão,
apresenta condições para esportes da canoagem e visão privilegiada em diversos pontos
de sua margem.
O rio, nas estações mais quentes do ano,
como na primavera, e no verão é utilizado
para banhos.
O rio foi de grande importância econômica para o desenvolvimento de Santa Tereza,
pois, no passado, com os barcos, chamados
“gasolina”, efetuavam o principal meio de
transporte de mercadorias promovendo um
intercâmbio com as cidades da região e com a
capital, e ainda hoje, podemos encontrar as
ruínas do porto, onde atracavam estas embarcações.
Por muito tempo e até nos dias atuais é
possível retirar dele diversos tipos de peixes
para alimentação da população local.
4 - Parque de Eventos.
É uma área dentro perímetro urbano, mas
com características rurais, que possui um
Centro de Tradições Gaúchas (CTG), um
ginásio de esportes, uma cancha para provas
de rodeio crioulo, área de camping com sanitários e churrasqueiras
O acesso rodoviário é estrada de chão,
com arborização recente excelente para
caminhadas, porem, falta iluminação. Temos
um acesso pela avenida Itália pela ponte pênsil, sobre o arroio Marrecão, somente para
pedestres.
4.1 - Possibilidades de melhoramentos:
- Um projeto arquitetônico para o CTG
- Pavimentação, com paralelepípedos, no
acesso rodoviário, bem como iluminação.
4.2 - Aproveitamento das margens do arroio
Marrecão para implantar uma trilha ecológica entre as duas pontes pênseis.
Os eventos realizados são: Rodeio,
Semana Farroupilha e enduro com motocicleta.
2.1 - Necessidades para incrementar a orla
do Rio Taquari.
Execução das obras projetadas no
Concurso do Patrimônio Histórico do
Município e um memorial do antigo porto.
5 - Esportes.
Rafting: tem possibilidade de num trajeto
entre a comunidade de Santo Stanislau até a
sede do município, num percurso de 5 km de
descida em corredeiras de graus de baixa dificuldade, dentro de botes infláveis no Rio
Taquari.
Paraglider: Temos locais na Linha Bento
e Santa Tecla para decolagens que já foram
utilizados no passado, para este esporte por
um período. Hoje este esporte não é mais pra-
3 - Travessia do Rio Taquari.
Através do rio é possível fazer passeios de
balsa, para pessoas e transporte de veículos,
com finalidade turística num trajeto de até a
casa da família Villa, onde se pode vislumbrar
esta visão.
47
corais italianos, 60.000 mil turistas fazem essa
viagem a cada ano. A Maria Fumaça da Serra
Gaúcha é o maior sucesso ferroviário de um
país que não anda nos trilhos.
ticado mas sabemos que é possível. Para a
segurança e tranqüilidade dos praticantes
deverão ser construídas rampas e obter licença dos proprietários das terras para prática
deste esporte. Há necessidade de um apoio
especializado.
As modalidades de vôo são: de parapente,
individual e de paraglider.
Cavalgada: Com guias especialmente
treinados, poderão ser realizados passeios a
cavalo saindo do parque de rodeios subindo
pela Linha Leopoldina pela estrada dos
Parenti e retornado pela estrada Velha onde
poder-se-á apreciar a bela vista entre os
parreirais, matas nativas, casas de agricultores.
Mountain Bike: Podemos montar um trajeto para pedalar por picadas, trilhas e matas
de estradas de terra abertos em diversas épocas, em meio a bosques e riachos, dentro do
perímetro e no interior de Santa Tereza.
Trilha: Já existem 4 rotas na Reserva
Brun, e temos a proposta de uma nova rota
entre as duas pontes pênseis sobre o Arroio
Marrecão.
ESTRADA DE FERRO CURITIBA – PARANAGUÁ
5.2 - Passeios existentes no Paraná.
A linha ainda hoje, em seus 110 quilômetros de extensão que descem os 900 metros da
serra, guarda alguns trechos originais daquele
tempo, o que perpetua a comprovação do
arrojado projeto do século passado. Você já se
imaginou passando por um túnel bem no meio
de uma enorme serra? Não? Então você precisa fazer essa viagem.
Para fazer o passeio de Curitiba até
Paranaguá, nosso ponto de partida é a Estação
Ferroviária de Curitiba, onde a empresa Serra
Verde Express administra os passeios do trem
e garante um ótimo serviço de bordo - como
os de aviões, além, se necessário, presença de
guias poliglotas.
Nos primeiros 22 quilômetros de trilhos, o
trem atravessa dois municípios muito bonitos
da região metropolitana de Curitiba. Trata-se
de Pinhais e Piraquara. Logo depois, em mais
alguns minutos de passeio, chega-se até o
Túnel de Roça Nova, o primeiro de outros 13
túneis que se encontram no percurso e atravessam a maciça rocha da grandiosa serra.
Com 457 metros, o Roça Nova, é o maior
deles e se localiza no ponto mais elevado do
trajeto. Nesse ponto, as fotos não podem faltar.
Logo em seguida, a linha segue em direção à Casa Ipiranga, que serviu de meio de
hospedagem para figuras ilustres da nossa história. O Imperador Dom Pedro II, o então pre-
5 - Trem Turístico.
MARIA FUMAÇA NA SERRA GAÚCHA
5.1 - Passeios Existentes no sul do Brasil.
O passeio com a simpática Maria Fumaça
que vai de Bento Gonçalves a Carlos Barbosa,
passando por Garibaldi no Rio Grande do Sul.
A Maria Fumaça recuperada de um déposito de sucata ferroviária, faz um trajeto de 23
Km com uma velocidade de até 30 Km em 1h
30min. O passeio é todo animado por músicos
e artistas, tem farta degustação de vinhos e
champanhes (na parada em Garibaldi) além de
48
Motivo de sobra para um passeio na Rua
General Carneiro, onde se encontra a Igreja
Matriz e o Museu de Arqueologia e Etnologia.
sidente da Província do Paraná Carlos de
Carvalho, sem esquecer, é claro, do famoso
pintor paranaense Alfredo Andersen.
Aproveite para observar a passagem do Rio
Ipiranga que corta toda essa área dando um
charme especial à construção.
O melhor mesmo ainda está por vir. Mais
à frente, os passageiros irão se deparar com a
cachoeira Véu da Noiva, enorme, com grande
volume de água saindo da rocha e que consegue produzir um som mais alto do que o da
locomotiva. Bem perto dali, antes de se chegar ao décimo primeiro túnel, se encontra o
imponente Pico do Diabo, enorme rochedo
com uma fenda entre duas escarpas, dando a
sensação de que a qualquer momento tudo
aquilo irá se desprender da serra. Fique atento
e não peraa a oportunidade de registrar essa
impressionante obra da natureza com vários
cliques.
Mas fique calmo, se não deu para fotografar tudo que você queria. Na parada que o
trem faz, na Estação de Marumbi, será possível tirar belas fotos da natureza que compõe o
Parque Nacional do Pico do Marumbi, criado
em 1990, com mais de 2300 hectares. Sem
precisar andar muito você poderá conhecer o
Morro do Leão e também o Pico Marumbi,
ambos altíssimos e freqüentados por alpinistas.
Após continuar o trajeto, a próxima parada é na Estação de Morretes, cidade histórica
onde o passageiro pode aproveitar para comprar lembranças do artesanato local. O souvenir mais procurado é uma miniatura da Serra
do Mar. Não deixe também de experimentar o
barreado, prato típico do litoral do Paraná,
além de levar os doces feitos na região. Para
quem se interessa pelo assunto, a qualidade da
aguardente produzida na cidade é reconhecida
em todo o Estado.
Feita a visita em Morretes, é hora de percorrer os últimos 41 quilômetros do passeio
até chegar à cidadezinha de Paranaguá. Com
seus 349 anos, a cidade não só é a mais antiga
do Paraná, como abriga o porto de maior
movimento em toda a região sul do país.
Projeto do Trem Turístico Bento Gonçalves
- Jabutica
LOCOMOTIVA USADA ENTRE BENTO E CARLOS
BARBOSA, MAS P/ ESTE TRECHO É INVIÁVEL
5.3 - Projeto do trem turístico entre Bento
Gonçalves Jabuticaba – Santa Tereza.
- Ligação com trem a Diesel
- Bela visão do Vale do Rio das Antas
- Percurso: 48 Km saida de Bento Gonçalves
passando pelo Bairro São Roque, São
Valentin, no Distrito de Tuiuty e começa a
descida onde há visão da ferradura do Rio
das Antas
- Término na estação de Jabuticaba
5.3.1 - Proposta.
Ver a possibilidade do trajeto ser extendido
até a Santa Tereza.
Vantagem:
- Estação está em Santa Tereza onde, para os
turistas tendo como chegada uma pequena
cidade entre o vale, e com todo patrimônio
histórico.
- Também a estação está em local seguro,
pois sabemos que em Jaburicaba a estação
e a Vila Ferroviária está todo depredado.
- Em Santa Tereza até a estação tem pavimentação, já em Jabuticaba tem que percorrer 5km de estrada não pavimentada.
- O trecho de retorno a Bento, a via rodoviária passa pelo Vale dos Vinhedos.
- O turista terá 36 Km a mais de trajeto onde
poderá contemplar toda a beleza do Rio
49
5.3.1.1 - Vantagens.
A extensão da via férrea até Santa Tereza
oferece, aos turistas, a visão de uma pequena
cidade, com ótimo Patrimônio Histórico, cercada de vales e montanhas com uma visão
encantadora.
A estação de Santa Tereza está em local
seguro, já, a de Jabuticaba e da Vila
Ferroviária estão depredadas e precisa-se percorrer 5 km de estrada não pavimentada para
alcançar a rodovia.
Taquari-Antas, grandes túneis, e muito
verde.
Metas.
Agendar reunião com a ALL-América
Latina Logística, com Girodani Turismo e
Ministério do turismo onde devemos salientar
que o projeto terá muito a ganhar com este trajeto maior onde o total do percurso será de 74
Km no mesmos molde da Ferrovia Curitiba Paranaguá.
50
Rota Religiosa
os bancos são originais. Situada na Linha
Leopoldina, distante 4 Km da sede.
No trajeto existe o Capitel Nossa Senhora
do Caravágio construído em 1928, por José
Telche. As iniciais M.V.D.C significa Maria
Virgem de Caravágio.
1 - Torre.
Construída em 1927 pelo arquiteto
Italiano Massimiliano Cremonese, réplica originária de San Biagio di Callalta, Treviso Itália. A altura é de 45 metros. Os três sinos de
bronze fabricados em 1923 pela Fundição
João Bellini de Garibaldi, pesando juntos
1.600 Kg.
O Pároco da época era o Padre José Ferlin.
Em 1886 existia uma pequena capela de
madeira que foi benta pelo Reverendo Padre
Finotti. Em 1889 foi colocada e benta a pedra
fundamental da Igreja Matriz, durando a construção até 1902 quando foi inaugurada e benta,
com a presença de Bruno Capuccino, do Padre
Giosué Bardin e do Polaco Onorato
Capucciani. Houve um temporal muito grande, que destruiu parcialmente a Igreja.
Decidiu-se então pela demolição da mesma,
em novembro de 1966. Durante a construção
da nova Igreja Matriz, as missas eram rezadas
no salão paroquial. Em fins de novembro de
1967, iniciaram-se os trabalhos de construção
da Igreja, que foi inaugurada em 24 de janeiro
de 1971, com a presença do bispo D. Benedito
Zorzi e do padre Alberto Antônio Peroni.
A Paróquia de Santa Tereza foi criada em
15 de outubro de 1916. A Padroeira é Santa
Tereza de Ávila (Teresa de Cepeda y de
Ahumada), nasceu em Ávila - Espanha, no
ano de 1515. Criadora de vários Conventos do
Carmelo. Morreu em Alba de Tormes em 15
de outubro de 1582. Proclamada Santa em
1622 e o título de Doutora da Igreja em 27 de
setembro de 1970.
3 - Capela Nossa Senhora de Pompéia.
A primeira Construção deu-se em 1906
em madeira. A segunda construção em alvenaria deu-se em 1961 e concluída em 1969,
sendo seu arquiteto e construtor Valdemiro
Possebom e o ajudante Armando Brandalisse.
Houve também a participação da comunidade
com 500 Kg de uva por sócio, durante o período de construção. Conservando a originalidade do altar, a imagem de Nossa Senhora de
Pompéia restaurada e os bancos. Localizada
na linha 130 da Leopoldina, distante 7 Km da
sede.
Ao lado da Capela existe o Capitel Santo
Antônio, construído em 1933, por Abramo
Berra.
4 - Capela Nossa Senhora das Graças e São
Gotardo.
A primeira construção em madeira deu-se
no ano de 1895. Foi restaurada em 1965. As
imagens são originais, inclusive as lamparinas
e os candelabros. Localizada na Linha
Graciema Baixa, distante 12 Km do município.
5 - Gruta Nossa Senhora de Lurdes.
Inaugurada em 07 de junho de 1998. Na
descoberta da gruta havia indícios da ocupação por nativos da região, como cinzas e utensílios. Porém, com difícil acesso para visitação, se propõe a construção de escadarias ou
acesso seguro para visitação. Localizada na
Linha Graciema Baixa a 14 Km da sede. No
2 - Capela São Roque.
Antes da construção da capela havia um
capitel com o quadro de Santo Antônio. A
capela foi constituída em 1958. O altar, a imagem de São Roque, os quadros da Via Sacra e
51
na Linha José Júlio, distante da sede 4 Km.
No trajeto existe o capitel São José.
retorno, na Comunidade do 150 da
Leopoldina existe o capitel São Valentim,
construído por Ernesto Bochi.
7 - Capela de Nossa Senhora das Graças.
Construída em 1898 pelo arquiteto
Agostinho Casagranda, em forma de mutirão.
O primeiro telhado era de tabuinhas
(Scandole) cuja benção de inauguração foi
dada por D. Giosué Bardin. É a única capela
tombada no município, no dia 26 de novembro de 2003. A primeira restauração foi em
1949 e a segunda em 2003.
A imagem de Nossa Senhora das Graças
veio da Itália, sendo que as vestes foram confeccionadas pelas moradoras da comunidade.
O altar, a via Sacra e os bancos de araucária
são originais. É a única capela que tem coro.
Localizada na Linha Bento Gonçalves, a 6
Km da sede.
6 - Capela Santo Stanislau - São José.
Construída em 1890. Segundo informações dos moradores, o arquiteto foi Agostinho
Casagranda. Foi a primeira Capela do município.
A primeira imagem foi de Santo Stanislau
Kostka até 1912, quando foi transferida para a
capela de Santo Stanislau e foi substituída
pela imagem de São José.
O altar, a Via Sacra, os bancos, lamparinas
e quadros com orações em Latim são originais. A última restauração foi feita em 1951. O
campanário em anexo é original.
No cemitério existe uma Cruz de madeira
de 1907, no túmulo de A. Koslowski, contendo mais duas Cruzes de ferro. Está localizada
Outras Comunidades Religiosas:
Linha Soares Baixa - Padroeiro São José
Capela São Valentim - Padroeiro São Valentim
Linha 150 da Leopoldina - Padroeiro São Brás
Linha 103 da Leopoldina - Padroeiro Nossa
Senhora de Caravágio
Capela Sagrado Coração de Jesus - Padroeiro
Sagrado Coração de Jesus
Linha Graciema Alta - Padroeiro Nossa Senhora
da Paz
Capela Santo Stanislau - Padroeiro Santo
Stanislau
Linha Dolorata - Padroeiro Nossa Senhora das
Dores
Linha Pederneiras - Padroeiro Santa Lúcia
Linha Beltrame - Padroeiro Nossa Senhora do
Sagrado Coração de Jesus
Linha Santa Tecla - Padroeiro Santa Tecla
Linha Capanema - Padroeiro Santo Antão
Santa Tereza de Ávila
Festas Religiosas:
Março:
Festa na Capela de São José
Festa na Capela da Soares Baixa
Abril:
Festa na Capela 150 da Leopoldina
Festa na Gruta de Graciema Baixa
Capitel Santa Antônio
52
Festa na Capela São Valentim
Maio:
Festa na Capela 130 da Leopoldina
Festa na Capela 103 da Leopoldina
Junho:
Festa na Capela Sagrado Coração de Jesus
Festa de Santo Antônio – Paróquia de Santa Tereza
Julho:
Festa na Capela Graciema Baixa
Festa Nossa Senhora do Carmo – São Valentim
Agosto:
Festa Santo Stanislau – Linha José Júlio
Setembro:
Festa na Capela Graciema Baixa
Festa na Capela Linha Dolorata
Outubro:
Festa de Santa Tereza – Paróquia
Novembro:
Festa na Capela de Linha Bento
Dezembro:
Festa na Capela Pederneiras
Capela de Nossa Senhora das Graças
Capitel Nossa Senhora do Caravágio
53
Economia, gastronomia, artesanato
lidade. Os alimentos mais freqüentes são:
sopa de capeleti, polenta, arroz, massa, carne
de galinha, porco, peixe e gado, ovos, queijo,
salame, pão, saladas cruas e cozidas de hortaliças e verduras diversas, feijão, lentilha,
milho verde, batata, moranga, frutas cítricas,
uva, abacate, caqui, goiaba, figo e pêssego. A
bebida mais comum é o vinho, mas também é
consumida a cerveja, a cachaça e sucos.
Tem como destaque os Eventos
Municipais como o Festival de Cantorias
Italianas e o Festival do Leitão, Frango e
Vinho.
No Festival de Cantorias Italianas os pratos servidos são: fortaia, massa, polenta, frango assado, salame, copa, queijo e saladas
diversas (representando a culinária italiana).
No Festival do Leitão, Frango e Vinho os
pratos servidos são: leitão assado, pernil, costelinha no espeto, frango, massa, moranga
caramelada, polenta, scodegin, queijo de
porco, fortaia, saladas diversas, frutas, vinho.
Nas festas religiosas se destaca, na maioria das vezes, o mesmo cardápio - também de
origem italiana: sopa de capeleti, carne lessa
de galinha, pien (recheio), saladas diversas e
churrasco de gado, porco e frango assado.
Visitação do Patrimônio Ambiental e
Cultural
1 - Economia.
Santa Tereza baseia-se economicamente
na agricultura, com destaque no cultivo de
parreirais, hortifrutigranjeiros: vagem, pimentão, chicória, alface, pepino, mandioca, batata
doce, abobrinha, tomate, milho, feijão e citricultura com bergamota montenegrina e nativa, laranja de umbigo e do céu, dentre outros.
Também possui criação de suínos (Doux
Frangosul), bovinos de leite e corte, aves de
postura para consumo da família.
Na área industrial destacam-se móveis
para exportação (Palanex), metalúrgica
(Artimec), plásticos (reciclagem), agroindústrias (Vicezar, Remus & Bettinelli, Rovereto,
Braido Produtos Coloniais), além do comércio local, que conta com: Pousada Caumo,
Comércio de Combustíveis Colosso do Vale,
além de farmácia e vendas de produtos alimentícios em geral.
2 - Gastronomia.
A alimentação é farta em qualidade devido à descendência italiana, pelos seus hábitos
e costumes, sendo farta em quantidade e qua-
Antiga Cooperativa Agrícola de Santa Tereza
Vinhos Vicezar, Reserva Vignatti
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Comidas típicas da cidade
Calendário eventos:
Capela Nossa Senhora das Graças, Linha Bento
Março:
Festa na Capela São José – Linha José Júlio
Festa na Capela Soares Baixa
Abril:
Festival de Cantorias Italianas
Festa na Capela 150 da Leopoldina
Festa na Gruta Graciema Baixa
Maio:
Festa na Capela 130 da Leopoldina
Festa na Capela 103 da Leopoldina
Junho:
Festa de Santo Antônio – Paróquia Santa Tereza
Julho:
Festa do Agricultor
Jantar do Coelho
Festa Capela São Valentin
Festa da Capela Graciema Alta
Agosto:
Festival do Leitão, Frango e Vinho
Setembro:
Semana Farroupilha
Festa na Capela Graciema Baixa
Festa na Capela Linha Dolorata
Outubro:
Festa da Padroeira Santa Tereza
Novembro:
Festa na Capela São Cristóvão
Filó em Santa Tereza – Paróquia
Festa na Capela Linha Bento
Dezembro:
Festa em Santa Bárbara
Festa na Capela Pedernei
Capela São José, Linha José Júlio
3 - Artesanato.
Existe uma grande diversidade que abrange desde trabalhos em palha de trigo e milho,
trabalhos em vime, pinturas e bordados em
toalhas, tapetes, além de miniaturas em
madeira.
55
PROPOSTAS EM IMPLANTAÇÃO:
Estamos viabilizando um ponto receptivo para divulgar os roteiros turísticos e também o artesanato local.
Além disso, existem propostas de implantação e melhoria de agroindústrias como:
1) VELHO ALAMBIQUE – Reestruturação do porão para a recepção turística.
Consultoria: Vlademir Roman– SEBRAE/RS
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2) MOINHO BRUM – Visitas à Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN
Proposta de Acesso para Centro de Visitantes - Consultoria: Vlademir Roman– SEBRAE/RS
3) VINHOS VICEZAR – Construção de restaurante, ponto de venda e cantina para a guarda e
degustação dos vinhos.
Consultoria: Vlademir Roman– SEBRAE/RS
AÇÕES FUTURAS
Criação de novas agroindústrias:
RUBENS GRAYKY – Fábrica de açúcar mascavo e
rapadura.
MAURI BIELSKI – Fábrica de açúcar e melado.
CANTINA ROVERETTO – Elaboração de vinhos.
CANTINA SARTORI – Elaboração de vinhos.
CANTINA PANIZZI – Elaboração de vinhos.
QUEIJARIA PIGOSSO – Fábrica de queijos.
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Documento final elaborado pelos participantes
Quinze prioridades para o Município de Santa Tereza em 2007 como estratégia para o
desenvolvimento do turismo sustentável e valorização da paisagem cultural.
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15.
Implementação do Roteiro Turístico Interativo, criação de Folder e tarifário;
Criação da Secretaria de Turismo e Cultura;
Instalação do Centro de informações turísticas e artesanato;
Desapropriação da casa Ferri (padaria) para implementação do Museu Histórico do Acordeão;
Artesanato Loca: Cursos, design e qualificação de produtos;
Projeto de sinalização e mobiliário para um Parque Ambiental entre as duas pontes do Rio
Marrecão e para a reserva ambiental da Família Brun, completar arborização urbana e rural;
Recursos para formação e fortalecimento das agroindústrias, vinícolas e programa de
capacitação da rede de alimentação e restaurantes;
Formação de grupos de teatro e música, assim como apoio à qualificação dos grupos culturais
já em andamento;
Implementação do projeto de educação ambiental, cultural e turística na rede escolar;
Contratação de novo Projeto para a Igreja Matriz;
Contratação de um arquiteto para monitorar o Centro Histórico, orientar restaurações e avaliar
novas edificações;
Implementação da catalogação do Inventário cultural, histórico e artístico do município,
Inventariar a memória oral;
Implementação da orquestra de acordeões e de instrumentos de sopro;
Recursos para APHAT – ST implementar o projeto do museu, assim com outras iniciativas,
eventos e gemellagio com San Biagio – Treviso (Itália)
Efetivação do tombamento pelo IPHAN e apoio à restauração das casas históricas que exigem
intervenção urgente.
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A imprensa
Jornal Integração da Serra
31 de agosto de 2006
Jornal Semanário
Sabado, 28 de outubro de 2006
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Professores e relatores:
– Mario Lepore, experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de Firenze
- Departamento de Economia Empresarial
– Ana Lucía Goelzer Meira – Inventário e preservação do centro histórico Santa Tereza – IPHAN
– Ivo da Rold – Turismo regional e o Caso de Bento Gonçalves
– Gabriel Grandó – Apresentação projeto vencedor Concurso de Revitalização Paisagística de
Santa Tereza – Idéia 1 Arquitetura
– José Albano Volkmer /IAB. – avaliação da importância dos concursos públicos – IAB
– Nestor Forest – Roteiro Cultural Caminhos de Pedra – AUTUASERRA
– Fernando Roveda – O Patrimônio Cultural de Antônio Prado – SETUR ANTONIO PRADO
– Jorge Mariani – A Estrada do Sabor e os empreendimentos típicos e ecológicos – Agricultor
Setur Garibaldi
– Luiz Antonio Balcato Custódio – Turismo Cultural – Projetos de Interpretação – IPHAN
– Vlademir Roman – Turismo Cultural – Projetos de Interpretação – SEBRAE
– Sandro Vaccaro – Tese de doutorado sobre meio ambiente e florestas de Santa Tereza – CERAN
IDRELETRICAS
– Luiz Brun – Apresentação da Reserva Ambiental e ruínas do antigo Moinho Família Brun PROPIETÁRIO
– Tarcísio Michelon – Turismo na Serra Gaúcha – ATUASERRA – FENAVINHO
– Beatriz Paulus – O Turismo em Santa Tereza e o Fórum Mondial de Turismo – MBTC ATUASERRA
– Irina Caumo – Centro Histórico, Mirantes, Paisagens nas Linhas de Santa Tereza – O Turismo
em Santa Tereza – Setur Santa Tereza
Os participantes no Curso:
-
Abramo Caumo
Amarilda Casagrande Zorzi
Ana Paula Barros
Beatriz Paulus
César Augusto Prezzi
Daniela A. Rezera
Emanuele Senise
Enio Antonio Casagrande
Fernando Riveda
Flávio H. Fontana
Irina Rosa Caumo
Ivandro Remus
-
Jarbas Macedo Pinto
Jorge Mariani
Juliana Scapin
Lairto Vignatti
Luiz Antonio Bolcato Custodio
Luiz Brun
Luiz Carlos Ribaldi
Marcio André Cella
Maria Tereza Mirando
Marim Peruzzo
Michel Batista Bettinelli
Nádia Panizzi
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-
Nestor José Foresti
Neusa Zoldan Spagnol
Noeli Bolesina
Paulo Ferronatto
Paulo Ricardo Berni Capoani
Rosa Lucía Prezzi
Rudi Dalberto Acco
Sandra Acco
Sirley Morello Cella
Tadeu dos Anjos Senise
Terezinha Buchebuan
Vlademir Roman
Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico
Instituçoes organizadora:
Instituto Italo-Latino Americano (IILA)
Preifetutra de Santa Tereza
De acordo com:
Superintendente Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul
Com apoio de:
Embaixada de Itália no Brasil
Consulado Geral da Itália no Rio Grande do Sul
Embaixada do Brasil na Itália
Direção cientifíca e didática:
Prof. Andrea Papi
Coordenação:
– Cesar Augusto Prezzi - Preifetura de Santa Tereza
– Prof. Mario Lepore, experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de
Firenze - Departamento de Economia Empresarial
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Organização da publicação:
Texto de:
Mario Lepore - Cecilia Santinelli
Tradução:
Francesco Bertello
Composição gráfica:
Mario Lepore - Cecilia Santinelli - Mauro Camicia
Imagens:
Vlademir Roman - Cellana Sirley Morello Cella - Terezinha Buchebuan
Cesar Augusto Presti - Paulo Ricardo Barni Capoani
Publicação cofinanciada por:
Instituto Italo-Latino Americano (IILA)
Preifetura de Santa Tereza
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Cadernos IILA - Série Cooperação
1. Curso Internacional Post-universitario de Desarrollo y Gestión de Cuencas
Hidrográficas. Ciclo Trienal 1987-1988 - 1989. Informe Final. Roma 1989.
2. PAVAN, M. Trastorno ecológico, hambre e inseguridad en el mundo. Quito, 1991.
3. Curso de formación sobre las tecnologías empleadas en la eleboración y acabado de
joyas. Cuenca, 1995.
4. Caracas: Memorias para el futuro. Tivoli, 1995.
5. Centro Piloto de Agrozootecnia, Escuela Agrícola de Itapaya de la Ciudad de los Niños.
Cochabamba, 1995.
6. Atti del Corso Sviluppo e Gestione dei Bacini Idrografici. Documentos del Curso
Desarrollo y Gestión de Cuencas Hidrografícas. Roma, 1996.
7. Curso de formación sobre las tecnologías empleadas en la elaboración y acabado de
objetos de piel. Cuenca, 1996.
8. Nove Lezioni: Roma, “le capitali” nel nuovo ruolo metropolitano. Istituto Italo-Latino
Americano “Progetto Italia” - Universitá degli Studi di Roma “La Sapienza”, Scuola di
Specializzazione in Tecniche Urbanistiche per le Aree Metropolitane. Roma 1997.
9. BALDESCHI, L.; TORAL A., L. Guía Metodológica de Marketing para Empresas
Artesanas. Roma, 1999.
10. SORIA, S.; SALICE, G.; AVENDAÑO, F., Guía Práctica de Sericultura. Roma, 2001.
11. BALDESCHI, L. y OTROS, Guía Metodológica para la Gestión de las Pequeñas
Empresas y de las Empresas Artesanas en América Latina. Roma, 2001.
12. Atti delle Giornate di Studio “Analisi del rischio idrogeologico e misure di prevenzione dei rischi naturali in America Latina” - Actas de las Jornadas de Estudio “Analisis
del riesgo hidrogeológico y medidas de prevención de los riesgos naturales en America
Latina” Roma, 2002.
13. Curso de capacitación y transferencia de tecnología para la conservación de edificios de
valor histórico-monumental. Roma, 2003.
14. Forum sobre “La seda en los Países de la comunidad andina”. Roma, 2003
15. CURZEL, N. La Finca Integral Conservacionista: una Experiencia en Costa Rica. Roma
2003.
16. CECCARELLI, P; AVE, G.; BERVEJILLO, F., Estudio de prefactibilidad para la revitalización de la Ciudad Vieja y del Centro de Montevideo. Roma, 2003.
17. Curso de Conservação, Gestão e Valorização dos Bens Culturais, Ouro Preto - Brasil
(Janeiro/Março 2002). Roma, 2003.
18. Curso de Aperfeiçoamento Restauro de Madeira Entalhada e Douramento, Belo
Horizonte - Brasil (Outubro 2001-Março 2002). Roma, 2003.
19. Curso de Restauração da Cerâmica Histórica, Artística e Arqueológica, Salvador da
Bahia – Brasil (Agosto – Outubro 2002). Roma, 2003.
20. Forum Internacional: La révitalización urbana en América Latina y Europa. El caso de
Montevideo - Montevideo, 10-12 de Diciembre de 2002. Atti (Roma, octubre 2003.
21. Curso y Mesa Redonda: CONSERVACION, GESTION Y VALORIZACION DE LOS
BIENES CULTURALES EN URUGUAY, EN EL MERCOSUR Y EN CHILE.
(Montevideo: 16 de Setiembre – 16 de Octubre de 2002) - Volumen I “El Curso Volumen II “La Mesa Redonda” - Roma, octubre 2003.
63
22. AMATO, P. Proyectar un Museo.Nociones fundamentales, Montevideo (7-16 de abril
de 2003). Roma, 2004.
23. CRETARA, L. y OTROS. Breve Manual sobre las técnicas del modelado en cera, repujado, cincelado, fundición y esmaltado. Roma, 2004.
24. CECILIA SANTINELLI - La Madera: historia de un trayecto artesanal entre Europa y
Uruguay. Curso Regional de Formación para Restauración de La Madera;
Montevideo, Uruguay: 16 de agosto - 5 de noviembre de 2004. Roma 2005.
25. IL PATRIMONIO CULTURALE: RISORSA DI SVILUPPO ED INCONTRO DEI
POPOLI ATTRAVERSO CONOSCENZA TUTELA E COMUNICAZIONE.
Nell’ambito delle “Giornate per la Cooperazione Italiana” organizzate dalla Direzione
Generale per la Cooperazione allo Sviluppo del Ministero degli Affari Esteri. Roma
2005.
26. Patrimonio Cultural en los Países andinos: perspectivas a nivel regional y de cooperación. Encuentro entre la cultura de los Países andinos y la tradición humanista italiana. ACTAS. Cartagena de Indias, 26-27-28 de abril de 2005, Roma 2005.
27. La ciudad histórica como oportunidad. Recuperación urbana y nuevos modelos de desarrollo en América Latina - Paolo Ceccarelli, Emanuela De Menna, Compiladores Roma 2006.
28. ESCOLA-OBRA, MOINHO “COLOGNESE” DE ILÓPOLIS, por Cecilia Santinelli Curso de Artesanato e Restauro da Madeira; Curso de Gestão e Valorização do
Patrimônio Cultural da Imigração Italiana. Ilópolis, 18 de Abril – 30 de Setembro de
2005 - Roma 2006.
29. A CERÂMICA GUARANI E GUARANI MISSIONEIRA, aos cuidados de Cecilia
Santinelli - Curso de Restauração da cerâmica sul-americana São Miguel das MissõesRS-Brasil - 27 de Junho - 23 de Setembro de 2005 - Roma 2006.
30. Curso de Especialización sobre la Restauración del Vidrio. Teoría de la Restauración.
La Habana, Cuba 27 de Junio – 1 de Julio de 2005 – Roma 2006.
31. UNIVERSITA’ ITALIANE IN VENEZUELA, Caracas, 28 e 29 novembre 2005.
32. LA CULTURA MATERIAL DE LOS AYOREO Y EL ARTE RUPESTRE DE BOLIVIA Y PARAGUAY, de Gabriella Enrica Pia - Curso de capacitación de catalogadores
de bienes demo etno antropológicos en Paraguay y Bolivia 2004 – 2005. Asunción
2006. - IILA, Roma, 2006.
33. CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM RESTAURO DE ESCULTURA POLICROMADA. Curso de Gestão e Valorização do Patrimônio Cultural, por Cecilia Santinelli Angra dos Reis - Brasil, 21 de agosto a 8 de setembro de 2006.- IILA, Roma, 2006.
34. CURSO DE RESTAURACIÓN DE MADERA, por Cecilia Santinelli - Valparaíso,
Chile del 12 de Septiembre de 2005 al 10 de Marzo de 2006. - IILA, Roma, 2006.
64
STAMPA 3 SNC
00143 Roma - Via del Colle della Strega, 49/51
Tel. / Fax 06.5917592 - E-mail: [email protected]
65
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Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico