NA PRÁTICA
Tão longe, tão perto
A liderança que não
conhece fronteiras
Estilo
Corpo em movimento
O esporte pode melhorar seu
rendimento profissional?
Outubro/2013 Ano 36 - nº 328
UMA QUESTÃO DE
As empresas estão adotando
princípios de conduta mais
adequados ou apenas investindo
no ‘marketing do bem’?
RECURSOS HUMANOS,
a marca da administração
a marca do administrador
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Editorial
Ética como exercício cotidiano
melhores negócios. E isso não se discute mais. A
ética deve naturalmente ocupar posição central
no papel desempenhado pelas corporações.
Como se vê, a ética no mundo corporativo
parece, sim, uma utopia possível. Ao que tudo
indica, finalmente, abandonamos o marketing
bem-intencionado do passado junto aos acionistas, ao mercado e a sociedade e fincamos o
pé na realidade. Agora, temos que dar o passo
seguinte: o passo em direção à ética na vida pública, na política, na relação entre os cidadãos e
os seus representantes.
Basta de contemporizar, de acreditar que o que
está errado é fruto de anos e anos de desmandos. Claro, somos o resultado da nossa história,
mas precisamos de disposição para mudar aquilo
precisa ser mudado.
Digo, a ética não brota do chão. Um País mais
ético é um País formado por pessoas preocupadas com esse tema, um País formado por eleitores
atentos, cidadãos capazes de fiscalizar, cobrar
e exigir uma postura mais moderna (portanto,
ética) dos seus representantes. O brasileiro precisa se enxergar em sua classe política. Por isso,
precisa se orgulhar dos seus representantes.
Como isso? Com um banho de ética.
MARCELO MARQUES
Ética não pode ser apenas um conceito abstrato. Também não pode ser uma palavra vazia
ilustrando um belo livro sobre a mesa dos nossos escritórios. E, sobretudo, ética não pode ser
apenas o que se cobra dos outros.
Ética, amigos, é aquilo que devemos praticar
na nossa vida cotidiana, nas nossas relações
pessoais e profissionais. Ética, me desculpem
a redundância, é aquilo que devemos plantar
em nossos ambientes corporativos (sejam eles
grandes multinacionais ou pequenos comércios
familiares). Não podemos pensar no futuro de
nossas companhias sem pensar na herança que
deixaremos para nossos filhos e netos. E essa
herança está intimamente ligada à retidão das
nossas decisões.
É preciso administrar com ética.
Uma constatação importante é que a preocupação com posturas éticas nas empresas só tem
crescido – e se tornado fundamental em qualquer
organização. Hoje, um conceito como compliance
já é parte integrante do vocabulário empresarial.
Não temos mais nenhuma dúvida de que precisamos buscar constantemente um caminho para
a sustentabilidade nas organizações - principalmente para que acionistas e investidores não
sejam surpreendidos.
Não existem mais abismos entre a busca do
lucro justo e uma atitude ética. Quem quer levar
vantagem em tudo é porque perdeu o bonde da
história – e, provavelmente, não está mais em
condições de disputar espaço em um mercado
competitivo. Um mercado cada vez mais tecnológico e dinâmico, que, por sua própria natureza,
exige a ampliação daquilo que entendemos por
ética.
Por esse motivo, ter parâmetros éticos enraizados na cultura de uma empresa é uma vantagem competitiva. A solidez de um código de
ética garante a lisura das relações e a certeza de
Adm. Walter Sígollo
Presidente do Conselho
Regional de Administração
de São Paulo - CRA-SP
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Presidente
Administrador Walter Sigollo
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RIBEIRÃO
PRETO
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Kanemoto, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini,
Marco Antônio Sampaio de Jesus, Nelson Reinaldo Pratti, Rogério
Góes, e Silvio Pires de Paula (representante do CRA-SP no CFA)
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A liderança sem
escritório ou
endereço fixo
getty images
Sumário
3 Editorial
em Na Prática
6 Perfil
Administrador Devanir Silva,
superintendente da Abrapp
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Como funciona
uma avaliação
de performance
em empresas
competitivas
em Conhecimento
10 Capa
Uma questão de ética
Reflexões sobre a conduta das
empresas e seus administradores
16 Conhecimento
Avaliação de performance
Como uma avaliação de
desempenho eficaz pode garantir
melhores resultados
20 Na prática
A aplicação de códigos de ética e
conduta no cotidiano empresarial
em Capa
Tão longe, tão perto
Comandar equipes a distância tem
suas vantagens e armadilhas
24 Estilo
Esportes e a cultura corporativa
Saiba porque uma atividade física
pode melhorar sua vida no trabalho
30 Notícias
RAP Digital, pesquisas, concurso
cultural e muito mais
34 Opinião
Adm. Antonio Vico Mañas
Perfil
por Gilberto Amendola
MARCELO KURA
Homenageado com a distinção
Administrador Destaque,
concedida pelo CRA-SP, Devanir
Silva, superintendente da
Abrapp, fala nesta entrevista
sobre os desafios da previdência
social e a importância da difusão
da ‘cultura da poupança’
Para quem não quer se
aposentar da vida
O
superintendente da Abrapp (Associação
Brasileira das Entidades Fechadas de
Previdência Privada), o administrador Devanir Silva, 60 anos, tem uma definição
impactante sobre a função da chamada previdência
complementar: “O fato é que quando nos aposentamos do trabalho, a gente não se aposenta da vida.
A previdência complementar é uma maneira de o
cidadão exercer a plenitude da sua cidadania”.
6
Homenageado pelo CRA-SP, Silva explica nesta
entrevista exclusiva que não defende a privatização
da previdência social, mas acredita na importância
de uma previdência complementar. Ele também demonstra uma preocupação com a equação entre a
força de trabalho que está na ativa e aquela que
está deixando este mercado. “Hoje, a longevidade é
maior. O País está envelhecendo. Em duas décadas,
podemos enfrentar um problema grande de finan-
ciamento desta previdência”, afirmou.
Para ele, a principal questão é a de tentar explicar
a importância da ‘formação de poupança’ para o brasileiro médio. “Vivemos uma sociedade de consumo.
Desde cedo, somos incentivados a gastar. O que precisamos é ensinar a importância de poupar. Só uma
poupança pode garantir nossa capacidade de consumo mesmo depois de uma idade avançada”, disse.
Silva acredita que sua formação como administrador foi fundamental para o desenvolvimento de
sua carreira profissional e para uma visão mais
abrangente da realidade econômica e social. “ Como
administrador, você tem muito mais capacidade de
gestão – isso em diversas situações e ambientes”.
reduzido em termos de quem financia.
RAP: Quanto tempo a nossa previdência ainda
pode suportar essa carga?
Devanir Silva: O Brasil é um dos poucos países
em que ainda existe o chamado bônus demográfico – ou seja, a população em idade ativa (mais de
15 e menos de 65 anos) ainda é muito expressiva.
Nos ainda temos, talvez, duas décadas com a população em idade ativa muito superior à inativa.
Esse financiamento ainda é possível porque somos
um país jovem em termos de massa trabalhadora.
Mas isso vai se inverter. E a perda deste bônus
demográfico vai ser sentida. Temos que aproveitar
esse momento para fazer as reformas e mudanças
necessárias para um equilíbrio sustentável.
RAP: Previdência Social é um dos grandes temas
econômicos do mundo. O debate sobre o modelo
de previdência e suas implicações costuma ser
RAP: Algum país encontrou uma solução para
acirrado. Neste sentido, gostaria de saber se, na essa equação?
sua opinião, a previdência social será sempre um
Devanir Silva: Cada vez mais, o estado tem vincu‘cobertor curto’ e um problema para futuras ge- lado o benefício a uma previdência mais modesta.
rações?
Ela é uma previdência quase que
Devanir Silva: O Brasil talvez
de caráter social apenas, uma
tenha um dos modelos onde você "O Brasil é um dos previdência para amparar as
encontra a maior reciprocidade (a únicos países em pessoas... Em alguns países, como
relação do que você contribui com
Suécia e Dinamarca, já existe uma
o que você recebe). Agora, o grande que você ainda tem previdência capitalizada obrigatóproblema, e isso é um problema inria. A previdência desses países
ternacional, é que você tem transfe- uma aposentadoria é distributiva numa faixa muito
rência de encargos entre gerações.
pequena, voltada para pessoas de
por
idade"
O que está acontecendo é que nós
baixa renda. Em faixas salariais
estamos trabalhando para financiar
mais elevadas, a previdência pera aposentadoria de quem já parou. Se os avanços da mite ao cidadão montar o seu próprio plano.
medicina permitem uma longevidade maior; por outro lado, a realidade de um mercado mais acirrado e
RAP: A questão é que qualquer tentativa de aluma série de mudanças sociais e comportamentais terar a previdência social no Brasil é combatida
fazem com que as pessoas tenham menos filhos. com energia...
Ou seja, você tem a redução da força de trabalho
Devanir Silva: Ninguém gosta de mexer nisso. O
que entra no mercado e um aumento de quem sai. Brasil é um dos poucos países em que você tem uma
Essa relação demográfica é muito perigosa para a aposentadoria por idade. Hoje, você se aposenta muito
previdência e o equilíbrio dos orçamentos. Isso é o cedo. Um trabalhador com 52 anos, em minha opinião,
que chamamos de cobertor curto... Quem tem uma ainda está adquirindo conhecimento. Eventualmente,
renda um pouco acima da média, não encontra a essas pessoas vão morrer aos 90 anos. Ou seja, elas
reciprocidade na previdência social – e daí precisa podem ficar na dependência do estado por 30 anos.
buscar uma previdência complementar. Do ponto Em alguns países, a idade está sendo aumentada para
de vista daqueles que estão protegidos, e o Brasil que o orçamento se reequilibre.
ainda é um País de renda baixa, nossa previdência
ainda consegue atender essa demanda. O problema
RAP: A Abrapp defende a privatização da preé o financiamento. O mercado está cada vez mais vidência?
7
CREDITO
MARCELO KURA
Perfil
Silva: "A previdência complementar não substitui a previdência
social. O dever do Estado é fundamental"
Devanir Silva: Não. Sempre tem a desconfiança de
que queremos privatizar a previdência. A presença
do Estado é fundamental. O cobertor precisa se adequar, mas não podemos jamais aboli-lo. A previdência complementar não substitui a previdência social.
Ela complementa. O dever do Estado é fundamental.
A previdência tem que ser justa e proteger quem
precisa. Muito dessa confusão se dá porque o Brasil
discutiu por muito tempo aquilo que era o modelo
chileno. O que foi esse modelo? Era a privatização
total da previdência. O Brasil, felizmente, caminhou
para o lado oposto. Muita gente acreditou que o
modelo chileno era o ovo de Colombo. O Estado saía
completamente da história e privatizava a previdência. Quando aconteceu, em meados dos anos 80, o
Pinochet deu um aumento generalizado de salário,
em torno de 10%, e disse que as pessoas tinham
que escolher sua previdência e que o Estado estava
fora. Anos mais tarde, o Chile teve que reverter isso
– porque foi criada uma sociedade sem proteção. O
cidadão simplesmente não fazia a poupança.
RAP: Como explicar a importância da previdência complementar para o cidadão comum?
Devanir Silva: Acho que a gente parte do princípio
8
fundamental de que todos nós precisamos entender
o conceito de formação de poupança. Apesar de sermos uma economia de consumo, temos que criar uma
cultura financeira de que é preciso poupar. É fato que
a nossa capacidade produtiva se reduz ao longo dos
anos. As pessoas ficam doentes, elas ficam mais velhas... É difícil explicar isso para um jovem – que é
muito imediatista e está querendo ver seu benefício
de forma mais rápida possível. A primeira visão é a
necessidade de poupança . E a necessidade de complementá-la – porque a previdência social é um coberto
curto. O fato é que quando nos aposentamos do trabalho, a gente não se aposenta da vida. A previdência
complementar é uma maneira de o cidadão exercer
a plenitude da sua cidadania. Ou seja, continuar no
mercado de consumo e fazendo o que ele fazia antes,
sem isolamento.
RAP: O brasileiro já incorporou essa cultura da
poupança?
Devanir Silva: Nós avançamos, mas o brasileiro
não tem essa cultura da poupança. Aliás, não é só o
brasileiro... O Brasil criou uma estratégia nacional
de educação financeira (ENEF). O que eu espero é a
gente comece a entender esses conceitos ainda no
banco escolar. Esse é um dos grandes desafios. Hoje,
infelizmente, ainda tratamos o assunto com prioridade baixa. Perdemos oportunidades de formar essa
poupança. As pessoas só começam a se preocupar
com isso quando já estão próximas de tomar uma
decisão em relação à sua própria aposentadoria.
RAP: Imagino que exista uma dificuldade em
convencer alguém sobre um investimento de 30
anos. Algo que, além de tudo, ainda precisa ser
acompanhado de perto...
Devanir Silva: Eu só um dos que defendem a necessidade de ter o produto adequado para a pessoa
certa. Quando o modelo nasceu no Brasil, ele atendeu um tipo de pessoa. Hoje, você tem uma geração
cuja permanência em uma empresa é muito mais
curta. Os planos previdenciários precisam mudar.
Você também precisa oferecer uma capitalização
para saúde e educação.
RAP: Existem muitos riscos para quem investe
em uma previdência complementar?
Devanir Silva: Nosso sistema é bem fiscalizado.
Nossa legislação é um exemplo para várias nações.
Mas tudo o que é investimento envolve riscos. É um
risco que em qualquer atividade você vai correr.
Mas hoje isso é muito mitigado no Brasil. Nós temos
uma legislação de qualidade. O conselho básico é
pulverizar os investimentos, você não pode colocar
todos os ovos em uma cesta só.
plementar junto ao judiciário?
Devanir Silva: Como são as empresas que patrocinam os fundos, é normal que um sujeito quando sai
da empresa, e tem um problema trabalhista, tente
transferir para o fundo essa questão. Temos que
mostrar ao judiciário que são coisas distintas, que
o sistema é mutualista. Se alguém sai, e de alguma
forma, prejudica o fundo de pensão, essa conta fica
com quem está pagando o fundo.
RAP: Em relação aos riscos, o governo pode fazer algo para ajudar?
Devanir Silva: O papel do governo é o de fomento.
O de aprimorar e expandir a cultura previdenciária.
RAP: E se a empresa por trás do fundo de penO que se quer é que se tenha regras mais favoráveis. são quebra?
É justo você dar o mesmo tratamento tributário
Devanir Silva: Hoje, os fundos são meramente
para aquela pessoa que manteve um investimento operadores de planos. Os fundos são apartados.
por 30 anos e para aquela que optou por um tipo Eles não se misturam com o patrimônio da emde investimento que pode ser resgatado a qualquer presa que está por trás dele. Aquela reserva finanmomento? Não, não é. Qual é a nossa luta? Pra ceira pertence, exclusivamente, aos participantes
que você, que fez um esforço extra,
do fundo. O que você tem que
tenha um tratamento diferenciado.
tomar cuidado é para que essa
Hoje, por exemplo, não podemos "Os fundos de pen- reserva esteja sendo constituída
mais ter aplicações compulsórias. Os
uma maneira adequada. Não
são têm que ter a de
fundos têm que ter a liberdade de
adianta montar um fundo de penaplicar naquilo que rende, naquilo liberdade de aplicar são com uma empresa que não
que é seguro...
faz o aporte de capital da parte
naquilo que rende, no dela. O governo pode intervir. No
RAP: Recentemente, em entreBrasil, um caso mal resolvido, por
vista ao jornal o Estado de S.Paulo, que é mais seguro"
negligência, e por uma estrutura
a Abrapp se posicionou de maneira
que considero frouxa de fiscalizareticente à participação de fundos de pensão em ção, foi o da Varig – um caso que até hoje está aí.
investimentos em infraestrutura no País. Por quê? Fizeram uns 20 acordos de dívida com a Varig e ela
Devanir Silva: Na verdade, o investimento em não honrou nenhum. Aquilo ali, no primeiro acordo
infraestrutura tem o perfil do investidor de longo não cumprido, já era pra intervir. Neste sentido, o
prazo, que é o perfil do investimento de fundos de governo precisa ser mais atuante. Em alguns paípensão. A única coisa que alertamos é que esse é ses, você tem um fundo de solvência. Neste caso,
um investimento que precisa ter segurança jurídica se tudo der errado, o fundo de solvência poderia
de longo prazo, rentabilidade e, preferencialmente, arcar com os custos.
um bom nível de liquidez. Nós não somos contra,
mas precisamos fazer esse alerta.
RAP: Como a formação em administração colabora com o seu trabalho?
RAP: Qual o principal papel da Abrapp?
Devanir Silva: Não tenho dúvida de que de maDevanir Silva: Eu diria que o nosso papel é o de neira fundamental. Eu teria muita dificuldade sem
ser um centro de excelência técnica. O papel de essa formação em administração. Graças a ela, tive
trabalhar para o desenvolvimento sustentável da várias oportunidades. Trata-se de um curso dinâprevidência complementar no Brasil. Outro ponto mico e interessante – em que você atua em todos
é a defesa institucional da previdência comple- os segmentos (financeiro, pessoal, de planejamento,
mentar – junto aos fóruns, ao judiciário, ao legis- viabilização, venda...). A administração permite uma
lativo...
visão mais eclética ao gestor. Mesmo nas especializações, você adquire conhecimentos a partir de
RAP: Como se dá a defesa da previdência com- uma visão global.
9
Capa
por Gilberto Amendola e Marcos Yamamoto
As empresas estão aplicando seus códigos
de ética e conduta de forma efetiva ou
apenas fazendo ‘marketing do bem’?
Saiba o que administradores e especialistas
pensam sobre o assunto
10
Ainda assim, ética seria algo que pode
ser aprendido e transmitido dentro de
uma estrutura empresarial? O Administrador Silvio Passarelli, diretor da faculdade de Administração da FAAP, acredita
que apesar de todas as faculdades de administração ministrarem disciplinas de
ética, a sua difusão passa por toda a vida
da pessoa, desde o convívio familiar. “A
docência tem o compromisso de permear
uma clareza de princípios em todas as
disciplinas. Mas de nada adianta se o professor não respeita os alunos, é autoritário, aplica avaliações desproporcionais ao
que é ensinado de fato. O educando não
aprende exclusivamente apenas na sala
de aula, mas em todas as suas relações”.
Professor de ética, Marco
Antônio Araújo Junior, diz
que é preciso diferenciar
ética de moral "Moral é
um traço cultural e pode
variar bastante"
No papel
Ter clareza sobre o conceito é fundamental para que um código seja produzido, impresso e incorporado ao ambiente
de uma empresa. “Ao produzir um documento como esse, a empresa está deixando claro quais são os parâmetros
daquilo que considera razoável e aplicável em seu dia-a-dia. Ao explicitar seus
princípios éticos, ela também vai nortear
o conjunto de seus colaboradores e firmar
um compromisso com eles”, diz Araújo.
O administrador e sócio da consultoria
KPMG, Sidney Ito, acredita que os códigos de ética precisam tratar de temas já
incorporados na cultura da empresa. “Os
princípios éticos devem estar embutidos
na missão, visão e, em outro momento,
na definição do planejamento estratégico.
Os princípios devem estar alicerçados por
políticas, normas, procedimentos, treinamentos, reconhecimento e até punições.
Só assim o código de ética
pode ser algo prático e se
estender por toda a companhia. Ele também não
deve ser circunstancial, mas incorporado
em sua perenidade”,
afirma.
Para o adminisDivulgação
U
ma enquete realizada pelo
Conselho Regional de Administração de São Paulo
– CRA-SP trouxe um dado
alentador: 57% dos administradores atuam em
empresas que possuem códigos de ética.
Embora o resultado aponte um avanço
inequívoco, é preciso ir além dos números
e investigar se tais códigos são mais do
que uma bonita peça de ficção sobre a
mesa do escritório.
“O discurso ético se tornou muito utilizado como estratégia de marketing para
o público interno e externo das corporações. A palavra ‘ética’ virou um bem de
mercado comparável à ‘sustentabilidade’.
Há dois anos tenho criticado em palestras,
e agora em livro (O Executivo e o Martelo:
reflexões fora da caixa sobre ética e negócios), o uso do conceito de ética e moral
como ‘valor’, pois as pessoas não fazem
muita ideia do que ela seja e mesmo assim
dizem praticá-la. Ética é mais do que um
valor, ela é o próprio conjunto de valores”,
adverte o professor do HSM Educação e
Livre-Docente de Ética e Ciência Política
na Escola de Comunicação e Artes da USP,
Clóvis de Barros Filho.
Sendo assim, o primeiro passo para
entender a aplicabilidade da ética no
cotidiano dos negócios é conhecer o seu
significado mais básico. O professor de
Ética Profissional, Direito do Consumidor
e Direito Eletrônico da Faculdade Damásio Educacional, Marco Antônio Araújo
Junior, afirma que a ética está relacionada
com a ‘boa-fé’ nas relações pessoais e profissionais. “Não fazer com o outro o que
você não gostaria que fizesse com você
é um conceito simples – e que mostra de
forma direta o que é ser ético”. O próprio Araújo faz uma ressalva importante.
“Ética é diferente de moral. Ético é não
falar mal de um colega, é não furtar...
Muito diferente de moral. Afinal, moral
é algo cultural e pode variar de pessoa
para pessoa, de país para país, cidade
para cidade “.
11
Capa
dio Abramo, tem uma posição radical em
relação aos códigos de ética empresariais.
“Não acredito nisso. Trata-se de puro
marketing. Não que não existam pessoas
e empresas bem-intencionadas. Claro que
existem, mas esses códigos não resultam
em nada objetivo. A pergunta que faço é
quanto disso deixou de ser só retórica e
foi aplicado? Quem já sofreu processos
internos por descumprimento de um código? Quantas foram punidas após um
processo interno?”.
Segundo o consultor
do 'Espaço Ético', Arthur
Meucci, a maioria das
empresas não quer um
código de ética "querem
apenas um texto bonito
para divulgação"
12
trador e coordenador do grupo de ética
e sustentabilidade do CRA-SP, Germano
Julio Badi, um código de ética e de conduta só será efetivo se obedecido pelo
presidente da companhia. “Código não
é semáforo. Não é só uma conveniência,
mas implica em vivência. É preciso que o
dono da empresa, os acionistas e os líderes deem o tom no topo da pirâmide. O
presidente tem que ser um exemplo ético
e obedecer a essas regras. Se ele não for,
o código fica somente uma coisa para inglês ver”.
O consultor e produtor de conteúdo
do Espaço Ético, Arthur Meucci, conta
que tem recebido muita demanda de empresas querendo códigos de ética. “Mas
quando proponho uma consultoria séria,
envolvendo um trabalho de educação e
participação direta dos funcionários na
elaboração do código, a solicitação é descartada. A maioria das empresas quer
somente um texto bonito para divulgação pública que seja consonante com o
marketing institucional”.
Neste mesmo sentido, o diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláu-
Uma iniciativa do Instituto Ethos e da
Controladoria-Geral da União pode transformar esse discurso sobre ética empresarial em algo bastante sólido – e responder
àqueles que ainda enxergam com ceticismo a utilização de códigos de ética e
conduta no mundo dos negócios. Trata-se
do Cadastro Nacional de Empresas Comprometidas com a Ética e a Integridade
(Cadastro Pró-Ética). A coordenadora de
projetos de políticas públicas do Instituto
Ethos, Marina Martins Ferro explicou que
o objetivo do cadastro é “avaliar e divulgar as companhias voluntariamente engajadas na construção de um ambiente
de integridade e confiança nas relações
comerciais”.
“Ao aderir ao cadastro, as empresas assumem o compromisso público e voluntário, perante o governo e a sociedade,
Marina Martins, coordenadora do Instituto Ethos, diz que
a adesão ao Pró-Ética é compromisso com a sociedade.
Divulgação
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Empresa Pró-Ética
de que adotam medidas para prevenir e
combater a corrupção, em favor da ética
nos negócios”, disse Marina. Para participar do cadastro é necessário que as empresas possuam uma série de ferramentas
para prevenir a corrupção internamente,
tais como Código de Conduta, políticas
de auxílio ao poder público no combate à
lavagem de dinheiro; sistemas de controle
interno e auditoria. “Para entrar nesse
cadastro as empresas respondem um
questionário com cerca de 70 perguntas
referentes aos métodos e procedimentos
éticos”, conta Marina.
Marina também lembrou que já está
sendo elaborada uma proposta de decreto para regulamentação da Lei
12.846/2010, a lei anticorrupção empresarial. “O endurecimento da legislação
vai estimular o desenvolvimento e o aprimoramento dos sistemas de compliance,
pois a lei prevê que as sanções serão
atenuadas quando a pessoa jurídica tiver
instituído ‘mecanismos e procedimentos
internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e
a aplicação efetiva de códigos de ética e
de conduta’”, pondera.
Administrador e diretor
da FAAP, Silvio Passarelli,
diz que ética é algo que
se aprende ao longo da
vida, no convívio familiar
Divulgação
Divulgação
Diretor da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo,
acredita que códigos de ética são "peças de marketing"
“Não existe regras universais na elaboração de códigos. Nem condutas corretas
ou condenáveis que possam ser generalizadas. O que proponho é uma educação
ética de qualidade nas empresas para capacitar todos os funcionários a entender
sua importância e palpitar sobre aquilo
que está certo ou errado no ambiente de
trabalho”, diz Barros.
Pelo mesmo caminho segue Meucci:
“Muitas empresas subestimam a capacidade de seus funcionários de refletir
e legislar sobre suas próprias ações. Na
maioria das vezes contratam um guru ou
uma consultoria estrangeira para definir
as regras de conduta dos funcionários.
Por motivos óbvios não dá certo”.
Engajamento
Os especialistas em ética concordam
que um dos pontos chaves para o sucesso
de um código de ética é o engajamento de
todos os colaboradores de uma empresa.
13
Capa
Em alguns casos, a contratação de uma
consultoria pode ajudar a implementar
o próprio código de ética. “A consultoria analisa o grau de maturação ética da
empresa. Se não tiver isso enraizado, é
necessário todo um trabalho de base.
Quando falta comunicação, realizamos
treinamentos e workshops. Também ajudamos a organizar o código de conduta e
ética e a ouvidoria. Não basta copiar e colar o que existe em outras organizações,
pois cada um tem suas responsabilidades
e especificidades”, diz Ito.
Aliás, Ito também ressalta a importância da criação de uma ouvidoria na
construção e fiscalização dos alicerces
éticos de uma empresa: “O termo ‘canal
de denúncia’ está ligado apenas a casos graves. Por outro lado, ‘Ouvidoria’ está mais aberta ao
envio de dúvidas e, com
isso, pegar o problema
no começo da bola de
neve”, disse. “A gestão
deve auxiliar em sanar dúvidas dos
colaboradores ou
identificar e comunicar possíveis erros; uma
área de compliance (normas
de cumprimento
de normas legais
e regulamentares) e gestão de
risco que
Divulgação
Para o professor da HSM
Educação, Clóvis de
Barros Filho, a palavra
'ética ' virou um bem de
mercado comparável à
'sustentabilidade'
14
PACTO GLOBAL
Iniciativa desenvolvida pelo ex secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em
suas práticas de negócios, de valores fundamentais e
internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção estão refletidos em 10 princípios.
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9
10
As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.
As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.
A eliminação de todas as formas
de trabalho forçado ou compulsório.
A abolição efetiva do trabalho
infantil.
Eliminar a discriminação no emprego.
As empresas devem apoiar uma
abordagem preventiva aos desafios ambientais.
Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade
ambiental.
Incentivar o desenvolvimento e
difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.
As empresas devem combater a
corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.
Ética x Lucro
Um dos grandes desafios da cultura
ética nos meios empresariais é a criação
de pontes entre uma atuação transparente e o tão almejado lucro. Será realmente possível criar essa conexão entre
essas duas pontas? “O lucro deve ser uma
meta, sim. A ética é a diretriz de um lucro
adequado, sustentável e de longo prazo.
É possível ter alto lucro, alta sustentabi-
lidade e alta ética”, diz Ito.
Já para o professor Clóvis existe um
abismo entre ética e lucro: “Muitas vezes
o lucro está acima do respeito às pessoas.
A finalidade de uma empresa é obter lucro, e nisso não há nada de errado. O
problema é saber até onde uma empresa
pode lucrar respeitando os seres humanos e o meio ambiente”.
O também professor Araújo afirma que
é possível unir as duas pontas: “Acho totalmente possível ser ético e obter lucro.
A questão é que a ética vai te impor limites do que é aceitável, justo e de bom-senso. Dentro desses limites, não existe
problema nenhum em obter lucro”.
Passarelli enxerga neste debate uma
mudança importante de conceitos: “
Antes, um bom resultado era exclusivo
em moeda, monetário. Nos últimos 20
anos, estamos mais complexos. Além da
necessidade de gerar resultados para os
acionistas, o gestor precisa se ocupar de
questões de sustentabilidade, respeito e
governança corporativa, sendo intransigente no cumprimento legal, trabalhista,
tributário e fiscal, com pagamentos justos
aos colaboradores – e, se possível, acima
da média do mercado”, diz. “ A ética é derivada ao valor que se dá ao ser humano
e seus direitos. A empresa humanista
pauta suas ações no estrito respeito ao
ser humano, seja o vizinho da fábrica ou o
presidente do banco. Não podemos jamais
transgredir esse limite em nome de uma
produção mais barata e o lucro imediato”,
completa.
Para Julio Badi, a ética é um tema que
precisa ser debatido por todos os administradores. “A cada decisão que você toma,
existe a necessidade de uma reflexão
ética. Toda vez que você vai pensar um
orçamento, vai decidir sobre bônus ou ter
qualquer outra postura enquanto gestor,
você precisa fazer uma reflexão ética. Aí,
eu pergunto: Vale a pena ser ético? Sim!
Não é fácil. É difícil. Mas é melhor ter um
comportamento uniforme e ético do que
ficar ao sabor da conveniência”.
Divulgação
monitora se tudo está sendo feito corretamente; a auditoria interna e, por último,
o canal de denúncia”, completa.
O diretor geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein,
Henrique Neves, fala sobre o serviço de
atendimento ao cliente do Albert Einstein:
“Recebemos queixas, sugestões e elogios,
que são encaminhados aos departamentos
cabíveis para que tomem conhecimento,
avaliem e, se for o caso, corrijam procedimentos. Possuímos o SAC RH, voltados
aos colaboradores que queiram formalizar casos anonimamente ou não. Todos
os acontecimentos contrários ao código
de ética devem ser analisados perante um
Comitê de Ética, que pode esclarecer ou
julgar o caso”.
Para o gerente de inovação do Sebrae-SP, Renato Fonseca, as pequenas e médias
empresas (PME) também devem manter
seus colaboradores engajados na construção de uma marca ética: “Os princípios
éticos da empresa vão refletir no produto
entregue ao cliente, isso faz com que ela
ganhe mais valor no mercado, por seguir
parâmetros em suas relações”, disse. “A
PME precisa ter clara a forma de lidar
com os colaboradores desde a fase de
contratação. A mesma preocupação deve
se dar durante a difusão da cultura dela
com ações de responsabilidade social e
ambiental, transparência, respeito ao consumidor, aos contratos e concorrentes, na
forma como realiza a comunicação corporativa. A ética é a pedra fundamental de
todos os processos organizacionais e de
interação”, afirma.
Administrador e
coordenador do grupo de
ética e sustentabilidade
do CRA-SP, Germano
Júlio Badi, diz que
código de ética não é
só conveniência, mas
vivência
15
Conhecimento
GETTY IMAGES
por Gilberto Amendola
Performance
na balança
Saiba como uma avaliação de desempenho justa e
eficaz pode melhorar o clima corporativo e trazer
ganhos para os negócios
O
capital mais valioso de
qualquer empresa é o
humano. É pouco provável, pra não dizer
impossível, que alguma companhia chegue a algum lugar sem
uma equipe de colaboradores
16
afiados, talentosos e satisfeitos. Por isso, corporações com
desempenho acima da média
estão cada vez mais atentas à
avaliação de desempenho de
seus quadros.
Uma avaliação de desempe-
nho coerente – com reflexos
em programas de crescimento
dentro da própria empresa,
bônus de fim de ano e outros
benefícios só trazem bons resultados para o negócio. Mas
as empresas estão empenhadas
em realizar uma avaliação séria
e profunda de seus funcionários e diretores?
Antes de qualquer coisa, é
preciso ter claro o que é uma
avaliação de desempenho. Uma
definição bastante clara pode
ajudar colaboradores e empresas a aceitarem com mais naturalidade esse tipo de avaliação.
Portanto, é importante ressaltar
que a avaliação de desempenho
é uma ferramenta de gestão de
pessoas que corresponde a uma
análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza,
das metas estabelecidas, dos
resultados alcançados e do seu
potencial de desenvolvimento.
Para o vice-presidente sênior de pesquisas da empresa
norte-americana de RH i4cp,
Jay Jamrog, algumas práticas de avaliação tendem a se
repetir nas empresas de alta
performance . “Companhias
de sucesso seguem alguns padrões de avaliação. Elas têm,
por exemplo, processos consistentes em toda a organização,
o feedback ocorre mais de uma
vez ao ano e existem programas
para aqueles colaboradores que
estão abaixo das expectativas”,
disse Jamrog.
Ele afirmou que o Brasil tem se
destacado em relação aos EUA,
no que diz respeito à conexão
entre performance individual
e objetivos empresariais: “De
acordo com nossas pesquisas,
o Brasil tem uma porcentagem
de funcionários que dizem que
seus objetivos de performance
individuais estão alinhados com
os objetivos das empresas que
trabalham (BRA 61% x EUA
49%) ”, explicou. A pesquisa de
Jamrog ainda aferiu que o Brasil também se destaca no desenvolvimento de planos para
recuperar o funcionário que
está abaixo da média (BRA 46%
x EUA 34%) .
Segundo Jamrog, o que falta
às empresas brasileiras é o que
ele chama de "Feedback 360" –
que consiste em uma avaliação
de todos os níveis hierárquicos.
“Aparentemente, as empresas
ainda tem dificuldade de avaliar a performance de cargos
mais altos. Mas isso tende a
mudar com a modernização e
uma nova maneira de relação
entre gestores e funcionários”,
afirmou.
Recompensa
Para o administrador e diretor
de Desenvolvimento Humano
da Sereasa Experian, Guilherme
Cavalieri, os processos de avaliação precisam priorizar o desenvolvimento humano. “Ao
desenvolver os indivíduos para
além dos resultados práticos do
negócio, a boa performance se
transforma em uma consequência natural”, avaliou.
A diretora de RH da Syngenta
para as áreas de produção, supply , finanças e serviços na
América Latina, Cinthia Bossi,
também acredita no protagonismo do indivíduo em empresas de alta performance. “Na
Syngenta, nós temos um feedback a cada 3 meses. Nós conversamos sobre desempenho e
objetivos constantemente – assim, temos uma melhor gestão
dos nossos talentos”, completou.
Se a boa performance é uma
consequência da valorização
do funcionário, chegamos ao
As nove práticas
das empresas de
alta performance
por Jay Jamrog
1
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6
7
8
9
Planos de desenvolvimento para o engajamento em trabalhos.
Liderança treinada para
a condução de uma entrevista de avaliação de
performance.
Critérios definidos e claros que medem a qualidade do processo de avaliação de performance.
Planos de recuperação
para pessoas com performances abaixo do
esperado.
Processo de avaliação
consistente em toda a
organização.
Opinião do líder e evidências que comprovem o desempenho do
colaborador.
Feedback mais de uma
vez por ano.
Feedback 360°em todos
os níveis hierárquicos.
Revisão contínua de objetivos e feedback dos
gestores.
17
Divulgação
Divulgação
nui a chance desse profissional
qualificado buscar oportunidades fora da sua empresa”, disse
Cavalieri.
A diretora executiva da empresa DECRAM – Consultoria
e Treinamento, Nara Moura,
aposta em uma avaliação que
leve em conta o mérito de cada
um. “A avaliação tem que ser
decisiva na hora de definir o
bônus. Muitas empresas estão
apostando neste método e está
dando certo. Em pesquisas de
clima, é comum colaboradores
pedirem que este sistema seja
implantado. No entanto a empresa deve estar calçada em
um política de bônus, devidamente redigida e à disposição
credito
Conhecimento
Cavalieri: "Precisamos desenvolver indivíduos
para além dos resultados práticos"
Formas de avaliação de desempenho
Jamrog: "A perfomance está ligada aos
métodos de avaliação"
ponto mais relevante e delicado: o bônus. “As pessoas se
sentem valorizadas quando sabem que serão recompensadas
caso alcancem e superem seus
objetivos dentro da organização. O reconhecimento dimi-
Divulgação
Cinthia: "Na Syngenta, nós temos feedback a
cada 3 meses"
AUTO-AVALIAÇÃO
Peça aos indivíduos para avaliar
sua própria satisfação com o trabalho e seu próprio desempenho.
Eles cumpriram as metas estabelecidas no início do trimestre ou
do ano? As metas eram razoáveis
e possíveis de serem cumpridas?
AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
DO FUNCIONÁRIO E DA EQUIPE
Obtenha uma perspectiva de
gestão sobre o desempenho
individual e em equipe e as habilidades. Identifique eventuais
diferenças entre o questionário
de auto-avaliação de um funcionário e a avaliação dos gerentes.
EFICÁCIA DO GERENTE
Em todos os departamentos, o
que os funcionários pensam sobre seus gerentes? Descubra se
os supervisores e os gerentes comunicam bem suas expectativas
para suas equipes.
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
O que os funcionários pensam
sobre os programas de treinamento e desenvolvimento profissional da empresa? Os funcionários sentem que o local de
trabalho apoia seus objetivos de
carreira e suas ambições?
PRONTIDÃO DE PROMOÇÃO
Seu funcionário está pronto para
assumir uma posição de maior
responsabilidade? Os demais superiores, subordinados e pares
- gostam do trabalho, do senso
de liderança e das habilidades de
colaboração dessa pessoa?
Fonte: Survey Monkey
18
para todos os funcionários da
empresa para que não paire nenhuma dúvida e impressão de
favorecimentos”, disse.
Armadilha
Nara Moura adverte para um
pecado comum em grandes em-
3 dicas para
melhorar as taxas
de resposta de
questionários
1
Dicas para uma avaliação de
desempenho justa e eficaz
ANTES de conduzir a avaliação, reúna o maior número possível
de informações sobre o profissional e seu desempenho.
NUNCA confie em sua memória. Registre em seu caderno de
anotações aqueles acontecimentos que podem impactar sobre
a avaliação de seus subordinados – negativa ou positivamente.
NÃO SEJA precipitado e amador em suas avaliações. Seja racional e nunca faça julgamento de valor ao empreender uma avaliação.
NUNCA perca sua sensibilidade acerca dos sentimentos de seus
colaboradores. Avalie-os sobre todos os ângulos.
Mantenha o ANONIMATO. Para obter retorno sincero
dos funcionários,
se for o caso, utilize respostas anônimas. É
mais fácil coletar informações
quando os funcionários sabem que seu feedback estará
totalmente seguro.
Durante a avaliação, PERGUNTE ao avaliado se gostaria de discutir um ponto específico de sua avaliação. Deixe-o falar livremente e sem nenhuma censura.
Forneça uma OPÇÃO para feedback
não-estruturado.
Dar aos trabalhadores a oportunidade de fornecer-lhe pensamentos adicionais e outros
comentários, incluindo algumas questões abertas com
caixas de texto para respostas
não estruturadas.
OFEREÇA recomendações para seu desenvolvimento pessoal –
leitura, cursos específicos, aprendizado de novo idioma, mudança
de postura, exposição perante a alta administração etc.
2
3
Utilize uma LINGUAGEM CASUAL.
Evite uma linguagem corporativa
ou excessivamente técnica e rebuscada. Adote
um tom ameno.
Fonte: Survey Monkey
Se o avaliado não tem nenhuma crítica a respeito de seu próprio
desempenho, APONTE-AS de maneira firme, porém civilizada.
Mostre os dados, os gráficos, os erros que ele cometeu e que embasam as suas críticas construtivas.
ESCUTE e observe o comportamento do avaliado. Essa postura
lhe dará tempo para pensar e agir com segurança.
Fonte: Site Emprego Certo (Gutemberg B. de Macêdo)
presas. “ As empresas confundem “Resultado de Avaliação de
Desempenho” com “Avaliação
de Desempenho”. A avaliação de
desempenho acontece todos os
dias do ano e a todo momento
durante o dia. O que acontece
uma vez, ou duas vezes ao ano é
a Apresentação dos Resultados
da Avaliação de Desempenho.
Não há Avaliação de Desempenho sem que o gestor mantenha
com ele um diário de bordo,
onde deve registrar o histórico de seu liderado ao longo
do ano”, disse. “Entende-se por
registrar em diário de bordo, o
ato de anotar todo o excelente
desempenho por um trabalho,
assim como o baixo desempenho, bem como as suas causas
e fatores diretos e indiretos e
todas as outras ações que sejam
relevantes ao fato. O maior erro
das organizações é não ter este
histórico”, completou.
19
Na Prática
por Gilberto Amendola
Tão longe
É possível ser um
líder sem escritório
e endereço fixo?
Conheça as
vantagens e as
armadilhas de
comandar equipes a
distância
A
ideia que vivemos em
uma “aldeia g lobal”
foi tão difundida que
já se transformou em
um confortável clichê. Tirá-la
da “manga do colete” em conversas sobre internet e redes
sociais causa até um certo aborrecimento. Agora, por incrível
que pareça, ainda existe uma
questão pouco explorada nesse
universo sem distâncias e fronteiras: a liderança.
Como liderar equipes espalhadas pelo mundo? Como administrar culturas diferentes em uma
empresa multinacional? É possível aferir resultados mesmo
estando a milhas de distância?
Somos suficientemente responsáveis para trabalhar longe de escritórios e estruturas tradicionais?
Liderar a distancia não é uma
tarefa fácil. A complexidade das
relações exige um administra-
20
tão perto
dor com talento para entender
as vantagens e armadilhas deste
tipo de dinâmica profissional.
“Liderar a distância não significa trocar centenas de e-mails
por dia. Trata-se de entender nuances culturais, alinhar equipes,
gerenciar conflitos e focar objetivos”, disse a diretora de RH da
Unilever, Lucyane Rezende.
“Para esse estilo de liderança
se concretizar, o administrador
precisa entender que a tecnologia funciona como um ativador
de colaborações e relacionamentos. Para quem lidera longe dos
seus liderados, o fundamental é
ser objetivo, ter diálogos efetivos, com perguntas e respostas
claras. O ideal é que não exista
ruídos nesta comunicação”, comentou Lucyane.
GETTY IMAGES
Facilitador
Para o administrador, escritor
e palestrante Sergio Dal Sasso,
tudo o que envolve tecnologia
precisa ser encarado como um
facilitador nos processos de gerenciamento. “Aquilo que antes
envolvia papel, lápis, escritório
e secretária perdeu seu status.
Quem lidera a distância precisa
estar preparado para desburocratizar cada ação, cada passo
da administração”.
Ainda para Dal Sasso, o avanço
tecnológico é capaz de criar lideranças mais robustas. “Antes,
21
Dal Sasso: " Liderar a distância é conhecer
uma empresa em profundidade"
a gente tinha dificuldade para
conhecer todos os detalhes da
própria empresa em que atuávamos. Hoje, felizmente, o líder
pode ser aquele que domina cada
passo, cada mínimo detalhe da
companhia. Esse conhecimento
é o que pode facilitar a liderança
a distância”.
Liderar a distância é ter decisões reais em tempo real. Por
isso, o administrador precisa
conhecer com profundidade o
perfil das pessoas com quem
está trabalhando online. “Para
exercer liderança em empresas
transnacionais ou até empresas
que atuam em diferentes cidades
de um mesmo país, você precisa
ter claro que a cultura é muito di-
ferente de um lugar para o outro
– e que uma série de fatores pode
alterar o entendimento de uma
mensagem”, fala Dal Sasso. “Se
você lidera do Brasil e tem uma
equipe na China, você precisa levar em conta o óbvio (diferença
de horários). Portanto, liderar a
distância também exige uma disponibilidade quase que absoluta.
Ser líder, nesta nova configuração, também não é para qualquer
um”, completa.
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Na Prática
Luciene: "Tecnologia funciona como um
ativador de colaboradores"
1 QUEM SÃO AS PRINCIPAIS PESSOAS ENVOLVIDAS?
2 QUAL É O OBJETIVO DE CADA RELACIONAMENTO / CONTATO?
3 QUAL É A MENSAGEM QUE DESEJO ENVIAR?
4 QUAL É O MELHOR CANAL DE COMUNICAÇÃO?
5 QUANDO TENHO QUE COMUNICAR?
6 DE QUE INFORMAÇÃO PRECISO?
7 O QUE PODE DAR ERRADO?
8 QUEM TEM QUE APROVAR?
9 QUEM SERÁ AFETADO?
10 QUEM PODE ESTAR INTERESSADO?
11 QUAIS SÃO AS EXPECTATIVAS DA ORGANIZAÇÃO?
22
DIVULGAÇÃO
Para liderar a distância, você
precisa estar pronto para
responder às seguintes perguntas:
entre diretores e administradores
que já estão totalmente integrados às estruturas da companhia
e que, portanto, são mais res-
DIVULGAÇÃO
Fatores que
impulsionam uma
liderança a distância
1
GLOBALIZAÇÃO
2
COMUNICAÇÃO EM ALTA
VELOCIDADE
3
MERCADOS
EMERGENTES, PRODUTOS
E SERVIÇOS
4
INOVAÇÕES TÉCNICAS
EM PRODUTOS E
SERVIÇOS
Sônia: "Só funciona com pessoas
comprometidas e responsáveis"
Para todos?
A especialista em liderança Sônia Jordão faz uma ressalva em
relação ao tipo de liderança não
presencial. “Não é para todo tipo
de empresa. Empresas menores
e comércios têm outra natureza.
Elas ainda necessitam da presença de um líder e do contato
pessoal entre todas as partes
envolvidas”.
Sônia acredita que para uma
liderança a distância ser efetiva,
as partes precisam “jogar juntas”.
“É o tipo de organização que vai
funcionar com pessoas comprometidas e responsáveis – que podem trabalhar em um esquema
de completa confiança”. Para
ela, definir tarefas, planejar com
precisão e ter o controle sobre
o passo-a-passo das decisões é o
que vai definir uma liderança de
sucesso no mundo globalizado.
“Esse tipo de liderança, normalmente, é exercida entre colaboradores de nível hierárquico maior.
Decisões a distância são tomadas
5
MAIOR DIVERSIDADE NA
FORÇA DE TRABALHO
6
ESCASSEZ DE TALENTOS
7
MAIOR DINAMISMO
NO MERCADO DE
TRABALHO
8
DISTRIBUIÇÃO DO PODER
DE TOMADA DE DECISÃO
ATRAVÉS DA
ORGANIZAÇÃO
9
AUMENTO DA
COMPETIÇÃO
10
Como tornar os
times virtuais mais
eficazes?
Ao menos uma reunião
presencial por projeto
Ter cultura local e
cosmopolita
Optar por times
pequenos (quando
possível)
Treinamento de
diferentes culturas
Definir regras de ouro /
ser explícito em como o
time irá operar
Ser consciente
sobre o tempo
Não gerar sobrecarga aos
membros da equipe
Dar autonomia ao time
MAIORES DEMANDAS
DOS CLIENTES POR
MAIOR VELOCIDADE E
QUALIDADE A PREÇOS
REDUZIDOS
ponsáveis na hora da execução”,
comenta Sônia.
A especialista também pondera
sobre as vantagens econômicas
que uma organização menos enclausurada em escritórios pode
trazer às empresas. “Existe, claramente, uma economia com
logística, com deslocamento e
trânsito. Você não precisa de
uma equipe viajando para todos os lados, você pode resolver
diversos problemas ligando o
Skype”, comenta Sônia.
23
Estilo
por Marcos Yamamoto
Manter o corpo ativo faz bem para a saúde da
empresa. Cada vez mais administradores aderem
e implantam programas de atividade física entre
colaboradores
24
CRÉDITO
Esporte é o que interessa
As lições do esporte
1º) Espírito de Equipe
2º) Respeito
3º) Comprometimento
4º) Motivação
5º) Desejo de representar a empresa
6º) União
7º) Integração
8º) Liderança
9º) Responsabilidade
10º) Excelência
Fonte: “O Impacto do programa
SESI-Esporte para agregar valores
olímpicos na vida do trabalhador
e da empresa: uma avaliação”
des Esportivas da Universidade
Anhembi Morumbi, em parceria
com o clube espanhol Real Madrid. Segundo ela, incentivar seus
colaboradores a sair do sedentarismo resulta em equipes motivadas e integradas pelo esporte. “A
promoção do bem-estar é muito
boa para a reputação da organização e o que é bom para o corpo
é bom para a cabeça, tornando-a
motivada e integrada”.
É cada vez maior o número de
empresas interessadas em ter
seus funcionários em atividades
esportivas, caso das populares
corridas de rua, com o aumento
de grupos de corredores ligados
pelo vínculo empregatício. “A
proliferação dos eventos esportivos trouxe junto um aumento
na quantidade de consultorias
esportivas que assessoram empresas. Na Corpore, temos registradas cerca de 200 assessorias,
representando de 15% a 20% do
contingente de nossas corridas”,
diz Charles Groisman, diretor de
Marca e Conteúdo da Corpore,
organização especializada em
provas do gênero e que recebeu
cerca de 108 mil participantes
no ano passado, entre atletas de
elite e amadores. “É uma plataforma de relacionamento fora do
ambiente de trabalho”, completa.
Essa é a constatação levada na
prática pelo Itaú-Unibanco ao
manter uma série de modalidades
esportivas para os funcionários,
como um campeonato próprio de
futebol que reúne anualmente
cerca de mil colaboradores em
São Paulo, além de outras ações
para os diversos perfis, como futsal feminino, corrida, natação e
kart. De acordo com a empresa,
mais de 17 mil funcionários
Treinador Mário Mello defende uma
análise de perfil antes da definição do
tipo de atividade
ARQUIVO PESSOAL
A
rotina profissional de
Alexandre Martinez, 37
anos, formado em Administração e presidente
de uma empresa de segurança da
informação, é similar a de muitos
outros executivos: marcada por
seguidas reuniões, prazos apertados e eventos corporativos
fora do expediente normal. Para
contrabalançar essa roda viva
de estresse, ele mantém outro
compromisso na agenda. “Treino
corrida de duas a três vezes por
semana. Sempre pratiquei atividades físicas, mas acabei ocioso
por quatro anos, focado no trabalho, até o momento que alguns
amigos me convidaram para participar de uma corrida de 5 km
em Campos do Jordão. Na época,
eu parecia até uma garça – perna
fina, com barriga e ‘branco escritório’”, lembra. Para aumentar
o pique, Martinez participa de
competições nacionais e internacionais (como as Maratonas
de Buenos Aires e da Disney) e
estabelece metas pessoais e não
sossega enquanto não atingi-las.
“Corro a São Silvestre todos os
anos desde 2004 e ainda quero
acumular quilometragem suficiente para dar uma volta na
Terra”, brinca.
Mas de que forma o hobby de
Alexandre está relacionado a sua
carreira? “O esporte é uma das
nossas maiores manifestações
sociais. Em uma partida, você
agrega valores importantes como
senso de espírito de equipe, liderança, responsabilidade e
cooperação, além de evitar o absenteísmo (faltas no trabalho)”,
argumenta a administradora Deborah Duarte Palma, responsável
pela implantação do MBA em
Gestão e Marketing de Entida-
25
Estilo
ARQUIVO PESSOAL
MOVIMENTO
CORPORATIVO
Mesmo sem muito tempo
e espaço físico, é possível
conciliar o exercício entre
uma tarefa e outra. Confira
algumas ações simples e
O administrador Alexandre Martinez treina, pelo menos, três vezes por semana. "No
saudáveis.
esporte, você agrega valores importantes, como espírito de equipe"
USE AS ESCADAS
participaram de algum projeto
institucional de atividade física
no primeiro semestre deste ano.
“Oferecemos aos colaboradores
e aposentados do conglomerado
Itaú-Unibanco e a seus dependentes, um suporte em serviços de
alta qualidade e de profissionais
qualificados, para atividades de
lazer, recreação, cultura e esportes que promovam a integração e
a melhoria da qualidade de vida”,
explica o diretor da Área de Pessoas da corporação, Sergio Fajerman. “Colaboradores saudáveis,
naturalmente, produzem mais e
melhor. Incentivamos a adoção
de uma alimentação equilibrada,
exercícios e a atingir o peso desejado de forma saudável, impactando positivamente sua saúde,
felicidade e produtividade”, conclui Fajerman.
Xô, preguiça
A moleza está ficando para
trás entre os líderes. Um levantamento do Hospital Sírio-Libanês
feito com 7,4 mil executivos mostra uma redução de 40% no número de sedentários ao longo de
26
quatro anos de estudos. Porém,
de acordo com Danielli Haddad
Syllos Dezen, médica responsável
pelo Centro de Acompanhamento
à Saúde e Check-up do Hospital
Sírio-Libanês, os executivos com
acesso a exames de check-up
mais sedentários são aqueles
com menos de 50 anos. “Os mais
jovens estão mais preocupados
em trabalhar muito e em se firmarem na carreira. A preocupação com a saúde e qualidade de
vida não é prioridade na atribulada rotina destes profissionais”,
afirma a especialista.
Planejamento
Para incentivar a preocupação com a saúde o quanto antes,
mas com o devido planejamento,
o administrador exerce um importante papel na implantação e
aprimoramento de um programa
de atividade física no ambiente
corporativo. De acordo com o administrador Nelson Pratti, coordenador do Grupo de Excelência
em Administração Esportiva do
CRA-SP, cabe a esse profissional
valorizar os benefícios de se man-
Para quê esperar pelo
elevador? Se puder, suba e
desça alguns degraus até
o trabalho.
APROVEITE OS
INTERVALOS
Levante da cadeira,
dê uma volta pelos
corredores e volte com a
mente tranquila.
ALONGUE NA CADEIRA
Se o dia não permitir
sequer sair da cadeira,
espreguice um pouco e
alongue os punhos para
evitar o encurtamento
da região lombar e a
tendinite.
ACORDE MAIS CEDO
Levante meia hora antes
e use esse tempo para se
exercitar. Comece bem o
dia.
Veja estudos que mostram
porque o esporte traz benefícios para as empresas:
Segundo pesquisa da Universidade de Illinois, quem
se exercita possui CÉREBRO MAIS SAUDÁVEL, com
maior renovação das células cerebrais.
Jovens que praticam exercícios físicos regularmente
AUMENTAM A QUANTIDADE DE OXIGÊNIO no cérebro, com efeitos no pensamento lógico e compreensão verbal. A constatação é
da Sahlgrenskam University, na Suécia.
De acordo com um levantamento da Universidade
de Vermont (EUA), a endorfina – um neurotransmissor responsável pela
comunicação do sistema
nervoso e liberado pelo
movimento corporal – pode durar até 12 horas após
uma atividade física e propicia MAIS DISPOSIÇÃO E
BOM HUMOR ao longo do
dia.
DIVULGAÇÃO
CIÊNCIA ESPORTIVA
ter uma equipe unida e saudável.
“Deve existir uma diretriz dentro
da organização, com metas definidas e a participação central do
administrador do departamento
de Gestão de Pessoas. Já a aplicação precisa contar com a contribuição da empresa como um
todo, com a viabilização e liberação pelas gerências para que os
colaboradores possam usufruir
desses projetos de estímulo e esportes”. Na visão dele, “a empresa
que se preocupa em manter seus
funcionários saudáveis dá um
tiro acertando em dois alvos: o
retorno em satisfação e integração do funcionário e a economia
para a empresa em encargos de
benefícios e menor tendência de
doenças”, ressalta. Para tanto,
segundo Deborah, o administrador deve “pesquisar o perfil dos
colaboradores, ouvi-los, para
identificar quais atividades eles
gostariam de fazer – ginástica
laboral, time de futebol, equipe
de corrida –, e decidir se partirá
para uma iniciativa própria ou
terceirizada com uma consultoria ou academia”.
Não existem milagres. O treinador Mário Mello, especialista
em acompanhamento esportivo
de executivos, ressalta a importância de uma análise prévia do
perfil dos colaboradores para
decidir quais modalidades serão
alvo de investimentos. “Uma fábrica cujos funcionários saem no
mesmo horário, a atividade conjunta depois do expediente é o
mais adequado. Outros preferem
se reunir em um horário que fuja
dos picos de congestionamento.
Você pode diversificar. Um dia organiza uma caminhada; em outro,
estimula a participação em uma
corrida, monta um time de fute-
Para o diretor da Área de Pessoas do
Itaú-Unibanco, Sérgio Fajerman, a cultura
esportiva melhora a produtividade
bol, basquete, vôlei”. Assim como
o administrador gerencia os processos da companhia e a enxerga
como um organismo complexo
e de resultados graduais, Mello
enfatiza o papel da paciência e
regularidade para se atingir a
excelência, tal como acontece no
universo corporativo. “Ninguém
fica em forma em dois meses,
não dá para avançar além do que
o corpo é capaz de suportar no
momento. Mesmo assim, é melhor
uma pessoa ativa, tentando melhorar, do que parada”.
27
Notícias
Uma revista que cresce
com você
P
oucas publicações no
mundo podem se orgulhar de uma existência
tão longa e relevante. A
Revista do Administrador Profissional, ligada ao Conselho Regional de Administração, tem quase
quatro décadas de vida (36 anos
para ser mais preciso) e continua
se reinventando.
Sim, é preciso se reinventar a
cada edição e reportagem – porque só ao se reinventar a publicação pode garantir o melhor para
seus leitores e registrados. Como
muitos dos nossos leitores já sa-
28
bem, a RAP acabou de ganhar
uma versão digital para celulares
e tablets.
A revista, que já foi um jornal
e passou por algumas reformas
gráficas e editoriais ao longo da
sua história, chega à era digital
com força e entusiasmo. E é mais
um benefício para o registrado.
Agora, além das reportagens com
os principais nomes da administração que você já está acostumado a acompanhar, a RAP vai
trazer vídeos, áudio de entrevistas, galerias de foto e muito mais
interatividade. E a participação
dos administradores vai ficar
DIVULGAÇÃO
Versão para celular e tablet já está disponível
para os registrados
ainda mais importante para a realização de cada edição.
Nossos canais de comunicação
com o leitor estarão ainda mais
NA PRÁTICA
Branding
Os benefícios de uma boa
administração da marca
ESTILO
Comportamento
Dicas para lidar com
colegas e chefes difíceis
Maio/2013 Ano 36 - nº 323
Saiba quais são os impactos do envelhecimento
da força de trabalho para as empresas, as novas
gerações e a sociedade
abertos para sugestões, críticas e
todo o tipo de participação efetiva. Com o acesso direto no seu
celular ou tablet, fica mais fácil
consultar nossos artigos e, claro,
levar sua edição para o seu ambiente de trabalho ou até sala de
aula. Isso significa conforto e mobilidade.
A edição impressa, hoje com
45 mil exemplares, continuará
sendo entregue normalmente –
enquanto a versão digital estará
disponível no mesmo período
para todos os registrados e interessados no universo da administração.
“Um dos objetivos da nossa
gestão tem sido levar, permanentemente, mais benefícios
aos registrados. Por isso, nos
empenhamos em lançar a nossa
revista em versão digital para tablets e celulares, acompanhando
a evolução da tecnologia. Agora,
a revista oferece mais possibilidades de acesso às informações,
através das novas interações,
ampliando as reportagens, entrevistas, com áudio e vídeo,
galeria de fotos e muito mais”,
destaca o presidente do CRA-SP,
Walter Sigollo.
COMO BAIXAR O APLICATIVO DO CRA-SP
1 Basta entrar na Apple Store (no caso de celular ou tablet da Apple) e
procurar por CRA.
GETTY IMAGES
2 Logo, aparecerá a marca do Conselho.
3 O aplicativo será ‘baixado’ automaticamente e de forma gratuita.
4 Depois, basta navegar pelas edições disponíveis.
5 Agora, no caso de celular ou tablet com sistema Android, você
precisa entrar na Play Store.
6 Depois, procure pelo nome completo do aplicativo: “Revista
Administrador CRA-SP”.
7 Após baixar o aplicativo, basta navegar pelas edições disponíveis.
29
Notícias
Melhores empresas para a
formação de líderes
Pesquisa destaca companhias com planos de
sucessão e desenvolvimento de liderança
Estudo realizado pelo Hay
Group indicou “as melhores empresas para a formação de líderes” no Brasil e no Mundo. De
acordo com a pesquisa, as empresas consideradas top são as
que possuem planos de sucessão,
gestores inspiradores e desenvolvimento de liderança.
A pesquisa ouviu 18 mil pessoas no mundo, 2.771 no Brasil.
Em relação ao Brasil, 86% dos
entrevistados ocupam cargos de
gestão. As empresas do topo do
ranking, neste ano, se diferenciam
das demais pela capacidade de
manter uma cultura de inovação
sem perder os resultados de curto
prazo, a "gestão ambidestra".
NO MUNDO
1o
2o
3o
4o
5o
6o
7o
8o
AS MELHORES EMPRESAS PARA
FORMAÇÃO DE LÍDERES SE
DESTACAM EM
Planos de
Sucessão
NO BRASIL
9o
10o
Download 200,000+ brand logos in vector format for free
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Desenvolvimento de
lideranças
Liderança
Inspiradora
30
AS MELHORES EMPRESAS PARA LIDERANÇA SABEM
RECOMPENSAR ESTRATEGICAMENTE
75%
EMPRESAS NO TOP TEN
52%
EMPRESAS FORA DO TOP TEN
em 63% das melhores empresas
todos os funcionários, independente do nível, tem a oportunidade de desenvolver e praticar
capacidades de liderança, contra
apenas 37% nas demais.
EMPRESAS QUE DESENVOLVEM
LIDERANÇAS EM TODOS OS NÍVEIS
DA ORGANIZAÇÃO
FOCO NO CLIENTE É
MOTOR PARA INOVAÇÃO
PERCEPÇÃO DE GESTÃO
GESTÃO
POR
EXECUÇÃO
GESTÃO
AMBIDESTRA
41%
GESTÃO
ACOMODADA
36%
13%
EMPRESAS
NO TOP TEN
MPA-Administrador_Profissional-Setembro_2013_editado2.pdf
1
EMPRESAS FORA
DO TOP TEN
25/09/13
POUCO FOCO EM EXCELÊNCIA OPERACIONAL
E INOVAÇÃO
EMPRESAS FORA
DO TOP TEN
INOVADORA E
OPERACIONALMENTE
EFICIENTE
EMPRESAS
NO TOP TEN
9%
60% 43%
37%
FOCO EM EXCELÊNCIA
OPERACIONAL MAS NÃO
EM INOVAÇÃO
63%
GESTÃO
POR
INOVAÇÃO
FOCO EM INOVAÇÃO
MAS NÃO EM EXCELÊNCIA OPERACIONAL
Entre as melhores empresas do
Brasil, 75% delas utilizam recompensas ou advertências baseadas
em desempenho em relação a
metas, contra 53% das demais.
Outro dado interessante é que
18:39
Próximos encontros:
31
Notícias
Registrado no CRA-SP
pode ganhar bolsa para
MBA em marketing
O Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP)
e a Fundação Para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração,
Contabilidade e Economia (FUNDACE-USP) estão oferecendo uma
bolsa de estudos de MBA para um
administrador registrado e adimplente. Para participar do concurso
cultural, é necessário enviar para o
CRA-SP um artigo científico sobre
marketing.
O artigo deve conter, no máximo, 12 páginas. Além disso, o
interessado deve enviar também
um resumo deste mesmo artigo
contendo até 500 palavras. Os tra-
balhos serão analisados por uma
banca examinadora composta por
4 representantes do CRA-SP e 4 representantes da Fundace.
A avaliação de cada artigo será
feita em quatro etapas. A 1ª e 2ª
serão da análise objetiva – levando
em consideração sua fundamentação, originalidade e relevância. Ao
fim da primeira etapa, 16 artigos
serão classificados. Na segunda
etapa, uma nova análise irá classificar 8 artigos.
Os 8 artigos classificados para a
3ª etapa serão chamados para uma
apresentação oral. Uma banca examinadora irá definir os 4 finalistas.
A última etapa será de avaliação
de currículo e entrevista pessoal –
visando a encontrar o perfil mais
adequado com o curso de MBA
Marketing da Fundace- USP.
Os registrados no CRA-SP rece-
José Maria Gomes
1ª edição (2013) | 200 páginas
de R$ 39,00
por
R$ 31,20
32
CRONOGRAMA
ATÉ O DIA 31/01/2014
INSCRIÇÃO DE ARTIGOS
10/02/2014 – 14/02/2014
ANÁLISE DOS ARTIGOS/ESCRITA (1ª ETAPA)
24/02/2014 – 28/02/2014
ANÁLISE DOS ARTIGOS/ESCRITA (2ª ETAPA)
14/03/2014
ANÁLISE DOS ARTIGOS/ORAL (3ª ETAPA)
21/03/2014
AVALIAÇÃO DE CURRÍCULO/ENTREVISTA
PESSOAL (4ª ETAPA)
31/03/2014 A 07/04/2014
HOMOLOGAÇÃO DOS VENCEDORES E ENTREGA DA BOLSA
ABRIL DE 2014
INÍCIO DAS AULAS
GESTÃO DE PESSOAS
Sylvia Constant Vergara
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE
VIABILIDADE ECONÔMICA
DE PROJETOS
Tópicos Práticos de Finanças
para Gestores não Financeiros
beram um e-mail marketing com
mais detalhes sobre a inscrição. Os
interessados também podem acessar o site do conselho para mais informações (www.crasp.gov.br).
Marcelo Zenaro
& Maurício Fernandes Pereira
de R$ 96,00
por
ANÚNCIO
1ª edição (2013) | 288 páginas
de R$ 49,00
por
14ª edição (2013) | 216 páginas
R$ 39,20
R$ 76,80
GERENCIAMENTO DO
RISCO CORPORATIVO
EM CONTROLADORIA
Enterprise Risk Management (ERM)
Clóvis Luís Padoveze
& Ricardo Galinari Bertolucci
2ª edição (2013) | 416 páginas
de R$ 79,00
por
R$ 63,20
PREÇOS SUJEITOS À ALTERAÇÃO SEM PRÉVIO AVISO. OFERTA VÁLIDA ATÉ 15/11/2013.
CONCURSO CULTURAL
Apple é a marca mais valiosa do mundo
Segundo o ranking anual da
Best Global Brands, da consultoria Interbrand, a Apple conquistou pela primeira vez o posto de
marca mais valiosa do mundo.
A Coca-Cola, marca que se
manteve em primeiro lugar por
13 anos consecutivos, ocupa a
terceira posição na edição de
2013. O Google ocupa o segundo
lugar.
Veja o ranking
POSIÇÃO
MARCA
TIPO DE EMPRESA
VALOR DE MARCA
(US$ BILHÕES)
1
Apple
Tecnologia
98.316
2
Google
Tecnologia
93.291
3
Coca-Cola
Bebidas
79.213
4
IBM
Serviços de Negócios
78.808
5
Microsoft
Tecnologia
59.546
6
GE
Diversificado
46.947
7
McDonald's
Restaurantes
41.992
8
Samsung
Tecnologia
39.610
9
Intel
Tecnologia
37.257
10
Toyota
Automotivo
35.346
11
Mercedes-Benz
Automotivo
31.904
12
BMW
Automotivo
31.839
13
Cisco
Tecnologia
29.053
14
Disney
Mídia
28.147
15
HP
Tecnologia
25.843
16
Gillette
Bens de Consumo
25.105
17
Louis Vuitton
Luxo
24.893
18
Oracle
Tecnologia
24.088
19
Amazon
Varejo
23.620
20
Honda
Automotivo
18.490
33
Opinião
Administrar por mudanças e
as instituições de ensino superior
34
que ser tocado de maneira inovadora. O Brasil e suas regiões têm
suas (muitas) particularidades. Ao
mesmo tempo em que deve ocorrer uma mudança revolucionária
(radical) é preciso que o processo
de inovação seja incremental.
Sobrevive-se em um momento
de grandes transformações,
numa sociedade unida por redes
de transportes e comunicações e
direcionada por um crescimento
exponencial de conhecimento. A
economia mundial valoriza e depende de qualificação e competência de capital humano. A mudança
cultural e tecnológica profunda
vem acompanhada de sistema radicalmente novo, o que deve trazer
a criação de novas riquezas e paralelamente resistências. Tudo dependendo das pessoas, da pesquisa
e da inovação o que implica em um
crescimento de responsabilidade
das instituições de ensino superior
e da administração.
Não se pode deixar de entender
que as chaves do sucesso estão
em ter uma força de trabalho altamente qualificada, capacidade tecnológica e viés empreendedor e, ao
mesmo tempo, que tudo é incerto
e complexo.
Para corrigir a situação existente
rumo ao que se espera é preciso
conceber programas de formação
que estejam inseridos no contexto
de trabalho e aconteçam também
em horário pós-trabalho, e garantindo a qualidade e objetividade. Só
assim se obterá e aumentará capacidades disponíveis para inovação.
Mas, tudo isto já se sabe. O que
é preciso é querer. É preciso voltar aos velhos princípios: Planejar,
Coordenar ou Dirigir, Organizar
e Controlar em um determinado
ambiente.
Esse ambiente tem que ser promovido e provocado pelo administrador, de tal forma que seja
motivacional e que seja estruturado para acima de tudo ouvir,
permitindo a participação dos
envolvidos e deve decidir por determinadas inovações que poderão
ocorrer no próprio ambiente, ou
seja, via inovação organizacional,
de produto ou serviço, de processo
ou de marketing.
DIVULGAÇÃO
A inovação pode ser entendida
como a comercialização de novas
ideias geradas pelo conhecimento.
Inovação é gerar riqueza e esta
pode ser econômica ou de saber,
entre outras possibilidades. As Instituições de Ensino Superior têm
aperfeiçoado mecanismos e até
alterado suas estruturas para poderem participar ativamente deste
processo de riqueza que se baseia
no conhecimento.
Sabe-se que trabalhar e viver
numa sociedade orientada para
a inovação requer um leque de
competências bastante amplo.
Daí a relação com a capacidade
empreendedora, bem como com
o saber aprender. Uma nova abordagem fará com que os graduados
relacionem-se também com a apropriação de conhecimento nas áreas
de gestão de projetos, liderança e
estratégia tradicionalmente ligados
à Administração.
Note-se que em cursos de Administração e no papel do Administrador parte substancial dessas
questões é decorrente da necessidade desse conhecimento por
aqueles que atuam na área, mas
há deficiências que necessitam
serem revistas. Por exemplo, na
graduação, tornar os currículos
mais amigáveis e na pós-graduação, ensinar os futuros docentes a
ensinar para o hoje e para o amanhã. O dilema, de qual é o perfil do
administrador que precisamos hoje
e qual necessitaremos amanhã tem
Adm. Antonio Vico
Mañas
CRA-SP n.º 6147
Adm. e dirigente do
fórum de gestão de
instituições de
ensino superior nos
países e regiões de
língua portuguesa
Colaborações para esta seção
podem ser enviadas para o e-mail
[email protected]
Os textos devem conter no máximo
3.000 caracteres (com espaços),
nome completo do autor, foto em
alta resolução e o registro no CRA-SP.
→ Este artigo reflete, exclusivamente, a opinião de seu autor.
O CRA-SP não se responsabiliza
pelas ideias nele contidas.
CURSOS CRA-SP
Todos os meses, o Conselho Regional de Administra-
ção de São Paulo – CRA-SP oferece aos proossionais de
administração registrados (bacharéis e tecnólogos)
cursos online de capacitação corporativa em parceria
estratégica com a Dtcom.
A relação completa de cursos pode ser acessada no site
do Conselho: www.cursos.crasp.gov.br
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acesso aos melhores planos de saúde, com inúmeras
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Metade do preço: em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de setembro/2013 – Omint). ¹ De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e
do plano contratado. ² Conforme condições contratuais. A disponibilidade e as características desse benefício especial podem variar conforme a operadora escolhida e o plano contratado.
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. Os preços e a rede estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições
contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Outubro/2013.
Amil:
ANS nº 326305
Omint:
ANS nº 359661
SulAmérica:
Unimed Paulistana:
ANS nº 301337
Qualicorp
Adm. de Benefícios:
ANS nº 417173
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uma questão de - Conselho Regional de Administração de São Paulo