O Cordeiro Morto Antes da Fundação do Mundo
Uma vez que o Universo se originou em algum momento do passado, muitos
se perguntam o que houve antes do tempo? Ou, o que houve antes do Universo
existir? Por meio da Física, que estuda a origem do Universo, não há como saber o
que existia antes de tudo existir. Mesmo porque, se existia algo antes, não era da
mesma forma que existe hoje, porque o existir da forma como conhecemos depende
do espaço, do tempo e da matéria e isso só veio a existir com o Universo. Contudo,
se o Universo procede de algo é porque algo já existia antes do Universo, mesmo
que esse algo para nós hoje seja “o nada”, que deu origem ao Universo.
Essas discussões acima estão baseadas nas últimas teorias e descobertas
feitas sobre a origem do Universo. Hoje em dia sabe-se ou acredita-se, com base na
Física, ou na Cosmologia que o Universo surgiu espontaneamente. Mas dizer que
algo é espontâneo também pode significar que não se sabe a causa, porque a causa
no caso do Universo pode ser diferente de tudo o que se conhece como causador de
algo.
Da mesma forma quando se diz que algo é estatístico, pode significar que o
efeito que se considera sofre a influência de inúmeras causas não enumeráveis ou
não equacionáveis por uma lei ou conjunto de leis, de tal forma que o efeito que se
ver indeterminado, ou imprevisível, dentro de um conjunto possível de eventos.
Portanto, dizer que o Universo surgiu como resultado de flutuações estatísticas pode
significar que há uma ignorância a respeito das possíveis causas que fizeram o
Universo existir. Dizer, portanto, que existia algo antes do Universo existir é tentar
colocar o tempo, atrás do inicio do próprio tempo como se conhece, e, isso não faz
sentido, porque já foi dito que o tempo só passou a existir com o Universo.
Contudo, pode-se considerar que o que “existia” antes do Universo existir era
algo que já era, ou que é, e que sempre foi, e que sempre será, sem precisar existir,
ou seja, o Universo procedeu de algo que é eterno. Mas para que algo eterno
gerasse algo que é temporal hoje, foi necessário que a eternidade sofresse algum
tipo de ruptura para originar o que é temporal. Essa ruptura se deu na forma de uma
transição do eterno para o temporal, ou seja, na forma de uma morte de algo no
eterno para nascer o temporal. Da mesma forma, para que o eterno possa existir o
temporal tem que morrer. Logo, concluímos que a morte é um conceito ligado a
transição entre os esses dois estados, eterno e temporal, temporal e eterno.
Portanto, para que o Universo que é temporal viesse a existir algo no eterno
teve que morrer. Essa morte desvinculou o eterno do temporal e o temporal do
eterno. Ou seja, a possibilidade do temporal existir nasceu da morte de alguma parte
no eterno, porque o eterno continuou eterno apesar do temporal ter passado a
existir.
Portanto, enquanto o eterno existia em si mesmo, não possibilitava o temporal
existir, até que algo proveniente no eterno pudesse morrer para a eternidade, para
nascer para o temporal. Isto significa que para o temporal existir algo no eterno teve
de ser sacrificado e o temporal procedeu do eterno e passou a existir no eterno.
Portanto, o temporal foi gerado do eterno.
Nesse contexto, lembramo-nos que no livro do Apocalipse está escrito que:
“O Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo (ou Universo)”.
E, que o mundo (ou Universo) foi criado em Deus, por Deus, e para Deus.
Sendo o Cordeiro o filho de Deus manifesto, este foi imolado antes da
fundação do mundo, para que o mundo fosse possível existir na aceitação de
coexistência com o que é Eterno (Deus). Sendo o Cordeiro imolado, o seu sacrifício
resultou na possibilidade de existência do mundo (ou Universo). Logo, a criação do
Universo procedeu de Deus, e por Deus, por meio do Seu Cordeiro. A temporalidade
do Universo deu origem a possibilidade do corruptível, ou seja, no momento em que
a eternidade rompeu com a temporalidade e a temporalidade rompeu com a
eternidade, a temporalidade ou o Universo pareceu existir sem causa anterior, ou
seja, pareceu ter surgido espontaneamente, porque a eternidade não é mensurável
pela temporalidade.
Desta forma, concluímos que a criação procedeu da redenção. E para tornar a
criação eterna será preciso a morte da temporalidade. Da mesma forma que para
tornar algo temporal foi preciso que algo no eterno morresse. A morte de algo no
eterno pode significar a vida da temporalidade, assim como a ressurreição do que
está morto pode significar a morte da sua temporalidade. Ou seja, a morte do
Cordeiro Eterno deu origem ao Universo temporal antes da fundação do mesmo. Da
mesma forma que a ressurreição do cordeiro-homem representou a morte da
temporalidade do Universo.
Logo, concluímos que, quando o Cordeiro morreu antes da fundação do
mundo, ele deu lugar ao surgimento do Universo.
Esvaziando-se Ele da sua eternidade e deixando o ser Homem-Eterno, para se
tornar o homem-mortal encarnado em Jesus o Cristo. O cordeiro-homem sendo feito
pecado por nossa causa, levou sobre si todas as enfermidades-pecado do Universo.
Desta forma Deus reconciliou consigo mesmo, por meio de Jesus o Cristo,
todas as coisas criadas, inclusive o diabo. Mas para que tudo receba o efeito dessa
reconciliação, é necessário que o Caminho do Cordeiro seja trilhado de volta, onde o
cordeiro-homem foi morto para dá lugar a ressurreição do que é mortal. Logo,
quando Jesus o Cristo morreu na cruz, ele estava matando o pecado. E quando ele
ressuscitou, ele estava matando a temporalidade e tornando eterna a sua criação,
feita nEle, por Ele e para Ele.
Desta forma, entendemos que a morte é vida e a vida é morte.
Logo, para se receber a reconciliação de Deus é necessário receber por fé a
morte o Cordeiro imolado, como Deus-Eterno e Criador de todas as coisas e receber
por fé também a morte do cordeiro-homem como morte do pecado e como
ressurreição para a vida eterna.
Somente aqueles que não aceitarem esse processo de morte-e-vida e vida-emorte é que de fato, pelo seu livre arbítrio, morrerão eternamente para Deus.
Porque recusaram o Único Caminho propiciatório para a Vida-Eterna e reconciliada
com Deus.
Agora, uma vez manifesto o Mistério de Deus (O Cristo), oculto desde
os Tempos Eternos, Deus pode ser conhecido por nós como o Único Criador e
Redentor da sua criação, não havendo outro deus ou outro redentor, a não ser Jesus
o Cristo-Eterno.
Desta forma, Deus nos elegeu Nele, eterna manifestação do Seu Ser, o qual é
Senhor e Criador de todas as coisas, Redentor e Rei de Justiça Eterna, cujo Amor
Eterno permitiu a nossa existência temporal e eterna com Ele, em Amor, para
estarmos para sempre com Ele, desde que seja essa a nossa escolha em Graça.
Lucas Máximo Alves
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