CAPA
CONTEÚDO DO CD
Este trabalho é constituído de 23 resumos de pesquisas realizadas na região do São Francisco e em outras áreas
APRESENTAÇÃO
Os resumos aqui reunidos foram apresentados na segunda edição do WORKSHOP RIO SÃO FRANCISCO:
cultura, identidade e desenvolvimento, este ano, voltado para o olhar do ribeirinho sobre as mudanças em seu
modo de vida, evento que reuniu entre os dias 03 e 04 de agosto de 2004, na Fundação Universidade Federal
Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, professores, pesquisadores, alunos de pós-graduação e
graduação de diferentes áreas e instituições e populações ribeirinhas do São Francisco, buscando a socialização
do conhecimento produzido, não apenas sobre esta área, promovendo o aprofundamento do debate sobre cultura, identidade e desenvolvimento, focalizando questões pertinentes ao ribeirinho, tendo em vista as mudanças ocorridas nos últimos sessenta anos, possibilitando um importante intercâmbio de informações.
REALIZAÇÃO
Além da Universidade Salvador – UNIFACS, através do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento
Regional e Urbano – PPDRU contamos com a parceria da Fundação Universidade Federal do Vale do São
Francisco (UNIVASF), através do Colegiado de Ciências Sociais, a Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS), Albright College/EUA e Companheiros das Américas – Comitê Bahia/Pennsylvania.
APOIO
Tivemos o apoio da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas – FCDL e da Petrobras.
COMISSÃO ORGANIZADORA
Professores:
• Profª. Drª. Regina Celeste de Almeida Souza – UNIFACS
• Profª. Drª. Alba Regina Neves Ramos – UNIFACS
• Prof. Dr. Alcides dos Santos Caldas – UNIFACS
• Profª. Drª. Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira – UNIVASF
• Prof. Dr. Nilton de Almeida Araújo – UNIVASF
• Profª. Drª. Miriam Souza – Companheiros das Américas (Comitê Bahia/Pennsylvania)
Doutorandos:
• Carlos Eduardo de Oliveira – PPDRU/UNIFACS
• Cremildo Atanazio de Souza – PPDRU/UNIFACS
• Saulo José dos Santos – PPDRU/UNIFACS
Mestra:
• Veralucia Alcântara Borges dos Santos – PPDRU/UNIFACS
Mestrandos:
• Ari Soares Lima – PPDRU/UNIFACS
• José Reindo Canário Spinola – PPDRU/UNIFACS
• Leomar Borges dos Santos – PPDRU/UNIFACS
COMISSÃO CIENTÍFICA
• Profª. Drª. Regina Celeste de Almeida Souza – UNIFACS
• Profª. Drª. Alba Regina Neves Ramos – UNIFACS
• Prof. Dr. Alcides dos Santos Caldas – UNIFACS
• Profª. Drª. Maria das Graças Sodré Fraga Maia - UNIFACS
• Profª. Drª. Maria Leny S. Oliveira – UNIFACS/Campus Feira
• Profª. Drª. Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira – UNIVASF
• Prof. Dr. Nilton de Almeida Araújo – UNIVASF
• Profª. Drª. Acácia Batista Dias – UEFS
• Prof. Dr. Wilson Pereira de Jesus – UEFS
• Profª. Drª. Elizabeth Kiddy – Albright College – EUA
GRUPO DE TRABALHOS TEMÁTICOS
GT1 – CULTURA E IDENTIDADE
COORDENADOR
Prof. Dr. Paulo Roberto Ramos – UNIVASF
Nº
AUTOR(ES)
TÍTULO
01
Karen Sasaki
A Contribuição da Geografia Humanística para a Compreensão do Conceito de
Identidade de Lugar
03
Dante Severo Giudice
Cultura e Desenvolvimento em Juazeiro
04
Veralucia Alcantara Borges dos Santos Ação Pastoral no Semiárido Nordestino
06
Patrícia Guerra Azevedo
Identidade, Cultura e o Desenvolvimento Sanfranciscano através dos Hábitos
Alimentares
07
Natalia Coimbra de Sá
Culturas Locais, Culturas Globais: Possibilidades para o Desenvolvimento Regional
08
Débora Safira Andrade
Histórias, Contos, Lendas e Tradições das Comunidades Ribeirinhas do Rio São
Francisco
GRUPO DE TRABALHOS TEMÁTICOS
GT2 – DESENVOLVIMENTO
COORDENADOR
Prof. Dr. Edivaldo Boaventura – UNIFACS
Nº
AUTOR(ES)
TÍTULO
01
Cremildo Atanazio de Souza
Política Pública de Minoração da Pobreza a Partir do uso de Oleaginosas para a
Produção de Biodiesel na Região de Morro do Chapéu no Estado da Bahia.
02
Nilton de Almeida Araújo
Modernização no Vale do São Francisco em Questão: uma Proposta de Análise
Crítica a partir da História das Ciências.
03
Laís Sampaio Machado
Ciência, Técnica e Tecnologia no Vale do São Francisco e a Faculdade de
Agronomia do Médio São Francisco (Famesf, 1960-19836)
04
Maria Cândida Arrais de Miranda OPARÁ: Energias Renováveis e Desenvolvimento Regional
Mousinho
05
Edcarlos Mendes da Silva, Guiomar Desterritorialização sob as Águas de Sobradinho: Ganhos e Desenganos
Inez Germani
06
Márcia Aparecida Procópio da Silva Análise do Território de Identidade Sertão do São Francisco (Ba) via Metodologia
Scheer, Denise Silva Magalhães
de Integração em Ambiente Sig.
07
Roberto Malvezzi
08
Carlos Eduardo Cardoso de Oliveira, A Extensão Universitária como Ferramenta de Desenvolvimento Regional
Saulo José dos Santos Rocha
09
Chelly Costa Souza, Naira Brandão, A Diversidade do Artesanato no Vale do São Francisco e seus Impactos
Bruno Freitas Neiva
Socioeconômicos em Juazeiro/Petrolina, Barra/Xique-Xique
10
Carmélia Amaral
Território Turístico
11
Maria das Graças Sodré Fraga Maia
Educação no Vale do São Francisco
12
Leomar Borges dos Santos, Veralucia Território, Identidade e Desenvolvimento.
Alcantara Borges dos Santos
13
Ari Soares Lima
A Transposição do Rio São Francisco e a População Ribeirinha.
Poder Econômico no Território do Litoral Norte Baiano
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
PODER ECONÔMICO NO TERRITÓRIO DO
LITORAL NORTE BAIANO
Ari Soares Lima ¹
Resumo
O presente artigo discorrerá sobre a questão do poder econômico, sua
constituição e repercussões no território, denominado como Costa dos
Coqueiros, onde, segundo o governo do estado da Bahia, serão investidos, de
forma privada, dois bilhões de dólares nos próximos sete anos para a
construção de hotéis e condomínio de segunda residência. Tem-se por poder
econômico “a capacidade de captar valor e usar para realizar um determinado
tipo de acumulação de capital” (Pedrão, 2009.), que é representado nesse
artigo, pelo uso do capital na atividade turística. Com base nesse referencial
teórico e marco territorial, aprofunda-se a discussão do poder econômico do
turismo como agente aglutinador da vida social e reprodutor de espaços em
constante mutação, cada vez mais diferenciados em função dos diferentes
graus de concentração de capital, refletindo nas manifestações da atividade e
produção social.
Palavras-chaves: Poder econômico, território e desenvolvimento
¹ Mestrando em Desenvolvimento Regional e Urbano e Especialista na Gestão de Recursos
Humanos, ambos pela Universidade Salvador – UNIFACS. Membro do Grupo de Pesquisa em
Turismo e Meio-Ambiente – GPTURIS/PPDRU/UNIFACS. E-mail: [email protected]
4
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO FERRAMENTA DE
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Carlos Eduardo Cardoso de Oliveira1
Saulo José dos Santos Rocha2
Resumo
O presente trabalho pretende evidenciar os elementos constitutivos da ação
extensionista da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, buscando
aprofundar a discussão sobre o papel e o potencial de contribuição da universidade
no debate sobre o desenvolvimento regional. Tendo em vista a situação atual e as
perspectivas do ensino superior no Brasil, torna-se importante a discussão sobre o
papel que as instituições universitárias podem assumir na sua região de inserção.
Neste contexto, a extensão, indissociável do ensino e da pesquisa, pode configurarse como elemento de articulação entre as políticas públicas governamentais e o
fazer universitário, contribuindo para o fortalecimento social e econômico das
regiões. Assim, o presente artigo apresenta uma perspectiva do conceito de Estado,
da complexidade das relações entre os diversos atores sociais envolvidos na relação
Estado e universidade, das políticas de Estado e das políticas de governo, das
concepções sobre a teoria da política pública, das relações entre a extensão
universitária e as políticas públicas, bem assim, de como as organizações
universitárias podem orientar-se para o desenvolvimento da sua região, a partir do
estudo de caso da UEFS.
Palavras-chave: extensão universitária, desenvolvimento regional, políticas públicas
1
Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano pela Universidade de Salvador - UNIFACS
Bacharel em Administração (1999) e Especialista em Finanças Empresariais (2001), ambos pela
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS. Mestre em Gestão Integrada das Organizações
(2004) pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Atualmente é Especialista em Políticas
Públicas e Gestão Governamental da Secretaria da Administração do Governo do Estado da Bahia, à
disposição UEFS, como Assessor Chefe de Desenvolvimento Organizacional. Professor Assistente
mesma Universidade. E-mail: [email protected] 2
Doutorando pela Universidade Salvador (UNIFACS), Mestrado em Administração Avançada pela
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em 2003, Especialista em Finanças Empresarial pela
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Graduado em Administração pela UEFS.
Atualmente é administrador da UEFS no cargo de gerente da divisão de assuntos acadêmicos. É
professor assistente da UEFS. Email: [email protected] 5
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
TERRITÓRIO TURÍSTICO
Carmélia Amaral1
Resumo
Lugares selecionados onde se estrutura o território turístico possuem
características singulares constituídas pelos seus elementos primários,
atrativos e atrações, que definem a atividade turística, e elementos secundários
como, instalações, equipamentos e serviços que facilitam o consumo turístico.
Quando um território é incorporado ao imaginário turístico, os seus recursos
são convertidos em produtos turísticos, tornando-se necessário definir algumas
normas específicas, para que ocorra uma organização adequada desse espaço
territorial como: legislações que definam os limites da atividade e o uso correto
dos recursos; adaptação das estruturas territoriais às novas funções;
organização do território turístico, definindo seus espaços em zonas, pólos ou
outras categorias; criação de novas formas espaciais como parques temáticos ,
resorts , campos de golf e outros; articulação de novas funções produtivas;
promoção de investimentos seletivos , a partir do diagnóstico de necessidades
identificadas num inventário minucioso; inserção de tecnologias para aumentar
a eficiência e a competitividade. Dentre os territórios turísticos de maior
significação estão os centros antigos das cidades onde se concentram
atrações, serviços, produções culturais, equipamentos e patrimônios. Os
territórios turísticos requerem um repensar em seus espaços, de forma que
tenham serviços orientados para a demanda, infraestrutura compatível,
revitalização de áreas degradadas, construção e ou adequação de espaços
para o lazer, além de normas para o uso correto dos recursos naturais e
culturais. O território turístico pode ser criado e recriado sem necessariamente
ser transformado.
Palavras-chave: território turístico, planejamento, produto turístico
1
Mestre em Geografia( UFBA), Pós-graduada em Turismo(Cepom/Factur), Especializada em
Tourism Destination Management (George Washington University) Especialização em
Ecoturismo ( El Instituto Interamericano del Turismo), Consultora na área de turismo.
Professora
do
Curso
de
Turismo
da
Faculdade
Olga
Mettig.
E-mail:
[email protected]
6
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
A DIVERSIDADE DO ARTESANATO NO VALE DO SÃO
FRANCISCO E SEUS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS
EM JUAZEIRO/PETROLINA, BARRA/XIQUE-XIQUE
Chelly Costa Souza1
Naira Brandão2
Bruno Freitas Neiva3
Resumo:
O Vale do São Francisco apresenta um patrimônio natural e cultural
diversificado tendo no artesanato uma marca identitária fortemente expressiva
da cultura das comunidades locais. Carrancas produzidas em madeira ou em
barro, tiveram mais representatividade no passado, passam por
transformações ao lado da cerâmica decorativa continuam a expressar o
simbolismo dos ribeirinhos. Diante desse cenário se insere o presente artigo,
cujo foco de estudo refere-se a produção artesanal feita nas cidades de
Juazeiro, Barra, Xique-Xique e Petrolina (PE). Embora a produção artesanal
seja uma forma de sobrevivência de muitas comunidades brasileiras, nessas
localidades a produção ainda acontece de forma incipiente, sem de fato
contribuir para a geração de emprego e renda, desencadeando assim uma
forma de subsistência. A pesquisa vem sendo desenvolvida através de
levantamento bibliográfico e documental e entrevistas. É importante destacar
que esse estudo se encontra em andamento e faz parte Projeto de Pesquisa
Rio São Francisco: cultura, identidade e desenvolvimento.
Palavras-chave: Vale do São Francisco. Artesanato. Impactos.
1
Mestre em Análise Regional e Bacharel em Turismo pela Universidade Salvador (UNIFACS). Pesquisadora do
GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento
Regional e Urbano da Universidade Salvador — PPDRU e Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano – Curso Técnico em Turismo e Hotelaria – Campus Uruçuca/Bahia. e-mail:
[email protected] 2
Bacharel em Turismo pela Universidade Salvador (UNIFACS). Ex-bolsista de Iniciação Científica e Pesquisadora
do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) do Programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador — PPDRU. E-mail: [email protected]
3
Bacharelando em Economia pela Universidade Salvador (UNIFACS). Bolsista de Iniciação Científica - FAPESB.
Pesquisador do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) do Programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento
Regional
e
Urbano
da
Universidade
Salvador
—
PPDRU.
E-mail:
[email protected] 7
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
POLÍTICA PÚBLICA DE MINORAÇÃO DA POBREZA A
PARTIR DO USO DE OLEAGINOSAS PARA A
PRODUÇÃO DE BIODIESEL NA REGIÃO DE MORRO
DO CHAPÉU NO ESTADO DA BAHIA.
Cremildo Atanazio de Souza1
Resumo
O artigo pretende relatar a situação atual da Cooperativa de Produção e
Comercialização da Agricultura Familiar de Morro do Chapéu e Região
(COOPAF), enquanto Arranjo Produtivo Local (APL), composto por integrantes
da Agricultura Familiar, como braço executor da Política Pública de minoração
da pobreza a partir do uso de oleaginosas para a produção de biodiesel. Nesta
perspectiva, aborda-se o conceito de APLs e seus principais objetivos e buscase relacioná-los ao processo de aglomeração que permeia as redes existentes
entre os cooperados, no processo de produção de oleaginosas para o
biodiesel. Aborda-se também a inserção do Biodiesel como matriz energética
nacional e o papel da COOPAF, como órgão de representação do território
estudado. É feito um estudo comparativo da situação de aporte de recursos na
região antes e depois do surgimento da COOPAF, como elemento efetivo de
política pública de minoração da pobreza. Por outro lado, relata-se o processo
de mudança da produção agrícola da região pelo agricultores familiares, com o
crescimento da produção de oleaginosas, especificamente a mamona em
detrimento de outras culturas até então prevalentes.
Palavras Chaves:
Oleaginosas.
Arranjos
Produtivos
Locais,
Biodiesel,
Pobreza,
1
Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano da UNIFACS, Professor da Universidade
Estadual de Feira de Santana – UEFS. E-mail: [email protected] 8
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
CULTURA E DESENVOLVIMENTO EM JUAZEIRO
Dante Severo Giudice1
Resumo
O presente trabalho analisa cultura e desenvolvimento em Juazeiro, cidade
situada no norte da Bahia, às margens do Rio São Francisco, considerada capital
cultural da região sanfranciscana. Considera-se, de modo interrelacionado, o
campo das representações e do imaginário, e as dinâmicas, conflitos e interações
entre os grupos sociais. Verifica-se que determinadas manifestações culturais, de
um lado, apresentam-se como elementos ora destacados, ora obliterados, na
formação cultural local, e, de outro, constituem-se como meios através dos quais
se representa a região. Observa-se que o Samba de Véio do Rodeador, a
Procissão dos Penitentes na Semana Santa, a Lenda do Nego D´Água, a
produção artesanal das carrancas, sobretudo as de barro de Ana das Carrancas,
dentre outras, constituem a identidade cultural da cidade. Entretanto essa
diversidade cultural não vem se traduzindo como fonte de desenvolvimento, talvez
por falta de divulgação, talvez por falta de incentivo. O certo é que esse
desenvolvimento está atrelado ao agronegócio, uma vertente muito vulnerável
pelas características que tem. O aproveitamento do turismo cultural é sem dúvida
uma alternativa de desenvolvimento consistente.
Palavras-chave: Cultura, Desenvolvimento, Manifestações Culturais, Juazeiro.
1
Doutorando em Geografia pelo NPGEO / UFS Geógrafo/ Mestre em Geografia/UFBA, Geólogo,
Prof. Assistente do IFCH / UCSAL. E-mail: [email protected]
9
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
HISTÓRIAS, CONTOS, LENDAS E TRADIÇÕES DAS
COMUNIDADES RIBEIRINHAS
DO RIO SÃO FRANCISCO
Debora Safira Andrade1
Resumo
Este texto apresenta as lendas, tradições e histórias que povoam o imaginário
da população que vive às margens do rio São Francisco, à luz do relatório
técnico de pesquisa de campo do historiador Márcio Santos, que participou da
Expedição Halfed, realizada entre 14 de outubro e 18 de novembro de 2001,
percorrendo aproximadamente 85% da extensão do rio São Francisco. Essa
expedição foi uma das principais ações promovidas pela Campanha Rio São
Francisco Patrimônio Mundial, que teve como objetivo central, elaborar um
dossiê para enviar à UNESCO, a fim de ser reconhecido como patrimônio
cultural da humanidade o acervo histórico, artístico e natural do entorno deste
rio. Ainda traz a contribuição de alguns artigos publicados na edição especial
da revista on line Jangada Brasil - Velho Chico: Tradições, Lendas e História do
rio São Francisco - e estudos de Zanoni Neves sobre os remeiros. Por fim,
elenca o patrimônio cultural, imaterial, apresentado pelos autores acima
referidos.
Palavras-chave: Rio São Francisco; População Ribeirinha, Patrimônio Cultural
Imaterial
1
Mestre em Análise Regional pela UNIFACS, Bacharel em Turismo pela UNIFACS. E-mail
[email protected]
10
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
DESTERRITORIALIZAÇÃO SOB AS ÁGUAS DE SOBRADINHO:
GANHOS E DESENGANOS
Edcarlos Mendes da Silva1
Guiomar Inez Germani2
Resumo
O trabalho a ser apresentado trará resultados parciais da Dissertação de Mestrado
homônimo, realizado no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, sob
orientação da Profa. Dra. Guiomar Inez Germani, que discute as consequências espaciais
da construção da Barragem de Sobradinho para as populações deslocadas da área, mais
especificamente no município de Remanso-BA, parte reassentada na nova sede,
construída pela CHESF, parte alocada em lotes em áreas de Caatinga, e ainda um
terceiro grupo, que deixou a área, em direção ao PEC da Serra do Ramalho ou para
outras regiões. A história local, a memória dos atingidos e a experiência dos planejadores
constituem as principais fontes do trabalho. A análise geográfica é empreendida a partir
da desterritorialização das comunidades, a propósito do projeto de desenvolvimento do
Estado, que demonstrou por discurso e por ações a concepção das comunidades locais
como “cidadãos de segunda classe”, ou obstáculo a ser superado, ao tempo que
apresentou as novas moradias, especialmente a nova cidade, planejada, materializando
um discurso modernizante, nos moldes geopolíticos da época, e oportunizado por classes
sociais locais.
Palavras-chave: desterritorialização, comunidades, barragem
1
Mestrando em Geografia pelo Instituto de Geociências da UFBA, E-mail: [email protected]
Doutora em Geografia pela Universidad de Barcelona (1993), Mestra em Planejamento Urbano e Regional
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982) e. Professora vinculada ao corpo permanente do
Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisadora do
CNPq e líder do Grupo de Pesquisa GeografAR. E-mail: [email protected]
2
11
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL
Edivaldo Machado Boaventura1
Resumo
O artigo aborda aspectos da gestão das bacias hidrográficas no Brasil, considerando
o atual cenário de desenvolvimento econômico e social. Tendo em vista o aumento
considerável da população, a cultura do desperdício da água, a visão de abundância
e de recurso inesgotável que ainda vigora em vários setores, são aqui tratados os
aspectos legais e institucionais, a outorga do direito de uso da água, os conflitos
relacionados ao uso abusivo, e o problema da escassez.
Palavras-chave: gestão de bacias, desperdício, bem econômico, aspectos legais,
conflitos, escassês
1
Graduou-se em Direito (1959) e em Ciências Sociais (1968), Doutor em Direito e Docente Livre de
Economia (1964), pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É Mestre (1980) e Ph. D. em
Administração Educacional (1981) (Penn State), U.S.A.. Especialização em Economia du
Développement, Faculté du Droit et dês Sciences Économiques de Paris (1965) e École Pratique des
Hautes Études (Paris 1965). Curso de Desenvolvimento Econômico (Sudene/Cepal 1961) e Curso de
Altos Estudos de Política e Estratégia pela Escola Superior de Guerra (ESG) (1989). Pós-doutorou-se
na Universidade du Québec, Montreal (1995). É professor emérito da UFBA (2006), professor da
Universidade Salvador (Unifacs, 2006). Atua na área de ensino e pesquisa em Educação Superior,
dos Afrodescendentes e História da Educação, e Metodologia da Pesquisa. 12
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
THE SÃO FRANCISCO RIVER AND THE FORMATION OF
BRAZILIAN NATIONAL IDENTITY
Elizabeth Kiddy, Albright College1
In this paper I examine the ways that the São Francisco became the repository of
the dreams and desires of the nineteenth century Brazilian elite to fulfill the
nation’s own manifest destiny, that of grandeza. As the title “River of National
Unity” would come to express in the first decades of the twentieth century, at the
root of the desire to tame the São Francisco was the urge to create and articulate
the meaning of Brazilian national identity. National identity is built on the
amazingly strong foundations of imagination and territorial expanse – dreams
and dirt. Rather than being simply a static page on which the processes of
history are projected, territorial space and the understanding of that space has
played an active role in the ways that national histories unfold. An important part
of the equation, however, and one that has only recently entered the
historiography is the control over and management of water resources. I would
like to suggest that the projects of the late twentieth century – hydroelectric,
irrigation, and the transposition of the river – must be understood in its context of
being just the most recent in a line of projects that the central government has
dreamed for the São Francisco River since the earliest days of the nation.
Palavras-chave: Rio São Francisco, identidade nacional, território
1
Ph.D. em História, Professora Associada de História do Albright College e Diretora do Centro
de Estudos Latino Americanos e Caribenhos. E-mail: [email protected]
13
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
A CONTRIBUIÇÃO DA GEOGRAFIA HUMANÍSTICA PARA A
COMPREENSÃO DO CONCEITO DE IDENTIDADE DE
LUGAR
Karen Sasaki1
Resumo
Este artigo propõe-se a discutir o conceito de identidade de lugar no contexto da
globalização. Hall (2000), Bauman (1999), Pearce (2003), Berger & Huntington
(2004) são uníssonos em afirmar que a globalização não é mais uma opção
disponível, mas uma realidade com a qual se convive, inevitavelmente. Sustentam
que não existe uma única globalização, mas muitas globalizações que influenciam a
configuração das identidades humanas das culturas local e global. As identidades
são dinâmicas (HALL, 2001; MENDES, 2002; BAUMAN, 2005), construídas
socialmente e assumem um sentido para com o indivíduo através da linguagem e
sistemas simbólicos representativos (WOODWARD, 2000; HALL, 2000; MENDES,
2002). Possuem relação direta com o ambiente. O conceito de identidade de lugar
construído a partir da interrelação entre as análises dos diferentes níveis de
referências espaciais e sociais. De acordo com, Proshansky, Fabian & Kaminoff
(1983) quando afirmam que o ambiente físico é um contexto social de relações e
integração entre indivíduos no qual se desenrolam processos de ordem, desordem,
diversidade, estimulação e imagens. Foram utilizados como moldura teórica os
clássicos da Geografia Humanística: Carl Sauer, John Wright, David Lowenthal, YiFu Tuan, Edward Relph e Anne Buttimer; porquanto essa corrente teórica valoriza o
ser humano e revaloriza os conceitos de paisagem, lugar e região destacando a
existência dos sujeitos e seu sentimento de pertencimento a um espaço. O lugar
assume, então, uma personalidade, uma essência vital que se faz presente na
história de cada sujeito favorecendo a relação com ele através das suas
transformações no decorrer dos tempos.
Palavras-chave: identidade, globalização, lugar, espaço.
1
Doutora em Desenvolvimento Regional e Urbano. Mestre em Análise Regional. Bacharel em
Ciências Sociais. Toda a formação cursada na Universidade Salvador - UNIFACS. Este artigo é
realizado à partir da tese de Doutorado intitulada Identidade de lugar de moradores de Porto
Sauípe-Ba: um estudo sobre os reflexos da intervenção turística na subjetividade social com a
orientação da Profª Drª Regina Celeste de Almeida Souza E-mail: [email protected].
14
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
CIÊNCIA, TÉCNICA E TECNOLOGIA NO VALE DO SÃO
FRANCISCO E A FACULDADE DE AGRONOMIA DO
MÉDIO SÃO FRANCISCO (FAMESF, 1960-19836)
Laís Sampaio Machado1
Resumo
A institucionalização das ciências e as inovações técnicas e tecnológicas
relacionadas, no Vale do São Francisco no século XX, considerando suas
relações com o desenvolvimento regional, em especial a constituição de uma
rede de agências e agentes voltadas para a modernização produtiva, incluindo
o papel científico e educacional que o curso de Agronomia da FAMESF ocupa
na constituição de um campo cultural na região, constituem o foco deste
trabalho. Com a investigação histórica a partir de documentações escritas, seja
com entrevistas desenvolvidas a partir do aporte teórico-metodológico da
história oral ou a localização de atas, programas, projetos, artigos, etc.,
referentes à Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco (FAMESF), têmse a objetividade do projeto de pesquisa, e assim, fundamentos para realizar
um levantamento de informações referentes à Faculdade, desde a sua
implantação em Juazeiro - Ba, na década de 1960 a 1983 no contexto regional
do Vale do São Francisco e suas articulações entre ciência, técnica e
tecnologia.
Palavras-chave: inovações tecnológicas, desenvolvimento regional, ciência
1
Graduanda do curdo de Engenharia Civil pela Universidade Federal do Vale do São Francisco
– UNIVASF. Artigo realizado à partir do Projeto: Modernização, Ciência e Técnica no Vale do
São Francisco: sociedade civil e sociedade política no século XX sob orientação do Prof. Dr.
Nilton de Almeida Araújo. E-mail: [email protected]
15
II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
TERRITÓRIO, IDENTIDADE E DESENVOLVIMENTO.
Leomar Borges dos Santos1
Veralucia Alcantara Borges dos Santos2
Resumo
Este artigo tem como objetivo discorrer sobre os conceitos de território,
identidade e desenvolvimento. É preciso observar e entender como se revelam
os atores sociais, a construção de alternativas para sua sobrevivência, bem
como o modo como se agregam e buscam transformar a sociedade, suas
relações de poder, as formas de intervenção, o espaço, seus interesses para o
território e qual o modelo de desenvolvimento desejam, visto que a dinâmica
social produz e reproduz processos de grande complexidade. Esses processos
são regulados pelas instituições, que se efetivam em um complexo dinâmico de
relações sócio-econômicas culturais e políticas, incluindo o meio ambiente.
Logo, outro “olhar” se amplia para o desenvolvimento, a partir do local para o
global, reafirmando a identidade, os elementos que a distinguem, as diferenças
que a tornam singular no universo inevitável da globalização. A organização
social, tanto em suas ações exógenas quanto endógenas, desenha o território
de “baixo para cima”, ou seja, a partir do reconhecimento de suas identidades e
da valorização dos ativos locais (potencialidades, vocações, oportunidades,
vantagens, restrições etc.)
Palavras-chave: território, identidade e desenvolvimento
1
Mestrando em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS. Especialista em
Gestão do Terceiro Setor- FACIBA e Bacharel em Administração – UFBA. Este artigo é fruto da
dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Urbano do programa de Pósgraduação em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS intitulada Península
de Itapagipe, Salvador/Bahia – Transformações e Ação Política de 1940 a 2010 tendo como
orientadora a Profª Drª Alba Regina Neves Ramos. E-mail:[email protected]
2
Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, Bacharel em Turismo, ambos pela
Universidade Salvador- UNIFACS. Membro do Grupo de Pesquisa e Turismo e Meio-Ambiente
PPDRU/UNIFACS. Membro do Projeto de Pesquisa Rio São Francisco: cultura, identidade e
desenvolvimento. Este artigo é fruto da dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Regional
e Urbano do programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano –
PPDRU/UNIFACS defendida em junho/2010 tendo orientação da Profª. Dra. Regina Celeste
Almeida Souza. E-mail: [email protected]
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
ANÁLISE DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE SERTÃO
DO SÃO FRANCISCO (BA) VIA METODOLOGIA DE
INTEGRAÇÃO EM AMBIENTE SIG.
Márcia Aparecida Procópio da Silva Scheer1
Denise Silva Magalhães2
Resumo
As regiões tropicais semi-áridas correspondem a ecossistemas frágeis, e,
conseqüentemente, susceptíveis a processos de degradação socioambientais
com efeitos significativos na vulnerabilidade local e com repercussões sobre a
sustentabilidade de seus territórios. A deficiência hídrica atua como fator
restritivo e dificulta as condições biostásicas do sistema natural com
importantes impactos na qualidade de vida das comunidades dessas regiões.
Este projeto em andamento tem o objetivo de analisar a vulnerabilidade e as
perspectivas de sustentabilidade do Território de Identidade Sertão do São
Francisco (BA) por meio de uma metodologia de integração em ambiente de
Sistema de Informação Geográfica, a partir de indicadores ambientais, sociais,
econômicos e político/institucionais, visando apresentar alternativas que
contribuam para a compreensão desses problemas formulando, assim,
diagnósticos positivos que impulsionem ações para sua resolução. Os
materiais utilizados são: dados secundários (IBGE, SEI, PRONAF) e imagens
de satélite. Deve-se destacar que, é muito importante a realização deste tipo de
pesquisa na área por a mesma abranger significativa extensão territorial, cujo
perfil agrícola dá suporte a duas realidades distintas: primeira, a produção de
frutas para exportação e outros produtos agrícolas destinados à indústria e,
segunda, a produção familiar e de subsistência que sofrem diretamente com as
adversidades do local e, também, pela atual discussão sobre o uso racional da
água no país e a Transposição do Rio São Francisco. A abordagem
metodológica desta pesquisa será quali-quantitativa. Como resultado final,
espera-se obter um banco de dados integrado (numérico e espacial) em SIG
para a realização de análises e correlações sobre a área de estudo. São
previstos como produtos desta pesquisa, por exemplo: caracterização dos
sistemas produtivos; o mapeamento das áreas que sofrem com a escassez
hídrica, a elaboração de uma metodologia de estudo, entre outros.
Palavras-chave: Território de identidade, agricultura familiar, agronegócio,
transposição
1
Doutora em Engenharia Agrícola. Profª Adjunto I da Universidade Federal da Bahia – IGEOUFBA. E-mail. [email protected]
2
Mestre em Análise Regional pela Universidade Salvador – Unifacs, Profª Assistente III da
Universidade Federal da Bahia – IGEO/UFBA. [email protected]
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Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
Comparação Brasil - EUA
Márcio Costa Fernandes Vaz dos Santos1
Resumo
O exercício de comparação de políticas de gestão de bacias hidrográficas pode ser
conduzido sob distintas premissas. Temos a possibilidade de importação de modelos
completos para aplicação imediata; importação de diretrizes gerais com adaptação às
realidades locais; e utilização de modelo externo apenas como referência teórica para
fundamentação de modelo nacional. Em contexto de análise epistemológica podemos
hipotetizar que as diferentes abordagens trazem conceito implícito de ganhos de
eficiência (elimino, portanto, a importação por modismo inconsciente). Por sua vez,
podemos observar que o conceito de eficiência também é subjetivo, e pode ter
conotações sociais, políticas, ambientais e econômicas. Nesta perspectiva, o grande
número de combinações possíveis de motivação e justificativa levariam à conclusão
(anárquica) de que todos os modelos de gestão nacional são únicos, e que a análise
comparativa nunca terá utilidade prática. Conclusão menos radical seria de que a
comparação teria seus méritos ao permitir uma análise crítica dos modelos adotados
por cada país, e consequentemente induzir à sugestão de soluções. A eficiência da
análise comparativa pode ser aumentada selecionando-se países assemelhados
geograficamente e culturalmente. No caso do Brasil, teríamos uma grande afinidade
com modelos de gestão europeus, mas uma maior semelhança econômica e
geográfica com os Estados Unidos da América. Com este último temos em comum as
dimensões territoriais continentais; populações de centenas de milhões; economias de
mercado e um sistema democrático bicameral. Fatores que poderiam ser considerados
como comprometedores da viabilidade de análise, tais como as diferenças em
desenvolvimento econômico e social, na verdade seriam fortalezas para orientação de
futuras decisões em planejamento estratégico brasileiro. As experiências norteamericanas em redes de monitoramento de qualidade de água ainda estariam fora da
realidade brasileira, mas a análise de suas práticas de descentralização regional da
gestão de recursos hídricos, assim como a avaliação de suas abordagens para uma
integração de agências executivas de governo podem gerar cenários úteis para
subsidiar políticas brasileiras
1
Doutor em Ciências Ambientais - University of Virginia (1996). Mestrado em Engenharia Ambiental Colorado School of Mines (1989), Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Santa
Úrsula (1983) e Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Maranhão. Atuando
principalmente nos seguintes temas: avaliação de impacto ambiental, zoneamento econômico e
ecológico, geoprocessamento, hidrologia costeira, manguezais.
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
OPARÁ: Energias Renováveis e Desenvolvimento Regional
Maria Cândida Arrais de Miranda Mousinho1
Resumo
A energia sempre foi uma questão de muita relevância e, no cenário atual, assume,
no bojo das discussões multilaterais entre os países e regiões, um papel central. O
Vale do São Francisco não poderia ficar fora desse contexto. As usinas hidrelétricas
presentes no Vale são exemplos de energia limpa, contudo, e especialmente tendo
em vista a crise do petróleo, a de alimentos e o aquecimento global somadas às
diversas necessidades do povo dessa região, os investimentos em outras fontes de
energia renovável devem deixar de ser incipientes, pois a promoção dessas fontes
na conjuntura global é um fator preponderante para se alcançar o desenvolvimento
regional. Dentro da problemática basilar firmada pelo projeto-matriz Rio São
Francisco: identidade, cultura e desenvolvimento, estabeleceu-se, uma reflexão sbre
a promoção ou implantação de energias renováveis nos municípios sanfranciscanos
de Xique-Xique e Barra e o desenvolvimento regional. Os principais objetivos desse
estudo, além de identificar se existe política de promoção de energia renovável na
região estudada e de verificar se há fontes de energias renováveis já instaladas e
quais são elas, foram os de analisar a relação entre o desenvolvimento dessas
tecnologias e o desenvolvimento regional observando as Metas do Milênio e de
verificar a relação entre essas tecnologias e a educação ambiental, identificando
novas possibilidades e inter-relações com outros campos de conhecimento. Os
métodos adotados foram o levantamento de material bibliográfico e análise desse
material bem como a realização de entrevistas e de pesquisa de campo com
observação sistemática além de documentação fotográfica.
Palavras-chave:
ambiental
energias
renováveis,
desenvolvimento
regional,
educação
1
Mestre em Análise Regional, Bacharel em Turismo ambos pela Universidade Salvador- Unifacs e
Especialista em Governança Global. Membro voluntário dos Companheiros das Américas Comitê
Bahia-Pensilvânia. Coordenadora Sênior de Projetos da EDS-Sustenergy Clean Energy Program,
Membro do Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente – GPTURIS/PPDRU/UNIFACS e
Membro da equipe do Projeto RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento.
[email protected]
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
Educação no Vale do São Francisco
Maria das Graças Sodré Fraga Maia1
Resumo
Considerando que a atual economia exige formação mais ampla dos recursos
humanos, inclusive com a assimilação de novos saberes e desenvolvimento de
habilidades específicas e que as possibilidades de inserção no mercado de
trabalho crescem em função do número de anos de estudo, a situação dos
municípios estudados é preocupante. Isso decorre em função da baixa
escolaridade da população local e da falta de interesse de as empresas em
investir na educação formal, dificultando o acesso dessa população ao
mercado de trabalho: a elevada taxa de analfabetismo, quase o dobro da
população brasileira; o reduzido número médio de séries concluídas da
população com idade de 15 anos (inferior a quatro), o baixo número de
matrículas no ensino superior e falta de conhecimento do potencial da região
que leva o sertanejo a vender a sua pequena propriedade para “viver melhor
em outro lugar” são alguns pontos críticos identificados. Além de deslocamento
de parte da população para os grandes centros urbanos ampliando a periferia,
tudo isso impacta negativamente na renda média das famílias e em alguns
outros indicadores, a exemplo do IDH ou do PIB, chegando o PIB de um dos
municípios estudados a representar quase 1/6 do PIB per capita nacional. Os
dados levantados no estudo visam a relacionar o nível da educação da
população com as desigualdades socioeconômicas da região e assim contribuir
para o estabelecimento de políticas que contribuam para o desenvolvimento
regional.
Palavras-chave: educação, desenvolvimento e pobreza.
1
Doutora em Geografia - Universidade de Barcelona, Mestre em Administração - Universidade
Federal da Bahia e graduada em Administração de Empresas - Universidade Salvador.
Membro do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) e da Equipe do
Projeto
Rio
São
Francisco:
cultura,
identidade
e
desenvolvimento.
E-mail:
graç[email protected]
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
CULTURAS LOCAIS, CULTURAS GLOBAIS:
POSSIBILIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Natalia Coimbra de Sá1
Resumo
O presente artigo discute a necessidade de se pensar o desenvolvimento das
comunidades no contexto contemporâneo através de uma abordagem cultural.
As sociedades estão envolvidas em redes que são, cada vez mais,
fundamentais para o entendimento das transformações sociais pelas quais
estamos passando. Não é mais possível pensar a respeito das questões
econômicas ou políticas sem levar em consideração o poder simbólico e seus
mecanismos de funcionamento. As discussões sobre as afirmações das
identidades locais e suas estratégias para inserir-se em redes sociais e de
comunicação globalizadas e, dessa forma, relacionar-se com o mundo, são
fundamentais para potencializar o desenvolvimento de regiões periféricas,
criando alternativas sustentáveis. Através da análise de algumas das principais
teorias da cultura que abordam estes assuntos, serão indicadas perspectivas
importantes que devem ser levadas em consideração pelos agentes locais e
regionais para uma reflexão sobre a inserção de suas localidades em redes
nacionais e internacionais.
Palavras-chave: identidades; cultura; desenvolvimento; local; global.
1
Doutoranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (Pós-Cultura/UFBA).
Mestre em Análise Regional pela Universidade Salvador (PPDRU/UNIFACS). Bolsista da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). Membro do Grupo de Pesquisa
Espetáculos Culturais e Sociedade (ECUS-UFBA/CNPq) e do Grupo de Pesquisa em Turismo e
Meio Ambiente (GPTURIS-UNIFACS/CNPq). E-mail: [email protected]
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
MODERNIZAÇÃO NO VALE DO SÃO FRANCISCO EM
QUESTÃO: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE CRÍTICA A
PARTIR DA HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS
Nilton de Almeida Araújo1
Resumo
O objetivo deste texto é apresentar os pressupostos teórico-metodológicos do
projeto “Modernização, Ciência e Técnica no Vale do São Francisco: sociedade
civil e sociedade política no século XX”. Este projeto, recentemente iniciado,
visa historiar a institucionalização das ciências e das inovações técnicas e
tecnológicas no Vale do São Francisco no século XX, problematizando o
discurso do “desenvolvimento regional” e da “modernização” a partir de
instituições como EMBRAPA, UNEB, CODEVASF, CHESF, entre outras.
Palavras-chave: modernização, ciência e técnica, desenvolvimento regional
1
Doutor em História – Universidade Federal Fluminense, Prof. Adjunto - Universidade Federal
do Vale do São Francisco. E-mail - [email protected]
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
IDENTIDADE, CULTURA E O
DESENVOLVIMENTO SANFRANCISCANO
ATRAVÉS DOS HÁBITOS ALIMENTARES
Patrícia Guerra Azevedo1
Resumo
Os hábitos alimentares podem ser considerados patrimônio imaterial. Através da
alimentação é possível visualizar e sentir tradições que não são ditas. A alimentação
é também memória, opera muito fortemente no imaginário de cada pessoa e está
associada aos sentidos: odor, visão, sabor e audição. Destaca hábitos alimentares
as diferenças, as semelhanças, as crenças e a classe social. O bode assado, o
surubim em diversas modalidades, hoje tão divulgados em restaurantes do país, são
marcas identitarias da região em estudo que passam por transformações com a
introdução de novos produtos e hábitos a exemplo do vinho em substituição da
cachaça ou mesmo da cerveja, do tucunaré (peixe vindo da Amazônia), a tilápia,
espécie vinda do Japão, da pizza ou mesmo a comida a quilo. São novos hábitos,
novas identidades que podem ou não preservar saberes passados por gerações.
Palavras-chave:patrimônio imaterial, gastronomia, identidade
1
Graduada em Gastronomia do Centro Universitário da Bahia – FIB / Estácio (dezembro/2009).
Membro do Projeto de Pesquisa RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento.
Membro do Programa Companheiros das Américas – Comitê Bahia-Pennsylvania. E-mail:
[email protected]
1
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II Workshop Rio São Francisco
Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
RIO SÃO FRANCISCO:
cultura, identidade e desenvolvimento
Regina Souza1
Alba Ramos2
Resumo
O artigo resulta de uma pesquisa realizada no Vale Sanfranciscano- municípios
de Juazeiro/Petrolina – Barra/Xique-Xique, área complexa e de grandes
mudanças, sobretudo nos últimos sessenta anos, que afetaram a população
ribeirinha, a sua cultura e identidade. Trata-se de um processo de
desenvolvimento desigual e de graves problemas socioambientais e culturais, a
exemplo do que ocorreu a partir da construção da Barragem de Sobradinho, no
final dos anos 70, com as famílias que moravam naquela área. Com a
introdução da agricultura irrigada na região, das novas tecnologias e do que
designou chamar de “gente de fora” surgem novos atores. Alteram-se os
modos de vida, hábitos, costumes, valores. As novas lideranças políticas
articulam-se ou rompem com as oligarquias locais e transformam a Caatinga,
bem como o “Velho Chico”. As disparidades socioeconômicas se aprofundam.
É o mesmo cenário que se prevê para Xique-Xique, com a introdução do
projeto de irrigação Baixio de Irecê. Focaliza-se a educação, a religiosidade, a
gastronomia, o artesanato, dentre outros temas, com objetivo de mostrar
formas de resistência da população ribeirinha desterritorializada, do “Velho
Chico”, em prol de fortalecimento da identidade sertaneja, da sua cultura.
Palavras-chave: cultura, identidade e desenvolvimento
1
Doutora em Geografia pela Université de Rouen (França), Mestre em Ciências Humanas e
Bacharel em Geógrafia pela UFBA (Universidade Federal da Bahia). Coordenadora do
GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) e Professora Titular do Programa
de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador/PDRU.
Coordenadora do Projeto de Pesquisa RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e
desenvolvimento. E-mail: [email protected]
2
Doutora em Sociologia pela Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1986), Socióloga pela
Universidade Federal da Bahia (1973), mestrado em Estudos da América Latina pela Universite
de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1983), professora titular do programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador – Unifacs – PPDRU. Membro
do GPTURIS (Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio Ambiente) e Membro da Equipe do
Projeto de Pesquisa RIO SÃO FRANCISCO: cultura, identidade e desenvolvimento. Email:
[email protected].
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Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E A
POPULAÇÃO RIBEIRINHA.
Roberto Malvezzi1
Resumo
O Vale do Rio São Francisco está ocupado há séculos. Antes da chegada dos
portugueses, os índios já habitavam suas margens e ilhas. Com a chegada dos
portugueses, particularmente através das duas grandes sesmarias dos D’Ávila
(Casa da Torre) e dos Guedes de Brito (Casa da Ponte), que partiam de
Salvador e adentravam o sertão até o São Francisco, surge o elemento branco
para ocupar esses espaços. Com a chegada das fazendas vieram os negros
como escravos, sendo alocados pelos donos das terras em distâncias
regulares, em função da criação de gado. Mais tarde o São Francisco tornou-se
o “rio da unidade nacional” por ser a ligação do norte ao sul do país, através da
navegação, iniciada em 1871. Ela possibilitou a “economia do catado”, de porto
em porto, e a difusão da população ao longo de suas margens. A intervenção
do Estado Brasileiro no São Francisco inicia-se em 1945, com o
aproveitamento das águas da cachoeira de Paulo Afonso para gerar energia. É
a criação da CHESF. Mais tarde, 1974 foi criada a CODEVASF – precedida
CVSF em 1948 e SUVALE em 1967 - para operar o desenvolvimento do vale
no conceito capitalista do termo. Porém, será particularmente na década de 70
que os grandes empreendimentos governamentais, particularmente a
construção da barragem de Sobradinho, depois Itaparica, depois Xingó, que o
rio e as populações ribeirinhas vão sofrer o impacto acelerado e aprofundado
dessas mudanças. A Transposição do rio São Francisco se insere nessa lógica
de apropriação das terras, água, sol e expandi esse modelo para outras
regiões do semi-árido, como se aqui não existissem populações, ou como se
seu modo de viver significasse realmente “atraso”. Enfim, revela-se mais uma
grande obra com imenso impacto ambiental e social. Mais uma vez, a vítima
particular dessa grande obra, é a população do São Francisco, particularmente
índios, quilombolas e comunidades ribeirinhas tradicionais.
Palavras-chave: transposição, Rio São Francisco, população ribeirinha.
1
Formação em Filosofia e Estudos Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Lorena-SP e em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo. Membro da Comissão
Pastoral da Terra (CPT) – Diocese de Juazeiro/BA. [email protected]
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Cultura, identidade e desenvolvimento.
Um olhar do ribeirinho sobre as mudanças no seu modo de vida.
AÇÃO PASTORAL NO SEMIÁRIDO NORDESTINO
Veralucia Alcantara Borges dos Santos1
Resumo
Este artigo tem por finalidade abordar a ação pastoral no semiarido nordestino,
a partir da construção da Barragem de Sobradinho e os impactos econômico,
social, cultural e ambiental que afetaram as comunidades ribeirinhas.
Considerando as transformações sociopolíticas da Igreja Católica, sobretudo, a
partir do Concilio Vaticano II e das Conferências Episcopais de Puebla e
Medellin que fez surgir um novo modelo pastoral tendo como foco a “opção
pelos pobres”. A participação efetiva de alguns integrantes da ala progressista
junto a comunidades empobrecidas deu-lhes a possibilidade transformação da
sua realidade. Destacou-se nesse trabalho a atuação das dioceses de Juazeiro
e Barra com o trabalho dos bispos Dom José Rodrigues e Dom Luis Cappio.
Ambos assumiram a “opção pelos pobres” como lema das suas vidas, ao
dedicarem o serviço pastoral na organização comunitária, na construção de um
pensamento crítico da realidade para transformação social e na
conscientização ecológica em defesa das águas do rio São Francisco.
Palavras-chave; religiosidade, território e identidade
1
Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, Bacharel em Turismo ambos pela
Universidade Salvador - Unifacs, Membro do Grupo de Pesquisa em Turismo e Meio
Ambiente/PPDRU/Unifacs e Membro da equipe do Projeto RIO SÃO FRANCISCO: cultura,
identidade e desenvolvimento. Este artigo é fruto da dissertação de Mestrado em
Desenvolvimento Regional e Urbano do programa de Pós-graduação em Desenvolvimento
Regional e Urbano – PPDRU/UNIFACS defendida em junho/2010 tendo orientação da Profª.
Dra. Regina Celeste Almeida. Souza E-mail. [email protected]
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