ARTIGO: ESTUDO DE UNIDADES DE PAISAGENS NA ÁREA DO MÉDIO
VALE DO PIQUIRÍ
Autores: Massoquim Nair Glória /Doutoranda da USP1, [email protected]
Azevedo Tarik Rezende de2
Eixo 7
Nº do 7695
RESUMO: O território que abrange o médio vale do Piquirí localiza-se na Mesorregião
Centro Ocidental Paranaense, mais precisamente na Região Sul do Brasil. A área de
estudo e composta de 6 municípios, conforme pode ser verificada na figura nº 1 (em
1,2,3,4,5 e 6 intrínsecos ao mapa). O município de Araruna por estar localizado em
98% no compartimento arenítico pertence ao Planalto de Umuarama. Os municípios
de Campo Mourão e Peabiru, apesar de uma pequena faixa na área de transição
para o arenito, são considerados do compartimento basáltico e pertencem juntamente
com Luiziana, Roncador e Iretama, ao Planalto de Campo Mourão. Esta área foi
escolhida para este estudo por representar uma transição nos aspectos da Fragilidade
Natural, ocupação e TUTs (tipos de uso da terra) e por fazer parte da área de Tese
de doutorado em desenvolvimento. O objetivo foi o estudo das fragilidades e usos
desse território representada por meio de um Mapa em Unidades de Paisagem,
visando fins de planejamento para uso agrícola. A pesquisa foi elaborada a partir de
modelos apresentados na disciplina “PAISAJES Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO:
Teoría y Practica”, ministrada pelo Prof. Dr. Eduardo Salinas Chaves (2008) e será
representada por meio de concepções teóricas conceituais da importância do estudo
da paisagem para fins de planejamento. Na elaboração da pesquisa relizou-se
trabalhos práticos, na área, por meio de: estudos de campo, análise de mapas de
Fragilidade Natural e tipos de usos TUTs. O método escolhido foi o analítico teórico e
empírico, o modelo em Unidades de Paisagem, as técnicas a partir de estudo de
campo com confecção de Mapas Temáticos, perfis geoecológicos e topográficos, os
materiais, papel milimetrado, lápis de desenho e pintura, réguas, GPS, mapas e
imagem de satélite para termos comparativos. O resultado é a representação da
região de estudo foi feita por meio da confecção de um Mapa em Unidades de
Paisagem, figuras nº5 e 6, resultante dos mapas temáticos das fragilidades naturais.
MAPA nº - 1. Localização da área de pesquisa no Paraná
1
2
Doutoranda em Geografia da USP - Linha de Pesquisa - Climatologia.
Orientador, Professor. Dr. Do Departamento de Geografia da USP - SP.
2
1 - INTRODUÇÃO
Ao trabalhar a área de pesquisa dentro de Unidades de Paisagem, antes fazse necessário tecer algumas considerações sobre o termo paisagem. Para
Bertrand (2004, p. 141). “Paisagem” é um termo pouco usado e impreciso, e
por isto mesmo, cômodo, que cada um utiliza a seu bel prazer, na maior parte
das vezes anexando um qualificativo de restrição que altera seu sentido
“paisagem vegetal”, etc”. Acredita-se que Isso ocorre porque há uma
necessidade na busca da exatidão, então as denominações como: Paisagens
vegetais; paisagens morfológicas, paisagens agrárias ou urbanas. Quando isso
pode ser discutida
Para Venturi (2008, aula expositiva) O Termo é indefinido porque, “paisagem é
ao mesmo tempo um conceito, mas também uma categoria de análise”. É uma
categoria na medida em que eu vou ler a paisagem como resultante da
interação dos seus componentes (Litológicos, geomorfológicos, pedológicos,
climáticos e biogeográfico e antrópico), tenho que ler as partes para ver como
se relaciona o todo.
Na concepção da Geografia física, especialmente no Método Geossistêmico a
paisagem é assim definida:
“Paisagem não e uma simples adição de elementos geográficos disparatados.
É, numa determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica,
portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo
dialeticamente uns sobre os outros fazem da paisagem um conjunto único e
indissociável, em perpetua evolução” (BERTERAND 1968, p. 251, apud 2004,
p.141).
3
Já a concepção de paisagem para a geografia humana esta mais ligada a
Paisagem Cultural, numa abordagem condizente ao método fenomenológico ou
da percepção, portanto conforme essa abordagem:
“El Paisaje Cultural es así una imagen sensorial, afectiva, simbólica y material
de los territorios Esta definición incluye e incorpora los conceptos de paisaje
visual, de paisaje percibido y de paisaje valorizado (Beringuier y Beringuier,
1991, apud Salinas 2008)”.
Para Passos (2000), apud Salinas (2008) não se referindo a essa dicotomia e
apenas a abordagem da temática paisagem, diz:
El paisaje se sitúa en el contacto entre los hechos naturales y los de la
ocupación humana, también entre los objetos y los sujetos que los perciben y
actúan sobre ellos. El paisaje se encuentra en la interfase entre la Naturaleza y
la Sociedad.(Passos, 2000). El paisaje es la traducción concreta de un
geosistema, de un ecosistema humano y de un espacio geográfico (Salinas,
2008).
Salinas em estudos anteriores se referia a paisagem dessa forma :
“El paisaje es una configuración geográfica referida siempre a un espacio
concreto que adquiere singularidad por la peculiar organización que presenta
de los hechos naturales, y de estos con los humanos”. Atualmente com as
mudanças nas concpções teóricas Salinas (2008) diz: O estudo de “la paisaje
esta bastante aceptado en la actualidad y divulgada la concepcion del paisaje
como fundamento de la planificación y gstion de los teritorios”.
É nessa perspectiva do autor, que se quer apresentar a paisagem na área de
estudo, não sem antes dizer, que apesar de seu espaço temporo/espacial
definido e concreto pertence a uma unidade muito maior que se da a partir de
um prolongamento de aspectos paisagísticos do Estado do Paraná e
mesorregião (MAACK, 1968). Em que do ponto de vista litológico faz parte da
composição dos mesmos dois compartimentos: O compartimento litológico do
grupo São Bento da formação Serra Geral e o do Grupo Bauru da formação
Caiuá.
Dos Municípios que fazem parte desses, Araruna pertença praticamente ao
compartimento do arenito, Campo Mourão e Peabiru fazem transição e os
demais município pertence totalmente ao compartimento de Basalto (conforme
figura nº 2), 0 compartimento litológico de maior proporção na área de estudo
e o Grupo São Bento da formação denominada de Serra Geral, este é
constituído predominantemente de rochas Ígneas intrusivas em estrutura de
diabásio e basaltos (originadas pelo derrame de trapp, composto de lavas
vulcânicas básicas e intermitentes - ocorridas sobre um ambiente desértico –
arenoso - nos períodos Jurássico e Cretáceo da Era Mesozóica), do ponto de
vista geomorfológico o relevo é composto por patamares e mesetas estrutura
formada ao longo dos vales das bacias dos Rios: Sem Passos, do Campo e
Mourão. A partir da decomposição de rochas ígneas (basalto, diabásio e gabro)
4
e influência de ação do clima tropical com chuvas constantes, originaram-se
solos bem desenvolvidos em significativa parte da área em que apresentam-se
os Latossolo eutroférico e em menor proporção os Litossolos ou Neossolos
Litólicos e Rigossolos.
O segundo compartimento pertence ao grupo Bauru da formação Caiuá, de
estrutura geológica arenítica que deu origem a um tipo de relevo que
geomorfológicamente podem ser vislumbradas pelas unidades de relevo que
se constituem por chapadas e colinas suaves, desenhadas em solos arenosos
formados da decomposição dos arenitos. Os solos na maior parte desse
compartimento são bem desenvolvidos, considerados solos de transição são
classificados como, Latossolos eutroférico/distroféricos e em menor proporção
encontra-se os Solos cambicos ou cambissolos.
Figura nº 2 – Compartimentos Litológicos/Geológicos
A formação hídrica, especialmente neste recorte espacial, se diferencia
conforme a estrutura geológica, da área de basalto para a do arenito. Em razão
da própria formação litológica, os rios e mesmo a bacia de maior
expressividade se localiza na área do basalto e perde sua expressividade na
medida em que os cursos vão para a área do arenito com presença de rios de
menor extensão, particularmente na área de estudo. A vegetação também se
diferencia na medida em que seguem para as áreas de arenito, bem como a
ocupação e estrutura sócio-econômica, isso se deve em parte às condições
climáticas que apesar da homogeneidade no tipo de clima, apresenta
5
variabilidade térmica e pluviométrica na distribuição (diferenças no ritmo) de um
compartimento a outro.
Para Salinas (2009) “Mas importante que las fomaciones geológicas y su edad
son en el estudio del paisaje como bien señala Ud. el análisis de la litología
predominante pues esta define los patrones de escurrimiento( incluyendo
disección vertical y horizontal) el relieve, los suelos por su composición
mineralogica y propiedades físicas y químicas de los mismos [...].
Este artigo se compõe de 4 Itens, considera-se o primeiro (1º) como sendo a
Introdução em que se aborda alguns aspectos teóricos metodológicos de
encaminhamento do artigo. O segundo (2º) item que é referente ao Método,
técnica e materiais de uso, para a construção do artigo a parte (2.1) que
aborda o encaminhamento metodológico para o desenvolvimentos da
pesquisa,o terceiro (3º) discorre sobre os resultados e discussões necessários
na análise da pesquisa e o último (4º), a Conclusão.
2 - METODO e MATERIAIS
Conforme se enfatizou, em resumo, o método utilizado para esta pesquisa é o
teórico analítico e empírico, o modelo é em Unidade de Paisagens (SALINAS,
2008); o método partiu de uma abordagem segundo um referencial teórico de
varias literaturas conceituais de paisagem dentre elas: Bertrand (1969, 1971 e
2007). Correa (1999 e 2004) Mateo Rodrigues (2004) Passos (2000), Salinas
(2008) e Venturi (2008) nas quais se buscou unir neste trabalho a análise
teórica à aplicação prática. A construção dessa prática se da por meio do uso
das técnicas de campo com fotografias de tiragem, elaboração de mapas t
emáticos e confecção de perfis topográficos, manuais, para a representação
das fragilidades naturais (climáticos, geológicos, de relevo, pedológicos,
hídricos, vegetacional ) e, sócio-econômicas (ocupação e tipo de uso da terra)
com agricultura e pecuária. Os recursos materiais utilizados são: papel vegetal,
milimetado, lápis de desenho e pintura, réguas, cartas topográficas, fotografias
aéreas, mapas de ocupação da área - GPS, maquina fotográfica e imagem de
satélite, para termos comparativos. Buscando entender melhor a dinâmica da
paisagem, alguns dados foram buscados em fontes primárias em órgãos como;
IBGE3, DERAL4, SEAB5, ECPCM6 e em Prefeituras dos Municípios abordados.
2.3 - ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Decidido o material e método aborda-se os procedimentos operacionais para o
desenvolvimento e análise dos mapas temáticos e de tipo de uso da terra
originando o Mapa de Unidades de Paisagem, na verdade o que se denomina,
segundo Salinas (2008), “Cartografia de Las Unidades de Paisaje”, em que
pode-se analisa as paisagens de forma geral, segundo uma seqüência
metodológica
para diferenciar, classificar e cartografar as paisagens em:
3
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
DERAL – Departamento de Economia Rural.
5
SEAB – Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
6
ECPCM – Estação Climatológica Principal de Campo Mourão.
4
6
Classes, Tipos, Grupos e Espécies. Nesse estudo analisa-se apenas em
Clases, Tipos Grupos, segundo os seguintes índices diagnósticos:
Para as Classes de Paisagens, os Índices diagnósticos escolhidos foram a
Litologia e geomorfológia, que conforme a figura 2 divide-se em dois
compartimentos (o arenítico/basáltico), com altitudes que vão de 300 a 770
metros s.n.m.
.
Para os Tipos de Paisagens os Índices diagnósticos escolhidos foram – o
tipo de clima predominante e um tipo de vegetação zonal correspondente. Na
área de estudo foi selecionado o tipo de Clima Subtropical-úmido a
mesotérmico e Floresta Subtropical: Ombrofila Mista Montana e Estacional
Semidecidual com “manchas” de Vegetação de Cerrado.
Para os Grupos de Paisagens, os índices diagnósticos escolhidos foram - de
Relevo em rochas de origem magmática denominado de derrame de trapp
(magma por fissuras), que deu origem a uma estrutura de relevo em
patamares e mesetas e relevo em rochas areníticas de origem eólica
(paleoclima) com presença de chapadas e colinas suaves. As cotas de altitude
vão de 300 a 770 metros e declividade (piententes) de 0% a 40%, conforme
pode-se observar na tabela 1. Os solos originados dessa composição do tipo
Latossolos distroféricos/eutrofericos, (solos bem desenvolvidos), Litossolos
(solos rasos) em afloramento de basalto e Latossolos distroférico e cambisolos
na presença de arenito, a vegetação de Floresta Estacional Semidecidual e
Ombrófila Mista e manchas de vegetação mais rala de cactacea e “ilhas” de
Cerrado.
O complexo Litológico da área de estudo é parte do compartimento do Grupo
São Bento da Formação Serra Geral, de transição para o grupo Bauru da
Formação Caiuá, formado por rochas Ígneas, de origem magmática, basaltos e
diábases e de origem eólica arenitos e siltitos. O uso da terra em geral e
composto de pecuária de bovinos (gado de leite e de corte), agricultura
intensiva de capital (soja, milho, trigo e mandioca) em menor proporção café e
cana-de-açúcar, algumas dessas são cultivadas para subsistência.
A partir do estudo da paisagem em Classes, tipos e grupos com seus índices
diagnósticos foi possível elaborar o mapa de unidades de paisagem com tipo
de uso da terra.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a realização do estudo da composição, evolução e construção da
paisagem e involução do quadro natural, utilizou-se dos recursos disponíveis já
elucidados no item materiais, métodos e procedimentos metodológicos. Por
meio desses recursos verificou-se, especialmente os aspectos físicos, aqueles
passíveis de serem identificados, redes de drenagem, topografia do terreno,
ocupação agrícola, disposição das propriedades. Sobre esse tipo de estudo,
Bertrande (1968), apud Ribeiro (1989, p. 6) diz: “A representação cartográfica
da paisagem exige um inventário geográfico completo e relativamente
detalhado. O essencial do trabalho se concentra no terreno: levantamentos
7
geomorfológicos, pedológicos e fitogeográficos, exame das águas superficiais,
observações meteorológicas e elementares, inquéritos sobre o sistema de
valorização econômica”.
As imagens cartográficas sejam por meio de cartas topográficas, seja por fotos
e mapas, nos deram uma visão da representatividade da paisagem, seus
diferentes aspectos, para a elaboração da análise. Contudo à medida que se
promoveu o avanço tecnológico facilitou o acesso a outros meios bastante
sofisticados no estudo da paisagem como o caso do uso de Imagem de
Satélite que limitou o uso de fotografias aéreas. Com o uso de imagens de
satélite a confecção de mapas e as fotografias de tiragem, também foi possível
fazer um parâmetro dos diferentes tipos de paisagem que compõe a área de
estudo. Para esse detalhe chama-se a atenção quanto a paisagem
vegetacional que além de outras, esta bem representada no Mapa da figura
nº10, esta figura merece ser explorada, não só pela mostra da localização da
área de estudo no estado do Paraná e a Mesorregião, mas porque representa
por meio de pontos ligados a um transeto (Trol, 1950), a localização de vários
ecótopos (na mostra das fotografias de tiragem mescladas com recortes de
Imagens de Satélite) como amostras de diferentes unidades de paisagem.
Ainda conforme Mapas das figuras 1 e 2, pode-se observar a condição dos rios
que seguem a linha de drenagem dependendo da Litologia, hipsometria e
declividade, portanto, a topografia do relevo. Por uma condição geológica e de
altitude os rios vão talhando os vales mais profundos na área de planalto mais
elevado, na estrutura de basalto e deslocam-se dessas para os planalto menos
elevado na região dos arenitos. Fora da área de estudo, os rios seguem a
mesma trajetória ate sua desembocadura na Bacia do Rio Paraná. A
vegetação é formada por áreas de transição entre Florestas mais exuberantes
e vegetação de menor porte, ramificação tortuosa e mais rala, como exemplo
as “manchas” de Cerrado, cujo aspecto é atribuído ao clima de Eras passadas
(paleoclima – solos formados em ambiente desértico - no Quaternário
Antigo).
Quanto à exploração econômica da Terra, as áreas de solos de basalto
possuem uso bastante diferenciada sendo, pecuária, agricultura intensiva e
lavouras de subsistência, na área do arenito a produção também é dessa
forma, porem com menor limitação em razão das condições do solo e do clima,
que embora considerado responsável pela formação de solos profundos pela
ação do intemperismo químico e biológico, também é responsável pela
lixiviação, assoreamento e evapotranspiração mais rápida no solo de arenito.
Apesar de satisfatória a distribuição dos índices pluviométricos e das médias
térmicas (figura 3 e 4), ha
variabilidade (chuvas mal distribuída),
especialmente no outono inverno, a falta de chuvas deixam marcas profundas
na paisagem regional. Na figura ainda pode-se avaliar a diferença na
distribuição desses elementos da região do arenito para a de basalto,
Mapa nº 3 – Índice Pluviométrico da Região do Médio Vale do Piquiri
8
Mapa nº 4 – Médias Térmicas da Região do Médio Vale do Piquiri
Ao se analisar as unidades morfológicas, a primeira etapa foi a representação
da região em Classes de Paisagem em que fez-se a superposição de 2
mapa, o de declividade e o altimétrico. Para o mapa altimétrico, se utilizou os
intervalos segundo as seguintes cotas de altitude:
• 300 - 400 m
9
• 400 - 500 m
• 500 - 600 m
• 600 - 700 m
• > 700 m
Para a declividade, tomou-se como critério os intervalos que se considerou
mais significativos.
0° - 5°
5° - 10°
10° - 20°
20° - 30°
> 30°
Tabela 1 - Sobreposição da carta Altimétricas e de Declividade
Em Km²
0 - 5%
5 – 10%
10 - 20%
20 - 30%
> 30%
150
120
50
20
60
300 -400m
130
260
300
50
40
400- 500m
600
50
35
50
30
500 -600m
650
50
30
05
05
600 -700m
100
10
05
03
00
> 700 m
Observou-se a predomínancia das altitudes de 500 a 800 m. e as declividades
de 0 a 5%., representando aproximadamente 51% da área de estudo. Ainda
com relação à declividade, faz-se uma legenda explicativa para os números
1,2,3,4,5 e 6, contidos na figura, procedimento necessária para compor o
Mapa de unidade de paisagem ( Figura - 5).
1 - Planalto de Umuarama (Planalto Baixo), depósitos aluviais, em rochas
sedimentares com presença de colinas em relevo suave.
2 - Planalto de transição em relevos suave a ondulado com presença de
chapadas e colinas em rochas sedimentares e transição para ternos em rochas
Ígneas (basalto).
3 - Planalto de Campo Mourão (Planalto Médio), declividade baixa (300 a
500m.s.n), à média (500 a 700m.s.n) e presença de patamares e mesetas em
estrutura de rocha ígneas.
4 - Vertente em rocha ígnea, com declividade média a alta (de 20% < e mais) e
presença de afloramento de basalto.
A analise dos mapas climático (figuras 3 e 4), foram feitas a partir de sua
variação térmica e pluviométrica com dados climáticos extraídos da Estação
Climatológica Principal de Campo Mourão, em convenio com o Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET), localizada no centro da área de estudo.
A partir da análise dos Mapas de declividade, de relevo, da variabilidade
térmica e pluviométrica, para compor o mapa de Unidade de Paisagem, foi
necessária ainda a análise de outros Grupos de paisagens individuais,
confrontando geologia (figuras 2), solos, vegetação e tipos de usos.
Mapa 5 – Unidades de Paisagem
10
A região de pesquisa gerou um mapa com 6 unidades de paisagem sendo
duas delas, apesar de dissociadas, de aspectos semelhantes, conforme
análise no itens que seguem:
1 - PLANALTO BAIXO (300 a 500m)
1.1 - Planalto de Umuarama (Unidade de Araruna), é zona de transição em
estrutura geológica arenítico/basáltica, terrenos com declividade baixa a média
e rochas do tipo arenitos e transição para o basalto. O clima não só dessa
unidade, mas de toda as outras, é do tipo Subtropical em que se concentra o
menor índice pluviométrico com períodos de escassez, a temperaturas é mais
elevadas com verões quente a muito quente. Os solos são do tipo Latossolo
vermelho Eutroférico/Distroférico e Cambissolos (em relevo de estrutura
cruzada). A vegetação é de transição do tipo Floresta Estacional Semidecidual,
Ombrófila Mista, Vegetação de Cerrado e mata secundária, o uso do solo é
para agricultura. Podria quizas simplificarse algo este nombre de la unidad o
darle un nombre local entre parentesis para su reconocimiento mas facil)
1.2 - Unidade com declividade média (10 a 20%), com distribuição de
precipitação normal e temperaturas agradáveis com média anual de 1400 a
1500mm anuais, rochas basálticas, solos de transição entre Latossolo
Vermelho Eutroférico a Distroferrico e presença de Neossolos Litólicos
Eutroféricos, a vegetação é de Floresta Estacional Semidecidual e Mata
secundária, o uso e agrícola e hortifruti.
2 - PLANALTO MÉDIO ( 500 a > 700m)
11
2.1 declividade baixa, terrenos quase planos,embasamento de rochas ígneas
com presença de afloramento de basalto em pequenos pontos. O clima e de
chuvas bem distribuídas e a temperatura é suave a quente, os solos são do
tipo Latossolo Vermelho Eutroférico a Distroférico e presença de Neossólos
Litólicos Eutroféricos e Neossólos vermelhos Distroféricos. A vegetação é
composta por Floresta Estacional Semidecidual, Ombrófila Mista e de transição
o uso e pecuária, agrícola e granjas de aves e suínos.
2.2- Unidade com declividade média, com o menor índice de precipitação na
linha de transição, rochas do tipo basalto temperatura com médias térmicas
anuais quente, solos do tipo Latossolo Vermelho Eutroférico e Neossólos
Litólicos Eutroféricos. Quanta a vegetação e de Floresta
Estacional
Semidecidual, Ombrófila Mista o uso é agrícola.
2.3, – Unidades de declividade baixa, com presença de rochas de basalto e
arenito, clima suave a quente e chuvas de normal a abaixo do normal. Solos do
tipo Latossolo Vermelho Eutroférico e Latossolo Vermelho Distroférico, a
vegetação é de Floresta Estacional Semidecidual com manchas de Cerrado. O
uso e urbano (asientamiento) e agrícola.
3. VERTENTE DO BAREIRO DAS FRUTAS ( 300 a 400 m)
3.1 - Com declividade média, zona de depósitos aluviais residuais sobre rochas
ígneas, os Solos do tipo Latossólos Vermelho Eutroféricos e Neossólos
Litólicos ou Litossolos de estrutura rasa praticamente sem o horizonte B
textural, apresentando afloramento de rochas do tipo basálticas, vegetação de
transição do tipo Floresta Estacional Semidecidual e vegetação de Cerrado,
uso agrícola, pecuária, culturas de subsistência e hortifruti.
TABELA Nº 1
U. P
Avaliação d
Fragilidade
1.1
1.2
2.1
2.2
2.3
3.1
1
UNIDADE DE PAISAGEM AVALIAÇÃO DA FRAGILIDADE
Grau de Instab.
Grau de
Capacidade de
Declividade
Do Relevo
Erodibilidade
Regeneração. da
Vegetação
3
4
3
2
2
2
4
2
2
1
4
2
2
1
3
3
2
2
3
1
4
3
3
4
Fragilidade
3
2
2
3
1
4
- muito baixa, 2 - baixa, 3- média, 4 alta, 5 - muito alta
Nesta tabela no item 1.1, todos os indicadores apontam para uma sensibilidade
maior nessa unidade de paisagem, tanto a fragilidade quanto a instabilidade de
relevo são medias, apesar da baixa declividade há uma erodibilidade alta, isso
ocorre porque a área é constituída por terrenos frágeis com solos arenosos
friáveis, expostos, pela retirada da vegetação. Outro ponto também de
instabilidade e fragilidade encontra-se na unidade 3.1, embora isso seja
acondicionado pelo mesmo processo (retirada da Vegetação), os solos ao
contrario daqueles, arenosos, são argilosos, mas rasos (litossolos e
12
rigossolos), praticamente sem horizonte “B” textural, em relevo de declividade
alta > entre 20 a < de 30%.
TABELA N° 2
Unidade de
Paisagem
1.1
1.2
2.1
2.2
2.3
3.1
APTIDÃO NATURAL DA PAISAGEM PARA GRICULTURA
Viabilidade
Naural
Viabilidade
Viabilidade
ambiental
sócioeconomica
técnica
Financeira
BAIXA
MÉDIA
MÉSIA
BAIXA
BAIXA
ALTA
ALTA
BAIXA
ALTA
ALTA
ALTA
BAIXA
ALTA
ALTA
ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
ALTA
BAIXA
MÉDIA
BAIXA
BAIXA
ALTA
Total
BAIXA
BAIXA
ALTA
ALTA
ALTA
BAIXA
TABELA Nº 3 –
UNIDADE DE PAISAGEM COMPATIBILIDADE DE USO DA TERRA
Unidade de
Uso Atual
Proposta de Uso
Conflitos
Paisagem
1.1
Agricultura mecanizada,
Agricultura, Agr. permanente,
Presente
e pecuária intensiva
pecuária, florestamento e conser.
1.2
Agricultura mecanizada
Agricultura, pecuária e granjas
Ausente
2.1
Agricultura Mecanizada, Agricultura Mecanizada, Pecuária,
Ausente
Pecuária e Granjas
Granjas e conservação
2.2
Agricultura mecanizada Agricultura, pecuária preservação
Ausente
2.3
Agrícola e Urbano
Agricultura, urbanização e
Ausente
preservação
3.1
Agricultura e pecuária
Pecuária e conservação
Presente
Fonte: Mapa nº 12
Na figura nº 6 observa-se a distribuição de alguns ecótopos, representando a
diversidade da paisagem, especialmente a de cobertura, bem como, um perfil
com as devidas localizações.
Figura nº 6
APRESENTAÇÃO DE ECOTOPOS NOS RECORTES DAS UNIDADES DE PAISAGEM
13
4 – CONCLUSÃO
Esse trabalho proporcionou um conhecimento da prática (que antes se via
muito dissociada da teoria), com possibilidade de uso de diferentes técnicas
auxiliadas pelo professor Salinas (2008), desde as mais simples, manuais, em
que elaborou-se os Mapas, até as elaboradas com o uso de técnicas
computacionais e ferramentas como GPS, SIG, mescladas às Imagens de
Satélite. Averiguou-se que com técnicas simples é possível elaborar bons
trabalhos de planejamento. Nossa região ainda não tem ( em publicação)
Mapas Temáticos em escala regional (grande escala), por isso a dificuldade
maior no uso de algumas técnicas de representação das fragilidades naturais.
Portanto os mapas temáticos (para a análise da paisagem) na área de estudo
tiveram que ser elaborados a partir de mapas em escalas menores
contemplando grandes unidades, considerado-se um dos maiores desafios,
mas de grande valia como experiência na elaboração dessa pesquisa. Com a
confecção dos mapas temáticos foi possível analisar os atributos mais
significativos da área de pesquisa até a elaboração do Mapa de Unidades de
Paisagem, apoiado em tabelas de análise do tipos de usos da terra e as
prováveis áreas conflitivas. Lembrando ainda que se esta no início de
pesquisas dessa natureza, as abordagens nessa temática, em nossa área são
muito discutidas teoricamente, mas, na prática, pouco aplicadas. A partir dos
estudos e trabalhos de pesquisas, buscar-se aprimorar mais as técnicas
visando enriquecer o conhecimento com a busca de novas experiências para
fins de pesquisas aplicada na região de estudo.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
14
BERTRAND, G. << Paysage et géographie globale: esquisse methodológique.
>>, Revue géographique dês Pyrrénées et du Sud-oueste, vol. 39, 3: 249-272, 3 fig., 2
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ARTIGO: ESTUDO DE UNIDADES DE PAISAGENS NA ÁREA DO