À CONVERSA COM...
DE FORA CÁ DENTRO
DEPOIS DO ISEP
Nuno Luz
Melhor Aluno 2008/2009
Luís Braga
(RAR)
Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro
(Evoleo Technologies)
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ÍNDICE
03 EDITORIAL
» João Rocha - Presidente do ISEP
04 A RETER
» ISEP Fora de Portas
» 5ª Conferência Internacional CDIO
» RoboCup 2009
06 EVENTOS
» XIII Encontro de Engenheiros Geotécnicos
» EU/Meeting 2009
» Workshop Análise de Ideias de Investigação
» Água para a Sustentabilidade
» IX Conferência OUTOKUMPU
» Cloud Computing
» Aprofundar Bolonha
» Feira do Emprego e do Empreendedorismo
» Desafio de Empreender no século XXI
04 A RETER
» International Spring Week
12 À CONVERSA COM...
» Nuno Luz: melhor aluno 2008/2009
14 DE FORA CÁ DENTRO
» Luís Braga (RAR)
16 DESTAQUE
» ISEP associa-se aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
19 DEPOIS DO ISEP
» Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro (Evoleo Technologies)
12 À CONVERSA COM...
20 INVESTIGAÇÃO À LUPA
» Dois projectos ISEP patenteados
22 A NOSSA TECNOLOGIA
» GECAD ajuda a prever falências
24 BREVES
» Geotecnia destaca-se em Hong Kong
» João Lima Lopes vence Best Poster Award no Materiais 2009
» Prémio REN 2008
» Carlos Ramos dirige edição especial da revista IEEE
» Seminário sobre Explosivos e Operações de Desmonte
16 DESTAQUE
» ISEP no projecto europeu TERMARED
» Dia Internacional do Museus
» Seminários de Investigação CISTER
» ISEP recebe visita de perito belga em Métodos Electroquímicos
» 2º curso de Segurança da Informação: da Tecnologia aos Processos
» Seminário National Instruments
» Dia Mundial da Criança
» 30º aniversário aeISEP
27 PROVAS DE DOUTORAMENTO
» Jorge Duarte
» Jorge Santos
20 INVESTIGAÇÃO À LUPA
EDITORIAL
EDITORIAL
Mais um ano que se inicia no ISEP. E uma vez mais traçamos, para um futuro próximo, alguns objectivos que consideramos fundamentais cumprir. Em primeiro lugar, é uma das missões primordiais do Instituto fomentar o contacto entre os seus alunos e o mundo empresarial. Para tal, são
inúmeras as parcerias que todos os anos são firmadas com empresas dos mais variados sectores,
de Norte a Sul do país, e mesmo um pouco por todo o mundo. Seja nos programas Erasmus, nas
aulas pontuais com professores vindos de outras instituições, nas conferências e eventos realizados em parceria com tantas outras entidades, o ISEP procura saber dar a conhecer o melhor que
tem e proporcionar aos seus alunos a melhor aprendizagem possível.
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E como para estar bem por fora, temos de estar bem por dentro , o ISEP tenta sempre que
todos os elementos da comunidade tenham ao seu dispor os recursos necessários para a concretização dos seus projectos. As iniciativas de simplificação administrativa que têm vindo a ser
implementadas, com especial destaque neste início de ano para as matrículas dos novos alunos
efectuadas exclusivamente online, constituem uma forma de facilitarmos os processos e a vida
da nossa comunidade, dando-lhes mais tempo para outros assuntos.
Tal como tem vindo a ser registado, o ISEP não descura a sua relação com a comunidade e com
o mundo empresarial. O novo site, o novo filme institucional e as inúmeras actividades realizadas
em prol da sociedade são a prova que o ISEP é uma Escola aberta à comunidade que quer crescer, cada vez mais, em harmonia com o ambiente que a rodeia.
E porque a responsabilidade social é, precisamente, uma das grandes preocupações do ISEP,
apresentamos na edição número oito do ISEP.BI um pouco mais do trabalho desenvolvido no
âmbito do projecto ODM ‒ Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Os testemunhos dos
alunos, a reacção às acções desenvolvidas, tudo descrito neste boletim para que possamos saber
um pouco mais sobre aquilo que o ISEP faz fora de portas, em prol da comunidade.
02
Também de fora chega-nos a RAR ‒ Refinarias de Açúcar Reunidas, que é apresentada neste
boletim pela voz de um ex-aluno do Instituto. É mais um exemplo de empresas que, estando
De fora cá dentro , podem contribuir para a formação pessoal e profissional dos futuros engenheiros.
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APARELHO DE CORRENTES FOUCAULT
MPL242OBJ . MUSEU DO ISEP
Colecção Electrotecnia
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PRENSA HIDRÁULICA
MPL473OBJ . MUSEU DO ISEP
Colecção Civil/Materiais de Construção
Paula Escudeiro e Eduardo Silva são investigados à lupa para nos apresentarem dois projectos
que enchem de orgulho a comunidade do ISEP. São dois trabalhos em áreas muito diferentes,
a robótica e a informática, mas com uma semelhança fundamental: ambos deram origem a patentes. Nesta edição vamos ficar a saber qual o processo pelo qual passa um projecto até ser
patenteado, o caminho que tem de ser traçado e a vantagem de uma distinção deste género.
Nesta edição de regresso há ainda tempo para conhecer um antigo aluno arrojado, uma tecnologia inovadora e um pouco daquilo que aconteceu no ISEP nos últimos meses. Mas para
descobrir mais, o melhor é mesmo folhear as páginas que se seguem e deixar-se levar pelo espírito ISEP.
João Rocha
Presidente
ISEP.BI 08
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FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha
EDIÇÃO ISEP¦DCI - Divisão de Cooperação e Imagem REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP¦DCI¦GD 09
IMPRESSÃO DL-PUBLICIDADE TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07
CONTACTOS DCI¦ISEP - Divisão de Cooperação e Imagem » Rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 ¦ 4200-072 Porto - Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail [email protected]
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A RETER
ISEP FORA DE PORTAS
No seguimento da campanha ISEP Fora de Portas ,
iniciada em Março com a visita do Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA) ao Norteshopping, em Abril
e Maio foi a vez de montarmos exposições interactivas de Engenharia Informática e Engenharia Civil em
Senhora da Hora.
Entre 24 e 26 de Abril, o Departamento de Engenharia Informática viajou até ao Norteshopping para demonstrar as principais novidades da
área. A exposição apostou na interactividade e em personalizar actividades para aos diferentes públicos: dos mais novos aos graúdos; dos
peritos informáticos aos curiosos de passagem.
Entre as várias ofertas na mostra de informática, demonstramos como
se desmonta e monta um computador, explicando pelo caminho quais
são os seus componentes e respectivas funcionalidades; os visitantes
puderam testar vários jogos interactivos e de realidade virtual criados
por alunos de Engenharia Informática da nossa escola e ensinamos ainda a explorar o sistema operativo Linux e demos dicas práticas sobre
como montar um rede doméstica ou preservar a segurança dos computadores pessoais.
O Departamento de Engenharia Civil foi o nosso porta-voz no centro
comercial entre 22 a 24 de Maio. Esta exposição pretendia contribuir
para desvendar alguns aspectos do quotidiano de um engenheiro civil,
mas igualmente ajudar a desmistificar alguns fenómenos do mundo
da construção.
Para os mais novos, concebemos algumas actividades especiais. Através de simulações, medições e experimentações, puderam desenhar
pontes e analisar o seu funcionamento, tirar fotografias termográficas
ou fazer experiências acústicas, entre outras actividades. Por outro
lado, e numa época em que se debate a segurança das construções e o
conforto nos edifícios, esta iniciativa serviu igualmente para esclarecer
dúvidas sobre conservação e restauro de habitações, assim como para
indicar soluções de racionalização energética.
As exposições de Engenharia Informática e Engenharia Civil seguiramse à mostra do Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA), que levou
robôs terrestres e marítimos de busca e salvamento, aviões de monitorização ambiental e algumas estrelas de futebol robótico a Senhora da
Hora. Esta primeira iniciativa tinha servido para mostrar um pouco da
mais avançada tecnologia portuguesa.
A campanha ISEP Fora de Portas insere-se na estratégia de maior
abertura e promoção do diálogo que a nossa instituição tem vindo a
implementar. Enquanto instituição superior de ensino público de engenharia, acreditamos que a tecnologia faz avançar as sociedades e
queremos abrir os nossos casos de sucesso às empresas e às famílias.
As exposições foram também especialmente dedicadas a todos os futuros candidatos ao ensino superior, por representarem oportunidades
únicas para viverem a engenharia de perto.
Entre Março e Maio, o Norteshopping foi um ponto de encontro especial entre as famílias e o ensino superior, um momento para convívio
e para descobrir o que de melhor se faz ao nível da engenharia a nível
nacional.
A RETER
ROBOCUP 2009
ISEPORTO LSA ESTEVE LÁ
A equipa ISePorto, de futebol robótico do ISEP, marcou presença no
RoboCup 2009, que decorreu em Graz, Áustria, entre 29 de Junho e 5
de Julho.
Englobando um simpósio científico, demonstrações e competições
em diversas ligas (desde futebol robótico a busca e salvamento ou
apoio doméstico), a RoboCup 2009 é um dos principais eventos internacionais na área da robótica.
O ISEP participou na prova rainha do futebol robótico, a Middle Size
League, com a nossa equipa de 5 robôs autónomos, totalmente desenvolvida por alunos e docentes. Presentes na competição estiveram
equipas oriundas de mais de 40 países, incluindo algumas das melhores instituições de ensino superior a nível mundial.
5ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
O ISEP participou na 5th International CDIO Conference - Reframing
Engineering Education: Impact and Future Direction. Este encontro,
que teve lugar em Singapura, entre 7 e 10 de Junho, serviu para reunir
algumas das principais escolas mundiais e debater reformas no ensino
superior da engenharia.
A nossa participação pretendeu divulgar alguns contributos inovadores que a nossa escola tem vindo a implementar nos métodos de
ensino/aprendizagem. O ISEP está já numa fase bastante avançada de
implementação de dois cursos com as melhores práticas do CDIO, designadamente a licenciatura e o mestrado em Engenharia Informática.
E duas das apresentações nesta conferência estiveram relacionadas
com unidades curriculares da licenciatura.
Por outro lado, a participação do ISEP aproveitou ainda este encontro
para alertar para o contributo que as escolas de engenharia podem dar
para o cumprimento dos Objectivos do Milénio. Acordados em 2000,
nas Nações Unidas, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
(ODM) definem oito metas concretas para promover o desenvolvimento global até 2015, que vão da redução da pobreza e promoção
do ensino básico universal ao empoderamento feminino ou à sustentabilidade ambiental. O ISEP, enquanto escola pública de tecnologia,
compromete-se com esta causa como parte da nossa responsabilidade
para com o futuro. Juntamente com os nossos parceiros, vamos promover eventos de celebração dos ODM.
A nossa escola participou com a presença de três docentes. Eduarda
Pinto Ferreira e Ângelo Martins foram responsáveis pelas comunicações Active Learning in Large Introductory Classes in Mathematic e
Software Development Process at LEI ISEP . Na conferência, foi ainda
apresentado por Delminda Lopes o poster A Week Long Event of Millenium Development Goals , em antevisão da Semana dos Objectivos
do Milénio, que está a ser organizada para Outubro, no Porto.
O objectivo do consórcio CDIO passa por reformular paradigmas do
ensino da engenharia com vista à formação dos engenheiros do séc.
XXI. Reúne instituições de renome, como o MIT (Massachusetts Institute of Technology), o Politecnico di Milano, a U.S. Naval Academy, o
Singapore Polytechnic, a University of Sidney ou a Chalmers University.
O ISEP é o único representante português neste consórcio.
A presença na RoboCup 2009 foi assegurada por estudantes da licenciatura e mestrado em Engenharia Electrotécnica, acompanhados por
alguns docentes. A equipa ISePorto é uma iniciativa do Laboratório de
Sistemas Autónomos (LSA), um grupo de investigação do ISEP que tem
por objectivo o desenvolvimento de investigação científica nas áreas
associadas à robótica móvel, destacando-se igualmente os projectos
de aeronaves não-tripuladas e veículos marítimos de superfície autónomos.
Desde 2001, o ISEP tem participado em diversos campeonatos e encontros internacionais, evidenciando o que de melhor que se faz em
robótica a nível nacional. Entretanto, está já a ser preparada a viagem a
Singapura para a Robocup 2010.
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EVENTOS
XIII ENCONTRO
DE ENGENHEIROS GEOTÉCNICOS
Realizou-se no passado dia 4 de Abril o XIII Encontro de Engenheiros Geotécnicos. Subordinado ao tema Geotecnia: da Concepção à
Execução , este evento pretendeu proporcionar uma plataforma de
confraternização e troca de experiências entre diferentes gerações de
profissionais.
Realizados de dois em dois anos, os encontros de engenheiros geotécnicos, para além de constituírem um momento de convívio entre profissionais da área, representam igualmente um momento de destaque
para a divulgação das mais recentes evoluções da disciplina. Esta 13ª
edição focou-se nas principais inovações no âmbito da concepção e
execução de obras, com especial atenção ao actual contexto das obras
públicas em Portugal.
Recorrendo a exemplos práticos e casos de estudo de obras significativas, designadamente ao nível do desmonte, obras de terra, escavações
e contenções, obras marítimas e fluviais e geoambiente, abordaram-se
várias soluções alternativas para ultrapassar problemas insuspeitos na
fase de concepção. O objectivo era demonstrar a capacidade pró-activa dos engenheiros geotécnicos para enfrentar desafios.
Entre os conferencistas convidados para este evento, estiveram presentes nomes como João Falcão (ISEP e Tecnasol-FGE), Armando Camelo (ISEP e EDP), Brogueira Dias (ISEP e APDL) Manuel de Matos Fernandes e António Fiúza (FEUP), Ricardo Arez (MSF), Paulo Dias Carvalho
(Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas) ou Cândido Ribeiro (A.
M. MESQUITA).
A actual edição cumpriu ainda, e seguindo a tradição destes eventos,
o objectivo de reunir diferentes gerações de engenheiros geotécnicos,
visando não só a troca de experiência profissional, mas proporcionando também um momento de saudável contacto informal.
No ISEP, são leccionados os cursos de licenciatura e mestrado em Engenharia Geotécnica e Geoambiente.
EVENTOS
EU/MEETING 2009
Entre 29 e 30 de Abril, o European Chapter on Metaheuristics deslocouse ao Porto, onde realizou um workshop subordinado ao tema Debating the Future: New Areas of Application and Innovative Approaches .
Este evento serviu de fórum à partilha de experiências entre cerca de
70 investigadores e outros profissionais ligados à área de aplicações
emergentes.
telecomunicações, indústria florestal e desporto).
Nas sessões participaram oradores provenientes de Portugal, Áustria,
Bélgica, Brasil, França, Itália, México, Noruega, Nova Zelândia e Reino
Unido. Destaque para as cinco comunicações apresentadas por um
painel de peritos internacional onde constavam Thomas Stützle e Bernard Fortz (Free University of Brussels, Bélgica), Marc Sevaux (Université de Bretagne-Sud, França), Mikael Rönnqvist (Norwegian School of
Economics and Business Administration, Noruega) e Celso Ribeiro (Universidade Federal Fluminense, Brasil). Estas comunicações abordaram
diversas técnicas e áreas de aplicação de meta-heurísticas (electrónica,
A organização deste evento esteve a cargo de Ana Viana e Maria Teresa
Costa, ambas docentes do ISEP, em colaboração com António Miguel
Gomes, João Pedro Pedroso e Jorge Pinho de Sousa da Universidade
do Porto e Celso Ribeiro, da Universidade Federal Fluminense (Brasil).
Pela primeira vez, contou ainda com a associação de uma revista científica internacional - International Transactions in Operational Research
‒ que, juntamente com a participação da International Federation of
Operational Research Societies contribuíram para alargar a divulgação
deste encontro.
No final do segundo dia, o balanço do EU/MEeting 2009 destacou a
qualidade científica do encontro e da sua organização. O workshop serviu para divulgar internacionalmente algumas das melhores práticas
portuguesas.
WORKSHOP : ANÁLISE DE IDEIAS DE INVESTIGAÇÃO
A ligação entre os mundos académico e empresarial é crucial para o desenvolvimento da nossa
economia. Neste sentido é prioritário promover interacções e o Conselho Científico do ISEP tem
vindo a convidar empresas e empreendedores a virem ao nosso campus para apresentar os
segredos do seu sucesso.
No passado dia 20 de Abril, Ricardo Morais veio ao ISEP apresentar o Idea Puzzle, um software
que acelera a geração, análise, planeamento e avaliação científica de ideias de investigação. A
análise científica de ideias de investigação é uma fase crucial no desenho de projectos de investigação. De acordo com especialistas, é também a fase que envolve maior grau de incerteza
no âmbito de mestrados e doutoramentos. É neste sentido que o software Idea Puzzle pode
revolucionar métodos de trabalho científico e de investigação e desenvolvimento. Uma aposta
na inovação e competitividade.
Ricardo Morais lidera o conselho de administração da Idea Puzzle, S.A., é doutorado em gestão
estratégica pela Jyväskylä University (Finlândia), licenciado em gestão pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto e tem-se especializado em gestão estratégica de investigação,
redes e internacionalização.
Este evento, reuniu um largo públicon, onde se reuniam mestrandos, doutorandos, investigadores, docentes, avaliadores externos de investigação e directores de departamentos de invetigação. Análise de Ideias de Investigação fez parte de uma série de encontros para apresentação
de produtos e troca de saberes.
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EVENTOS
1º WORKSHOP
ÁGUA PARA A SUSTENTABILIDADE
No dia 15 de Maio, o ISEP acolheu o 1º workshop Água para a Sustentabilidade: O Aproveitamento de Águas Pluviais . Organizado pelo
Colégio de Engenharia do Ambiente da Ordem dos Engenheiros (CEAOE), este evento teve como objectivo dar a conhecer o estado da arte
no que se refere ao aproveitamento das águas pluviais em projectos de
arquitectura e engenharia.
Em Portugal, a sustentabilidade e o uso racional da água são preocupações que devem estar presentes no quotidiano de todos os profissionais de engenharia e de arquitectura. A água é já um recurso escasso.
Neste contexto, as vantagens do aproveitamento das águas pluviais
são numerosas. Países como a Alemanha estabeleceram como regra
básica de boas práticas o aproveitamento de águas pluviais para fins
não potáveis. Estes sistemas integrados são desde há muito utilizados
nos sectores da indústria, dos serviços e da habitação, bem como ao
nível do planeamento urbano.
norama português, Eugénia Sequeira e Elisabete Bertolo apresentaram
Situação Nacional ‒ uma Visão Global e Aproveitamento de Águas
Pluviais ‒ a Realidade Portuguesa . O evento terminou com uma mesa
redonda moderada por Francisco Teixeira (ISEP) e que contou com os
contributos de Arnaldo Machado, Adérito Mendes e Vítor Simões.
Este workshop tinha por objectivo dar a conhecer o estado da arte no
aproveitamento das águas pluviais e contribuir para a divulgação de
boas práticas em Portugal.
O evento foi aberto por, João Rocha, presidente do ISEP, António Guerreiro de Brito (CEA-OE) e Luís Marinheiro (CEA-OE) e contou com os
painéis Aproveitamento de Águas Pluviais , Integração de Sistemas
e Água e Sustentabilidade em Portugal . Entre as comunicações, destaque para Rain Harvesting ‒ a Global Perspective , por Klaus König,
Aproveitamento de Águas Pluviais em Projectos de Grande Dimensão
‒ a Experiência Brasileira , por Guilherme Cosentino ou The City of Berlin: Achievement and Operationality , por Brigitte Reichmann. No pa-
IX CONFERÊNCIA OUTOKUMPU
BUILDING EXCELLENCE ON STAINLESS STEEL
O ISEP, em colaboração com a OUTOKUMPU, realizou a nona edição
das conferências dedicadas exclusivamente aos aços inoxidáveis.
Destinado a empresas, investigadores e docentes, este é um dos
maiores eventos académicos dedicados a este material de construção, suas propriedades, aplicações e potencialidades.
A conferência centrou-se no sector da arquitectura e construção
(Arquitecture, Building and Construction). A pertinência do tema
atraiu ao nosso campus vários profissionais do meio e contou com
forte presença de alunos de engenharias Mecânica e Civil.
Entre os oradores convidados, destaque para a presença de vários
nomes de reputação internacional, como William Muenzer (REBAR), Pedro Basco (BOHLER), Adão da Fonseca, Jesús González ou
Rui Paulo (OUTOKUMPU). No decorrer do evento foi igualmente
dada especial atenção a aspectos relacionados com a soldabilidade, caracterização mecânica de aços inoxidáveis ou produtos da
OUTOKUMPU. A conferência contou ainda com a demonstração de
trabalhos práticos executados por alunos do ISEP e que incidiam
na caracterização mecânica de três aços diferentes (inoxidáveis/
duplex).
Este evento realizou-se no auditório magno do ISEP no dia 29 de
Abril, tendo sido conduzido num formato bilingue, em português
e espanhol.
EVENTOS
CLOUD COMPUTING 2009
O Politécnico do Porto e o ISEP, em parceira com a Fundação para a
Computação Científica Nacional (FCCN), organizaram a 1ª conferência
internacional Cloudviews.org: Cloud Computing Conference 2009 ,
cujo tema principal foi A Identidade da Nuvem .
O cloud computing é um novo paradigma da Internet e baseia-se no
armazenamento de dados em servidores externos, podendo o utilizador aceder a eles independentemente do computador que usar.
Reconhecendo a importância que este novo paradigma oferece para a
integração das actuais plataformas distribuídas e respectivas tecnologias, a organização pretendeu promover um debate de ideias e experiências no âmbito da próxima geração de serviços baseados na Internet.
Este evento, de cariz tecnológico, teve lugar entre 28 e 29 de Maio, no
Centro de Congressos do ISEP, e incluiu a participação de empresas
e individualidades, cujas contribuições inovadoras e significativas são
amplamente reconhecidas quer no universo empresarial, quer no universo científico. Microsoft, Clarke, Modet & Co., Salesforce, NRI Japan
and OpenID Foundation, Citrix, Wyse ou Amazon Web Services foram
alguns dos nomes presentes no ISEP.
Referência ainda para a realização, no último dia, da sessão"How to Be
Part of the Cloud - Space for SMB Companies", destinada especificamente às micro, pequenas e médias empresas e aos alunos finalistas
com perfil empreendedor.
Na conclusão do evento, os dois dias de diálogo aberto contribuíram
para o reconhecimento do contributo da cloud computing na revolução das tecnologias de informação e no interface com os utilizadores.
O sucesso da iniciativa deixa antever uma nova edição para 2010.
APROFUNDAR
BOLONHA
O Grupo Português de Peritos de Bolonha esteve no ISEP, a 8 de Junho,
para promover o seminário Aprofundar Bolonha: Quadros de Qualificações . Este evento inseriu-se numa série de três encontros promovidos a nível nacional com o objectivo informar e debater as alterações
trazidas pelo Processo de Bolonha.
seguiu. Leonor Parreira, da Faculdade de Medicina da Universidade de
Lisboa, apresentou a comunicação Qualificação Profissional - O Programa Gulbenkian de Formação Médica Avançada , onde descreveu o
inovador programa de bolsas para formação avançada de médicos da
Fundação Gulbenkian.
O evento arrancou com a comunicação Qualifications Frameworks:
the Irish Experience , com Norma Ryan, directora para a Promoção da
Qualidade na University College Cork, a fazer referência à experiência
irlandesa de implementação de Quadros de Qualificações. Seguiu-se
Sebastião Feyo de Azevedo, vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, que aprofundou a questão da equivalência de qualificações e sistemas de qualidade como oportunidades para a mobilidade e cooperação transnacional.
Já da parte da tarde, os painéis A Visão dos Empregadores por João
Carvalho (PT) e José Redondo (Bial) e Doutores e Empreendedores
por Hugo Prazeres (Universidade do Porto e Infogene) foram duas sessões já focadas numa visão empresarial.
A importância da aprendizagem ao longo da vida para actualização de
conhecimentos e aquisição de novas competências foi o tema que se
O seminário Aprofundar Bolonha: Quadros de Qualificações pretendeu
sobretudo divulgar exemplos práticos das potencialidades inerentes a
este processo. Bolonha consolida o mercado europeu e a aposta numa
sociedade tecnológica e do conhecimento. Deste modo empresta a
estudantes, instituições de ensino, mas sobretudo às empresas e empregadores uma oportunidade para projectarem a sua competitividade.
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EVENTOS
O FUTURO BATE À PORTA / FEIRA DO EMPREGO E DO EMPREENDEDORISMO
Com o aproximar do fim de mais um ano lectivo, é tempo de pensar no
futuro. No ISEP, estamos conscientes que as pessoas informadas fazem
as melhores opções e apostamos em potenciar a integração profissional dos nossos estudantes.
A 20 de Maio, realizou-se no nosso campus uma sessão de esclarecimento sobre as oportunidades de inserção profissional ao abrigo dos
estágios profissionais. O ISEP convidou técnicos do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para falarem sobre os diferentes
programas, processos da candidatura e benefícios para estagiários e
entidades patronais. O evento serviu ainda para se falar das oportunidades de emprego dentro do espaço comunitário. Graças ao convite
efectuado ao Contacto Nacional da Rede EURES, foi divulgado o portal
EURES e as suas diferentes funcionalidades de apoio à mobilidade profissional dentro da União Europeia.
Posteriormente, a Associação de Estudantes do ISEP complementou
esta iniciativa, através da organização de uma Feira do Emprego e do
Empreendedorismo. Este evento teve lugar entre 3 e 4 de Junho e conseguiu trazer ao ISEP elementos da Força Área e de empresas como a
GALP e o Instituto de Formação e Gestão Empresarial, para divulgar
oportunidades de emprego. Atitudes de Triunfadores no Mercado de
Trabalho , Técnicas de Procura de Emprego ou Alto Desempenho
em Mercados Exigentes foram alguns dos temas dos vários workshops
e palestras promovidas ao longo dos dois dias.
Estas iniciativas foram promovidas com vista a divulgar oportunidades
de inserção profissional à nossa comunidade estudantil, mas os eventos foram abertos à restante comunidade académica do Politécnico do
Porto, bem como a estudantes interessados de outras instituições de
ensino superior.
DESAFIO DE EMPREENDER
NO SÉCULO XXI
O Instituto Superior de Engenharia do Porto acolheu, no passado dia 27 de Maio, o seminário Desafio de Empreender no
Século XXI . Este evento, organizado pelo Politécnico do Porto
no âmbito da 1ª Semana Europeia das PME , contribuiu para
juntar no nosso campus empresários, jovens empreendedores, poder central e local, peritos europeus e instituições de
ensino superior.
O ISEP e o Politécnico do Porto têm vindo a reforçar o investimento em iniciativas catalisadoras do empreendedorismo.
Acreditamos que esta é uma componente essencial à inovação e deste modo, o empreendedorismo é cultivado em todo
o processo formativo oferecido no universo do Politécnico do
Porto.
Aproveitando a iniciativa da União Europeia 1ª Semana Europeia das PME , o Politécnico do Porto, de acordo com o seu
compromisso social para com o tecido empresarial da região,
organizou um dia de seminários subordinados aos desafios,
mas sobretudo às oportunidades e mais-valias em se ser empreendedor. Destinado sobretudo às chefias e quadros das
micro, pequenas e médias empresas e aos jovens empreendedores, mas também aos estudantes e futuros empresários,
esta iniciativa serviu ainda para abordar a actual crise económico-financeira como uma oportunidade para a modernização e procura de novos paradigmas produtivos.
O evento contou igualmente com a presença de representantes do Governo Civil do Porto, das autarquias do Porto e de
Vila Nova de Gaia, da Secretaria de Estado Adjunta da Indústria e da Inovação e do IAPMEI, além de entidades privadas
da banca, incubadoras de empresas e jovens empreendedores. Entre os temas em debate estiveram os mecanismos
de incentivo ao empreendedorismo, a formação profissional, a iniciativa privada, instrumentos públicos de apoio à
inovação e I&D, o papel das incubadoras no apoio a novas
empresas e mecanismos de financiamento.
Este evento acabou por demonstrar uma tripla vantagem
que as instituições de ensino superior oferecem às empresas: 1) capacidade de I&D, que reforça a inovação e
competitividade das organizações; 2) ligação à Europa,
através da divulgação das oportunidades existentes em
programas comunitários; 3) fomento da cooperação,
porque as instituições de ensino superior representam
centros de contactos preferenciais, que podem ser
catalisados na construção de redes de trabalho.
Ao dinamizar o Desafio de Empreender no Século
XXI , divulgamos oportunidades e contribuímos
para abrir caminhos a uma mudança de atitudes,
renovando o espírito de um Portugal mais forte,
mais confiante e mais empreendedor.
EVENTOS
INTERNATIONAL SPRING WEEK
Peritos europeus voaram até ao ISEP para mostrar o estado da arte nas
áreas de Informática e Electrotecnia. Entre 18 e 22 de Maio, o nosso
campus acolheu a International Spring Week ‒ 2ª Semana Internacional
do ISEP.
ternacional e fugindo ao moldes tradicionais. No entanto, dado o enorme interesse suscitado pela experiência anterior, o programa foi agora
alargado de dois para cinco dias. Foram 195 os alunos inscritos para as
cinco palestras divididas em duas partes. Programação, redes, sensores
sem fios ou TV digital foram alguns dos tópicos abordados.
Organizada pelos Departamentos de Engenharia Electrotécnica e de
Informática, com a colaboração do Gabinete de Relações Externas, esta
2ª Semana Internacional do ISEP decorreu ao abrigo do programa Erasmus. Aproveitando os acordos de cooperação internacional que o ISEP
alimenta com diversas instituições de referência no espaço europeu de
ensino superior, acolhemos na nossa escola docentes convidados de
Espanha e da Bélgica.
O intercâmbio de ideias e métodos de trabalho é o grande objectivo
por detrás desta organização. Da interacção com os parceiros europeus,
ganham os nossos alunos pelo maior desenvolvimento de competências e o simultâneo despertar para uma visão global dos desafios e respostas tecnológicas; mas ganha também a instituição, que acompanha
a linha da frente em termos de metodologias de ensino/aprendizagem.
No seguimento da primeira semana, que decorreu em Novembro de
2008, a International Spring Week incidiu em aulas, num contexto in-
Continuamos empenhados em fazer a Europa e em criar soluções para
o mercado: os nossos diplomados.
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À CONVERSA COM...
NUNO LUZ
O MELHOR ENTRE OS MELHORES
Nuno Luz tem 23 anos, nasceu na Venezuela e tem uma paixão assumida pelo mundo da informática. Cedo veio para Portugal e adoptou
Estarreja, em Aveiro, como a sua nova morada. Sedento de novas experiências e novas vivências, rumou até à Invicta para frequentar o
ensino superior. Foi no Instituto Superior de Engenharia do Porto que
conquistou o título de melhor aluno do ano, quando ainda frequentava a licenciatura em Engenharia Informática. Decidiu continuar os estudos e, neste momento, aprofunda os seus conhecimentos na área,
com a frequência do mestrado. O seu destino... um doutoramento,
em Informática, claro.
ISEP.BI O que te fez optar inicialmente pela Engenharia?
Nuno Luz: Na realidade escolhi Engenharia Informática, não devido à
Engenharia mas devido à Informática . Quando fiz a minha opção
tentei seguir um curso que me permitisse ter um contacto o mais
abrangente possível com a informática, e a opção mais adequada
pareceu-me ser a Engenharia. Além disso, acho que a engenharia fornece todo um conjunto de aptidões que me permitem adquirir novos
conhecimentos na área, com maior facilidade.
ISEP.BI Como chegaste até ao mestrado em Engenharia Informática?
Nuno Luz: Em 2004, decidi concorrer ao ISEP, em Engenharia Informática. Quatro anos depois, e após a licenciatura ter sido adaptada ao Processo de Bolonha, foi-me dada equivalência para o novo plano de estudos, restando-me mais dois anos para concluir o primeiro ciclo. Depois
de acabar os cinco anos de licenciatura, achei que podia ir um pouco
mais longe e decidi inscrever-me no mestrado em Engenharia Informática, mais especificamente no ramo de Arquitectura, Sistemas e Redes.
No mestrado, o meu grande objectivo é, com o apoio do grupo de
investigação GECAD, fazer uma tese relacionada com as Redes Sociais.
ISEP.BI Qual a sensação de ser o melhor aluno do ISEP?
Nuno Luz: Na verdade não estava à espera de ter a melhor média.
Quando recebi o convite para a cerimónia fiquei contente porque senti
que o esforço que tinha vindo a dedicar durante o meu percurso académico foi bem aplicado.
ISEP.BI Ter sido o melhor aluno trouxe-te, certamente, vantagens.
Quais foram as principais?
Nuno Luz: Acho que a principal vantagem que me trouxe foi o facto de
ter algumas possibilidades de emprego mal acabei o curso. Para além
do convite que recebi juntamente com o prémio I2S, um prémio atribuído todos os anos aos melhores alunos do ISEP, tive também a oportunidade de seguir os meus estudos como bolseiro de investigação.
ISEP.BI Foi com um grande esforço que conseguiste este triunfo ou
as coisas fluíram naturalmente?
Nuno Luz: Não posso dizer que não me esforcei, mas também não posso dizer que o meu percurso não tenha, de certa forma, fluído naturalmente. Como se trata de uma área que me desperta grande interesse,
fico satisfeito por tentar fazer o meu melhor quando aplico os meus
conhecimentos e sentir que o resultado final tem alguma qualidade.
ISEP.BI Para alcançares o título de melhor aluno, como funcionava a
tua vida académica? Tinhas tempo para praxes e festas?
Nuno Luz: Apesar de, às vezes, cortar um pouco nas horas de sono, não
acho que me falte tempo para actividades fora do mundo académico.
Geralmente, tento rentabilizar ao máximo o tempo que dedico aos trabalhos e estudos para que possa fazer mais e melhor num espaço de
tempo mais curto. Por acaso não frequentei a praxe até ao fim, não por
falta de tempo, mas porque não era uma actividade do meu interesse.
ISEP.BI Para fazeres o mestrado, voltaste a escolher o ISEP. Porquê?
Nuno Luz: Escolhi o ISEP pela boa opinião que tenho do Instituto, tanto
a nível de professores como das pessoas com quem trabalho no dia-adia. Acaba também por ser a continuação de um ciclo natural.
ISEP.BI Já recebeste propostas de emprego?
Nuno Luz: Sim. Juntamente com o prémio I2S recebi um convite para
um estágio profissional. Também recebi um convite, antes de acabar a
licenciatura, para trabalhar numa empresa de consultoria em Estarreja.
ISEP.BI Na tua opinião, quais são as três mais-valias de um licenciado
do ISEP?
Nuno Luz: Para mim, a primeira mais-valia é o à-vontade que existe
em pôr em prática, no mundo do trabalho, todos os conhecimentos
adquiridos durante o percurso académico. Outra das mais-valias é a
valorização do raciocínio acima da simples memorização que tive a
À CONVERSA COM...
oportunidade de confirmar durante o meu estágio na I2S, através do
qual entrei em contacto com múltiplas tecnologias que desconhecia.
A terceira mais-valia é a larga quantidade de ofertas de estágio em empresas e em investigação que existe e que normalmente constituem
um bom ponto de partida para se obter emprego.
ISEP.BI Quais são os três momentos que mais destacas desde que entraste no ISEP?
Nuno Luz: O primeiro momento talvez seja a conclusão do segundo
ano. Como no primeiro ano me desleixei um pouco, deixei algumas
disciplinas por fazer. No segundo ano, decidi pôr tudo em ordem e tentei concluir não só as disciplinas do segundo ano como também as que
tinha em atraso, o que exigiu bastante esforço. Além disso, consegui
obter a melhor média na conclusão do segundo ano, o que foi muito
satisfatório. Outro dos momentos de destaque foi vencer o concurso
de programação do Departamento de Engenharia Informática e representar o ISEP na MIUP (Maratona Inter-Universitária de Programação).
Por fim, a conclusão do estágio e licenciatura, foi um momento que
não vou esquecer tão cedo.
ISEP.BI Portugal está a apostar bastante na investigação. O que achas
do ISEP envolver os alunos na investigação? Que mais-valias traz aos
alunos estas experiências?
Nuno Luz: Acho que envolver os alunos na investigação os beneficia
largamente, principalmente agora que existem mestrados no ISEP. Não
só alarga o leque de oportunidades de trabalho para os recém-licenciados, como também lhes permite prosseguir os estudos com o apoio de
uma unidade de investigação. Além disso, disponibiliza oportunidades
de investigação em áreas de estudo que muitas vezes é difícil encontrar em empresas.
ISEP.BI Está nos teus planos trabalhar em Portugal ou ambicionas
uma experiência internacional?
Nuno Luz: Sim, é sempre uma hipótese. Neste momento não tenciono
sair de Portugal, mas se surgir uma boa oportunidade, que me seja pessoalmente viável, não vejo porque não aproveitar. Mesmo em termos
académicos existem muitas oportunidades.
ISEP.BI Onde vais estar daqui a 5 anos?
Nuno Luz: Quando acabar o mestrado, tenciono seguir para o doutoramento. Não sei até onde me irá levar o doutoramento, tudo depende
do desenrolar dos acontecimentos, mas é só dúvida um caminho a seguir para fortalecer competências.
ISEP.BI Qual é a tua empresa de sonho? O teu primeiro passo para
mudares o mundo?
Não tenho propriamente uma
empresa de sonho, no entanto se
tivesse que escolher uma, seria a
Google.
Nome
» Nuno Luz
Idade
» 23
Naturalidade
» Estarreja
Ano de Inscrição no ISEP
» 2004
Licenciatura
» Engenharia Informática
Nuno Luz: Não tenho propriamente uma empresa de sonho, no entanto se tivesse que escolher uma, seria a Google. É uma empresa que me
fascina pela capacidade de inovação.
ISEP.BI O que faz o melhor aluno do ISEP nos tempos livres? Sabemos
que estudas imenso, mas quais são as actividades de lazer?
Nuno Luz: Não tenho nenhum hobbie ao qual me dedique especificamente. Durante alguns anos pratiquei uma arte marcial chamada
Yoseikan Budo. Devido ao horário das aulas vi-me obrigado a fazer
uma pausa nesta actividade. Gosto bastante de cinema e de ver séries
televisivas, geralmente dentro dos estilos de ficção científica, fantasia,
thrillers, suspence, aventura, comédia e animação. Isto engloba séries
e filmes como Heroes, Fringe, The Big Bang Theory, The Matrix, REC, Ice
Age e a minha série favorita: Riget (de Lars Von Trier). Também tenho
alguns projectos pessoais na área da informática, embora actualmente
não lhes dedique tanto tempo como dedicava há uns anos. O tempo é
um recurso limitado e nunca dá para tudo.
ISEP.BI Além de estudar, há outras actividades que fazem de nós melhores alunos e melhores pessoas. Tens algumas actividades extracurriculares que contribuíram para o teu sucesso?
Nuno Luz: Para mim, a forma como adquiri grande parte da minha aptidão e conhecimentos iniciais para a informática foi através de projectos
pessoais. Durante o ensino secundário, fiz parte de um pequeno grupo
de pessoas que partilhava um gosto especial pela criação de jogos. Éramos apenas três pessoas e tivemos que adquirir muitos conhecimentos extra-curriculares que, no meu caso, incidiam em programação.
Inicialmente foi difícil, mas conseguimos desenvolver uma versão alternativa do Pacman. Além disso, desenvolvi uma série de páginas Web
pessoais, que actualmente vejo como experiências que me permitiram
obter mais uma série de conhecimentos que não possuía. Claro que a
informática não é tudo na vida e por isso tento ter sempre actividades
que me ajudem a abstrair-me um pouco da informática.
ISEP.BI Que conselhos dás aos jovens que agora ingressam no ISEP?
Como é que eles podem vir a ser o próximo Nuno Luz?
Nuno Luz: Na minha opinião, as dificuldades são diferentes de pessoa
para pessoa e, por isso, o que aparenta resultar comigo pode não resultar para outros. Acho que fazer boas amizades é importante. Uma das
minhas dificuldades quando vim para o ISEP foi precisamente o facto
de não conhecer ninguém, e acredito que o meu sucesso no segundo
ano se deveu, em parte, ao facto de já ter alguém com quem partilhar
o meu dia-a-dia no ISEP. Outra coisa que aconselho vivamente é a criação de uma metodologia de estudo e de trabalho pessoal, que permita
rentabilizar ao máximo o tempo.
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DE FORA CÁ DENTRO
QUEREMOS
CONTINUAR
A ACOLHER
ESTAGIÁRIOS DO
ISEP
Tudo começou com um estágio muito bem sucedido. Luís Braga, formado em Engenharia Química pelo ISEP e, hoje, Gestor de Energia da
RAR ‒ Refinarias de Açúcar Reunidas - decidiu, quando estava no final
do bacharelato, solicitar à empresa nortenha um estágio curricular.
A experiência correu bem e, quando, depois de ter sido integrado na
empresa, necessitou de uma pessoa com competência e ideias inovadoras, não hesitou em procurar um jovem aluno do ISEP. Até hoje, já
passaram pela RAR sete estagiários do ISEP, dos quais um continua a
mostrar o seu valor na empresa. Uma prova de confiança e de vontade em apostar nos novos valores da Engenharia.
DE FORA CÁ DENTRO
A parceria entre a RAR e o ISEP não começou de uma forma muito convencional. Luís Braga, na altura prestes a terminar o bacharelato em
Engenharia Química, necessitava de uma empresa que acolhesse o seu
estágio curricular e o seu projecto de final de curso. O desejo de colaborar com a RAR levou-o a apresentar uma proposta de estágio que
acabou por se revelar bem sucedida. E este poderia ter sido o início e
o fim, de uma história de colaboração entre as duas instituições. Mas
estava apenas a começar uma parceria muito frutífera para ambas as
partes.
Segundo Luís Braga, actual gestor de Energia da RAR, a empresa tem
acolhido alguns estagiários do ISEP no seu sector de Energia , até porque há um Departamento de Manutenção e Energia dedicado a temáticas muito exploradas no Instituto . Quanto ao estágio que o levou à
RAR, Luís Braga explica que o trabalho desenvolvido estava relacionado
com gestão de energia na indústria ‒ uma auditoria energética, uma
área muito solidificada no bacharelato que frequentou no ISEP. O estágio, desenvolvido na direcção técnica da empresa, no qual concebeu
também o seu projecto de fim de curso, foi apenas o primeiro de uma
série de estágios desenvolvidos por alunos do Instituto.
Após o seu estágio, conta Luís Braga, houve uma fase em que, como
não havia muitos projectos na área da Energia, a colaboração entre a
RAR e o ISEP estagnou um pouco . No entanto, explica o gestor, houve
necessidade, em 2006, de contratarmos um estagiário para dar o seu
contributo na execução da auditoria energética e, claro, o ISEP foi uma
escolha lógica. O jovem contratado há cerca de três anos para o efeito
continuou como colaborador da empresa até dada altura e, adianta
Luís Braga, tivemos mais duas estagiárias na área, sendo que uma delas está integrada no Departamento de Energia .
UMA APOSTA CONTÍNUA NA
QUALIDADE DO ISEP
Actualmente, o Departamento de Energia da RAR está a tratar do processo de admissão de um novo estagiário de Engenharia Química.
Estes estágios têm boas perspectivas de continuidade . Segundo Luís
Braga, estes novos valores enquadram-se no desenvolvimento que o
Departamento de Energia tem feito, nomeadamente na parte de inovação porque, muitas vezes, precisamos de ideais frescas e mentalidades
novas que nos ajudem a concretizar projectos . Para além dos estágios,
a parceria com o ISEP engloba ainda alguns trabalhos pontuais feitos
em colaboração com alunos de diversos departamentos da escola .
Para Luís Braga, a grande mais-valia que a RAR pode dar aos alunos do
ISEP é a experiência que proporciona pois, para quem precisa de entrar no mercado de trabalho, nós damos uma experiência profissional
muito completa. Aqui, os estagiários vão para o campo e desenvolvem
os seus trabalhos, tendo contacto directo com a realidade , explica.
Para a empresa, a grande mais-valia é o facto de receber pessoas dinâmicas e que têm um sentido muito prático da realidade .
E porquê a escolha do ISEP? A resposta é fácil: O ISEP explora uma
componente muito prática, que permite que os alunos cheguem ao
mercado de trabalho já adaptados às exigências da indústria . Luís Braga faz também um excelente balanço dos sete jovens estagiários do
ISEP na RAR. Estamos satisfeitos. O conhecimento que trazem é bom,
o sentido prático também. Estamos muito agradados e a maior prova
disso é continuarmos a acolher estagiários do ISEP .
A RAR: MUITO MAIS DO QUE A EMPRESA QUE ADOÇA O MUNDO
Quem pensava que a RAR se dedicava em exclusivo ao mercado do
açúcar desengane-se. Actualmente o grupo alberga nove empresas,
todas elas de áreas bem distintas, desde as viagens, passando pela área
alimentar ou pelo mercado imobiliário... Acembex, Centrar, Colepccl,
Geotur/Star, Imperial, RAR Açúcar, RAR imobiliária, Vitacress e Wight
Salads, são as nove empresas que constituem o Grupo RAR. Assente na
missão de criação sustentada de valor , a RAR tem como preocupação
cimeira a satisfação do cliente, trabalhando, por isso, para antecipar e
construir a mudança.
Fundada em 1962 pela mão de João Macedo Silva, a RAR deu início, em
1967, à laboração de açúcar, com uma capacidade de produção inicial
de 50 mil toneladas por ano. Era apenas o início de uma escalada para
o sucesso. Actualmente com mais de cinco mil colaboradores, a empresa assume-se como um grupo que manteve, ao longo dos seus 47
anos de existência, o equilíbrio entre crescimento, rentabilidade e desenvolvimento sustentável. O sucesso que conquistou a partir do seu
core business permitiu uma diversificação sustentada das suas áreas de
actuação, expandindo as oportunidades de negócio.
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DESTAQUE
ISEP ASSOCIA-SE
AOS OBJECTIVOS DE
DESENVOLVIMENTO
DO MILÉNIO
A provar que não é uma instituição de ensino superior fechada nas
fronteiras de Portugal, o ISEP continua a apoiar projectos que dão a
volta ao mundo. Desta vez decidiu aliar-se aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), uma iniciativa que junta mais de 190
países em prol de uma causa comum: tornar o planeta Terra num local mais justo e harmonioso. Esta parceria tem-se revelado muito
positiva e é mais um impulso na missão assumida pelo ISEP: além de
formar excelentes profissionais, pretende também formar cidadãos
exemplares.
COMO TUDO COMEÇOU...
Em Setembro de 2000, chefes de Estado e de Governo de 189 países,
incluindo Portugal, reuniram-se na sede das Nações Unidas. O objectivo era assinar a Declaração do Milénio e foi aí que se iniciou uma luta
que tem dado os seus frutos. Acabar com a pobreza e fome, com a
desigualdade de género, com a degradação ambiental e com o vírus
da SIDA são apenas alguns dos objectivos. Assumido ficou também o
compromisso de melhorar o acesso à educação, a cuidados de saúde
e a água potável. Mas não foram apenas estabelecidos objectivos; foi
também dado um prazo a cumprir: até 2015 todos os intervenientes
têm de assegurar o cumprimento da totalidade dos parâmetros pelo
equilíbrio mundial.
Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome; alcançar o ensino
primário universal; promover a igualdade de género e empoderar as
mulheres; reduzir em dois terços a mortalidade infantil; reduzir em 75%
a mortalidade materna; combater a SIDA, a malária e outras doenças
graves; garantir a sustentabilidade ambiental; fortalecer uma parceria
global para o desenvolvimento. Tudo isto em seis anos.
ODM NO ISEP
A ideia de organizar a Semana dos ODM no Porto surgiu em Novembro
de 2008. Foi durante uma reunião que teve lugar no ISEP, que o coordenador português da Campanha do Milénio das Nações Unidas referiu
que menos de 20% da população sabia da existência da Declaração do
Milénio. Foi o suficiente para chamar a atenção de alguns elementos
do ISEP que decidiram, de imediato, que não iriam ficar parados e puseram mãos à obra.
PORQUÊ FAZER PARTE DESTE PROJECTO?
O enriquecimento do currículo é apenas uma das vantagens da participação neste projecto. Há uma enorme componente interactiva, o que
vai permitir uma melhoria na comunicação e na cooperação directa entre as diferentes entidades. E a valorização pessoal que traz é, segundo
as responsáveis, indiscutível.
Para Delminda Lopes, presidente do Conselho Pedagógico o ISEP é muito mais do que uma escola de Engenharia, muito mais do que a instituição
que nos certifica para uma actividade profissional de sucesso. É uma escola que nos forma no compromisso com o desenvolvimento sustentável.
DESTAQUE
A Associação PAR ‒ Respostas Sociais - e a Campanha Objectivo 2015
criaram um projecto de capacitação de 100 estudantes do ensino superior, para desenvolvimento de competências que contribuam para uma
cidadania global e para a mobilização pelo cumprimento dos ODM.
Foram seleccionados 13 estudantes do ISEP que, posteriormente, participaram numa formação de agentes de ODM, que decorreu em Maio,
na Figueira da Foz.
Todas as acções são divulgadas a toda a comunidade do ISEP. Temos
sentido dificuldades, não é tão fácil como prevíamos mobilizar os estudantes ‒ esse é que é o nosso grande desafio e consegui-lo é a principal mais-valia para a instituição. Conseguir criar nos nossos alunos
desconforto/inquietação permanente e o sentimento da necessidade
de intervir com a certeza de quem vai mudar o mundo é o nosso grande objectivo. A camada jovem está muito pouco culta, politicamente
falando , referem Delminda Lopes e Eduarda Pinto Ferreira, responsáveis pela gestão do projecto ODM no ISEP.
SEMANA ODM NO PORTO
De modo a alertar a população para a importância da cooperação e
ajuda humanitária, surgiu a Semana dos ODM. Realizada em vários
pontos do Porto, esta iniciativa tem como principais propósitos divulgar os oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, sensibilizando
para os valores envolvidos e incentivando a intervenção social dos
jovens para que os compromissos assumidos pelo estado português
sejam cumpridos. O ISEP, a Objectivo 2015 ‒ Campanha do Milénio
das Nações Unidas em Portugal, a Agência ODM, a Engenho e Obra,
o Centro Regional de Excelência do Porto e, são alguns dos parceiros
que se comprometeram com a organização deste evento que celebra
os ODM na Invicta.
OS 8 OBJECTIVOS DE
DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO
Erradicar a pobreza extrema e a fome
Atingir o ensino primário universal
Promover a igualdade de género e o
empoderamento das mulheres
Reduzir a mortalidade infantil
Melhorar a saúde materna
Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves
Garantir a sustentabilidade ambiental
Fortalecer uma parceria global para o
desenvolvimento
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DESTAQUE
A PALAVRA DOS GUERREIROS ODM
Lydie Adem é aluna do segundo ano da licenciatura em Engenharia
Química, no ISEP. Quando se inscreveu para a formação intensiva de
agentes ODM não sabia para onde, nem para o que ia. Foi pelo gosto
que tem pela aventura que arriscou e não se arrepende. Afirma até,
com convicção, que esta foi das experiências mais enriquecedores em
que já participou, pela sensação de estar a contribuir para um mundo
melhor, mais justo e equilibrado.
A minha participação consiste em preocupar-me sobre o que nos rodeia e quem nos rodeia para perceber qual o meu papel e torná-lo mais
importante. Esta é a posição que Lydie Adem assume em relação aos
ODM. Um projecto que, segundo a aluna, lhe traz uma enorme paz de
espírito, amizades muito importantes e conhecimentos sobre os problemas de hoje que, se ninguém agir, serão os problemas de amanhã
e de sempre.
No que diz respeito à relação existente entre o ISEP e os ODM, Lydie
Adem considera que existe uma relação muito boa entre os alunos do
ensino superior e os ODM. Mas essa relação é ainda recente, porque
ninguém que conheço do ISEP sabia da existência dos ODM. Estamos
a criar bases e conhecimentos para poder partilhá-los dentro da nossa
escola e também com outras instituições .
Miguel Ladeiro, aluno do primeiro ano em Engenharia Informática, explica que o projecto ODM é movido por um grupo de pessoas de todo
o mundo que, enquanto agentes para o cumprimento dos Objectivos,
querem interpelar os governantes, mobilizar e alertar a sociedade, divulgando as boas iniciativas e denunciando as injustiças, quer a nível
local, quer a nível global.
Uma característica que é comum a todos os agentes ODM é a vontade
de agir contra a indiferença e o desejo de lutar para que seja possível
um mundo mais justo e mais sustentável.
Este espírito de ver e querer mudar as coisas é também o espírito que
Miguel Ladeiro vive e que tenta transmitir aos seus colegas. Afinal, a
mundança é algo que começa sempre em nós, em cada um.
A nível pessoal, a participação no projecto dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio é extremamente enriquecedora. Há uma partilha
muito grande de conhecimentos e de experiências que faz com que as
pessoas se tornem mais conscientes da existência de fenómenos globais e interdependentes e mais preocupadas em procurar informação
actualizada, de forma a terem uma visão mais crítica sobre o que se
passa à sua volta. A cooperação em equipa, que optimiza a realização
de objectivos comuns, é um dos métodos mais importantes para o
bom funcionamento do projecto ODM.
Para Miguel Ladeiro é excelente que uma instituição de referência
como o ISEP esteja motivada não apenas em formar bons técnicos, mas
também em formar pessoas mais conscientes, mais solidárias, mais responsáveis e mais críticas, dinamizando o potencial das mesmas de forma a contribuírem para uma mudança .
DEPOIS DO ISEP
UMA IDEIA LUMINOSA
CASO DE SUCESSO
Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro queriam fazer algo pelo mundo. E
conseguiram. Quando surgiu o prémio Ideias Luminosas EDP, estes
dois alunos de mestrado em Engenharia Electrotécnica do ISEP pensaram em pôr em prática um sonho antigo. Foi assim que nasceu o
ENERGeye ‒ um sistema inovador que permite uma poupança de
energia em aparelhos em stand by na ordem dos 90%. Ao final de
um ano, e numa habitação familiar, esta poupança pode significar
um mês a menos na factura da luz. Com este projecto surgiu a Evoleo
Technologies, a empresa criada pelos dois engenheiros do ISEP e que
emprega jovens formados no Instituto. É um exemplo de uma ideia luminosa que se tornou um sério caso de empreendedorismo e sucesso.
Rodolfo queria ser astronauta e voar pelo espaço. Pedro queria fazer
algo de diferente e que ficasse na História. Juntou-se a vontade e a ambição e nasceu a Evoleo Technologies, uma empresa que junta vários
génios do ISEP em prol de uma causa comum: usar a tecnologia para
melhorar o mundo.
Tudo começou no concurso Ideias Luminosas EDP , onde foram premiados com uma menção honrosa. Ou melhor, tudo começou alguns
meses antes. A ideia, segundo Rodolfo Martins, já existia, e este concurso foi apenas o impulso que faltava para a pôr em prática. O Energeye
foi nascendo, ficando mais desenvolvido até que, com a audácia que os
caracterizou desde o início, Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro formaram
a empresa que, hoje, emprega apenas alunos, ou ex-alunos do ISEP.
Tal como orgulhosamente a caracterizam, a Evoleo, é uma empresa
que se dedica à concepção de projectos, à medida da necessidade do
cliente, sendo que têm parceiros industriais, por falta de capacidade
própria de produção. Os seus projectos são meticulosamente pensados e projectados para satisfazer a necessidade de quem os encomenda, sempre sobre a base da premissa de poupar, ao máximo, os
recursos energéticos. Em termos genéricos, os principais projectos da
Evoleo Technologies inserem-se nas seguintes áreas: desenho e implementação de Hardware analógico e Hardware digital; implementação
de software para sistemas embebidos; sistemas de instrumentação,
automação e controlo de engenharia de sistemas e processos de desenvolvimento e qualidade.
Rodolfo e Pedro apresentam um conjunto de três produtos como solução e a boa notícia é que, efectuados todos os cálculos necessários, o
preço alvo é semelhante aos produtos convencionais, com a diferença
de permitir a redução dos custos efectivos de electricidade, dada a sua
utilização compatível com os hábitos dos utilizadores. Conscientes do
sentimento de comodismo que caracteriza a maioria dos portugueses,
os dois engenheiros do ISEP desenvolveram um conjunto de produtos
de interface que podem ser controlados com a mesma postura actualmente presente, desligando por completo a corrente eléctrica e com
extremo baixo consumo, significando uma redução superior a 90% dos
consumos actuais em modo de espera ou desligados. Este sistema tem
o mesmo efeito que desligar os aparelhos da tomada, sendo que é esta
a única forma de garantir que os electrodomésticos não gastam energia quando não são necessários.
Dentro da gama de produtos está presente o eyeNET, em que permite
ao utilizador partilhar na internet os valores das poupanças efectuadas
pelo equipamento. O Energy Efficient Social Networking ou Redes
Sociais de Eficiência Energética serão uma tendência dentro da problemática da eficiência energética, estando o conceito ENERGeye a acompanhar essa evolução. O sistema está a ser desenvolvido pela Evoleo
Technologies, empresa fundada por Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro.
COMO FUNCIONA O ENERGEYE ?
Poucas são as pessoas que sabem que quando desligamos um aparelho audiovisual ou informático não estamos, de todo, a travar o consumo de energia. Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro mostraram estar
atentos e não só reconheceram esta característica como apresentaram
de imediato a solução. O ENERGeye é um conjunto de três produtos
compatíveis com os hábitos dos utilizadores, acostumados ao uso de
comandos remotos e negligentes com o corte efectivo do fornecimento de energia. É um conceito que está associado às réguas eléctricas,
como são normalmente conhecidas. Não é necessário substituir o aparelho electrónico. Basta ligá-lo a um destes produtos e as poupanças
serão superiores a 90% da energia gasta pelos aparelhos, quando estão desligados ou em modo de espera. Na prática, esta inovação pode
representar a poupança de um mês na factura de energia, para uma
família média de quatro elementos, num período de um ano.
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INVESTIGAÇÃO À LUPA
A AFIRMAÇÃO DE
PROJECTOS ÚNICOS
Uma patente significa, em sentido lato, uma protecção, uma concessão, um direito de exclusividade concedido pelo Estado a alguém
que apresenta uma invenção . Mas uma patente não vale apenas por
aquilo que representa. Vale, essencialmente, pelo projecto que está
na sua origem. Paula Escudeiro e Eduardo Silva, ambos investigadores e docentes do ISEP, decidiram apostar na investigação científica.
Um na área da informática, o outro na robótica, mas ambos com um
objectivo semelhante: criar algo inovador e que pudesse ser útil à sociedade. As patentes vieram depois e conseguiram acrescentar ainda
mais valor a dois projectos com muito futuro.
Ajudar os docentes para que estes façam parte da equipa que cria os
softwares educativos. Este é o grande objectivo do projecto desenvolvido por Paula Escudeiro, docente e Investigadora do Departamento
de Engenharia Informática do ISEP.
O X-TEC ‒ Techno-Didactical Extension for Instruction/Learning Based
on Computer é, de uma forma simplificada, um modelo de desenvolvimento de software educativo. Mas Paula Escudeiro explicou melhor
ao ISEP.BI em que consiste esta inovação: O X-TEC integra os aspectos
computacionais e os aspectos educacionais numa visão baseada em
objectos e orientada para o resultado . Desenvolvido com base nas metodologias de análise e desenho de software educativo e com uma forte preocupação ao nível da engenharia de software, o X-TEC, tal como
explica a investigadora, pretende que qualquer tecnólogo educativo
assuma um papel preponderante em todo o ciclo de desenvolvimento
contribuindo de forma decisiva para a qualidade pedagógica do produto, sem ser limitado pela falta de conhecimentos tecnológicos .
Associado à criação do modelo X-TEC foi criada também uma framework de avaliação para o software educativo, denominada Quantitative
Evaluation Framework (QEF). O objectivo desta framework é a avaliação
quantitativa da qualidade do software em qualquer fase do seu ciclo
de desenvolvimento. Mas Paula Escudeiro explica ainda que este acessório pode ser facilmente adaptado para se aplicar em outras áreas,
pois fornece um valor numérico único, indicativo da qualidade que o
sistema exibe no momento da avaliação , que pode ser útil também
em outros domínios.
A ideia deste projecto surgiu quando propuseram que Paula Escudeiro criasse ou adaptasse um modelo de desenvolvimento de software
educativo para todos os tecnólogos educativos, mesmo os não especialistas em informática e com recurso a bases de dados relacionais.
A partir daí, a investigadora pôs mãos à obra e esta ideia deu origem
a um projecto que foi evoluindo, sendo adoptado como trabalho de
doutoramento, sob a responsabilidade do professor José Bidarra, da
Universidade Aberta .
Segundo Paula Escudeiro, a monitorização permanente da evolução
do produto e o envolvimento mais eficaz de toda a equipa, ao longo
de todo o ciclo de desenvolvimento através deste novo software, cria
condições para atingir valores de qualidade elevados no produto final .
A comprovar a sua aplicabilidade, o X-TEC já está a ser utilizado pelo Laboratório Multimédia e no mestrado em Engenharia Informática para a
concepção de software educativo.
A nível externo, existem também já alguns parceiros a utilizar estes modelos para desenvolver software educativo comercial. Paula Escudeiro
refere, com orgulho, o caso do ITA - Instituto de Tecnologias Avançadas
que comercializou nas grandes superfícies produtos desenvolvidos
com estes modelos .
Instituto Superior de Engenharia do Porto, o Grupo de Investigação
GILT (Graphics, Interaction & Learning Technologies), Universidade
de Coimbra, Universidade do Minho, TecMinho, Universidade Aberta,
Faculdade de Engenharia do Porto, Projecto ‒ Rede Internacional ‒
EIE_Surveyor; Projecto ‒ Rede Internacional ‒ ELLEIEC, DIC ‒ Desenvolvimento Informático e Consultadoria, Instituto Politécnico da Guarda
e o ITA foram as entidades envolvidas no desenvolvimento do X-TEC.
O PAPEL DO ISEP
Paula Escudeiro explicou ao ISEP.BI que o papel do ISEP neste projecto
foi essencial para o seu sucesso. O ISEP proporcionou as condições necessárias para o desenvolvimento no projecto e foi mesmo no ISEP que
as principais experiências se desenvolveram ao longo de vários anos
INVESTIGAÇÃO À LUPA
lectivos, o que permitiu comprovar a aplicabilidade e validade dos modelos .
E a patente... era um objectivo definido desde o início? Paula Escudeiro
explica que não. Aliás, adianta que, na realidade, nunca esteve nos seus
planos, até alguém sugerir. Isto aconteceu na defesa da tese de doutoramento, onde foi sugerido pelos arguentes o registo da patente .
No momento, a investigadora hesitou. Sempre tive ideia que seria um
processo demasiado burocrático, que obrigaria ao dispêndio de recursos avultados que dificilmente conseguiria disponibilizar . No entanto,
e agora que o registo provisório da patente do X-TEC já foi aprovado, a
docente considera esta certificação extremamente positiva, já que vai
ajudar à edição de um livro sobre o projecto, que está em curso, e na
integração do X-TEC e o QEF em projectos de redes internacionais, em
acções de formação nacional e internacional e na sua divulgação em
eventos relacionados .
O APOIO DO PRESIDENTE
Para o registo da patente, a docente teve a colaboração do presidente
do ISEP, João Rocha, que, desde logo, apoiou esta iniciativa . Até porque, a maior dificuldade, foi saber em que consistia a formalização de
um registo de patente, quais as implicações e a quem me devia dirigir
em cada fase . Até aqui, ao registo provisório da patente, o projecto já
passou por várias fases: a aprovação pelos órgãos de gestão da escola
da ideia (invenção) a ser patenteada; a aceitação da ideia pela entidade responsável pela formalização do processo de registo; a instrução
do processo; o pedido de registo provisório; a aprovação do registo
provisório e, finalmente, o registo definitivo , mas nunca sem perder a
vontade e a dedicação a este projecto. O desfecho, esse, compensou
toda a burocracia, todo o tempo dispendido e todas as preocupações.
UM PROJECTO PARA SALVAR VIDAS
O novo sistema autónomo de apoio a salvamento aquático através de
de acidentes com embarcações em condições de mar bastante hostil ,
robôs e outros dispositivos surgiu de uma ideia que se foi construindo
explica Eduardo Silva. Em fase de aperfeiçoamento do trabalho realiza-
naturalmente, como consequência do desenvolvimento de trabalhos
do, o docente confessa que o contributo do ISEP foi fundamental para
de Investigação e Desenvolvimento na área dos Sistemas Autónomos
complementar os financiamentos externos na compra de equipamen-
Marinhos. A aliar a este facto esteve ainda a crescente constatação do
to para protótipo, bem como para proporcionar o ambiente apropria-
enorme potencial de aplicação destes sistemas, em dispositivos que
do à investigação aplicada .
operam em ambientes hostis.
O projecto, que deu origem a uma patente, e envolveu dez investigadores do LSA ‒ Laboratório de Sistemas Autónomos no seu desenvolvimento, consiste num sistema autónomo de apoio ao salvamento
aquático envolvendo robôs e outros dispositivos.
Segundo Eduardo Silva, mentor do projecto e responsável pelo LSA,
uma das vertentes da sua aplicação, por exemplo, em Portugal, é nas
praias de grande dimensão como uma ferramenta de salvamento a ser
usada pelo Instituto de Socorros a Náufragos, que auxiliasse o nadador
salvador a prestar socorro à vítima de afogamento de forma mais célere . Mas a utilidade desta inovação não se fica por aqui... Outra vertente do projecto resulta na sua aplicação no socorro de náufragos vítimas
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A NOSSA TECNOLOGIA
PREVER FALÊNCIAS
PARA GARANTIR O
FUTURO
O GECAD não pára de surpreender. Desta vez, pela mão de Armando Vieira, o grupo de investigação do Departamento de Engenharia
Informática apresentou ao mundo um novo projecto que promete
ajudar (e muito) empresas e investidores. Chama-se IFRA ‒ Improving
Financial Risk Analysis e é um programa de Investigação e Desenvolvimento universitário que combina indicadores económicos e inteligência computacional para medir probabilidades de falência numa
empresa. Num panorama de crise mundial, este projecto não podia
ser mais apropriado.
Um projecto que diga, através de alguns dados de uma empresa, se
esta terá ou não sucesso, é inovador. Mas mais inovador ainda é um
projecto que diga se uma empresa corre o risco, ou não, de abrir falência.
Não alheio às necessidades com que se deparam as empresas ou bancos, o investigador do GECAD, Armando Vieira, em colaboração com
o seu grupo de trabalho, pôs mãos à obra e elaborou um sistema que
visa, quase a 100%, garantir se uma empresa está prestes a anunciar
falência ou se, por outro lado, está de boa saúde económico-financeira.
O sistema, criado e testado a partir de uma listagem de empresas francesas, conseguiu uma taxa de sucesso de 94%, usando um histórico
de três anos, percentagem muito próxima do máximo que é possível
esperar , diz Armando Vieira. Na banca, a taxa de sucesso ronda os 70%,
indicativo que está, neste momento, a ser melhorado.
Para empresários, bancos ou fornecedores, esta pode ser a solução para
empresas que deixem algumas dúvidas em relação à sua fiabilidade.
Armando Vieira, explica que o IFRA avalia o risco de insolvência de uma
unidade com base em indicadores chave. Com o desenvolvimento do
projecto, este sistema inovador pode também ser adaptado ao crédito
pessoal, tornado-se uma mais-valia quer para os cidadãos, quer para as
instituições de crédito, evitando falsos juízos.
Através do site do projecto, em www.gecad.isep.ipp.pt/aires, qualquer
pessoa pode conhecer a saúde financeira da sua empresa. Para tal, o
utilizador precisa de inserir, no mínimo, cinco indicadores chave. Para
uma resposta mais fiável, este projecto analisa um total de 30 indicadores mas, para uma solução mais simples e para facilitar o processo sem
perder fiabilidade, o objectivo é trabalhar com 10 ou 15 indicadores
chave. No entanto, tal como já foi referido anteriormente, é possível
medir o risco de falência ou de sucesso usando apenas cinco indicadores, tais como os resultados operacionais, liquidez geral, dívida financeira sobre o capital próprio, número de empregados e capacidade de
auto-financiamento.
Armando Vieira explica que são usados algoritmos que tentam apren-
A NOSSA TECNOLOGIA
der em que situação uma empresa está. Se está bem ou se corre riscos.
Desenvolvemos este projecto para reduzir significativamente o risco
na tomada de decisão comparativamente a outras técnicas estatísticas
convencionais , explica o investigador do GECAD.
Para medir o impacto de uma decisão de gestão na sua saúde financeira, as empresas podem e devem recorrer a este sistema como um instrumento de trabalho e de precaução, uma vez que ele permite fazer
simulações e alterar os rácios reais.
Nesta fase, o acesso é gratuito, com o duplo objectivo de testar a nova
metodologia de análise e conquistar a confiança dos utilizadores. Mas,
futuramente, o IFRA estará operacional na sua versão mais complexa,
que disponibiliza outros instrumentos de análise, como a possibilidade
de comparar a situação de três empresas diferentes num gráfico a três
dimensões.
Criar uma start-up de sucesso é o objectivo da equipa do IFRA, projecto multidisciplinar que tem como parceiros o ISEP, o Instituto Superior
de Economia e Gestão, a Universidade de Coimbra e a Universidade
do Minho.
SAIR +: UM NOVO PROJECTO COM A
MARCA GECAD
Ambição e ideias inovadoras foram suficientes para o GECAD criar a
Sair + , uma empresa que tem por base um portal inovador de pesquisa e lançamento de ofertas turísticas. Este é o primeiro portal turístico
inteiramente português, com conteúdos que ligam as ofertas de alojamento aos melhores locais a visitar em qualquer região. Brevemente,
disponibilizará ainda os seus serviços para dispositivos móveis.
E, para o lançamento em grande da spin off, o portal Sair + ofereceu
aos utilizadores uma semana em Palma de Maiorca para duas pessoas,
mediante a participação num concurso, no mínimo, original.
Analisando os indicadores chave do IFRA, chegamos à conclusão que
este é um projecto de boa saúde financeira que mostra sinais de empreendedorismo e de inovação.
Armando Vieira é também o mentor desta ideia e, agora, também o
director da spin off Sair + . Para os criadores da empresa, a Sair + não
é apenas mais um portal de turismo. É um novo modelo de promoção
e reservas na Internet . Tal como fazem questão de sublinhar, a implementação de um sistema de Web social é uma das inovações deste
portal, além de que neste portal, são os utilizadores que estão no centro da acção. São eles que avaliam, escolhem e decidem quais os hotéis
mais relevantes .
Prevê-se que, a curto prazo, o IFRA chegue a muitos outros países e que
as empresas o adquiram como um material essencial no desenvolvimento e criação de novos negócios.
Além de Portugal, os criadores do Sair + explicam que o portal vai
também ser promovido em Espanha, dando assim aos seus utilizadores
informações mais precisas sobre o nosso país vizinho, e vice-versa.
O IFRA já foi apresentado em conferências internacionais no Brasil e
na Nova Zelândia e o novo sistema de avaliação de risco tem atraído o
interesse de instituições nacionais e estrangeiras.
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24
BREVES
GEOTECNIA DESTACA-SE
EM HONG KONG
Ana Pires, investigadora do Laboratório de
Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA),
foi um dos oradores convidados para o simpósio internacional Rock Characterization,
Modelling and Engineering Design Methods ,
que se realizou em Maio, em Hong Kong.
A investigadora portuguesa viajou até à Ásia
para apresentar a comunicação Geoengineering Field Techniques for Rock Characterization of Coastal Protection Structures . Este
trabalho, desenvolvido em colaboração com
o docente do ISEP e também investigador no
LABCARGA, Hélder Chaminé, pretende contribuir para o desenvolvimento de novas metodologias de avaliação de materiais rochosos
usados na preservação e reabilitação de zonas costeiras. Este projecto usou como caso
de estudo as estruturas de protecção costeira
de Espinho.
A contínua migração das populações a nível
global para zonas litorais tem levado a um
aumento da vulnerabilidade das costas e consequente aceleração da sua erosão. Só em
Portugal existem 290 protecções costeiras. As
propostas apresentadas neste trabalho contribuem para melhorar a eficiência de monitorização e manutenção destes mecanismos,
reduzindo ainda os impactos económicos.
lho vencedor incide no desenvolvimento de
substitutos da cartilagem articular danificada,
através do processamento de materiais sintéticos com baixo atrito e elevada resistência
mecânica.
Segundo Lima Lopes, estes prémios são sobretudo uma mais-valia para os actuais e futuros alunos do ISEP, já que reafirma o valor
do corpo docente e permite interacções que
sustentam a sua contínua evolução. Vem
igualmente reconhecer a qualidade do trabalho científico desenvolvido no Instituto e
permite dissipar mitos relativos a hiatos entre
a produção científica do ensino politécnico e
universitário.
Futuramente, o docente do Departamento de
Física espera continuar o estudo, avançando
com testes in vivo ‒ aplicação do material
num sistema biológico. Em caso de sucesso,
poderá representar um passo importante
para o restauro de articulações com vista à artroplastia total e constituir-se como um avanço marcante na vida de milhões de pessoas.
Ana Pires foi igualmente convidada para presidir à sessão "Modelling", juntamente com
Hyung-Mok Kim, o que realça o mérito atribuído ao trabalho de investigação desenvolvido
no LABCARGA.
PRÉMIO REN 2008
JOÃO LIMA LOPES VENCE
BEST POSTER AWARD NO
MATERIAIS 2009
Sérgio Ramos foi distinguido com uma menção honrosa no decorrer do Prémio REN
2008. O trabalho apresentado incide na utilização de técnicas de data mining para apoio
aos agentes dos mercados retalhistas de
energia eléctrica.
João Lima Lopes foi distinguido com o Best
Poster Award no decorrer do Materiais
2009 . O trabalho apresentado procura avançar tecnologias de restauro de articulações.
É um exemplo da engenharia ao serviço da
humanidade.
O prémio foi atribuído no decorrer do V Simpósio Internacional de Materiais Materiais
2009 ‒ organizado conjuntamente pela Sociedade Portuguesa de Materiais (SPM) e pelo
Este projecto vem no seguimento do mestrado em Engenharia Electrotécnica e Computadores, que Sérgio Ramos está a desenvolver
no ISEP, devido à parceria com o Instituto Superior Técnico (IST). A dissertação teve como
orientadora a docente do ISEP Zita Vale e
João Santana, do IST. A Rede Eléctrica Nacional acaba assim por dar uma dupla dimensão
ao nosso Instituto, reconhecendo a qualidade da oferta formativa e da investigação feita
no ISEP.
Instituto Superior Técnico ‒ que decorreu em
simultâneo com o XIV Encontro da SPM, no
início de Abril, em Lisboa.
Intitulado Desenvolvimento e Caracterização
Tribológica de Materiais para Reparação e Regeneração de Cartilagens Articulares o traba-
Sérgio Ramos encontra-se actualmente a
desenvolver projectos de investigação no
Grupo de Investigação em Engenharia do
Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) e
é igualmente docente no Departamento de
Engenharia Electrotécnica.
CARLOS RAMOS DIRIGE
EDIÇÃO ESPECIAL DE
REVISTA IEEE
Carlos Ramos, investigador do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) e docente do
Departamento de Engenharia Informática
(DEI), coordenou uma edição especial da revista científica IEEE Transactions on Learning
Technologies . Esta edição especial (nº 2 de
2009) foi dedicada ao tema Real World Applications of Intelligent Tutoring Systems
reunindo alguns dos principais trabalhos
mundiais na área dos Tutores Inteligentes.
Entre os nove artigos da revista, para além do
edital de co-autoria de Carlos Ramos, Claude Frasson (University of Montreal, Canadá)
e Sowmya Ramachandran (Stottler Henke
Associates, Inc., EUA) inclui-se ainda o artigo
Training Control Centers' Operators in Incident Diagnosis and Power Restoration Using
Intelligent Tutoring Systems , dos docentes
do ISEP Luiz Faria e António Silva (GECAD e
DEI), Zita Vale (GECAD e Departamento de Engenharia Electrotécnica) em colaboração com
Albino Marques (REN).
SEMINÁRIO SOBRE
EXPLOSIVOS E
OPERAÇÕES DE
DESMONTE
O Departamento de Engenharia Geotécnica,
em parceria com a AP3E - Associação Portuguesa de Estudos e Engenharia de Explosivos
-, promoveu, no dia 3 de Junho, um seminário
sobre Explosivos e Operações de Desmonte
no ISEP.
Durante o evento foram debatidos temas
como o enquadramento da engenharia de
explosivos, a legislação específica e o panorama do mercado de explosivos. A sessão serviu
ainda para uma abordagem sobre aplicações
e operações de desmonte e a sua aplicação
no caso concreto das obras públicas.
O seminário destinou-se a profissionais da
área e a estudantes, com destaque para a área
BREVES
de Engenharia Geotécnica e Geoambiente,
mas contou igualmente com a presença de
convidados da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, do Instituto Superior Técnico e das empresas Descavanor e MACAMPor, entre outros.
Deste modo, o campus do ISEP acabou por
servir de fórum à discussão de desafios e
oportunidades de negócio num ramo específico da actividade construtiva e extractiva.
ISEP NO PROJECTO
EUROPEU TERMARED
O Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA) participou, em Maio, no
arranque do projecto europeu TERMARED ‒
Rede de Cooperação para o Desenvolvimento
Termal no SUDOE. Com financiamento FEDER
no valor de 525.000 euros, este projecto será
desenvolvido por um consórcio liderado pela
Xunta de Galicia, que agrega, além do ISEP,
parceiros científicos e empresariais portugueses, espanhóis e franceses.
O objectivo do consórcio é claro: aproveitar
as riquezas naturais de um recurso como a
água mineral, para dinamizar o sector do termalismo e o turismo de saúde e bem-estar.
Deste modo, espera contribuir para uma economia do conhecimento mais competitiva
no Sudoeste Europeu (SUDOE). O projecto
TERMARED visa promover a inovação e a
constituição de redes de cooperação científico-tecnológica nos domínios do termalismo.
Em termos de investigação aplicada, o LABCARGA irá focar-se nos efeitos das mudanças
climáticas nas águas minerais naturais do
SUDOE. O estudo dos pelóides termais e das
propriedades terapêuticas, a gestão do risco
sanitário nos balneários termais e a criação
de um curso profissionalizante subordinado
ao termalismo, estão entre as restantes metas
do projecto. O TERMARED tem ainda previsto a elaboração de um catálogo sobre águas
minerais naturais do SUDOE e a realização de
um congresso internacional.
O consórcio integra o ISEP, as universidades
de Vigo e da Corunha (Espanha), a Université
Victor Segalen Bordeaux 2 (França), a Direc-
ción Xeral de Turismo da Galicia (Espanha),
a Associação de Desenvolvimento da Região
do Alto Tâmega (Portugal), o Conseil Général
des Landes (França), a Associação Galega de
Talasoterapia (Espanha), a Associação Galega
dos Propietarios dos Balnearios (Espanha) e a
Associação das Termas de Portugal.
DIA INTERNACIONAL
DO MUSEUS
A série de seminários arrancou no final de Abril
com o investigador Stefan Petters. O investigador do CISTER apresentou o seminário Real
Power Management , que serviu para discutir
problemáticas e soluções associadas à gestão
dos consumos energéticos das plataformas
computacionais. Já em Maio, o seminário
Wireless Sensor Networks (WSNs) , conduzido
por Mário Alves (CISTER) serviu para apresentar
as medidas que a unidade de investigação do
ISEP está a explorar de modo a permitir a massificação de redes sensoriais sem fios.
O ISEP participou no Dia Internacional dos
Museus. Visitas guiadas gratuitas e deslocações a escolas primárias do Grande Porto foram algumas das actividades que ajudaram
a marcar a semana de 18 a 22 de Maio do
nosso museu.
Luís Almeida (FEUP) foi o orador convidado
para o primeiro seminário de Junho, A Dynamic Scheduling Approach to Designing Flexible
Safety-Critical Systems . Este evento incidiu no
desenvolvimento de sistemas dinâmicos para
controlo de qualidade em domínios industriais.
No âmbito das celebrações, o Museu do ISEP
organizou ainda a palestra Há Histórias no
Museu! Um Galvanómetro Três Perspectivas .
Este evento contou com a colaboração do
Museu da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do Museu de Ciência
da Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto e serviu para relembrar equipamentos e
práticas de trabalho com mais de um século.
Ainda em Junho, Björn Andersson (CISTER)
apresentou o seminário The Utilization Bound
of Non-Preemptive Rate-Monotonic Scheduling in Controller Area Networks is 25% .
O Dia Internacional dos Museus é celebrado
anualmente em todo o mundo desde 1977.
Pretende alertar a comunidade para a ideia
dos museus serem veículos importantes de
enriquecimento cultural e trocas de saber, favorecendo o desenvolvimento de compreensão mútua e da cooperação . Ainda de acordo com a definição do International Council
of Museums, os museus representam uma
instituição ao serviço da sociedade e do seu
desenvolvimento .
Situado no centro do nosso campus, com
um espólio de aproximadamente 10.000 objectos e recentemente elogiado pela Scientific Instrument Commission, o Museu do ISEP
presta homenagem à evolução do ensino da
engenharia nacional.
Os encontros do CISTER SEMINAR SERIES continuam com duas sessões mensais e são abertos a investigadores e profissionais na área de
sistemas computacionais de tempo real, além
de alunos e outros interessados na temática.
ISEP RECEBE VISITA
DE PERITO BELGA
EM MÉTODOS
ELECTROQUÍMICOS
Edward Matthijs, docente na University College KAHO St. Lieven, Bélgica, veio em Maio
ao ISEP apresentar um seminário sobre Métodos Electroquímicos. O convite ao professor
belga partiu do Departamento de Engenharia
Química, com vista a divulgar algumas novidades na área de Galvanotechnic Technologies a profissionais e futuros profissionais de
Engenharia Química.
Muitos dos desenvolvimentos em Química
SEMINÁRIOS DE
INVESTIGAÇÃO CISTER
moderna dependem de princípios electroquímicos. No entanto, este não é o campo
mais acessível da Química. Em parte, este
facto justifica-se pelo facto das reacções
O Centro de Investigação em Sistemas Confiáveis e de Tempo-Real (CISTER) tem vindo
a organizar o CISTER SEMINAR SERIES para
divulgar o estado da arte em sistemas computacionais de tempo real. Reconhecido
internacionalmente como uma das mais
avançadas unidades de investigação da área,
o CISTER aproveita estas sessões quinzenais
para divulgar alguns dos projectos que está
a desenvolver, mas também para convidar
peritos ao ISEP.
electroquímicas ocorrerem à superfície, o
que representa um desafio devido à aceleração das reacções.
Apesar da importância das técnicas clássicas
para efeitos analíticos, como a polarografia,
recentemente tem havido uma evolução de
técnicas electroquímicas para estudar este
tipo de reacções. Voltametria cíclica, voltametria de onda quadrada ou técnicas de impedância, são hoje métodos comummente
25
26
BREVES
aceites pela comunidade científica. Qualquer
das técnicas comporta as suas vantagens e
desvantagens, requerendo, no entanto, todas
elas alguma experiência.
Neste sentido, o DEQ convidou Edward Matthijs, que aproveitou o seminário para passar
ensinamentos, numa vertente prática, sobre
o domínio destas técnicas modernas. Dividido em três partes, o seminário abordou
Aspectos Fundamentais da Electroquímica,
Métodos Electroquímicos e Aplicações Electroquímicas Modernas.
Edward Matthijs é doutorado em Química
pela Catholique University of Leuven, tendose especializado em Electroquímica. Está
igualmente envolvido em vários projectos
de investigação na área de Galvanotechnic
Technologies.
SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO: DA
TECNOLOGIA AOS
PROCESSOS
A Informação é um activo de negócio. Foi
este o mote que lançou a 2ª edição do curso
Segurança da Informação: da Tecnologia aos
Processos . Especialmente dedicado a colaboradores de empresas com responsabilidade em matérias de segurança, este curso teve
início a 7 de Abril e foi leccionado em horário
pós-laboral.
Conhecer a informação que se utiliza diariamente, os seus processos de gestão e procedimentos directamente associados, constituem
formas de melhor compreender o seu valor
para a organização. Só assim se podem identificar os correctos níveis de protecção que
esta requer, em termos de confidencialidade,
disponibilidade e integridade. Perder informação significa perder negócios. Não ter acesso
a informação é uma medida de insegurança.
Interromper actividades por falhas de segurança constitui uma perda de imagem irreparável nos dias de hoje.
Organizado pelo Departamento de Engenharia Informática, a formação visou transmitir a
verdadeira génese dos problemas de segurança e contribuir para uma melhor gestão
das organizações. De acordo com as práticas
no ISEP, o curso foi desenhado de forma a dar
preferência a uma abordagem prática e a reflectir os melhores exemplos aplicados a nível
internacional. Este curso, de 38 horas, serviu
ainda para complementar a preparação para
certificação individual como auditor de segurança da informação.
SEMINÁRIO NATIONAL
INSTRUMENTS
A empresa National Instruments (NI) organizou uma série de seminários técnicos em
Lisboa, Porto e Coimbra para divulgar os resultados do estudo "LabVIEW & MATLAB for
Real-Time Data Acquisition with FPGA and
32-bit Microcontrollers with Hydrogen Fuel
Cells Control Case Study". No passado dia 16
de Abril, visitaram o ISEP.
A sessão foi conduzida por Magno Santos que
apresentou o interface LabVIEW & MATLAB,
que recorre a uma plataforma embutida para
aquisição e controlo de dados em tempo-real.
O seminário contou ainda com a demonstração prática da BAHIA, uma pilha combustível
fabricada pela empresa francesa Helion, em
parceria com a NI LabVIEW. Este produto, uma
pilha combustível (Hydrogen) tipo PEM com
instrumentação e automatização, é um equipamento didáctico, que permite o estudo da
micro-cogeneração.
De forma alegre e educativa, os pequenos
participantes foram ao Museu do ISEP, onde
fizeram fantoches e produziram uma peça de
teatro onde os protagonistas eram grandes
nomes da ciência, como Newton, Arquimedes ou Edison. Sob o mote Grandes Homens,
Grande Gente , os mais novos ficaram a conhecer personalidades marcantes de diversas áreas da ciência e feitos que mudaram o mundo.
Seguiu-se ainda um lanche e várias actividades
desportivas ao som de muita música, organizadas em colaboração com o ginásio da Holmes
Place, Fitness Worx, situado no nosso campus.
O ISEP distingue-se por ser uma instituição de
portas abertas. Se no dia 1 de Junho lançamos
um convite especial aos mais novos, aproveitamos para reconhecer com este pequeno gesto
o contributo diário de quem nos faz ser melhor.
O ISEP está sempre aberto às empresas. No
apoio à divulgação de projectos, através do
nosso Centro de Congressos, ou na consultadoria com as nossas unidades de I&D, estamos ao lado das indústrias e queremos ajudar
o tecido produtivo a fazer mais e melhor.
30º ANIVERSÁRIO
DA AEISEP
A Associação de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia do Porto (AEISEP) comemorou a 23 de Abril de 2009, o seu 30º
aniversário.
DIA MUNDIAL DA
CRIANÇA
Em discurso na cerimónia solene que se realizou no dia 24 de Abril, no Coliseu do Porto,
Thiago Oliveira, presidente da AEISEP, elogiou
as conquistas passadas e estendeu agradecimentos a todos os que contribuíram para
a tornar numa Associação de Estudantes de
referência em Portugal.
O sucesso das organizações constrói-se a
partir das pessoas que constituem o seu universo. Ciente da importância que a aposta na
qualidade passa igualmente por um bom ambiente de trabalho, coeso e inclusivo, o ISEP
tem vindo a reforçar iniciativas e equipamentos em prol da nossa equipa.
Constituída a 24 de Abril de 1979 a Associação de Estudantes do Instituto Superior de
Engenharia do Porto, comemora 30 anos de
existência. Sem dúvida, é uma data que marca
a história desta Associação, que ao longo dos
tempos tem marcado o movimento associativo no panorama nacional.
No dia 1 de Junho, aproveitando o Dia Mundial
da Criança, organizamos um convívio e convidamos todos os colaboradores a trazerem os
seus filhos ao nosso campus. Proporcionar um
fim de tarde diferente e muito divertido era o
objectivo da iniciativa. Para as crianças, esta
era uma oportunidade de ver de perto onde
os pais trabalham, mas também para entrarem no fascinante mundo da tecnologia.
As três décadas de vida da AEISEP serviram
para afirmar a sua importância na defesa dos
direitos estudantis e no panorama da Federação Académica do Porto. Mas contribuíram
igualmente para promover o espírito especial
que demarca o ensino superior, seja com a
organização de semanas académicas, na dinamização do desporto escolar ou no acolhimento de novos alunos.
PROVAS DE DOUTORAMENTO
INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTO
TEMPORAL EM SISTEMAS
INTELIGENTES
NOME: Jorge Santos
ÁREA CIENTÍFICA: Engenharia Informática
ORIENTADORES: Zita Vale (ISEP) e Carlos Serôdio (UTAD)
LOCAL: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
DATA DA PROVA: Maio 2009
O tempo é um conceito fundamental à cognição e é ortogonal à generalidade dos domínios de conhecimento. A representação e raciocínio
temporal são cruciais na Inteligência Artificial, designadamente nas
áreas de planeamento, escalonamento, língua natural, raciocínio qualitativo e de senso comum. A integração do tempo em aplicações inteligentes é um processo complexo devido à necessidade de considerar
diferentes aspectos ontológicos do tempo, nomeadamente, topologia,
primitivas temporais, granularidade, modelos densos vs discretos, bem
como aspectos relacionados com a própria solução a desenvolver, tais
como eficácia, exequibilidade e adequação aos requisitos do utilizador.
Assim, o trabalho desenvolvido compreende duas partes distintas e
complementares na integração de conhecimento temporal em sistemas inteligentes, a especificação e a verificação.
A verificação é um processo que visa garantir que um determinado
sistema foi desenvolvido com as técnicas e métodos adequados, satisfazendo os requisitos do utilizador. No contexto da verificação de sistemas inteligentes, a detecção de anomalias do conhecimento é o método que proporciona melhores resultados. Assim, foram desenvolvidos
algoritmos para a detecção automática de anomalias em sistemas com
conhecimento temporal. O resultado deste trabalho foi materializado
no sistema VERITAS. Como caso de estudo foi considerado o SPARSE,
um sistema pericial para o auxílio aos operadores da Rede Eléctrica Nacional (REN) no diagnóstico de incidentes.
Relativamente à especificação temporal, foram desenvolvidas técnicas
baseadas numa estratégia de dividir-para-conquistar que visam o desenvolvimento de ontologias complexas com recurso à composição de
ontologias já existentes.
OPTIMIZAÇÃO DA COMBINAÇÃO
DE AGRUPAMENTOS BASEADO NA
ACUMULAÇÃO DE PROVAS PESADAS
POR ÍNDICES DE VALIDAÇÃO E COM O
USO DE AMOSTRAGEM
NOME: Jorge Duarte
ÁREA CIENTÍFICA: Engenharia Electrotécnica e de
Computadores
ORIENTADORES: Fátima Rodrigues (ISEP) e Manuel Cordeiro
(UTAD)
LOCAL: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
DATA DA PROVA: Maio 2009
Apesar do vasto número de algoritmos de agrupamento de dados
existentes, nenhum é aplicável com êxito a todas as possíveis estruturas presentes nos conjuntos de dados multidimensionais. Duas das
principais mais-valias deste trabalho, entre outras, consistem no desenvolvimento do método de combinação ponderada de agrupamentos
de dados com amostragem, WEACS, e da medida de consistência dos
grupos do conjunto de agrupamentos de dados, MCG.
Os resultados obtidos nos estudos realizados para avaliar o desempenho dos vários algoritmos de agrupamento de dados e dos vários métodos de combinação de agrupamentos de dados em vários conjuntos
de dados reais e sintéticos, mostraram que o desempenho da configuração TODOS5+WR do passo complementar do método WEACS
em quase todas as situações, é claramente superior ao desempenho
médio dos restantes métodos de combinação de agrupamentos de
dados, aproximando-se sempre dos melhores resultados nas situações
em que isso não acontece. Por esse facto, o método WEACS constitui
uma opção robusta e recomendável para a combinação de agrupamentos de dados.
O estudo comparativo para a avaliação do desempenho das medidas
para a selecção do melhor agrupamento de dados, obtido pela combinação de agrupamentos de um determinado conjunto de agrupamentos de dados, apresentou resultados que mostram que existe uma
relação directa entre os resultados obtidos pela medida MCG e a qualidade dos agrupamentos de dados finais obtidos, já que o aumento
ou a diminuição dos valores da medida MCG são acompanhados pelo
aumento ou diminuição da qualidade dos agrupamentos de dados finais. As restantes medidas usadas no estudo, não apresentaram esta
correlação ou só apresentaram em alguns conjuntos de dados. Estes
resultados demonstram que a medida MCG constitui uma opção aconselhável como medida para a selecção de agrupamentos de dados finais resultantes da combinação de agrupamentos de dados.
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ISEP.BI 08