Está a nascer
uma geração de
transformadores
sociais
2013 • 2014
ilumina
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índice
Editorial
4•5
Medimos o impacto
do que fazemos
6•7
Social
8 • 33
Saúde e Criança
8 • 13
Empreendedorismo
e negócios sociais
14 • 23
EDP Solidária
24 • 29
Voluntariado
30 • 33
Cultura
34 • 51
Exposições
34 • 41
Administração
Prémio Fundação EDP Novos Artistas
42
António de Almeida
Grande Prémio Fundação EDP Arte
43
Presidente
António Mexia
Sérgio Figueiredo
Pedro Neves Ferreira
João Paulo Mateus
Mecenato
44 • 47
Roteiro de Arte nas barragens
48 • 51
Direção
Ciência e energia
52 • 63
Museu da Eletricidade
52 • 57
Sérgio Figueiredo
Diretor Geral
João Paulo Mateus
Direção Executiva
Catarina Seixas
Comunicação
José Manuel Pereira dos Santos
Cultura e Ciência e Energia
Margarida Pinto Correia
Inovação Social
Pedro Neves Ferreira
Energias para o Desenvolvimento
Ficha Técnica
Elisabete de Sá
Coordenação
Sónia Matos
Design Gráfico
Joaquim Guerreiro
Infografia
Adelino Oliveira, Miguel Baltazar,
Ricardo Castelo, Laura Castro Caldas
e Paulo Cintra (pp.43)
Fotografia
Novo Centro de Artes e Tecnologia 58 • 59
Acesso à energia
60 • 63
Fundação EDP
nas barragens
64 • 69
Fundação EDP
em Portugal
70 • 71
Fundações do Grupo EDP
no mundo
72 • 75
editorial
A vida é uma sucessão
de oportunidades
Sérgio Figueiredo
Administrador e Diretor Geral
Pode uma ideia simples e uma atitude individual
fazer toda a diferença na vida de muitas e muitas
pessoas? E pode um cidadão comum transformar
a sua comunidade? E o que pode uma Fundação
fazer por um País?
Há duas formas de responder. Uma é pensar
que os problemas são grandes demais para serem
resolvidos. Outra é questionar permanentemente
em que mundo queremos viver e assumir que
somos nós que criamos as oportunidades.
A Fundação EDP lida com milhares de pessoas,
centenas de organizações, e sabe como, todos
os dias e em cada canto de Portugal, elas
estão a protagonizar uma incrível e silenciosa
transformação. Não se veem, não se mostram, mas
4•
o seu crescimento é uma nova esperança para a
sociedade.
A criação e a oportunidade não são, no
entanto, o princípio desta história. Antes surge a
consciência. E esta precede a responsabilidade
que impomos a nós próprios: “é tudo uma questão
de despertar a alma”, escreveu Gabriel García
Márquez, a quem pedi emprestada a frase que dá
título a este texto.
A EDP podia sustentar uma Fundação para
práticas assistencialistas, onde tudo se faz para
mitigar as consequências dos flagelos sociais.
Ou para intervir na cultura, enquanto mecenas
passivo, reduzindo-a a um generoso financiador
de instituições que retribuíam o esforço,
estampando o nosso logotipo de forma bem
visível.
A Fundação EDP podia ser apenas isto e, na
verdade, nem precisava ser uma fundação.
Bastava um livro de cheques. Mas seria escasso o
contributo que dava ao País. E nulo o alinhamento
com a própria estratégia de sustentabilidade
e com os valores do Grupo empresarial que a
instituiu.
Participar na construção de uma sociedade mais
coesa e progressista implica tudo menos fazer o
que é óbvio. Os processos de inovação no plano
social e cultural não são, deste ponto de vista,
muito diferentes do que sucede na dimensão
empresarial: encontrar espaço onde não há
espaço, experimentar o que nunca tinha sido feito,
chegar onde antes ninguém tinha ousado.
Dizer “basta” pode ser o primeiro passo. Mas
depois é preciso ir além do que imaginávamos
sequer ser possível de alcançar. É essencialmente
isto que testemunha a revista que tem nas suas
mãos. Uma vastidão de iniciativas, atividades,
projetos, sonhos, causas, respostas concretas a
problemas simples, soluções improváveis para
desafios tantas vezes impercetíveis.
Este é o território da Fundação EDP, que não se
limita a colher o que outros semeiam. Estimula
esta cultura, este entusiasmo e esta mobilização
de uma nova geração de transformadores, que
acredita nos momentos em que já não restam
mais hipóteses, que olha para onde já ninguém
vislumbra esperança.
Ser agente da mudança é, pois, muito mais do
que recusar a apatia e a ignorância. Significa ir
além da indignação, porque ela, por si só, não gera
a mudança. Nem o isolamento, o “cada um por si”.
O trabalho, a dedicação, o talento e a
imaginação desta gente anónima são a ignição. O
movimento, a escala, a consistência e, sobretudo,
o impacto sistémico e a viragem decisiva dos
comportamentos coletivos só serão possíveis
através de novas formas de cooperação e de
contágio entre a economia social, governos e
empresas.
Sentimos a vibração nos processos culturais,
vivemos o dinamismo nas respostas sociais.
Mas também conhecemos a fragilidade das
associações, as suas estruturas precárias, a
militância que se sobrepõe ao profissionalismo.
Portanto, a resposta é sim, sim e sim.
Sim, tudo começa na atitude individual. Sim,
há pessoas normais, que não precisam ser
visionárias, mas não desistem e estão a dinamizar
as suas comunidades, que conhecem as suas
necessidades, que respondem com um sentido
infinitamente prático e que assumem um papel
construtivo na sociedade.
E sim, esta fundação, criada por uma
empresa, quer fazer a diferença e assumiu o
compromisso de participar neste movimento.
Quer dar o seu contributo, quer partilhar
conhecimento, disseminar ferramentas de
gestão e de capacitação dos recursos humanos
das organizações sociais e culturais. Quer
fomentar uma cultura de resultados, procurar
a sustentabilidade dos projetos, promover a
colaboração e o funcionamento em rede.
Tal implica descobrir novos caminhos pelo
próprio pé, fazer opções, manter critérios
rigorosos e transparentes nas decisões,
privilegiando intervenções e, sempre que possível,
investimentos em projetos de inovação e de
empreendedorismo social.
São os momentos desafiantes que vivemos que
nos convocam à abertura de perspetivas de futuro.
Ao afirmar a EDP como a empresa que, nos últimos
anos, mais investiu na Cultura em Portugal, esta
Fundação promove uma sociedade mais criativa,
mais aberta, culta e cosmopolita – condições
essenciais para a nossa afirmação coletiva no
mundo.
É isso que estamos a dizer quando decidimos
construir um novo Centro de Artes e Tecnologia,
que já começou a nascer junto ao Museu da
Eletricidade com a ambição de se constituir como
um equipamento de características únicas e um
novo símbolo para a cidade de Lisboa.
A construção de um novo espaço para a
criatividade humana não significa apenas erguer
um novo edifício. Ao proporcionar uma oferta
artística, cultural e tecnológica ao nível das
grandes cidades europeias, a Fundação EDP está a
investir na qualificação das pessoas e na abertura
à inovação e ao engenho, na originalidade e na
ousadia.
Os novos desafios geram um novo fôlego. E a
elevação dos patamares de exigência. O Museu
da Eletricidade já é hoje um dos mais visitados
do País. Mas este passo, de enormes proporções,
convoca-nos novamente para o exercício da
redescoberta, da redefinição de prioridades, de
uma nova escala, da busca de novos públicos, de
novos regimes de parcerias e de co-criação.
A Fundação EDP está novamente a reinventarse. Será diferente, seguramente mais forte. O
propósito, esse, continua o mesmo de sempre: ser
parte de um País melhor preparado e mais apto na
superação dos desafios do século XXI.
O movimento, a
escala, a consistência
e, sobretudo, o
impacto sistémico e
a viragem decisiva
dos comportamentos
coletivos só serão
possíveis através
de novas formas
de cooperação e
de contágio entre
a economia social,
governos e empresas.
•5
medimos
o impacto
do que
fazemos
Acreditamos numa cultura de resultados.
Estamos e queremos atuar com
crescentes níveis de exigência ao nível
da nossa atividade e das instituições
parceiras com as quais trabalhamos.
Porque, por cada euro investido, aumenta a
responsabilidade de todos em criar mais e
melhor valor para a comunidade.
6•
Como avaliamos
A Fundação EDP é membro,
desde 2008, do London
Benchmarking Group,
um grupo de trabalho
internacional que define
padrões através dos quais
é possível medir o impacto
do investimento social
realizado em benefício da
sociedade. Para tal, fazemos
o acompanhamento
constante de todos os
projetos que apoiamos: do seu
desenvolvimento e dos seus
resultados. Mais de 300
empresas em todo o mundo
utilizam esta análise.
a
Estamos sempre a testar
outras metodologias que
permitem aprofundar o
nosso conhecimento acerca
do impacto dos nossos
investimentos sociais.
a
Em 2013 mais de
1,5
milhões de pessoas
beneficiaram diretamente
dos investimentos sociais,
no valor de 11 milhões de
euros, da Fundação EDP
através de mais de
360
instituições parceiras.
O que avaliamos
Inputs
Os recursos (financeiros e
humanos) que investimos nas
atividades das organizações
nossas parceiras.
Atividades
As ações concretas realizadas
pelos parceiros para alcançar
os objetivos e os resultados
propostos.
Outputs
Os resultados de curto
prazo tangíveis gerados
pela atividade concreta dos
parceiros. Exemplo: número
de pessoas que receberam
uma formação.
Porque avaliamos
Avaliamos porque queremos
que o nosso investimento
seja cada vez mais eficaz: na
escolha das áreas de atuação
e dos melhores parceiros,
no número de pessoas
beneficiadas, na qualidade das
respostas sociais encontradas
e nas ondas de impacto
positivo por elas geradas.
a
A avaliação conduz a uma
maior transparência. E esta
traduz-se em credibilidade.
a
E permite que os acionistas do
Grupo EDP, que todos os anos
atribuem recursos financeiros
à Fundação EDP, possam
confirmar os resultados
dos investimentos sociais
realizados.
Liderança internacional
O rigor, transparência e
método que o LBG aporta
ao reporte do investimento
social do Grupo EDP e da
Fundação EDP são claros
contributos para a posição de
liderança que o Grupo EDP
detém atualmente a nível
internacional, em termos de
práticas de Responsabilidade
Social Corporativas.
a
O Grupo EDP
é líder mundial
no sector das empresas de
utilidade pública (eletricidade,
água, gás e saneamento)
nos índices Dow Jones de
Sustentabilidade. E uma
referência em termos de
Reporting Social, destacando-se como a empresa elétrica
que adota as melhores
práticas na medição do
investimento social. Pelo sexto
ano consecutivo integrou,
em 2013, os índices de
sustentabilidade DJSI World
e Europe, considerados dos
mais rigorosos na avaliação do
desempenho a nível mundial.
•7
social
saú
cria
A saúde é um direito de todas
as crianças. E uma condição
à sua inclusão social e melhor
qualidade de vida
8 • Social Saúde e a criança
de
ç
n a
Apoiamos
projetos que
promovem a
inclusão social
de crianças
através
da saúde
Estamos de mãos dadas
com a Operação Nariz
Vermelho, o Dentista do
Bem e a Fundação do Gil
Saúde e a criança Social • 9
Operação Nariz Vermelho
Doutores Palhaços
levam alegria a crianças
internadas em hospitais
“Uma lufada de ar fresco dentro dessa bola
de vidro que é o hospital.” É assim que uma
menina que esteve internada durante um
ano no IPO de Lisboa descreve as visitas
dos Doutores Palhaços da Operação Nariz
Vermelho.
Para uma criança com uma doença crónica
ou aguda o internamento num hospital
pode ser uma experiência assustadora que
alia as dores ao incómodo dos tratamentos
num ambiente não familiar. A visita dos
Doutores Palhaços, profissionais com
formação específica em meio hospitalar,
ajuda a minimizar o impacto negativo da sua
situação de
internamento,
aliviar a tensão
emocional dos
seus familiares
e facilitar a
hospitais
intervenção
dos
profissionais
de saúde.
Inúmeros
estudos científicos têm demonstrado que o
humor contribui para combater a ansiedade e
o stress. Que pode aliviar as dores através da
mil crianças
libertação de endorfinas e que atua de
v
visitadas
forma positiva no sistema.
A Fundação é Parceiro para
por ano
a Vida da Operação Nariz
Vermelho desde 2005,
contribuindo para que os
Doutores Palhaços levem
gargalhadas e sorrisos a
mil crianças
mais de 40 mil crianças em
visitadas desde
enfermarias pediátricas de 13
hospitais em todo o país.
2002
13
40
311
10 • Social Saúde e a criança
Querida
Beatriz!
Atriz, palhaça, contadora de
histórias e voluntária, Beatriz
Quintella fundou a Operação
Nariz Vermelho em 2002. Pouco
tempo depois explicava ao jornal
Público: “Os hospitais são lugares
que provocam muito medo às
crianças. Medo da dor, da doença,
das máquinas, medo de não ter
futuro. Além disso, as pessoas que
fut
contactam com as crianças, como
co
os enfermeiros e os médicos,
também
têm medo. Medo de não
ta
tter tempo, medo de não serem
perfeitos.”
Em 10 anos, o projeto fundado
por
p Beatriz Quintella levou
a Operação Nariz Vermelho a
13 hospitais e a mais de 311 mil
meninos hospitalizados. “É muito
me
mais fácil curar uma criança feliz”,
ma
dizia.
A Dra. da Graça partiu dia 4 de
setembro de 2013. Mas fica para
sempre.
Dentista do Bem
O direito de sorrir
sem vergonha
Esta fotografia choca-o? A nós também.
Até porque, longe de ser uma exceção,
esta imagem traduz o estado de saúde oral
de muitas crianças e jovens em Portugal. E
é por isso que a Fundação EDP é parceira
global do projeto Dentista do Bem que trata
gratuitamente crianças e jovens carenciados
em 12 países.
A fotografia conta a história de um jovem
que recebeu o apoio do Dentista do Bem.
Mas a imagem retrata também as histórias de
Neyde, de 17 anos, e de David, de 12 anos. Dois
adolescentes que cresceram a ter vergonha de
sorrir e a fugir do gozo dos colegas de escola.
Estas são apenas duas entre as 1300
histórias que o Dentista do Bem tem
2010
para contar em Portugal. É este o
número de crianças e jovens já
atendidos desde 2010, ano em
que o projeto chegou ao país pelas
jovens
atendidos
mãos da Fundação EDP e com
o apoio da Fundação Gulbenkian.
Desde então, 480 dentistas juntaramse a esta causa, proporcionando
2013
tratamentos odontológicos gratuitos
que privilegiam casos graves de
saúde oral, de carência económica
jovens
e de aproximação à idade do
atendidos
primeiro emprego. Os voluntários
acompanham estas crianças e jovens,
selecionados em triagens em escolas e
instituições sociais, até aos 18 anos de
2010
idade.
O Dentista do Bem nasceu
em 2002 no Brasil, no âmbito da
dentistas
ONG Turma do Bem. É atualmente
voluntários
responsável por uma extensa rede
internacional através da qual mais de 15
5
mil médicos atenderam 42 mil crianças
2013
e jovens em 2013. Só em março de
2013, no âmbito de uma megatriagem
mundial, foram avaliados mais de 50
mil jovens.
dentistas
voluntários
94
Voluntária
portuguesa
1300 ganha distinção
internacional
140
480
Madalena Coelho Penha é voluntária do Dentista do
Bem Portugal desde 2010. Está atualmente a tratar no
seu consultório, em regime de voluntariado, 22 crianças
desfavorecidas, e já realizou 19 rastreios de saúde oral
na zona do Grande Porto e arredores. “Acolhemos cada
criança como se fosse um filho nosso”, afirmou numa
entrevista televisiva. Em outubro de 2013 esta voluntária
foi eleita, pelo segundo ano consecutivo, a melhor dentista
internacional pela ONG Turma do Bem. O que é que a
motiva? “O muito que ainda há para fazer e a vontade de
trabalhar”, responde.
Saúde e a criança Social • 11
Fundação do Gil
Assistência pediátrica
ao domicílio
UMAD é a sigla para Unidades Móveis de
Apoio ao Domicílio, um projeto iniciado pela
Fundação do Gil em 2006, após a constatação
de que existem centenas de crianças em
situação de doença, aguda ou crónica,
prolongada que permanecem internadas em
hospitais porque existe o perigo real de não
lhes serem prestados os cuidados necessários
em casa. Por razões de carência económica,
negligência familiar ou pela simples ausência
de transporte para se deslocarem às consultas
e terapias. Crianças “reféns” que a Fundação
do Gil “resgata”, desde então, aos hospitais,
prestando-lhes em casa o tratamento clínico e
o apoio social necessários.
Para os hospitais, o impacto é imediato: as
altas clínicas ficam mais agilizadas e o número
de reinternamentos é reduzido, diminuindo
também os casos de infeções prolongadas
pela longa exposição ao ambiente hospitalar.
E isto traduz-se em inegáveis ganhos para
o sistema de saúde, desde a redução dos
custos de internamento à menor afluência aos
hospitais de dia e serviços de urgência. Por
cada euro investido nas UMAD, o projeto está
hoje a gerar um impacto social de 32 euros.
Assim, os hospitais asseguram a prestação
do apoio clínico a cada criança abrangida.
A Fundação do Gil assegura a coordenação
das UMAD e a angariação de fundos junto de
investidores sociais, entre os quais a Fundação
EDP.
As UMAD trabalham hoje em Lisboa com
os hospitais de Santa Maria, D. Estefânia e
Fernando Fonseca e com o Hospital de S.
João do Porto, e prestam apoio a crianças
em 56 concelhos de 11 distritos: Aveiro,
Braga, Bragança, Évora, Leiria, Lisboa, Porto,
Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Em 2013, realizaram visitas domiciliárias a 1705
crianças. Desde 2006, as UMAD realizaram
mais de 10 mil visitas.
12 • Social Saúde e a criança
As UMAD chegam a
concelhos em 11 distritos
mil visitas a crianças
desde 2006
O primeiro aluno
em Portugal a
fazer um curso
superior por
videoconferência
“Sou o David e escrevo-vos deitado no sofá,
onde passo muitas horas. Nasci há 28 anos.
Aos nove meses, o pediatra diagnosticou-me uma flacidez muscular. A partir desse
momento os meus pais tentaram todas
as respostas para a minha doença mas
nunca obtiveram alguma em concreto. A
minha autonomia física foi-se agravando
e a esperança de vida que me davam era
até aos 18 anos. Até que aos 28 anos uma
simples análise me diagnosticou uma
doença neuromuscular. Nunca gatinhei ou
andei. Tive como companhia permanente
uma cadeira de rodas, que me ajudou a ser
criança… Andei na escola mas a partir dos
14 anos a minha situação física agravou-se e
tive que interromper os estudos. O mundo ia
acabando.
A Fundação do Gil entrou na minha
vida, ajudando-me a renascer. Graças
a ela tive acesso a um equipamento de
videoconferência, prosseguindo assim
os meus estudos secundários. Inscrevi-me no ISCTE, licenciando-me em
Sociologia, em 2012. Fui o primeiro aluno
em Portugal a concluir um curso superior
por videoconferência. Paralelamente, em
2008 comecei a usufruir do projeto UMAD,
com visitas mensais de enfermagem e
fisioterapia. A minha qualidade de vida
aumentou e os internamentos diminuíram,
permitindo-me ter uma vida bastante ativa e
realizar os meus sonhos.
Continuo a ser o David,
continuo deitado no sofá,
continuo com o meu tempo muito ocupado.
Continuo a ter apoio da Fundação do Gil.
Ah! E continuo a só mexer um dedo.”
Depoimento de David Varela
Saúde e a criança Social • 13
empreende
negócios
sociais
Pess
Pessoas
que encontram na criação de
um negócio uma arma contra alguma
forma
fo
de exclusão. Instituições que
geram respostas sociais em forma
de negócios. Comunidades que
desenham soluções com as quais
pretendem melhorar a realidade ao
seu redor. Diferentes protagonistas
que partilham de uma mesma visão:
o sentimento de que é necessário
construir
co
e a vontade de o fazer,
acreditando
acr
que em cada um de nós
reside o poder para ser um agente ativo
resid
de mudança
m
social.
AJUDAMOS
A NASCER
EA
DESENVOLVER
EMPREENDEDORES
14 • Social Empreendedorismo e negócios sociais
dorismo e
O Social Lab da Fundação EDP é um laboratório de
negócios sociais suscetíveis de serem viabilizados
através de mecanismos de Mercado e de se tornarem
autossustentáveis.
O Social Hub é um conceito inovador que agrega
visões e esforços de vários parceiros para encontrar
respostas sociais adequadas às fragilidades de uma
comunidade.
Com o Prémio Empreendedor Sustentável, no Sabor e
no Tua, estamos, desde 2009, a apoiar o lançamento
de novas empresas e de postos de trabalho em regiões
em que as oportunidades laborais são escassas.
Apoiámos o lançamento da primeira Bolsa de Valores
Sociais da Europa, em 2008. E estamos a trabalhar
para dar um novo fôlego a este projeto que promove
o encontro entre investidores e instituições da
Economia Social.
A Fundação EDP é Mecenas dos programas de
formação que o Instituto de Empreendedorismo
Social desenvolve em Portugal com o selo de
qualidade do INSEAD.
Empreendedorismo e negócios sociais Social • 15
social lab
Respostas sociais em forma de negócio
O PROBLEMA
Existência de diversas
comunidades de diferentes
origens culturais na região de
Leiria, isoladas sobre si mesmas .
O DESAFIO
Promover a integração
cultural, quebrando barreiras
linguísticas e valorizando a
diversidade.
A SOLUÇÃO
O PROJETO SOCIAL
Criar uma escola de línguas onde
qualquer pessoa se pode voluntariar
a ensinar o seu idioma e, “em troca”, a
aprender uma nova língua de forma
gratuita. É o Speak Social.
O NEGÓCIO SOCIAL
Criar uma escola de línguas tradicional,
mas de baixo custo, cujas receitas são
utilizadas para garantir a viabilidade do
Speak Social. É o Speak Pro.
571
Foi o número de
alunos que
as escolas
de línguas Speak
receberam
em 2013
O Speak é um negócio social que nasceu
em Leiria, fruto de uma parceria entre
a Fundação EDP e a Associação Fazer
Avançar. O projeto, que nasceu em
setembro de 2012, está já em fase de
expansão, alargando-se este ano
às Caldas da Rainha.
speak
A escola de línguas que promove
a integração de imigrantes
16 • Social Empreendedorismo e negócios sociais
Nascem para dar resposta a um problema social. Estruturam-se como negócio,
concorrendo em mercado aberto, atraindo investidores e clientes. E geram receitas que
garantem a viabilidade e a sustentabilidade dos seus projetos. O Social Lab da Fundação
EDP é um laboratório no qual testamos novas fórmulas e ajudamos a lançar negócios sociais.
marias
Emprego legal para mulheres em situação desfavorecida
Nasceu no bairro do
Alto da Cova da Moura e
lançou-se como negócio
social com o Social Lab
da Fundação EDP. No
final de 2013, o projeto
contava já com 63
pessoas empregadas
e uma carteira de 112
clientes, tendo gerado
uma faturação média
mensal de 450 euros por
mulher empregada – mais
de 28 mil euros por mês.
Anteriores beneficiárias
de mecanismos de apoio,
como o Rendimento
Social de Inserção,
as Marias são agora
contribuintes líquidas.
O PROBLEMA
Mulheres em situação
socioeconómica
desfavorecida,
desempregadas ou em
situação laboral muito parcial
ou precária. Dificuldade
em posicionarem-se
no mercado com um
enquadramento contratual
legal.
O DESAFIO
Encontrar um
modelo em
larga escala
que garanta
emprego formal
e condigno
na área dos
serviços
domésticos.
A SOLUÇÃO
O PROJETO SOCIAL
Criar uma associação de empregadas domésticas, que
promove o recrutamento numa lógica de confiança e
assente na coavaliação do trabalho dos membros.
O NEGÓCIO SOCIAL
Criação de uma estrutura formal de relacionamento
entre empregadas e clientes. Esta estrutura auxilia o
recrutamento, a formação, o coaching e a avaliação
das empregadas. Promove a ligação adequada entre
oferta e procura e facilita os aspetos administrativos da
responsabilidade do cliente.
Empreendedorismo e negócios sociais Social • 17
social hub
Imagine vários parceiros e instituições a trabalharem no terreno para encontrar
respostas para problemas sociais de uma comunidade. Agora, imagine-os a fazer o
mesmo, mas em conjunto. A partilhar conhecimentos, competências e ferramentas.
Cooperando entre si e assim aumentando a eficiência e a eficácia de cada um, e de
todos. Gerando respostas mais coerentes e mais sólidas. Faz todo o sentido, mas não
é a regra. Muitas organizações e instituições mantêm-se “orgulhosamente sós” em
campo. O Social Hub da Fundação EDP propõe uma metodologia de trabalho em rede
entre vários parceiros que, através de um esforço articulado, dinamizam projetos e
iniciativas que promovem a inclusão social de pessoas em situação desfavorecida.
Foi isto que fizemos nos últimos três anos nas freguesias de S. Brás, na Amadora,
e Paranhos, no Porto, dois territórios com graves situações de exclusão social, dos
quais se destacam o fraco nível de escolaridade, delinquência juvenil, violência
doméstica, elevadas taxas de desemprego, baixo rendimento e
toxicodependência. Esta metodologia da Fundação EDP está
já a ser alargada ao município alentejano de Campo Maior e
aos concelhos transmontanos de Alfândega da Fé e Torre de
Moncorvo. E é a base de um projeto que o Instituto EDP está
a desenvolver em Aparecida, no estado de S. Paulo, no Brasil.
Campo Maior Solidário:
um hub à escala de um concelho
As desigualdades sociais, subjacentes aos
diferentes aspetos da pobreza, motivaram
o município de Campo Maior, no distrito de
Portalegre, a encarar a necessidade de um
trabalho conjunto em parceria com instituições
sociais e outras organizações do concelho.
O objetivo é a progressiva inserção social e
melhoria das condições de vida das populações e
famílias carenciadas do concelho. Para tal, Campo
Maior está a implementar a metodologia do HUB
Social Fundação EDP que, pela primeira vez, é
assim testada a uma escala concelhia.
18 • Social Empreendedorismo e negócios sociais
7950
beneficiários diretos
de 2011 a 2013
em S. Brás
e Paranhos
INCLUIR PELA EDUCAÇÃO
Escola de Judo Nuno Delgado
A Escola de Judo Nuno Delgado é uma associação desportiva,
sem fins lucrativos, que promove a prática do judo, entre
crianças e adolescentes, como instrumento de formação
de carácter e de combate à exclusão social em populações
desfavorecidas. Está presente em escolas do 1.º ciclo, onde
desenvolve programas de formação cívica e desportiva. Em
2013, em S. Brás e Paranhos, 316 crianças participaram neste
projeto.
Fundação Benfica: Para Ti Se Não Faltares!
Crianças e jovens em situação de exclusão, entre os 10
e os 16 anos, são convidadas a participar em atividades
desportivas como futebol e futsal, por exemplo. Mas têm de
frequentar também atividades em áreas relacionadas com a
aprendizagem das tecnologias da informação e comunicação,
língua portuguesa e matemática. O objetivo é apoiar os alunos
identificados pelas escolas com défices comportamentais,
de assiduidade e de aproveitamento escolar. Este projeto
que estimula o sucesso escolar, pela disciplina e redução
do absentismo, beneficiou 512 crianças e jovens em S. Brás
e Paranhos em 2013. A Fundação EDP apoia também as
atividades do Para ti Se Não Faltares! em Mondim de Basto
e em Elvas.
Palavra Dita e Feita: a força da poesia
O projeto Palavra Dita e Feita permite que cada aluno conte a
sua história, expressando-se através da poesia, num concurso
anual que, em 2013, colocou 40 alunos dos 8.º e 9.º anos
em palco. Muitos são adolescentes com problemas de
timidez e alvo de bullying, que assim aprendem a trabalhar
as suas capacidades de se exporem e falar em público, ao
mesmo tempo que trabalham competência ao nível da língua
portuguesa. Em Paranhos, participaram nesta iniciativa alunos
com deficiência auditiva.
Transformers: mentores em cadeia
O projeto Transformers, é um programa de voluntariado
que proporciona atividades diversas (como fotografia,
graffiti, teatro, karaté, culinária, ténis, hip hop, etc.) a jovens
em escolas, hospitais, centros de detenção, centros de
acolhimento, bairros sociais e centros de ensino especial.
De forma informal, jovens mentores partilham o seu talento
estimulando assim os “aprendizes” a tornarem-se também eles
futuros mentores, intervindo de forma positiva nas respetivas
comunidades. Os Transformers, dos quais a Fundação EDP é
o principal parceiro, atuam em Lisboa, Coimbra e Porto, com
presença nos Social Hub de S. Brás e Paranhos.
ACAF: comunidades autofinanciadas
poupança comunitária. Uma solução de microfinanças que
lhes dá acesso a pequenos montantes de capital de forma
simples e eficiente, em muitos casos única, seja pela ausência
de uma rede social de suporte, seja pelo facto de não existirem
alternativas de microcrédito adaptadas às suas necessidades.
Assente em laços de confiança e entreajuda, na autogestão e
no incentivo à poupança, as Comunidades Autofinanciadas são
um projeto presente em S. Brás e em Paranhos.
PELA SAÚDE MENTAL E FÍSICA
Dentista do Bem: da saúde oral
à autoestima
Co-fundadora do projeto Dentista do Bem em Portugal, a
Fundação EDP levou-o também para os Social Hub de S. Brás e
Paranhos, proporcionando assim tratamentos odontológicos
gratuitos a crianças e jovens entre os 11 e os 17 anos de idade,
que dentistas voluntários atendem gratuitamente nos seus
consultórios.
Semear-te: os psicólogos do bem
Inspirado no modelo do Dentista do Bem, em 2012 foi
desenhado e implementado o projeto Semear-te em Paranhos.
O Semear-te nasceu da incapacidade das escolas em darem
acompanhamento psicológico a alguns alunos sinalizados,
um serviço que é agora prestado por uma bolsa de psicólogos
voluntários.
Roldana: mães mais fortes
Este projeto, da Associação Pressley Ridge Portugal, trabalha
o desenvolvimento pessoal e parental das mães, estimulando
a sua confiança e autoestima e potenciando as suas
competências e talentos. Ao trabalhar com as mães, pretendese fortalecer famílias em situação vulnerável, promovendo
a sua autonomia e reinserção social. O projeto Roldana já
envolveu 276 famílias desde 2011, na Amadora. Em 2013, foi
alargado ao Social Hub de Paranhos.
PELO EMPREENDEDORISMO
Junior Achievement Portugal:
formar empreendedores
Através do programa Aprender a Empreender a
Associação Junior Achievement Portugal leva o tema do
empreendedorismo e da literacia financeira às escolas do
ensino básico, através de programas que ajudam os alunos a
desenvolver competências como a criatividade, a inovação, a
cidadania ativa e o gosto pelo risco, entre outras. Mais de mil
crianças em S. Brás e Paranhos foram alvo deste projeto em
2013.
Grupos de 6 a 25 pessoas criam e gerem um fundo em
Empreendedorismo e negócios sociais Social • 19
empreended
sustentáveis
Mártir, a cerveja transmontana
A ideia de criar as próprias cervejas, aliando a cultura, produtos
e identidade transmontana, surgiu por volta do Natal de 2012,
num convívio entre amigos. Daniel Ferreira, Luís Gaspar,
Manuel Veríssimo e Mário Legoinha têm idades entre os 27 e os
29 anos e as suas formações académicas vão da engenharia
aos recursos humanos, passando pela microbiologia. Depois
começou a saga que todos os dias os coloca à prova pois “a
nível burocrático é muito complicado criar algo a partir do
zero”. O Prémio EDP Empreendedor Sustentável Sabor 2013
foi decisivo, pois ajudou-os, como confessam, “a perceber
que é possível investir sem ser detentor de grandes fortunas,
que é possível acreditar nos recursos que existem à nossa
disposição para que se possam criar projetos e negócios
lucrativos”. Receberam formação e o seu projeto foi um dos
34 selecionados, permitindo que “o negócio fosse criado,
e que a nossa ideia pudesse ser colocada em prática mais
rapidamente”. A cerveja que os 4 Bicas Cervejeiros fazem tem a
marca Mártir numa alusão às festividades da vila de Alfândega
da Fé, de onde são oriundos estes empreendedores. Iniciaram
a produção em meados de 2013 e a comercialização começou
em janeiro de 2014. O alvo são os consumidores de cerveja
artesanal e das fruit beer e vendem para restaurantes, bares,
lojas gourmet e de produtos regionais. Contam com uma carta
com três tipos de cervejas: às tradicionais Mártir Pilsen e Mártir
Black, junta-se a Mártir Cereja, cerveja sazonal que utiliza cereja
de Alfândega da Fé. “Num futuro próximo iremos elaborar novas
cervejas, com novos sabores tipicamente transmontanos”,
referem os promotores da empresa MLD Cervejeiros.
20 • Social Empreendedorismo e negócios sociais
ores
105
Novos negócios
já nasceram com
o nosso apoio:
80 no Sabor e
25 no Tua
Acreditamos no empreendedorismo como motor de
desenvolvimento social e económico. Como solução
para gerar negócio e criar emprego em zonas do
país onde não abundam oportunidades. Foi por isso
que criámos em 2009 o Prémio EDP Empreendedor
Sustentável Sabor, entretanto alargado aos municípios do
Tua. Desde então, este prémio já apoiou 169 start ups. No
terreno, estão já a laborar, ou em início de laboração, 105
novos negócios responsáveis pela criação de 150 postos
de trabalho. Empresas que têm um potencial previsto
de 9 milhões de euros de volume de negócio anual na
região do Sabor, e de 3,5 milhões na zona do Tua. Novas
empresas que abrem perspetivas a pessoas que, na sua
maioria, estavam em situação de dependência do Estado
ou em risco de exclusão do mercado de trabalho.
Prémio dá nova alma a empresária de Doces da Puri
“Quando me candidatei ao Prémio EDP Empreendedor
Sustentável Tua 2012 estava quase a desistir” diz Puri
Fernandes, que tem a marca Doces da Puri. “Precisava de
mudar de imagem e de ter a loja online” para dar um novo
impulso ao negócio mas faltava-lhe o ânimo, conta.
A participação numa formação em empreendedorismo que o
prémio lhe proporcionou renovou-lhe o entusiasmo e deu-lhe
maiores conhecimentos para a gestão e organização da sua
empresa, que conta com seis funcionários a tempo inteiro.
Hoje, os Doces da Puri podem ser saboreados em compotas,
em 56 variedades, biscoitos doces e salgados, vinagre de
frutas, mel com frutos secos, essência de vinho (uma redução
de vinho tinto do Douro para molhos e toppings), e o chamado
Caviar Transmontano.
Puri Fernandes tem nacionalidade portuguesa mas é de
origem espanhola e a sua família viveu nas sete partidas do
mundo. Antes de chegar, em 1987, a Paramos, Carrazeda
de Ansiães, em Trás-os-Montes, trabalhou em Washington
na Organização dos Estados Americanos em projetos de
desenvolvimento regional. Fala com sotaque brasileiro porque
aprendeu português com professores brasileiros. Em 1995
lançou o seu negócio de doces e compotas, sem conservantes
nem químicos, com o objetivo de aproveitar a fruta (maçãs,
peras, cerejas, marmelos, ginjas, figos, pêssegos, abrunhos,
morangos, framboesas, groselhas e kiwis) de uma pequena
quinta. A sua rede de vendas é constituída pela loja online
(www.docesdapuri.com), por lojas gourmet e de produtos
regionais em Portugal, fornecendo hotéis da região.
Para o estrangeiro, os produtos são comercializados por
distribuidores que colocam as suas próprias marcas.
Empreendedorismo e negócios sociais Social • 21
À procura
de iniciativas
inovadoras
em todo o país
O MIES – Mapa de Inovação e
Empreendedorismo Social é um projeto de
pesquisa que está a identificar iniciativas
inovadoras que estão em curso, em todo
o país, de forma a criar conhecimento e a
divulgar os casos de sucessos e boas práticas.
O objetivo é muito claro: contribuir para o
conhecimento e competitividade de um novo
mercado de inovação e empreendedorismo
social em Portugal. O MIES nasceu no início
de 2013, contando com o apoio da Fundação
EDP, entre outras entidades. Até ao final desse
ano foram feitas 962 entrevistas a pessoas
que, pela sua experiência profissional ou
pessoal, estão em contacto com iniciativas
que promovam a transformação social.
S
O
R
OUT
S
O
T
E
J
O
R
P
Importas-te?:
um apelo à ação
Quem se importa? é um documentário no qual
18 grandes empreendedores sociais partilham
as suas histórias e os projetos com os quais
estão a ser agentes de transformação social.
São pessoas reais – como Muhammad
Yunus, considerado o pai do microcrédito e
Nobel da Paz 2006 – capazes não só de mudar
a sociedade em seu redor mas também de
causar o impacto social para que as suas
ideias possam transformar-se em políticas
públicas pelo mundo fora.
O documentário, distinguido já com vários
prémios internacionais, está a transformar-se num movimento de inspiração e apelo
ao empreendedorismo social. Em Portugal,
estreou no final de 2012 com o apoio da
Fundação EDP. No último ano, fomos
mais longe e decidimos disponibilizar
o documentário a todas as instituições
interessadas em debater o filme e o tema
do empreendedorismo social. Os resultados
superaram as expectativas. Em seis meses,
mais de 700 entidades públicas e privadas –
escolas, IPSS, ONG, autarquias e associações
empresariais – aderiram a este programa, que
ultrapassou fronteiras e chegou a Angola e
Moçambique.
O programa da Fundação EDP possibilitou
que mais de
14600
pessoas assistissem ao Quem se Importa?
em Portugal até ao final de 2013.
22 • Social Empreendedorismo e negócios sociais
Bolsa de Valores
Sociais: dinamizar
o investimento
social
Formar
empreendedores
com o selo
do INSEAD
A Bolsa de Valores Sociais (BVS) é uma
plataforma de encontro entre instituições da
Economia Social e investidores institucionais e
da sociedade civil. Uma iniciativa que chegou
a Portugal em 2009, com o apoio da Fundação
EDP, a Euronext e a Fundação Calouste
Gulbenkian. E que representa aquela que é
a visão da Fundação EDP para a Economia
Social: investimento social em detrimento da
mera beneficência.
Acreditamos que este é um modelo com
um forte potencial de crescimento ao nível do
financiamento social no mercado português,
pelo que queremos dar um novo fôlego
à BVS. Contando com o apoio financeiro
da Euronext e da Fundação Gulbenkian,
a Fundação EDP irá assumir a liderança
deste projeto já em 2014, numa aposta que
passa, nomeadamente, por tornar a BVS
numa plataforma preferencial para a qual
as empresas canalizem os seus fundos de
responsabilidade social.
Desde o seu arranque, esta bolsa já
contou com 50 projetos cotados e obteve
investimentos sociais na ordem dos
Em 2011, a Fundação EDP uniu-se ao IES –
Instituto de Empreendedorismo Social para
lançar em Portugal formação de qualidade
com o selo de excelência da escola de
negócios INSEAD. Nasceram assim os
programas de formação IES powered by
INSEAD: o INSEAD Social Entrepreneurship
Programme (ISEP), uma formação intensiva
para líderes e gestores do sector social e
de áreas de responsabilidade social; e os
bootcamp em Empreendedorismo Social,
dirigidos a pessoas que têm uma ideia – ou já
uma iniciativa – para um projeto com impacto
social.
Esta aposta, que conta também com o
apoio da Câmara Municipal de Cascais, tem
dado frutos visíveis. Projetos como o negócio
social Speak (ver pp. 16) e Vintage for a
Cause (pp. 26) são apenas dois, entre vários,
que nasceram no âmbito destas ações de
formação.
Em 2014 foi lançado o programa Scalling
4 Impact, uma formação intensiva dirigida
a equipas de organizações ou projetos que
querem construir um plano de crescimento
sustentável e maximizar o seu impacto.
2
milhões de euros.
234
pessoas participaram nos programas de
formação IES powered by INSEAD em 2013.
Empreendedorismo e negócios sociais Social • 23
edp
solid
24 • Social EDP Solidária
Em 2013, a
Fundação EDP
triplicou a verba
do Programa EDP
Solidária para 1,5
milhões de euros.
Uma resposta à
emergência social
do país.
35 projetos apoiados
nas zonas das barragens
desde 2009. O Programa
EDP Solidária Barragens
abrange 16 municípios,
do Alto Minho a Trás-os-Montes, que sofrem
de problemas de
desertificação humana,
dependência e exclusão
económica e social.
São já 232 projetos que, em todo o país, beneficiam mais de
650 mil pessoas. Crianças, idosos, portadores de deficiência,
famílias carenciadas. Pessoas em situação vulnerável que
apoiamos no terreno, contribuindo para a sua maior inclusão
e melhor qualidade de vida. É isto que há 10 anos fazemos
através do Programa EDP Solidária, uma das principais linhas
de financiamento da Economia Social em Portugal. Desde
2004, já investimos 6,5 milhões de euros neste programa.
Mais de 130
instituições
participaram no 5.º
Encontro de Parceiros
Fundação EDP, em
Lisboa e no Porto.
Um ponto de encontro
para formação,
partilha
de conhecimentos
e ferramentas.
E uma ponte para
a cooperação no
terreno.
ária
51 novos
projetos
apoiados
em todos os
distritos em
2013, que
pretendem
beneficiar
36296
pessoas.
EDP Solidária Social • 25
Programa EDP So
1211
candidaturas
VINTAGE FOR A CAUSE:
UM CLUBE DE COSTURA PARA
COMBATER A SOLIDÃO
1000 Rostos – Associação de Ação Social
51
projetos
apoiados
1,5
milhões
de euros
investidos
5 CATEGORIAS
• Desenvolvimento Social
e Comunitário
• Educação e Capacitação
• Inclusão pelas Artes
e Desporto;
• Outros Projetos
de Desenvolvimento
Socioeconómico
• Hortas Solidárias
Combater o isolamento de mulheres com mais de 50 anos de idade que
vivem num estado de solidão, apatia e falta de propósito de vida. As
costureiras, apoiadas por estilistas, transformam roupa usada em peças
vintage para comercialização. O projeto Vintage for a Cause pretende
trabalhar a autoestima destas senhoras, diminuir o seu isolamento social e
gerar receitas que permitam a sua autossustentabilidade.
Prevê beneficiar 1200 pessoas.
SISTEMA DE RESPOSTA INTEGRADO
PARA APOIAR VÍTIMAS DE CRIME
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
A APAV quer criar um sistema a nível nacional que permita fazer a triagem
eficaz do grau de risco das vítimas e da resposta adequada a cada caso.
O plano passa por melhorar o acesso das vítimas aos serviços existentes,
alargando, nomeadamente, o horário de atendimento telefónico. A
associação espera beneficiar 10 mil pessoas.
CASA: CENTRO DE APOIO
À SOLIDÃO NA ALDEIA
Associação Nossa Terra
O projeto CASA nasce para dinamizar o apoio social e comunitário na
Aldeia de Palheiros, concelho de Ourique, para combater o isolamento
da população mais idosa. A associação está a criar um modelo de “aldeia
convívio” desenhando respostas – serviços e iniciativas – para que os
mais velhos possam permanecer mais tempo integrados na família e na
comunidade. O projeto CASA quer apoiar 440 pessoas. (2)
O JÚRI
João Lobo Antunes Diretor do Serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria e conselheiro de Estado • José António Pinto Ribeiro
Advogado e ex-ministro da Cultura • Luís Alberto Sá e Silva Presidente da União das Mutualidades Portuguesas • Maria de Lurdes Rodrigues
Então presidente da Fundação Luso-Americana • Luís Valente de Oliveira Ex-governante e administrador da Associação Empresarial de
Portugal • Fernando Ruas Então presidente da Associação Nacional de Municípios • Lino Maia Presidente da Confederação Nacional das
Instituições de Solidariedade • Manuel Lemos Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas •
Sérgio Figueiredo Administrador da Fundação EDP • António de Almeida presidente da Fundação EDP
26 • Social EDP Solidária
lidária 10.ª edição
1
RE-FOOD LISBOA 100%: CONVERTER
DESPERDÍCIO EM REFEIÇÕES
Re-Food 4 Good Associação
A Re-Food nasceu para combater o desperdício alimentar. Diariamente,
equipas de voluntários recolhem refeições em boas condições de consumo e
distribuem-nas por famílias em situação de insegurança alimentar. O projeto
Re-Food Lisboa 100% ambiciona formar mais equipas e expandir este modelo
a todos os bairros da cidade. (3)
2
CIRCUITO DA ALDEIA
Suão – Associação de Desenvolvimento Comunitário
O Circuito da Aldeia é um produto turístico pedagógico em meio rural com o
qual a Suão quer combater o isolamento e promover o envelhecimento ativo
da população de São Miguel de Machede, em Évora. A aldeia foi transformada
num roteiro de aprendizagem dirigido a crianças, proporcionando-lhes as
atividades e rotinas de uma pequena comunidade local, como o trabalho nas
hortas e na padaria, a confeção de artesanato e os jogos tradicionais. (4)
3
SAIBREIRAS: O BAIRRO DAS ARTES
Associação Cabeças no Ar e Pés na Terra
Saibreiras é um bairro social em Ermesinde no qual as artes estão a ser
colocadas ao serviço da inclusão social de jovens, adultos e idosos. Os
moradores são convidados a participar em projetos criativos como teatro,
dança e fotografia que são um veículo para a melhoria da autoestima,
integração entre gerações e para a forma como percecionam e valorizam o
espaço onde habitam.
4
PROJETO ARA: FIXAR JOVENS
NAS ALDEIAS
EDIA – Empresa de Desenvolvimento
e Infraestruturas do Alqueva
Capelins (concelho do Alandroal), Póvoa de S. Miguel/Estrela (Moura), Luz
(Mourão), Alqueva (Portel) e Campinho (Reguengos de Monsaraz) são cinco
aldeias às quais a EDIA quer atrair jovens com formação superior, que aí
possam criar negócios, potenciando os recursos, a cultura e as tradições
locais. Quinze universitários estiveram a viver nestas aldeias durante nove
meses e a desenvolver projetos empresariais sustentáveis e de longo prazo,
envolvendo-se na vida das populações. Os planos de negócio estão agora a
ser analisados. (1)
EDP Solidária Social • 27
hortas soli
que dão alimentos
que funcionam como espaço
de terapia ocupacional
que são terreno para
formação profissional
que promovem o encontro
entre gerações
que já geram excedentes
e postos de trabalho
que são uma rede que
liga IPSS, autarquias,
escolas e comunidades
Em 2013, juntaram-se 12 novas hortass
a esta rede que conta também com
o apoio da Fundação Gulbenkian
6000
Número de
pessoas que as
hortas querem
beneficiar
28 • Social EDP Solidária
Mimos: cooperativa
oferece alimentos a
instituições
A Mimos – Cooperativa Agrícola de
Serviços e Artes de Valadares, em
Viseu, integrou a rede de Hortas
Solidárias em 2011. Duas estufas,
com 350 m2 cada, permitem hoje
uma produção agrícola constante
que beneficia os membros da
cooperativa, os utentes das
IPSS da região, às quais a Mimos
oferece produtos agrícolas, e as
pessoas da comunidade que aí se
abastecem. Foram criados dois
postos de trabalho. A cooperativa
está agora a constituir uma rede que
liga produtores aos consumidores
promovendo um comércio justo.
dárias
Começaram a ser semeadas em
2011. Em apenas dois anos, são já
37 hortas em 15 distritos do país
com uma área total de 4,7 mil metros
quadrados (m2), o equivalente a
cinco campos de futebol.
Agricultura Solidária: apoiar
famílias carenciadas
Hortas da Quinta do Conde:
beneficiar famílias e ONG
Em Almada, distrito de Setúbal, a Santa Casa da
Misericórdia aderiu à rede de Hortas Solidárias, em
2012, para responder a situações de famílias de
baixos rendimentos, e em particular com menores
a seu cargo. Nasceu assim o projeto Agricultura
Solidária que, no final de 2013, tinha já entregue
talhões para cultivo a 36 famílias, num total de 110
pessoas. São talhões com 150 metros quadrados
atribuídos por um valor simbólico agregados com
um rendimento per capita inferior a 150 euros
mensais. Estas hortas comunitárias funcionam
também como um espaço de ocupação de idosos
e crianças provenientes de famílias com baixo
capital cultural.
As Hortas Solidárias da Quinta do Conde
pretendem apoiar os cidadãos interessados em
praticar a horticultura como atividade de lazer e/
ou de complemento económico, difundindo assim
o uso de práticas agrícolas amigas do ambiente
e hábitos alimentares saudáveis. Este projeto é
desenvolvido na Várzea da Quinta do Conde,
numa área com cerca de 4600 m2, dividida em
talhões. A produção destina-se ao consumo de
famílias e a ONG locais, o excedente é entregue a
cantinas sociais. Este projeto da Câmara Municipal
de Sesimbra integrou a rede de Hortas Solidárias
em 2013 e espera beneficiar 928 pessoas. No
terreno, 55 famílias e 6 ONG estavam já em ação
no final do ano.
EDP Solidária Social • 29
volunt
O que é que motiva uma empresa a dinamizar um programa através
do qual investe, todos os anos, milhares de horas em voluntariado?
A convicção de que deve colocar o seu melhor ativo – o seu capital
humano e respetivas competências – ao serviço da sociedade. E
a vontade expressa dos seus colaboradores em serem agentes de
transformação social numa missão partilhada por toda a organização e
que, no Grupo EDP, atravessa equipas, negócios, empresas e geografias.
HORAS DE VOLUNTARIADO INVESTIDAS EM 2013
Bem-estar social
Saúde
Outros
30 • Social EDP Solidária
Arte e Cultura
Educação
Ambiente
Desenvolvimento
económico
Resposta a situações
de emergência
ariado
Em 2013
13506
horas de
voluntariado
em horário
laboral
1763
voluntários
236mil
pessoas
apoiadas e 189
organizações
410636
euros investidos
em horas ao
serviço da
sociedade
EDP Solidária Social • 31
Parte de Nós Ambiente:
proteger a biodiversidade
Mais de 1600 colaboradores fizeram cerca de 9000 horas
de trabalho voluntário em 2013 em ações de sensibilização
e proteção da biodiversidade nas várias geografias onde o
Grupo EDP está presente. Em Portugal, realizaram-se 17 ações
de limpeza de praias e florestas de norte a sul do país, dando
continuidade ao trabalho iniciado em 2012. Ao longo do mês
de junho, colaboradores EDP e seus familiares, e voluntários
de 48 empresas parceiras que aderiram a esta iniciativa,
recolheram dezenas de toneladas de lixo, arrancaram plantas
invasoras e plantaram árvores. A nível global, os colaboradores
participaram em iniciativas de plantação de árvores, proteção
de espécies de fauna e flora autóctones e recolha de resíduos
fluviais, entre outras.
Parte de Nós Natal:
uma centena de iniciativas
com crianças e idosos
O Parte de Nós Natal nasceu em 2011 e, ano após ano,
aumenta o número de instituições interessadas em contar
com a colaboração dos voluntários EDP na realização de
iniciativas que contribuam para humanizar a época natalícia
de crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência. Em
2013, 7704 pessoas foram alvo de ações tão diversas como
visitas a equipamentos culturais, dinamização de festividades
e recolha de donativos. Mais de 790 voluntários participaram
em 96 iniciativas de humanização a nível global. Em Portugal,
os voluntários dinamizaram 73 ações junto de 66 instituições
sociais, beneficiando diretamente 4804 crianças e idosos.
Eletricistas Voluntários
em instituições
Em 2013 foi criada uma bolsa através da qual os eletricistas da
empresa disponibilizam as suas competências profissionais ao
serviço de instituições sociais. Após uma primeira experiência,
que consistiu em reparações em casas de idosos carenciados,
a convite da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a bolsa
expandiu-se e contava já com mais de duas dezenas de
voluntários em 10 localidades no final do ano. Em resposta a
vários pedidos, os voluntários EDP fizeram também algumas
auditorias energéticas, análises detalhadas dos consumos
energéticos de instituições, identificando poupanças
potenciais.
Programa Tango: escolas
mais eficientes
Mais de 3500 pessoas em comunidades escolares – docentes,
alunos e pais – beneficiam já de um programa através do
qual os voluntários do Grupo EDP estão a ajudar as escolas
a implementar a metodologia de gestão Lean, focada na
eficiência dos serviços, processos e dos recursos. Esta
iniciativa está integrada no Programa Tango, promovido pela
Associação EPIS – Empresários pela Inclusão. A intervenção
começou no ano letivo 2011-2012, no Agrupamento de Escolas
da Abrigada, no Ribatejo, envolvendo cerca de 70 professores,
40 funcionários, 800 alunos e encarregados de educação.
Em conjunto, voluntários e membros da comunidade escolar
identificaram oportunidades de redução de consumos de água
e energia, recolha e venda de papel, melhor gestão de stocks e
implementação de serviços eletrónicos, entre outras. A adesão
foi tanta que encarregados de educação ajudaram instituições
sociais da região a adotar também elas a metodologia Lean.
Em 2013, este programa – que começa a captar o interesse de
algumas autarquias – foi alargado a mais dois agrupamentos
escolares próximos das centrais elétricas da EDP Produção,
em Constância e na Figueira da Foz. No terreno, 12 voluntários
dedicaram 220 horas de trabalho ao programa Tango.
Ensinar empreendedorismo
nas escolas
Voluntários EDP são presença assídua, desde 2005, no
programa Aprender a Empreender, desenvolvido pela
Associação Junior Achievement Portugal para estimular o
empreendedorismo entre crianças e jovens dos ensinos básico
e secundário. Os voluntários dão aulas onde são abordados
temas como a Família, a Comunidade, Economia para o
Sucesso, a Europa e A Empresa, entre outros. No último ano
letivo, 74 voluntários deram aulas temáticas a 2175 alunos,
dedicando mais de mil horas a esta iniciativa.
32 • Social EDP Solidária
FUNDAÇÃO EDP EQUIPA
ÁREAS DE ONCOLOGIA
EM QUATRO HOSPITAIS
PÚBLICOS
Em 2013, a Fundação EDP iniciou um programa interno com
o objetivo de prestar informação e sensibilizar os
colaboradores, reformados e pensionistas do Grupo EDP
para a prevenção oncológica. Especialistas clínicos foram
convidados a participar em sessões de esclarecimento, que
contaram também com os testemunhos de colaboradores
com problemas do foro oncológico a título pessoal ou no
seio da sua família. Uma realidade do foro interno da empresa
que nos impulsionou a agir também dada a relevância da
doença oncológica na sociedade e perante as necessidades
concretas expressas pelo Sistema Nacional de Saúde. Pelo
que a Fundação EDP, em parceria com outros mecenas,
decidiu atuar em quatro hospitais públicos, promovendo
obras de requalificação e doando equipamentos hospitalares
que permitiram, nomeadamente, criar mais dois centros de
excelência no tratamento oncológico
em Portugal. Porque a melhoria
contínua dos cuidados de saúde
dos portugueses representa um
assunto de consenso nacional
ao qual, a par do esforço do
Estado, acreditamos que a
sociedade civil não pode ficar
alheia. As intervenções nos
hospitais contaram com a
colaboração de vários parceiros e
com a participação de voluntários
do Grupo EDP, num total de 720
horas de voluntariado.
IPO de Lisboa: obras beneficiam utentes
e profissionais de saúde
A sala de espera do Pavilhão de Medicina do IPO de Lisboa
acolhe as pessoas que aí se dirigem para mais de 200 mil
consultas anuais. Pessoas fragilizadas pelo seu estado de
saúde que agora têm ao seu dispor um espaço de acolhimento
mais confortável, mais humano. Em 2013, ano em que o IPO
de Lisboa celebrou o seu 90.º aniversário, as obras realizadas
nesta sala de espera e nos gabinetes médicos adjacentes, em
parceria com a Fundação Claude e Sofia Marion, oferecem
também melhores condições de trabalho aos profissionais
de saúde e promovem uma evolução nos processos de
acompanhamento dos doentes, com mais-valias na qualidade
da prestação de serviços oferecidos.
Garcia de Orta: novo centro de tratamentos
de tumores cerebrais
A Fundação EDP, a Fundação Claude e Sofia Marion e a
empresa Manuel Rui Azinhais Nabeiro uniram-se para doar ao
Hospital Garcia de Orta, em Almada, um equipamento O-Arm,
o primeiro a chegar a um hospital público nacional. Trata-se
de um sistema de imagem e de neuronavegação de última
linha
linha, essencial para o tratamento de excelência da patologia
onco
oncológica do sistema nervoso central. O O-Arm permite um
rigo
rigor operatório acrescido em tumores cerebrais e cirurgias
da coluna, assim como melhorar a precisão na localização
d
dos tumores e na consequente diminuição da morbilidade
a
associada aos atos cirúrgicos para a sua excisão, através
d
do neuronavegador. Este equipamento beneficia o
ttratamento de doentes oncológicos no âmbito do novo
C
Centro de Tumores Cerebrais da península de Setúbal,
u
uma parceria entre o Hospital Garcia de Orta e os centros
ho
hospitalares de Setúbal e do Barreiro-Montijo, que nasceu
com o objetivo de melhorar a qualidade e a eficiência
em 2013
2
do tr
tratamento dos doentes com neoplasias do sistema nervoso
cent
central.
720
horas de
voluntariado
Coimbra: o primeiro centro de tumores
oculares em Portugal
Em outubro de 2013, o Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra (CHUC) inaugurou o primeiro Centro de Tumores
Oculares em Portugal. Uma conquista possibilitada pela
doação de um conjunto de equipamentos por parte da
Fundação EDP, dando a esta unidade hospitalar a capacidade
de resposta para tratar doentes com melanoma da úvea que,
até então, eram assistidos no estrangeiro. Em novembro, o
Centro de Tumores Oculares realizou a primeira intervenção de
braquiterapia ocular feita em Portugal.
Hospital de Santo António:
Ao Hospital de Santo António, no Porto, a Fundação EDP doou
mobiliário e assegurou a montagem da farmácia oncológica
que surge, agora, remodelada. Foi também doado mobiliário
para uma sala de apoio a doentes oncológicos. E foram
também realizadas obras de restauro de paredes, madeiras e
pinturas em todo o Hospital de Dia.
EDP Solidária Social • 33
cultura
Em 2013 reforçámos aquela que é a nossa missão: produzimos e
apoiámos exposições, espetáculos e eventos culturais que deram
visibilidade ao talento nacional no âmbito de uma estratégia de
descentralização e diversificação de públicos. Promovemos iniciativas
que consagram artistas portugueses com carreiras relevantes e novos
talentos da arte contemporânea. E afirmámo-nos, uma vez mais,
como um dos principais mecenas das artes em Portugal.
34 •
exposi
Mais de 500 mil
visitantes em 28
exposições
ções
Mais de 500 mil pessoas
visitaram as 28 exposições
que a Fundação EDP produziu
e apoiou em 2013. No Museu
da Eletricidade e na Galeria
Fundação EDP Porto, em
espaços de grande afluência
como o Museu de Serralves
e Museu Nacional de Arte
Antiga, em galerias de menor
dimensão como o Centro de
Artes Visuais em Coimbra e o
Teatro da Politécnica, e fora do
País em destinos como Itália e
Alemanha.
Exposições • 35
Museu da E
Riso: Uma Exposição a Sério (1)
Coletiva
19 de outubro de 2012 a 17 de março
de 2013
Un Certain Malaise
Rodrigo Amado
30 de novembro de 2012 a 10 de
fevereiro de 2013
Coração Aventuroso (2)
Inez Teixeira
21 de fevereiro a 26 de maio de 2013
Estranhos Jardins de Papel/Queer
Paper Gardens (3)
Maria Lusitano e Paula Roush
6 de junho a 8 de setembro de 2013
World Press Photo 13
Coletiva
2 a 26 de maio de 2013
Pátria Querida
Alberto García-Alix
25 de junho a 18 de agosto de 2013
2
1
Galeria Funda
The Time Machine
Edgar Martins
10 de janeiro a 17 de março de 2013
36 • Cultura Exposições
Território Comum. Imagens do
Inquérito à Arquitetura Regional
Portuguesa, 1955-1957
Coletiva
5 de abril a 7 de julho de 2013
Peças Mais ou Menos Recentes (4)
Patrícia Garrido
Galeria da Fundação EDP, Museu
Nacional Soares dos Reis, Galeria
Fernando Santos − Padaria
Independente, Porto
11 de julho a 6 de outubro de 2013
letricidade
Futuro Perfeito − Trienal de
Arquitectura de Lisboa 2013
Coletiva
12 de setembro a 15 de dezembro
de 2013
Berlin Alexanderplatz
Rainer Fassbinder
(instalação)
25 de outubro a 15 de dezembro de
2013
A Escala de Mohs
Jorge Molder
5 de dezembro de 2013 a 23 de março
de 2014
Um Diário da República
Kameraphoto
19 de dezembro de 2013 a 2 de fevereiro
de 2014
STOP MAKING SENSE!
Mariana Gomes
12 de setembro a 1 de dezembro de 2013
3
4
ção EDPPorto
Remade in Viagem
Coletiva
17 de outubro a 17 de novembro de 2013
Prémio Novos Artistas Fundação EDP
2013
Coletiva
12 de dezembro de 2013 a 23 de março
de 2014
Exposições Cultura • 37
Rei Capitão Soldado
Ladrão e A Escala de Mohs
Jorge Molder
Duas exposições realizadas
no âmbito da atribuição a
Jorge Molder do Grande
Prémio Fundação EDP
Arte 2010. Rei Capitão
Soldado Ladrão levou
ao Museu Nacional de
Arte Contemporânea –
Museu do Chiado uma
exposição antológica,
com cerca de 50 trabalhos
selecionados a partir das
mais significativas séries
da década de 1990 até à
atualidade, repensadas e
reorganizadas pelo artista.
Em A Escala de Mohs, no
Museu da Eletricidade,
Molder apresentou uma
série fotográfica recente,
inédita em Portugal, onde
a dimensão trágica do
Ser e do seu Duplo, que
caracteriza todo o seu
trabalho, se revela em toda
a sua extensão.
A Escala de Mohs
Jorge Molder
5 de dezembro de 2013 a 23 de março de 2014
Prémio Novos Artistas
Fundação EDP 2013
A exposição da 10.ª
edição do Prémio Novos
Artistas Fundação EDP Arte
repartiu-se entre a Galeria
da Fundação EDP no Porto
e os espaços da Casa da
Música, e apresentou as
obras dos artistas Ana
Santos, João Ferro Martins,
João Mouro, Luís Lázaro
Matos, Mariana Caló e
Francisco Queimadela,
Musa paradisiaca, Pedro
Henriques, Sandro
Miguel Ferreira e Tiago
Baptista. Estes nove
artistas finalistas foram
selecionados entre
567 candidatos, um
número recorde que
traduz a relevância e a
crescente expressão
deste prémio que revela
valores emergentes na
arte contemporânea
portuguesa.
Prémio Novos Artistas Fundação EDP 2013
Coletiva
12 de dezembro de 2013 a 23 de março de 2014
38 • Cultura Exposições
Futuro Perfeito − Trienal
de Arquitectura de Lisboa
A Fundação EDP é, desde
2007, um dos principais
parceiros da Trienal de
Arquitectura de Lisboa,
organização sem fins
lucrativos que tem como
missão a investigação e a
promoção da arquitetura
nacional e dos seus
autores. Esta 3.ª edição da
Trienal examinou as formas
políticas, tecnológicas,
emocionais e institucionais
da arquitetura. Durante três
meses foram abordadas as
múltiplas possibilidades da
produção arquitetónica,
através de exposições,
eventos, performances
e debates. Ao Museu da
Eletricidade a exposição
Futuro Perfeito trouxe
um conjunto de ideias
experimentais, baseadas
na ficção científica, sobre
como poderão vir a ser
construídas as cidades do
futuro.
Território Comum.
Imagens do Inquérito
à Arquitetura Regional
Portuguesa, 1955-1957
Esta exposição reuniu um
conjunto de 100 fotografias
inéditas que integram
o espólio do Inquérito
à Arquitetura Regional
Portuguesa, promovido
pelo Sindicato Nacional
dos Arquitetos, entre 1955
e 1960, e que resultou num
amplo levantamento das
arquiteturas populares
do país. Nesta exposição
explorou-se o território
comum entre a arquitetura
e a fotografia, em que
a espontaneidade e
intuição da arquitetura
popular encontram
a correspondência
na espontaneidade e
intuição da representação
fotográfica. Uma parceria
entre a Fundação EDP e
a Ordem dos Arquitectos
que permitiu dar a
conhecer ao público
um registo de valor
extraordinário das
paisagens, povoações,
edifícios, rostos e modos
de vida da época.
Exposições da
Fundação EDP
no exterior
Pedra Que Rola não
Cria Limo
Pedro Valdez Cardoso
Galeria do Parque, Vila
Nova da Barquinha,
2 de março a 2 de
junho de 2013
A Substância do
Tempo
Jorge Martins
Museu de Arte
Contemporânea
de Serralves, Porto,
15 de março a 10
de junho de 2013
Futuro Perfeito − Trienal de Arquitectura de Lisboa 2013
Coletiva
12 de setembro a 15 de dezembro de 2013
Arte Vida/Vida
Arte: Revelações
de Energias e
Movimentos da
Matéria
Alberto Carneiro
Museu de Arte
Contemporânea de
Serralves, Porto,
18 de abril a 24 de
junho de 2013
A Encomenda
Prodigiosa. Da
Patriarcal à Capela
Real de São João
Baptista
Coletiva
Museu Nacional de
Arte Antiga, Lisboa,
18 de maio a 20 de
outubro de 2013
A Arca Invisível
Olhares
Contemporâneos
Coletiva
Residência Fundação
EDP no Museu Nacional
de Arte Antiga, Lisboa,
18 de maio a 28 de
setembro de 2013
Território Comum. Imagens do Inquérito à Arquitetura Regional
Portuguesa, 1955-1957
Coletiva
5 de abril a 7 de julho de 2013
Trafaria Praia
Joana Vasconcelos
Paragem de Vaporetto
Giardini, Veneza,
28 de maio a 24 de
novembro de 2013
Exposições da Fundação
EDP no exterior (cont.)
Exposições Cultura • 39
Noites Brancas
Julião Sarmento
Esta exposição foi a mais
completa retrospetiva da
obra de Julião Sarmento,
um dos mais reconhecidos
artistas contemporâneos
portugueses. Foram
expostas 159 obras que
exploraram temas como o
erotismo e a sexualidade,
questionando conceitos
como o desejo, a ausência,
o tempo e a linguagem,
e recorrendo a técnicas
como a pintura, o desenho,
a escultura, a instalação,
o cinema, a fotografia e a
performance. A Fundação
EDP foi Mecenas Exclusivo
desta exposição que foi
visitada por mais de 69,6
mil pessoas.
Noites Brancas
Julião Sarmento
Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto
24 de novembro de 2012 a 3 de março de 2013
Arte Vida/Vida Arte:
Revelações de Energias e
Movimentos da Matéria
Alberto Carneiro
Alberto Carneiro foi um dos
artistas que, nas décadas
de 1960-70, abriu novos
caminhos para a prática
artística em Portugal,
tendo sido pioneiro da arte
conceptual em Portugal.
O artista desenvolveu a
sua obra em torno de uma
reflexão sobre a Natureza
como origem da Arte.
Esta exposição, da qual a
Fundação EDP foi Mecenas
Exclusivo, foi constituída
por trabalhos criados para
os espaços do Museu de
Serralves, com o recurso a
vidros e espelhos e obras
criadas a partir de raízes
e troncos de laranjeiras,
oliveiras e bambus. Patente
de 18 de abril a 24 de
junho de 2013, Arte Vida/
Vida Arte: Revelações de
Energias e Movimentos da
Matéria atraiu mais de 73,8
mil visitantes
40 • Cultura Exposições
Arte Vida/Vida Arte: Revelações de Energias e Movimentos da Matéria
Alberto Carneiro
Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto
18 de abril a 24 de junho de 2013
Trafaria Praia
Joana Vasconcelos
Paragem de Vaporetto Giardini, Veneza
28 de maio a 24 de novembro de 2013
Lightopia
Lightopia, da qual a
Fundação EDP foi um dos
Mecenas Principais, esteve
patente no Vitra Design
Museum, em Weil am Rhein,
na Alemanha, entre 28 de
setembro de 2013 e 9 de
março de 2014. Centrada
na importância cultural
da luz e na mudança de
paradigma na iluminação e
na tecnologia de energia,
a exposição apresentou
trabalhos recentes de
artistas e designers, tais
como Olafur Eliasson,
Daan Roosegaarde, Joris
Laarman e mischer’traxler,
expostos junto de peças
clássicas de design de
Wilhelm Wagenfeld, Achille
Castiglioni, Gino Sarfatti
ou László Moholy-Nagy. A
exposição será apresentada
no futuro Centro de Artes
e Tecnologia da Fundação
EDP.
Trafaria Praia
Joana Vasconcelos
Foi a representante oficial de
Portugal na 55.ª Exposição
Internacional de Arte, Bienal
de Veneza 2013. O projeto
de Joana Vasconcelos
consistiu na criação de um
pavilhão flutuante em vez
de um pavilhão com uma
localização fixa. Trafaria
Praia, um cacilheiro que
navegou de Lisboa até
Veneza, perspetivou a
relação histórica entre
Portugal e Itália, que se
desenvolveu através do
comércio, da diplomacia e
da arte, e o papel que Lisboa
e Veneza desempenharam
na expansão da visão
europeia no mundo
durante a Idade Média e o
Renascimento. No exterior
do navio, da proa à popa, a
artista aplicou um painel de
azulejos reproduzindo uma
vista da cidade de Lisboa, no
convés criou um ambiente à
base de têxteis e luz. A artista
foi a vencedora da primeira
edição do Prémio Novos
Artistas Fundação EDP,
criado em 2000.
Território Comum.
Imagens do Inquérito
à Arquitetura Regional
Portuguesa, 1955-1957
Coletiva
Centro de Artes
Visuais, Coimbra,
13 de julho a 29 de
setembro
Galeria Municipal de
Arte, Almada,
2 de novembro de 2013
a 11 de janeiro de 2014
Uma Linha Raspada
Daniel Barroca
Galeria do Parque, Vila
Nova da Barquinha,
14 de setembro de
2013 a 12 de junho de
2014
Lightopia
Coletiva
Vitra Design Museum,
Weil am Rhein,
Alemanha,
28 de setembro de
2013 a 9 de março de
2014
Peças Mais ou Menos
Recentes
Patrícia Garrido
Teatro da Politécnica,
Lisboa
23 de outubro a 16 de
novembro de 2013
Noites Brancas
Julião Sarmento
Museu de Arte
Contemporânea de
Serralves, Porto,
24 de novembro de
2012 a 3 de março de
2013
Lightopia
Vitra Design Museum, Weil am Rhein, Alemanha
Coletiva
28 de setembro de 2013 a 9 de março de 2014
Rei Capitão Soldado
Ladrão
Jorge Molder
Museu Nacional de
Arte Contemporânea
− Museu do Chiado,
Lisboa
27 de novembro de
2013 a 23 de fevereiro
de 2014
Exposições Cultura • 41
PRÉMIO NOVOS ARTISTAS FUNDAÇÃO EDP 2013
Este prémio já
distinguiu artistas
que agora são
reconhecidos e
estão integrados
nos panoramas
mais recentes
da arte nacional
e internacional,
nomeadamente
Joana Vasconcelos
(2000), Leonor
Antunes (2001),
Vasco Araújo (2002),
Carlos Bunga (2003),
João Maria Gusmão e
Pedro Paiva (2004),
João Leonardo
(2005), André Romão
(2007), Gabriel
Abrantes (2009) e
Priscila Fernandes
(2011).
Ana Santos (Espinho,
1982) foi a grande
vencedora da 10.ª
edição do Prémio
Novos Artistas
Fundação EDP, que
distingue jovens
talentos na área
das artes plásticas
e visuais. Uma
escolha, entre nove
finalistas, que o
júri internacional
quis destacar
pela coerência,
uso instintivo do
espaço, utilização
de materiais que
criam uma relação
visual e física com
o observador. “Um
trabalho que combina
uma aparente
fragilidade com um
apurado sentido
poético e uma clareza
de intenção.”
Ana Santos
42 • Cultura
GRANDE PRÉMIO FUNDAÇÃO EDP ARTE 2013
Criado em 2000,
o Grande Prémio
Fundação EDP Arte
tem como objetivo a
consagração de um
artista plástico, com
carreira consolidada
e historicamente
relevante, cujo
trabalho contribui
para afirmar e
fundamentar as
tendências estéticas
contemporâneas
portuguesas.
Um humor e uma
impertinência
que questionam
e que conferem
uma permanente
atualidade à sua
obra. Uma constante
inventividade que
lhe dá um sentido
contemporâneo
marcante. Estes são
alguns dos atributos
pelos quais Ana
Jotta (Lisboa, 1946)
foi distinguida com
o Grande Prémio
Fundação EDP Arte
2013.
A artista junta-se
assim a Lourdes
Castro (2000),
Mário Cesariny
(2002), Álvaro Lapa
(2004), Eduardo
Batarda (2007) e
Jorge Molder (2010),
vencedores deste
prémio em edições
anteriores.
Ana Jotta
Cultura • 43
mece
Exposições, espetáculos,
festivais de artes,
residências artísticas. A
Fundação EDP é um dos
principais mecenas das
Artes em Portugal. E em
2013, o nosso apoio a
diversas entidades permitiu
criar e/ou apresentar
manifestações culturais
que chegaram a quase
661 mil pessoas.
44 • Cultura Mecenato
nato
Mecenato Cultura • *+
2
1
CNB: bailado de
excelência em
digressão nacional
La Valse: A Sagração da
Primavera, com a coreografia
de Olga Roriz para a música
de Igor Stravinski; Cinderela,
com coreografia de Michael
Corder e cenários e figurinos
da artista plástica Yolanda
Sonnabend; e O Lago dos
Cisnes, numa coreografia
partilhada com imagens do
cineasta Edgar Pêra. Estas
são três das obras que a
Companhia Nacional de
Bailado (CNB) apresentou
no Teatro Camões, em
Lisboa, em 2013, num total
de 47 espetáculos e cinco
ensaios solidários. E que
levou a palco em Almada,
Braga, Caldas da Rainha,
Coimbra, Faro, Figueira da
Foz, Guimarães, Guarda.
Mecenas Principal da
CNB, a Fundação EDP é
também Mecenas Exclusivo
desta digressão nacional,
contribuindo assim para a
descentralização da dança e
a criação de novos públicos
fora dos grandes centros
urbanos. (1)
46 • Cultura Mecenato
Três grandes
exposições
em Serralves
Casa da Música:
Ciclo de Piano com
grandes nomes
Patrono da Fundação de
Serralves, a Fundação EDP
tem também assumido
o estatuto de Mecenas
Exclusivo de grandes
exposições anuais
como foram, em 2013, A
Substância do Tempo de
Jorge Martins; Arte Vida/
Vida Arte: Revelações de
Energias e Movimentos da
Matéria de Alberto Carneiro;
e Noites Brancas de Julião
Sarmento. A Fundação de
Serralves é um parceiro
permanente e fundamental,
com o qual partilhamos
valores, objetivos e projetos,
no âmbito de uma visão
comum que atribui à cultura
um papel insubstituível
na modernização, na
criatividade e na inovação.
(2)
5
O Ciclo de Piano EDP,
que se realiza na Casa
da Música no Porto e de
que a Fundação EDP é
Mecenas Exclusivo, reuniu,
nos seus nove concertos
em 2013, alguns dos mais
importantes pianistas da
atualidade internacional.
Contou com nomes como
Pedro Burmester, Saúl
Picado, Evgeni Bozhanov,
Elisso Virsaladze, Andrea
Lucchesini, Grigori Sokolov,
Arcadi Volodos, Andreas
Staier e Rafał Blechacz. A
Fundação EDP é também
membro fundador da
Fundação Casa da Música.
De Vieira da Silva
a Graça Morais
A Fundação EDP é, desde
2008, Mecenas Principal
da Programação da
Fundação Arpad Szenes –
Vieira da Silva.
Em 2013, a programação
incluiu, entre outras, as
exposições Graça Morais. Os
desastres da guerra; Vieira
da Silva e Arpad Szenes
na Coleção Millennium
BCP; Aparências Privadas.
Autorretratos de Artistas
Contemporâneos; e Artistas
Portugueses − Obras da
Coleção Particular de Vieira
da Silva e Arpad Szenes. (5)
4
3
Festival das Artes
no Verão
de Coimbra
Organizado pela Fundação
Inês de Castro, o Festival
das Artes de Coimbra
conta com o mecenato da
Fundação EDP desde a sua
1.ª edição, em 2009. Este
projeto tem como ambição
ser uma referência a nível
nacional e internacional dos
festivais de verão. Na sua 5.ª
edição, realizada sob o tema
Natureza, apresentou 28
eventos nos quais marcaram
presença, por exemplo,
a Companhia Nacional
de Bailado, o pianista
António Rosado, a cantora
Cuca Roseta, a Orquestra
Gulbenkian, a Orquestra
Metropolitana de Lisboa
e a Orquestra de Câmara
Portuguesa. No âmbito do
ciclo de artes plásticas,
a exposição Imagens do
Inquérito à Arquitetura
Regional Portuguesa,
produzida pela Fundação
EDP, foi apresentada no
Centro de Artes Visuais de
Coimbra. (3)
Olhares contemporâneos
sobre o passado
A sumptuosa Capela de S.
João Baptista, encomendada
por D. João V, sobreviveu
ao terramoto de 1755 e foi
a evocação deste processo
e dos seus vestígios que
deu origem à exposição A
Encomenda Prodigiosa. Da
Patriarcal à Capela Real de São
João Baptista. Esta foi uma
das exposições que marcou
a programação de 2013 do
Museu Nacional de Arte
Antiga (MNAA). Reconhecido
como o principal museu
português no domínio do
património histórico-artístico,
o MNAA conta com o apoio
mecenático da Fundação
Orquestra
Sinfónica Juvenil:
formação
de excelência
EDP para a programação
de exposições temporárias,
desenvolvimento de
atividades e disponibilização
do seu acervo. Em 2013,
a relação entre as duas
instituições materializouse também na segunda
edição do projeto MNAA
Olhares Contemporâneos –
Residência Fundação EDP,
no âmbito da qual todos os
anos artistas são convidados
a criar nos espaços do
MNAA e a apresentar aí as
suas obras, estabelecendo
uma relação entre a
criação contemporânea e o
património. (6)
A Orquestra Sinfónica
Juvenil (OSJ) celebrou
40 anos de atividade
ao serviço da formação
profissional de excelência
de centenas de jovens
músicos. Atualmente, conta
com 80 jovens músicos de
grande talento, entre os
12 e os 23 anos. Esta ação
pedagógica e artística de
alto nível conta com o apoio
da Fundação EDP, Mecenas
Principal da OSJ e também
do Programa de Bolsas de
estudo Fundação EDP –
OSJ que apoia a formação
e profissionalização de
jovens de elevado potencial
artístico. (4)
6
Mecenato Cultura • 47
roteir
arte
barra
48 • Cultura Arte nas barragens
o
O Roteiro de Arte Pública e Arquitetura é um projeto
inédito que transforma obras imponentes, como
são as barragens, em improváveis obras de criação
artística contemporânea. A intervenção de grandes
nomes da arquitetura e das artes plásticas nacionais
em barragens permite assim criar um produto turístico
único no mundo. Criando ainda mais património,
gerando valor económico para as regiões.
Este roteiro nasceu nas barragens de Trás-os-Montes
e estendeu-se ao Alqueva em 2013, com uma
escultura do artista João Louro.
gens
Arte nas barragens Cultura • 49
Souto de Moura
Siza Vieira
Eduardo Souto de Moura, distinguido com o Prémio Pritzker da
Arquitetura em 2011, desenhou o edifício sede da central hidroelétrica
em Foz Tua. Tendo como pano de fundo a barragem, a obra será
integrada na sua envolvente natural, mantendo-se o corte original
do monte e respeitando a harmonia do vale. Ficando dissimulada, a
central será coberta com solo, no qual serão plantadas oliveiras.
Álvaro Siza Vieira assina o projeto de uma central hidroelétrica da
barragem do Sabor. Mais uma obra a cargo de um Prémio Pritzker da
Arquitetura (2012).
50 • Cultura Arte nas barragens
João Louro
Joana Vasconcelos
É uma das artistas já convidadas a participar no Roteiro de Arte Pública
e Arquitetura. Joana Vasconcelos, que foi Prémio Novos Artistas
Fundação EDP em 2000, irá criar uma obra de arte para uma barragem
da bacia do Douro. Junta-se assim a nomes como Pedro Cabrita Reis,
Pedro Calapez e João Louro, artistas que deixaram já a sua marca nas
barragens de Bemposta, Picote e Alqueva, respetivamente.
O artista João Louro “inscreveu” na
larga paisagem de água que a barragem
do Alqueva fez nascer na planície
alentejana, uma simples frase: “ON A
CLEAR DAY YOU CAN SEE FOR EVER.”
Erguida na margem do paredão da
barragem, numa zona de descanso dos
visitantes, essa frase destaca as suas
letras sobre a água e o céu e estabelece
uma presença altamente cenográfica.
É uma frase recortada em aço Corten,
com 61,4 metros de comprimento, em
que cada letra tem dois metros de altura.
Os elementos naturais criam fundos em
constante mudança que reforçam as
intenções heroicas e positivas do que
é dito: Num dia claro podemos ver ou
veremos para sempre. A frase – citada do
título de uma comédia musical de Vicente
Minnelli – diz-nos que o dia claro tem que
existir no interior de cada um de nós; só
assim poderemos pensar e construir,
sem nuvens, o nosso futuro.
Arte nas barragens Cultura • 5'
ciênciaeenergia
museu
eletrici
52 • Ciência e Energia Museu da Eletricidade
Um espaço inédito
de fusão de energia,
ciência e artes
u da
dade
O Museu da Eletricidade
continuou a afirmar-se, em
2013, como um dos mais
visitados do País. Edifício
classificado de grande valor
arquitetónico, que tem
como objetivo preservar a
história e o património da
Central Tejo, o Museu está
no centro de uma estratégia
que alia ciência e artes. E de
uma missão que privilegia
a promoção da literacia
científica e o combate ao
défice de cultura científica em
Portugal. É por isso que, a par
da sua exposição permanente
e das 11 exposições de artes
plásticas que apresentou em
2013, o Museu da Eletricidade
é parceiro e palco de várias
iniciativas e projetos que
promovem a investigação e a
divulgação do conhecimento,
em especial junto da
comunidade escolar.
192,5
mil
visitantes
em 2013
Museu da Eletricidade Ciência e Energia • 53
Um dos
museus
+
visitados
do país
5
9
5
8
5
em
Pessoasiadas
u
visitas g013
2
m
e
54 • Ciência e Energia Museu da Eletricidade
192480
199771
139330
191310
130307
113792
67723
Crescimento do n.º de visitantes
no Museu da Eletricidade
Rankings 2013
192480
Museu
Nacional dos
Coches*
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
189015
124697
Museu
Nacional
do Azulejo*
Museu da
Eletricidade
Museu
Nacional de
Arte Antiga*
101639
* Os 3 museus públicos com mais visitantes
Visitas guiadas
O serviço educativo do Museu da Eletricidade dinamiza, ao longo de
todo o ano, um programa de visitas guiadas dirigidas ao público em
geral e, em particular, ao universo escolar, com conteúdos adequados
aos vários níveis de ensino e programas curriculares. As visitas incidem
na história da Central Tejo e na evolução das energias, num contexto
de conhecimento de experimentação. O Museu oferece também visitas
guiadas às exposições de artes plásticas que apresenta.
Ateliês e workshops
Em 2013, a programação do Museu da Eletricidade ofereceu mais de 30
ateliês e workshops diferentes, nas áreas das artes e das ciências.
A maioria destas atividades é dirigida a crianças e jovens.
“O melhor museu
científico que já visitei.”
Alemanha, março de 2013
“Este museu seria a minha
primeira recomendação a
quem visita Lisboa.”
Holanda, janeiro de 2013
“Muito informativo
quanto à história da
eletricidade. Oferece uma
série de experiências
muito interessantes para
crianças e adultos mal
informados.”
Austrália, julho de 2013
Um dos 10
melhores
museus
de Portugal
Os utilizadores do site de viagens
Tripadvisor elegeram, em 2013, o
Museu da Eletricidade como um dos
10 melhores de Portugal. Os visitantes
destacaram, entre outras facetas, a
monumentalidade e a conservação
do edifício, a originalidade da
exposição permanente e a qualidade
das exposições temporárias.
“É muito mais do
que um museu de
eletricidade, uma vez que
é uma central elétrica
totalmente preservada.”
Bélgica, abril de 2014
Museu da Eletricidade Ciência e Energia • 55
apoiar a
AS ESCOLAS ESTÃO NO CENTRO DO NOSSO APOIO A PROJETOS
Estágios para universitários
no Museu da Eletricidade
No primeiro trimestre de 2014, 365 jovens candidataramse ao programa de estágios que o Museu da Eletricidade
proporciona a cada semestre. Iniciativa da Fundação
EDP, gerida pela Fundação da Juventude, o PEJAME –
Programa de Estágios Jovens Animadores no Museu da
Eletricidade – faculta estágios a estudantes universitários,
entre os 18 e os 25 anos, que se encontram a frequentar
preferencialmente cursos nas áreas da Ciência e das
Artes. Os estágios decorrem em contexto real de trabalho
durante um período de seis meses, ao longo do qual
os jovens adquirem conhecimentos em áreas como
Museologia, História e Arquitetura da Central Tejo, História
das Eletricidade e Fontes de Energia e competências
como gestão de públicos, planeamento e técnicas de
comunicação, entre outras. Mais de 140 estudantes já
participaram neste programa iniciado em 2006.
Jovens Cientistas e Investigadores
competem com 100 projetos
A Fundação EDP é parceira do Concurso Jovens Cientistas
e Investigadores desenvolvido anualmente pela Fundação
da Juventude. Esta é uma das principais competições
nacionais dirigidas a estudantes das áreas da ciência
aplicada, convidados a desenvolver e a apresentar os seus
projetos científicos numa mostra que se realiza todos os
anos no Museu da Eletricidade. Em 2013, uma centena
de projetos foram apresentados por 255 alunos e 66
professores de 39 escolas de todo o país.
Aprender em ambiente
de laboratório
A Fundação EDP é mecenas do Centro de Ciência Júnior,
em Cantanhede. Trata-se de um conceito inovador
entre os centros e o museus de ciência que possibilita a
formação e a experiência em ambiente de laboratório a
alunos entre os 6 e os 18 anos. No primeiro período do ano
letivo 2013-2014, este centro desenvolveu atividades com
780 estudantes.
56 • Ciência e Energia Museu da Eletricidade
ciência
DE CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Olimpíadas da Física: 930 alunos
a concurso em 2013
Em setembro de 2013, quatro estudantes portugueses
destacaram-se nas Olimpíadas Ibero-americanas de Física,
na República Dominicana, nas quais participaram 66
alunos de 19 países. Os jovens portugueses representaram
escolas de Lisboa, Aveiro e Porto, e regressaram a Portugal
com uma medalha de prata, uma de bronze e duas
menções honrosas. Esta competição internacional é o
culminar de uma competição nacional que, em Portugal,
é organizada, desde 2008, pela Sociedade Portuguesa
de Física em parceria com a Fundação EDP. Mais de 200
escolas nacionais envolvem-se todos os anos neste
concurso científico que, em 2013, foi disputado por 930
alunos, acompanhados por 320 professores. Destes, 69
estudantes e 30 docentes participaram na final nacional
das Olimpíadas da Físicas que se realizou no Museu da
Eletricidade.
Museu acolhe mais
de 200 eventos
Conferências, espetáculos, lançamentos de livros.
Em 2013, o Museu da Eletricidade acolheu nos seus
espaços mais de duas centenas de eventos cujo
propósito se cruzou com aquela que é a missão da
Fundação EDP nas áreas da Cultura, da Ciência e
Energia e da Inovação Social. É o caso do concerto
dos alunos bolseiros da Orquestra Sinfónica Juvenil
apoiados pela Fundação EDP que, a 26 de maio,
atuaram para uma plateia de 500 pessoas, da Festa
da Criança que juntou mais de oito mil pessoas
nos jardins do Museu da Eletricidade e de duas
edições do Dia Verde, iniciativa dedicada às grandes
causas da sustentabilidade que, a 26 de maio e 22
de setembro, reuniu cerca de cinco mil pessoas no
âmbito de um programa composto por workshops,
música, atividade desportivas e de bem estar e
mercados de produtos biológicos, entre outros.
Museu da Eletricidade Ciência e Energia • 57
Estamos a
Centro de Artes
Um polo cultural e tecnológico
de excelência
Em dezembro de 2013, no campus do Museu da Eletricidade,
tiveram início as obras que estão a fazer nascer, junto ao
Museu da Eletricidade, um novo equipamento cultural de
excelência que traduz aquela que é a vocação e ambição
da Fundação EDP: a criação de novos públicos, a promoção
do talento artístico e da criatividade, a criação de parcerias
e de modelos de co-criação nacionais e internacionais que
aportem valor ao país. Com uma área bruta de construção
de 6392 metros quadrados e uma superfície de implantação
de 7487 metros quadrados, este novo espaço vai contar com
salas para exposições, serviço educativo, reservas de arte,
auditório, restaurante e espaços para residências artísticas.
58 • Ciência e Energia Centro de Artes
criar um novo
e Tecnologia
Um edifício ícone,
uma arquitetura única
Uma aliança de vanguarda entre o presente e o futuro. O
Centro de Artes e Tecnologia nasce lado a lado com o Museu
da Eletricidade, edifício do início do século XX considerado
um exemplar único do património arquitetónico e industrial
em Portugal. E que poderá assim afirmar ainda mais a sua
vocação de polo de divulgação científica. O novo edifício
surgirá como um espaço de vanguarda. A sua arquitetura
orgânica criará uma forma topográfica que combina com
a paisagem, estabelecendo uma relação fluida e natural
entre a cidade e o rio, que atrairá ainda mais pessoas à zona
ribeirinha e melhorará a relação entre a cidade e o rio. Será
um edifício virado para fora − para as pessoas de Lisboa, para
os visitantes culturais e para os turistas em geral.
Um novo símbolo para
a cidade de Lisboa
Um equipamento de características únicas e um novo
símbolo para a cidade de Lisboa, que poderá proporcionar
ofertas nas áreas artística, cultural e tecnológica ao nível
das grandes cidades europeias.
Centro de Artes Ciência e Energia • 59
acesso à
60 • Ciência e Energia Acesso à energia
Inclusão social
à escala global
Desenvolvemos e testamos soluções
inovadoras que, através do acesso a
fontes de energia renovável, promovem
o progresso e melhoria das condições de
vida de populações que são consideradas
como estando na “base da pirâmide” do
Desenvolvimento Humano.
A exclusão elétrica dificulta o acesso
a serviços básicos de saúde e educação,
condiciona a segurança das pessoas e
comunidades e limita o desenvolvimento
económico. Uma missão que iniciámos em
2010, no campo de refugiados de Kakuma, no
Quénia, em parceria com o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados. E que
levámos já a comunidades na Guiné-Bissau,
Angola e Brasil.
Uma inovação social que o Grupo EDP
integrou, no início de 2014, no seu modelo de
negócio para potenciar novas oportunidades
de internacionalização em países que
ainda mantêm parte significativa das suas
populações rurais sem acesso à eletricidade.
energia
Acesso à energia Ciência e Energia • 61
Soluções inovadoras
O PROBLEMA
1/5 da população mundial não tem acesso a eletricidade
A IMPORTÂNCIA
Mais rendimentos
Novos negócios • Mais horas de trabalho
Mais educação
Acesso a tecnologias de informação • Mais horas de estudo
Mais saúde
Vacinas • Refrigeração • Bombas de água potável
Mais segurança
Iluminação pública
A SOLUÇÃO – ENERGIA SOLAR
Mais barata do que as fontes tradicionais o que a torna
acessível para as populações na “base da pirâmide”
PRIMEIRO DESAFIO – KAKUMA, QUÉNIA
• Grupo EDP implementou um projeto de A2E (“Acess to
Energy”, i.e, Acesso à Energia) num campo de refugiados.
• Projeto desenvolvido com o envolvimento da comunidade:
soluções desenhadas em conjunto, sistema à base de taxa
de utilização, formação e capacitação, recursos e parcerias
locais, monitorização e avaliação.
• Entrega de lanternas solares a estudantes que as utilizam
para estudar à noite em casa mas que têm de ir à escola para
recarregá-las: mais assiduidade, mais horas de estudo, maior
segurança no caminho entre a casa e a escola.
• Instalação de sistemas de energia solar em habitações,
iluminação pública, fornos, bombas e purificadores de água.
• 6 mil refugiados e 300 famílias apoiadas. Poupanças
de 50 mil litros/ano de combustível e 700 toneladas/ano
de emissões de C02 evitadas.
ANGOLA – CABIRI
A Fundação EDP concluiu a primeira “aldeia solar” em
território angolano, em Cabiri, a norte da capital Luanda.
Na aldeia, inaugurada já este ano, foram instalados sistemas
solares fotovoltaicos em 500 habitações familiares e
equipamentos sociais (escola, posto de saúde, centro de
formação, espaço comunitário e um edifício técnico)
e 83 postes de iluminação pública solar.
BRASIL – AMAZÓNIA
Energias renováveis e limpas para 489 famílias.
GUINÉ-BISSAU – BAFATÁ
Acesso a energia em 15 salas de aulas,
para 675 pessoas por ano.
62 • Ciência e Energia Acesso à energia
Um projeto
feito 100%
sem eletricidade
Em 2013, os criativos da agência
de publicidade Leo Burnett
conceberam uma brochura que
explica o papel da Fundação EDP
na área do Acesso à Energia. E
assumiram o desafio de utilizar
apenas energia solar na sua
produção. Trabalharam apenas
com o apoio de luz natural,
fizeram pasta e fabricaram o
papel de forma artesanal. E, uma
a uma, imprimiram manualmente
centenas de brochuras. Todo o
processo foi registado por uma
câmara lomográfica, também
sem recurso a eletricidade. “Um
trabalho que é, em si mesmo, uma
reflexão acerca dos milhões de
pessoas que vivem sem qualquer
acesso à energia – cerca de 1/5
da população mundial”, descreve
Luciana Cani, diretora criativa
da agência. A brochura, que
lhe mostramos nestas páginas,
ganhou já este ano um prémio
internacional de design, atribuído
pela Global Association for Creative
Advertising Design.
g
n
i
k
a
m
of
Acesso à energia Ciência e Energia • 63
A FUNDAÇÃO EDP
barragem
como
património
da
humanidade
Em junho de 2013, o Comité Mundial da UNESCO decidiu que a obra
de construção da Barragem do Tua não afeta de forma irreversível o
Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património da Humanidade.
Uma opinião alicerçada também no conjunto de iniciativas que estão a
ser desenvolvidas ou planeadas para a região, com vista a impulsionar
o desenvolvimento local, a reforçar a sua identidade turística, a criar
empregos e empreendedores e apoiar a cultura e a tradição.
64 • Barragens
NAS BARRAGENS
Barragens • 65
Apoiamos novos negócios
O Prémio Empreendedor Sustentável já apoiou, desde
2010, 169 start ups nas regiões do Sabor e do Tua.
Criam-se novos negócios, dinamizando a economia local
e gerando emprego (ver pp. 20 e 21).
Investimos em projetos sociais
O Programa EDP Solidária Barragens já investiu desde o
seu início, em 2009, mais de 900 mil euros em projetos
que procuram formas inovadoras de sustentabilidade
financeira, gerando um forte impacto social nas regiões
abrangidas pelos novos investimentos hidroelétricos e
diminuindo assimetrias. Em 2013, foram atribuídos mais
200 mil euros a dez projetos sociais. Vários projetos nas
regiões das barragens integram também a rede de hortas
solidárias da Fundação EDP.
Participamos no repovoamento
do interior
São famílias urbanas que optam por trocar a vida agitada
das cidades pelo campo, criando aí o seu próprio negócio.
Em 2013, cinco famílias foram instaladas em Alfândega
da Fé pelo projeto Novos Povoadores que, com o apoio
da Fundação EDP, está desde 2011 em Alfândega da Fé,
na região do Sabor, e mais recentemente em Alijó, na
região do Tua. Este programa pretende atrair e incentivar
a instalação de novas famílias para estes territórios de
baixa densidade populacional, promovendo projetos
de empreendedorismo que dinamizem a economia das
regiões.
66 • Barragens
Formamos empreendedores
nas escolas
A Fundação EDP e a Junior Achievement Portugal
desenvolvem, desde 2009, um programa escolar de
educação para o empreendedorismo, que é considerado
um exemplo de boas práticas pela Comissão Europeia.
O programa A Empresa desafia alunos, entre os 15 e os
21 anos, a criarem uma mini empresa ao longo do ano
letivo, com a ajuda de um professor ou de voluntários
com experiência empresarial. No final, os alunos
apresentam publicamente os seus produtos e serviços
e têm a possibilidade de participar numa competição
nacional e, caso saiam vencedores, numa final europeia.
Este programa potencia a aquisição de competências
empreendedoras – como espírito de equipa, liderança
e comunicação – e incentiva a que alguns dos projetos
desenvolvidos se concretizem em negócios reais.
Dinamizamos a produção agrícola
Em 2013, nove agricultores e quatro produtores ligados
ao vinho, azeite, mel, nozes, queijos e enchidos puderam
desenvolver novas competências e rotinas comerciais.
Pela sua vontade em entrar no mercado de exportação,
alguns destes produtores foram envolvidos numa ação de
divulgação de Trás-os-Montes em Paris, em junho de 2013,
onde deram a conhecer os seus produtos e estabeleceram
contactos com potenciais importadores e distribuidores
para o mercado da saudade. Agricultores e produtores
locais foram também convidados a comercializar os seus
produtos junto dos colaboradores e parceiros do Grupo
EDP que, ao longo do ano, adquiriram 1500 cabazes
regionais. Mais de 5000 cabazes foram adquiridos nos
últimos três anos.
As regiões e as populações abrangidas pelos novos projetos hidroelétricos sofrem de uma crescente desertificação demográfica e são afetadas por fenómenos de exclusão social e económica. A construção de barragens constituiu
um desafio e uma oportunidade de desenvolvimento para as regiões onde
se localizam os projetos. Pelo que o Grupo EDP desenhou e está a implementar
uma estratégia inovadora de aproximação às comunidades locais. Apostando
na Economia Social e nos seus agentes. Estimulando o empreendedorismo.
Promovendo e apoiando iniciativas nas áreas da Cultura e da Educação.
Apostamos na cultura como fonte
de riqueza social e económica
O apoio mecenático da Fundação EDP a entidades como
a Companhia Nacional de Bailado e a Casa da Música
permite que as regiões do interior do país tenham acesso
a espetáculos de bailado de excelência e possibilita aos
alunos da Orquestra Sinfónica Esproarte, de Mirandela,
divulgarem o seu talento num palco privilegiado como é
a Casa da Música, no Porto. Da mesma forma, também os
jovens músicos das Orquestras Nova Geração estão a ser
envolvidos em projetos que lhes permitem atuar fora da
região, e do país (ver pp. 70-71).
O Roteiro de Arquitetura e Arte Pública nas Barragens
é também um exemplo da forma como estamos a intervir
nestas regiões, criando um produto turístico inovador e
único com potencial para dinamizar a economia local (ver
pp. 48-51).
Barragens • 67
orquestras
nova
geração
O VALOR DAS ORQUESTRAS
Reforço das competências gerais das crianças/jovens
• A Orquestra Geração (OG) facilita a comunicação através de meios pouco habituais na escola, encoraja o trabalho em equipa • Ao exigir disciplina e esforço individual permite avanços importantes
na motivação, no rigor, no interesse, no cumprimento de horários e na autoestima de alunos provenientes de meios adversos e com origens sociais desfavorecidas • São de destacar os progressos
no modo como as crianças se autovalorizam e, de algum modo, como perspetivam o seu futuro.
Incremento da identidade
• A OG promove novas experiências relacionais e sobretudo reforça não apenas a autoestima dos
jovens, mas também a autoestima das famílias e até dos profissionais da educação • Reforçam-se
as ligações à escola e desenvolve-se a lógica da comunidade escolar participada e presente.
Desenvolvimento social e inclusão
• A OG cria (e nalguns casos concretiza) expectativas de futuro distintas e desperta para projetos
de vida improváveis nos contextos sociais de origem dos alunos • É uma iniciativa que contribui
claramente para a inclusão e o empowerment de crianças desfavorecidas (e mesmo das suas famílias), e também para a mitigação de riscos de comportamento desviantes.
Cidadania
• A OG incentiva a responsabilidade pessoal e coletiva inerente ao modo de funcionamento de
uma orquestra o que facilita a transposição de princípios de trabalho coletivo e de respeito pelos
colegas para outros contextos.
Excertos de um estudo de avaliação feito pelo Centro de Estudos Geográficos – IGOT da Universidade de Lisboa, em 2012.
68 • Barragens Orquestras nova geração
Sem a Orquestra
Geração, hoje seria
uma aluna rebelde
e mal comportada
Em Amarante, Mirandela e Murça, mais de 160 crianças e jovens
descobriram na aprendizagem da música clássica um novo percurso,
de autoestima e de desenvolvimento pessoal e social, de aquisição
de competências e de progresso escolar. Criadas em 2010, estas três
orquestras constituíram um instrumento de integração social numa
região marcada pela falta de respostas no combate ao insucesso
escolar.
Os resultados obtidos inspiraram os vários protagonistas a dar um
passo em frente. Em 2013, começou a desenhar-se uma orquestra
única que integra as crianças e jovens destes três municípios
transmontanos. Em parceria com a Fundação Gulbenkian começa
assim a nascer a Orquestra Nova Geração. Os primeiros passos foram
dados em junho. A convite do Consulado de Portugal em Paris, a EDP
levou os 15 melhores alunos das orquestras de Amarante, Murça e
Mirandela a atuar nas celebrações do Dia de Portugal. Em outubro
viajaram até São Paulo, no Brasil, onde participaram na gala anual do
projeto Dentista do Bem e mostraram o seu talento musical numa série
de outras apresentações.
Inspirado no Sistema Nacional de Orquestras Juvenis e Infantis
da Venezuela, o projeto Orquestra Geração, com 38 anos de história,
integra hoje cerca de 200 orquestras juvenis com crianças e jovens
provenientes de contextos problemáticos, marcados pelo absentismo
e insucesso escolar e por profundas dificuldades de integração social.
Em Portugal, teve início em 2007 no bairro da Boba, na Amadora.
Uma iniciativa à qual a Fundação EDP viria a associar-se.
Elsa Barros, de 14 anos, integrou
o grupo de 45 jovens músicos
da Orquestra Nova Geração que,
em novembro de 2013, viajou
até São Paulo, no Brasil, onde
fizeram várias atuações públicas.
Em 2010 descobriu a Orquestra
Geração de Amarante e, com ela,
o violoncelo, ao qual dedica hoje,
no mínimo, seis horas por semana,
sem contar com os espetáculos
e concertos em que participa. No
currículo conta já, por exemplo,
com um concerto na Aula Magna
e um no Museu da Eletricidade,
em Lisboa. Elsa conhece todo “um
mundo novo” no qual descobriu
também que conseguia ser aluna de
notas “4” e “5”, deixando para trás
negativas a várias disciplinas e mau
comportamento. “Sem a Orquestra
Geração, hoje seria uma aluna
rebelde e mal comportada”, acredita.
Orquestras nova geração Barragens • 69
Cultura
19
Açores
Ciência
EDP Solidária
38
Leiria
60
Aveiro
138
Porto
14
47
35
21
Guarda
28
22
Bragança
Saúde Criança
Castelo Branco
Viseu
28
Vila Real
Hortas solidárias
Coimbra
57
Braga
Viana do Castelo
Empreendedorismo e negócios sociais
Voluntariado
Presença em 245 concelhos de Portugal Continental, Açores e Madeira
FUNDAÇÃO EDP EM PORTUGAL
14
Madeira
183
Lisboa
70 • 71
53
Setúbal
41
Santarém
27
Faro
19
Évora
16
Beja
14
Portalegre
FUNDAÇÕES DO GRUPO EDP NO MUNDO
REINO UNIDO
Voluntariado
Cultura
FRANÇA
EUA
Voluntariado
Voluntariado
MÉXICO
Inovação social
VENEZUELA
A 21 de junho, as Orquestras Nova Geração,
formadas por crianças transmontanas em
risco de exclusão, representaram Portugal
no Dia da Música em Paris. Uma iniciativa
da Fundação EDP e do Consulado Geral
de Portugal. Em outubro, as orquestras
viajaram até ao Estado de São Paulo, no
Brasil, onde deram vários concertos.
Inovação social
PANAMÁ
Inovação social
ESPANHA
Cultura
COLÔMBIA
Inovação social
Inovação social
Ciência e educação
EQUADOR
Inovação social
BRASIL
Voluntariado
PERÚ
Energia para o desenvolvimento
Inovação social
Cultura
Inovação social
BOLÍVIA
Ciência e educação
Inovação social
PARAGUAI
CHILE
Inovação social
Inovação social
ARGENTINA
Inovação social
Veneza
72 • No mundo
Paris
América Latina
ALEMANHA
Cultura
Uma parceria entre a Fundação EDP e o Vitra Design Museum, em Weil
am Rhein, resultou na exposição Lightopia, na qual diversos designers
e artistas apresentaram obras que refletem a importância cultural da luz.
POLÓNIA
Voluntariado
ROMÉNIA
Voluntariado
ITÁLIA
Voluntariado
Cultura
Joana Vasconcelos representou
Portugal na Bienal de Veneza
2013, com o cacilheiro Trafaria
Praia. Um projeto que teve
o apoio da Fundação EDP.
QUÉNIA
Voluntariado
Voluntários da EDP HC Energia estão a trabalhar na instalação
de um campo solar com 240 painéis para abastecer energia
à aldeia de Nyumbani, onde vivem mil crianças órfãs e cem avós.
Energia para o desenvolvimento
MOÇAMBIQUE
Inovação social
ANGOLA
Energia para o desenvolvimento
Em 2013 a Fundação EDP lançou uma iniciativa de sensibilização para o
empreendedorismo social, facultando o filme Quem se Importa a instituições em
todo o País. O movimento foi além fronteiras e chegou a Moçambique e Angola.
Cultura
Inovação social
Moçambique
Quénia
Alemanha
No mundo • 73
BRASIL
EDP Amiga da Criança
apoia 770 meninos
EDP Solidária: 97 projetos
apoiados desde 2007
Em 2013, 770 crianças foram beneficiadas pelo programa
EDP Amiga da Criança, através de seis projetos que
visaram estimular o desenvolvimento infantil. Entre os
projetos está o “Educando com Robótica” que levou
oficinas de robótica para 120 alunos da rede pública
em Aparecida, e o “Ponte”, que atende anualmente 230
crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade
pessoal e social, em Vitória, no Espírito Santo. O programa
EDP Amiga da Criança apoia projetos que contribuem
para o desenvolvimento pessoal, físico, social e cultural de
crianças e adolescentes.
O Instituto EDP no Brasil promove todos os anos o
programa EDP Solidária para apoiar projetos sociais
que visam a inclusão e a melhoria da qualidade de vida
de pessoas em situação de vulnerabilidade. Em 2013,
este programa apoiou 16 iniciativas com potencial para
beneficiarem, no seu conjunto, 2,4 mil pessoas. Desde
2007, o Programa EDP Solidária no Brasil apoiou já 97
projetos, abrangendo 32,4 mil pessoas.
EDP nas Escolas já beneficiou
mais de 150 mil alunos
O programa visa melhorar a qualidade do ambiente e do
ensino em escolas públicas municipais. Todos os anos, a
EDP entrega kits escolares, promove iniciativas culturais
como espetáculos de teatro nas escolas, e dinamiza
campanhas de sensibilização para o uso racional e
seguro de energia elétrica. A iniciativa, em doze anos, já
beneficiou mais de 150 mil alunos em quase 500 escolas
brasileiras.
74 • A Fundação no mundo Brasil
Cultura: projetar artistas
brasileiros e portugueses
O Instituto EDP promove anualmente um prémio que
divulga novos talentos das artes plásticas brasileiras e
dinamiza exposições para projetar artistas brasileiros e
portugueses. Em 2013, entre outras, foi apresentada a
exposição Manoel de Oliveira: Uma História do Cinema,
organizada pelo Instituto Tomie Othake (um centro
cultural em S. Paulo) e pelo Ministério da Cultura do Brasil.
João Pina, fotógrafo português, foi convidado a apresentar
os seus trabalhos na exposição Luz Portátil Brasil. Luz
Portátil é um projeto de inclusão social que, na sua fase
piloto, distribuiu kits de iluminação solar a 300 famílias,
sem acesso à rede elétrica, residentes numa reserva
isolada no estado do Pará. Uma parceria entre entidades
públicas e privadas brasileiras e norte-americanas, onde
o Instituto EDP marca presença. O projeto Luz Portátil já
permitiu fornecer energia a cerca de 1650 pessoas em
16 comunidades. O fotógrafo envolveu-se no quotidiano
das comunidades da Amazónia e usou a iluminação da luz
portátil para fazer as fotografias.
ESPANHA
2013: nasce a Fundación EDP
A Fundación EDP foi constituída em 2013 pelas empresas
do Grupo EDP que operam em Espanha e tem a sua
origem na Fundación Hidrocantábrico. Nasce para
desenvolver e apoiar iniciativas de natureza social,
cultural, ambiental, educativa e científica. Em 2013 as
iniciativas por si desenvolvidas ou apoiadas traduziram-se
num investimento social de 3,8 milhões de euros.
Apoio aos Prémios Príncipe
de Asturias
A Fundación EDP apoiou a Fundación Príncipe de Asturias
na atribuição dos prestigiados prémios que esta entidade
concede a personalidades mundiais nas áreas das
artes, comunicação e humanidades, letras, desporto,
ciências sociais, investigação científica e técnica,
cooperação internacional e concórdia. Em 2013 foram
premiados figuras como Peter Higgs, François Englert,
Michael Haneke, Anne Leibovitz, Antonio Muñoz Molina,
Saskia Sassen e instituições como o CERN ou a Once. A
Fundación apoia ainda entidades e iniciativas culturais
relevantes como o Museu Guggenheim de Bilbau e o
Festival Internacional de Santander, entre outros eventos.
Promover a formação
de crianças e jovens
A Fundación EDP contribui anualmente para a formação
de jovens universitários, sendo responsável pelo maior
programa de bolsas a alunos da Astúrias, abrangendo
mais de 300 estudantes. Também o ensino básico,
nos 1º e 2º ciclos, é objecto de especial atenção com o
programa “¡Viva nuestra Energía!”, uma iniciativa focada
no ensino da utilização racional da energia, bem como na
importância das energias renováveis, que chegou já a mais
de 88.000 crianças.
Voluntariado em nome de causas
sociais e ambientais
Três toneladas de resíduos e cerca de 200 pneus foram
removidos por um grupo de voluntários do reservatório
de Pilotuerto, nas Astúrias, que trabalharam em parceria
com associações locais de pescadores e de defesa
do ambiente. Esta foi uma entre muitas iniciativas de
voluntariado que os colaboradores da EDP em Espanha
levaram a cabo em 2013, contribuindo para causas
ambientais, como a plantação de cerca de 25 mil árvores
e a colaboração com associações de pescadores para o
repovoamento piscícola, e para causas de cariz social,
com iniciativas como a realização de obras em instalações
da Cáritas.
Espanha A Fundação no mundo • 75
parceiros e amigos
76 •
AJU
1000 Rostos
A Âncora - Lar de Rapazes
A Casa do Caminho
AANP
ABAE
ABEI
ABLA
ACAF
ACAPO
Accenture
Acreditar
ACRS
ADAI
ADAV
ADEIMA
Adenorma
ADERE
ADICE
ADSCCL
Afacidase
AFID
Agrupamento de Escolas de Murça
Agrupamento de Escolas de
Tortosendo
Agrupamento de Escolas de Viseu Sul
Agrupamento de Escolas Pêro Vaz de
Caminha
Ajuda de Berço
Ajudaris
ALADI
Althum.com
American Club of Lisbon
AMI
ANAI
ANDC
Apatris 21
APAV
APCB
APCD
APCL
APDC
APMHIS
Apordoc
APPACDM Castelo Branco
APPACDM Mirandela
APPACDM Porto
APPACDM Soure
APPDA-Norte
AREP
ArteMir
ASCTE
ASPREA
ASSIS
Associação Acesso Cultura
Associação Ambiental Arméria
Associação Centro Jovem Santo Adrião
Associação Coração Delta
Associação Cozinha com Alma
Associação Cultural e Social do Amieiro
Associação das Escolas Jesus Maria
José
Associação das Obras Sociais de São
Vicente de Paulo
Associação de Alcoólicos Recuperados
de Santa Maria da Feira
Associação De Amigos por uma
Comunidade Inclusiva em Sanguedo
Associação de Desenvolvimento Social
e Cultural dos Cinco Lugares
Associação de Escolas de Surf e
Surfcamps de Peniche
Associação de Promoção Social
Recreativa Desportiva e Humanitária de
Maceira
Associação ERID
Associação Fazer Avançar
Associação Gondomar Cultural
Associação Juvenil Ponte
Associação Juvenil Transformers
Associação Lavoisier
Associação Leque
Associação Mais Cidadania
Associação Marias
Associação Mundos de Vida
Associação Novo Futuro
Associação para o Desenvolvimento
Social e Comunitário de Santarém
Associação Prevenir
Associação Princesa Leonor
Associação Protectora Florinhas da Rua
Associação QE
Associação Renovar a Mouraria
Associação Salvador
Associação Social e Cultural da
Freguesia de Britelo
Associação Sociocultural Terapêutica
de Évora
Associação Sons da Lusofonia
Associação Terra dos Sonhos
Associação Trienal de Arquitectura
Associação Turismo de Lisboa
ATACA
Atitude
ATL da Galiza
Banco Alimentar Contra Fome
Beira Serra
Biocant Park
Bragalux
Brandline
Brigada do Mar
Cabeças no Ar e Pés na Terra
CADIn
CAIS
Caixa Seguros
Cajixira
Call to Action
Caminhar
Cáritas da Ilha Terceira
Cáritas Diocesana de Coimbra
Cáritas Leiria-Fátima
CASA
Casa Bernardo Sassetti
Casa da Criança de Santo António
Casa de Saúde do Telhal
Casa do Gaiato
Casa do Menino Deus
Casa do Povo do Curral das Freiras
Casa Santa Isabel
Cascais Ambiente
CEDEMA
CENSO
Centro Acolhimento Temporário “A
Buganvília”
Centro Comunitário São Cirilo
Centro Cultural de Amarante
Centro de Acolhimento João Paulo II
Centro de Acolhimento Temporário
Rebelo Duarte de Louredo
Centro de Artes Visuais de Coimbra
Centro de Dia da Vila da Ponte
Centro de Dia de S. Mamede
Centro de Paralisia Cerebral de Beja
Centro Hospitalar da Universidade de
Coimbra
Centro Jovem Tabor
Centro Juvenil de S. José
Centro Paroquial de Assistência da
Freguesia de Pardilhó
Centro Paroquial do Cachopo
Centro Paroquial e Social Santa
Marinha de Avanca
Centro Português de Fundações
Centro Social Cultural e Recreativo de
Quimbres
Centro Social D. Abílio Vaz das Neves
Centro Social e Paroquial de Sambade
Centro Social e Paroquial do Carregado
- São José
Centro Social Paroquial de Cristo Rei
Centro Social Paroquial Nossa Senhora
da Conceição
Centro Social Paroquial S. Silvestre do
Gradil
CER Porto
CERCIAG
CERCIGAIA
CERCILEI
CERCIMAC
CIES - ISCTE
Círculo de Bellas Artes
Círculo Musical Português
CIRE
CITYGÁS - Infraestruturas de Gás
CLAP
CM Cascais
CM de Alfândega da Fé
CM de Lisboa
CM de Mondim de Basto
CM de Sabrosa
CM de Sesimbra
CM de Vieira do Minho
CM de Vila Nova da Barquinha
CM do Porto
CM Figueira Foz
CM Matosinhos
CM Peniche
CM Seia
CM Sintra
CM Terras do Bouro
CM Vila Real de Santo António
Companhia Nacional de Bailado
Centro Nacional de Cultura
Comendador Rui Nabeiro
Comissão de Protecção de Crianças e
Jovens de Miranda do Douro
Comité Nacional do ICOM
Comunidade Vida e Paz
Consulai
Cor é Vida
Coração Amarelo
Corpo Nacional de Escutas
Corporate Citizenship
Cremascoli, Okumura e Rodrigues
Arquitectos
Crescer Bem
CRIO
Cruz Vermelha Portuguesa
Cruz Vermelha Portuguesa de Braga
Cruz Vermelha Portuguesa de
Guimarães
Cruz Vermelha Portuguesa de Macieira
de Rates
Cruz Vermelha Portuguesa de
Matosinhos
DHL Supply Chain
E.I.P. - Electricidade Industrial
Portuguesa, SA
EDIA
Edições Tinta da China
EIH
EMAC
Energia com Vida - Escolas Solidárias
Entreajuda
EPIS
Escola Básica e Jardim de Infância de
Ribeiradio
Escola de Judo Nuno Delgado
Escola EB1 - Praias do Sado
Escola EB1/JI do Fujacal
Escola Secundária Frei Heitor Pinto
ESCS
Escuteiros de Peniche
Eurobest
European Foundation Centre
Fajudis
FASVS
Federação Associações de Dadores de
Sangue
Floresta Unida
Fórum Eugénio de Almeida
Fundação Benfica
Fundação Bernardo Barbosa
Fundação Betânia
Fundação Calouste Gulbenkian
Fundação Carmona e Costa
Fundação Casa da Música
Fundação Cristina Masaveu Peterson
Fundação Claude e Sofia Marion
Fundação da Juventude
Fundação de Serralves
Fundação do Gil
Fundação Gomes Teixeira
Fundação Inês de Castro
Fundação Luso-Brasileira
Fundação Mário Soares
Fundação PT
Galeria Fernando Santos
Galeria Municipal de Arte de Almada
GARE
GAS Porto
GRACE
Grande Alerta
Grupo de Amigos do Museu Nacional de
Arte Antiga
Grupo Típico Regional Infantil Os
Pauliteiritos de Abraveses
Habitat for Humanity
Have a Nice Day
Horta Seca
Hospital Garcia de Orta
Hospital de Santo António do Porto
ICNF
IES
Impresa
Infoex
Institute of Public Policy Thomas
Jefferson
Instituto de Telecomunicações
Instituto Internacional Casa Mateus
Instituto Politécnico da Guarda
Instituto Profissional do Terço
Instituto Sãozinha
Internato Masculino de Leiria
IPAV
IPO Lisboa
Isisom
IST
IUNA
JICA
Junior Achievement Portugal
Junta de Freguesia de Fridão
Junta de Freguesia de Jou
Kameraphoto
Lar Nossa Senhora do Carmo
Lar Residencial das Fontainhas
Leigos para o Desenvolvimento
Liga Portuguesa Contra o Cancro
Lipor
London Benchmarking Group
Make a Wish
Mamo Filmes
Mimos
MSFT
Mundo a Sorrir
Museu de Arte Contemporânea de
Serralves
Museu do Douro
Museu Nacional de Arte Antiga
Museu Nacional de Arte Contemporânea
Museu Nacional de História Natural e da
Ciência
Museu Nacional Soares dos Reis
Mutualidade de Santa Maria
My Change/ Visão Positiva, Lda
My Planet
NEEB
NFIST
Nossa Terra
Novas Tessituras
O Farol - Centro Social e Paroquial de
Santa Maria
O Joãozinho
O Tecto
Obra ABC
Obra do Frei Gil
Obra do Nazareno
Obra São José Operário
Operação Nariz Vermelho
Ordem dos Arquitectos
Ordem dos Biólogos
Península de Peniche Surf Clube
Perelhal Solidário
Physis
Pista Mágica
POSTEREDE
Pressley Ridge
Prime Book
Produções Fictícias
Produções Fixe
Programa de Conforto Habitacional do
Município de Tabuaço
Projeto CDI
Projeto Eco-Escolas
Projeto Sénior de Artes e Saberes de
Sines
Qualidade de Basto
RE-Food 4 Good
Residência dos Velhinhos das
Irmãzinhas dos Pobres
RTP
Rumo à Vida
Sair da Casca
Salesianos Don Bosco
SAMP
Santa Casa da Misericórdia de Almada
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Santa Casa da Misericórdia de Macedo
de Cavaleiros
Santa Casa da Misericórdia de Mirandela
Santa Casa da Misericórdia de Oliveira
do Bairro
SAOM
SelPlus S.A.
Serviço Jesuíta aos Refugiados
SIC
Silhuetas Difusas
Simplefruit
Sociedade Portuguesa de Física
Sociedade Portuguesa de Química
Sonae
Stone Soup
Suão
Sumol + Compal
Superfície Pictórica
Synergia
Teatro da Politécnica
Teia D’Impulsos
Terra de Linho
Terra Premium
TESE
TSF
Turma do Bem
Unidade Infinita
Universidade do Porto
UTAD
Valoriza
Venerável Ordem Terceira de Nossa
Senhora do Monte do Carmo da Cidade
de Setúbal
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