MISSÃO URBANA – ALCANÇANDO CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM
MISÉRIA FÍSICA E EMOCIONAL.
Efigênia Cosentino
RESUMO
Este artigo é uma reflexão a partir da experiência social vivenciada pela autora. Procura-se
por meio deste realizar uma analise a cerca da situação de orfandade no município de
Uberlândia, especificamente na Zona Leste, dando ênfase na atenção às crianças e
adolescentes abaixo da linha da pobreza. O trabalho missionário tem sua importância, pois
atua juntamente com essas famílias, especialmente o trabalho missionário cristão. Esse
relato é, portanto uma reflexão sobre a atuação missionária frente ao mal que a orfandade
pode trazer a vida de uma criança.
INTRODUÇÃO
A Orfandade é um problema de cunho social que pode desencadear diversos
transtornos físicos e psicológicos na vida de uma criança ou adolescentes; Orfandade de pai
(figura masculina, provedora e protetora), de mãe (tempo de qualidade de amor, de cuidados
e de atenção), de gestores públicos (de creches e escolas, espaços de lazer e entretenimentos
saudáveis). A igreja enquanto instituição poderá intervir ou mesmo oferecer apoio para esses
indivíduos? De que forma? Como deve ser o trabalho missionário nesses espaços? A partir
de experiências vivenciada da pesquisadora, buscar-se a compreensão de como a igreja
poderá auxiliar neste ponto.
15 ANOS DE EXPERIÊNCIA – Evangelização como apoio à solução
As questões abordadas neste estudo são baseadas em 15 anos de vivência através de
visitas e atendimento a mulheres e famílias que buscam ajuda na comunidade cristã, onde
são desenvolvidos trabalhos assistenciais e espirituais.
Como metodologia de pesquisa traz-se a analise atividade missionária cristã em
conjunto com as crianças atendidas por uma instituição religiosa, onde percebeu-se que a
falta de atividades sadias e brigas constantes no lar as levam a procurar na rua ou na
televisão algo que as façam esquecer dos problemas e ter “entretenimentos para continuar
vivendo um dia após o outro”.
Diversos são as mazelas sociais e econômicas identificadas que estão presentes na
vida destas crianças e adolescentes atendidos pelos missionários. A maioria dos meninos
observados o trabalho cresceu sem o referencial paterno, portanto sem o entendimento de
direitos e deveres, exemplos de responsabilidades masculinas, envolvendo-se desde cedo se
com atos ilícitos como roubos, drogas e prisões, bem como atos destrutivos em busca de
sobrevivência e na tentativa de preencher um vazio interior de rejeição.
Os adultos envolvidos nesta situação familiar desestruturada influenciam para uma
sociedade corrompida, marginalizada pela miséria no seu mais amplo sentido: financeira,
espiritual e emocional. Quando estes adultos são alcançados pela evangelização verdadeira,
proveniente de um trabalho missionário, que educa, liberta e salva, passam a ter uma
proposta de formar gerações saudáveis. Em sua maioria expõe suas dores, aquelas que
passaram principalmente em suas infâncias: rejeição, fome, solidão, abuso, dentre outras.
Quebra-se neste momento a possibilidade do círculo vicioso, pois uma geração forma outra
geração.
A ATUAÇÃO MISSINÁRIA
A essência do evangelho de Jesus Cristo (evangelização – missão) é o amor e
compaixão pelos não alcançados pela verdade que liberta. Jesus Cristo mandou pregar o
evangelho a TODA CRIATURA, em todo o mundo, nenhuma pessoa deve ser considerada
impossível de se evangelizar. Como missionários nossa função é de resgatar esta geração,
pois serão os adultos do amanhã, que poderão sonhar, ter esperança e influenciar as
próximas gerações para o bem.
Há um chamado para a missão urbana, temos que cuidar dos necessitados,
principalmente das crianças e adolescentes marcados pela orfandade. Precisamos ir para as
ruas, visitar casas, levar aos necessitados emocionais, financeiros e espirituais, um fogo de
amor, que mude esta história, que mude nossa história.
Essa foi a missão que Jesus deixou a todos aqueles que se intitulam cristãos, na
Bíblia encontra-se diversos exemplos, atos dEle para com o próximo necessitado, órfãos em
diversos sentidos. A atuação de um missionário permite com que o futuro destes jovens
sejam mudados, permitindo o resgate de muitos e a conversão em favor de Deus. Muitas
crianças encontradas na rua, hoje frequentam escolas; muitas crianças violentadas são
tratadas com ajuda do conselho tutelar ao pedido das missões; muitas mães sem trabalho
encontraram equilíbrio e hoje sustentam seus filhos; muitas pessoas doentes conseguiram
atendimento médico com orientação e auxilio; além de muitas famílias que foram orientadas
juridicamente e obtivera segurança pública.
O QUE FAZER DAQUI PRA FRENTE?
Muito foi realizado e muito ainda há por fazer, ainda é necessário uma intervenção
maior por parte dos missionários , que devem sair da zona de conforto, entender que o tempo
passa e que é necessário nos mobilizarmos hoje para uma mudança no futuro.
Não podemos nos conformar vendo uma multidão de crianças e adolescentes sendo
marcados por valores que não os conduzem a uma formação educacional de valor e cristã.
Precisam de qualidade de vida, discernimento do certo e errado, confiança, o amor
verdadeiro que somente Jesus pode dar. Podem aprender a sonhar com projetos de vida que
trazem esperança. Para isso devemos fazer nossa parte: MISSÃO URBANA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm acesso em Fev. de 2015.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) (LEI 8.069/90) Disponível em
http://www.direitonet.com.br/testes/exibir/183/Estatuto-da-Crianca-e-do-Adolescente-Lei-n8069-90-I - acesso em Fev. de 2015.
GARCIA, MENDES E &. COSTA, A. C. G, Das necessidades aos direitos, São Paulo:
Malheiros , 1994.
RIZZINI, I & RIZZINI, I. A institucionalização de criança no Brasil: percurso histórico e
desafio do presente. Loyola, São Paulo, 2004.
SARTI,C. A Família como espelho, a moral dos pobres. Campinas: Associados, 1996.
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