UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM FOCO
EM RAÇA E GÊNERO
POLO DE CONSELHEIRO LAFAIETE
ELIETE APARECIDA RODRIGUES
EDUCAÇÃO, O PILAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS
JUSTA E IGUALITÁRIA
Conselheiro Lafaiete
2012
ELIETE APARECIDA RODRIGUES
EDUCAÇÃO, O PILAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS
JUSTA E IGUALITÁRIA
Monografia apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Educação para
Diversidade da Universidade Federal de
Ouro Preto, como requisito parcial à
obtenção do grau de Especialista em
Gestão de Políticas Públicas em Gênero e
Raça.
Orientadora: Ana Amélia Chaves Teixeira
Adachi
Conselheiro Lafaiete
2012
Errata
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo, a
minha filha e a todos aqueles que ao meu
lado sempre me deram amor, carinho e
ânimo para seguir em frente.
Eliete.
AGRADECIMENTO
A Deus pela plenitude do meu viver, à UFOP (Universidade Federal de
Minas Gerais) pelo aprofundamento do meu ser, à orientadora e tutora
Ana Amélia que me orientou em toda a pesquisa deste trabalho, a qual
sem ela não poderia concluir. A todos da plataforma de Conselheiro
Lafaiete, inclusive as tutoras as quais sempre me lembraram das datas e
encontros presenciais. Ao meu esposo que me acompanhou e sempre
esteve ao meu lado incentivando e ajudando-me nessa pesquisa. E a
minha filha que é a luz do meu existir.
“Alguns dentre nós não recebemos na
nossa educação e formação de cidadãos,
de
professores
e
educadores,
o
necessário preparo para lidar com o
desafio
que
a
problemática
da
convivência com a diversidade e as
manifestações de discriminação coloca
quotidianamente
na
nossa
vida
profissional.”
(Munanga, 2001, p. 7)
Lista de abreviaturas e símbolos
API - Ações Pedagógicas Inclusivas
CEERT - Centro de Estudos das Relações de trabalho
Dieese
-
Departamento
Intersindical
de
Estatística
Socioeconômicos
FGV - Fundação Getúlio Vargas
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
e
Estudos
RODRIGUES, Eliete Aparecida. Educação, o pilar para uma sociedade
mais justa e igualitária. Ufop
RESUMO
Este estudo aborda o preconceito racial e a educação como pilar
de uma sociedade mais justa e igualitária. É ressaltada a discrepância na
pirâmide social ao compararmos a classe alta com a pobre. Constatamos
que a desigualdade é tamanha e que isto não se atém somente a renda
per capita, mas também está entranhada no âmbito cultural. Essa
desigualdade é maior quando se trata da cor da pele, no caso do negro/a
e sua situação socioeconômica e cultural.
Acredita-se ser a educação a força motriz e norteadora para uma
sociedade mais justa e igualitária. Podemos dizer que é o apêndice que
conduz um povo a formar a sua cidadania e conscientização. Somente
uma educação antirracista pode promover a construção efetiva da
cidadania e da democracia brasileira. Os educadores necessitam
contemplar no interior das escolas a discussão acerca de nossa
diversidade racial. Nessa linha é preciso o fortalecimento de material
didático-pedagógico antirracista e preparação dos professores para que
possam atuar no combate ao preconceito e à discriminação no seio
escolar.
É nessa ótica que propomos um estudo reflexivo, a fim de
superarmos esse problema, buscando alternativas que reduzem ou pelo
menos amenizem o preconceito em nossa sociedade. Nesse sentido se
faz necessária à conscientização da população, lutando por ações e
políticas afirmativas. Constitui, portanto, o ponto de partida para que seja
abolido este problema em nossa sociedade.
Palavra Chave: educação, desigualdade e preconceito.
Sumário
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10
CAPÍTULO I – Educação, um passo para uma sociedade mais justa.
................................................................................................................. 12
1.1- Educação, redução da desigualdade. ............................................ 12
1.2- A busca da promoção de implementação de políticas públicas
contra o preconceito e o racismo na escola. ......................................... 13
1.3 - Um estigma que impede ascensão social ..................................... 15
1.4 - Representações do negro no livro didático ................................... 16
Capítulo II – Formação do/a negro/a em anos de estudos ................. 18
2.1 - Indicadores da proporção de estudantes negros em relação aos
brancos ................................................................................................. 18
2.2 – A desproporcionalidade e desvantagens do negro no mercado de
trabalho ................................................................................................. 19
2.3.– Preconceito racial em sala de aula com repercussão no mercado
de trabalho ............................................................................................ 20
Capítulo III – Conquista da autoestima................................................. 21
3.1 – Cognitivo não combina com baixaestima ..................................... 21
CONCLUSÃO......................................................................................... 255
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 277
ANEXOS ................................................................................................ 311
INTRODUÇÃO
Diante da estrutura educacional brasileira, nos dias de hoje,
propõe-se aperfeiçoá-la ao ponto de conseguir ofertar uma educação que
favoreça uma melhor inserção do negro/a na sociedade, evitando o
preconceito e a discriminação. Assim, busca-se na educação o meio para
se chegar a uma sociedade mais justa e igualitária, a qual venha a
efetivar uma cidadania, que permita que os valores das pessoas sejam de
interesse comum no nosso meio social.
A educação é o caminho primordial para inserção no mercado de
trabalho e consequentemente na estratificação social. Entretanto o
negro/a é cerceado desde a fase escolar, o que naturalmente já os
impedem de sobressair-se socialmente. Sendo assim, propõe-se uma
reforma no processo educacional, para que o mesmo adote uma gestão
que seja capaz de combater o preconceito no seu próprio seio, ou seja,
de extirpar a discriminação racial logo no cerne da sociedade e assim
promover uma adequada projeção de si mais receptível às diferenças de
raças e que realmente contemple uma cidadania mais extensiva e
universal.
Propõe-se, então, uma análise dos livros didáticos no que
concerne a valorização da pluralidade cultural, uma vez que o negro
representado pelo livro didático deveria como cita Rangel (2001 p.13),
“contribuir efetivamente para a consecução dos objetivos do ensino de
língua materna, tais como vêm definidos em documentos oficiais, como os
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, assim é necessário que ele
abstenha-se de preconceitos discriminatórios e, mais do que isso seja
capaz de combater a discriminação sempre que oportuno,”, ou seja,
incentivar cidadania, produzindo efeitos contra qualquer forma de
preconceitos e discriminações no contexto escolar ou fora dele.
Assim sendo, devemos refletir numa proposta de revisão do livro
didático, pois se observa textos que enfocam a escravidão e pouco se
11
menciona sobre a ocorrência do racismo nos dias de hoje, bem como
sobre a importância da diversidade étnico-racial na história da sociedade
brasileira. Importante trabalhar com o aluno as maneiras como é
manifestado o racismo em nosso meio social, principalmente, no meio
escolar em que o negro sofre muitas rotulações. Dentro dessa ótica a
autora Silva (2002) reporta
as representações observadas no cotidiano de crianças
constituem-se no seu senso comum, elaborado a partir
de imagens, crenças, mitos e ideologias, vindo a formar,
então, a identidade cultural. Sendo assim, o fato de,
muitas vezes, os livros didáticos utilizados em sala de
aula retratarem o negro de uma forma estigmatizada
origina danos ao aluno, que acha normal o racismo e a
discriminação contra as pessoas negras, reforçando-se,
então, ideias racistas dentro e fora da escola.
Para tais mudanças é fundamental um processo que repercutirá
em uma transição de modelo educacional para outro.
A sociedade amparada com esses princípios educacionais,
certamente será mais justa, possibilitando menos desigualdades sociais,
bem como maior expectativa de vida, principalmente ao negro/a que tem
sido a maior vítima da desestrutura de nossa comunidade.
É importante para um maior êxito nesse processo, que uma
reforma educacional se suceda, elencando fatores essenciais para uma
devida preparação dos profissionais, uma gestão de maior amparo
financeiro, metodológico e disciplinar, entre vários outros aspectos, a fim
de corrigirem-se as deficiências que impedem de imperar uma cultura
permeada de valores.
Acredita-se que, dessa forma com esse processo transitório,
poderá ser consolidada uma sociedade com um perfil mais equilibrado e
estruturado, que consequentemente não excluirá tanto “os filhos de sua
Pátria”.
Portanto esse trabalho vem propor um combate à discriminação
racial no Brasil através da Educação, supondo ser esta a força motriz
capaz de condicionar uma nova postura social.
12
CAPÍTULO I – Educação, um passo para uma sociedade
mais justa.
1.1- Educação, redução da desigualdade.
A educação será o principal fator da redução da desigualdade
para a próxima década. Temos uma meta de qualidade da educação para
2021, e se isso for cumprido, esta será a década da educação. A
constatação é do professor Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais,
da Fundação Getúlio Vargas (FGV- 2008), que coordenou um estudo no
qual constatou que a desigualdade social no Brasil atingiu em 2010 o
menor patamar em pelo menos 50 anos. Assim destaca o autor, na
citação que se segue:
A qualidade da educação será o próximo fator para
reduzir ainda mais a desigualdade e a pobreza. O
investimento em educação de qualidade, de educação
técnica é que chamo de Bolsa Família 2.0, que seria um
“upgrade” na rede de proteção social. Esse será o fator
mais importante, destaca o pesquisador Marcelo Neri. –
(Virginia Toledo – Rede Brasil Atual 2011)
Com base nos estudos do professor Marcelo Neri, a educação de
qualidade para todos os cidadãos é fundamental para sanar a
desigualdade em nosso país; outro fator necessário é reduzir do nosso
meio o preconceito e o estereótipo do negro devido a sua cor.
A foto abaixo mostra um dos nossos grandes problemas social, a
pobreza, a precariedade em que se encontra a maior parte da população,
não só os de cor negra, mas também os não-negros.
http://www.alunosonline.com.br/sociologia/desigualdade-social.html
Logo, constatamos que as desigualdades são imensas e só serão
superadas ou amenizadas a partir da implementação de políticas públicas
13
voltadas ao combate das condições economicamente precárias de
alguns.
1.2- A busca da promoção de implementação de políticas públicas
contra o preconceito e o racismo na escola.
Nesse estudo o preconceito que vamos abordar é o racial, isto é,
a raça negra. O negro vem sofrendo desde a escravidão, devido a sua cor
negra associada aos escravos daquela época, por conseguinte, sua
posição de subordinação na sociedade advém desse fato.
Em síntese o negro desde que chegou ao Brasil sofreu com a
injustiça e com a exploração de sua força pelos senhores na época do
Brasil-Colônia. A música Retirantes de Dorival Caymmi retrata bem a
trajetória do negro naquela época o que se pode observar na frase “Vida
de negro é difícil, é difícil como quê!” Segundo Zaluar, “(...) dizia-se que
não eram totalmente humanos, que só trabalhavam a base de chicote e
que precisavam ser domesticados para deixar seus costumes bárbaros,
semeando o racismo no coração dos homens brancos”. (Zaluar,1996,
p.55)
Em conformidade com Moura (1972) “(...) do ponto de vista do
senhor, esses escravos eram iguais a máquinas de trabalho”. Assim,
devemos refletir sobre o fim do preconceito racial, de forma que, haja
mais igualdade, e que a diferença entre os que detêm o poder e aqueles
que são subordinados não seja tão discrepante. Somente através de
ações e implementos de políticas públicas conseguiremos reduzir
tamanha desigualdade.
Nesse sentido segundo afirmação de Guimarães (1998) podemos
observar que: “(...) na arena política mais ampla e coletiva que a luta mais
eficaz pelos direitos humanos pode triunfar de fato, isto é, pode eliminar
as causas mais profundas das violações.” Desse modo, a respeito desta
violação dos direitos humanos, citado pelo autor que naquela época, ou
seja, no Brasil-Colônia, ainda não se tinha consciência de tal violação e a
situação do negro era bastante precária. Hoje essa situação é mais
contestada, uma vez elencada na carta magna, os direitos humanos.
14
Embora seja importante salientar que ainda deparamos com uma
situação de precariedade em relação ao negro, conforme alertado por
Nilma Lino Gomes (2002), da seguinte maneira:
...os alunos e as alunas negras, vistos, dentro da escola,
como portadores de “deficiência” ou de “dificuldade de
aprendizagem”, fatalmente são rotulados como:
“indisciplinados”, “lentos”, “defasados”, “atrasados”. “A
estratégia, dita pedagógica, mais comum a ser adotada
pelas escolas para “solucionar” esse problema tem sido
as salas projetos, as salas especiais, as turmas
experimentais”.(GOMES, 2002, p.)
Segundo Nilma (2002), apesar de reconhecer que já existem
projetos e estratégias pedagógicas a fim de sanar esses problemas,
todavia não são suficientes, pois o racismo está incutido na sociedade
brasileira. A colocação da autora nos conduz a percepção de que a
desigualdade social e racial deparada pelo negro no ambiente escolar é
muito séria e que os próprios educadores ao adotarem tais práticas,
sequer percebem que essas salas são compostas de uma gama de
alunos negros e pobres. Ainda de acordo com Nilma (2002) não
questionam o peso de tal iniciativa na construção da autoestima e da
expectativa escolar desses alunos e de suas famílias.
Enfim o/a aluno/a negro/a é mais uma vítima do preconceito, do
estereótipo, principalmente dentro da escola, pois ali se encontra
professores despreparados para lidar com essas diferenças. O impacto
negativo na criança negra é muito grande, talvez seja uma das causas de
evasão escolar. Pois é fundamental o papel dos pais nesse processo de
combate ao racismo, mas muitos não conseguem superar a imagem de
inferioridade entranhada, assim passam para os filhos o oposto do que
querem. A humilhação e os danos na vida dessas crianças são
monstruosos, pois nada lhe é explicado, ela é colocada na escola e os
próprios colegas a olham de maneira diferente, às vezes fazem algum
gesto ou mesmo se calam quando elas se apropinquam.
15
1.3 - Um estigma que impede ascensão social
Vale ressaltar que a maioria das pessoas negras ocupa uma
classe pobre ou quase miserável e isto as estigmatiza justificando o
preconceito racial existente no Brasil. Alguns autores de livros literários
como Lima Barreto – filho de mestiços, também sofreu o preconceito de
uma sociedade que discriminava as pessoas com base na cor de sua
pele. Em uma de suas obras “Recordações do escrivão Isaías Caminha”,
em 1909, Barreto identifica-se a denúncia do preconceito como uma de
suas preocupações literárias. Conforme citada abaixo podemos perceber
que realmente a cor da pele já era um rótulo e a condição humilde
dificultava qualquer forma de ascensão social.
Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu
nascimento humilde, amaciaria o suplício premente,
cruciante e onímodo de minha cor... Nas dobras do
pergaminho da carta, traria presa a consideração de
toda a gente. Seguro do respeito à minha majestade
de homem, andaria com ela mais firme pela vida a
fora. “Não titubearia, não hesitaria, livremente poderia
falar, dizer bem alto os pensamentos que se estorciam
no meu cérebro”. (BARRETO, Lima. Recordações do
escrivão Isaías Caminha. 1º Capítulo, p.6).
Assim como Lima Barreto, o professor Munanga Kabengele em
sua obra “Rediscutindo a mestiçagem no Brasil” põe em questão os
fundamentos da identidade nacional brasileira, a fim de entender por que
as pessoas negras (consideradas minorias, mas que na realidade é uma
maioria silenciada) não são capazes de construir identidades políticas
mobilizadoras. Segundo Kabengele,
Na vasta reflexão dos filósofos das luzes sobre a
diferença racial e sobre o alheio, o mestiço é sempre
tratado como um ser ambivalente visto ora como o
“mesmo”, ora como o “outro”. Além do mais, a
mestiçagem vai servir de pretexto para a discussão sobre
a unidade da espécie humana. Para Voltaire, é uma
anomalia, fruto da união escandalosa entre duas raças de
homem totalmente distintas. A irredutibilidade das raças
humanas não está apenas na aparência exterior: “não
podemos duvidar que a estrutura interna de um negro
não seja diferente da de um branco, porque a rede
mucosa é branca entre uns e preta entre outros”. Os
mulatos são uma raça bastarda oriunda de um negro e
16
uma branca ou de um
(MUNANGA,1999: pág. 23).
branco
e
uma
negra.
Em consonância com Kabengele nos dias atuais as mobilizações
dos movimentos negros têm aumentado, mas ainda não é suficiente
para reduzir a discriminação racial.
1.4 - Representações do negro no livro didático
De acordo com o CEERT (Centro de Estudos das Relações de
trabalho e desigualdades) foram elaboradas tabelas, em seminários, com
objetivo
de
analisar
as
principais
pesquisas
Banzo,
Tronco
&
Senzala,19991 de Elzi Nascimento e Elzita Melo Quinta, 1999 que tratam
da questão da representação do negro nos livros didáticos e
paradidáticos. As conclusões obtidas em todas as pesquisas realizadas
são as de que a representação do negro é realizada de uma maneira
estereotipada e preconceituosa. Foram ressaltados nessas pesquisas,
outros aspectos, que tratam o negro como cidadão de segunda categoria,
isto é, um ser animalizado e também como o único responsável pela
escravidão, mesmo passados cinco décadas, identificaram-se estas
situações. Assim, verificam-se alguns resultados na tabela que se segue:
Tabela 1
Ano
Autor
Título
1950
Dante Moreira
Preconceito
leite
patriotismo em seis livros
Superioridade da raça branca.
didáticos
O branco tendo uma postura de desprezo e/ou
1957
Bazzanella
Conclusões
racial
e
primários
Negro representado em situação social inferior.
brasileiros.
piedade para com o negro
Valores e estereótipos em
O negro desempenhando funções subalternas.
livros de leitura.
Sempre relacionado à escravidão
1980
Flúvia
Análises
dos
modelos
Em situação de trabalho mesmo quando não
(1975 -
Rosemberg
culturais
na
literatura
desempenhando nenhuma atividade profissional
1985)
infanto-juvenil brasileira.
(mulheres como empregadas domésticas e
homens como trabalhadores manuais).
O negro escravo.
Escassez de multidões mistas, indicando a não
1
NASCIMENTO, Nascimento; QUINTA, Elzita Melo. Banzo, Tronco & Zenzala. Edição1.
Editora: Harbra. 1999.
17
miscigenação e inviabilidade do negro.
Religiosos brancos.
Corpo humano: homem branco e adulto.
Traço tipificador, como se todos os negros
fossem iguais.
1990
Esmeralda
De olho no preconceito:
Inexistência do negro em livros.
Negrão
e
um guia para professores
O negro como categoria social.
Regina
Pahim
sobre o racismo em livros
Branco
para crianças.
branqueamento de objetos antropomorfizados.
Discriminação do negro no
O negro como seres irracionais.
livro didático.
Descontextualização (sem família).
Pinto
1995
Ana
Célia
da
Silva
tido
como
padrão.
Tendência
ao
Associado a animais.
Desempenhando funções subalternas.
Em último lugar.
Menor frequência nas ilustrações e capa e como
personagens principais.
Representado de forma caricaturada.
Maltrapilho e sujo, como se negro e pobre fosse
condições intrínseca.
1999
Chirley Bazilli
Discriminações
personagens
literatura
contra
negros
na
infanto-juvenil
Vinte anos de produção (...) ocorreram (...)
quase inalterações nas tendências, sobre as
relações raciais (...) (p. 101)
brasileira contemporânea.
Fonte: Centro de Estudos das relações de trabalho e desigualdades (Ceert)
acesso dia 14/05/2012 às 24h05mim2.
Desde o início da produção da cana-de-açúcar, na primeira
metade do século XVI, o Brasil começou a escravizar os negros, estes
vinham da África, em porões dos navios, amontoados de forma desumana
para serem utilizados na mão de obra nos engenhos de açúcar.
Aqui eram vendidos pelos portugueses como mercadorias, sendo
que os mais saudáveis valiam mais e os fracos e velhos bem menos.
Quando da abolição, os negros em sua trajetória se encontraram incertos,
diante
de
sua
hierarquia
inferior,
de
sua
condição
miserável,
desvalorizados e excluídos no mercado de trabalho. Portanto o embate
ainda continua nos dias de hoje em que a chamada questão racial tem um
impasse ainda não resolvido, desde a história colonial brasileira, mesmo
2
Disponível em: http://www.slideshare.net/literatoliberato/representao-do-negro-no-livrodidtico . Baseado na tabela acima percebemos a condição do negro como segunda
categoria, isto é, sempre subalterno, podemos focar Tia Nastácia nas obra de Monteiro
Lobato.
18
com a constituição de 1988 em que rege a lei do racismo. Segundo
Munanga (1986, p. 13-14) as primeiras referências de um povo negro de
perfil desfavorável foram criadas pela imaginação fértil do grande
historiador grego Heródoto. Já, por volta do século XV, em meio às
grandes viagens marítimas em busca de novos territórios, se mitificava
uma imagem negativa dos povos da costa africana, com bases nos
relatos do historiador que, entre outras descrições, afirmava a existência
de seres bárbaros semi-homens, semi-animais.
Capítulo II – Formação do/a negro/a em anos de estudos
2.1 - Indicadores da proporção de estudantes negros em relação aos
brancos
No Brasil, o acesso à educação é visto por vários pesquisadores,
tais como: Darci Ribeiro (1986), M. Gadotti (2000) e Antônio Guimarães
(2004) como principal trajetória para grandes oportunidades no mercado
de trabalho e também como possibilidade de aumentar o rendimento
econômico. Segundo Rosana Heringer (2002), a ascendência do
indivíduo está diretamente ligada à escolaridade, por isso a importância
da análise dos anos de estudos do branco em relação ao negro.
A priori, no caderno Saúde Pública (2002) foi constatada a baixa
escolaridade da população brasileira, que é de 5,7 de anos de estudo.
Podemos então inferir que, em média, o brasileiro estuda até o 6º ano.
Isto se refere à antiga 5ª série do ensino básico. Outra constatação
importante é que o branco tem em média dois anos de estudos a mais
que o negro.
Contudo de acordo com a demonstração da tabela abaixo no
período entre 1988 e 1996 percebemos um aumento de anos de estudos
efetivamente cursado pelas pessoas de 15 anos ou mais. Comprovamos
esse aumento na escolaridade dos brasileiros, mas essa ampliação não
corroborou na diminuição da desigualdade racial e a proporção de negros
ainda é baixa tanto no ensino médio quanto no superior. Pois, os
19
indicadores demonstram que o grau de instrução dos negros é quase
quatro vezes menor que a do branco.
Tabela 2
2.2 – A desproporcionalidade e desvantagens do negro no mercado
de trabalho
Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE) e pelo Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) verifica-se uma
realidade bastante difícil enfrentada pelos negros no mercado de trabalho,
em cotejo com a enfrentada pela dos não-negros. Assim, quando se
consideram dados como as taxas de desemprego, as ocupações
subalternas em postos de trabalho e os baixos salários, essa situação se
torna visível.
"O aspecto mais perverso da discriminação no espaço de trabalho
se dá nos processos de promoção ou mobilidade para cargos de chefia,
liderança ou comando, que têm maiores responsabilidades, visibilidade e
remuneração", afirma Mércia Consolação Silva, socióloga e consultora do
Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdade (Ceert).
Realmente, os dados apresentados pelo Dieese mostram níveis de
desproporcionalidade de oportunidade para assalariados negros e os não-negros em ocupações de direção e chefia, além de variações regionais,
quando em comparação aos de algumas regiões metropolitanas
pesquisadas: Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife,
Salvador e São Paulo.
20
De acordo com o Boletim do Dieese em 2002, na região de
Salvador, 10,3% dos negros (pretos e pardos) ocupam cargos de chefia,
já a porcentagem entre os não-brancos (brancos e amarelos) é de 26,6%;
enquanto que na região metropolitana de São Paulo essas proporções
são de 4,4% e 15,7%. Baseado nos dados do Mapa da população negra
no mercado de trabalho no Brasil é importante notar que a presença da
população negra em Salvador (81,8%) é bem maior que a de São Paulo
(33,0%). Sendo assim apesar do contingente de negros ser mais alto,
percebe-se a desvantagem em relação aos brancos no cargo de chefia.
Essa desvantagem do negro acontece desde a abolição, diante
de sua condição desvalorizada e excluída no mercado de trabalho. Logo a
luta continua, ainda nos dias de hoje, em que a chamada questão racial é
uma situação difícil e não solucionada. Mesmo com a constituição de
1988 em que rege a lei do antirracismo, essa situação de discriminação
insiste em permanecer.
Diante disso é que percebemos o quanto a desigualdade racial vai
aos poucos se cristalizando em desigualdade social. É nesse embate que
nos pautamos na busca de ações de políticas públicas para podermos
reduzir essa desigualdade tão visível, mas que muitas vezes preferimos
nos omitir, pois segundo uma reportagem de Orson Camargo (Brasil
Escola, 2012) ele diz que a sociedade brasileira deve perceber que sem
um efetivo Estado Democrático não há como combater ou mesmo reduzir
a desigualdade no Brasil.
2.3.– Preconceito racial em sala de aula com repercussão no
mercado de trabalho
O preconceito racial começa na tenra idade infantil, quando a
criança é inserida no meio social, isto é, nas escolas maternais. Muitas
vezes as escolas não procuram se adaptarem às dificuldades especiais
de
seus
alunos,
quanto
aos
professores,
estes,
na
maioria,
despreparados para trabalhar com a diversidade sociorracial do
educando, acabam não contribuindo para o crescimento de oportunidades
e até mesmo não favorecendo para a promoção social desses indivíduos.
21
Enfim, a escola silencia e se omite diante da problemática, e ao longo do
tempo as crianças negras desistem dos estudos. Como afirma
GUTIERREZ:
[...] a escola, faz política não só pelo que diz, mas
também pelo que cala, não só pelo que faz, mas também
pelo que não faz. Calar o que deve ser proclamado aos
quatro ventos é uma das formas políticas mais frequentes
entre os que têm a ‘faca e o queijo na mão. (1988:22).
Todavia, a educação, sozinha, não resolverá todos os impasses
sociorraciais;
nós,
professores,
devemos
nos
conscientizar
da
essencialidade da formação de educadores, principalmente os das séries
iniciais, a fim de muni-los de meios apropriados para agir como
mediadores conscientes e críticos no processo de ensino aprendizagem
(SILVA, 1996:142). O professor sedimentado de consciência racial é
essencial para a implementação de Ações Pedagógicas Inclusivas (API).
Capítulo III – Conquista da autoestima
3.1 – Cognitivo não combina com baixaestima
De acordo com Célia Maria de Souza Moraes (2002), o
desenvolvimento humano não está pautado somente em aspectos
cognitivos, mas também e, principalmente, em aspectos afetivos. Assim, a
sala de aula é um grande laboratório para que se observe e questione os
motivos pelos quais o convívio escolar entre professor e aluno, muitas
vezes, torna-se desgastado e sem estímulo. Sabe-se que o ser humano
tem grande necessidade de ser ouvido, acolhido e valorizado contribuindo
dessa forma para uma boa imagem de si mesmo. Neste sentido, a
afetividade está intimamente ligada à construção da autoestima. Sendo
assim, sua importância em toda relação é fundamental para os sujeitos
envolvidos. Logo, a relação entre professor e aluno, deve ser mais
próxima possível, pautada em partilha de sentimentos e respeito mútuo
das diferentes ideias. Para OLIVEIRA (1998), o aspecto afetivo tem uma
22
profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar
ou diminuir o ritmo de desenvolvimento e determinar sobre quais
conteúdos e atividades intelectual se concentrará. Na teoria de Piaget, o
desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes:
um cognitivo e outro afetivo que, desenvolvem-se paralelamente. Afeto
inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções
em geral.
Baseadas nas teorias de Piaget (1988) e nas ideias de Oliveira
(1998) pode-se constatar que entre os/as alunos negros/as, a baixaestima
é mais perceptível, pois resulta de um passado histórico, de um povo
ferido pelo estereótipo escravista numa terra chamada Brasil, não
obstante os 500 anos de existência colonizada, abriga uma sociedade
cujas relações de subjugação dos fortes sobre os fracos prevalecem. O
Dr. Rubem Oliven, no Seminário Internacional “Violência e Cidadania”, na
UFRGS, em 1998, afirmou: “Este século termina com problemas cruciais
ligados à discriminação e ao racismo”. Moreira (1997) ainda complementa
a observação feita com a enunciação que se segue:
A reprodução do racismo na escola é um dos temas mais
relevantes da agenda dos movimentos sociais negros,
em todo o país. Não sem razão, evidentemente. Por trás
das altas taxas de infrequência, repetência e evasão
escolar verificada entre as crianças negras, existe um
denominador comum: a estigmatização e a desqualificação delas em razão do racismo (MOREIRA, 1997, p.
102).
3.2 – A inserção da criança no meio escolar
Observando as várias maneiras pelas quais a discriminação racial
se manifesta na escola pública de primeiro grau, Gonçalves (1987)
aborda os mecanismos de funcionamento pedagógico que, segundo ele,
excluem dos currículos escolares a história dos movimentos, isto é, a luta
dos negros na sociedade brasileira, infundindo nas crianças negras, um
23
ideal de branqueamento. Mostra também que a escola chega a remeter à
produção da cultura negra um tom folclórico, fazendo um discurso em que
o tratamento entre a criança branca e negra é igual, escamoteando a
realidade educacional. A escola silencia diante dessa situação e o negro
só é visto quando se trabalha a história do Brasil, retratando os caminhos
percorridos pela escravidão até a abolição, fazendo ressalte da
generosidade dos abolicionistas e do poder instituído. Esquecem ou
omitem seu importante papel de trabalhador braçal, na lavoura, na
cozinha, como operários e de seu talento em geral. Sobre este aspecto, a
fala de Sylvia Egydio, 65 anos, negra, mãe de uma menina e um menino,
é exemplar:
Eles [instituições oficiais de ensino e de memória] veem o
negro escravo. Mas os negros não foram apenas
escravos. Tinham suas famílias, suas crenças, suas
danças, suas comidas. Seu modo de viver. Ninguém
conta a história dos judeus, que também foram escravos,
apenas como escravos. Por que a história do negro tem
que ser sempre a do povo escravizado?.
Esse silêncio é citado por Eliane Cavalleiro (2000) que deixa
claro, em seu livro intitulado “Do Silencio do lar ao silencio escolar:
racismo, preconceito e discriminação na educação infantil”. Nessa ótica
podemos refletir sobre a inserção de crianças negras no meio escolar, o
quanto são discriminadas e tratadas de maneira preconceituosa por
outras não-negras. Assim, podemos destacar:
(...) a relação diária com crianças de quatro a seis anos
permitiu-me identificar que, nessa faixa de idade,
crianças negras já apresentam uma identidade negativa
em relação ao grupo étnico ao qual pertencem. Em
contrapartida, crianças brancas revelam um sentimento
de superioridade, assumindo em diversas situações
atitudes preconceituosas e discriminatórias, xingando e
ofendendo as crianças negras. (...) Essas situações de
discriminação, ocorridas na presença de professores,
chamaram minha atenção. Os educadores não
perceberam o conflito que se delineava. Talvez por não
saberem lidar com tal problema, preferiram o silêncio.
(CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio
escolar. São Paulo: Contexto, 2000. p. 10.)
A situação apresentada no seio escolar é bem omissa, pois a
criança negra já traz em si, isto é, no silêncio do lar, a marca da
estigmatização. A ausência de uma reflexão sobre as relações raciais em
24
nossa escola impede a promoção das relações interpessoais. A falta de
empatia de nosso corpo docente, ou seja, dos educadores brasileiros em
se tratar da discriminação, do preconceito como uma realidade ativa
impossibilita a contribuição para que as diferenças fenótipas sejam
entendidas como aspectos naturais.
25
Conclusão
A sociedade brasileira diante do percurso feito com relação à
discriminação racial tem alcançado resultados positivos, entretanto ainda
hoje predomina esse “mal” que conduz a uma cultura arraigada da
subordinação histórica desse país.
Procurando uma solução mais norteadora que realmente venha a
sanar essa problemática de forma a dissipar o preconceito racial da
sociedade brasileira, acredita-se na efetivação de um processo quase que
revolucionário no seio da sociedade.
Levando em conta que o fator cultural é o espelho de uma
sociedade, é nesse aspecto que se faz necessária uma mudança
baseada na construção de uma cultura que propicie uma sociedade mais
justa e igualitária.
Assim para que esse processo de formação cultural aconteça,
sinaliza-se a educação como principal disseminadora de uma consciência
cidadã. É importante salientar que ela é o pilar na formação de uma
sociedade, mas, infelizmente, o Brasil hoje apresenta muita deficiência
nesse setor, o que requer reformas e mudanças.
Assim
devemos
prepará-la
para
que
as
escolas
sejam
semeadoras de valores que realmente venham efetivar a cidadania em
substituição ao preconceito que ainda arrasta em nossa sociedade.
Dotadas
de
melhor
capacitação
profissional,
gestão
e
metodologia, as escolas objetivarão e projetarão uma sociedade
sedimentada em uma cultura de maiores valores humanos.
Naturalmente que, para atingir esse novo perfil cultural, faz-se
necessária uma transição, pois se trata de implantar um novo modelo
social, que poderá ser um processo em longo prazo, mas que realmente
enriquecerá a sociedade em termos sociais.
Constituída por esse âmbito cultural, a sociedade estará mais
próxima de ser mais justa. Seus resultados poderão ser a menor
desigualdade social, bem como uma população menos preconceituosa,
ou seja, mais receptíveis aos filhos de sua pátria, sobretudo ao negro/a
que constitui a maior parte da sociedade brasileira.
26
Portanto o que se propõe com esse trabalho é exterminar de vez
a discriminação racial que existe nesse país através de um novo modelo
social canalizado em uma educação pautada e dotada de valores
humanos.
27
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09.06.2012
31
ANEXOS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
<http://www.alunosonline.com.br/sociologia/desigualdade-social.html>
TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1
Ano
Autor
Título
Conclusões
1950
Dante Moreira
Preconceito
leite
patriotismo em seis livros
inferior.
didáticos
Superioridade da raça branca.
racial
e
primários
brasileiros.
Negro representado em situação social
O branco tendo uma postura de desprezo
e/ou piedade para com o negro
1957
Bazzanella
Valores e estereótipos em
O
livros de leitura.
subalternas.
negro
desempenhando
funções
Sempre relacionado à escravidão
1980
Flúvia
Análises
dos
modelos
Em situação de trabalho mesmo quando não
(1975 -
Rosemberg
culturais
na
literatura
desempenhando
1985)
infanto-juvenil brasileira.
nenhuma
atividade
profissional (mulheres como empregadas
domésticas e homens como trabalhadores
manuais).
O negro escravo.
Escassez de multidões mistas, indicando a
não miscigenação e inviabilidade do negro.
Religiosos brancos.
Corpo humano: homem branco e adulto.
Traço tipificador, como se todos os negros
fossem iguais.
1990
Esmeralda
De olho no preconceito:
Inexistência do negro em livros.
Negrão
e
um guia para professores
O negro como categoria social.
Regina
Pahim
sobre o racismo em livros
Branco tido como padrão. Tendência ao
para crianças.
branqueamento
Pinto
de
antropomorfizados.
1995
Ana
Célia
da
Discriminação do negro no
O negro como seres irracionais.
objetos
32
Silva
livro didático.
Descontextualização (sem família).
Associado a animais.
Desempenhando funções subalternas.
Em último lugar.
Menor frequência nas ilustrações e capa e
como personagens principais.
Representado de forma caricaturada.
Maltrapilho e sujo, como se negro e pobre
fosse condições intrínseca.
1999
Chirley Bazilli
Discriminações
personagens
literatura
contra
negros
na
infanto-juvenil
Vinte anos de produção (...) ocorreram (...)
quase inalterações nas tendências, sobre as
relações raciais (...) (p. 101)
brasileira contemporânea.
Fonte: Centro de Estudos das relações de trabalho e desigualdades (Ceert)
acesso dia 14/05/2012 às 24h05mim.
<http://www.slideshare.net/literatoliberato/representao-do-negro-no-livro-didtico>
TABELA 2
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EDUCAÇÃO, O PILAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E