Carta de Brasilia – Amar e Mudar as Coisas
Eu sou artista e operário(a), sou estudante, esportista, eu sou de luta, sou Brasil, sou União da
Juventude Socialista! Nos quatro cantos do Brasil, em cada luta dessa gente a Juventude do Araguaia
sempre estará presente.
Três mil jovens viemos nos encontrar na cidade sonho que integrou o Brasil, com o gênio de Lúcio
Costa e de Niemeyer, o entusiasmo de Juscelino e o heroísmo dos candangos/as que a construíra m.
Vivemos o abraço, a amizade, o reencontro, para comemorar 30 anos da União da Juventude
Socialista, reafirmando seus compromissos de fundação: lutar pela juventude, o Brasil, e o socialis mo
com a nossa cara.
É hora de dar um passo adiante, depois de 12 anos de governos com Lula e Dilma. Como previmos
em 2012, ao lançar a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, o ano de 2013 foi disputado nas ruas.
Começamos as marchas no primeiro semestre, com protestos estudantis e pacíficos apoiados por
organizações estudantis, dos trabalhadores/as, feministas, pastorais, ecumênicas, o movimento negro,
LGBTT, hip hop, mais de 30 organizações.
Quando explodiram as mobilizações a partir de junho, continuamos nas ruas, e nossas bandeiras justas
foram incorporadas pela multidão na defesa da Educação. Daí veio o apoio de Dilma à luta pelo PréSal para a Educação, enfim aprovada. É uma lição, a base orçamentária para a Reforma da Educação
veio da articulação entre luta de massas e tradução em vitórias institucionais, apesar do
conservadorismo desse congresso das elites. Esse é o caminho mais efetivo da luta pelas reformas.
Mas, para isso é imprescindível derrotar a direita, o neoliberalismo e o passado nas eleições de 2014.
Viveremos meses decisivos para o Brasil, agora.
É clara a disputa da consciência da juventude. Precisamos reforçar e politizar o protagonis mo
POLÍTICO da juventude, uma necessidade objetiva de nossa geração, pois sem uma direção
consequente o movimento fracassa. O Brasil precisa de uma nova geração de líderes, tem muita
múmia da Arena e pouco jovem no Congresso Nacional. Somos a escola da luta pelo socialismo no
Brasil, pela democracia e pelos direitos da juventude. Devemos nos apresentar à nossa geração.
Por isso a UJS é alvo dos ataques da revista líder em relações espúrias e no pensamento raivoso de
direita. A imprensa da Ditadura disputa a consciência da juventude brasileira. É um escândalo. O PIG
quis sequestrar o protagonismo de uma geração de milhões de jovens, mas não conseguiu. As
mudanças tem de acelerar para atender aos direitos negados a jovens sem escola ou trabalho,
encarcerados(as), vítimas da dependência química, mal pagos, precarizados em seu trabalho, com
famílias constituídas e sem perspectiva de saída da pobreza.
As razões das manifestações são um problema objetivo da realidade brasileira, incorporar a juventude
ao projeto nacional de desenvolvimento, continuar a ascensão de dezenas de milhões de pessoas que
ingressam na classe trabalhadora. É decisivo retomar a indústria, avançar na educação e na
qualificação com uma forte política de investimento no país. Isso não pode ser feito pelo esquema da
banca financeira instituído por FHC, 44% do orçamento de 2014 pago à política de taxa SELIC,
câmbio e superávit primário. São operações dos títulos da dívida pública que também aumenta m
todos os juros no crédito! Essa herança maldita de FHC impede o Brasil de crescer. A sangria arrisca
a nossa juventude ficar de fora. É preciso investir no povo, e não no cassino.
Mesmo com taxas muito mais baixas (4,9%), o desemprego atinge com mais dureza os jovens, e a
baixa remuneração é tão comum quanto a exploração e a negação de direitos. A pobreza, o tratamento
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do Estado com a juventude é marcado por negar oportunidades, pela exclusão e a violência que nega
os direitos básicos à Vida, à Democracia e ao Desenvolvimento da Juventude Brasileira. Milhões de
jovens precisam ter assegurados seus direitos sociais e condições para o exercício da autonomia e
emancipação.
Nos últimos doze anos começamos a reverter esse quadro, criando oportunidades educacionais para
os mais pobres, com importantes vitórias: baixa dos juros do FIES, PROUNI, REUNI, novas escolas
técnicas, PRONATEC, ampliação do número e da quantidade de bolsas de pós-graduação, Ciências
Sem Fronteiras e o Bolsa Família, que garantiu a dezenas de milhões de crianças e adolescentes o
apoio fundamental para seguir na escola e serem vacinadas.
Mesmo assim, os dados demonstram a urgência de salvar a juventude da pobreza, da escravidão da
dependência e da morte. Desde a escravidão, jamais deixou de ter pena de morte para os negros e
negras pobres de nosso país. Se contarmos os assassinatos das polícias por auto de resistência, eles
superam todas as execuções por pena de morte no mundo!
Desse modo percebemos que o dinheiro que falta para atender as marchas de 2013 é o que sobra no
bolso dos banqueiros. Por isso, temos de desenvolver o Brasil: incorporar quase 70 milhões de pessoas
entre 15 e 35 anos na economia.
Para enfrentar o déficit de investimento na juventude temos de desenvolver o Brasil, integrar nosso
território, valorizar nosso país latino-americano. Vivemos num mundo entre perigos e esperanças.
Muda o mapa mundi, avança a China, Cuba e Venezuela seguem firmes, existe o BRICS, somos a
sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O Brasil pode avançar ainda mais, é possível. Para fechar,
queremos sim, o Hexa.
Quem torce contra o Brasil não tem o nosso apoio, nunca. Muito menos se é contra a mobilidade
urbana, a construção de estádios para que os brasileiros se reúnam para celebrar o esporte e a cultura.
Quem é contra a construção de metrôs, VLT, obras de infraestrutura urbana pensa o Brasil pequeno,
e esconde seu interesse em querer que o país pare. Isso é coisa de banqueiro. Queremos investime ntos
nas cidades, em especial nas periferias.
Muitos de nós já temos filhos, emprego, casa, responsabilidades de gente adulta. Somos a juventude
adolescente e a descobrir a maioridade, somos estudantes universitários e trabalhadores, somos a
juventude que já tem suas próprias famílias, e famílias com as características da nossa juventude, a
convicção de que "qualquer maneira de AMOR vale a pena", como diria Milton Nascimento. Para
que a maternidade não seja um obstáculo ao pleno desenvolvimento das jovens mulheres, precisamos
universalizar as creches em todo Brasil.
É preciso respeitar a juventude, deixá-la viva, dar-lhe o estudo e o trabalho e a cultura que a incorpore
como sujeito de plenos direitos para construir um país ainda melhor. Nós cresceremos com o Brasil,
queremos que o país dê certo, como Renato Russo nos perguntamos: “o que você vai ser quando você
crescer?” É a pergunta de uma geração, de mais de 50 milhões de pessoas.
A luta é árdua. Além da imprensa golpista, a agiotagem nas finanças chantageia o Brasil. E para
blindar o esquema tem uma maioria política claramente baseada na força da grana. Monopólios da
comunicação. Sistema financeiro. Maioria eleitoral conservadora fruto do financiamento empresaria l
nas eleições. Essas são as maiores ameaças ao Brasil. É essa turma que temos de derrotar nas eleições
de 2014!
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Vivemos o período de maior inclusão social desde Getúlio Vargas, quem em 1954 deu-se um tiro no
peito, deixando em sua Carta Testamento, a denúncia do imperialismo articulado com a imprensa
golpista e de setores conservadores que tem medo dos poderes do povo. Tem medo da democracia.
Retomar as Reformas de Base de João Goulart com o ímpeto de desenvolvimento e com a
solidariedade e a inclusão são o caminho para aprofundar as mudanças e resgatar a juventude.
Só há um caminho que ajude nesses grandiosos objetivos, e é com Dilma, jovem secundarista, que
lutou contra a Ditadura, presa política, torturada, mãe, que na nossa opinião deve terminar o seu ciclo,
pelas grandes realizações e pelo compromisso com a maioria da Nação que saberá reconhecer.
Precisamos eleger representantes comprometidos(as), identificados(as), defensores das bandeiras do
Brasil e da Juventude. A UJS tem a grande chance de se dirigir para os protagonistas das marchas de
junho na eleição de 2014, falar à juventude. Nossa geração está em plena idade de estudar e trabalhar
e isso é avançar para o Brasil socialista.
A juventude quer levar a alfabetização, a educação básica, seus conhecimentos, o seu trabalho, quer
a dignidade de ser reconhecida como profissional, construir um Brasil melhor. Defendemos um novo
e massivo programa que una as ideias do Mais Médicos e do Projeto Rondon, que conte com a
parceria das prefeituras, do SUS, do MEC, mas também do MTE, da Caixa Econômica e do Banco
do Brasil e as Forças Armadas numa inciativa comum que permita aos universitários e universitár ias
das universidades públicas, bolsistas do PROUNI e do FIES, iniciar um trabalho generoso, fixar por
todo o país profissionais jovens para ajudar a nossa Nação a se desenvolver. Queremos ser chamados
às grandes missões para fazer avançar a Nação Brasileira. Prestes na Coluna, Dinah e Osvaldão no
Araguaia, podemos construir os sonhos que a ditadura calou e também os nossos sonhos de hoje.
Somos ponte da geração de 1968 e a luta pelo desenvolvimento do Brasil.
Os(As) adolescentes e jovens infratores nas FEBEM e no sistema carcerário, precisam de uma chance,
que a maioria jamais teve. Toda uma geração sofre os impactos devastadores da dependência química,
em especial pelo crack vinculada à exclusão pela política de guerra às drogas. Não podemos encher
prisões de usuários, de dependentes químicos, destruir a vida de uma pessoa porque consumiu
maconha… A guerra às drogas provou sua inutilidade, seu gravíssimo erro de não apostar na
recuperação das pessoas, estimular o mercado do tráfico e o crime organizado, abandonar a juventude
quando ela precisa de mais apoio, por promover o extermínio pela estrutura judiciária e de repressão
do Estado. É preciso um outro modo para enfrentar o tráfico e a dependência química das drogas
legais e ilegais, e não pode ser na porrada. PAREM
O EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE
NEGRA E POBRE. Queremos vida, oportunidade, uma ousada política de inclusão da juventude mais
vulnerável.
Precisamos impedir a homofobia de seguir a negar não só o direito de se amar livremente, mas
empurrar gays, lésbicas, transsexuais, transgêneros e travestis para a miséria, para o achinca lhe
público, para fora de suas famílias, para a discriminação, a perseguição e mesmo a morte violenta, e
cruel. É preciso defender uma geração que sofre imensamente por ter negado o seu direito de amar e
de ser quem são. AMAR E MUDAR AS COISAS NOS INTERESSA MAIS, já dizia Belchior.
É preciso fazer a Reforma Agrária com assistência técnica, serviços básicos e apoio do estado para
evitar o esvaziamento do campo, impulsionando a complementariedade de distintas formas de
propriedade, apoiar a fixação em todo o território nacional e a continuidade do Minha Casa Minha
Vida para atingir a juventude. E os povos amazônidas tem direito ao desenvolvimento e o desafio de
defender nossa Amazônia e o próprio bioma.
Lutamos, direito por direito, para construir um Brasil melhor. Unir democracia, soberania plena,
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desenvolvimento econômico e social, o fim da miséria, o fim do analfabetismo, a efetivação plena
dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura e ao esporte. Valorizar o trabalho, que constrói
a riqueza desse país, junto com o conhecimento. E precisamos estar prontos a defender-nos de
qualquer poder usurpador e imperialista, defender o Pré-Sal e a Amazônia.
Por tudo isso precisamos derrotar a força da grana, a maioria conservadora e a imprensa golpista. A
UJS toma para si o desafio de ser força determinante para o diálogo com a juventude para dobrar a
aposta no Brasil. Dobrar com Dilma e as Novas Reformas de Base e integrar a juventude no novo
projeto de desenvolvimento.
Há poucos dias chegaremos a junho novamente. Toda uma geração que foi às ruas no ano passado
espera ter suas esperanças renovadas. Setores conservadores, vocalizados principalmente pelos meios
de comunicação, querem instrumentalizar os anseios de avanços da juventude. Entretanto, estes
representam apenas o retrocesso. É nosso dever estarmos mobilizados para apresentar um caminho
de pautas avançadas que sejam capazes de contribuir para a construção do Brasil que sonhamos. Nos
organizaremos em Comitês, Ocupações, Brigadas e passeatas, com a marca aguerrida da militâ nc ia
da UJS, em conjunto com os setores avançados, recolhendo meio milhão de assinaturas para os
projetos de lei de inciativa popular da Democratização dos Meios de Comunicação e da Reforma
Política Democrática. Pois somente a partir dessas reformas, novas perspectivas irão se apresentar
para o povo brasileiro.
Toda Noite tem aurora, raios, toda a escuridão. Moços(as), creiamos, Não tarda a aurora da redenção.
(Castro Alves)
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Carta de Brasília