Desenho Urbano e racionalidade energética – uma perspectiva de criatividade
MEMO 25 Jan 2015 Pedro Brandão – Sec.Geral Europan Portugal
Vivendo hoje a maior parte da população mundial em cidades o consumo global de energia
ocorre aí na maior parte. Portanto, as formas de optimizar o consumo de energia nas cidades,
serão dos factores mais importantes para manter um desenvolvimento humano durável.
Várias medidas são já consideradas, no plano legal e processual da construção para o uso
eficiente de energia nos edifícios que compõem a cidade, pois são estas as fontes de mais alto
gasto energético. Na implementação da auto-suficiência energética o critério pode ser
individual, com dispositivos mais eficientes e energias renováveis por edificio. Mas existem
princípios gerais de controle de energia através da concepção arquitetónica, com variada
bibliografia sobre temas que, no projecto, podem reduzir o consumo, sem reduzir as condições
de conforto no uso: pela orientação e forma compacta, pela "pele" do edifício com capacidade
de minimizar a perda de calor ou obter ganhos de luz solar, ou com sistemas de automação
para regulação, nos períodos do dia ou do ano.
Porém, numa área urbana tais objectivos podem ser objecto do Desenho Urbano, num âmbito
de economia de escala mais ampla. É claro que isso deve ser avaliado no contexto ambiental,
económico e social, com um conhecimento validado. Vejamos a sua amplitude.
A cidade é a organização da sociedade humana que mais modificações introduz nos equilíbrios
prévios e naturais dos lugares, sustituindo-os por equilibrios artificiais, tanto mais instáveis
quanto o próprio processo de transformação urbana, é permanente e dinâmico. A cidade tem
grandes interdependências com áreas externas, envolventes ou distantes, na importação de
recursos a na exportação dos seus produtos e resíduos; a energia é sempre o elemento
indispensável neste ‘metabolismo’. Como o sistema urbano não tem capacidade de compensar
o aumento de entropia, ele acusa rápidas deteriorações que podem afectar gerações seguintes,
se não se produz a base para um novo equilíbrio, seja com introdução de novos tipos de
recursos, sistemas, infra-estruturas, ou novos modos de vida, “refazendo” a cidade.
Um ambiente urbano pode ser descrito como um conglomerado de unidades, distribuídas num
espaço onde os dispositivos (como instalações, infra-estruturas, redes e sistemas) permitem
interações, físicas, economicas, sociais, entre pessoas, bens e serviços. Se a cidade estiver
ainda definida por limites espaciais nítidos, a racionalização da energia pode ser considerada à
escala daquelas unidades, de acordo com a “função” de cada uma: habitação, comércio,
indústria, escolas, saúde, etc. Mas hoje, com um urbano mais disperso à escala da metrópole
ou região, com limites que não são claros nem operativos, as periferias têm de ser incluídas
no desempenho urbano e da racionalidade energética, como parte determinante.
O critério básico para decidir sobre medidas de optimização do uso de energia é o seu retorno:
o impacto social, ambiental e económico da racionalização, assegurando o seu equilíbrio e
aceitação pelos cidadãos. Na realidade, a cidade surge da acção dos seus habitantes, dos
seus planos individuais, executados contínuamente, dia a dia. Uma racionalização da energia
necessária deve orientar e regular as acções individuais, tanto quanto deve ser proactiva, com
opções colectivas ou públicas, desde logo sobre formas de produção, armazenamento,
distribuição e consumo da energia, e outros sistemas interdependentes, tais como:
• Dos sistemas de transporte de pessoas e mercadorias no interior da cidade,
• Dos sistemas produtivos de bens e serviços, geradores de valor e atracção,
• Dos sistemas e técnicas de construção usadas em edificios e espaços exteriores,
• Da gestão do uso de serviços urbanos e espaços praticáveis, pelos seus utentes,
• Da gestão da iluminação no tempo, operacionalidade da circulação, 24 horas,
• Da gestão eficaz dos resíduos sólidos e líquidos, limpeza e manutenção,...
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No ambiente urbano as estratégias de eficiencia energética são sempre multifacetadas e agora
já não se limitam a acções centradas na tecnologia de produção e distribuição de energia,
exigindo uma percepção interdisciplinar, já centrada no próprio fenómeno urbano.
O fenómeno urbano, como matriz da adaptabilidade e racionalidade energética
Os impactos da eficiência energética são hoje reconhecidos como positivos, nas estratégias de
desenho urbano e gestão de adaptabilidade, que a Europan estimula, em 10 linhas de
eficiência energética, que são convergentes e relacionais com a criatividade e inovação:
1) O elemento primordial a ser considerado na optimização é a forma do tecido urbano
(morfologia), ou seja, a disposição espacial da cidade, mas esta diposição só tem um
sentido operativo em função do quadro de estruturação das atividades e relações sociais
que lhe dão vida. Uma fácil circulação entre áreas urbanas, que facilite as atividades
residenciais, de trabalho, de comércio, de lazer e as ligações das actividades ao exterior da
cidade... depende da morfologia geográfica, topográfica, hidrográfica.
2) Outro fator importante que condiciona o uso, o crescimento e a transformação do tecido
urbano, é o sistema de propriedade, e de uso do solo, frequentemente herdado da
subdivisão da propriedade agrícola. Assim, é primordial a racionalização do uso do solo,
considerando o seu sentido de interesse público.
3) Habitualmente aceita-se a forma compacta da cidade como sendo energeticamente mais
eficiente do que a forma dispersa. As áreas mais compactas predominam em regra nas
zonas centrais, com bairros históricos, atractivos turísticos, centros de compras, espaços
de diversão ou culturais. Porém, uma cidade compacta pode ter um equilíbrio instável entre
componentes mais e menos densos; Reduzir distâncias na deslocação das pessoas,
produtos ou serviços e facultar maior partilha do espaço, trará sempre uma melhor relação
com o consumo de energia, mas o congestionamento de modos de deslocação, problemas
de esgotamento dos serviços de saúde, educação, ou apoio social (pobreza, marginalidade,
segurança) pode existir no centro e a deserificação pode existir noutras áreas da cidade.
4) A questão da dimensão urbana é relativa à dependência entre partes do sistema urbano,
mais do que à sua área. Se em geral a concentração favorece a eficiência, a segregação
social é excluidora, degradante, ineficiente. Se a forma da cidade por si só não assegura a
racionalidade dos recursos energéticos, tão pouco a sua dimensão o faz: as cidades mais
pequenas, se parecem oferecer melhor equilíbrio da vida social que as grandes metrópoles,
na verdade não podem fornecer recursos equivalentes (aeroportos, universidades,
comunicação, atividades culturais, serviços sofisticados etc.) e os seus principais deficits
decorrem da dependência em relação a cidades que têm aquelas estruturas.
5) É importante a organização sustentável das “unidades” de proximidade (por exemplo
distritos ou bairros) facultando equipamentos genéricos como creches e escolas, farmácias
e centros de saúde, bancos e lojas de proximidade, repartições públicas e locais de lazer,
associações e clubes desportivos e espaços públicos, a uma curta distância/tempo da
habitação e com acesso a transportes de maior distancia. Nessas áreas uma deslocação
segura e confortável por passeios, ruas pedonais, ciclovias, ou partilhadas em “zona 30”,
em geral diminui o uso do automóvel. A acção municipal activa e persistente, o apoio a
iniciativas dos cidadãos nas actividades no bairro, promove a economia na vida local.
6) É especialmente relevante o transporte colectivo, de pessoas, bens e produtos, em toda
a rede urbana, suburbana e metropolitana. O tipo de transporte apropriado (caminho de
ferro, metro, autocarro...) depende das características geográficas do fluxo e da distribuição
populacional, mas a acessibilidade é o seu objectivo transversal, como serviço necessário
à continuidade do espaço, facilitando a vida familiar e a relação social e reduzindo o
consumo de energia que é devido ao uso excessivo do automóvel.
7) A implementação e acessibilidade aos cidadãos dos novos sistemas de comunicações
pode reduzir ou simplificar significativamente a necessidade de viagens das pessoas nas
áreas metropolitanas para acções “complementares”, com actividades de educação,
conferências e reuniões, cultura e lazer. Mas convém reter a noção que está demonstrada
de que as tecnologias de comunicação “apelam” para os eventos de reunião física.
8) Se conseguirmos produzir alimentos na periferia e também no interior do espaço urbano,
uma redução significativa no consumo de energia necessária para transportar os bens e
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produtos utilizados pela cidade pode ser alcançada. Além de ajudar a resolver o problema
das populações com proveitos marginais, a oferta das hortas urbanas pode ser associada a
áreas de lazer e socialização e gerar postos de trabalho. Os alimentos produzidos
localmente, requerem menos input energético na sua distribuição local e estimulam a
capacidade de concorrência do comércio de rua com com os grandes canais comerciais.
9) A gestão da água, com o fornecimento de água potável, o aproveitamento de água da
chuva e a eliminação de águas usadas, é outro elemento importante que afecta o consumo
de energia. A sua magnitude depende da qualidade e localização das fontes de
abastecimento de água na região, da rede de distribuição e das estações de tratamento; A
depuração e eliminação dos esgotos por redes separadas evita sobredimensionamento e
consumos de energia. Para resíduos sólidos a reciclagem de materiais, seu transporte e
transformação para reduzir o consumo de energia, são medidas cada vez mais relevantes.
10) A iluminação pública pode ser melhorada com lâmpadas mais eficientes e controle de
ignição automática, mas a matriz das necessidades de iluminação é um facto inelutável – a
cidade de noite, isto é, a metade das 24 horas em que a cidade tem também de funcionar,
garantindo acesso a actividades e serviços, circulação e segurança nos espaços e infraestruturas comuns, é parte dos activos da vida urbana em que a energia é protagonista.
O quadro Europan da “Cidade adaptável” 2015/16 – locais em Portugal
No quadro de reflexão criativa da Europan, propõe-se para a 13ª sessão o tema genérico da
“Cidade Adaptável” abordado na edição anterior, agora adaptado à necessidade de inovação
com vários enfoques, nos quais se inclui o topico da adptabilidade dos recursos urbanos.
Com a adaptação ao contexto de crise económica que muitas cidades europeias hoje vivem, a
diminuição do investimento apela em geral ao uso racional de recursos, dos quais o primeiro é
o do próprio espaço urbano, ao qual se juntam agora novos recursos de expressão temporal ou
processoal, com uma atitude proactiva dos projectos em direcção aos seus stakeholders. Três
conceitos genéricos estruturam o tema global da Adaptabilidade, em três tópicos que induzem
mudanças na Política Urbana e de Arquitectura, na Europa:
1. Reflexão: Resiliência como desafio: ser capaz de entender ou recentrar a identidade
dos elementos estruturais da cidade (construídos ou da paisagem) num contexto com
mudanças significativas, procurando formas de auto-organização dos actores urbanos;
Tópico: Na lógica dos actores – Estado Providência Vs. Auto-Organização; A
essência da cidade europeia é um certo sentido de comunidade, de acção por objectivos
colectivos. Ocorre actualmente uma mudança: se há menos “Estado-providência” terá de
haver mais “autoorganização” dos stakeholders urbanos.
Qual será a nova relação entre os domínios público e o privado? Quem cuidará do
domínio público se o envolvimento do Estado for menor? E o que significa isso, para
a prática profissional da arquitectura e do urbanismo?
2. Reflexão: A adaptabilidade social como objectivo central: reconciliar a coerência
das estruturas urbanas existentes, com a evolução e partilha dos usos e práticas
urbanas, numa nova pratica de nova inclusividade urbana;
Tópico: Nos conteúdos – Segregação Vs. Partilha. Partilhar na escala urbana pode
estimular e valorizar a coexistência cultural: preservar o colectivo e simultaneamente
inventar uma organização mais apropriada da sociedade.
Como poderá a partilha intergeracional ser uma forma de desenvolver soluções?
Poderão ser mais baratas e ligeiras e construir uma cidade mais equilibrada e
durável? Como se podem regenerar os ambientes cohabitados?
3. Reflexão: Economia como método: gerir transformações urbanas em contextos de
meios e recursos limitados, sejam os espaciais e ambientais, sejam os da mobilidade
urbana ou da racionalidade energética, na era da “cidade pós-petróleo”;
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Tópico: Nos processos de concepção – Objecto Vs. Processo (de projecto). Com os
instrumentos e as redes sociais de comunicação em crescimento rápido, a nossa cultura é
menos baseada nos objectos e este fenómeno afecta a arquitectura e o urbanismo. Muitos
jovens profissionais sugerem projectos focados num âmbito operacional e relacional.
Será o âmbito do processo mais importante que o da imagem dos ‘objectos
urbanos’? O projecto pode focar-se na gestão do existente? E lidar com construções
sociais num contexto do “urbanismo com um menor ou nulo crescimento”?
A Europan pretende que os sítios a concurso, na procura de soluções criativas dos jovens
concorrentes, sejam um estímulo a abordagens de projecto visando as novas problemáticas da
urbanidade europeia, ao que se ajustam os 3 locais seleccionados em Portugal:
A. Como Integrar Sítios “Vagos” no Desenvolvimento Urbano? Alterações na economia
ou na “governança” da sociedade podem fazer aparecer espaços “vagos” na paisagem
urbana: complexos habitacionais inteiros esperando novos utilizadores, antigos espaços
militares ou de infraestruturas desactivadas, áreas verdes não cultivadas… Estes espaços
são por vezes difíceis de integrar no desenvolvimento urbano por serem demasiado
grandes e necessitarem de uma adaptação total ou recursos adicionais muito avultados.
Onde deveremos então procurar elementos que preencham estes espaços ou que os
permitam ligar a áreas urbanas consolidadas adjacente, que nos levem a considerá-los
como mais-valor? Como poderemos conferir-lhes sentido e integrá-los em novas formas de
fazer cidade?
Local seleccionado em Portugal – Barreiro: ponte pedonal e ciclável e áreas adjacentes,
com instalação de núcleo museológico ferroviário e facilitando o acesso das duas
localidades à rede de transportes fluviais e ferroviários.
B. Como Usar Novos Inputs para Mudar o Espaço Urbano? Como beneficiar de novos
inputs para transformar o espaço urbano com dinâmicas positivas, em áreas de urbanidade
adjacente? Como gerir potenciais tensões entre actividades locais em crise e actividades
translocais emergentes? Estes novos inputs podem estar relacionados quer com novas
actividades ou usos programados, quer com novas ligações a redes de transportes
públicos que possam contaminar a pré-existencia com actividades geradoras de actividade
ou induzir novas dinâmicas integrando novos actores, promovendo economia de recursos.
A escala destes inputs de dinâmicas urbanas emergentes pode variar, desde um ponto do
aglomerado urbano à escala global do mundo?
Local seleccionado em Portugal – Santo Tirso: reabilitação de mercado municipal no
centro da cidade a novos usos emergentes diversificando o centro com programa de usos
24 horas e ligação às áreas de expansão urbana (indústria readaptada a startups e nova
paisagem urbana).
C. Como Criar Dinâmicas Positivas a partir de uma situação urbana difícil? Muitos sítios
têm que enfrentar situações urbanas difíceis, decorrentes de problemas de diferentes tipos:
económicos, ambientais e urbanos, ou ainda de isolamento ou falta de valores próprios que
os remetem para uma resistência ao decréscimo. Confrontados com estas dificuldades, os
sítios podem constituir focos de resiliência criativa, terreno favorável para novas dinâmicas,
baseando-se em cenários de partilha de recursos e regeneração, auto-governo ou autosuficiência de recursos (energéticos, de actividade económica, turísticos...) com novas
ferramentas arquitectónicas e urbanas.
Local seleccionado em Portugal – Regeneração urbana de Azenha do Mar, Odemira,
na situação de distância à sede de concelho, isolamento e carência de diversidade, procura
ganhar condições de vida sustentável com turismo de nicho e maior autonomia de gestão
energética.
D. Como Transformar Obstáculos Físicos em Novas Ligações? Entendemos “ligações”
como articulações entre contextos diferentes, ultrapassando obstáculos: os obstáculos
físicos reduzem a continuidade e conectividade urbana. Para permitir movimento em
diversos sentidos e direcções permeabilizando tecidos urbanos de forma suave, facilitar
uma diversificação maior de usos e actividades, a solução pode ser transformar o
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obstáculo num elemento de ligação, superando a barreira separadora. O obstáculo poderá
ser habitado, cortado ou entrecruzado; poderá aumentar a densidade, alterar as funções
em qualquer dos seus lados, antes separados, ou trazer uma nova prespectiva a um
contexto familiar.
Acção promotora de visibilidade temática, da Eficiência Energética Urbana
A edição do concurso Europan é uma oportunidade para uma maior visibilidade proactiva
da temática da racionalidade e eficiencia energética, junto dos profissionais, das
administrações municipais parceiras e dos sectores da gestão de recursos urbanos. Mas
sendo por natureza os novos fenómenos e estratégias urbanas multifacetadas e
interdisciplinares, é o desenho urbano que permite melhor evidenciar uma coerência na
relação entre a racionalidade técnica e a criatividade, como síntese na abordagem aos
recursos urbanos, incluindo os energéticos, numa óptica de adaptabilidade geral dos
ambientes urbanos. Tal apela a uma formação transversal e colaborativa que é ainda
rudimentar nos campos disciplinares do conhecimento do urbano.
O concurso Europan, estimulando novas abordagens aos fenómenos urbanos, abordando
criativamente os problemas emergentes na diversidade da urbanidade europeia, oferece
oportunidades para um conhecimento experimental em que a sensibilidade aos recursos
urbanos se inscreva na reflexão sobre os territórios urbanos, como espaço social,
económico e cultural da vivência em comum, no quadro da cultura das cidades europeias.
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