Coordenação de Inglês - 2º exame de qualificação da UERJ 2013 – comentado
Elaborado pelo tutor de Inglês: Caio Guilherme França Oliveira
Hello, guys!
Hoje nós preparamos um material muito legal para vocês. Um gabarito comentado do 2º
exame
de
qualificação
da
UERJ
de
2013!
Entrem
agora
em
http://www.vestibular.uerj.br/portal_vestibular_uerj/2013/exame_de_qualificacao/eq_prova
_e_gabarito.php, abram a prova e acompanhem conosco a correção da prova.
A prova da UERJ, para quem desconhece, sempre contém 6 questões de língua estrangeira, às
vezes baseadas em um único texto e outras em dois. Neste último caso, o primeiro é mais
elaborado, e oferece quatro questões. Enquanto o segundo é um texto mais curto, geralmente
uma
tirinha,
charge
ou
imagem,
com
duas
questões.
No 2º exame de 2013 houve apenas um texto: “The Art of Difference”. Ao nos debruçarmos
sobre o título do texto, muitas coisas já podem vir à nossa cabeça que antecipam o teor do
texto. O título contém apenas palavras cognatas, aquelas que se assemelham a palavras da
nossa língua. Então, o que você entende por “A arte da diferença”? Qual será a tese
desenvolvida pelo autor? Ele dirá coisas positivais ou negativas sobre a diferença?
Dica 1: analisar o título e formular perguntas, antes mesmo de ler o texto em si, é fundamental
para uma boa leitura.
Provavelmente, o autor falará coisas boas sobre a diferença, pois o termo “arte” dificilmente
remete a coisas negativas. Veja, por exemplo, as expressões “a arte de amar”, “a arte de
pensar”... E, mesmo que “arte esteja associada a uma coisa “ruim” como “a arte de mentir” ou
“a arte de enganar”, o vocábulo arte vai exaltar, louvar, o ato de mentir ou enganar. Portanto,
simplesmente pela palavra “arte”, podemos concluir que o autor argumentará a favor da
diferença.
Nossa, viu quanta coisa nós já podemos INFERIR só a partir do título? O título, quando bem
feito, funciona como um curto resumo do que irá ser tratado. Nunca o ignore!
Dica 2: para maiores informações sobre inferência, consulte o capítulo 4 - módulo 1 - livro de
inglês.
Após a leitura do texto, utilizando todas as estratégias que estão presentes no livro, vamos às
questões!
Questão 16:
The author criticizes the first vision of negotiation of difference in society.
This criticism is related to ideologies having the following characteristic:
(A) private
(B) serious
(C) unwelcome
(D) undemocratic
O autor faz uma crítica, no segundo parágrafo, a algumas pessoas que lidam com as diferenças
através de uma ideologia. Como o autor descreve as ideologias no segundo parágrafo? Você
conseguiu identificar? Ele a define como “total, if not totalitarian”, sem muito espaço para
negociação. Você sabe o que é totalitário? Pense, por exemplo, em um regime totalitário.
Lembraremos, então, do nazismo de Hitler na Alemanha e do fascismo de Mussolini na Itália,
e, por que não, até mesmo do período da ditadura militar no Brasil?
Apesar do texto não mencionar em momento algum tais eventos históricos, nós podemos
aludi-los a fim de refletir sobre o termo “totalitário”. Em um regime totalitário, é possível
imaginar um espaço para negociação da diferença? Pense em como Hitler tratava os judeus,
ou os gays, ou os negros, ou qualquer um que não seguisse o “padrão ariano”, seja lá o que
isso queira dizer. Em uma ideologia totalitária, o espaço público para discussão da diferença é
mínimo, se não nulo.
Sendo assim, qual das características melhor define a crítica que o autor faz em relação à
ideologia? O único sinônimo para totalitário dentre as alternativas é “undemocratic”. Analise a
palavra “undemocratic”. Democratic é um cognato, que significa “democrático”. O prefixo un-,
em inglês, representa uma ideia de oposição. Logo, undemocratic é o oposto de democrático:
não-democrático. Há inúmeras palavras no inglês que são formadas por esse prefixo: unhappy
(oposto de happy, infeliz), unreal (oposto de real, irreal), unarmed (oposto de armed,
desarmado)... e por aí vai. Você conhece ou já viu palavras formadas com un-?
Dica 3: para mais material sobre formação de palavras, sobre prefixos e sufixos, consulte o
capítulo 12 - módulo 1 - livro de inglês.
Questão 17:
A vision based on ideologies solves both challenges of sharing – the interpretation of the past
and the projections of the future. (l. 4-5)
The punctuation mark called dash, in the fragment above, signals the introduction of an
explanation. The dash is equivalent to the following connective:
(A) that is
(B) above all
(C) in addition
(D) for example
Essa questão em nada tem a ver com língua inglesa propriamente dita. Ela requer, na verdade,
que você seja capaz de identificar a função dos sinais de pontuação, mais especificamente, de
um sinal de pontuação: o dash. Mesmo sem saber o que é dash, qual é o sinal de pontuação
que mais se destaca no fragmento? Só há dois sinais de pontuação, o ponto final e um
travessão. Sem sombra de dúvidas, o que chama mais atenção é o travessão. Concordam?
Qual a função do travessão do fragmento? A resposta está no próprio enunciado! Ele sinaliza a
introdução de uma explicação. Qual das alternativas também representa um conectivo que
introduze explicação, isto é, que poderia ser substituído pelo travessão sem alteração de valor
semântico, de sentido?
A alternativa D serve para fornecer exemplos. A alternativa C serve para acrescentar, adicionar
informações. A alternativa B serve para ressaltar algum elemento do texto (“above all”
significa acima de tudo). Logo, só nos resta a alternativa A. That is, que às vezes aparece como
i.e., é o conectivo “isto é”, “ou seja”. Nós mesmos utilizamos o “isto é” no parágrafo anterior.
Leia-o novamente e confira se o “isto é” do parágrafo anterior também não introduziu uma
explicação para o que foi dito anteriormente.
Dica 4: a UERJ sempre cobra uma questão sobre conectivos, às vezes até mais de uma!
Pesquisem quais são os conectivos mais frequentes na língua inglesa e suas funções textuais.
Ligue para o 0800 e nós te ajudaremos!
Questão 18:
and non‑conformist doubts produce suspicion. (l. 11-12)
Two words whose prefixes are semantically similar to the prefix in non-conformist are present
in:
(A) impossible (l. 22) / unlikely (l. 24)
(B) recall (l. 26) / unseen (l. 33)
(C) enlightened (l. 32) / unexpected (l. 33)
(D) unimagined (l. 35) / intercultural (l. 37)
Você sabe o que é um prefixo? Prefixo é uma partícula, dotada de significado, adicionada no
início de uma palavra a fim de formar uma nova palavra. Por exemplo: da palavra “ver”
podemos formar rever, prever, antever;
Sendo assim, a questão exige que nós identifiquemos os prefixos que carregam o mesmo valor
semântico de “non-”, isto é, o mesmo sentido conferido por non-. Em “non-conformist” temos
o oposto de “conformist”, logo, temos que identificar qual alternativa contém prefixos que
transmitem ideia de oposição.
Na questão 16 nós já vimos um prefixo que indica oposição, você se lembra? É o prefixo un-.
Mas o prefixo –un está presente em todas as alternativas, então ele não nos ajudará muito
para responder a esta questão. Precisamos achar outro prefixo que tenha o mesmo significado
de un- e non-.
Dentre as alternativas a única que contém dois prefixos com ideia de oposição é a letra A, pois
im- em “impossible” marca o oposto de “possible”, assim como no português nas palavras
“possível” e “impossível”. Na letra B, o prefixo re-, assim como no português, também serve
para indicar repetição. Na letra C, o prefixo en- em inglês serve para formar verbos, por
exemplo: do adjetivo rich (rico) podemos formar o verbo enrich (enriquecer); do substantivo
circle (círculo) podemos formar o verbo encircle (circular). E, finalmente, na letra D, o prefixo
inter- trasmite a noção de “estar entre”, logo, intercultural é aquilo que está entre culturas;
international (internacional) é aquilo que está entre nações; interdisciplinary (interdisciplinar)
é aquilo que está entre disciplinas.
Dica 5: veja a dica 3!
Questão 19:
We have learned, though, that this social engineering is a phantasm, (l. 17)
Nevertheless, despite this, and maybe even because of it, we cannot give up trying the
impossible: (l. 21-22)
The connectives underlined express the same notion. They could be replaced by:
(A) so
(B) thus
(C) however
(D) therefore
Para conseguirmos responder a esta questão, precisamos, inevitavelmente, conhecer os
conectivos em inglês. Como mencionado na dica 4, a UERJ tem uma forte tendência a inserir
questões com conectivos, e a melhor maneira de respondê-las é saber quais são os conectivos
e suas respectivas funções.
Ambos os conectivos sublinhados apresentam ideia de adversidade, isto é, de oposição.
Tomemos como exemplo a frase “Eu estudei muito, mas...” e pedisse para que você a
completasse, todas as possíveis respostas seriam de valor oposto ao que se espera quando
uma pessoa estuda. Sendo assim, os conectivos de adversidade marcam uma clara diferença
entre um elemento positivo (+) de um elemento negativo (-).
Na frase utilizada como exemplo, “Eu estudei muito” possui valor positivo (+) e o conectivo
“mas” vai introduzir um elemento de valor negativo (-). Teríamos “eu estudei muito, mas não
passei”; “eu estudei muito, mas tirei zero”; “eu estudei muito, mas não foi o suficiente”. Todas
as possíveis respostas vão de encontro à ideia de estudar muito.
Desta forma, dentre as alternativas, a letra C é a única que é um conectivo de adversidade.
Todas as outras alternativas são exemplos de conectivos de conclusão.
Questão 20:
The ideas expressed in a text might be perceived as true because of the choice and repetition
of a specific tense.
The verb tense that makes the ideas in the text seem true is:
(A) future perfect
(B) simple present
(C) present perfect
(D) present progressive
Durante a sua argumentação, o autor visa a comprovar a eficácia da arte em narrar o que não
entendemos de uma maneira esclarecedora. Para tal, ele se utiliza de um mesmo tempo verbal
repetidas vezes. Antes de falar deste tempo verbal em específico, na sua opinião, qual tempo,
presente, passado ou futuro, confere maior veracidade àquilo que se diz?
O presente é o tempo verbal por excelência responsável por essa função, por declarar
verdades. Quando falamos “A água ferve a 100ºC”, é inegável que a água ferve quando atinge
100ºC, é uma verdade universal.
Portanto, podemos eliminar sem maiores problemas a alternativa A, pois ela diz respeito ao
futuro. Restam três alternativas no presente, qual delas o autor utiliza com mais frequência?
Vejamos as frases do texto: “The role of art is precisely”, “art in general prevents false hopes”,
“Art narrates what we don’t understand”, “Arts and culture empower people to think freely”,
“A vision based on ideologies solves both challenges of sharing”. Os verbos “is”, “prevents”,
“narrates”, “empower”, “solves” estão todos no simple present, e, sempre que são utilizados,
conferem uma verdade ao que é dito, como se não fosse possível dizer o contrário, não fosse
possível contestar, pois aquilo é tido como certo por todos.
Questão 21.
Writers use different strategies in order to try to form more effective alliances with readers.
The resource used in the last paragraph to establish this alliance is in the use of:
(A) nouns in the plural
(B) rhetorical questions
(C) quotation by authority
(D) first person plural pronouns
A questão solicita que nós identifiquemos qual a estratégia utilizada pelo autor, no último
parágrafo, para estabelecer um elo, uma aliança, entre autor e leitor. Qual estratégia que
aproxima de maneira mais efetiva o leitor daquilo que ele está lendo, de maneira que ele se
sinta como parte daquela argumentação?
Lembre-se que a questão delimitou o último parágrafo! Então não adianta achar evidências no
resto do texto, precisamos focar a nossa análise apenas no último parágrafo. Veja:
A letra A fala de substantivos no plural. O mero fato de os substantivos estarem no plural
causa uma aproximação entre autor e leitor? Não faz sentido.
A letra B é sobre perguntas retóricas. As perguntas podem até aproximar o autor do leitor, mas
apenas se elas ficarem sem resposta, apenas se a resposta ficar a cargo do leitor. A partir do
momento que o autor pergunta e responde (primeira linha do último parágrafo), a pergunta se
torna retórica e serve apenas para comprovar um ponto na argumentação, e não para
aproximar o leitor do texto.
Ao citar uma autoridade sobre o assunto na letra C o autor, assim como na letra B, tem como
objetivo ratificar sua opinião. Ao mencionar outra pessoa que compartilha da mesma opinião
da que a dele, sua argumentação é reforçada, pois ele não é o único a pensar aquilo. Há outras
vozes que corroboram o que está sendo dito.
Na letra D temos o uso dos pronomes da primeira pessoal do plural. Ao utilizar o “nós” ao
invés de “eu”, e o “nos” no lugar de “me”, o autor se coloca no mesmo patamar do leitor. Com
essa estratégia eles se tornam coniventes das mesmas ideias. Veja onde os pronomes
aparecem:
“Art narrates what we don’t understand” e “Art makes us aware that all memories are
personal”
Os pronomes da primeira pessoa do plural “we” e “us”, sem dúvida, fazem com que ambos,
autor e leitor, partilhem das mesmas experiências, criando, desta forma a aliança que a
questão exige.
A prova não é aquele bicho-de-sete-cabeças que parece ser, não é? O que vocês acharam da
correção? Deixem suas críticas e sugestões nos comentários e, QUALQUER DÚVIDA, liguem
para o 0800 282 06 36!
Abraços!
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Coordenação de Inglês - 2º exame de qualificação da UERJ 2013