RENATA RODRIGUES MACIEL
CONTROLE DA POLUIÇÃO DIFUSA EM
DRENAGEM URBANA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
SÃO PAULO
2003
RENATA RODRIGUES MACIEL
CONTROLE DA POLUIÇÃO DIFUSA EM
DRENAGEM URBANA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
Orientador:
Prof. Dr. José Rodolfo S. Martins
SÃO PAULO
2003
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais (Giberto e Neusa), e irmãos (Fabrizio, Rodrigo e Fernando),
por acreditarem em mim e pela força que me deram todos esses anos para
que eu conseguisse concluir este curso.
Ao meu Professor Orientador Dr. José Rodolfo Scarati Martins, pelo auxílio
na realização deste trabalho.
E aos queridos amigos que conquistei ao longo desses anos, através de
muita cumplicidade e apoio,............
....tenho certeza serão amigos eternos.
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................... III
ABSTRACT...................................................................................................IV
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................V
LISTA DE FOTOGRAFIAS ...........................................................................VI
LISTA DE TABELAS ...................................................................................VII
1
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2
OBJETIVOS............................................................................................ 5
2.1
Objetivo Geral .................................................................................... 5
2.2
Objetivo Específico ........................................................................... 5
3
METODOLOGIA ..................................................................................... 6
4
JUSTIFICATIVA...................................................................................... 7
5
POLUIÇÃO X DRENAGEM URBANA.................................................... 9
5.1
POLUIÇÃO PONTUAL ..................................................................... 12
5.2
POLUIÇÃO DIFUSA ......................................................................... 13
5.3
DRENAGEM URBANA ..................................................................... 16
MICRO-DRENAGEM ............................................................................ 18
MACRO-DRENAGEM ........................................................................... 20
5.4
PROBLEMAS DA DRENAGEM URBANA ....................................... 20
i
6
DISPOSITIVOS PARA O CONTROLE DA POLUIÇÃO DIFUSA NA
DRENAGEM DE AGUAS PLUVIAS ............................................................ 23
6.1
EXEMPLOS DE DISPOSITIVOS PARA O CONTROLE DA
POLUIÇÃO DIFUSA .................................................................................... 26
DIPOSITIVOS – ANTES DE CHEGAR AOS CORPOS HIDRICOS...... 27
DIPOSITIVOS – UTILIZADOS NOS CORPOS D´AGUA ...................... 28
6.2
7
ARROIO NÃO É VALÃO – UM SISTEMA QUE DEU CERTO! ........ 31
CONCLUSÕES ..................................................................................... 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 34
ii
RESUMO
O uso e ocupação desordenada do solo bem como a falta de consciência
ambiental das populações das áreas urbanas são responsáveis por fazer
chegar aos corpos hídricos os detritos e resíduos que caracterizam a
poluição de origem difusa, um dos principais componentes do problema de
degradação da qualidade das águas superficiais de forma geral.
Este estudo tem por objetivo apresentar este tipo de poluição, bem como
caracterizar os mecanismos para divulgação e investimentos na área de
controle e minimização do impacto causado aos corpos hídricos pelas
cargas poluentes de origem difusa.
Pesquisa desenvolvida junto a diversos setores atuantes na área de
gerenciamento de recursos hídricos permitiram reunir alguns dispositivos
que são utilizados para o controle da poluição de origem difusa
apresentados e analisados neste trabalho.
Palavras-Chave: alagamentos; poluição difusa; educação ambiental.
iii
ABSTRACT
The use and occupation unruly of ground, as the no ambiental conscience of
the population of the urbane area are responsible to hidricos body, remains
and residues then charaterize the pollution of diffuse source the principal
component of the problem of the degradation of general superficial water.
This study has a good shown this kind of the pollution, and charaterize the
mechanism to divulgation and investimenton area of controland minimization
for impact ocorred by hidricos body for polluents charges of diffuse source.
The resource development together the several directories on area of
management of hidricos resources can join any preparatory the use for
control of the pollution of diffuse sources showed and analysed on this work.
Key words: Inundation; Diffuse Pollution; Ambiental Education.
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 5-1 Gráfico Hipotético de Escoamento (TUCCI,1995)....................... 11
Figura 5-2 Dispositivos de Micro-drenagem (DAEE,2001) ........................... 19
Figura 6-1 Separador Centrípeto (fonte desconhecida) ............................... 27
v
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1-1 Degradação dos corpos hídricos............................................ 3
Fotografia 4-1 Degradação das águas em função do mau uso do solo ........ 7
Fotografia 5-1 Ocupação desordenada do solo ............................................ 9
Fotografia 5-2 Fonte pontual de poluição .................................................... 12
Fotografia 5-3 Poluição difusa em corpos receptores ................................. 13
Fotografia 5-4 Poluição difusa dos corpos receptores ................................ 14
Fotografia 5-5 Junção de esgoto cloacal e de origem difusa ...................... 16
Fotografia 5-6 Enchentes urbanas (ISTOÉ,1996) ....................................... 17
Fotografia 5-7 Lixo jogado pela população.................................................. 21
Fotografia 6-1 Disposição inadequada do lixo urbano ................................ 23
Fotografia 6-2 Bueiro do seu Zé (ACKERMANN,1999)............................... 24
Fotografia 6-3 Lixo Urbano.......................................................................... 24
Fotografia 6-4 Rio Pinheiros e Rio Tietê (DAEE,2001) ............................... 25
Fotografia 6-5 Cesto coletor de resíduos (PERMETAL,2002)..................... 27
Fotografia 6-6 Cobertura vegetal retém lixo (CARAHÁ,2002) ..................... 28
Fotografia 6-7 Rede de Contenção ............................................................. 29
Fotografia 6-8 Rede de Contenção- Detalhe............................................... 29
Fotografia 6-9 Gradeamento na Usina - Detalhe......................................... 30
Fotografia 6-10 Gradeamento na Usina ...................................................... 30
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 6-1 Volume de lixo nas Usinas da Emae (NASCIMENTO,2003)...... 25
vii
1 INTRODUÇÃO
Com o grande crescimento demográfico das ultimas décadas, principalmente
nas áreas urbanas, as questões de ordem ambiental tem sido muito
questionadas, visto a grande degradação do solo, a má qualidade do ar , e a
escassez de água potável no ambiente, causados pelas poluições humanas
dos mais diversos tipos.
Um dos maiores problemas que pode ser destacado diante deste processo
de desenvolvimento urbano está relacionado à ocupação desordenada do
solo, danificando assim o meio ambiente e prejudicando a qualidade de vida
da população.
Conforme a Lei n.º 6.938/81, art. 3º, III “a poluição pode ser caracterizada
através da degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que
direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos”.
Segundo esses parâmetros pode-se definir a poluição como: “toda alteração
das propriedades naturais do meio ambiente, causada por agente de
qualquer espécie prejudicial à saúde, à segurança ou ao bem-estar da
população sujeita aos seus efeitos” MEIRELLES(1990).
A poluição pode ocorrer de diversas formas e ocasionar os mais variados
impactos ambientais e de saúde, podendo ser classificada em diversos tipos
e fontes, como: poluição de fonte pontual e poluição de fonte difusa;
1
seguidos pelo seu grau de risco ao meio ambiente e o impacto que
ocasiona.
O Brasil apresenta hoje cerca de 80% de sua população em áreas urbanas.
Nos estados mais desenvolvidos estes números chegam na vizinhança de
90%. Devido a esta grande concentração urbana, vários conflitos têm sido
gerados neste ambiente, entre eles pode-se destacar a contaminação dos
rios por esgotos domésticos, industriais e pluviais, e as enchentes urbanas
geradas pela inadequada ocupação do solo e pelo mau gerenciamento da
drenagem urbana (RNAB,2000).
Este crescimento urbano tem sido caracterizado pela expansão irregular de
periferia, com pouco obediência da regulamentação urbana relacionada com
o Plano Diretor e normas especificas de loteamentos, além da ocupação
irregular de áreas públicas principalmente pela população de baixa renda,
dificultando assim o ordenamento das ações não-estruturais do controle
urbano (TUCCI,2001).
Como destaque deste processo de urbanização pode-se citar os seguintes
impactos (TUCCI,2001):
a) aumento
das
vazões
máximas
dos
canais
de
escoamento,
subdimensionando a capacidade dos mesmos, provocando assim as
enchentes;
b) aumento da produção de resíduos sólidos (lixo), muitas vezes não
coletados de maneira adequada;
c)
deteriorização das águas superficiais, através da poluição difusa gerada
pela lavagem de ruas, transporte de material solido e as ligações
clandestinas de esgoto cloacal e pluvial.
As enchentes urbanas tem sido atualmente um dos maiores problemas
relacionados aos centros urbanos no Brasil. O pais perde hoje valores
2
superiores a 1 bilhão de dólares (RNAB,2000) em prejuízos ocasionados
pelas enchentes nas cidades. Problemas que muitas vezes poderiam ser
evitados através de medidas preventivas quanto ao saneamento ambiental e
regulamentação legal do uso e ocupação do solo.
A grande maioria dos rios do Brasil estão em processo de deteriorizaçao, e
esse impacto ocorre devido ao grande numero de cidades não possuir
sistemas de coleta e tratamento dos esgotos domésticos e muito menos
pluviais. Esses esgotos são jogados
“in natura” sob os leitos dos rios
(Fotografia 1-1).
Fotografia 1-1 Degradação dos corpos hídricos
Mesmo quando existe a rede de tratamento, muitas vezes esta é
subdimensionada ou ainda sofre degradação no sistema devido as ligações
clandestinas de esgotos domésticos e industriais no sistema pluvial
acarretando problemas maiores,
pois o sistema onde está destinado a
3
separador-absoluto passa a ser misto não proporcionando assim o
tratamento adequado.
A preocupação com a poluição gerada através dos esgotos pluviais no Brasil
tem sido tratada de maneira relevante pelo órgãos responsáveis, embora
durante uma cheia urbana a carga de poluentes que é acarreado pelo
sistema pluvial possa chegar a ate 80% da carga de poluentes que chega
aos corpos hídricos através do esgoto domestico (RNAB,2000).
Já nos
EUA, pode-se encontrar estudos que apontam as poluições das águas
pluviais como o principal motivo de muitos de seus rios ainda se
encontrarem poluídos.
Essa diferença do grau de importância que se dá a poluição pluvial aqui no
Brasil, pode ser explicada devido ao grande déficit no tratamento de esgotos
cloacais, visto que segundo dados do PNAD/96, (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios) 48.9% do esgoto produzido no Brasil é coletado em
rede publica, sendo apenas 32% desse esgoto é tratado, representando
menos de 16% do total do esgoto produzido (MMA,2000). Sendo assim,
embora de extrema importância, a poluição pluvial não tem ainda seu devida
atenção, pois os problemas de saneamento básico ainda trazem muitos
prejuízos e necessitam de medidas mais imediatas.
Com base na falta de informações referentes ao tratamento deste tipo de
poluição, a poluição pluvial, este trabalho pretende focalizar este tema,
detalhar suas características, e apresentar alguns sistemas de controle
deste tipo de poluição difusa através da drenagem urbana.
4
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
De forma genérica, a poluição das águas decorre da adição de substâncias
que direta ou indiretamente alteram as características químicas e físicas do
corpo d´agua de maneira a prejudicar sua utilização para população, e
impossibilitar a sobrevivência dos seres vivos.
O problema da poluição pluvial de origem difusa está diretamente
relacionado ao sistema de drenagem urbana, ou a falta dele. Este trabalho
objetiva focalizar a ligação entre o impacto gerado pela poluição de origem
difusa que atinge os corpos d´agua e métodos de controle através dos
sistemas de drenagem urbana adequados.
2.2 Objetivo Específico
O intuito desde trabalho é apresentar alguns dispositivos utilizados nos
sistemas de drenagem urbana, que podem contribuir para o controle e
mitigação da poluição de origem difusa.
5
3 METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma revisão bibliográfica referente aos conceitos
de poluição difusa, suas definições, características, seus problemas e sua
ligação com o sistema de drenagem urbana.
São apresentados dados para exemplificar a importância do controle deste
tipo poluição, devido aos grandes riscos ambientais que ocasiona, e os
meios para a minimização que atualmente estão sendo utilizados no âmbito
da drenagem urbana.
6
4 JUSTIFICATIVA
No decurso dos últimos anos o problema de gestão da água, principalmente
no meio urbano começa a despertar a preocupação da população e dos
órgãos de saneamento. Isto está ocorrendo em função dos problemas na
área de abastecimento de água, na degradação da qualidade da mesmas,
alem de enchentes e inundações decorrentes do mau uso e ocupação do
solo, e por fim a falta dos sistemas de drenagem para o devido escoamento
das águas de chuvas.
Fotografia 4-1 Degradação das águas em função do mau uso do solo
Com a ocupação desordenada do solo (Fotografia 4-1), e o excesso de
construções civis, o solo tem perdido sua capacidade de infiltração das
águas da chuvas, fazendo com que os índices de permeabilização sofram
uma modificação drástica e não prevista, ocasionado a enxarcamento dos
córregos, e as inundações de ruas e casas, prejudicando assim a saúde da
população. Vale ainda mencionar que muito deste problema pode ser
justificado pela ocupação em áreas de várzeas dos rios.
Como não é possível devolver aos rios as margens ocupadas pela
população que lhe pertencem, então é necessário não apenas criar sistemas
7
para a devida drenagem dessas águas, mas também estações para o
tratamento, pois quando a água de chuva escoa pelas vias, está passa a
conter um tipo de poluição muitas vezes difícil de ser classificada, e que
precisa de tratamento para evitar que polua os corpos receptores
(TUCCI,2001).
O estudo do controle desta poluição se torna de extrema importância tendo
em vista a falta de informação sobre a ligação entre a poluição difusa e a
drenagem urbana. Segundo SCHUELLER (apud TUCCI,2001) os primeiros
25mm de escoamento superficial geralmente transportam grande parte da
carga poluente de origem pluvial, tornando assim esse volume significativo
no inicio das enchentes.
8
5 POLUIÇÃO X DRENAGEM URBANA
A poluição das águas pode ocorrer de diversas maneiras, e hoje em dia com
o advento da industrialização e o aumento da população, as águas dos rios,
córregos e mares estão mais suscetíveis aos impactos causados por esse
progresso, comprometendo assim a qualidade das águas em relação ao seu
uso-beneficio.
Os efeitos desse progresso fazem-se sentir sobre todo o aparelhamento
urbano relativo a recursos hídricos: abastecimento de água, transporte de
esgotos cloacais e drenagem pluvial (TUCCI,1995).
Fotografia 5-1 Ocupação desordenada do solo
A poluição caracterizada pela drenagem pluvial pode ser destacada como
um impacto relativo ao processo de expansão urbana, isto é, com o
crescimento dos centros urbanos, a população tende a ocupar lugares
9
muitas vezes impróprios (como áreas de várzeas) e sem os devido
planejamento criando assim grandes problemas de drenagem das águas de
chuvas (Fotografia 5-1). E esta por sua vez passa a escoar sobre ruas,
calçadas, e telhados que dificultam sua infiltração, aumentando sua
velocidade e também seu poder de acarreamento de materiais orgânicos, e
lixo para os rios.
O aumento das áreas impermeáveis em decorrência da construção civil faz
com que os canais de escoamento pluvial tornem-se subdimensionados,
provocando as enchentes urbanas.
O escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos nas áreas
urbanas devido a dois processos que ocorrem isoladamente ou combinados
(TUCCI,2001):
a) inundações de áreas ribeirinhas: os rios geralmente possuem dois leitos,
o leito menor onde a água escoa na maioria do tempo e o leito maior, que
é inundado com risco geralmente entre 1,5 e 2 anos. O impacto devido à
inundação ocorre quando a população ocupa o leito maior do rio ficando
sujeita a inundação;
b) inundações devido à urbanização: as enchentes aumentam a sua
freqüência e magnitude devido à impermeabilização, ocupação do solo e
a construção da rede de condutos pluviais. O desenvolvimento urbano
pode produzir obstruções ao escoamento, como aterros e pontes,
drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e
assoreamento.
A primeira pode ser melhor exemplificada através da hidrologia, visto que
todo rio tem sua época de cheia, como também todo mar tem seus horários
de maré alta, e necessitam de seu espaço. A ocupação desta área de
várzea faz com que a população esteja sempre sobre o risco de enchentes.
10
Já as enchentes causadas pelas urbanização podem ser definidas como
causa
do
desenvolvimento
urbano,
que
através
das
construções
impermeabiliza o solo, fazendo com que aumente o escoamento superficial
pelos condutos, exigindo maior capacidade dos mesmos, criando assim um
aumento de vazões, que muitas vezes o sistema de drenagem não suporta
ocasionado as inundações.
Figura 5-1 Gráfico Hipotético de Escoamento (TUCCI,1995)
A urbanização gera uma modificação no hidrograma de cheia (Figura 5-1).
Isto ocorre devido a impermeabilização do solo pela construções, fazendo
com que o volume de escoamento superficial pelas sarjetas aumente
provocando assim vazões maiores nos canais principal.
Pode-se classificar a poluição que atinge os corpos hídricos em dois tipos:
-
poluição por fontes pontuais;
-
poluição por fontes difusas;
As cargas pontuais se devem a efluentes industrias, esgoto cloacal e pluvial,
e as cargas difusas se devem ao escoamento rural urbano distribuído ao
longo das bacias hidrográficas. As cargas ainda podem ser classificadas
como orgânicas ou químicas, sendo de origem orgânica os dejetos
humanos, animal e de matéria orgânica vegetal. E as químicas tem origem
11
no uso de pesticidas, efluente industrial e lavagem pelo escoamento de
superfícies contaminadas como áreas urbana. (RNAB,2000).
5.1 POLUIÇÃO PONTUAL
As fontes de poluição pontual podem ser classificadas como poluições
diretas, que atingem a um determinado ponto do corpos receptores. O
principal exemplo deste tipo de fonte é a disposição do esgoto doméstico e
industrial, que é o caso, por exemplo, da desembocadura em um rio, de
efluentes de uma estação de tratamento de esgotos domésticos ou
industriais (Fotografia 5-2).
Este tipo de poluição é responsável por impactos concentrados sobre os
corpos hídricos, como por exemplo, os vazamentos de óleos causados por
acidentes de navios petroleiros no oceano, a descarga nos rios de dutos de
esgotos domésticos ou produtos químicos direto e sem tratamento, etc.
Fotografia 5-2 Fonte pontual de poluição
A principal diferença que pode ser destacada entre a poluição de fonte
pontual para a de fonte difusa, é que a poluição de fonte pontual pode ser
12
coletada, e seu tratamento e controle é feito de maneira usual através de
estações de tratamento de esgotos, e outros métodos já conhecidos.
5.2 POLUIÇÃO DIFUSA
Poluição difusa é basicamente o tipo de poluição da qual não é possível
identificar a fonte. Está diretamente ligada as águas da chuva e ao
escoamento que dela resulta, pois a água que escoa pelas ruas das cidades
ou áreas rurais carrega vários poluentes para os rios comprometendo a
qualidade da água.(DALCANALE,2003).
Esta poluição é caracterizada por atingir grandes áreas, e seus poluentes
são de baixa concentração. De maneira popular a definição deste tipo de
fonte de poluição pode ser a ação que as águas da chuva executam ao
lavarem e transportarem a poluição nas diversas formas em que se
apresentam sobre a superfície do terreno e por fim despejar nos corpos
receptores (Fotografia 5-3).
Fotografia 5-3 Poluição difusa em corpos receptores
13
Existem duas classes para este tipo de poluição, a rural e a urbana. Na área
rural as fontes de poluição estão diretamente ligadas aos agrotoxicos,
fertilizantes, entre outros compostos. Já na área urbana como já foi
exemplificado, trata-se do escoamento pelas águas das chuvas de sujeiras,
como bitucas de cigarros, pó, lixo orgânico, graxa de automóveis, e qualquer
outro composto que se encontre junto as vias, calçadas e ruas capazes de
serem carregados pela velocidade de escoamento das águas da chuva
(Fotografia 5-4).
Fotografia 5-4 Poluição difusa dos corpos receptores
NOVOTNY AND CHESTER (apud DALCANALE,2003) menciona uma lista
de caracterização para a poluição de fonte difusa:
•
as descargas de poluentes chegam às águas superficiais por meios
difusos e a intervalos intermitentes, relacionados em sua maioria à
eventos meteorológicos;
14
•
a poluição tem origem numa área extensa e é transportada pelo
escoamento superficial até atingir o corpo receptor;
•
geralmente não é possível o monitoramento desde seu ponto de
origem, e a fonte exata é difícil ou impossível de rastrear;
•
em geral, as formas de controle mais efetivas e econômicas são
técnicas de gerenciamento do solo e práticas de conservação nas
zonas rurais, acrescentados de controle em zonas urbanas;
•
o controle é feito preferencialmente antes das cargas alcançarem o
corpo receptor;
•
poluentes de fontes difusas não podem ser medidos em termos de
limitações do efluente;
•
a extensão da Poluição difusa é relatada, ao menos em parte, a
certos eventos climáticos imprevisíveis, assim como a condições
geológicas e geográficas, e podem diferir muito de região para região
e de ano em ano;
•
a poluição difusa é derivada de operações consecutivas em áreas
extensas, ao contrário de atividades industriais que tipicamente usam
operações repetitivas em pequenas áreas de concentração.
A origem da poluição difusa é bastante diversificada, pode ser proveniente
do lixo acumulado nas ruas e calçadas, dos resíduos orgânicos de animais
(pássaros e animais domésticos), das atividades da construção civil, de
óleos e graxas deixados por veículos, etc.
O controle da poluição de origem difusa é feito através de dispositivos e
medidas que ajudam a minimizar os danos causados aos corpos hídricos.
Isto é, através de um devido planejamento das redes de drenagem, uso de
grades e telas para a retenção de plásticos, pets, latas, etc. Além da
realização de palestras de conscientização da população quanto ao lixo
urbano e seu destino correto.
15
5.3 DRENAGEM URBANA
Para definir drenagem urbana pode-se valer da afirmação dada pelo
DAEE(1980): “ o sistema de drenagem urbana faz parte do conjunto de
melhoramentos públicos existentes em uma area urbana, quais sejam: redes
de água, de esgotos, parques, áreas de recreação e lazer e outros.”.
A drenagem urbana pode ser combinada (cloacal e pluvial num mesmo
conduto) ou separado (rede pluvial e cloacal separadas). Por lei o sistema
utilizado deve ser o separador, mas na prática isso não acontece, devido as
ligações clandestinas e a falta de rede cloacal em diversos pontos.
Todo este problema esta diretamente ligado as questões financeiras da
região, cidade ou estado, que impossibilitam a ampliação da rede cloacal,
fazendo com que seja permitido o uso da rede pluvial para transportes de
esgotos cloacais.
Fotografia 5-5 Junção de esgoto cloacal e de origem difusa
Esse problema acarreta na junção de dois sistemas que possuem diferentes
níveis de carga e o mais perigoso é o destino que os esgotos cloacais que
circulam em galerias pluviais tomam, pois a descarga das águas pluviais
16
está diretamente direcionada a córregos e rios, o que dificilmente passa por
tratamento antes de desembocar (Fotografia
5-5) , ocasionando assim
mais um grande problema aos corpos hídricos, pois além de receber a
poluição difusa das águas pluviais estarão recebendo a poluição pontual das
águas residuais.
O ideal é buscar conciliar a coleta e tratamento do esgotamento sanitário
somado a retenção e tratamento do escoamento pluvial dentro de uma visão
integrada de tal forma que tanto os aspectos higiênicos como ambientais
sejam atendidos ( TUCCI,2001).
Vale mencionar também que a afirmação do DAEE seria de grande valia se
as comunidades respeitassem os limites de várzeas (cheias) de córregos e
rios e também os coeficientes de permeabilização necessários a cada metro
quadrado para a infiltração da água no solo, não ocasionando o
enxarcamento do mesmo.
Fotografia 5-6 Enchentes urbanas (ISTOÉ,1996)
As enchentes e inundações urbanas constituem hoje, um dos impactos de
maior importância para a sociedade. Com o desenvolvimento urbano e o
processo de assentamento dos agrupamentos populacionais, o sistema de
drenagem urbana se torna de vital importância para deter estas catástrofes
sócias e ambientais (Fotografia 5-6).
17
A infra-estrutura de drenagem pluvial é composta sistematicamente por:
a) Micro-drenagem;
b) Macro-drenagem;
Fazem parte da micro-drenagem as sarjetas, as bocas-de-lobo, os dutos de
concreto e os poços de visita. Já os dispositivos que constituem a macrodrenagem são os canais artificiais ou naturais, galerias, estruturas auxiliares
e obras de proteção contra erosão.
MICRO-DRENAGEM
Constituem a micro-drenagem o conjunto de dispositivos distribuídos na
parte urbanizada da sub bacia, com a finalidade de coleta de águas
precipitadas e escoadas na parte inicial de funcionamento do sistema
(BARROS,1995).
Os dispositivos são:
-
Sarjetas: são elementos construtivos alinhados paralelamente aos
passeios. Dada a forma curva dos pavimentos em ruas que deixam suas
laterais em pontos mais baixos, as sarjetas funcionam como um canal a
céu aberto e fazem a condução das águas pluviais ate as bocas-de-lobo
(BARROS,1995).
Devido a expansão irregular do solo, em grande parte das ruas, as sarjetas
tem sua forma original danificas, como rachaduras, formas irregulares, e que
facilitam a retenção de resíduos sólidos prejudicando assim o escoamento
das água.
18
-
Bocas-de-lobo:
sua função é captar águas pluviais escoadas pelas
sarjetas. Pode ter dois tipos: combinada simples e simples de guia
(BARROS,1995).
Em decorrência da má condição de educação social e ambiental da
população é necessário que todas as bocas-de-lobo contenham grelhas para
a
retenção
de
resíduos
que
se
aglomeram
junto
as
aberturas
impossibilitando o escoamento das águas, ocasionando as inundações.
Figura 5-2 Dispositivos de Micro-drenagem (DAEE,2001)
-
Poços de Visita: são estruturas de apoio para a manutenção do sistema
de
micro-drenagem
estão
executadas
em
pontos
estratégicos,
proporcionando melhores condições de acesso as tubulações instaladas
no subsolo. As vistorias e limpezas são feitas em trechos, daí as
limitações de espaçamentos entre poços de visita em torno de 200
19
metros (LEME,1978). Os PVs também são utilizados quando existe a
necessidade de mudança de direção, de seção e de declividade.
-
Tubos (dutos): fazem as ligações entre os poços de visita (NETTO,2000).
MACRO-DRENAGEM
A macro-drenagem é composta de dispositivos responsáveis pelo
escoamento final das águas pluviais, provenientes da micro-drenagem
urbana (BARROS,1995).
As obras de macro-drenagem consistem em (TUCCI,1995):
-
retificação e/ou ampliação das seções de cursos naturais;
-
construções de canais artificiais ou galerias de grandes dimensões;
-
estruturas auxiliares para a proteção contra erosões e assoreamento,
travessias e estações de bombeamento.
5.4 PROBLEMAS DA DRENAGEM URBANA
A drenagem de águas pluviais apresenta problemas em grande maioria dos
centros urbanos, devido a fatores como:
-
Inexistência de galeria pluviais;
As galeria tem como função principal captar as águas das chuvas e conduzilas até os canais, rios e mares. Devido ao grande crescimento da população
nas ultimas décadas, em muitas regiões o sistema de galerias simplesmente
não existe, propiciando assim o escoamento das águas das chuvas sobre as
sarjetas, vias e calçadas, aumentando o risco de enchentes, devido a
topografia das vias não propiciar o escoamento direto para os corpos
hídricos.
20
-
Subdimensionamento dos sistemas de drenagem existentes;
Ocorre também devido ao uso e ocupação do solo, só que agora mais
focalizado as construções em si, pois estas quase nunca respeitam os
limites de impermeabilização do terreno, ocasionando assim grandes áreas
de escoamento superficial que desembocam através das sarjetas nos
bueiros, e estes que primeiramente foram dimensionados para captar
determinada vazão se tornam subdimensionados e perdendo sua função
principal.
-
Falta de limpeza e manutenção;
Este
problema
está
diretamente
relacionado
aos
problemas
de
comportamento politico-administrativo. Onde os órgãos responsáveis devem
ter total responsabilidade de fiscalização e manutenção dos sistemas de
drenagem urbana de sua região.
-
Lançamento dos resíduos sólidos pela população;
É necessário uma política de
educação
ambiental
à
população. Principalmente a
quem
residem
ribeirinhas,
em
áreas
visando
demonstrar os danos que
podem ser ocasionados a
partir do despejos de lixo
urbano diretamente nos rios.
Fotografia 5-7 Lixo jogado pela população
21
-
Assoreamento dos rios, canais e valas;
Ocorre devido a tendência dos corpos hídricos se retificarem, colocando
assim em risco a população que habita em suas margens.
-
Ocupação desordenada das margens dos rios e canais;
Este problema vem da proliferação da população nos loteamentos
executados sem critérios adequados, a falta de fiscalização, os grandes
contingentes populações da população de baixa renda que por falta de
recursos para se estabelecer procuram lugares de ocupação irregular, etc.
-
Topografia;
Devido as características de relevo, existe uma tendência natural da
ocupação ocorrer no sentindo jusante-montante, e sem o controle dessa
urbanização, o risco do aumento das vazões das águas pluviais é muito
grande, gerando as enchentes.
Os problemas de controle da poluição difusa estão diretamente ligados à
drenagem urbana e têm como principal causa a deteriorização da qualidade
dos cursos receptores das águas pluviais.
O trasbordamento de rios, alagamento de ruas e casas, são os principais
problemas apresentados por uma sistema ineficiente de drenagem urbana.
22
6 DISPOSITIVOS PARA O CONTROLE DA POLUIÇÃO
DIFUSA NA DRENAGEM DE AGUAS PLUVIAS
Os brasileiros produzem todos os dias 125.281 toneladas de lixo, além dos
14,5 milhões de metros cúbicos de esgoto (FILHO,2002). A destinação
inadequada desse material ajuda a explicar os problemas de saneamento
básico que assombram a sociedade (Fotografia 6-1)
Fotografia 6-1 Disposição inadequada do lixo urbano
Nas ultimas décadas, o crescimento de áreas periféricas vem agravando a
situação da limpeza urbana nas cidades, dificultando a coleta de lixo e
proporcionando a aparições de lixões clandestinos. E pela falta de
atendimento dos órgãos responsáveis pela limpeza das ruas e coleta do lixo,
muitos moradores resolveram tomar suas atitudes para impedir que voltem a
sofrer com os problemas de enchentes.
É o caso dos “bueiros do seu Zé” (Fotografia 6-2). Onde um morador do
Jardim Ismênia, Zona Leste de São Paulo, acredita que encontrou a solução
para resolver os problemas de entupimentos em bocas-de-lobo na cidade.
23
Ele inventou um tampa de bueiro gradeada, evitando assim a passagem de
material que entope as galerias pluviais (ACKERMANN,2003). Esta
“invenção” só foi realizada depois de incansáveis tentativas de contato com
a prefeitura do local para a realização da limpeza das galerias pluviais.
Os problemas relacionados com a falta de
atendimento das prefeituras e órgãos
responsáveis
dispositivos
pela
de
limpeza
drenagem
já
dos
não
é
novidade. É justo, porém, mencionar o
descaso
descarta
da
lixo
própria
em
população,
calçadas,
que
vias,
agravando ainda mais o problema.
Fotografia 6-2 Bueiro do seu Zé (ACKERMANN,1999)
Cerca de 36% da poluição acumulada na Bacia do Alto do Tietê não vem de
redes de esgoto, mas sim do lixo jogado nas ruas. Todos os dias o rio Tietê
recebe cerca de 320 toneladas de sacolas plásticas, garrafas, latas e outros
tipos de lixo (Fotografia 6-3). Estudos da Sabesp indicam que daqui a 12
anos o lixo das ruas representará 167 toneladas de sujeita que chegarão
todos os dias ao Tietê (MUG,2003).
Fotografia 6-3 Lixo Urbano
24
O mesmo acontece com o Rio Pinheiros que só no ano passado, segundo a
empresa EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e energia S.A), 6 mil
toneladas de lixo foram recolhidas do rio.
A Tabela 6-1 abaixo apresenta os valores da quantidade de resíduos sólidos
que foram retidos nas Usina Elevatórias da EMAE desde 1988.
ANO
USINA
USINA
ELEVATÓRIA
ELEVATÓRIA
DE TRAIÇÃO
(1)
(1)
DE PEDREIRA
TOTAL
(1)
(1)
1988
64.035,00
19.086,00
83.121,00
1989
76.392,00
21.283,00
97.675,00
1990
73.409,00
22.591,00
96.000,00
1991
74.843,00
25.078,84
99.921,84
1992
49.527,00
7.237,00
56.764,00
1993
6.885,00
3.211,00
10.096,00
1994
13.186,00
8.118,00
21.304,00
1995
20.169,50
9.542,00
29.711,50
1996
11.371,39
11.555,00
22.926,39
1997
6.171,50
7.458,00
13.629,50
1998
12.854,71
8.922,00
21.776,71
1999
11.914,93
8.440,00
20.354,93
em m
3
Tabela 6-1 Volume de lixo nas Usinas da Emae (NASCIMENTO,2003)
Fotografia 6-4 Rio Pinheiros e Rio Tietê (DAEE,2001)
25
O canal Pinheiros (Fotografia 6-4) é de grande importância no contexto da
Bacia Hidrográfica do alto Tietê. Esse canal resulta da retificação do antigo
rio Pinheiros, realizada nas décadas de 30 e 40, atravessando a região sul
da cidade de São Paulo numa extensão de aproximadamente 25,5 Km.
(NASCIMENTO,2003).
O Rio Tietê (Fotografia 6-4) por sua vez percorre o estado de São Paulo de
leste a oeste. Nasce em Salesópolis, na Serra do Mar, a 840 metros de
altitude e não consegue vencer os picos rochosos rumo ao litoral. Por isso,
ao contrário da maioria dos rios que correm para o mar, segue para o
interior, atravessa a Região Metropolitana de São Paulo e percorre 1.100
quilômetros, até o município de Itapura, em sua foz no rio Paraná, na divisa
com o Mato Grosso do Sul. Em sua jornada banha 62 municípios ribeirinhos
e seis sub-bacias hidrográficas, em uma das regiões mais ricas do
hemisfério sul (SOS Mata Atlantica,2002).
Nos últimos anos, a preocupação com o controle da poluição difusa tem
tomado rumos mais prioritários, e em função dessa preocupação em
minimizar os danos causando pela carga difusa nos corpos hídricos, foram
criados alguns dispositivos de controle e mitigação através da drenagem
urbana.
6.1 EXEMPLOS DE DISPOSITIVOS PARA O CONTROLE DA
POLUIÇÃO DIFUSA
Pode-se classificar os dispositivos para minimização da poluição difusa em:
-
Dispositivos utilizados antes de chegar aos corpos hídricos;
-
Dispositivos utilizados nos cursos d´agua;
E são eles:
26
DIPOSITIVOS – ANTES DE CHEGAR AOS CORPOS HIDRICOS
-
PROTETORES DE BOCA DE LOBO
São cestos removíveis, fabricados em chapa expandida de aço carbono,
sendo indicados para a retenção de detritos.
Fotografia 6-5 Cesto coletor de resíduos (PERMETAL,2002)
Sua instalação é feita sob a tampa (Fotografia 6-5) da boca de lobo, e a
limpeza é realizada periodicamente, através da remoção da tampa, retirada
do cesto para a descarga dos detritos e sua limpeza.
-
BOCA DE LOBO SEPARADORA DE LIXO
É um sistema ainda não utilizado no Brasil. Trata-se de um sistema de boca
de lobo que funciona através do conceito de força centrípeta.
Figura 6-1 Separador Centrípeto (fonte desconhecida)
27
O material e acarreado pela força de rotação e despejado na grade,
enquanto a água escoa pela lateral (Figura 6-1).
Em virtude da velocidade de escoamento que esse sistema proporciona, não
ocorre o entupimento, tornando-o muito eficiente para a captação do lixo
acumulado nas sarjetas. Além de possuir a vantagem de reter 80 a 90% de
óleos e graxas.
A manutenção é periódica, através da remoção do lixo acumulado no cesto.
-
TELAS DE MARGENS E/OU CERCAS VIVAS
São telas posicionadas nas margens de
rios e córregos com a finalidade de deter o
despejo de materiais nos leitos dos rios.
Essa proteção as margens também pode
ser feita através do plantio de pequenos
arbustos e cobertura vegetal.
O lixo que fica detido na cobertura vegetal
e/ou telas é retirado através da varrição da
Prefeitura (Fotografia 6-6).
Fotografia 6-6 Cobertura vegetal retém lixo (CARAHÁ,2002)
DIPOSITIVOS – UTILIZADOS NOS CORPOS D´AGUA
-
REDES DE CONTENÇÃO
São redes flutuantes dispostas sobre o leito dos rios, com a finalidade de
agrupar o lixo em suspensão.
28
A retirada desse lixo é feita através de maquinas tipo “draga” que fazem a
varredura do lixo acumulado nas redes. Essa limpeza é realizada antes e
após a ocorrência de chuvas de grande intensidade.
Fotografia 6-7 Rede de Contenção
Fotografia 6-8 Rede de Contenção- Detalhe
29
-
GRADES E TELAS SITUADAS NA ENTRADA DAS USINAS
Este sistema é composto por grades com a finalidade de reter resíduos
sólidos carreados pelo rio ou canal, material composto por garrafas, pneus,
pedaços de madeira, etc. impedindo que entrem na usina.
As grades que compõem o sistema possuem funcionamento pelo qual, o
material é retido e depois lançado nas margens, onde ficam até estarem
secos, para então serem removidos por um caminhão com destino aos
aterros. Este processo é feito periodicamente.
Fotografia 6-9 Gradeamento na Usina - Detalhe
Fotografia 6-10 Gradeamento na Usina
30
-
RESERVATORIOS DE RETENÇÃO
Os reservatórios de retenção ou piscinões tem como função reter os picos
de cheias dos córregos, regularizar as vazões para a jusante, evitando
inundações.
6.2 ARROIO NÃO É VALÃO – UM SISTEMA QUE DEU CERTO!
O "Arroio não é Valão!" é um programa de educação ambiental que busca a
conservação das margens dos arroios (rios), sua vegetação típica e taludes.
Foi criado para conscientizar a população que reside ao longo dos cursos
d’água. Tem a função de fazer a interação entre o homem e seu habitat,
onde a população tem responsabilidade sobre ambiente, tornando-se parte
importante do trabalho, pois a parceria é indispensável para a realização do
programa,
que
reúne
atividades
de
limpeza
e
conscientização
ambiental.(TURCK,1998).
O programa foi criado em 1994 pelo Departamento de Esgotos Pluviais
(DEP) de Porto Alegre, e desde sua implantação vem buscando o
aperfeiçoamento do trabalho operacional e educacional. Atua visando à
melhoria do ambiente e da qualidade de vida da população.
O "Programa Arroio não é Valão!" é coordenado pelo DEP com a
participação do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE),
Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Secretaria Municipal
da Saúde (SMS), Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM) e
Secretaria Municipal da Educação (SMED).
A existência de arroios no meio urbano não só é possível, como desejável,
pois melhora as condições ambientais e, por conseqüência, melhora a
qualidade de vida da população. Além de mostrar ao cidadão sua relação
31
direta com o ambiente em que vive, objetiva também prevenir situações de
risco, informando aos moradores sobre o tratamento das margens,
mantendo e aumentando a arborização, evitando focos de lixo e
minimizando a procriação de ratos, mosquitos e baratas.(TURCK,1998).
32
7 CONCLUSÕES
O estudo realizado nesse trabalho, possibilitou concluir que a poluição de
fonte difusa está relacionada diretamente às atividade desenvolvidas no
meio urbano que interage com o sistema de drenagem, e pode ter suas
características quanto ao grau de dano ao meio ambiente justificadas
através do adequado ou não processo dessa drenagem.
O sistema de drenagem está totalmente vinculado ao processo de
urbanização, que mesmo tendo normas e critérios para estabelecer o uso
adequado do solo urbano, ocorrem ocupações desordenadas que muitas
vezes pouco realiza deste procedimentos normalizados e muito menos
possue fiscalização de sua execução.
Portanto, pode-se concluir que, para minimizar ou mesmo acabar com os
problemas ocasionados pela poluição de carga difusa é necessário, antes
resolver os problemas relacionados ao planejamento adequado do uso do
solo urbano e sua interface com os sistemas básicos de drenagem.
Pode-se concluir também que a realização de programas de incentivo a
proteção do meio ambiente, os quais poderiam ter como foco a educação
ambiental da população, principalmente a de baixa renda, poderiam
contribuir para a redução ou mesmo eliminação dos danos ocasionados pela
descarga de lixo urbano nos corpos hídrico.
33
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36
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controle da poluição difusa em drenagem urbana