Bastos Tigre
Apresentar o mundo da poesia para as crianças
é a proposta principal deste livrinho. Para isso,
reunirá parte da obra do poeta recifense Bastos
Tigre (12 de março de 1882 - 2 de agosto de
1957). Conhecido por seu humor e irreverência,
o autor dedicou grande parte de seu trabalho ao
público infantil. Costumava abordar temas que
fazem parte do cotidiano da garotada, deixando
assim, sua obra mais interessante para o seu
público-alvo.
Por meio de textos encantadores e ilustrações
lúdicas, o livro reunirá cerca de 12 poesias
infantis.
OS DENTES
Devemos os nossos dentes
Zelar com o maior rigor.
Ser, com eles, negligentes
Causa sempre dissabor.
Deles tudo se remova
Que os possa prejudicar,
Limpando-os com água e escova
Pela manhã e ao deitar.
E toda atenção é pouca
No cuidá-los muito bem.
Se entra vida pela boca,
Entra moléstia também.
A cárie apenas começa?
Não se dê parte de fraco;
Vá-se ao dentista depressa
Que sempre a cárie é ‘um buraco’.
Dos dentes mantendo asseio
Podemos ficar contentes
Pois quase não há receio
De chorar com dor de dentes.
ADIÇÃO
Eu sou a Adição. Reúno
As parcelas e, afinal,
Como sou um bom aluno,
Depressa encontro o total.
Quatro mais cinco são nove;
Mais treze são vinte e dois
E se quiserem que eu prove,
A prova farei depois.
A mestra nunca se esquece
Desta regra nos lembrar:
Só coisas da mesma espécie
É que podemos somar.
Somando pêra e mamão
Uva, banana, e laranja,
Em lugar de uma adição
Uma salada se arranja.
MAS QUE PERGUNTA!
Oh! Que gente indagadeira!
Oh! Que gentinha curiosa!
Perguntam de tal maneira
Que fico, às vezes, furiosa.
- Quantos anos você tem?
- Quando é que vai para a escola?
- A quem você quer mais bem?
Com franqueza, isto me amola!
Que maçada! Inda outro dia,
Vovó perguntou-me assim:
- Queres mais bem a titia
Ou queres mais bem a mim?
Titia estava presente
E disse, a sorrir: - Loló,
Responde sinceramente
Se é a mim ou se a Vovó.
Eu ia dizer ... Não vê!
Respondi: - não é por mal,
Mas eu não digo, porque ...
Está pertinho do Natal ...
A CHUVA
- Mamãe! Que chuvinha enjoada!
Me deixou toda molhada,
Sapato, roupa e chapéu!
Não serve mesmo pra nada
Esta água que cai do céu ...
- Não digas tal, minha filha:
A chuva é u’a maravilha
Pois ela, molhando o chão,
Faz crescer a couve, a ervilha,
O arroz, o milho, o feijão.
A chuva, molhando a terra,
Cobre de flores a serra,
Amadurece o pomar,
E a semente que se enterra
A chuva é que faz brotar.
Por isso é que a chuva é boa
E a terra seca a abençoa ...
- Sim, Mamãe, compreendo bem.
Mas por que é que a chuva, à toa,
Cai nas calçadas também?
SOBRE O AUTOR
Manuel de Bastos Tigre (12 de março de 1882 - 2 de agosto de 1957)
foi um homem de muitos talentos. Nascido em Recife, formou-se em
engenharia, mas durante a vida exerceu vários papeis. Foi bibliotecário,
escritor, publicitário e humorista. Através dos livros e poemas eternizou
seu legado. Deixando um tesouro especialmente destinado às crianças.
OBRAS PUBLICADAS
Saguão da Posteridade. Rio de Janeiro: Tipografia Altina,
1902.
Chantez Clair. Rio de Janeiro : L. Ribeiro, 1926.
Versos Perversos. Rio de Janeiro, Livraria Cruz Coutinho,
1905.
Carnaval: poemas em louvor ao Momo. Rio de Janeiro, 1932.
O Maxixe. Rio de Janeiro : Tipografia Rabelo Braga, 1906.
Moinhos de Vento. Rio de Janeiro : J. Silva, 1913.
O Rapadura. Rio de Janeiro : Oficina do Teatro e Esporte,
1915.
Zig-Zag. Rio de Janeiro, 1926.
Poesias Humorísticas. Rio de Janeiro : Flores & Mário, 1933.
Entardecer. Rio de Janeiro, 1935.
As Parábolas de Cristo. Rio de Janeiro : Borsoi, 1937.
Getúlio Vargas. Rio de Janeiro : Imprensa Nacional, 1937.
Grão de Bico. Rio de Janeiro : Turnauer & Machado, 1915.
Uma Coisa e Outra. Rio de Janeiro : Borsoi, 1937.
Bolhas de Sabão. Rio de Janeiro : Leite Ribeiro e Maurillo,
1919.
Li-Vi-Ouvi. Rio de Janeiro : J. Olympio, 1938.
Arlequim. Rio de Janeiro : Tipografia Fluminense, 1922.
Fonte da Carioca. Rio de Janeiro : Grande Livraria Leite
Ribeiro, 1922.
Senhorita Vitamina. Rio de Janeiro : Sociedade Brasileira de
Autores Teatrais, 1942.
Recitália. Rio de Janeiro : H. B. Tigre, 1943.
Ver e Amar. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1922.
Martins Fontes. Santos : Sociedade dos Amigos de Martins
Fontes, 1943.
Penso, logo... eis isto. Rio de Janeiro: Tipografia Coelho,
1923.
Aconteceu ou Podia ter Acontecido. Rio de Janeiro : A Noite,
1944.
A Ceia dos Coronéis. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho,
1924.
Cancionário. Rio de Janeiro : A Noite, 1946.
Meu bebê. Rio de Janeiro : P. Assniann, 1924.
Musa Gaiata. São Paulo : O Papel, 1949.
Poemas da Primeira Infância. Rio de Janeiro : Tipografia
Coelho, 1925.
Sol de Inverno. Rio de Janeiro, 1955.
Brinquedos de Natal. Rio de Janeiro : L. Ribeiro, 1925.
Conceitos e Preceitos. Rio de Janeiro : A Noite, 1946.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Formato 13cm x 20cm
Número total de páginas 96 páginas
Capa Impressa em 4/0 cores no Cartão Supremo 300g com laminação
brilhante
Papel Miolo Impresso em 4/4 cores em Couché Fosco 150g
Tiragem 3.000 exemplares
SÃO PAULO
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Vila Madalena
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RIO DE JANEIRO
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