UMA DISCUSSÃO ACERCA DO DUPLO EM “O CLUBE DA LUTA
FELIPE BARATA AMARAL
O presente trabalho tem o objetivo de analisar a construção do alter-ego do
protagonista do filme “O Clube da luta” por meio da noção psicanalítica do duplo.
Para tanto, o trabalho será dividido em três etapas: a primeira se refere a um breve
apanhado sobre o uso, por Freud, da noção do duplo; em seguida, partiremos para o
texto de Otto Rank com o intuito de desbravar a mudança de sentido desenvolvida
pelo duplo; e por fim, analisaremos o filme.
O fenômeno do “duplo” é vislumbrado pela psicanálise freudiana como “a
identificação com uma outra pessoa, de modo a equivocar-se quanto ao próprio eu ou
colocar um outro eu no lugar dele, ou seja, duplicação, divisão e permutação do eu”
(FREUD, [1919] 2010, p. 351).
Portanto, o duplo ou o sósia pode ser caracterizado pela repetição de traços
do eu através de vias como caracteres físicos ou quando comungam dos mesmos
saberes e vivencias. Seu caráter inquietante se deve a essa repetição de algo
incrustado na história pessoal do indivíduo – principalmente derivados de fontes
infantis –, mas a muito esquecido.
De acordo com Freud, a concepção do duplo passa por dois momentos
bastante distintos. Primeiramente, o duplo fora vislumbrado como uma “garantia
contra o desaparecimento do eu” (FREUD, [1919] 2010, p. 351). Ele se porta como
uma maneira de driblar a morte, possibilitando, desse modo, uma nova chance para
viver. Neste caso, a alma – dotada de seu caráter imortal – pode ter sido o primeiro
espécime de duplo, um protótipo para os refinamentos posteriores.
Essa noção não apenas defende-se da finitude imposta pela morte, mas faz
um maciço investimento no eu, denunciando a crença em sua permanência. Por tal
motivo, esta primeira fase lastreia-se no narcisismo primário do indivíduo. REFINAR
A
natural
superação
do
narcisismo
primário
em
detrimento
ao
desenvolvimento psíquico do indivíduo transmuta a natureza do duplo: “de garantia
de sobrevivência passa a inquietante mensageiro da morte” (FREUD, [1919] 2010, p.
352).
O duplo passa a agregar a instância do eu responsável pela auto-observação e
autocrítica, desejos que não alcançaram sua satisfação e “decisões volitivas coartadas,
que suscitaram a ilusão do livre-arbítrio” (FREUD, [1919] 2010, p. 353).
As elucubrações de Freud se apoiam no detalhado estudo empreendido por
Otto Rank acerca do duplo. No texto, Rankse indaga sobre a relação de extrema
proximidade entre a significação da morte e o narcisismo no que se refere a questão
do duplo. Qualquer tipo de explicação que conduza a coincidência dos fatos é
repudiada pelo autor. Para tanto, ele toma o mito grego de Narciso e analisa as
interpretações de alguns autores, dentre eles Robert Frazer. Para este, o mito de
Narciso seria um sucedâneo expresso de maneira poética de alguns costumes
presentes em povos primitivos, como as superstições em torno da imagem especular
do indivíduo e sua sombra. Portanto, a morte desponta como uma possibilidade de
sanção ou reprimenda ao ato do indivíduo admirar sua imagem refletida em uma
superfície espelhada (RANK, [1914] 2013).
Rank rejeita essa significação sob a justificativa de que Frazer “apenas
desloca o problema para as questões de origem e significado das noções
supersticiosas subjacentes” (RANK, [1914] 2013, p. 117).
Ainda na temática do duplo, perguntamo-nos: por que a morte ocupa um
lugar secundário – ou pelo menos, posterior – quando comparada a importância do
apaixonamento por si mesmo a ponto de não pesar as consequências ao adentrar o
água em busca de sua imagem?
Dentro dessa atitude narcísica é possível identificarmos alguns componentes
como a inabilidade para o amor; um profundo egoísmo e a irregularidade da vida
sexual (RANK, [1914] 2013). É possível afirmar que “essa incompetência para amar
é compartilhado por Dorian com quase todos os heróis duplos” (RANK, [1914] 2012,
p. 121). Mas, encontram-se atitudes defensivas a este estado narcísico, como: o pavor
advindo da imagem refletida no espelho; e a perda desta imagem.
A primeira trata do temor proveniente do duplo, mas para entendermos a
existência desse sentimento é preciso recorrermos ao conflito entre investimento e
contra-investimento para a manutenção do processo de recalcamento sobre alguns
conteúdos. O eu comporta investimentos narcísicos assim como é assolado por
conteúdos cuja satisfação causaria uma enorme desprazer à moção consciente, pois,
de acordo com a hipóteses do “Unheimlich”, trazem à tona a questão da castração e o
retorno de materiais recalcados.
Portanto, o duplo funciona como um mecanismo de defesa no qual
características e conteúdos que não são interessantes ao eu são projetadas
externamente. Projeção que é realizada em um indivíduo muito similar ao próprio eu.
A segunda possibilidade representa “um fortalecimento, uma independência,
um tornar-se superior, que novamente só prova o excessivo interesse no próprio eu”
(RANK, [1914] 2012, p. 123). Porém, o que se percebe é que, mesmo com esse
esforço defensivo, o duplo continua a assolar o eu com seu caráter persecutório.
Para pensar tal situação, Rank toma de empréstimo a Freud a construção
teórica a respeito da paranoia, na qual o indivíduo apresenta clara disposição narcísica
manifestada por meio de ideias megalomaníacas e a valorização sexual do eu.
Entretanto, o aspecto dessa patologia clínica que interessa ao trabalho é a regressão à
um narcisismo original cujo ponto de culminância é a homossexualidade sublimada.
As pesquisas literárias possibilitaram Otto Rank a localizar “o perseguidor
principal ao próprio eu, na pessoa inicialmente mais amada, contra a qual se dirige
agora a defesa” (RANK, [1914] 2013, p. 125).
Se retornarmos ao episódio edípico ou às fantasias de espancamento infantil ,
identificaremos a figura paterna ou seu substituto como ocupante desse papel para o
qual são direcionados tanto uma demanda de amor quanto de ódio.
Desse modo, “o duplo, objetivamente, é o arquétipo de seu rival em tudo,
mas principalmente na questão amorosa, e essa afeição se deveria, em parte, à
identificação com o irmão” (RANK, [1914] 2013, p. 126).
Nesse caso, a literatura é um vasto manancial para encontrar exemplos que
afiancem essa proposta. O pai e os irmãos são figuras que mobilizam afetos positivos,
mas acabam exercendo um grande sentimento de ameaça no indivíduo na medida em
que comportam-se como obstáculos para a efetivação de uma relação simbiótica com
a mãe e a oferta de amor exclusiva para aquele indivíduo. À esta ameaça, são-lhes
dirigidos desejos de morte e aniquilação aos moldes da situação que desenrola-se com
o duplo.
Apesar de ser apenas uma interpretação para a problemática do duplo e uma
possibilidade de resposta para a pergunta do início do texto, a elucubração acima abre
margem para pensarmos e ressignificarmos o duplo como um rival fruto de um
conflito psíquico no qual a parte rechaçada retorna trazendo de volta um conteúdo
pernicioso à instância egóica e evocando o sentimento de inquietação no indivíduo.
O duplo é uma figura marcada pela ambiguidade na medida que abranda o
conflito psíquico devido ao distanciamento de certos conteúdos e, ao mesmo tempo,
implanta o medo do retorno daquilo que fora posto para fora e recalcado. Portanto, ele
é aquele que “torna reais os desejos secretos e sempre reprimidos de sua alma”
(RANK, [1914] 2013, p. 128, apud lucha, 1913).
Esgotada a apresentação dos argumentos acerca do significado narcísico do
duplo em um sentido positivo, passemos a outro ponto de igual relevância: o
significado do duplo como um mensageiro da morte.
A relação da morte com o narcisismo dentro da temática do duplo é expressa,
primeiramente, no desejo de permanecer jovem. O enamoramento pela imagem
viçosa e jovial denuncia, em um primeiro momento, a magnitude dos investimentos
narcísicos e “a fixação libidinosa do indivíduo em um estágio específico do eu” (rank,
[1914] 2013, p. 129). Em um segundo momento, representa o temor da morte
evidenciado pela negação do processo de envelhecimento.
A hipótese se torna mais consistente quando aborda a questão a partir da
perda do eu. Isto é, “o pensamento de perder a si mesmo é tão insuportável para o
homem, e esse pensamento é que torna a morte tão terrível ...” (RANK, [1914] 2013,
p. 132, apud SPIESS, s/d, p. 115).
Apesar de, à primeira vista, parecer incoerente, o suicídio apresenta-se como
uma alternativa viável para afastar a ameaça advinda do duplo e aplacar a angústia
dele proveniente. Isto se justifica devido ao fato de “a percepção, geralmente
inconsciente, da anulação do ego (...) atormenta esses infelizes com a ideia consciente
de que nunca retornarão, e da qual só é possível libertar-se na morte” (RANK, [1914]
2013, p. 130).
É importante salientar que a morte, nesse contexto, significa o rompimento
de relações com o duplo. A atitude não é entendida como um suicídio, mas como um
ato, uma demanda de morte dirigida a um terceiro. O objetivo primordial é anular a
influência perniciosa do duplo, mesmo que o eu arque com as consequências de ser
extinto.Desse modo, cria-se “uma ilusão inconsciente de separação de um eu mau,
punível, que, aliás, parece ser uma condição prévia de qualquer suicídio” (RANK,
[1914] 2013, p. 133).
Sobre o filme
Um homem com distúrbios do sono, extremamente perturbado e debilitado
psicologicamente resolve frequentar reuniões de pessoas acometidas por doenças
graves - os tradicionais grupos de apoio. Inicialmente, tudo fluía bem, até seu sono
estava sendo normalizado. Porém a presença de uma figura esquálida de cabelos
negros e desgrenhados sempre com um cigarro a mão chamada Marla Singer começa
a trazer uma certa desordem para a pouca organização que o protagonista aplicara a
seu sono e a sua vida.
A participação em grupos de apoio fora uma estratégia inicialmente
adotada apenas para presenciar o real sofrimento de perda materializado em pessoas
que se viam assoladas por violentas moléstias que as marcavam e segregavam-nas da
sociedade. Foi rodeado por esses desesperados que ele encontrou certo alívio por
meio da “identificação com o sofrimento alheio, que permite localizar a angústia sem
abordar a questão relativa ao seu desejo” (BARBIERI, 2013, p. 10).
Por isso aquele momento funcionava quase como uma válvula de escape
de sua realidade. O protagonista literalmente “expulsa seus demônios” ao chorar,
evoca à consciência os estados afetivos de caráter patogênico, purgando-os. Ou seja,
tudo isso funciona como uma verdadeira catarse.
Como o sono é incerto, o protagonista vivencia uma situação similar ao
transe; ele cochila durante o dia e quando acorda não sabe o que fizera ou o que
acontecera antes do sono. Ele passa a confundir realidade com um sonho ou devaneio.
Sua situação, guardadas as devidas proporções, em muito se confunde com um
episódio pictórico ocorrido com um filósofo e poeta taoísta chinês chamado Chuang
Tzu (século IV a.C.). Ele sonhara uma vez que era uma borboleta e, após ter acordado
perguntou-se se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que
estava nesse momento a sonhar que era um homem.
Porém, a desordem psíquica inicial volta a importuna-lo, por isso ele
começa a nutrir uma vontade de evasão para outro lugar, outro momento e até para ser
outra pessoa. A partir daí, a figura de Tyler Durden que antes apenas “piscava” em
momentos de seu cotidiano, agora começa a se materializar e ganhar espaço na vida
do protagonista.
Associada a essa desordem psíquica, percebemos que o protagonista é
bastante carente de investimentos objetais em pessoas. Ele investe maciçamente em
objetos do capitalismo, também chamados de gadgets por Lacan ([1969-1970] 1992),
pautando sua vida a partir do acúmulo de coisas que, supostamente, tornariam sua
vida feliz. Porém, nada do que é prometido nos slogans propagandísticos funciona
com o protagonista, pois ele continua as voltas com uma angústia a qual não tem a
menor possibilidade para ser falada e trabalhada.
No momento em que ele percebe que esses investimentos não transformarão
sua vida e muito menos o auxiliarão a manejar sua angústia, ele toma uma medida
drástica: explode o apartamento no qual todos esses objetos estavam armazenados.
A libido objetal sofre um desinvestimento e volta-se para o eu. Esse
movimento libidinal de retorno revela a perda de interesse no mundo externo e uma
supervalorização do eu. É um exemplo claro de retorno ao estágio no narcisismo o
qual “(...) se constitui ao chamar de novo para si os investimentos anteriormente
depositados nos objetos” (FREUD, [1914] 2004, p. 98).
O panorama a ser percebido se resume a um não arrefecimento do delírio de
grandeza típico da infância aliada a uma forte pregnância narcísica. Estes fatores são
condição sinequa non para a criação do duplo.
O processo convencional de desenvolvimento do indivíduo envolveria o
recalcamento desse excedente de libido disponível, cuja condição para sua realização
seria a formação de um ideal a partir de demandas do próprio eu. Neste caso, abririase mão do Eu ideal e em seu lugar erigia-se um ideal de eu com base nas influências
sociais. Isto é, trocaria-se a perfeição e onipotência insustentáveis do narcisismo
original pela busca de um ideal de eu imposto pela família e pela sociedade.
Vale ressaltar que a entrada em cena desse ideal a ser conquistado, obriga o
indivíduo a sair do recanto no qual ele reinava absoluto e perder um objeto
fundamental que o tornava centro das atenções parentais para busca-lo por meio de
refinamentos e aprimoramentos de seu eu.
Porém, esse processo não se fez bem sucedido. A construção do ideal de eu
esbarra na angústia frente a não realização pulsional, fazendo com que o indivíduo
momentaneamente se afaste desses conteúdos perniciosos e aliene-se num modelo de
vida infeliz pautado apenas na aquisição de bens em detrimento de um
relacionamento onde haja a dupla via de investimentos afetivos.Entretanto, a solução
encontrada foi dar as costas ao desejo que continua pressionando até o ponto em que
todos os investimentos objetais são abandonados, tanto as compras quanto a
participação nos grupos de apoio.
A explosão do apartamento é um ponto de virada na história. A partir
daquele momento ocorre a aproximação definitiva com o desejo recalcado e, por
conseguinte, com o duplo representado por Tyler. O protagonista aceita entrar na
lógica de Tyler ao telefonar para ele em busca de abrigo. Este não apenas oferece
guarida ao protagonista, mas ambos passam a conviver juntos em um antigo mausoléu
abandonado.
Tyler não é uma mera pessoa que sentou-se ao lado do protagonista no
avião e com quem entabulara um rápido diálogo. Ele é uma produção genuinamente
idiossincrática deste indivíduo que vivia assolado por investimentos libidinais livres,
angustias e ideias recalcadas. A criação deste duplo marca um momento de assunção
do desejo a tanto tempo reprimido. Por isso, o duplo desponta como uma válvula de
escape para as agruras cotidianas de represamento psíquico de seus conteúdos
inconscientes.
Tendo em vista o exposto, podemos asseverara que Tyler Durden é um duplo
constituído em delírio por meio do uso da fantasia.Ele reencarna o próprio Eu ideal
infantil em todo a seu modelo de suposta completude e perfeição. O protagonista
investe narcisicamente em si mesmo, inclusive em suas potencialidades. Portanto, ele
cria um alter-ego carismático que representa tudo o que sua existência limitada jamais
alcançaria.
A formação do duplo em “O clube da luta” carrega um importante viés que,
inicialmente, difere das concepções psicanalíticas , pois Tyler desponta como uma
salvação para a vida vazia do protagonista. Apenas ao final, o protagonista duvida dos
interesses de seu duplo e passa a desistir e não mais compactuar como seus ideais e
planos. Ele parece tomar conhecimento da destrutividade arraigada no desejo de
Tyler.
Levando em consideração que o duplo é a expressão de desejos inconscientes
inaceitáveis ao eu, em algum momento o que fora libertador por dar vazão a uma
angústia que nem ao menos era bordejada, perde seu caráter prazeroso e transforma-se
em desprazer à instância consciente e um enorme gozo ao inconsciente.
Neste ponto, as ações do duplo começam a sair do controle do protagonista.
Aliás, seu protagonismo lhe é arrancado na medida em que o duplo se materializa em
sua realidade. Se antes o papel deste era ser uma espécie de reinvestimento narcísico,
ele extrapola o próprio eu do protagonista e passa a desempenhar um papel ativo,
relegando ao eu um papel secundário de mero expectador. O que fora apenas uma
estratégia para o manejo do conflito entre as demandas pulsionais e as demandas
sociais, espraia-se a ponto de recrutar pessoas e mobilizar esforços em torno de
objetivos destrutivos. O projeto destruição é a clara mostra de como este duplo se
encontro em uma mais além do princípio do prazer.
Aqui podemos vislumbrar a transmutação do duplo em sua conotação
mortífera. Apesar de Tyler encarnar a função de uma força propulsora para o
desenvolvimento, ele sempre realiza um avanço que visa a restauração de algo
anterior. Neste ponto, é possível localizar a ação da pulsão de morte através de seus
atos.
Por exemplo, o Projeto Destruição deve ser entendido como a etapa mais
evoluída para os planos de Tyler, iniciados com o Clube da Luta. Planos estes, que
nitidamente se embebedam em idéiasanarco-primitivistas cujo alvo principal de suas
críticas reside na origem e no progresso autodestrutivo da civilização. Tyler busca o
retorno a meios “não-civilizados” de vida (“Rewilding” – retorno a um estágio
natural) através da desindustrialização, abolição da hierarquização do trabalho, o
abandono da tecnologia e o desprezo pelo consumismo. Todos esses planos nos são
apresentados pouco antes do alter-ego desaparecer da vida do protagonista. Nesse
momento Tyler profetiza um futuro primitivo onde as pessoas caçam alces nas
florestas do Grand Canyon e nas ruínas do Rockfeller Center, elas usarão roupas de
couro que vão durar a vida inteira, vão escalar o Sears Tower e ver outros homens
secando charque nas pistas de alguma auto-estrada abandonada.
O repudio a domesticação do homem é uma característica intrínseca ao
discurso de Tyler. Para ele, a domesticação é o processo utilizado pela civilização
para doutrinar e controlar a vida de acordo com sua lógica alienante. E por isso tenta a
todo custo desvencilhar o homem deste processo que o aprisiona e o cego perante os
problemas desse modo de vida falido.
Por fim, é importante observar que Tyler não é apenas um emissário da
morte e da destruição, mas, também, um agente de criação. Lacan, em leitura ao texto
“Além do Princípio do Prazer” (FREUD, [1920] 2006) chama a atenção para uma
faceta desconhecida da pulsão de morte: uma “vontade de criação a partir do nada,
vontade de recomeçar”(LACAN, [ANO] ANO, p. 260).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBIERI, C. P. Clube da luta: a clivagem do eu. Cogito, 2013, vol.14, p.8-11,
2013.
CLUBE DA LUTA. Direção: David Fincher. Roteiro: Chuck Palahniuk (Romance) e
Jim Uhls (Roteiro). Los Angeles: 20th Century Fox, 1999. DVD (139 min), color.
FREUD, S. (1914). À Guisa de Introdução ao Narcisismo. In: FREUD, S. Obras
Psicológicas de Sigmund Freud Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente.
Tradução Luiz Alberto Hanns. Rio de Janeiro: Imago, 2004. Vol. I.
FREUD, S. (1919). O Inquietante. In: FREUD, S. Obras Compelas, volume 14:
História de uma Neurose Infantil (“O Homem dos Lobos”), Além do Princípio do
Prazer e outros textos (1917-1920). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
FREUD, S. (1920). Além do Princípio do Prazer. In: FREUD, S. Obras Psicológicas
de Sigmund Freud Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente. Tradução Luiz
Alberto Hanns. Rio de Janeiro: Imago, 2006. Vol. II.
LACAN, J. O seminário, livro 7: A ética da psicanálise. Rio de janeiro, Jorge Zahar
Ed., 1991.
RANK, O. O duplo – Um estudo psicanalítico. Porto Alegre: Dublinense, 2013.
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