CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO
DE ENFERMEIROS ACERCA DOS INDICADORES DE QUALIDADE
Massoco ECP1, Silva-Batalha EMS2, Rosseti KA3, Tronchin DMR4, Melleiro
MM5
Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo -USP
E-mail: [email protected]
Introdução e Justificativa: O indicador é uma medida quantitativa que pode
ser usada para monitorar e avaliar a qualidade de cuidados providos ao usuário
e as atividades de um serviço de saúde1. A sua utilização na prática
assistencial e gerencial permite um constante monitoramento dos processos e
promove a otimização dos recursos2. Considerando a constante necessidade
de desenvolvimento profissional do enfermeiro, para atingir a excelência na
qualidade da assistência prestada pela equipe de enfermagem, entende-se que
elucidar a importância do emprego de indicadores, fornecerá subsídios para o
seu aprimoramento. Ainda, dentro dos serviços de saúde, a criação desses
indicadores, a sua aplicação, coleta, análise e divulgação é feita em grande
parte pelos enfermeiros, sendo, portanto, imprescindível avaliar a sua
percepção. Acreditando nessa assertiva e devido à importância da qualidade,
avaliação e emprego de indicadores atrelados à prática do enfermeiro, é que o
Grupo de Pesquisa: “Qualidade e Avaliação dos serviços de Saúde e de
Enfermagem” da Escola de Enfermagem da Universidade de São PauloEEUSP desenvolveu um instrumento, visando avaliar a percepção dos
enfermeiros acerca dos indicadores de qualidade nos serviços de saúde. Este
trabalho tem como objetivo apresentar este instrumento de avaliação da
percepção de enfermeiros acerca dos indicadores de qualidade. Método: O
processo de construção do instrumento ocorreu em 2012 e fundamentou-se em
extenso levantamento bibliográfico sobre qualidade da assistência em saúde e
indicadores de qualidade pelos integrantes do grupo de pesquisa. Resultados:
O instrumento foi constituído de 40 assertivas que contemplam: Definição e
Finalidade dos indicadores de qualidade; O processo de coleta dos indicadores
de qualidade; Análise, avaliação e socialização dos dados dos indicadores de
qualidade; A educação permanente dos trabalhadores para com os indicadores
de qualidade; e a Cultura de segurança do paciente em relação à notificação
dos dados que compõe os indicadores. O instrumento tem incorporado o
método de Likert3, utilizando graus de concordância e discordância, composto
por assertivas positivas e negativas. Após a construção o instrumento de coleta
de dados e a aprovação da pesquisa no Comitê de Ética em Pesquisa da
EEUSP sob nº 06993812.1.0000.5392, foi aplicado em 664 enfermeiros de 15
instituições de serviços de saúde de São Paulo-SP e aplicado o teste de Alpha
de Cronbach4, no intuito de verificar a sua consistência interna, tendo-se obtido
o valor de 0,84. Conclusões: A construção de instrumento para pesquisas é
essencial, pois possibilita aos pesquisadores facilidade na coleta de dados e
permite nortear pontos cruciais para determinados construtos estudados.
Vivenciamos uma era em que torna-se imperativo a avaliação da qualidade e
da segurança dentro das organizações; nesse entendimento, não basta ter
apenas bons indicadores, deve-se ter um bom sistema de monitoramento 5, que
envolve construir, validar, coletar, analisar, e avaliar esses indicadores e
revertê-los em melhoria da qualidade. Portanto, o instrumento de coleta
apresentado possibilita o conhecimento de aspectos relevantes no sistema de
monitoramento das instituições na percepção dos enfermeiros, possibilitando
traçar estratégias, que visem aprimorar os sistemas/processos de trabalho e
potencializar as chances de êxito na melhoria de qualidade e da segurança do
paciente.
Palavras-chave: Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Avaliação
de Serviços de Saúde; Administração de Serviços de Saúde.
Bibliografia:
1- Joint
Commission
on
Accreditation
of
Healthcare
Organization.
Characteristics of clinical indicators. QRB Qual Rev Bull. 1989; 15(11):
330-9.
2- Teixeira JDR, Camargo FA, Trochin DMR, Melleiro MM. A elaboração de
indicadores de qualidade da assistência de enfermagem nos períodos
puerperal e neonatal. Rev. Enferm UERJ. 2006:14(2): 271-8.
3- Cummings SR, Hulley SB. Elaborando questionários e entrevistas. IN
Hulley SB. Et al. Delineando a Pesquisa Clínica. Uma abordagem
epidemiológica. Porto Alegre: Artmed, 2008. P. 257-74.
4- Bland JM, Altman DG. Cronbach´s Alpha. BMJ 1997; 314:572.
5- The National Quality Forum. Safe Practices for Better Healthcare 2010
update. Washington: The National Quality Forum: 2010.
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