Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
APRESENTAÇÕES ORAIS
AO-01 - CHLAMYDIA TRACHOMATIS E NEISSERIA
GONORRHOEAE EM SÍTIOS EXTRAGENITAIS –
AMPLIANDO O DIAGNÓSTICO EM HOMENS
INFECTADOS PELO HIV. EVELINE XAVIER PEREIRA
DE SOUZA, ANA GABRIELA ÁLVARES TRAVASSOS,
ISABELLA
PEREIRA
DA
NÓBREGA,
TATIANA
HAGUIHARA, CAMILA DA SILVA CENDON DURAN, EDA
MARIA VINHAES DANTAS, FABIELLE DE OLIVEIRA
ROCHA DE BRITO, JULIA MARIA DE OLIVEIRA
NEUMAYER, KAREN ABBEHUSEN, KARINA ADAMI,
NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA, PATRÍCIA ALMEIDA,
SHEYLA FERNANDES, FÁBIO BARRETO, EDUARDO
NETTO, CARLOS BRITES - CENTRO ESPECIALIZADO
EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA
(CEDAP)
Introdução: Infecções sexualmente transmissíveis
por Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae
(NG) são predominantemente assintomáticas, mas podem
estar associadas a epididimite, uretrite, proctite e prostatite.
Pessoas vivendo com HIV/AIDS estão em maior risco de
adquirir essas infecções e estas, por sua vez, estão
relacionadas ao aumento da transmissão do HIV através de
relações sexuais. Ainda são escassos os dados sobre a
prevalência de CT e NG em sítios extragenitais. O objetivo
deste estudo é identificar a prevalência de infecção anogenital
por CT e NG em homens HIV+ e fatores de risco associados.
Métodos: Estudo transversal, realizado com 105 homens
infectados pelo HIV assistidos pelo Serviço de
Coloproctologia do Centro Especializado em Diagnóstico,
Assistência e Pesquisa (CEDAP) no período de junho de 2013
a maio de 2014. A pesquisa por CT e NG foi realizada através
de PCR (Cobas Amplicor Test CT/NG®) em amostra de urina
e escovado anal, ambos obtidos durante o atendimento
médico, independente de presença de sinais e sintomas. Dados
sócio-demográficos e clínicos foram obtidos através de
questionário padronizado.
Resultados: Infecção por algum dos patógenos investigados
foi encontrada em 13.3% das amostras(14/105). CT foi
identificada em 5.7%(6/105) das amostras de ânus e em
1.0%(1/105) de urina. NG foi identificada em 5.7% (6/105)
em ânus e em 1.0%(1/105) de urina. Não houve infecção nos
dois sítios concomitantemente. A média de idade é 37.8 anos
(+- 9.4), o início da vida sexual aos 14.9 anos (+- 3.7), a
média do tempo de diagnóstico do HIV destes pacientes é de
205 meses, com 88.6% (93/105) em uso de antiretrovirais.
Entre os pacientes, 77.1%(81/105) são pardos ou negros,
69.5%(73/105) são solteiros, 77.1%(81/105) tem ensino médio
completo. Uso de álcool é referido por 73.3%(77/105), uso de
drogas ilícitas por 20.2%(21/104) e tabagismo por
16.2%(17/105). Quanto à prática sexual, 29.5%(31/105)
relataram relação apenas com homens, 13.3%(14/105) apenas
com mulheres e 57.1%(60/105) com ambos os sexos. Sexo
anal receptivo foi relatado por 79%(83/105) dos pacientes.
81%(85/105) referiram história prévia de DST. Fissura anal
foi relatada pelo paciente em 29.1%(30/103) e identificada
pelo médico em 34.4%(35/102) das avaliações. Nenhuma
queixa ou alteração ao exame clínico foi associada à presença
de infecção. História prévia de DST (p=0.051) e sexo anal
receptivo (p=0.039) estão associadas à presença de infecção.
Discussão: A investigação de CT e NG em homens é feita nos
sintomáticos. Os estudos populacionais trazem uma
prevalência de 2-9% de CT e 1-3% de NG. Observamos que
86% dos diagnósticos teriam sido perdidos se apenas a
triagem urogenital tivesse sido realizada.
Conclusões: A prevalência das infecções por CT e NG em
pessoas vivendo com HIV é alta em relação à população geral.
As infecções em sítios extragenitais assumem grande
importância na transmissão do HIV e a investigação
diagnóstica destas não deve ser neglicenciada.
AO-02
INFECÇÕES
SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS EM SÍTIOS EXTRAGENITAIS EM
MULHERES INFECTADAS PELO HIV. JULIA MARIA
DE OLIVEIRA NEUMAYER, ANA GABRIELA ÁLVARES
TRAVASSOS, ISABELLA PEREIRA DA NÓBREGA,
TATIANA HAGUIHARA, CAMILA DA SILVA CENDON
DURAN, EVELINE XAVIER PEREIRA DE SOUZA,
FABIELLE DE OLIVEIRA ROCHA DE BRITO, EDA MARIA
VINHAES DANTAS, KAREN ABBEHUSEN, KARINA
ADAMI, NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA, PATRÍCIA
ALMEIDA, SHEYLA FERNANDES, FÁBIO BARRETO,
EDUARDO
NETTO,
CARLOS
BRITES.
CENTRO
ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E
PESQUISA (CEDAP)
Introdução: Chlamydia trachomatis (CT) e
Neisseria gonorrhoeae (NG) são responsáveis pelas infecções
sexualmente transmissíveis bacterianas (ISTB) mais comuns
em todo o mundo. Em pessoas infectadas pelo HIV, leva ao
aumento da carga viral genital do HIV e risco de transmissão
sexual (TS) e vertical (TV). Ainda são escassas as
informações sobre infecção por CT e NG em sítios
extragenitais. Este estudo objetiva avaliar a prevalência de
infecção anogenital por CT e NG em mulheres HIV+, e
identificar fatores de risco associados.
Métodos: Estudo transversal, realizado com 295 mulheres
HIV+ acompanhadas no Centro Especializado em
Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP) entre
setembro/2013 e maio/2014. A pesquisa por CT e NG foi
realizada através de PCR (Cobas Amplicor Test CT/NG®) em
escovado endocervical e anal coletados durante o atendimento
médico de rotina. Questionário padronizado foi utilizado para
coleta de dados sócio-demográficos.
Resultados: Infecção por algum dos patógenos foi encontrada
em 6.8%(20/295) das amostras. CT foi identificada em
5.1%(15/295) das amostras de ânus e em 3.7%(11/295) de
endocérvice. NG foi identificada em 0.7%(2/295) em ânus e
em nenhuma de endocérvice. Ocorreu 1 coinfecção CT e NG
em amostra de ânus (0.3%). Houve 2.4%(7/295) de infecções
nos dois sítios concomitantemente, com 6 coinfecções por CT
e 1 infecção por NG em ânus e CT em endocérvice. A média
de idade é de 37.8 anos(+-10.9), início da vida sexual aos 16.4
anos(+- 3.4), a idade da 1ª. gestação foi aos 19.4 anos (+-4.7),
média do tempo de diagnóstico do HIV destas pacientes é de
230 meses, com 82.4%(243/295) em uso de antirretrovirais.
Entre as pacientes, 47.1%(139/295) são casadas ou convivem,
9.2%(27/295) nunca engravidaram e 10.5%(31/295) estavam
gestantes no momento da coleta. Uso de álcool é referido por
53.2%(157/295), uso de drogas ilícitas por 9.5%(28/295).
97.6%(288/296) relataram relação sexual apenas com homens,
0.3%(1/295) apenas com mulheres e 2.0%(6/295) com ambos
os sexos. Sexo anal receptivo foi relatado por 62.4%(184/295)
das pacientes. 49.2%(145/295) referiram história prévia de
DST. Cervicite ao exame clínico (p=0.041), estar gestante no
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
momento da coleta (p=0.003) e idade <=30 anos (p=0.001)
estão associadas à presença de infecção.
Discussão: A presença de infecções assintomáticas em região
anal traz um aumento de TS destes patógenos e do HIV. O
desconhecimento e questões culturais mantem as mulheres
expostas a IST através de relações anais sem uso de
preservativo. A investigação quanto a práticas sexuais
desprotegidas, incluindo o sexo anal, ainda precisa ser
ampliada.
Conclusões: O diagnóstico de ISTB em sítios extragenitais
precisa ser incluído nos protocolos de seguimento de mulheres
infectadas pelo HIV, especialmente durante a idade fértil e o
período gravídico-puerperal. O tratamento precisa ser
instituído em tempo oportuno visando a redução destas
infecções e prevenção da transmissão sexual e vertical do
HIV.
AO-03 - PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) EM
MULHERES
INFECTADAS
PELO
HIV
ACOMPANHADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA
EM SALVADOR – BAHIA. CAMILA DA SILVA CENDON
DURAN, ANA GABRIELA ALVARES TRAVASSOS,
ISABELLA
PEREIRA
DA
NÓBREGA,
TATIANA
HAGUIHARA, EDA VINHAES, EVELINE XAVIER PEREIRA
DE SOUZA, FABIELLE DE OLIVEIRA ROCHA DE BRITO,
JULIA MARIA DE OLIVEIRA NEUMAYER, KAREN
ABBEHUSEN, KARINA ADAMI, NATHÁLIA ARAÚJO
LISBÔA, PATRÍCIA ALMEIDA, SHEYLA FERNANDES,
FÁBIO BARRETO, EDUARDO NETTO, CARLOS BRITES.
CENTRO
ESTADUAL
ESPECIALIZADO
EM
DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA (CEDAP)
Introdução: O HPV infecta mulheres em todo o
mundo e sua persistência é necessária para o desenvolvimento
do câncer do colo uterino. Mulheres infectadas pelo HIV
apresentam maior taxa de prevalência e persistência da
infecção pelo HPV em comparação a mulheres sem essa
infecção. O HIV altera a história natural do HPV, gerando
taxas de regressão diminuídas, progressão para lesões de alto
grau e câncer cervical. O objetivo deste estudo é descrever o
perfil epidemiológico de mulheres infectadas pelo HIV em
investigação para o HPV e identificar fatores de risco
associados à infecção pelo HPV.
Métodos: Estudo descritivo de corte transversal realizado no
Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa
CEDAP (Salvador-Bahia) no período de setembro de 2013 a
março de 2014. Foram avaliadas 196 pacientes do sexo
feminino infectadas pelo HIV, atendidas e acompanhadas
neste centro. Excluídas pacientes virgens, histerectomizadas,
em uso de antibióticos há menos de 30 dias ou com
complicações obstétricas. Realizado questionário padronizado
contendo variáveis sócio-demográficas e epidemiológicas.
Durante avaliação ginecológica foi coletado material cervicovaginal posteriormente submetido à técnica PCR (Cobas HPV
Test®),
onde
foram
identificados
os
tipos
16,18,31,33,35,39,45,51,52,56,58,59,66 e 68. A análise foi
feita usando o Statistical Package Social Sciences (SPSS),
versão 20.0.
Resultados: A média de idade das pacientes foi 37.2 anos
(±11.0), 47.5%(93/196) se declararam negra, 42.9%(84/196)
solteiras, 42.4%(83/196) possuem ensino médio completo,
66.3%(130/195) declarou renda entre 1-2 salários mínimos,
média de idade de inicio de vida sexual foi de 16.4 anos(±
3.5), 1ª. gestação aos 19.8 anos(±4.5) e 82.1%(161/196) estão
em uso de antiretrovirais. Presença de DNA-HPV de alto risco
foi encontrada em 34.2%(67/196) das pacientes. Houve
evidência de associação entre diagnóstico da infecção e menor
tempo de diagnóstico do HIV (p=0.002), maior média de
parceiros sexuais ao longo da vida (p=0.048), tabagismo
(p=0.025), presença de verrugas genitais (p=0.008) e zona de
transformação anormal no colo uterino(p=0.001) ao exame
clínico, não possuir religião definida (p=0.031) e já ter
realizado sexo por dinheiro (p=0.006).
Discussão: Os resultados demonstram que a população
estudada é semelhante quanto ao perfil sócio-demográfico
independente da infecção pelo HPV. Maior exposição sexual,
menor acesso aos exames diagnósticos estão associados a uma
maior prevalência do HPV. A identificação através da biologia
molecular permite definir mulheres com maior risco de lesões
precursoras do câncer cervical.
Conclusões: A identificação de fatores de risco associados à
infecção pelo HPV em mulheres HIV+ permite
desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento
desta infecção. As orientações quanto ao auto-cuidado,
exames diagnósticos de rotina e tratamento precoce das lesões
precursoras do câncer cervical podem modificar a história
natural deste agravo.
AO-04 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E
DIVERSIDADE DOS SUBTIPOS DO HIV-1 EM
PACIENTES NÃO PROGRESSORES POR LONGO
TEMPO (LTNP) EM ACOMPANHAMENTO EM UM
SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA,
CURITIBA-PR. JUCELIA STADINICKI DOS SANTOS,
DENIS LARGURA, BRUNA S SANSAO, EDUARDA
GAMBINI BERALDO, SONIA MARA RABONI UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Introdução:
Estudos
sugerem
que
o
comprometimento clínico de pacientes infectados com o HIV1 pode ocorrer de forma distinta, dependendo de
características virais e de fatores próprios do hospedeiro.
Dentre os indivíduos infectados pelo HIV-1 há um grupo com
uma marcante progressão mais lenta para AIDS e são
denominados LTNP. O presente trabalho tem como objetivo
avaliar o perfil clínico-epidemiológico e a diversidade
genotípica do HIV-1 em pacientes LTNP’s atendidos em um
ambulatório de referência em infectologia. Material e
Método: Pacientes com mais de 8 anos de diagnóstico de
HIV-1, sem uso de TARV e que aceitaram participar do
estudo foram incluídos no estudo. Coletas periódicas de
sangue são realizadas para testes que visam à determinação da
variabilidade genética do HIV-1 e avaliação de padrões inatos
e genéticos do hospedeiro, além da coleta de dados de
prontuário e entrevista. Resultados:Até o momento, 20
pacientes, que correspondem a 1,4% dos indivíduos em
acompanhamento no Serviço de Infectologia do HC/UFPR
foram identificados como LTNP’s. A distribuição por gênero
é homogênea com uma mediana de idade de 40,4 anos
(12;60). Quanto ao risco de infecção pelo HIV-1, 65% está
relacionado com a atividade sexual (70% heterossexuais),
transmissão vertical em 20% e o uso de drogas injetáveis em
15% dos casos. A mediana do tempo de diagnóstico do HIV-1
é de 12 anos (8;22) e a mediana para LT CD4+ é de 681,5
cels/mm3 (521;1261). Três pacientes (15%) são controladores
de elite, com carga viral abaixo do limite de detecção e 5
pacientes (25%) apresentam carga viral baixa com até 2000
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
cópias/ml e são definidos como controladores de viremia. Os
demais pacientes (60%) apresentam carga viral variável em
todas as contagens avaliadas. Observou-se uma frequência de
alelos HLA-B protetivos em 12/13 (92%) dos indivíduos
analisados, sendo que o alelo B*44 está presente em 2/3
(66%) dos pacientes controladores de elite. Deleção parcial do
gene que codifica para o co-receptor CCR5 (Δ32) foi
encontrada em 3 pacientes (15%). Na avaliação da
genotipagem do HIV-1 foram identificados os seguintes
subtipos: C (46%), B (31%), BC (15%) e BF
(8%).Discussão:Dados obtidos até o presente momento
caracterizam bem o grupo de LTNP’s estudado, com os
parâmetros laboratoriais de alta contagem de LT CD4+ e
baixa carga viral, presença de alelos HLA-B protetivos e a
presença, em alguns pacientes, da variante CCR5-Δ32,
relacionados
com
uma
menor
progressão
clínica. Conclusão:A maioria dos estudos com LTNP’s é
realizada em indivíduos com o subtipo B, sendo que mais
pesquisas são necessárias para elucidar as interações vírushospedeiro em indivíduos LTNP’s com outros subtipos virais,
buscando esclarecer as razões para a progressão mais lenta
para a doença e, consequentemente, sendo importante para
futuras opções terapêuticas para a infecção pelo HIV.
AO-08 - AVALIAÇÃO DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE
EM
GESTANTES
SUBMETIDAS
À
QUIMIOPROFILAXIA PARA PREVENÇÃO DA
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV-1 E DO
IMPACTO IMUNOLÓGICO DA DESCONTINUIDADE
DO TRATAMENTO NO PÓS-PARTO. GEANE LOPES
FLORES, JOSÉ HENRIQUE PILOTTO, CARMEM BEATRIZ
GIACOIA GRIPP, MARIZA GONÇALVES MORGADO.
FIOCRUZ
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a epidemia de
aids no Brasil tem mostrado mudanças significativas em seu
perfil, caracterizado principalmente pela sua feminização. O
crescimento de casos de aids em mulheres, especialmente
aquelas em idade reprodutiva, tem resultado em aumento da
transmissão vertical do HIV-1. Portanto, a prevenção da
transmissão vertical do HIV-1 é um grande desafio a ser
enfrentado. Vários estudos têm mostrado uma redução da
transmissão vertical do HIV-1 (<2%), com uso adequado de
terapia anti-retroviral (TARV) durante a gravidez e o parto.
Além disso, o uso da TARV está diretamente associado a uma
significativa recuperação do sistema imunológico, com um
aumento quantitativo dos níveis periféricos de células T CD4 +,
acompanhado pela reversão de processos de infecção, tais
como ativação celular persistente, e conseqüentemente,
mudanças nos perfis de diferenciação celular.
OBJETIVO: Este estudo visa investigar o perfil imunológico,
em particular a reconstituição imunológica em mulheres
grávidas infectadas pelo HIV-1, em diferentes momentos da
TARV ou profilaxia da transmissão vertical, após o parto e
descontinuidade do tratamento.
MATERIAIS E MÉTODOS: Trinta e sete mulheres
infectadas pelo HIV-1 e virgens de tratamento, recrutados no
Hospital Geral de Nova Iguaçu-MS, foram avaliadas antes do
início da TARV (Pré-TARV) parto (TARV) e seis meses após
o parto (Pós-TARV). Nestes três momentos, as amostras de
sangue das voluntárias foram coletadas para obter células
mononucleares do sangue periférico, os quais foram
criopreservados e posteriormente analisadas para diferentes
fenótipos por citometria de fluxo.
RESULTADOS: Com a TARV, o controle da replicação viral
foi obtido, com um aumento significativo de células T CD4 +.
Variações percentuais nos níveis circulantes de células T
naïve, memória central e memória efetoras em ambas
subpopulações, TCD4+ e CD8+, não foram detectados ao
longo do estudo. Uma ativação celular persistente, traduzida
por níveis elevados de linfócitos T CD8+/CD38+, foi
observada nos três momentos analisados, inclusive no
momento do parto, quando o controle da carga viral ocorre.
DISCUSSÃO: Portanto, a ativação celular em mulheres
grávidas sob TARV não está associado com a replicação viral,
mas a outros fatores inerentes à gravidez e ao parto.
CONCLUSÃO: Importante para a prevenção da transmissão
vertical do HIV-1, a TARV não induziu alterações
significativas na circulação das subpopulações celulares
nesses pacientes, e sua suspensão não causou impacto nos
perfis das células estudadas, pelo menos no curto prazo.
AO-09 - POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO P300 NA
AVALIAÇÃO
DO
COMPROMETIMENTO
COGNITIVO EM IDOSOS COM HIV. JOÃO LUIZ
CIOGLIA PEREIRA DINIZ, LUDIMILA LABANCA, UNAÍ
TUPINAMBÁS,
DENISE
UTSCH
GONÇALVES.
FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG
Introdução:
A
prevalência
das
doenças
neurodegenerativas associadas ao HIV aumenta com a maior
sobrevida. O potencial evocado auditivo P300 é um teste que
avalia função cognitiva, envolvendo atenção, avaliação do
estímulo, julgamento e tomada de decisão. O objetivo desse
estudo foi comparar o P300 de idosos com HIV em relação ao
de idosos não infectados. Metodologia: Foram incluídos
indivíduos de ambos gêneros com idade igual ou maior a 50
anos, divididos em dois grupos, na proporção de 1:2 na
relação HIV/controle. O grupo de pessoas com HIV foi
composto por 33 indivíduos em uso regular de medicação,
idade média 57,76 anos (DP=5,79), sendo 20 (46%) homens.
O grupo não infectado pelo HIV (controle) foi composto por
74 indivíduos, idade média 64,39 anos (DP=4,58), sendo 23
(31%) homens . Foram analisados latência e amplitude da
onda P300, latência das ondas N1, P2 e N2 e a amplitude dos
complexos N1-P2 e N2-P300. Os eletrodos foram colocados
nas posições Fpz, A1 e A2. Resultados: O grupo com HIV
apresentou latência aumentada do P300 quando comparado ao
controle (p=0.028). As latências médias dos componentes N1,
P2 e N2 não foram diferentes entre os grupos
(p=0.262; p=0,419 e p=0,753 respectivamente), assim como
não foi diferente a amplitude do complexo N2-P300
(p=0,784). A amplitude do complexo N1-P2 foi maior no
grupo infectado (p=0.015). O desempenho no P300 foi pior
dentre os indivíduos com HIV acima de 70 anos quando
comparado aos controles (p=0.0138).Discussão: Diferenças
no teste eletrofisiológico entre pessoas vivendo com HIV e
indivíduos sem o vírus foram encontradas. Na comparação por
faixa etária entre os grupos, o grupo HIV apresentou latências
médias de P300 maiores que no grupo controle, apesar da
menor idade média do grupo HVI. Na faixa de maior idade, a
diferença da latência de P300 foi significativamente maior no
grupo HIV, indicando que indivíduos mais velhos com HIV
apresentaram pior desempenho cognitivo.Conclusão: A
infecção pelo HIV parece acelerar o comprometimento
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
cognitivo avaliado pelo P300,
tratamento antirretroviral regular.
independentemente
de
AO-10 - PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR HTLV-1
E HTLV-2 EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIV
EM SERVIÇO ESPECIALIZADO DE SÃO PAULO.
CARLOS HENRIQUE BARRETO-DAMIÃO, ALEXANDRE
DE ALMEIDA, CLÁUDIO TAVARES SACCHI, MARIA
GISELE CONGALVES, LUCILA OKUYANA FUKASAWA,
MARISTELA MARQUES SALGADO, LUIS FERNANDO DE
MACEDO BRÍGIDO, FÁBIO TAKENORI HIGA, KAROLINE
RODRIGUES CAMPOS, LUANA PORTES OZÓRIO
COELHO, MARCELA BRITO DE SANTANA, MARIANA
CAVALHEIRO MAGRI, TELMA MIYUKI OSHIRO, LEDA
FÁTIMA JAMAL, MARIA DE FÁTIMA JORGE, MARIA
LÚCIA ROCHA MELLO, RISIA CRISTINA SANTOS DE
OLIVEIRA, WONG KUEN ALENCAR, ADELE CATERINO
DE ARAUJO. INSTITUTO ADOLFO LUTZ, IMT/FFMUSP,
CRT DST/AIDS SÃO PAULO, SP., BRASIL
Introdução: Os vírus linfotrópicos de células T
humanas (HTLV-1, HTLV-2 e HIV) são retrovírus com
potencial patogênico distinto. O HTLV-1 pode causar
leucemia/linfoma de células T do adulto e paraparesia
espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1. O HTLV2 não está associado a um tipo particular de doença e o HIV é
o responsável pela pandemia mundial de Aids. Estes vírus
podem infectar o mesmo indivíduo e a coinfecção pode tanto
acelerar como retardar o desenvolvimento de doenças a eles
relacionadas. As taxas de coinfecção HIV/HTLV-1 e HIVHTLV-2 variam de acordo com a região geográfica, a
população de estudo e a época em que foi realizada a pesquisa.
Altos percentuais de coinfecção foram detectados em
pacientes com Aids de São Paulo na década de 1990 e
associados ao uso de drogas injetáveis (UDI). O presente
trabalho buscou determinar a taxa atual de coinfecção
HIV/HTLV-1 e HIV/HTLV-2 em pacientes infectados pelo
HIV em serviço especializado de São Paulo.
Casuística e Métodos: Amostras de sangue de 1.600
pacientes do CRT/Aids de São Paulo que aceitaram participar
do
estudo
e
assinaram
o
TCLE
(CAAE
11302512.0.3001.0068) foram encaminhadas ao Instituto
Adolfo Lutz para serem avaliadas quanto à presença de
anticorpos anti-HTLV-1/2 usando o kit EIA Murex HTLVI+II (Diasorin, UK) e o teste confirmatório de WB (WB 2.4,
MP Biomedicals, USA). Nos casos soro reagentes foi
realizada a pesquisa de DNA proviral de HTLV-1 e HTLV-2
nas células do sangue usando a técnica “in house” de PCR em
tempo real pol.
Resultados: Os resultados obtidos revelaram 50 soros
reagentes na triagem (3,12%). Destes, houve confirmação de
infecção por HTLV-1 em 22 casos (1,38%) e infecção por
HTLV-2 em 11 casos (0,69%). Seis soros resultaram positivos
para HTLV não tipado (0,38%), nove resultaram em perfil
indeterminado (0,56%) e um resultou negativo à análise pelo
WB 2.4. Pela PCR em tempo real houve detecção de mais
quatro casos de infecção por HTLV-2 (total 15 – 0,94%) e
mais um caso de infecção por HTLV-1 (23 casos – 1,44%).
Houve associação entre infecção HTLV-1/2 e gênero
feminino, cor negra ou parda, infecção pelo HCV e UDI.
Conclusões e Discussão: A PCR em tempo real se mostrou
útil para confirmar casos de infecção por HTLV-1 e HTLV-2
em amostras de sangue com resultado HTLV não tipado e
Indeterminado à análise pelo WB. O baixo percentual de
coinfecção HIV/HTLV detectado no presente estudo pode
estar relacionado à introdução da politica de redução de danos
no estado de São Paulo e a mudanças nas características
epidemiológicas da população exposta ao HIV e no tipo de
drogas ilícitas usadas no momento atual.
Suporte: Ministério da Saúde/SVS/DDAHV # BRAK57;
DECIT/SCTIE/MS, CNPq, FAPESP, SES-SPPPSUS #
2012/51220-8; FAPESP Bolsa IC # 2013/19775-2; CNPq
Bolsa PD # 303545/2012-7.
AO-11 - SOROPREVALÊNCIA PARA HIV I E II EM
AMOSTRAS SANGUÍNEAS PROCESSADAS EM UM
LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA DE
REFERÊNCIA DO BRASIL, ENTRE 2008 E 2010.
FELICIANA LAGE DE OLIVEIRA MARINHO, VANESSA
CRISTINA DE OLIVEIRA ALMEIDA, ELVIS CRISTIAN
CUEVA MATEO, SUZANE PRETTI FIGUEIREDO NEVES,
LEONARDO DE SOUZA VASCONCELLOS. INSTITUTO
HERMES PARDINI E UNIVERSIDADE FEDERAL DE
MINAS GERAIS
Introdução: A epidemia da infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) representa fenômeno global,
dinâmico e instável, sendo exaustivamente discutida pela
comunidade científica e pela sociedade em geral. Segundo o
Ministério da Saúde (MS), no período de 2003 a 2012, o perfil
etário dos casos de HIV positivos mudou para indivíduos mais
jovens, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, e as
maiores taxas de detecção de HIV foram observadas entre
aqueles com 30 a 49 anos. Também foi observada uma
tendência de aumento nas taxas de detecção entre os jovens de
15 a 24 anos e entre os adultos com 50 anos ou mais.
Objetivos: Analisar estatisticamente os resultados dos exames
de sorologias anti-HIV I e II processadas no Instituto Hermes
Pardini (IHP) e descrever as características epidemiológicas
dos indivíduos soropositivos, no período de 2008 a 2010 e a
soroprevalência no âmbito privado e comparar com os dados
fornecidos pelo MS.
Método: Trata-se de estudo retrospectivo, por meio de
consulta de resultados de exames laboratoriais arquivados em
banco de dados do IHP. Todos os resultados de sorologia antiHIV I e II realizados e liberados no período de janeiro de 2008
a dezembro de 2010 foram compilados. Dados
epidemiológicos como sexo, idade e região do país dos
pacientes com resultados positivos foram analisados
estatisticamente e comparados com os dados nacionais
oriundos do MS - Boletim Epidemiológico de 2011.
Resultados: Foram avaliados 816.922 resultados, oriundos de
todo o território nacional, entre 2008 e 2010. Observou-se
predomínio de exames da Região sudeste (59,5%), sede do
laboratório, seguidos pelas regiões nordeste (21,1%), norte
(8,2%), sul (7,8%) e centro-oeste (3,4%). Os índices anuais de
positividade para sorologia anti-HIV I e II foram 1,52%
(2008), 2,32% (2009) e 1,11% (2010). Dentre os
soropositivos, 8,2% foram crianças (até 20 anos), 88% adultos
(entre 20 e 60 anos) e 3,7% idosos (acima de 60 anos). Houve
predomínio de soropositivos masculinos entre os adultos e os
idosos (respectivamente 59,7% e 58,5% em 2008; 57,0% e
63,6% em 2009; e 57,0% e 61,0% em 2010). Já na população
pediátrica, a positividade foi maior nas mulheres (59,5% em
2008; 53,4% em 2009 e 56,8% em 2010). Nas regiões sudeste
e no centro-oeste, a sorologia foi positiva principalmente nos
homens e nas regiões norte, nordeste e sul, a positividade foi
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
maior em mulheres. Comparando a casuística do IHP com os
dados provenientes do MS, houve semelhança epidemiológica
quanto ao sexo e à idade dos soropositivos.
Conclusões: O perfil epidemiológico dos soropositivos para
os anticorpos anti-HIV I e II assistidos pelo IHP foi
semelhante aos dados do MS referentes à população brasileira.
Os índices anuais de positividade e a distribuição da
frequência populacional pelas cinco regiões do país foram
característicos da cobertura assistencial do IHP, em todo o
território nacional.
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
APRESENTAÇÕES EM PÔSTER
P-01 - A COINFEÇÃO TUBERCULOSE/HIV NA
REGIÃO CENTRO – OESTE. RENATA SOUZA CYRINO,
LORRAYNE EMANUELA DUARTE DA SILVA, CRISTIANE
JOSÉ BORGES, MARISE RAMOS DE SOUZA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Introdução:
A
infecção
pelo
Vírus
da
Imunodeficiência Humana (HIV), leva o indivíduo à um
quadro de imunodepressão, a medida em que esta se torna
mais agressiva, o indivíduo se torna susceptível às chamadas
infecções oportunistas, que podem ser ocasionadas por
diversos agentes etiológicos como a Mycobacterium
tuberculosis, causadora da Tuberculose (TB). Acredita-se que
no ano de 2000, em todo o mundo, 11% de pacientes adultos
com TB apresentavam infecção pelo HIV. Já no Brasil,
estudos demostraram que a prevalência da coinfecção
TB/HIV, pode variar entre 6,2% a 44,3%. Desta forma, o
aumento da prevalência da coinfecção tem dificultado
significativamente ações de controle da Tuberculose, além de
ser um dos principais responsáveis pelo aumento da
mortalidade de pacientes com o HIV. Objetivos: Identificar
os casos de coinfecção Tuberculose/HIV, na região Centro Oeste. Materiais e Métodos: Os dados foram obtidos no dia
13/06/2014, através do SINAN, disponíveis no Datasus.
Foram selecionadas as variáveis: HIV, que remete à sorologia
para o vírus, os estados componentes da região Centro Oeste
(Mato Grosso/MT, Mato Grosso do Sul/MS, Goiás/GO e
Distrito
Federal/DF),
no
período
de
2009
a
2012. Resultados: Constatou-se 15.573 casos de Tuberculose
notificados no SINAN, na região e período em questão, dentre
estes, 30,7% não realizaram sorologia para o HIV, 11,4%
estavam em andamento, 48% eram negativos, 9,6% eram
positivos. E apenas 0,2% tiveram o campo HIV ignorado no
momento de sua notificação, em números absolutos tem-se
zero no estado MT, 1 caso MS, 22 em GO, e 2 no
DF. Discussão: A quantidade de pacientes que não realizaram
sorologia para o HIV é preocupante, pois demostra que o
acompanhamento e assistência a este paciente não está sendo
adequada. Evidencia-se um baixo número de preenchimento
como ignorado ao campo, o que atribui fragilidade à
confiabilidade dos dados. Apesar de ser um percentual baixo,
se observado isoladamente, a quantidade de casos HIV positivos com tuberculose preocupa pois trata-se de uma das
principais causas de morte em pacientes com HIV e ainda
configura-se como um dos critérios para a definição da AIDS.
A terapia antirretroviral para infectados com o HIV vem
revelando-se como forte aliada na profilaxia desta
infecção, destacando a necessidade de medidas profiláticas
para a TB e prevenção de novos casos de
HIV. Conclusão: Sendo a coinfecção Tuberculose/HIV
considerada uma doença de cunho social, deve-se atentar para
medidas de prevenção e assistência intersetoriais, englobando
ações na área de saneamento, transporte, educação, moradia e
alimentação, além do setor saúde, o qual deve-se se
responsabilizar por medidas prevenção e fortalecimento da
assistência, identificando áreas prioritárias e propondo ações
cabíveis, conforme cada realidade.
P-02 - ANÁLISE DAS EXPOSIÇÕES SEXUAIS DO
SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADO EM DST /
AIDS (SAE/CSVC) DO MUNICÍPIO DE PORTO
ALEGRE. CAMILA DA SILVA ALVES, CAROLINA
HELOISA SANTOS BOROWICZ. SERVIÇO DE ATENÇÃO
ESPECIALIZADO EM DST/AIDS-CENTRO DE SAÚDE
VILA DOS COMERCIÁRIOS (PREFEITURA DE PA)
Introdução: a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) da família Retroviridae. Estima-se que 75% a
85% das infecções ocorrem através de práticas sexuais, as
quais são consideradas as mais importantes vias de
transmissão. A exposição, diante do risco de infecção pelo
HIV, depende do tipo de relação sexual, entre outros
fatores. Objetivo: Identificar o perfil das exposições sexuais
do ano de 2013, qualificando faixa etária, gênero, sorologia
positiva na primeira testagem, as reincidências e os
acompanhamentos das profilaxias antirretrovirais (ARV) e
tipos utilizadas. Material e Método: Foi realizada uma
pesquisa quantitativa em boletins de atendimento ambulatorial
para exposição sexual e no Sistema de Controle Logístico de
Medicamentos, preservando os registros e identificação dos
indivíduos expostos do Serviço de Atenção Especializado em
DST / AIDS (SAE/CSVC), do Município de Porto Alegre. O
período analisado foi de Janeiro a Dezembro de 2013, foram
revisadas as faixas etárias de maior incidência, a prevalência
entre homens e mulheres, os casos positivos na primeira
testagem, as reincidências, ARV utilizados para as profilaxias
e quantos realizaram e concluíram todas as etapas do
processo. Resultados: A taxa de exposição foi de 80,2% no
sexo masculino, 17,8% no sexo feminino, a média de idade é
de 30 anos em ambos os sexos; 64% desconheciam a
sorologia do parceiro, 34% dos parceiros tinham a sorologia
positiva e 2% tinham sorologia negativa; 69,4% pacientes
procuraram atendimento nas primeiras 24h, 2% procuraram
após as 72h. A testagem sorológica positiva foi de 2% dos
pacientes. Em 49,5% dos casos a profilaxia indicada foi
AZT+3TC+TDF, 23,7% utilizaram AZT+3TC+LPV+RTV,
2% utilizaram o mesmo tratamento do parceiro em TARV,
17,8% não tinham indicação para profilaxia e 1% recusaramse a realizar a profilaxia. Durante todo o processo 43,6% dos
pacientes retornaram 01 vez em 30 dias, 10% retornaram pela
segunda vez em 60 dias e 1% realizaram o terceiro retorno em
90 dias.Discussão: Os indivíduos do sexo masculino são os
que mais se expõem sexualmente, mas em ambos os sexos a
ocorrência é na faixa etária dos 30 anos, salientando a
incidência entre relações homossexuais masculinas e a
prevalência do desconhecimento da sorologia de seus
parceiros, assim levando a procura por um atendimento nas
primeiras 24h para realização de exames e início da profilaxia
e menos da metade concluiu o tratamento. Observou-se, que
os pacientes que retornaram para realizar o acompanhamento,
foram
aqueles
que
tiveram
parceiro
HIV
positivo. Conclusão: o alto índice de indivíduos que
desconhecem a sorologia dos seus parceiros, denota a
necessidade de intensificar a orientação ao paciente exposto
sexualmente com a finalidade de reduzir a transmissão do
vírus HIV e prevenir futuras exposições.
P-03 - ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE
PROFISSIONAIS ENFERMEIROS NA REDE PÚBLICA
DE TRÊS LAGOAS A RESPEITO DO MANEJO
SINDRÔMICO DA SÍFILIS. JESSÉ MILANEZ DOS
SANTOS, ISABELA FERNANDA DE SOUZA CANO,
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
BARBARA RIBEIRO QUEIROZ, ANA LUIZA BARBOSA.
AEMS - FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS
LAGOAS / SECRETARIA MUNICIPAL DE TRÊS
LAGOAS
Devido à sua relevância entre as Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST’s), marcada principalmente
pela elevada incidência, a Sífilis tornou-se um dos problemas
de saúde pública neste início de milênio. A Abordagem
Sindrômica torna-se indispensável como apoio ao diagnóstico,
principalmente nas formas assintomáticas. O objetivo desta
pesquisa foi analisar o conhecimento de enfermeiros na Rede
Pública de Três- Lagoas/MS a respeito do manejo na
Abordagem Sindrômica da Sífilis. Trata-se de uma pesquisa
com caráter exploratório, com a finalidade de investigar o
nível de entendimento dos profissionais através de um
questionário que foi desenvolvido para avaliar o conhecimento
dos enfermeiros da Rede Pública Municipal de Três
Lagoas/MS a respeito das habilidades no manuseio da
Abordagem Sindrômica da Sífilis. Observamos nos dados
colhidos, que há uma falta de rotinas e aplicação de protocolos
afetando o acolhimento e a consulta de enfermagem. Sem
atualizações, conforme observamos, os entrevistados não
receberam capacitação adequada elaborada pelo Ministério da
Saúde em Abordagem Sindrômica. Pressupomos que os
enfermeiros possivelmente vêm lançando mão de recursos
compensatórios, tais como a vivência, a experiência de outros
profissionais e qualificação individual para exercer tais
atividades. Obtemos uma discrepância do que é preconizado
na resolutividade da Atenção Básica na Estratégia em Saúde
da Família, onde 57% dos entrevistados não realizam
Abordagem Sindrômica em pacientes que apresentam sinais e
sintomas sugestivos de DST's. Intrigante o fato de que a
maioria absoluta dos enfermeiros alegaram conhecer e
conseguir classificar os estágios da Sífilis, contrapondo-se
esse dado, 5% respondeu que prescreve medicamentos
mediante Abordagem Sindrômica. Detecta-se partir dos
discursos dos enfermeiros, um déficit de formação na
graduação e capacitações em serviço pouco específicas em
relação à prescrição de medicamentos. Uma melhora na
vigilância epidemiológica, precocidade no diagnóstico e
tratamento adequado são medidas essenciais para a eliminação
da doença, já que podemos identificar um número que 80%
dos entrevistados notificam as DST's. Considerando-se que a
aplicabilidade da Abordagem Sindrômica de DST na atenção
primária ainda é desconhecida no Brasil o que gera
desinteresse nos profissionais em implementá-la, impossibilita
identificar quais as limitações e/ou as facilidades para a sua
inserção no cotidiano das práticas de saúde. Conclui-se com
esse estudo que o seu uso constitui uma estratégia chave para
identificar precocemente os casos de HIV e Sífilis,
principalmente porque no Brasil, apesar do aumento do acesso
à testagem do HIV ao longo dos anos, esse exame ainda está
restrito a determinados segmentos da população. O elevado
percentual de pessoas que retornaram para acompanhamento
do tratamento aponta para boa aceitabilidade dessa estratégia e
pode ser um indicador importante da qualidade do serviço.
P-04 - ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE
INDIVÍDUOS COM AIDS NO ESTADO DE GOIÁS: UM
ESTUDO DE DADOS SECUNDÁRIOS. RENATA SOUZA
CYRINO, LORRAYNE EMANUELA DUARTE DA SILVA,
CRISTIANE JOSÉ BORGES, MARISE RAMOS DE SOUZA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Introdução: Considerada um problema de saúde
pública, a AIDS, apresenta um caráter pandêmico e
clinicamente grave. A infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV) gera uma grave disfunção ao sistema
imunológico, que caracteriza sua gravidade e torna o
indivíduo susceptível a outras infecções e consequentemente à
morte. A transmissão do HIV pode ocorrer de forma sexual,
pelo sangue (parenteral e vertical) e através do leite materno,
devendo se atentar a grupos mais vulneráveis, como as
mulheres e adolescentes. Desta forma, é essencial que se
conheça o perfil da população acometida pela AIDS, a fim de
propor novas estratégias de controle, oferecer melhor
assistência, identificar novos grupos de risco e avaliar a
situação
de
saúde-doença
da
população
em
questão.Objetivo: Identificar o perfil dos indivíduos
notificados com AIDS no estado de Goiás. Métodos:Trata-se
de um estudo descritivo, os dados foram obtidos através do
SINAN, SIM e SISCEL, coletados em 12/06/2014,
disponíveis no Datasus. Foram selecionados casos de AIDS
notificados no estado de Goiás, no período de 2010 a
2013. Resultados: Foram identificados no período em questão
3.248 casos de AIDS em Goiás, sendo que destes 68% do sexo
masculino e 32% feminino. Desta população 3% estão
distribuídos entre pessoas com até 19 anos de idade e 2%
acima de 65 anos, enquanto faixas etárias como 20 a 35 anos
apresentam 42% dos casos, 35 a 49 anos 41% e a faixa de 50 a
64 anos 12% dos casos. Segundo métodos de transmissão
relatados na notificação 48% dos casos tiveram o campo
ignorado, enquanto 0,5% tiveram sua transmissão de forma
vertical, 0,1% por transfusão sanguínea, 0,06% eram
hemofílicos e 1,6% usuários de drogas injetáveis (UDI). Além
de 3% expostos por relação bissexual, 13% homossexual e
37% heterossexual. Discussão: O perfil de indivíduos com
HIV no estado de Goiás caracteriza-se pela prevalência de
casos no sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 anos, o
que não difere em grande escala dos dados encontrados na
literatura a nível nacional, bem como o tipo de exposição que
em ambos prevalece a heterossexual. Porém, Goiás se destaca
por apenas 1,6% dos casos na exposição de UDI, enquanto no
Brasil este número é de 3%. O estado se assemelha também a
níveis nacionais no que se diz respeito aos dados ignorados, o
que gera preocupação a respeito da qualidade e veracidade dos
dados. Conclusão: Medidas de qualificação de profissionais
no que se diz respeito a notificação, são essenciais e urgentes,
bem como outras ações de vigilância, como a prevenção da
transmissão da AIDS e a assistência aos pacientes já
infectados, fortalecendo assim o sistema de saúde e sua
qualidade.
P-06 - AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO
ANTIRRETROVIRAL
DE
ADOLESCENTES
ATENDIDOS EM URUGUAIANA-RS. GRAZIELA
SCHEUER, FERNANDA FERNANDES MIRANDA, NATALIA
ZANINI, EDUARDA MARTINI, JULIANA SAATKAMP,
ANDRESSA THOMAZ, EDUARDO ANDRÉ BENDER,
RODRIGO JOSÉ FREDDO, SANDRA ELISA HAAS.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA
Introdução: A AIDS é uma doença causada pelo
vírus HIV que ataca o sistema imunológico debilitando-o e,
que, após a introdução da Terapia Antiretroviral (TARV)
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
passou a ser considerada uma doença crônica, que se tratada
de maneira adequada, diminui, consideravelmente, a
possibilidade de adoecimento e morte das pessoas vivendo
com HIV/AIDS. Estudos comprovam que o tratamento é
significativamente eficaz para o controle da doença e na
melhoria da qualidade de vida. Os dados do Boletim
Epidemiológico AIDS/DST de 2013 indicam que, de 1980 até
junho de 2013, foram registrados 686.478 casos de AIDS no
Brasil. E segundo o ministério da saúde e o programa nacional
de DST e AIDS existem atualmente 11.000 adolescentes
portadores de HIV/AIDS no país. Faz parte do dia-a-dia
desses adolescentes com HIV/AIDS vivências e experiências
tais como de efeitos adversos, da vulnerabilidade às doenças
oportunistas, a necessidade de continuidade clínica e
laboratorial constantes e a adesão ao tratamento
medicamentoso. A baixa adesão ao tratamento farmacológico
compreende um dos maiores perigos para a efetividade do
tratamento de portadores de HIV, sendo de grande
importância ter conhecimento acerca do tratamento a fim de
aumentar a adesão. Objetivo: O presente estudo visa
identificar a prevalência de adesão ao tratamento
antirretroviral das adolescentes cadastrados no Serviço de
Saúde Especializado em DST/AIDS de UruguaianaRS. Material e método: Realizou-se um estudo quantitativo a
partir da avaliação dos prontuários de adolescentes
cadastrados no serviço. Dos prontuários, extraíram-se dados
como idade e sexo dos pacientes, presença ou ausência de
doenças oportunistas, início da utilização da TARV, os
medicamentos utilizados e a frequência de retirada da
medicação no setor, em um período de 24 meses. Resultados
e discussões: foram analisados os prontuários de 20
adolescentes cadastrados no serviço, sendo a maioria mulheres
(60,0%) com média de 15,1 ± 2,19 anos de idade. Na amostra
têm-se 100% de realização de TARV por uma média de 10,8 ±
4,11 anos, sendo a medicação retirada pelo responsável legal
em 80% dos casos e, destes a mãe é o responsável legal em
43,75% das situações. Há presença de doenças oportunistas
em 10% dos pacientes adolescentes e 35% dos pacientes
atingiram 95% de frequência de retirada mensal de
medicamentos como indicativo de adesão. Conclusões: O
baixo número de pacientes que atingem frequência de 95%
nas retiradas mensais de medicação indica que o tratamento
está sendo realizado de forma inadequada, evidenciando a
necessidade de ações de intervenção que visem regularizar
esses parâmetros, assim reduzindo a não-adesão da Terapia
Antirretroviral.
P-07 - AVALIAÇÃO DA CO-INFECÇÃO PELO VÍRUS
LINFOTRÓPICO DAS CÉLULAS T HUMANAS (HTLV
1/2) EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIV-1EM
MINAS GERAIS, BRASIL. ALEXANDRE BRAGA DE
MIRANDA, POLIANE CRISTINA VERTÊLO, JOÃO LUIZ
CIOGLIA PEREIRA DINIZ, MARINA LOBATO MONTEIRO,
DENISE
UTSCH
GONÇALVES.
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)
Introdução: Os aspectos epidemiológicos da coinfecção HIV/HTLV são pouco conhecidos no Brasil, embora
seja tema de grande interesse científico. Ambos os retrovírus
infectam o linfócito T CD4+, porém enquanto o HIV leva a
destruição deste, o HTLV associa-se ao DNA do hospedeiro.
Material e Métodos: O objetivo foi avaliar a frequência de
co-infecção HTLV-HIV na região metropolitana de Belo
Horizonte e comparar os fatores de risco e sócio-demográficos
entre a população com infecção pelo HIV e co-infecção
HTLV/HIV. O estudo foi realizado no centro de referência em
doenças infecciosas da Fundação Hospitalar do Estado de
Minas Gerais. No período de 24 meses, 600 pacientes foram
avaliados. Resultados: A frequência de co-infecção foi de
2,3% (12 indivíduos); 78,57% eram co-infectados pelo
HTLV-1 e 14,28% pelo HTLV-2. A contagem média de
linfócitos T CD4 antes de se iniciar a terapia antiretroviral
(TARV) no grupo dos indivíduos co-infectados é de 341
céls/mm³, independente da causa. Nos mono-infectados pelo
HIV a contagem média é de 437 céls/mm³. Em relação à carga
viral, não há diferença importante quando comparamos os dois
grupos, imediatamente antes de se iniciar TARV (log de 3,87
nos co-infectados x log de 3,29 nos mono-infectados). Após o
inicio da TARV a resposta imune comportou-se, nos dois
grupos com elevação média de 147 céls/mm³ no grupo de coinfectados e de 36 céls/mm³. Ambos os grupos
experimentaram queda na contagem da carga viral após o
inicio da TARV. Após início do tratamento, a primeira carga
viral demonstrou queda significativa em ambos os grupos
(queda média de 2,18log no grupo dos co-infectados e 1,58log
no grupo dos mono-infectados). Discussão e Conclusão: A
co-infecção HIV /HTLV 1 e 2 é descrita em vários locais no
mundo e varia de acordo com a região avaliada. Minas Gerais
é considerado um estado de média prevalência da infecção
pelo HTLV, variando entre 3,4 a 6,6 por 1000 doadores de
sangue. Entretanto, estes dados referem-se à população de
indivíduos considerados de baixo risco, portanto não sendo
um bom índice de referencia para pacientes considerados de
risco verdadeiramente elevado para aquisição do vírus. Em
relação à imunidade, os pacientes co-infectados apresentavam
uma contagem de células T cd4 menor que a de monoinfectados imediatamente antes de se iniciar a terapia
antiretroviral. Vários estudos apontam que pacientes
infectados pelo HTLV-1 apresentam doenças oportunistas
com contagem maiores de linfócitos T CD4. Entretanto, neste
caso, o inicio de terapia de anti-retroviral deu-se numa
contagem mais baixa que nos pacientes mono-infectados. A
melhora imune também foi mais robusta inicialmente nos
pacientes co-infectados, embora a TARV não tenha efeito
direto sobre o HTLV.
P-08 - AVALIAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DE
PROTOCOLOS DE TRATAMENTO CLÍNICO EM
ADULTOS PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV/
AIDS. JULIANA CARNEIRO GONÇALVES, MICHELINE
MARIE MILWARD DE AZEVEDO MEINERS, EMÍLIA
VITÓRIA DA SILVA, MARIA INÊS DE TOLEDO.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
A Aids é uma das DST que mais preocupam o
mundo. Ela foi descrita pela primeira vez na década 80 e
persiste como uns dos problemas de maior importância até
hoje. Dados de 2012 da Organização Mundial da Saúde
(OMS) revelam que cerca de 35 milhões de pessoas são
portadores do vírus HIV no mundo. A farmacoterapia
disponível atualmente para tratar as pessoas infectadas tem
como objetivo melhorar a qualidade de vida e aumentar a
sobrevida. Atualmente existe uma grande preocupação com o
tratamento da Aids devido as dificuldades na cobertura da
população alvo e a adesão ao tratamento, sendo estes fatores
essenciais para atingir os resultados desejados pela TARV.
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar protocolos de
tratamento clínico destinado a adultos.
Nove protocolos clínicos para tratamento de adultos foram
avaliados usando-se doze critérios selecionados e adaptados a
partir de documento da UNAIDS (1999). Também foi
realizada uma análise comparativa entre as recomendações de
tratamento de primeira linha para cada protocolo.
Foram revisados nove protocolos de diferentes regiões,
incluindo América do Sul e do Norte, África, Europa e
Oceania. Segundo os critérios de avaliação da UNAIDS, três
protocolos receberam a classificação A (cumpriam todos os
critérios), dois receberam classificação B (cumpriam
parcialmente os critérios) e o restante foi classificado como C
(cumpriam poucos critérios). A principal diferença encontrada
nas recomendações para o tratamento de primeira linha entre
os protocolos analisados está relacionada à classe da terceira
droga de escolha. Em países na América do Norte e Europa o
protocolo apresenta um maior número de combinações
disponíveis como primeira linha de tratamento. Enquanto os
demais países seguem prioritariamente as diretrizes
preconizadas pela OMS.
Verificou-se a necessidade de aperfeiçoamento na elaboração
de protocolos clínicos, seguindo as recomendações da
UNAIDS ou outro critério que permita a transparência na
metodologia adotada para a elaboração e o nível de evidência
do tratamento recomendado.
P-09
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICODEMOGRÁFICAS
DOS
USUÁRIOS
DE
ANTIRRETROVIRAIS ATENDIDOS NA FARMÁCIA
ESCOLA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.
BRUNA MACIEL DE ALENCAR, THAÍS MESSIAS PEREIRA
DA CUNHA, MARIA INES TOLEDO, JANETH DE
OLIVEIRA SILVA NAVES, DAYDE LANE MENDONÇA DA
SILVA. UNIVERSIDADE DE BRASILIA
Introdução: Após 30 anos do surgimento da epidemia
de aids, o perfil das Pessoas que Vivem com HIV/aids
(PVHA) sofreu importante mudança. A feminização,
heterossexualização, pauperização e interiorização da
epidemia mostraram a necessidade de ampliar o acesso da
população à prevenção e assistência ao HIV/aids. Neste
contexto, a descrição do perfil sócio demográfico associado as
características clínicas, aspectos comportamentais, crenças e
atitudes em relação a Terapia Antirretroviral (TARV)
permitem o conhecimento das demandas dos usuários bem
como dos pontos de vulnerabilidade que necessitam de ações
corretivas ou de monitoramento contínuo. Materiais e
Métodos: Realizou-se um estudo transversal descritivo com
175 PVHA, em uso de TARV e atendidas na Farmácia Escola
do Hospital Universitário de Brasília (FE-HUB/UnB), através
de entrevista semiestruturada, para avaliar as seguintes
variáveis: dados demográficos, esquemas terapêuticos usados,
contagem de carga viral e de linfócitos T-CD4+ (LT-CD4+),
relato de reações adversas, comorbidades, uso de
medicamentos, álcool e drogas, e possíveis interações
medicamentosas com a TARV. Resultados: Entre os
entrevistados, 70% era do sexo masculino e com idade média
de 41,5 ± 10,2 anos. O tempo médio de diagnóstico foi de 8,2
± 5,9 anos e de 7 anos ± 5,7 anos de uso da TARV. Não houve
diferença estatística significante entre os grupos em uso de
esquemas de 1a linha de tratamento e aqueles em uso de
esquemas de 2a linha. Em ambos os grupos, a maioria das
PVHA apresentava perfis laboratoriais ideais (carga viral
indetectável e LT-CD4+ maior que 500 células/ml). Entre os
participantes, 37,1% interromperam a terapia pelo menos uma
vez nos últimos 30 dias anteriores à entrevista, sendo
“esquecimento” o motivo mais frequente, alegado por 29,8%
das pessoas. Quanto às comorbidades, 38% responderam
positivamente, com média de 1,18 ± 0,78 por pessoa. Foram
identificados 36 casos de interações medicamentosas, sendo 7
classificadas como graves, entre TARV e medicamentos
utilizados concomitantemente. Vinte e quatro pessoas
relataram a ocorrência de infecções oportunistas. A maioria
das PVHA que relatou ter suprimido dose da TARV
apresentava valores ideais de contagem de carga viral e LTCD4+. Perfil semelhante foi percebido nas pessoas que
relataram consumo álcool ou outras drogas. Conclusão: O
estudo permitiu o conhecimento das características clínicodemográficas, aspectos comportamentais e atitudes das
PVHA, atendidas na FE-HUB/UnB, a respeito da TARV. Os
achados sugerem a possibilidade das pessoas com
autopercepção de saúde preservada realizarem manejos da
terapia ou apresentarem comportamentos de risco à
efetividade e segurança da TARV. Desta forma, estratégias
para garantir à adesão e reconhecimento precoce de reações
adversas, interações medicamentosas e falhas terapêuticas
podem contribuir para a prevenção do uso irregular ou
abandono da TARV e os consequentes prejuízos ao tratamento
do HIV/AIDS.
P-10 - CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE
COINFECÇÃO HIV/TUBERCULOSE NO ESTADO DO
RIO GRANDE DO NORTE: REVISÃO INTEGRATIVA.
KLEBIA KAROLINE DOS SANTOS NECO, GABRIELA
SOUZA DAMÁSIO, ISABELLE CHRISTINE MARINHO DE
OLIVEIRA, HELOISA MARTINS FRANÇA, JESSICA
DAYANE DANTAS COSTA, PRISCILA DA COSTA
CARNEIRO,
ALEXSANDRA
RODRIGUES
FEIJÃO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE
Introdução: A tuberculose (TB) é uma das doenças
transmissíveis mais antigas do mundo e altamente infecciosa,
apresentando distribuição mundial com tendência decrescente
de morbidade e mortalidade nos países desenvolvidos. Entre
os principais sujeitos a adquirirem a doença encontram-se os
infectados
pelo
HIV,
devido
principalmente
o
comprometimento
no
sistema
imunológico
e
a
multirresistências aos tuberculostáticos. Em virtude disso,
atualmente, a coinfecção de HIV-TB continua sendo uma das
principais causas de morte em indivíduos portadores do HIV.
Portanto, este trabalho objetiva expor as principais
características epidemiológicas de casos de coinfecção HIV/
Tuberculose notificada no Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (SINAN) do Estado do Rio Grande do
Norte. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de
literatura, realizada no mês de agosto de 2013, utilizando-se as
bases de dados do Google Acadêmico, BIREME e tabelas de
notificações do SINAN. Na pesquisa foram selecionados
artigos dos últimos cinco anos, em idioma português. E
utilizadas tabelas do SINAN de 2008 a 2012, elegendo-se
como características epidemiológicas: a faixa etária, situação
encerrada, forma de infecção, tipo de entrada, sexo e
escolaridade, todos notificados e confirmados no Estado de
acordo com o ano de diagnostico. Resultado: Observou-se a
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
predominância de casos de coinfecção HIV/tuberculose em
pessoas com faixa etária entre 20-29 anos, sexo masculino e
de baixa escolaridade. Quando comparado os índices de casos
diagnosticados e tipo de entrada, percebeu-se que houve um
aumento significativo no número de casos, assim como na
situação de encerramento da doença. Além disso, com o
passar dos anos houve um crescimento em todas as
características
observadas. Discussão: Este
fato
é
preocupante, pois indica propagação da doença de forma
desenfreada, evidenciada pela análise dos dados e comparação
com os artigos selecionados. Isso se deve, em parte, a
negligência das autoridades sanitárias e profissionais de saúde
nas ações de vigilância, prevenção e controle das doenças,
assim como, a influência de alguns fatores predominantes
como: o estilo de vida, a marginalização, pobreza, o baixo
nível de instrução, a falta de acesso aos serviços públicos de
saúde, a não adesão ou abandono do tratamento, a não
compreensão da doença, e outros aspectos. Conclusão: Dessa
forma, a criação estratégias e políticas públicas de saúde
destinadas ao combate e controle da doença, juntamente com
condutas de enfermagem voltadas para a educação em saúde,
acompanhamento, investigação de casos suspeitos e
confirmação de casos novos, adequação ao uso das
medicações e incentivo ao tratamento, são ações que oferecem
uma maior sobrevida para o indivíduo coinfectado, bem como
minimiza a transmissão para outras pessoas, acarretando, na
redução das taxas de coinfecção HIV/TB e na melhoria da
qualidade de vida.
P-11 - DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
E ADOLESCENTES HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA
ANTIRRETROVIRAL
COMBINADA.
FERNANDA
BISSIGO PEREIRA, CARMEN LUCIA OLIVEIRA DA SILVA,
CAROLINE BARBOSA SCHIMITZ, ALEXANDRE RAMOS
LAZZAROTTO. FACULDADE DA SERRA GAÚCHA (FSG)
Introdução: A determinação do estado nutricional
com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e
dietéticos de crianças e adolescentes HIV/AIDS em uso de
Terapia Antirretroviral Combinada (TARV) é fundamental
para o controle dos efeitos colaterais e adversos observados
nesta população e, dentre eles, as alterações corporais e
metabólicas. Apesar de estudos evidenciarem que as
alterações decorrem do uso da TARV, existe uma carência de
trabalhos com esta população no Brasil, tornando-se
necessário uma investigação mais delimitada sobre o estado
nutricional. Assim, o objetivo é verificar se a utilização da
TARV está associada com as alterações nos parâmetros
antropométricos, bioquímicos e dietéticos de crianças e
adolescentes HIV/AIDS. Material e Métodos: Estudo
transversal com 81 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos,
de ambos os sexos, em uso de TARV oriundos do
Ambulatório de HIV/AIDS em Pediatria do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram coletados dados
clínicos, imunológicos, virológicos e bioquímicos (colesterol
total, triglicerídeos e glicose). O estado nutricional foi
avaliado através de parâmetros antropométricos (massa
corporal total, estatura, circunferências e dobras) e os
dietéticos foram obtidos através da análise de ingestão de
macro e micronutrientes. Os dados foram analisados no SPSS,
versão 17.0 (p<0,05) através do coeficiente de correlação de
Pearson, teste t-student, teste de Mann-Whitney e KruskalWallis e o teste de Wilcoxon. Resultados: Não houve
diferença significativa entre o tipo de TARV utilizada, ou seja,
com e sem Inibidor de Protease (IP) em relação as variáveis
antropométricas e dietéticas. Crinaças e adolescentes em uso
de TARV com IP apresentaram níveis significativamente mais
altos de colesterol total (p=0,026) e triglicerídeos (p=0,001)
do que os sem uso de IP. Não houve associação entre o tempo
de uso de TARV atual (com IP e sem IP) com as variáveis
antropométricas, bioquímicas e dietéticas. Discussão: Os
resultados mostraram adequação no estado nutricional
associado aos parâmetros antropométricos e dietéticos,
entretanto, as alterações de colesterol e triglicerídeos com uso
de IP refletem a necessidade de mudanças nas orientações
nutricionais, considerando que o desenvolvimento da
dislipidemia constitui-se como o maior fator de risco para a
progressão da aterosclerose desde a infância. Conclusão:
Conclui-se que o tipo de TARV não interferiu no estado
nutricional e dietético das crianças e adolescentes, porém, há
necessidade de adequação no consumo alimentar de acordo
com as recomendações nutricionais vigentes. A TARV com IP
interferiu nos parâmetros bioquímicos (colesterol e
triglicerídeos). A partir destes achados, sugerem-se novas
perspectivas de investigação, principalmente no que concerne
ao controle dos lipídios sanguíneos associados ao esquema
terapêutico, atarvés de intervenção dietoterápica capaz de
modificar níveis sanguíneos alterados de colesterol e
triglicerídeos.
P-13 - FREQUÊNCIA DE USO DE PRESERVATIVOS
ENTRE INDIVÍDUOS EM ACOMPANHAMENTO EM
UM SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA
EM HIV/AIDS NO SUL DO PAÍS. DAILA ALENA
RAENCK DA SILVA, KAREN OLIVEIRA FURLANETTO,
MARIANA PODELESKI TEJADA DE BARROS, BRUNA
BERNARDES BITENCOURT DE OLIVEIRA, IANNY
GABRIELA FERRÃO GARRONI ALVES, LUCIANA
BARCELLOS TEIXEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO SUL / PREFEITURA MUNICIPAL DE
PORTO ALEGRE
Introdução: A aids é uma doença que compromete o
sistema imunológico e aumenta a suscetibilidade a doenças
oportunistas. Devido ao elevado número de casos no país, é
considerada um problema de saúde pública. Nesse contexto, a
recomendação de uso de preservativo é uma das principais
estratégias de prevenção e promoção da saúde sexual e
reprodutiva, tanto para a população em geral, quanto para as
pessoas vivendo com HIV. Objetivo: Conhecer a frequência
de uso de preservativos entre indivíduos com resultado
positivo
de
testagem
anti-HIV,
que
iniciaram
acompanhamento de saúde, em um serviço público
especializado no atendimento em HIV/Aids, na cidade de
Porto Alegre. Métodos: Esse trabalho apresenta dados
descritivos dos registros de um serviço de saúde. Durante a
primeira consulta no serviço, um instrumento é aplicado aos
pacientes, com intuito de conhecer o perfil dos ingressantes.
Posteriormente, as informações são digitadas num banco de
dados institucional. O período avaliado nesse estudo foi de
janeiro de 2012 a dezembro de 2013. As análises descritivas
apresentadas foram realizadas no programa SPSS.
Resultados: No período indicado, o serviço iniciou
acompanhamento de 267 pacientes soropositivos para o HIV,
dos quais 71,5% eram homens. O grupo foi constituído
predominantemente por pessoas de cor branca (54,3%); e a
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
média de idade foi de 34 ±10,6 anos. Referente à escolaridade,
64,7% do grupo possuía ensino médio completo ou mais anos
de estudo. Em relação ao uso do preservativo com parceiro
fixo, observou-se que 62 indivíduos usavam em todas as
relações (23,2%), 25 usou em mais da metade das relações
(9,4%), 39 usou menos da metade das relações (14,6%) e 82
nunca usava (30,7%). A mesma análise realizada com
parceiros eventuais demonstrou que 83 ( 31,1%) usou
preservativo em todas as relações, 28 (10,5%) nunca usou, 25
(9,4%) usou menos da metade das relações e 29 (10,9%) usou
em mais da metade. Conclusões: Apesar da feminização da
epidemia, verificou-se o predomínio de homens, e elevada
escolaridade no grupo. Observou-se que a frequência do uso
do preservativo é variável conforme o tipo de parceiro, sendo
que um número elevado de indivíduos com parceiro fixo
nunca usou, achados em conformidade com a literatura. Os
dados apontam a necessidade de trabalhar adesão ao uso de
preservativo neste serviço de saúde.
P-14
GRAU
DE
INFORMAÇÕES
DOS
PROFISSIONAIS DE SALÕES DE BELEZA SOBRE
AIDS E HEPATITE. ANA CRISTINA AZEVEDO
MOREIRA, FERNANDO LIMA DA SILVA, JULIANE KELY
FAGUNDES SILVA, JOSÉ LUIZ MOREIRA DE CARVALHO.
UFBA
Introdução: devido à utilização de instrumentos
perfurocortantes, profissionais e clientes de salões de beleza
estão expostos ao risco de contágio por sangue contaminado
com os vírus HIV e da hepatite. Material e método: aplicação
de questionários semiestruturados a 149 profissionais em
salões
de
beleza
instalados
em
SalvadorBA. Resultados: 33,7% conceituaram a AIDS como doença
gravíssima e mortal; 23,5%, como doença sexualmente
transmissível ou contraída através de instrumentos não
estéreis; 14,8% como a pior das doenças. Sobre a transmissão,
40,3% responderam relações sexuais sem uso de preservativo;
22,2%, através de materiais pérfuro-cortantes, e 0,6 % por
contato com o portador. Para a hepatite, a maioria dos
entrevistados conceituaram-na fazendo alusões à AIDS. 73,2%
afirmaram ser vacinados contra a hepatite B. Discussão: sobre
o conceito de AIDS os entrevistados atribuíram diversos
significados para esta questão. Os mais frequentes foram
aqueles associados com a gravidade da doença (33,7%),
considerando que esses profissionais se referiam à mesma
através de expressões negativas como: “é a morte; a treva; a
pior das doenças; tudo de ruim; um pecado milenar”. Em
relação às formas de transmissão do HIV/AIDS, dos 149
entrevistados, 40,3% mencionaram as relações sexuais sem o
uso de preservativo e 30,2% através de contato com sangue
contaminado ou transfusão e doação de sangue, além de leite
materno, saliva e secreções. Sobre o conceito de hepatite,
21,5% dos entrevistados conceituaram na comparando de
forma errônea com a AIDS, doença muito mais divulgada pela
mídia, enfatizando, assim como na AIDS, o grau de gravidade
da doença. Sobre as formas de transmissão da hepatite, 15,4%
dos profissionais ou não responderam ou não sabiam. Em
relação á vacinação contra a hepatite B, um percentual
significativo de profissionais não foram vacinados (26,2%),
embora a vacina contra esta forma de hepatite esteja
disponível para esta categoria profissional, gratuitamente, pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Conclusão: os resultados
obtidos mostraram que parcela relevante dos profissionais
entrevistados tinham conhecimentos insuficientes sobre o
conceito e transmissão da AIDS e principalmente com relação
à hepatite. A ocorrência de manicures, pedicures e podólogos
ainda não imunizados contra a hepatite B e o fraco
conhecimento deles sobre essas doenças indicaram a
necessidade de campanhas de vacinação e cursos destinados a
esse público.
P-15 - INFLUÊNCIA DA MULTIPARCERIA SEXUAL
NA
INFECÇÃO
PELO
VÍRUS
DA
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA EM JOVENS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE.
CLÁUDIA LAYSE ALMEIDA SOUZA, MARCELLA ALVES
DA PAZ, JOÃO MÁRCIO NUNES DE ALENCAR, YANNA
MARA DA CRUZ SILVA, GLEIBSON MOURA FERREIRA,
WENDELL SOARES CARNEIRO, ULISSES UMBELINO
DOS ANJOS, JORDANA DE ALMEIDA NOGUEIRA,
JAILSON ALBERTO RODRIGUES. UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PIAUÍ
Introdução: A adoção de práticas consideradas
insalubres, vulnerabilizantes ou mesmo desviadas dos padrões
sociais, tem conferido a determinados segmentos
populacionais, a citar os jovens, prioridades nas discussões
sobre ações em saúde. Desde o surgimento da infecção pelo
HIV e sua manifestação através Aids, o mundo testemunhou
grandes conquistas no sentido de prevenir e controlar esse
grave problema de saúde pública. Objetivo: Identificar a
influência da multiparceria sexual na vulnerabilidade à
infecção pelo HIV nos jovens. Material e Métodos: Trata-se
de uma revisão sistemática com metanálise de estudos
observacionais, onde se realizou um levantamento
bibliográfico no banco de dados PubMed (National Center for
Biotechnology Information/ National Library of Medicine),
no Journal Adolescent Health e ADOLEC (Biblioteca Virtual
em Saúde do Adolescente). Dos 29 artigos aprovados pelo
instrumento de avaliação da qualidade dos artigos, oito deles
tinham amostra composta por participantes de idade entre 1526 anos. Os mesmos foram analisados também, a partir da
escala de PEDro (Physiotherapy Evidence Database) e, seis
(06)
deles
foram
aprovados
para
compor
a
amostra. Resultados e Discussão: Após aplicação da escala
de PEDro, os artigos apresentaram pelo menos um resultadochave para as comparações estatísticas inter-grupos, que
fossem pertinentes à temática prática da multiparceria sexual
por jovens. A partir disso, foi possível extrair uma medida
metanálitica. A análise dos dados quantitativos apresentados
foi realizada baseando-se em um modelo estatístico de efeitos
aleatórios, em que a inferência é condicionada a estudos já
realizados, isto é, tem característica retrospectiva. A partir
disso, apresenta-se a medida síntese da razão de riscos (odds
ratio) de Mantel-Haenzel, com respectivo intervalo de
confiança (IC), ao nível de significância de 0,05. É possível
verificar que a medida sumário (OR = 2,66) ratifica a
multiparceria sexual como um fator ou comportamento de
risco para infecção pelo HIV, ou seja, sua adoção torna o
indivíduo mais vulnerável. Diante dessa medida síntese, é
possível notar, a adoção dessa prática pode aumentar em 2,66
vezes as chances de o jovem ser infectado pelo vírus. Hove
significância estatística das medidas estimadas, confirmando a
existência de heterocedásticidade dos estudos, com um valor
Q = 233,9; p-valor < 0,0001 e, estatística I2 = 97,8%
. Conclusão: A multiparceria sexual mostra-se então, como
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
um forte determinante da infecção pelo HIV, especialmente
nessa etapa da vida que é permeada por diversas
particularidades. Torna-se importante salientar a existência de
limitado quantitativo de estudos que abordam a relação da
multiparceria sexual e infecção pelo HIV.
P-16 - INFLUÊNCIA DO USO DA CAMISINHA
MASCULINA POR IDOSOS NA VULNERABILIDADE
AO HIV: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM
METANÁLISE. JOÃO MÁRCIO NUNES DE ALENCAR,
MARCELLA ALVES DA PAZ, CLÁUDIA LAYSE ALMEIDA
SOUZA, YANNA MARA DA CRUZ SILVA, LUNNA GUERRA
CAVALCANTE, WENDELL SOARES CARNEIRO, ULISSES
UMBELINO DOS ANJOS, JORDANA DE ALMEIDA
NOGUEIRA,
JAILSON
ALBERTO
RODRIGUES.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
Introdução: Tem-se observado um importante
aumento no número de pessoas idosas infectados pelo HIV,
normalmente essa população não se considera vulnerável a
infecção, especialmente quando se trata de uma infecção
sexualmente transmissível - IST tão estigmatizante. Portanto,
essa forma de se perceber pode induzir os idosos a práticas
sexuais vulnerabilizantes. Nessa perspectiva, o presente estudo
justifica-se pela necessidade de se conhecer a influência desse
comportamento sexual dos idosos, a utilização do
preservativo, frente à infecção pelo HIV. Objetivo: Averiguar
a influência do uso da camisinha masculina por idosos na
vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Material e
métodos:Desenvolveu-se uma revisão sistemática da
literatura, com metanálise, entre estudos observacionais, o
qual tem característica retrospectiva, sendo realizadas
pesquisas nas seguintes bases de dados: SciELO, Lilacs,
biblioteca eletrônica da UFMG e da USP e Google
acadêmico. Foram selecionados 38 artigos e após avaliação e
aplicação da escala de PEDro, (Physiotherapy Evidence
Database)foram eleitos 6 deles para compor a amostra do
estudo. Resultado e discussão: Após a avaliação dos textos
encontrados, por se enquadrarem nos critérios de inclusão
estabelecidos e na temática do estudo, dos 38 artigos apenas 6
continham dados condizentes e suficientes para a realização
dos procedimentos meta-analíticos. A análise dos dados foi
realizada baseando-se em um modelo estatístico de efeitos
fixos, em que a inferência estatística é condicionada a estudos
já realizados. Para tal, apresenta-se a medida síntese da razão
de riscos (odds ratio) de Mantel-Haenzel, com respectivo
intervalo de confiança (IC), ao nível de significância de 0,05,
conforme se observa no forest plot. A partir do forest plot é
possível verificar que a medida sumário (OR = 1,643) ratifica
o uso do preservativo como um fator ou comportamento de
proteção contra a infecção pelo HIV, ou seja, sua adoção torna
o indivíduo menos vulnerável. Diante dessa medida síntese, é
possível notar que o não uso do preservativo pode aumentar
em 1,643 vezes as chances de o idoso ser infectado pelo
HIV.Conclusão: Os resultados foram satisfatórios na
comprovação do uso da camisinha como influência positiva
para a prevenção do HIV em idosos. Além disso, os testes
estatísticos realizados confirmaram a existência de evidências
dos benefícios trazidos pelo uso do preservativo nessa faixa
etária, visando minimizar a vulnerabilidade ao HIV. Poucos
são os estudos representativos que abordam a variável em
questão ou que fazem correlação entre as práticas sexuais da
pessoa idosa e o não uso da camisinha com o HIV/AIDS. Isso
faz com que se permeiem as incertezas e imprecisões
limitantes das ações em saúde.
P-17 - INTEGRAÇÃO DO CENTRO DE TESTAGEM E
ACONSELHAMENTO E ATENÇÃO BÁSICA: RELATO
DE EXPERIÊNCIADA CONSOLIDAÇÃO DA REDE DE
ATENÇÃO. JULIANA BEUX KONNO, DIANE MICHELY
CASSARO, CESAR RAVACHE, FABIO OLIVEIRA DE
FREITAS, MARIA APARECIDA MARTINS DE SOUZA,
SONIA TERESINHA PESSI MORANTE, EDINÉIA MARIZA
SIEROTA, ELIANA PEDROSO, ELIZABETH APARECIDA
RIBEIRO DE LIMA, ELIANE MARIA THEODORO
RODRIGUES, JOSEANE GOMES LEAL, MARINA
COUTINHO ANTES, SERELI MARIA MEINERZ, PATRICIA
FERNANDA BOIÇON, MAUREN SCHULZ DA SILVA,
MARIA CRISTINA CANO. PREFEITURA MUNCICIPAL DE
TOLEDO-PR
Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA)
são serviços de saúde que, articulados com a atenção básica,
representam uma estratégia importante na via de acesso ao
aconselhamento e ao diagnóstico do HIV, das hepatites B e C
e da sífilis, além de atuar também na prevenção dessas e das
demais doenças sexualmente transmissíveis. Sabe-se que
apesar da política nacional de DST/AIDS enfatizar a
importância da integração dos vários pontos da rede de
atenção, ainda há um obstáculo difícil de ser superado. Diante
da necessidade de integrar os serviços, desde o ano de 2012 a
Unidade de Saúde São Francisco juntamente com o Centro de
Testagem e Aconselhamento, ambos localizados no município
de Toledo-Pr, procuram desenvolver atividades em conjunto.
A Estratégia Saúde da Família no bairro São Francisco foi
implantada no ano de 2011, sendo composta por 2 equipes e
ficando responsável por uma população estimada em 5770
pessoas (SIAB/MS/2013). O CTA foi implantado no ano
2000, logo em seguida, em 2001, ocorreu a implantação do
SAE (Serviço de Atendimento Especializado). Desde então o
programa de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais está situado
junto ao Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do
Paraná (CISCOPAR), que é composto por 18 municípios. A
parceria entre serviço especializado e atenção básica ocorre na
forma de campanhas, a unidade de saúde municipal promove
eventos relacionados à saúde do homem, da mulher, do idoso,
bem como campanhas de vacinação, em que o CTA se insere
na realização de atividades nesses eventos como
aconselhamento pré e pós teste, testagens convencionais e
rápidas, além de entrega de preservativos e orientações
individuais com foco exclusivo na prevenção e promoção de
saúde. Nesses 3 anos de parceria entre os serviços, foram
realizados 4 eventos, sendo que foram atendidas cerca de 542
pessoas, ou seja, 9,4% da população da área de abrangência da
unidade. Do total de atendimentos, 221 indivíduos foram
testados para HIV, sífilis ou hepatites virais B e C, sendo que
até o momento não foram diagnosticados casos positivos para
as doenças investigadas. Apesar de nos eventos não terem
surgido casos reagentes, deve-se ocorrer uma sensibilização
constante da população para a realização das testagens, visto
que mesmo com eventos disponíveis, ainda é baixa a procura
espontânea por exames e orientações. Observa-se na rotina de
atendimentos na unidade de saúde em questão, que apesar do
CTA estar localizado na região central do município, muitos
usuários e profissionais de saúde desconhecem a localização e
os serviços oferecidos pela instituição. Dessa forma, a
execução de atividades extramuros promove uma eficiente
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
divulgação, possibilitando maior integração com os demais
pontos da rede de atenção, beneficiando o usuário que é o
protagonista das ações que devem ser oferecidas tanto pela
atenção básica, quanto especializada.
teste rápido para as comunidades que normalmente não tem
acesso às campanhas de grande porte que acontecem no
município e não atingem esta parcela da população em
constate situação de vulnerabilidade social.
P-18 - NÃO FIQUE NA DÚVIDA: FIQUE SABENDO.
UMA ESTRATÉGIA PARA AMPLIAÇÃO DE
DIAGNÓSTICO PARA HIV E HEPATITES VIRAIS EM
ESPAÇOS
DE
GRANDE
VULNERABILIDADE
UTILIZANDO TESTE RAPIDO. SUSE MAYRE MARTINS
MOREIRA AZEVEDO, NAYALA DE JESUS BISPO, JOSÉ
ANTÔNIO
LOYOLA
FOGUEIRA.
CENTRO
DE
REFERÊNCIA EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS DR.
JÚLIO BRITO
A Aids e as Hepatites Virais são doenças que passam
despercebidas na vida das pessoas, até quando, os sinais e
sintomas começam a aparecer e as doenças se manifestam, em
geral, tardiamente com graves conseqüências para a saúde da
pessoa. Dessa forma é importante que seja feito um
diagnostico dessas doenças mesmo antes do surgimento de
qualquer sintoma. No ano de 2006 o Ministério da Saúde, por
meio do atual Departamento Nacional de DST/AIDS e
Hepatites Virais lançou o projeto Fique Sabendo. A proposta
do Fique Sabendo visa ampliar o diagnóstico precoce, por
meio de testes rápidos, ao mesmo tempo em que vincula e
acolhe as pessoas com testes reagentes para HIV e Hepatites
Virais nas redes de atenção à saúde, oferecendo acesso ao
tratamento, aconselhamento individual e acompanhamento,
com foco na melhoria de qualidade de vida e na garantia do
direito humano à saúde. Os casos reagentes detectados nessas
campanhas são encaminhados para o tratamento nos Centros
de Referência em DST/AIDS e Hepatites Virais ou nas
unidades básicas, nos municípios onde já estão acontecendo
ações de descentralização do serviço. No município de Itabuna
o tratamento de Aids e Hepatites Virais(HV) é realizado no
Centro de Referência Dr. Julio Brito, onde a pessoa recebe
atendimento médico e de enfermagem, acompanhamento
psicológico, nutricional, fisioterápico e de assistência social e
onde é dispensado todos os medicamentos. A proposta deste
projeto foi desenvolver ações do Fique Sabendo em
comunidades do município de Itabuna que se encontram
distantes do Centro de Referência, bem como em outras
cidades que utilizam o nosso municípios como referência
na área de saúde. O projeto teve como objetivos: Ampliar o
diagnostico precoce de HIV e HV entre populações com
vulnerabilidade acrescida por meio de Testes Rápido; levar
informação à população sobre vulnerabilidade e formas de
transmissão e prevenção à AIDS e Hepatites Virais,
orientando sobre sexo seguro; acolher as pessoas com
diagnóstico positivo para o tratamento. As campanhas
aconteceram em diversos espaços do município de Itabuna e
em outros municípios integrantes da 7ª Diretoria Regional de
Saúde - Bahia. O projeto aconteceu no ano de 2013 e foram
realizados 849 testes onde tivemos 18 resultados reagentes
para HIV, 15 para Hepatite B, e 08 para Hepatite C e todas as
pessoas
estão
sendo
acompanhadas
pela
equipe
multidisciplinar do Centro de Referencia. Para o
desenvolvimento do projeto foi montada uma equipe com os
seguintes profissionais: 01 gerente de projetos, 01 biomédica,
01 técnica em laboratório, 01 digitador, 01 enfermeiro, 01
psicóloga, 01 aconselhador e 02 recepcionistas. Com este
projeto foi possível perceber a importância de levarmos o
P-19 - PERCEPÇÃO E PRÁTICAS ADOLESCENTES A
RESPEITO DA SEXUALIDADE E CONTÁGIO PELO
HIV/AIDS:
UMA
AVALIAÇÃO
DE
VULNERABILIDADE EM ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO DA REDE PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE
URUGUAIANA-RS. MARIÉLE RODRIGUES BARBOSA,
DIONATAN DOS SANTOS DELEVATI, LUCAS COSTA DE
SOUZA, GRACIELA DUTRA SEHNEM, SANDRA ELISA
HAAS,
VANUSA
MANFREDINI.
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PAMPA
Após três décadas da descoberta do vírus da
Imunodeficiência Humana, a AIDS continua sendo foco no
cenário epidemiológico mundial, conduzindo a discussões
compreendendo comportamento sexual, crenças e valores. No
Brasil, segundo o Ministério da Saúde até o ano 2012 foram
registrados 656.701 casos de AIDS. Em 10 anos houve um
crescimento de 27,1% para 30,9% no Sul. O Rio Grande do
Sul é o estado de maior incidência, sendo a cidade de
Alvorada com maior ocorrência, a cidade de Uruguaiana-RS
aparece em 4º lugar no ranking estadual. O comportamento
sexual de adolescentes é um desafio para a saúde pública, em
decorrência de múltiplos fatores de exposição e risco para o
HIV/AIDS, bem como suas repercussões psicossociais e
econômicas. O objetivo desse estudo foi identificar a
percepção de vulnerabilidade de adolescentes acerca de
sexualidade e infecção pelo HIV/AIDS em estudantes do
ensino médio da rede pública no município de UruguaianaRS. O estudo foi realizado com adolescentes, de ambos os
sexos, constituintes do ensino médio de duas escolas públicas
do município de Uruguaiana-RS escolhidas aleatoriamente.
Trata-se de um estudo descritivo, onde foi desenvolvido um
questionário fechado do tipo estruturado com 23 questões,
previamente testadas para adequação quanto à linguagem,
sequência e clareza, abordando assuntos relacionados à:
infecção e prevenção ao HIV, preconceito, valor à vida e
sonhos futuros, sendo evidenciada a vulnerabilidade desse
indivíduo através de erros e acertos no questionário. Foi criado
um índice de vulnerabilidade conforme o número de erros e
acertos dos jovens, os quais foram classificados em: não
vulnerável (todas as questões corretas), pouco vulnerável (1 a
4 erros), vulnerável (5 a 9 erros), muito vulnerável (12 a 23
erros). Os dados referentes à idade foram expressos como
média e desvio padrão, os demais parâmetros avaliados foram
expressos em prevalência. A amostra inicial contou com 287
estudantes de ambos os sexos, sendo que 6 foram excluídos
devido a adulteração no questionário totalizando 281
estudantes. A idade média da população foi de 16 ± 1 anos. De
acordo com a classificação, 65% considerado vulnerável, 34%
pouco vulnerável, 0,8% muito vulnerável e 0% não
vulnerável. Estudos sugerem que existem várias hipóteses
sobre a razão que leva os adolescentes a não agregar o
conhecimento sobre HIV/AIDS às práticas de prevenção,
dentre elas esta a adoção de representações sociais da AIDS
como sendo a “doença do outro”, “doença de adulto”, de
“gente velha” ou de “grupos de risco”. Dada a complexidade
da prevenção do HIV, é preciso entender a vulnerabilidade
como um todo, sendo indispensável intervenções preventivas
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
efetivas através de ações educativas em saúde fundamentadas
em estratégias dialógicas e construtivas incentivando os
elementos básicos da vulnerabilidade individual e que façam
sentido nos diversos contextos socioculturais em que os
adolescentes estão inseridos e vivenciam sua sexualidade.
P-20 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS
PACIENTES INTERNADOS COM HIV/AIDS EM UM
HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM SALVADOR/BAHIA
NO PERÍODO DE 2008 A 2011. LUCIANA MATOS E
SILVA, DALVA DE ANDRADE MONTEIRO. FTC
Introdução: O perfil epidemiológico dos pacientes
com HIV/AIDS sofreu diversas mudanças nos últimos anos,
fato que demanda busca de informações atualizadas
objetivando aprimorar a prática de intervenção em saúde. O
seguinte estudo tem como objetivo descrever dados clínicos e
epidemiológicos de pacientes internatos com HIV/AIDS do
Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) localizado em
Salvador entre 2008 e 2011. Método: Estudo descritivo e
retrospectivo com abordagem quantitativa cujos dados foram
obtidos através de fichas de notificação do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do
Ministério da Saúde, de pacientes internados com diagnóstico
de HIV/AIDS no HGRS de 2008 até 2011, disponíveis no
Núcleo de Vigilância Epidemiológica situado no referente
hospital. Foram coletados dados sociodemográficos e
informações relacionadas ao contágio e evolução da doença
para realizar a avaliação. Resultados: No período de estudo
foram registrados 447 casos, a maioria do sexo masculino
(62%). A média de idade foi 37,14 + 10,96. A raça/cor mais
prevalente foi à parda(44%), seguida de branca(14%),
preta(13%) e indígena(0,8%). Do total dos pacientes, 23,7%
apresentaram baixa escolaridade, 14% possuíam ensino
médio, 7,2% possuíam nível superior e 55% não foram
declarados. Do total de pacientes, 75% residiam na cidade de
Salvador enquanto 25% foram procedentes do interior do
estado. Do total de prontuários, 84% foram referentes á
adultos com AIDS, 12,7% considerados apenas HIV positivos,
3,3% eram gestantes. Comportamento heterossexual foi
relatado em 45% dos casos e 20% declararam manter relações
sexuais com pessoas do mesmo sexo. 4% dos pacientes eram
usuários de drogas injetáveis e 2% foram contaminados por
transmissão vertical. Os sinais e sintomas mais reportados
foram:
caquexia(56%),
astenia(51%),
febre(33%),
diarreia(27%), tosse persistente(26%). 48% dos pacientes
tiveram a contagem de linfócitos menor que 350 cél/mm3. As
comorbidades mais prevalente foram candidíase oral(34%),
toxoplasmose cerebral(15%), tuberculose(18%) e herpes(5%).
Em relação a evolução do internamento, 59% permaneceram
vivos, 16% foram a óbito por AIDS, 1,7% faleceram por
outras causas, 23,3% não foram declarados. Discussão: O
perfil dos pacientes estudados é composto em sua maioria por
indivíduos do sexo masculino, em idade reprodutiva,
heterossexuais e procedentes de Salvador. Comparando as
informações obtidas com dados da literatura nacional, este
estudo apresentou resultados semelhantes, porém maiores
taxas de prevalência de gestantes com HIV e de doenças
oportunistas, e menores taxas de óbito. O grande número de
pacientes infectados chama atenção para a necessidade de
aperfeiçoamento de estratégias de enfrentamento da
síndrome.Conclusão: O estudo aponta a necessidade no
direcionamento de atividades de prevenção e melhorar a
assistência e tratamento da doença, visando destiná-los às
áreas mais afetadas e fortalecer os sistemas de apoio social.
P-21 - PERFIL DOS ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO
FRENTE
ÀS
QUESTÕES
SOCIOEDUCATIVAS:
ORIENTAÇÃO
SEXUAL,
PREVENÇÃO E INFECÇÃO PELO HIV/AIDS NO
MUNICÍPIO DE URUGUAIANA-RS. DIONATAN DOS
SANTOS DELEVATI, MARIÉLE RODRIGUES BARBOSA,
NATALIA BARRIONUEVO FAVERO, LUCAS COSTA DE
SOUZA, VANUSA MANFREDINI, GRACIELA DUTRA
SEHNEM, SANDRA ELISA HAAS. UNIPAMPA
As doenças sexualmente transmissíveis constituam
um grande problema de saúde pública, sendo o HIV/AIDS
caracterizado como epidemia mundial. Durante a
adolescência, ocorrem diversas transformações fisiológicas e
psicológicas, em consequência dessas mudanças os
adolescentes são o grupo mais vulnerável a assuntos
relacionados à infecção pelo HIV, essa faixa etária
caracteriza-se pela fase da descoberta e adoção de novos
comportamentos, o que justifica este ser um público alvo para
a educação em saúde. O objetivo deste estudo foi investigar o
perfil do estudante do ensino médio da rede pública no
município
de
Uruguaiana-RS
frente
a
questões
socioeducativas relacionado à orientação sexual, prevenção e
infecção pelo HIV/AIDS. O estudo foi realizado junto a
adolescentes, de ambos os sexos, integrantes do ensino médio
de duas escolas públicas do município de Uruguaiana-RS
escolhidas aleatoriamente. Trata-se de um estudo descritivo,
em que foi desenvolvido um questionário fechado do tipo
estruturado, previamente testado para adequação quanto à
linguagem, sequência e clareza das questões abordando
aspectos relacionados à idade, sexo, orientação sexual, início
da atividade sexual, educação sexual e a relação pais e filhos,
infecção pelo HIV. Após a coleta de dados os estudantes
puderam esclarecer suas dúvidas e questionamentos sobre
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e
sexualidade foram abordados. Os dados referentes à idade
foram expressos como média e desvio padrão, os demais
parâmetros avaliados foram expressos em prevalência. A
amostra inicial contou com 287 estudantes de ambos os sexos,
sendo que desses 6 foram excluídos devido a adulteração no
questionário totalizando 281 estudantes. A idade média da
população foi de 16 ± 1 ano. Quanto ao item sexo, 40%
definiram-se do sexo masculino, 57% feminino e 3% não
responderam. Quanto à orientação sexual, 76,3% definiram-se
heterossexuais, 4,8% bissexuais, 3,4% homossexuais e 15,5%
abstiveram-se da resposta. Quanto ao vírus HIV, 98,7% afirma
não ser portador do vírus HIV e 1,3% não responderam.
Quanto ao início da atividade sexual, 37,5% entre 15 e 20
anos, 30,6% antes dos 15 anos e 30,6% declaram-se virgens.
Quanto à relação entre pais e filhos e a educação sexual,
56,9% relatam conversar sobre sexo e 42,3% relatam não
haver diálogo. Ao término da realização do questionário os
alunos apresentavam muitas dúvidas referentes a orientação
sexual. A maioria desconhecia o significado de cada conceito,
podendo ser em decorrência do pouco diálogo com seus pais
ou acesso a informação. Alguns estudos propõem que o
conhecimento sobre sexualidade e seus riscos, é uma medida
favorável para a promoção da saúde do adolescente. É
imprescindível a aplicação de ações socioeducativas e rodas
de conversa para esclarecimento de dúvidas entre os
adolescentes, deixando-os livres para questionamentos.
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
P-22 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS PACIENTES
QUE REALIZARAM CITOPATOLÓGICO DE COLO
UTERINO EM UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA.
JULIANA BEUX KONNO, DIANE MICHELY CASSARO,
CESAR RAVACHE, FABIO OLIVEIRA DE FREITAS, SONIA
TERESINHA PESSI MORANTE, EDINÉIA MARIZA
SIEROTA,
ELIANA
PEDROSO,
ELIANE
MARIA
THEODORO RODRIGUES, ELIZABETH APARECIDA
RIBEIRO DE LIMA, JOSEANE GOMES LEAL, MARIA
APARECIDA MARTINS DE SOUZA, MARIA CRISTINA
CANO, MARINA COUTINHO ANTES, MAUREN SCHULZ
DA SILVA, PATRICIA FERNANDA BOIÇON, SERELI
MARIA MEINERZ. PREFEITURA MUNCICIPAL DE
TOLEDO-PR
Nos últimos anos houve uma preocupação com o
aumento de câncer do colo de útero, sendo a terceira neoplasia
maligna mais comum entre as mulheres, no Brasil. Esta
problemática se torna inquietante, quando se considera que a
detecção precoce do câncer cérvico uterino pode ocorrer
através de um exame tecnicamente simples e de baixo custo.
O papanicolau apesar de não estabelecer diagnóstico
definitivo, conduz, através de protocolo do Ministério da
Saúde, a um atendimento diferenciado para cada paciente,
proporcionando uma maior resolutividade. Trata-se de um
estudo epidemiológico, observacional longitudinal e
retrospectivo, onde foram analisados os resultados dos
citopatológicos de colo de útero, em uma Unidade de Saúde
da Família no município de Toledo-PR, no período de 1 ano
(janeiro a dezembro de 2013). A amostra é composta por
mulheres residentes na área de abrangência da UBS São
Francisco, com idades entre 25 e 64 anos; De acordo com
SIAB/MS de 2013 a população feminina, na faixa etária do
estudo é estimada em 1.961 mulheres, sendo que neste mesmo
ano foram coletados 603 exames nesta faixa etária. Com
relação à idade, houve uma maior demanda dos 25 a 44 anos,
correspondendo a 56,38% dos exames realizados. Isto
demonstra que quanto maior a idade, menor a procura pelo
exame, o que é considerado um viés importante visto que um
dos princípios da saúde da família está focado na prevenção.
No que se concerne à raça, escolaridade e ocupação houve
predomínio da raça branca com 60,92%, do 1º grau
incompleto com 40,25% e do lar com 43,72%,
respectivamente. Do total dos exames realizados 87 (14,42%)
apresentam alguma alteração associada a processos préneoplásicos ou malignos, destacando-se a presença de células
atípicas de significado indeterminado em células escamosas
e/ou glandular em 57 exames (65,51%), seguido de neoplasia
Intra-Epitelial Cervical I com 25 exames (28,73%) e
Neoplasia Intra Epitelial Cervical II e III com 5 exames
(5,74%). Destaca-se que do total de exames alterados 18
(20,68%) apresentavam o Vírus do Papiloma Humano (HPV).
Das alterações identificadas através do resultado dos exames,
64 mulheres (73,56%) foram encaminhadas para nova coleta
no período de 6 meses, conforme protocolo do INCA, 18
(20,68%) foram encaminhadas ao serviço de referência para
seguimento, e 04 (5,74%) para colposcopia. Houve 14 casos
de abandono (16,09%). Apesar do conhecimento amplamente
divulgado sobre o câncer cérvico uterino e suas medidas de
controle, muitas mulheres continuam morrendo em razão da
detecção tardia deste tipo de câncer. Perante a realidade
enfrentada, observou-se que apesar da facilidade de acesso a
realização do exame, necessitamos ainda de uma
sensibilização das mulheres sobre a importância do
seguimento e tratamento em tempo hábil.
P-23 - PREVALÊNCIA DE DISLIPIDEMIAS EM
PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) EM USO DE
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL ATENDIDOS EM
UNIDADE DE REFERÊNCIA EM SALVADOR-BA.
CAMILA MOREIRA DE SOUZA, IVANA DINIZ LÍRIO,
NIVALDO MENEZES FILGUEIRAS FILHO. ESCOLA
BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA (EBMSP)
Introdução: Os primeiros casos da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foram descritos em 1981
e, atualmente, há aproximadamente 42 milhões de pessoas
infectadas no mundo. Em 1996, a terapia antirretroviral
combinada altamente ativa (HAART) foi instituída,
aumentando a expectativa de vida e tornando as alterações
metabólicas, como as dislipidemias, mais evidentes. Apesar
do vírus possuir atividade pró – inflamatória associada a um
padrão aterogênico, o maior enfoque dado a AIDS e alterações
metabólicas é sobre efeitos colaterais da terapêutica
antirretroviral, especificamente os inibidores de protease. As
dislipidemias tem alta prevalência nesta população, mas há
poucos estudos no Brasil sobre esta associação. A região
nordeste é a terceira com o maior número de casos e, a
presença de uma unidade de referência na Bahia atendendo
pacientes de todo o Estado, configura uma amostra relevante
para demonstrar esta associação. O principal objetivo deste
estudo foi identificar a prevalência de dislipidemias em
pacientes infectados pelo HIV em uso da terapia
antirretroviral. Material e método: Foi realizado estudo
observacional de corte transversal envolvendo pacientes de
ambos os sexos, maiores de 18 anos, com infecção pelo HIV
confirmada e em uso de terapia antirretroviral atendidos no
CEDAP, entre os meses de setembro de 2012 e abril de 2013.
Foram utilizados dados dos prontuários e transcritos para um
questionário. Os pacientes dislipidêmicos foram classificados
pelos critérios da IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e
Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Estes foram divididos em dois grupos de acordo
com as classes de antirretrovirais. O grupo I foi composto por
aqueles que usavam terapia antirretroviral com, no mínimo,
um inibidor de protease e o grupo II por aqueles em uso da
terapia, porém sem esta classe de antirretroviral. A divisão
possibilitou identificar a prevalência de dislipidemias e os
tipos mais frequentes nos pacientes em uso de inibidores de
protease. Todos os cálculos foram realizados com auxílio do
SPSS (versão 17.0). Resultados: Participaram do estudo 65
pacientes entre 29 e 79 anos, 55% do sexo feminino e 71%
não – brancos. As médias de colesterol e LDL foram 218,17 e
135,69 mg/dL e as medianas de triglicérides de HDL foram
154 e 46 mg/dL, respectivamente. Dentre os pacientes, 85%
apresentavam dislipidemias, estas foram mais prevalentes
naqueles em uso de inibidores de protease (64%), sendo HDL
baixo (22%) e hipertrigliceridemia com HDL baixo (14%) as
mais frequentes. Discussão: Este estudo mostrou que a
prevalência de dislipidemias é extremamente elevada nesta
população, principalmente naqueles em uso de inibidores de
protease,
dados
concordantes
com
a
literatura. Conclusão: Deverão ser adotadas medidas que
visem melhorar o perfil lipídico para que a terapia
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
antirretroviral acarrete mais benefícios do que riscos para os
pacientes.
P-24 - PREVALÊNCIA DOS CASOS DE HIV/AIDS NO
PERÍODO DE JULHO DE 2011 À JUNHO DE 2012 EM
UM MUNICÍPIO DO ESTADO DE RONDÔNIA.
JORDANA FERREIRA DE SOUSA CAMILO, AMANDA
ALMEIDA DE OLIVEIRA. CENTRO UNIVERSITÁRIO
LUTERANO DE JI-PARANÁ
O vírus HIV é o agente etiológico da AIDS. Sua
transmissão ocorre nas relações sexuais sem o uso de
preservativo, pelo compartilhamento de seringas e objetos
pérfuro-cortantes, contato com fluidos corporais ou na
transmissão vertical. No objetivo de identificar a taxa de
prevalência do HIV/AIDS no município de Ji-Paraná-RO
durante o período de julho de 2011 à junho de 2012 adotou-se
uma metodologia de caráter quantitativo, descritivo e
transversal, utilizando o método de leitura de 58 prontuários
de usuários cadastrados no SAE DST/AIDS buscando
identificar o número de atingidos, o sexo e a faixa etária
durante o mês de setembro de 2013. A taxa de prevalência
(por 100.000 hab.) de AIDS no Brasil notificados no Sinan
neste período foi de 9,18 e na cidade de Ji-Paraná de 49,11.
Em estudos Castilho (2010) relatou que o crescimento da
epidemia da AIDS concentrou-se em cidades de “pequena
magnitude”. Para Rodriguês-Junior e colaboradores (2004) a
epidemia de AIDS permanece concentrada nos centros
urbanos e a interiorização é caracterizada pela ocorrência
irregular e de pequena magnitude. No Brasil a razão entre
homens e mulheres é de 1,67 e na cidade de Ji-Paraná de 2,05.
A partir de 1990, constatou-se uma transição do perfil
epidemiológico
resultando
na
heterossexualização,
feminização, pauperização e interiorização da epidemia
conforme cita Rodriguês-Junior e colaboradores (2004). O
maior número de notificação no país por faixa etária do sexo
feminino está entre os 30-34 e 35-39 anos com 544 e 539
casos respectivamente. Para Ji-Paraná obtêm-se maiores
valores entre os 30-34 e dos 40-44 e dos 45-49 com 4 e 3
casos respectivamente. Para o sexo masculino no Brasil os
valores por faixa etária acompanham os apresentados no sexo
feminino onde no intervalo de 30-34 anos são 1141 e dos 3539 têm-se 1031 casos notificados. Para Ji-Paraná as faixas
etárias com maior notificação são dos 20-24 anos com 10
casos e dos 30-34 com 9 casos. Pottes e colaboradores (2007)
realizaram um estudo com 3.565 casos de AIDS, sendo 10,8
por cento com 50 anos ou mais e 89,2 por cento com 20 a 39
anos. As taxas de incidências ano a ano comportaram-se de
maneira semelhante para os dois grupos etários, ao longo do
período estudado. Infere-se que a taxa de prevalências dos
casos de HIV/AIDS em Ji-Paraná é alta obedecendo ao novo
perfil sócioespacial que a doença alcançou no Brasil.
P-25
REGISTRO
DE
DISPENSAÇÃO
DE
MEDICAMENTOS E RESPOSTA DA TERAPIA
ANTIRRETROVIRAL. THAÍS MESSIAS PEREIRA DA
CUNHA, DAYDE LANE MENDONÇA DA SILVA, MARIA
INÊS DE TOLEDO. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Introdução: A falta de adesão à terapia antirretroviral
(TARV) é um dos principais determinantes de falha
virológica. Alguns estudos apontam que, para obter sucesso
terapêutico há necessidade de uso de no mínimo 95% das
doses recomendadas.
Objetivos: Este trabalho teve como objetivo descrever a
resposta da TARV em pessoas vivendo com HIV/aids
(PVHA) utilizando os registros de dispensação como
indicadores de adesão ao tratamento.
Método: Trata-se de estudo transversal realizado no Hospital
Universitário de Brasília, no Distrito Federal. Foram coletados
os dados de dispensação no período de janeiro de 2011 a
junho de 2013 e os resultados de carga viral e linfócitos TCD4
foram obtidos dos prontuários. A adesão das PVHA foi
avaliada de acordo com a retirada de antirretrovirais e as
respostas virológica e imunológica dos esquemas foram
analisadas. Resultados: Foram incluídos no estudo 274 PVHA,
sendo a maioria do sexo masculino (68%), com idade média
de 44 ± 9,9 anos, tempo médio de uso da TARV, estimado
pelo tempo de cadastro no Siclom, de 7 ± 3,6 anos. Cerca de
90% dos indivíduos usavam esquemas de ARV de acordo com
o protocolo de tratamento vigente. Em relação a adesão, 41%
retiraram medicamentos para 95% ou mais do tempo de
tratamento, 29% para 80 a 94,9% e 30% para menos de 80%
do tempo de tratamento. Entre os pacientes com boa adesão
(≥95%) 91,2% apresentaram carga viral indetectável e 92%
contagem de linfócitos TCD4+ maior que 200 células / mm3.
Discussão: O registro de dispensação mostrou-se útil na
avaliação das respostas da TARV e o sistema de controle
nacional da dispensação de TARV deve ser usado como
estratégia para evitar o abandono em indivíduos com retirada
irregular de medicamentos. Conclusões: Os esquemas de
tratamento da aids avaliados apresentaram boas respostas
virológica e imunológica. No entanto, ainda são necessários
esforços para melhorar a adesão ao tratamento.
P-28 - TESTES RÁPIDOS DE HEPATITES VIRAIS,
SÍFILIS E HIV EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA
FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO – PR. JULIANA
BEUX KONNO, DIANE MICHELY CASSARO, FABIO
OLIVEIRA DE FREITAS, CESAR RAVACHE, MARIA
APARECIDA MARTINS DE SOUZA, SONIA TERESINHA
PESSI MORANTE, EDINÉIA MARIZA SIEROTA, ELIANA
PEDROSO, JOSEANE GOMES LEAL, ELIZABETH
APARECIDA RIBEIRO DE LIMA, MARIA CRISTINA CANO,
MARINA COUTINHO ANTES, MAUREN SCHULZ DA
SILVA, PATRICIA FERNANDA BOIÇON, SERELI MARIA
MEINERZ, ELIANE MARIA THEODORO RODRIGUES.
PREFEITURA MUNCICIPAL DE TOLEDO-PR
As doenças transmitidas sexualmente impactam
intensamente na saúde pública mundial. Partindo desse
pressuposto diversas políticas vêm sendo implantadas com o
objetivo de desenvolver métodos de prevenção e diagnóstico
precoce, destacando-se a revogação das portarias nº 34/2005 e
151/2009 que legalizam a aplicação dos testes rápidos para
triagem das hepatites virais (B e C), sífilis e o diagnóstico do
HIV. Trata-se de um estudo do tipo observacional longitudinal
na população adstrita da UBS São Francisco do Município de
Toledo, Pr. Sendo os critérios de inclusão: residir na área de
abrangência da UBS São Francisco. Além disso, o período
estudado é de Março de 2013 a Março de 2014. A realização
dos exames é feita em dois períodos semanais, totalizando 14
vagas disponíveis. A população da área de abrangência da
unidade é composta, de acordo com SIAB/MS, de 5770
pessoas. Foram realizados 492 testes rápidos perfazendo
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
8,53% do total da população de abrangência. Um índice ainda
baixo frente a população a ser atingida, mas considerável se
pensando na facilidade de acesso e o pouco tempo de
implantação na Unidade de Saúde da Família do município.
Dos exames realizados tivemos: 119 testes sorológicos para
hepatite B, sendo 3 exames reagentes (11%); 107 testes para
hepatite C, com ausência de reagente, 129 testes para sífilis,
com 6 exames reagentes (4,60%) e 137 exames para HIV com
1 reagente (11%). Houve um predomínio de mulheres na
realização dos exames, onde a cada 10 exames, 7 foram feitos
em mulheres. No entanto, também se observou um número
maior de testes reagentes na população masculina. Tendo em
vista a reorientação do modelo assistencial pela Estratégia
Saúde da Família, aproximando os profissionais de saúde e a
comunidade, temos uma melhora no acolhimento e
aconselhamento dos pacientes que realizam os testes rápidos
na UBS. Também temos uma rapidez no tempo de realização
dos testes e no tratamento, haja vista que qualquer paciente
com resultado positivo já é encaminhado à consulta médica da
unidade ou ao centro de referência municipal. Além disso,
constata-se que a população masculina deva ser sensibilizada
para fazer mais testes, pois se observou mais exames reagentes
nesse gênero. Sabe-se que a sensibilização é uma tarefa árdua,
porém não impossível quando realizada por toda equipe de
saúde no âmbito da atenção básica.
P-29
USO
DE
ACETATO
DE
MEDROXIPROGESTERONA (AMP) E CONDOM
ENTRE MULHERES INFECTADAS PELO HIV
ACOMPANHADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA
EM SALVADOR – BAHIA. FABIELLE DE OLIVEIRA
ROCHA DE BRITO, ANA GABRIELA ALVARES
TRAVASSOS, KARINA DE SA ADAMI GONÇALVES
BRANDÃO, ISABELLA PEREIRA DE NÓBREGA, TATIANA
HAGUIHARA, CAMILA DA SILVA CENDON DURAN, EDA
MARIA VINHAES DANTAS, EVELINE XAVIER PEREIRA
DE SOUZA, JULIA MARIA DE OLIVEIRA NEUMAYER,
KAREN ABBEHUSEN, NATHÁLIA ARAÚJO LISBÔA,
PATRICIA MARIA ALMEIDA SILVA, SHEYLA DE ALMEIDA
FERNANDES, EDUARDO NETTO, CARLOS BRITES.
CENTRO
ESTADUAL
ESPECIALIZADO
EM
DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA
Introdução: A pandemia do HIV traz consigo hoje o
dilema do planejamento familiar entre pessoas vivendo com
HIV/AIDS. O aumento do número de mulheres infectadas em
idade reprodutiva e a melhoria das condições de sobrevida de
portadores do vírus implicam em decisões participativas
quanto ao uso de métodos contraceptivos. O uso de condom
diminui de forma eficaz o risco de transmissão do HIV, porém
não evita gravidez na mesma proporção. As recomendações
atuais preconizam o uso da dupla contracepção com camisinha
e hormônios, em especial aqueles de via não oral e com
progestágenos isolados, apresentando menor interação
medicamentosa com a terapia antirretroviral e melhorias
hematológicas.
Métodos: Estudo descritivo de corte transversal realizado no
Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa
CEDAP (Salvador-Bahia) no período de setembro de 2013 a
maio de 2014. Avaliadas 336 pacientes infectadas pelo HIV,
através da aplicação de questionário padronizado, contendo
variáveis sóciodemográficas e epidemiológicas. A análise foi
feita usando o Statistical Package Social Sciences (SPSS),
versão 20.0.
Resultados: Das 336 entrevistadas, 60,3% usavam métodos
contraceptivos hormonais antes do diagnóstico do HIV,
destas, 8,3% utilizavam AMP. Setenta mulheres ( 20,8%)
relataram uso deste método após o diagnóstico do HIV. O uso
de condom correspondeu a 36,6% e 50,3% antes e depois do
diagnóstico do HIV, respectivamente. Destaca-se o percentual
de 49,7% de pacientes infectadas sem uso de condom e 26,5%
que usavam apenas condom como método contraceptivo.
Foram comparadas pacientes infectadas pelo HIV, usuárias e
não usuárias de AMP e aquelas que usavam condom em todas
as relações ou não, quanto a idade, etnia, escolaridade, relação
conjugal estável, renda, religião, gestação prévia, alcoolismo,
tabagismo, uso de drogas ilícitas, uso de terapia antirretroviral
(TARV), sexo por droga ou dinheiro, infecções sexualmente
transmissíveis prévias, tempo de tratamento e diagnóstico de
HIV, sem diferenças significantes. Mesmo diante do uso de
TARV, não houve diferença no uso de condom. Quando
estratificada por idade menor ou igual a19 anos
(adolescentes), após o diagnostico do HIV, foi percebido um
maior uso de AMP por pacientes nessa faixa etária (p= 0,02
IC95% 1,25-10,25).
Discussão: O uso de AMP como contraceptivo nesta
população aumentou após o diagnóstico do HIV. Os aspectos
avaliados neste desenho não revelaram as razões para escolha
deste método. É preocupante o percentual de pacientes não
usuárias de condom e ainda as que não fazem uso de dupla
proteção.
Conclusões: As motivações para o uso de métodos
contraceptivos seguros em concomitância com uso da TARV é
de suma importância nesta população. Serão necessários
novos estudos que identifiquem os perfis das usuárias e
norteiem estratégias de adesão aos métodos.
P-30 - UTILIZAÇÃO DE EVENTOS CLÍNICOS E
MEDICAMENTOS RASTREADORES PARA AMPLIAR
A DETECÇÃO DE REAÇÕES ADVERSAS EM
PACIENTES COM AIDS. PAMELA ALEJANDRA
SAAVEDRA, MARIA INÊS DE TOLEDO. UNIVERSIDADE
DE BRASÍLIA
Introdução: A crescente prática de Farmácia Clínica
em hospitais brasileiros trouxe a necessidade de adaptar, testar
e utilizar instrumentos de coleta de dados para facilitar a
identificação de suspeitas de reações adversas a medicamentos
(RAM). As RAM são reconhecidamente causas de danos aos
pacientes, de aumento do tempo de internação e elevação dos
custos em saúde.
Objetivo: Testar o uso de rastreadores para detecção de
suspeitas de RAM em pacientes internados para tratamento de
doenças infecciosas.
Método: Foi realizado monitoramento intensivo de todos os
pacientes internados pela especialidade de Doenças Infecto
Parasitárias do Hospital Universitário da Universidade de
Brasília por equipe de farmacêuticos pesquisadores, clínicos e
estagiários do Curso de Farmácia da Faculdade de Ciências da
Saúde. O período de estudo foi de março de 2013 a março de
2014. Foram excluídos pacientes com tempo de internação
menor que 48 horas. Foi realizada uma busca ativa de
suspeitas
de
RAM
por
meio
do
seguimento
farmacoterapêutico usando-se eventos clínicos rastreadores.
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
Adicionalmente foram revisadas as prescrições dos pacientes
com diagnóstico de HIV/Aids para identificação de
medicamentos rastreadores prescritos. Em ambas as situações,
foram testadas listas de rastreadores adaptadas da lista
proposta pelo Institute for Healthcare Improvement para
aumentar a sensibilidade a possíveis RAM. Os resultados
foram submetidos a revisão de farmacêuticos clínicos e do
centro de informação de medicamentos (CEBRIM) para
avaliação da causalidade das suspeitas de RAM. A pesquisa
recebeu ajuda financeira do Ministério da Saúde e foi
aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências da
Saúde/UnB.
Resultados: Foram acompanhadas 134 internações de 112
pacientes com tempo médio de internação de 11,4 dias (1528
dias de seguimento). Mais de 40% dos pacientes tinham
diagnóstico de aids, sendo 73% do sexo masculino com média
de idade de 38 anos. Foram encontrados 12 (11%) pacientes
com suspeitas de reações adversas a medicamentos
identificadas por meio da lista de eventos clínicos
rastreadores. Nos 48 pacientes com aids, as prescrições foram
revisadas e confrontadas com a lista de medicamentos
rastreadores, sendo que 19 (40%) pacientes tinham prescrição
de 30 rastreadores. Os medicamentos rastreadores mais
frequentes foram os anti-histamínicos prescritos para nove
pacientes.
Discussão: O seguimento farmacoterapêutico mostrou
frequência de 11% de pacientes com suspeita de RAM
enquanto que os rastreadores indicaram frequência maior,
auxiliando na detecção de reações não identificadas durante o
seguimento. No entanto, a lista de medicamentos rastreadores
precisa ser adaptada para a população estudada.
Conclusão: O emprego de rastreadores para ampliar a
sensibilidade a RAM mostrou-se útil e parece ser uma
ferramenta prática e de fácil manejo para uso pelos
farmacêuticos clínicos em hospitais contribuindo para a
segurança do paciente e o uso racional de medicamentos.
P-31 - VERTENTES EPIDEMIOLÓGICAS DA AIDS NO
ESTADO DA BAHIA NO PERÍODO DE 1984- 2012:
UMA ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS.
POLYANNA FALCÃO LIMA DE ALMEIDA, VALTERNEY
DE OLIVEIRA MORAIS. ESCOLA BAHIANA DE
MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA
Introdução: Dentre as doenças/infecções sexualmente
transmissíveis, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é
um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. A
propagação dessa doença mostra uma epidemia que sofre
alterações no decorrer dos anos. Inicialmente uma doença dos
homens homossexuais dos grandes centros urbanos,
atualmente
caracterizada
pelos
processos
de
heterossexualização,
feminização,
juvenilização
e
interiorização, além do crescimento significativo na população
idosa e da redução no número de óbitos.
Objetivo: Descrever as características epidemiológicas dos
pacientes de AIDS no estado da Bahia entre 1984-2012.
Metodologia: Abordagem descritiva, utilizando dados
secundários do SIM, SINAM, SISCEL, disponíveis no
DATASUS e, IBGE. A fim de descrever os casos de
notificação de AIDS por ano, por sexo, por faixa etária,
segundo categoria de exposição e número de óbitos. Esses
dados foram apresentados em valores absolutos, proporcionais
e cálculos de incidência, utilizando-se gráficos, tabelas e
mapas.
Resultados: A mediana do número de casos notificados no
sexo masculino foi de 392 e nas mulheres 196. Em números
absolutos, nos primeiros cinco anos do estudo notificou-se 15
casos no sexo feminino, enquanto que nos últimos 5 anos esse
número passou a ser 3.095 casos, ratificando a tendência de
feminização dessa epidemia. Observa-se também que apesar
das tendências de juvenilização e do crescimento na populaçaõ
idosa, em todos os anos a faixa etária em que mais prevaleceu
a notificação foi entre 20-49 anos. A via principal de
transmissão do vírus continua sendo a sexual. Todos os
municípios analisados tiveram tendência de crescimento,
contudo a AIDS ainda permanece centralizada nos locais de
maior urbanização e desenvolvimento. Observa-se também
uma redução no número de casos de óbitos por HIV, como
pode ser constatado avaliando em 1996, o qual foi responsável
por 60,3% dos casos notificados, enquanto que em 2012
houve 33% de óbitos decorrentes dessa epidemia.
Conclusão: As vertentes epidemiológicas da AIDS no estado
da Bahia seguem o perfil nacional.
P-32
ESTUDO
CASO-CONTROLE
PARA
COMPARAÇÃO DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE COM
RELAÇÃO AO SEXO NOS PACIENTES COM AIDS
SOB TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM SALVADORBAHIA. Rachel da Silveira Lucas Matos, Lucas Almeida
Santana Rocha, Clara de Lima Brites Alves. Faculdade de
Medicina – UFBA e Programa de Pós Graduação em
Medicina e Saúde – UFBA
Introdução: Células T CD4+ são o alvo preferencial
do HIV, tendo assim em sua contagem absoluta e taxa de
declínio, um forte valor preditivo prognóstico, utilizado para
determinar a necessidade de terapia antirretroviral. O defeito
imune primário na AIDS é resultado da redução no número e
na efetividade dos linfócitos T CD4+, e na sua relação com os
linfócitos T CD8+ . Objetivo: Comparar a reconstituição
imune entre os sexos masculino e feminino em pacientes com
AIDS,
sob
terapia
antirretroviral
em
Salvador,
Bahia. Metodologia: Estudo retrospectivo, tipo caso controle.
Foram analisados dados dos exames de 283 pacientes. A
associação de variáveis categóricas foi feita utilizando-se o
teste do chi-quadrado com a correção de Yates. Resultados:
Percebeu-se que 66,3% dos indivíduos do sexo masculino
conseguiu alcançar a reconstituição (total ou parcial),
enquanto no sexo feminino este percentual foi de 78,1%.
Além disso, 65,7% das mulheres alcançaram a reconstituição
completa versus 41,2% dos homens. Discussão: Existem três
mecanismos de restauração imunológica: produção de novos
linfócitos pelo timo, proliferação homeostática de células T
CD4+ residuais e o aumento da meia-vida das células T CD4+.
Estudos revelaram que existe relação entre a densidade do
receptor CCR5 na superfície das células T CD4+ entre um dos
seus ligantes naturais (CCL3L1) e entre o crescimento ou
declínio da contagem de linfócitos T CD4+. As possíveis
explicações para os resultados encontrados incluem a maior
produção tímica em mulheres, além do efeito anti-apoptótico
nas células T CD4+ dos esteróides femininos. O fator mais
Anais do 4º Congresso Brasileiro de HIV/AIDS e Vírus Relacionados
relevante considerado pelos autores foi a expressão maior da
CCR5 nos indivíduos do sexo masculino em comparação com
o sexo feminino. Conclusões:As mulheres constituíram o
grupo de melhor reconstituição imunológica sob o uso de
terapia antirretroviral quando comparadas aos indivíduos do
sexo masculino.
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