Conflitos no Cáucaso,
Ásia Central e Meridional
Os Conflitos no Cáucaso são uma série de guerras civis, conflitos separatistas e/ou conflitos
étnicos, e até mesmo conflitos entre nações, que ocorrem na região do Cáucaso desde o desaparecimento da
URSS ao fim da Guerra Fria.Grande parte do traçado das fronteiras existentes na região do Cáucaso é
arbitrário e artificial e foi em grande parte estabelecido entre 1922 e 1936 pelo ditador soviético Josef Stalin.
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Armênia, Geórgia e Azerbaijão na porção sul do Cáucaso, na área
denominada Transcaucásia. Enquanto que na porção norte do Cáucaso,
denominada de Ciscaucásia encontram-se 8 repúblicas e regiões autônomas
que permaneceram no seio Federação Russa..
Os conflitos são de interesse global, uma vez que a região é um ponto
estratégico devido aos oleodutos que atravessam o Cáucaso, ligando as
reservas de petróleo e gás no Azerbaijão e Cazaquistão a Moscou e aos portos
da Europa, que se tornaram assuntos estratégicos.
Principais conflitos
 Armênia vs. Azerbaidjão: a disputa por Nagorno Karabakh
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A região de Nagorno Karabakh é foco de conflito entre Armênia e Azerbaijão por sua natureza
peculiar. Embora esteja enclavado em pleno território azerbaijano, um país majoritariamente
muçulmano, quase 80% de sua população é armênia e cristã.
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Situação das fronteiras da região. As forças da Armênia além de controlar Nagorno-Karabakh
(fronteiras em vermelho), atualmente controlam quase 9% do território do Azerbaijão (em marrom)
fora do antigo Oblast Autónomo de Nagorno Karabakh; e forças azeris controlam Shahumian e part
do leste de Martakert e Martuni (em amarelo).
 Conflitos separatistas na Geórgia
A Geórgia e suas repúblicas separatistas : Abcásia (em verde) e Ossétia do Sul (em roxo).
 Ossétia do Sul
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Os ossetas são um povo de origem persa, dividido entre
a Federação Russa e a Geórgia durante o regime
stalinista (1924-1953). Em 1990, a Ossétia do Sul
declara a independência, primeiro passo para integrarse à república russa da Ossétia do Norte. A Geórgia
torna-se independente da União Soviética em 1991 e
lança uma ofensiva militar contra os ossetas. Os
choques terminam depois da mediação da Federação
Russa, em 1992, e da criação de uma força de paz
integrada por russos, ossetas e georgianos. O conflito
caminhava para uma solução pacífica, sem status
político definido para a região, até agosto de 2008,
quando forças georgianas entraram no território osseta,
o que levou a intervenção russa na região, que acabou
por envolver não só os dois países em conflito, mas
também os Estados Unidos e a União Européia,
parceiros da Geórgia.
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Abcásia
A república da Abcásia era habitada por uma maioria de etnia abecásia até a déada de
1930, quando Josef Stálin envia para a região milhares de georgianos, transformando
os abcazes em uma minoria de 17% da população. A Geórgia não reconhece o
movimento separatista dos abecásios, alegando que são minoria. Mas os rebeldes
criam a República Autônoma da Abecásia, em 1992, o que dá início aos conflitos. Um
cessar-fogo é alcançado em 1993, mesmo assim há freqüentes irrupções de violência.
Em outubro de 1999, o governo abecásio promove um referendo sobre a
independência, que obtém 97% de apoio, mas não é reconhecido pela Geórgia.
 Conflitos separatistas na Rússia
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Desde o fim da URSS, a região do Cáucaso tem causado problemas para a Rússia. Essa região é
de interesse estratégico para a Rússia, devido ao controle das companhias internacionais de
petróleo sobre as jazidas domar Cáspio, e esses movimentos de cunho separatistas põe em risco
o domínio russo na região. Além das reservas, o transporte, antes exclusividade do Estado,
também tem gerado tensão.
 Chechênia
A Chechênia, uma das repúblicas russas de população muçulmana, proclama sua
independência em novembro de 1991, um pouco antes da queda da URSS. As hostilidades
aumentam em 1994, quando o presidente russo Boris Yeltsin empreende uma operação militar
na Chechênia, chegando a ocupar a capital Grosny.
 Em agosto de 1999, guerrilheiros chechenos invadem a vizinha república russa do Daguestão,
também muçulmana, para ali criar um Estado islâmico. Seguem-se atentados a bomba em
edificios residenciais em Moscou e em outras cidades russas, que matam cerca de 300
pessoas.
 Na Ossétia do Norte, extremistas chechenos
fizeram reféns na escola de Beslan causando
331 mortos em setembro de 2004. Em Moscou,
40 separatistas chechenos realizaram a ocupação
do teatro de Dubrovka, tomando os espectadores
como reféns, em outubro de 2002. Ao final,
mais de 130 reféns foram mortos, depois que
a Spetsnaz (forças especiais Russas) usou gás.
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 Daguestão
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A maior república do Cáucaso russo, o Daguestão, de maioria muçulmana, possui
grande importância para os russos, uma vez que abriga campos de petróleo e
oleodutos, além disso, nessa república encontra-se o único porto russo no mar Cáspio
que pode ser usado o ano todo.
 Inguchétia
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O nome “Inguchétia” deriva da antiga aldeia de Ongusht (renomeada em 1859 como
Tarskaya e em 1944 transferida para a Ossétia do Norte) e do sufixo georgiano -eti, no
seu todo significando "(terra) onde vivem os inguches".
A Inguchétia continua a ser uma das mais pobres regiões russas. O presente conflito
na vizinha Chechénia chega ocasionalmente dentro da Inguchétia e a república tem
sido desestabilizada por vários crimes, protestos anti-governo, ataques a funcionários
e soldados, excessos militares e uma situação dos direitos humanos que se deteriora.
 Ossétia do Norte
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O colapso da União Soviética criou problemas particulares para os ossetas que estão
divididos em dois Estados, um à Geórgia, a que pertence a Ossétia do Sul, e a Rússia,
da qual faz parte a Ossétia do Norte, e é onde se encontra a principal base russa no
Cáucaso.
As viúvas negras da Chechênia
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Fontes ligadas ao Kremlin suspeitam de que as mulheres-bomba envolvidas nos
ataques de ontem pertençam a um grupo checheno batizado pelos russos, sugestivamente,
de Viúvas Negras. Essa “legião feminina” recrutada por líderes rebeldes seria formada por
mulheres que perderam os maridos, os irmãos ou outros parentes homens no conflito sem
fim do Cáucaso – e teriam sido convencidas a dar a vida pela causa.
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Elas ganharam notoriedade em outubro de 2002, quando
imagens de mulheres chechenas vestidas com chador preto e com as
cinturas adornadas por explosivos apareceram em reportagens sobre o
ataque a um teatro em Moscou. O grupo das Viúvas Negras foi
organizado inicialmente por Shamil Basayev, morto em julho de 2006 –
segundo os rebeldes, na explosão acidental de uma bomba; conforme o
Kremlin, executado em uma operação russa. No mês
passado, seu sucessor, Doku Umarov, mandou avisar, em um site
separatista, que os ataques chechenos, nos últimos tempos limitados ao
Cáucaso, se espalhariam por toda a Rússia.
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Curdistão
Curdistão é uma região com cerca de 500.000 km² distribuídos em sua maior parte na
Turquia e o restante no Iraque, Irã, Síria, Armênia e Azerbaijão.
Seu nome provém do povo que o habita, ou seja, os curdos, que são hoje a mais
numerosa etnia sem Estado no mundo. São milhões de pessoas, na sua maioria muçulmanos
sunitas, que se organizam em clãs e, em algumas regiões, falam o idioma curdo.
De acordo com o CIA Factbook, os curdos compreendem 20% da população da Turquia,
de 15 a 20% no Iraque, possivelmente 8% na Síria, 7% no Irã e 1,3% na Armênia. Em todos
estes países com exceção do Irã, os curdos formam o segundo maior grupo étnico.
Aproximadamente 55% dos curdos no mundo vivem na Turquia, 20% no Irã, 20% no Iraque e
um pouco menos de 5% na Síria. Estas estimativas estabelecem o número total de curdos
entre 27 e 36 milhões.
Há outras fontes que registram uma população maior de curdos que a mencionada
acima. Além disso, estima-se que os curdos, especialmente na Turquia, têm um índice de
natalidade quase 50% superior que os turcos. Devido a isso, eles são vistos como um desafio
demográfico para o estado.
O Partiya Karkerên Kurdistan (PKK) (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), também
conhecido como KADEK e Kongra-Gel, é considerado pelos EUA e pela União Européia como
sendo uma organização terrorista dedicada a criar um estado curdo independente.
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