Relato de Experiência
Psicologia do Esporte – Vivência Terapêutica com o Paciente Obeso
Denise Gersen Pinto Coelho – Psicóloga
Fernanda Teixeira Carneiro – Especialista em Psicologia Clínica
Romeu – Educação Física
INTRODUÇÃO
Desde o início das primeiras práticas em psicologia do esporte, sempre se pensou em uma atuação
para atletas de ponta em esportes de alta pressão e exigência. Hoje a realidade da prática vem
crescendo e já alcança os exercícios físicos simples. Como pensar a psicologia do esporte para
obesidade? Esse foi o desafia lançado pelos profissionais da Clínica da Obesidade do SPA Salute
Bahia em Salvador. Existe nesse público uma grande necessidade da prática de atividades físicas,
mas uma forte resistência para iniciar e manter esse hábito. Em parceria com os professores de
Educação Física, na proposta de um trabalho multidisciplinar, afim de dar acolhimento e tratamento
a esse impasse, iniciamos o trabalho com a Vivência Terapêutica focando o treinamento de
habilidades psicológicas, a capacidade de tomar iniciativa, conseguir se concentrar na sua
prática, estimular o auto-relaxamento, a auto-motivação, auto-percepção a escolha da atividade que
mais se adapta a sua personalidade e a manutenção semanal da prática.
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MÉTODO
Com um público em torno de 40 internas (os) o trabalho é feito diariamente na clínica, nos
atendimentos individuais, discussões de equipe, mas tem como foco principal a atividade externa
denominada Vivência Terapêutica. Um vez por mês os pacientes saem da clínica acompanhados pelas duas
psicólogas e por dois professores de educação física com o objetivo de ampliar as possibilidades de
locais possíveis na cidade de Salvador onde pode ocorrer a pratica de atividades físicas, a
associação da prática com a sensação de prazer, relaxamente, auto-conhecimento e aumento de
tolerância da atividade. Potencialidades alcançadas através de praticas de caminhada em silêncio, em
dupla, alongamento, relaxamento, meditação, tai chi chuan, dinâmica de resolução de problema, lanche
em grupo na forma de piquenique e no final, todos se reúnem em grupo para dividir suas experiências,
sentimentos e percepções.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Face ao alto índice de recaídas de pacientes após o internamento, foi possível perceber a
necessidade de trabalhar com a prevenção. O grupo tem evoluído no desejo da prática da atividade
física, associando a mesma a situação prazerosa e percebendo os ganhos advindos de sua pratica. Os
pacientes tem tido uma relação mais positiva com a sua imagem corporal, com o autocontrole, o
aumento da tolerância, diminuição da ansiedade, conseguindo entrar em contato com sentidos ainda
não explorados como a audição, a visão, o tato e o olfato. Desenvolvendo a atenção e a observação.
CONCLUSÃO
O projeto está no começo, mas já é possível perceber os benefícios para os pacientes que estão em
tratamento para obesidade. Sua relação com a atividade física tem mudado, eles vem repensando as
suas potencialidades, os ganhos advindos da prática para a manutenção do tratamento, a importância
de internalizar a atividade física como habito diário, percebendo melhor a relação do seu corpo com
a sua mente e descobrindo que é possível obter prazer, sensação de bem estar, equilíbrio e
tranqüilidade com a atividade física.
REFERÊNCIAS
1. ARTIGO: Psicologia do Esporte e Novos Tenistas: Relato de uma experincia. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, n. 2,
pp. 191-198, maio/ago. 2006
2. SILVA, A.B.B. Mentes Insaciáveis. Anorexia, Bulimia e Compulsão Alimentar: Saiba como Identificar e superar esses
transtornos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
3. ARTIGO: Psicologia do Esporte: Percursos e Possibilidades de Atuação. Ciências Humanas em Revista, v.6, n.2, São
Luis/MA, 2008 - ISSN 1678-8192
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