Sexta-feira, 14/01/2011
O Popular
Cidades
MEC reprova maioria das instituições superiores de Goiás
Só UFG E IFG tiveram nota 4, considerada boa. Uma, o Unidesc, teve autonomia
cassada pelo mec. técnicos vão visitar faculdades e buscar acordo ou reduzir vagas e
punir.
Marília Assunção
De cada três cursos superiores que funcionam em Goiás, dois têm nota insatisfatória.
Nacionalmente, a média é de uma ruim para cada duas graduações boas. Foi o que
apurou o Ministério da Educação (MEC), que divulgou ontem o Índice Geral de Cursos
(IGC) de 2009 sobre 6,8 mil graduações, em uma escala de 1 a 5 (veja quadro).
Uma das 69 instituições de ensino superior (IES) avaliadas em Goiás, o Centro
Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Unidesc), chegou a perder autonomia
administrativa e não pode mais expandir vagas ou abrir novos cursos sem autorização do
MEC. Apenas duas instituições de ensino goianas tiveram avaliação considerada boa: a
Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás (IFG), ambos com nota 4.
O IGC é um indicador que avalia a qualidade dos cursos de faculdades, centros
universitários ou universidades. Ele pondera conceitos dos cursos de graduação e pósgraduação da instituição, utilizando dados como a distribuição dos alunos entre os
diferentes níveis de ensino, os conceitos dos cursos e dados do Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (Enade). Para um curso ter conceito é necessário que ele
tenha participado do Enade com alunos novos e formandos. Das 69 instituições de Goiás
que foram avaliadas, 16 não contavam com todos esses critérios e por isso não tiveram
IGC.
Nenhuma das 25 instituições (15%) que teve a melhor avaliação (nota 5) é de Goiás. Por
outro lado, 34 instituições avaliadas em Goiás só alcançaram nota 2. Uma, a Faculdade
de Piracanjuba, amargou isolada a pior avaliação estadual: com a nota 1.
Entre as universidades maiores, a Universidade Estadual de Goiás (UEG), por exemplo,
ainda não recuperou a nota 3 que alcançou no IGC de 2007. Em 2008 e 2009, a UEG
teve nota 2, considerada insatisfatória pelo Ministério da Educação. A Pontifícia
Universidade Católica (PUC Goiás) manteve uma avaliação razoável, com nota 3 em
2009, a mesma que vinha obtendo desde 2007.
Nacionalmente, um total de 1.696 graduações teve nota 1 ou 2 no IGC. Isto soma 34% do
total de instituições avaliadas. A maioria dos cursos do País (51,47%) foi considerada
razoável, com nota 3.
Censo
Ontem também foi divulgado pelo MEC o Censo da Educação Superior de 2009. Os
dados mostram que o número de matrículas no ensino universitário cresceu de 3,5
milhões para 5,9 milhões em sete anos. Também mostrou que a oferta de cursos em
instituições públicas é muito inferior às privadas, que ofertam 2,7 milhões de vagas, das
3,1 milhões existentes, das quais as públicas são apenas 393,8 mil vagas .
Em Goiás, o censo mostrou que o número de formandos chegou a 22.589 em 2009,
sendo que 8,8 mil concluíram o curso em instituições públicas e 13,7 mil em particulares.
Por outro lado, o número de vagas oferecidas pelo ensino superior público é melhor
preenchido que no particular. Enquanto as públicas ofereceram 19,2 mil vagas e
preencheram 14,5 mil, as particulares ofereceram 88,5 e preencheram menos da metade:
38,7 mil. Dos 22,5 mil formandos em Goiás em 2009, 14,2 mil eram mulheres e 8,3 mil
homens.
Ministério pode exigir redução de vagas
As 34 instituições de ensino superior (IES) goianas com nota inferior a 3 no Índice Geral
de Cursos devem se preparar para se adequarem. O Ministério da Educação sinalizou
com termos de compromisso, mas também considera medidas como a redução de vagas
e descredenciamento. Visitas às IES com nota ruim por parte de uma comissão do MEC,
segundo divulgou a Agência Brasil, serão os próximos passos. Os especialistas vão
analisar as condições da oferta de ensino, o regime de trabalho, a titulação do corpo
docente, a infraestrutura e os projetos pedagógicos.
Universidades permanecem estagnadas
Alfredo Mergulhão
As três maiores instituições de ensino superior de Goiás não apresentaram avanços no
Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC). Em
relação à última avaliação, feita em 2009 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as notas permaneceram inalteradas. O melhor
desempenho novamente foi da Universidade Federal de Goiás (UFG), seguida pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e pela Universidade Estadual de
Goiás (UEG).
A UFG obteve nota 4 na avaliação, que classifica os cursos superiores do país em faixas
de notas que variam de 1 a 5, o melhor conceito. O reitor da universidade, Edward
Madureira Brasil, considerou importante a instituição manter a mesma pontuação. De
acordo com ele, o processo de expansão tem gerado transtornos, uma vez que a UFG
ainda trabalha para consolidar quadros de servidores e professores.
Edward Madureira observa que nenhuma universidade apresentou grande salto, pois todo
o sistema federal de educação superior passa por momento de expansão e investimentos.
"Estamos nos preparando para atingir o nível máximo de excelëncia. É uma questão de
tempo", diz.
O reitor da UFG aponta como maior gargalo para o avanço da instituição na avaliação do
MEC o desempenho na pesquisa e pós-graduação. "São componentes fortes na
composição do índice e o crescimento nessas áreas demandam tempo", afirma. A
universidade tem apenas 16 anos de tradição em programadas de doutorado.
A PUC-GO também vem mantendo as mesmas notas desde 2007. Novamente, o conceito
foi 3, considerado razoável pelo Inep. Já a UEG continua com desempenho insatisfatório:
obteve nota 2.
Próxima de completar 12 anos, a UEG enfrenta protestos e greves de estudantes e
servidores praticamente todos os anos. Em 2009, ano de referência da avaliação, a
universidade passou por um processo de escolha da reitoria conturbado. Ocorreram
manifestações, paralisações e denúncias de falta de espaços físicos adequados para as
aulas em praticamente todas as unidades. Havia também a cobrança pela realização de
concurso para professores, cujo quadro ainda é constituído na maioria por contratos
temporários. Essas adversidades são refletidas na nota. O reitor da PUC-GO, Wolmir
Amado, estava viajando ontem.
Reprovados
Cursos de instituições goianas têm baixo desempenho em avaliação do MEC
NOTA 4
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)
NOTA 3
Centro de Ensino Superior de Catalão (Cesuc)
Faculdade Católica de Anápolis (Católica de Anápolis)
Faculdade Cambury (Cambury)
Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara (ILES)
Instituto Aphonsiano de Ensino Superior (IAESUP)
Faculdade Alves Faria (Alfa)
Faculdade AlfredoNasser (FAN)
Faculdade Ávila (FAC)
Faculdade Estácio de Sá de Goiás (Fesgo)
PontifíciaUniversidade Católica de Goiás (PUC-Goiás)
Faculdade Santa Rita de Cássia (Unifasc)
Faculdades Integradas Iesgo (Iesgo)
Centro Universitário de Anápolis (Unievangélica)
Centro Universitário de Goiás (UNI-Anhanguera)
Centro Universitário deDesenvolvimento do Centro-Oeste (IF Goiano)
Faculdade de Tecnologia Senai deDesenvolvimento Gerenc (Fatesg)
NOTA 2
Faculdade de Educação e CiênciasHumanas de Anicuns (Fecha)
Centro de Ensino Superior de Jataí (Cesut)
InstitutoUnificado de Ensino SuperiorObjetivo (IUESCO)
Faculdade de Filosofia e CiênciasHumanas de Goiatuba (Fafich)
Faculdade de Ciências e Educação de Rubiataba (Facer)
Faculdade de Jussara (FAJ)
FaculdadeNossa Senhora Aparecida (Fanap)
Faculdade Padrão (Padrão)
Faculdade de CaldasNovas (Unicaldas)
Instituto de Ciências Sociais eHumanas (ICSH)
Faculdade de Ciências e Educação Sena Aires (Facesa)
Faculdade Araguaia (Fara)
Faculdade Central de Cristalina (Facec)
Instituto de Ensino Superior de Rio Verde (IESRIVER)
Faculdade do Instituto Brasil (Fibra)
Faculdade Lions (Fac-Lions)
Faculdade Sul-Americana (Fasam)
Faculdade Cambury de Formosa (Cambury)
Faculdade Almeida Rodrigues (FAR)
FaculdadeMontes Belos (FMB)
Faculdade Padrão
Faculdade do Sudeste Goiano (Fasug)
Faculdade Phênix de CiênciasHumanas e Sociais do Brasil (Phenix)
Faculdade Anhanguera de Valparaíso (FAV)
Universidade Estadual de Goiás (UEG)
Universidade de Rio Verde (Fesurv)
Faculdade de Iporá (FAI)
FaculdadeQuirinópolis (Faqui)
Faculdade Brasileira de Educação e Cultura (Fabec Brasil)
Faculdade de Tecnologia Senai RobertoMange (Fatec Senai RM)
Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna (Fatecib)
Faculdades Integradas deMineiros (Fimes)
Faculdade Anhanguera de Anápolis
CentroUniversitário deDesenvolvimento do Centro-Oeste (Unidesc)
NOTA 1
Faculdade de Piracanjuba (FAP)
SEM CONCEITO
FaculdadeUnida de Campinas (Facunicamps)
Instituto Superior de Educação Padrão (ISE-Padrão)
Faculdade Sul da América (Sudamérica)
Instituto Superior de Educação Almeida Rodrigues (Isear)
Faculdade de Ensino Superior de Catalão (Faculdade Cesuc)
Faculdade Raízes (SER)
Escola Superior Associada de Goiânia (ESUP)
Faculdade Serra daMesa (Fasem)
Faculdade Evangélica de Goianésia
Faculdade Brasil Central (FBC)
Faculdade Aliança (FAIT)
FaculdadeUnião de Goyazes (FUG)
Faculdade de Ceres (Faceres)
Faculdade Jataiense (Faja)
Faculdade de Tecnologia Senac Goiás
FaculdadeDelta (FaculdadeDelta)
COMO É CALCULADO
O Índice Geral de Cursos (IGC) é um indicador de qualidade por média dos conceitos dos
cursos de graduação e pós-graduação da instituição. Para ponderar os conceitos, utilizase a distribuição dos alunos da instituições entre os diferentes níveis de ensino
(graduação,mestrado e doutorado), conceitos dos cursos e dados do Enade.
Faixas (1 a 5)
1 e 2- Insatisfatório
3 - Razoável
4 e 5-Bom
Download

MEC reprova maioria das instituições superiores de Goiás