HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO DE ENFREMAGEM NO PERÍODO
TRANSOPERATÓRIO1
SALBEGO, Cléton2; ALBERTI, Gabriela Fávero3; DORNELLES, Carla da
Silveira4; ESPÍNDOLA, Roselaine Boscardin5.
RESUMO
O presente trabalho visa relatar um estágio curricular ocorrido na Unidade de Centro
Cirúrgico do Hospital de Caridade de Santiago, que proporcionou a reflexão sobre as
percepções acadêmicas frente à importância da Humanização da Assistência de
Enfermagem no Período Transoperatório. Assim, pretende-se contextualizar a humanização
do cuidado de enfermagem frente aos pacientes durante o período transoperatório,
objetivando evidenciar a importância da atuação do enfermeiro sob a humanização. A
utilização da escala de Aldrete e Kroulik na sala de recuperação pós-anestésica entra no
contexto, tendo em vista que nesta fase que sucede o procedimento cirúrgico é
caracterizada por alterações fisiológicas complexas que necessitam monitoração, pois
podem existir sérias complicações ao estado físico e emocional do paciente. Portanto, é
necessário que na formação dos estudantes de Enfermagem esteja explícito que para haver
um cuidado humanizado, a equipe inteira deverá estar preparada manter uma visão olística
do sujeito.
Descritores: Humanização; Enfermagem; Transoperatório.
ABSTRACT
1
Relato de Experiência. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI –
Campus Santiago).
2
Apresentador. Curso de Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões (URI), Santiago, RS, Brasil. E-mail: [email protected]
3
Curso de Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI),
Santiago, RS, Brasil.
4
Curso de Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI),
Santiago, RS, Brasil.
5
Curso de Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI),
Santiago, RS, Brasil.
1
This paper describes a curricular occurred in the Surgical Center Unit of Charity Hospital of
Santiago, which provided a reflection on the perceptions of the importance of academic front
Humanization of nursing care during the perioperative period. Thus, it is intended to
contextualize the humanization of nursing care to patients facing during the surgery, aiming
to highlight the importance of nurses' performance under the humanization. The use of
Aldrete and Kroulik in the recovery room, anesthesia, enter the context, considering that at
this stage that follows the surgical procedure is characterized by complex physiological
changes that require monitoring, as there can be serious complications to the physical and
patient's emotional. Therefore, it is necessary for the training of nursing students is clear that
to be a humanized care, the entire team should be prepared to keep an overview of the
subject Olistica.
Keywords: Humanization; Nursing; Intraoperative.
1. INTRODUÇÃO
O cuidado humanizado surge como um novo modelo de assistência enfocado no
respeito ao sujeito, sua individualidade, singularidades, escuta e acolhida. Para um cuidar
de forma humanizada, os profissionais da saúde, neste trabalho ênfase para o enfermeiro,
que presta cuidados mais próximos ao paciente, avaliando todo seu histórico pregresso,
deve ser capaz de entender a si mesmo e ao outro, ampliando esse conhecimento na forma
de ação e tomando consciência dos valores e princípios que norteiam sua assistência.(1)
O Enfermeiro é o responsável por gerenciar todo o andamento do Centro Cirúrgico
(CC), onde se inclui atividades da área técnica, administrativa, assistencial e de ensino,
cabendo sempre manter vínculo humanístico com a equipe e pacientes.
Para o autor
(2)
, [...] humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na
tarefa a ser desenvolvida, se entregar de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com
ciência e paciência as palavras e o silêncio [...]. Neste contexto, a assistência de
enfermagem não se resume em prestar cuidados integrais ao paciente de CC, mas sim
abranger seus familiares respeitando sentimentos, emoções, anseios.
Pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos vivenciam alguns procedimentos
até o momento da cirurgia, cientificamente denominados período pré-operatório,
transoperatório e pós-operatório. Neste estudo iremos referenciar o período transoperatório
e o papel do profissional enfermeiro frente aos seus cuidados.
2
O período transoperatório, que corresponde ao momento em que o paciente é
recebido no Centro Cirúrgico (CC) e estendendo-se até o momento de sua transferência
para a Sala de Recuperação Pós - Anestésica (SRPA), é normalmente considerado um
período crítico para o paciente.(3)
A submissão do paciente a procedimento cirúrgico é considerado crítico tendo e vista
ação anestésica, alterações fisiológicas do corpo, tipo de procedimento cirúrgico. Neste
período de submissão do paciente, seus familiares aguardam ansiosos por notícias sobre
seu quadro clínico, esperam aflitos para saberem como seu familiar esta reagindo ao
procedimento. Portanto cabe ao enfermeiro, manter a família informada sobre o andamento
da cirurgia e posteriormente sobre sua recuperação na SRPA.
2. METODOLOGIA
Esta vivência refere-se à experiência acadêmica obtida durante as práticas
curriculares da disciplina de Enfermagem no Cuidado ao Adulto II que ocorreu de 26 a 30 de
setembro de 2011 nas dependências do Centro Cirúrgico (CC) do Hospital de Caridade de
Santiago (HCS), totalizando 30 horas, acompanhadas pela enfermeira supervisora.
O Centro Cirúrgico do Hospital de Caridade de Santiago possui uma infra-estrutura
composta por quatro salas cirúrgicas, um Centro de Material e Esterilização (CME)
centralizado e a Sala de Recuperação Anestésica com oito leitos. A demanda de cirurgias
possui caráter de baixa e média complexidade atendendo as áreas cirúrgicas da
traumatologia,
ginecoobstétricas,
pediátricas,
urológicas,
cirurgia
geral,
além
de
procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. A equipe de enfermagem é constituída por cinco
técnicos de enfermagem por turno e pela enfermeira responsável técnica do serviço.
Primeiramente as práticas de humanização da assistência de enfermagem a
pacientes submetidos a procedimento cirúrgico foram executadas desde o momento em que
os mesmos eram recebidos no Bloco Cirúrgico, estendendo-se para a SRPA onde ficavam
em repouso, a espera.
Durante este momento que antecedia a cirurgia ficávamos atentos aos sinais vitais
do paciente, esclarecíamos dúvidas a cerca do procedimento, anestesia, recuperação,
através de um vocabulário acessível a fim de minimizar o medo, angustia, ansiedade.
Posteriormente, se revisava a sala e os materiais utilizados para a cirurgia, e
encaminhávamos o paciente para a mesa cirúrgica, onde era posicionado da maneira
correta para o procedimento e avaliando suas condições de permanecer na posição.
Durante o período de realização do procedimento cirúrgico, nos incumbíamos de manter
3
seus familiares cientes do seu quadro clínico, para que os deixa-se mais tranqüilos e
informados.
No transcorrer das cirurgias os acadêmicos eram separados por grupos para a
assistirem os procedimentos cirúrgicos.
Ao término da cirurgia, ainda sob efeito anestésico o paciente era encaminhado para
a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA), dando início ao pós-operatório imediato.
Na SRPA recebia assistência integral pela equipe de enfermagem onde se realizava a
verificação dos sinais vitais, avaliação do estado geral do paciente, aplicação da escala de
Aldrete e Kroulik, bem como o levantamento dos diagnósticos de enfermagem e a
elaboração das prescrições de enfermagem. Isto com o intuito de proporcionar a
continuidade do cuidado de enfermagem, mesmo com a alta do paciente da SRPA.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Cuidar de forma digna requer uma interação e o estabelecimento de vínculos entre
equipe e a família no intuito de promover uma comunicação aberta e amenizar o estresse do
cliente frente a sua patologia.
Segundo o autor(4)
[...] os profissionais de enfermagem que atuam no centro cirúrgico são
geralmente os responsáveis pela recepção do cliente na sua respectiva
unidade, (que deve ser) personalizada, respeitando sempre suas
individualidades; o profissional deve ser cortês, educado e compreensivo,
buscando entender e considerar as condições do cliente que normalmente
já se encontra sob efeito dos medicamentos pré anestésicos.
Na concepção do Ministério da Saúde, a humanização funciona como um dos
princípios a serem seguidos em prol da qualidade da assistência. Na abordagem, o autor
(1)
referencia que a humanização é essencial, pois considera o cuidado algo ontológico e
próprio do ser humano. Um fator indissociável a atitude humana é que, sem cuidado, o
Homem “deixa de ser humano. Se não receber cuidado desde o nascimento até a morte, o
ser humano desestrutura-se, definha, perde o sentido e morre. [...] Cuidado significa um
fenômeno existencial básico. Traduzindo: um fenômeno que é a base possibilitadora da
existência humana enquanto humana".(1)
Sendo assim, mediante ao cuidado humanizado durante o período transoperatório,
percebemos que o paciente e sua família necessitam estar
informados sobre os
procedimentos, serem atendidos de maneira integral, tendo em vista que a equipe de
enfermagem possui responsabilidade com o paciente e a família. Ainda, possui
4
competências na observação e intervenção para minimizar o medo a ansiedade, assim
como orientar e estimular a participação da família para colaborar na recuperação do
paciente.
5. CONCLUSÃO
Diante do exposto sobre humanização no período transoperatório e os vários fatores
que interferem neste, podemos afirmar que para conseguir humanizar o atendimento de
enfermagem é preciso que a equipe esteja conscientizada e preparada para fazer a
diferença no cuidado, passando a atender o paciente de forma humana. Cabe ao enfermeiro
a responsabilidade de orientar, minimizar dúvidas pertinentes ao procedimento, trazendo
uma maior tranqüilidade e segurança ao paciente cirúrgico e sua família. Para tanto, é
fundamental que a instituição hospitalar proporcione um ambiente e estrutura adequada
para realizar este trabalho.
Apoiados em nossas experiências acadêmicas, observamos que a cirurgia em si é
um fator de estresse, tanto para o paciente, como para equipe cirúrgica, no entanto, é
necessário que os profissionais tenham consciência de que o objetivo de seu trabalho é a
recuperação do paciente, preocupando-se em detectar sinais de ansiedade, estresse e/ou
fatores que possam interferir no bom andamento do ato cirúrgico. E que, este paciente seja
assistido desde sua chegada na instituição hospitalar, que possa ser orientado e esclarecido
questionamentos acerca do procedimento cirúrgico.
Sendo assim, a humanização associada ao planejamento da assistência de
enfermagem aos pacientes no período transoperatório e seus familiares, proporcionará uma
assistência integral e individualizada, possibilitando a implementação de intervenções que
atendam ás reais necessidades do paciente, minimizando sua ansiedade e os riscos
inerentes ao processo cirúrgico.
REFERÊNCIAS
1 PESSINI, L. Humanização da dor e do sofrimento humanos na área da saúde. In: Pessini
L, Bertachini L, organizadores. Humanização e cuidados paliativos. São Paulo (SP): Loyota;
2004. p. 12-30.
2 OLIVERA, M. E. Mais uma nota para a melodia da humanização. In: OLIVEIRA, M. E.;
ZAMPIERI, M. F. M; BRUGGEMANN, O. M. A melodia da humanização: reflexos sobre o
cuidado durante o processo de nascimento. Florianópolis. Ed. Cidade Futura, 2001.
5
3 GALDEANO, L. E. Diagnósticos de enfermagem de paciente no período transoperatório
de cirurgia cardíaca.
Ver. Latino-am Enfermagem 2003, março-abril; 11(2):199-206.
www.eerp.usp.br/rlaenf
4 STUMM, Eniva. MAÇALAI, Rubia. KIRCHNER, Rosane. Dificuldades enfrentadas por
enfermeiros em um centro cirúrgico. Ver.
Texto Contexto - enfermagem. vol.15 no.3
Florianópolis July./Sept. 2006.
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