JORNAL DA
associação
médica
Agosto/Setembro 2008 • Página 15
ESPECIALIDADE
Resolução do CFM altera
áreas de atuação
Márcio Arruda
Resolução do CFM nº 1.845/2008, em
vigor desde 15 de julho, exclui das áreas
de atuação a Cirurgia Dermatológica e
Cosmiatria. Foram incluídas a Endoscopia
Digestiva como área de atuação da
Cirurgia Geral e a Perícia Médica, comum
a todas as especialidades médicas. Outra
novidade é a Medicina Aeroespacial, reconhecida como área de atuação, desde
que o médico tenha título de especialista
em Medicina de Tráfego ou Clínica Médica.
Anualmente é realizada a revisão, podendo ser reconhecidas novas especialidades/áreas de atuação ou a exclusão de
outras, de acordo com as normas da
Comissão Mista de Especialidades (CME),
formada pela Associação Médica Brasileira
(AMB), Conselho Federal de Medicina
(CFM) e Comissão Nacional de Residência
Médica (CNRM). A CME não reconhece
especialidade médica com tempo de formação inferior a dois anos e área de atuação com menos de um ano.
De acordo com o conselheiro do CFM
Antônio Gonçalves Pinheiro, a Comissão
Mista de Especialidades não proíbe atuação ou prática de métodos médicos, os
quais devem ter reconhecimento científico
no País, pelas Sociedades de Especialidades
com aprovação do CFM. “Nossa atividade
na comissão é no sentido de dizer para a
sociedade o que é especialidade médica,
quantas e quais são as reconhecidas, quem
O Jornal da AMMG publica sugestões de artigos médicos avaliados pelo Conselho Científico da
entidade. Nesta edição, o angiologista e cirurgião
vascular Ricardo Costa-Val, presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular –
Regional Minas Gerais e cirurgião titular do Hospital
de Pronto Socorro João XXIII (HPS/Fhemig), comenta
artigo sobre o trauma cardiovascular civil.
“Reflexões sobre o trauma cardiovascular civil
a partir de um estudo prospectivo de 1000 casos
atendidos em um centro de trauma de nível I”
Costa-Val, Ricardo et al.
Rev. Col. Bras. Cir 2008 35(3) p. 162-167
O conselheiro do CFM Antônio Gonçalves
Pinheiro alerta que o médico só pode anunciar
especialidade que estiver registrada no CRM
e como titula para registro nos conselhos
regionais de medicina. É importante lembrar que, por lei federal, só podem ser anunciadas como especialidade aquelas que tiverem registro nos CRM’s”, reforça Pinheiro.
Conforme a resolução, a área de atuação que apresente interface com duas ou
mais especialidades somente será criada
ou mantida após consenso entre as respectivas sociedades. As propostas recusadas só poderão ser reapresentadas para
nova avaliação após cinco anos. Confira,
no site www.portalmedico.org.br, a relação
das especialidades reconhecidas e as áreas
de atuação.
Campanha pela valorização
dos ginecologistas e obstetras
A Associação dos Ginecologistas e
Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) lançou, no mês de julho, por tempo indeterminado, uma campanha pela valorização
profissional em defesa do reajuste da remuneração de serviços da categoria.
Levantamento realizado pela sociedade de especialidade revela que a remuneração da categoria que atende à saúde suplementar está defasada em mais de 20%
e os valores repassados não cobrem os custos e as despesas mensais da maioria dos
consultórios. Alguns convênios, seguradoras e cooperativas remuneram os profissionais com base na tabela de 1992 e, outros, na de 2003, sem reajuste. Segundo a
Sogimig, os especialistas chegam a pagar
quase R$ 300,00 por mês para exercer a
profissão.
De acordo com o presidente da entidade, João Pedro Junqueira Caetano, 95%
dos especialistas prestam serviços através
dos planos de saúde. “Para conseguir pa-
ica
Atualização científ
gar as despesas e receber uma remuneração justa, os profissionais teriam que diminuir o tempo de consulta e aumentar o
número de pacientes atendidos por dia.
Além do exame físico cuidadoso, são necessárias a observação e a análise das condições de vida dos pacientes. Nenhum médico é capaz de fazer isso de forma adequada em 10 ou 15 minutos de consulta.
Nem deve fazê-lo”, avalia Caetano.
Outra preocupação da classe é com a
inauguração de unidades próprias dos planos de saúde, que vêm remunerando os profissionais com valores ainda mais baixos. “A
solução é conscientizar a classe e estimular
sua participação em assembléias e eleições
das entidades médicas. Para isso, apostamos
em campanhas como esta. Precisamos eleger colegas que estejam engajados com a
política de melhor remuneração e qualidade de trabalho. Tudo isso para garantirmos
uma remuneração justa e vivermos com dignidade”, conclui Caetano.
Abordar o trauma não é novidade. Este trabalho, no entanto, é um dos maiores estudos epidemiológicos prospectivos sobre o Trauma Cardiovascular Civil e, não, militar, como na maioria das
publicações internacionais, proveniente de 1000 casos operados no HPS entre 1998 e 2005. Entender os
aspectos epidemiológicos dos grandes agravos à
saúde se revela fundamental para o estabelecimento de metas capazes de combater o mesmo, sendo
esta a grande relevância do artigo.
Destacam-se, dentre os vários achados, o significativo número de vítimas do sexo feminino e
o alargamento da faixa etária, praticamente restrita em nosso País a homens de 20 a 40 anos até
a década de 90 e, agora, abrangendo todas as faixas etárias (2 a 80 anos). Associa-se, ainda, a esmagadora prevalência de vítimas de armas de grosso calibre e os acidentes automobilísticos, variáveis que condizem com a nossa realidade e exigem ações específicas e multidisciplinares imediatas e permanentes.
À semelhança dos conflitos militares, após a implantação e o aperfeiçoamento das equipes de atendimento pré-hospitalar de urgência, está aumentando a admissão de pacientes com lesões nos grandes vasos tóraco-abdominais e/ou cervicais, fato que
exige novas estratégicas técnico-administrativas por
parte das instituições.
Notório se faz destacar ainda a associação direta entre óbito hospitalar e elevada taxa de pacientes (34%) admitidos com manifestações clínicas compatíveis com síndrome hemorrágica grave secundária a lesões vasculares periféricas, particularmente nos vasos femorais, braquiais e/ou cervicais.
Tal achado reforça a necessidade de campanhas
educativas capazes de orientar sobre medidas para
conter e/ou minimizar a perda sanguínea destas vítimas, não apenas a população civil, mas também
polícia e afins, profissionais envolvidos no transporte
intermunicipal e até mesmo para o atendimento préhospitalar especializado. Não se justifica mais o transporte intempestivo como de outrora.
O trabalho mencionado acima pode ser encontrado gratuitamente no Centro de Documentação Científica da Associação
Médica (CDC-AMMG). Acesse www.ammg.org.br/cdc ou informe-se pelo telefone (31) 3247 1633.
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