SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE EM CRIANÇAS RESIDENTES DE UMA ÁREA
CONTAMINADA POR PESTICIDAS ORGANOCLORADOS
Aluno: RAFAELA LIMA SOARES SENRA
Colaboradores: CAPES/CNPQ ATRAVÉS DO PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS (ATRAÇÃO DE
JOVENS TALENTOS).
Orientador: CARMEN FREIRE WARDEN
Curso / Instituição de Ensino Superior: ENFERMAGEM/ UNIGRANRIO
Introdução / Objetivos / Material e Métodos / Conclusões / Resultados / Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO: Diversos estudos epidemiológicos tem relatado associação entre a exposição infantil aos pesticidas
OC e distúrbios do neurodesenvolvimento, tais como déficit de atenção e hiperatividade. Cidade dos Meninos, Duque
de Caxias, RJ, é uma área rural intensamente contaminada por pesticidas OC desde a década de 1960. OBJETIVO:
Determinar a frequência de sintomas de hiperatividade numa amostra de crianças residentes em Cidade dos Meninos.
MÉTODO: Entre 2012 e 2013 foi realizado um estudo seccional em 101 crianças, 47 meninos e 54 meninas, na faixa
etária de 6 a 16 anos moradores do local. Foi usada a Escala de Conners versão para pais, a partir da qual é obtido um
escore global de hiperatividade e escores para três fatores: predomínio de hiperatividade, de medos/somatizações e de
perfeccionismo/perseveração. Foi aplicado um questionário junto a mãe para obter informações gerais sobre a gestação,
parto e desenvolvimento da criança. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas entre os escores de
hiperatividade e as características da população. RESULTADOS: A média da pontuação global foi de 32 pontos, não
diferindo entre meninos e meninas, e sendo maior em crianças de 6-10 anos de idade (p-valor=0,02). O escore global foi
significativamente maior em crianças não nascidas no local, aquelas de famílias com renda >1 salário mínimo, e nas que
foram à creche. O fator de perfeccionismo/perseveração e de medos/somatizações mostraram a maior e menor
pontuação, respectivamente, em ambos os sexos e nas três faixas etárias. As pontuações do fator de hiperatividade
foram significativamente maiores em crianças nascidas no local e de famílias com renda >1 salário mínimo. Para o fator
de medos/somatizações foram observadas maiores pontuações nas que amamentaram <6 meses e nas que foram à
creche. Para o fator de perfeccionismo/perseveração, crianças que amamentaram <6 meses também tiveram maiores
escores. Tendo como ponto de corte uma pontuação de 58, apenas 6% das crianças apresentaram sintomas de
hiperatividade, não diferindo em função do sexo e faixa etária. CONCLUSÃO: A frequência de sintomas de
hiperatividade encontrada está dentro dos valores de prevalência relatados na literatura, com maiores pontuações em
crianças menores, não nascidas na Cidade dos Meninos, com maior renda familiar e que foram a
creche.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of
mental disorders: DSM-IV. 4th ed. Washington, DC: American Psychiatric Association, 1994. Barbosa GA.
Transtornos hipercinéticos. Infanto: Rev Neuropsiq da Inf e Adol 1995;3:12-19. Cruz MBZ. WISC III: Escala de
Inteligência Wechsler para crianças. Manual Aval Psicol 2005;4(2):199-201. Department of Health and Human
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Bolsa de Iniciação Científica (IC):
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PROPEP 2014
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Sintomas de Hiperatividade em Crianças Residentes de Uma Área