Portugalglobal
Pense global pense Portugal
Entrevista
José Epifânio da Franca
Presidente
da Portugal Ventures 6
Destaque
Conservas de peixe
Tradição renovada 14
Mercados
Cuba
Oportunidades
num mercado
em mudança 40
Empresas
março 2015 // www.portugalglobal.pt
SISTRADE, SISCOG
e BLIP 34
março 2015 // www.portugalglobal.pt
sumário
Entrevista // 6
José Epifânio da Franca, CEO da Portugal Ventures, é o entrevistado desta edição da Portugalglobal, apresentando um balanço
dos três primeiros anos de atividade da capital de risco pública
e da estratégia definida de concentrar recursos no apoio a startups de base tecnológica no âmbito do venture capital.
Destaque // 14
O destaque é, este mês, dedicado à indústria conserveira de
peixe. Um tema atual sobre um setor que soube modernizarse, que aumentou a produção mantendo a elevada qualidade
dos produtos, e que conhece cada vez mais sucesso no mercado externo. Em 2014 exportaram-se mais de 54 mil toneladas de conservas num valor superior a 207 milhões de euros.
Roadshow Portugal Global // 30
A 6ª sessão do Roadshow Portugal Global, promovido pela
AICEP, teve lugar em Viseu, tendo sido abordados os mercados da Hungria e de Moçambique.
Empresas // 34
SISTRADE: estratégia de sucesso no mercado internacional.
SISCOG: otimização de recursos com sucesso no mercado
externo.
BLIP: aposta ganha online.
Mercado // 40
Cuba é um mercado em mudança, mais aberto ao exterior
e onde as empresas portuguesas podem encontrar boas
oportunidades de negócio. Neste dossiê sobre o mercado
cubano, destaque para as análises de Carlos Pinto, representante da AICEP na Venezuela, que preparou a missão oficial
e empresarial realizada a Cuba em novembro passado, e de
Américo Ferreira de Castro, Presidente da Câmara de Comércio Portugal-Cuba.
Análise de risco por país – COSEC // 50
Veja também a tabela classificativa de países.
Estatísticas // 53
Investimento e comércio externo.
AICEP Rede Externa // 56
Bookmarks // 58
EDITORIAL
Revista Portugalglobal
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Colaboram neste número
Américo Ferreira de Castro, Carlos Pinto,
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Direção Grandes Empresas da AICEP,
Direção de Informação da AICEP,
Direção Internacional da COSEC,
Direção PME da AICEP, Henrique Vaz Pato,
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4 // março 2014 // Portugalglobal
Apostas globais
As relações bilaterais com Cuba, a internacionalização da indústria conserveira e
a dinâmica do venture capital, bem como
a informação atualizada sobre o Roadshow Portugal Global, que prossegue o
seu percurso por várias cidades, de norte
a sul do país, são os temas fortes desta
edição. O ponto comum reside, naturalmente, na visão global da AICEP, sempre
focada no investimento, no apoio às empresas e no aumento das exportações,
enfim, no reforço da internacionalização
da economia portuguesa.
Portugal tem o mar como vizinho, e pelo
mar cresceu ao longo da sua história,
sendo a pesca e as conservas de peixe
uma nobre tradição portuguesa. Por isso
escolhemos o mar e a indústria conserveira como tema de destaque, um setor
que teve uma das maiores subidas nas
exportações nacionais dos últimos anos
graças aos mercados alternativos, à tenacidade das empresas e à sua capacidade
de renovar e de reinventar os seus produtos e marcas. O artigo do Prof. Manuel
Pinto de Abreu, Secretário de Estado do
Mar, fornece o enquadramento-chave
para melhor se compreender o papel do
investimento global apoiado nos últimos
anos e a estratégia de sucesso das conservas de peixe portuguesas nos mercados interno e externo.
A Portugal Ventures, uma fusão das
três entidades públicas da área de capital de risco – a aicep Capital Global,
a Turismo Capital e a Inov Capital – faz
três anos em junho. Três anos durante os quais focou a sua política de investimento em projetos inovadores de
base científica e tecnológica, expansão
internacional e turismo. Para dar uma
panorâmica sobre a atividade desta sociedade, José Epifânio da Franca, presidente e CEO da Portugal Ventures, faz
o balanço da atividade da capital de risco pública e da sua estratégia acertada.
Por ser ainda pouco conhecido – embora não desconhecido – por parte dos
empresários portugueses, o mercado
cubano foi a nossa opção, tanto mais
que Cuba, sob a direção do Presidente
Raúl Castro, iniciou reformas económicas de fundo numa economia até há
pouco totalmente estatizada. Há, assim, mais espaço para uma nova era de
relações com os EUA e, também, por
consequência, com a União Europeia,
havendo igualmente condições para
que neste novo quadro de relacionamento bilateral entre Portugal e Cuba,
se criem intercâmbios vários, nomeadamente em matéria de oportunidades de negócios que a AICEP segue de
perto e cujo potencial já foi detetado
por empresas portuguesas, constituindo oportunidades que são claramente
proveitosas para os dois países.
Incontornável é também o Roadshow
Portugal Global, que este mês esteve em
Viseu, na sua 6ª edição, tendo sido ali
analisados e debatidos os mercados da
Hungria e de Moçambique, por serem
destinos que se enquadram nas características de exportação das empresas da
região. O objetivo do Roadshow é dar
a conhecer aos empresários a melhor
forma de expandirem e internacionalizarem a sua atividade: de forma sustentada e bem-sucedida nos mercados.
MIGUEL FRASQUILHO
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
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ENTREVISTA
JOSÉ EPIFÂNIO DA FRANCA
PRESIDENTE DA PORTUGAL VENTURES
“QUEREMOS AJUDAR A CRIAR
UMA NOVA REALIDADE
ECONÓMICA EM PORTUGAL”
Em vésperas de completar o seu mandato à frente da Portugal Ventures, José Epifânio
da Franca faz o balanço de três anos de atividade da capital de risco pública e da
estratégia, então definida, de apoiar startups de base tecnológica, no âmbito do
venture capital. Uma aposta que visa promover a criação de uma nova realidade
económica em Portugal, de forma sustentada no tempo, através da criação de valor
destas empresas que trabalham para o mercado global.
O presidente da Portugal Ventures, também ele um empreendedor quando, nos anos
90 do século passado, fundou a tecnológica Chipidea, considera que há talento em
Portugal e que o país tem capacidade para atrair mais investimento estrangeiro nesta
área. Aos atuais empreendedores recomenda ambição, trabalho, sacrifício, humildade
e determinação para seguirem os seus sonhos.
6 // março 15 // Portugalglobal
ENTREVISTA
A Portugal Ventures completa três anos brevemente.
Que balanço faz da atividade desenvolvida neste
mandato?
A Portugal Ventures faz três anos a 18 de junho, que foi o
dia em que se concretizou a fusão das três entidades públicas
que existiam na altura na área de capital de risco no setor
público, nomeadamente a aicep Capital Global, a Turismo
Capital e a Inov Capital. Nessa altura iniciámos um vasto programa de reorganização interna, para realocar pessoas e adequar a estrutura organizativa à missão da Portugal Ventures.
A atividade de capital de risco tem duas áreas principais de intervenção. A primeira é conhecida pela área de private equity,
em que o investimento é feito em empresas que já existem,
com histórico, balanços e demonstração de resultados, com o
objetivo de acelerar o seu desenvolvimento e criar mais valor.
A área de venture capital é caracterizada por investimentos de
mais elevado risco, associados a pouco mais que promessas,
em empresas que ainda não existem ou que estão numa fase
muito embrionária do seu desenvolvimento, sendo que se investe exatamente porque se acredita que há um valor potencial significativo a ser criado. Esta é a realidade que sustenta o
desenvolvimento das novas startups de base tecnológica que
passou a ser o enfoque da atividade da Portugal Ventures. Na
área de private equity a Portugal Ventures é atualmente um
player relativamente marginal no mercado, gerindo apenas os
investimentos herdados sobretudo da aicep Capital Global.
Ou seja, houve uma reorientação da estratégia da
Portugal Ventures.
A atividade de capital de risco em Portugal foi criada há
cerca de 25 anos, quando nasceram as primeiras sociedades
públicas, que posteriormente foram objeto de evoluções
significativas no modelo de enquadramento institucional da
intervenção pública nessas áreas.
Ao longo destes últimos 25 anos, a atividade privada começou a desenvolver-se e a intervir na economia, pelo que hoje
em dia existem muitos operadores privados e o agregado de
recursos disponíveis é muitíssimo maior do que aquele de
que a Portugal Ventures dispõe. Por isso, o papel da Portugal
Ventures é marginal e, como os recursos são escassos, faz
todo o sentido recentrar os recursos disponíveis numa atividade em que há falhas de mercado, como a atividade de
investimento de venture capital. Naturalmente, uma política
pública de intervenção consiste em tentar corrigir essas falhas
de mercado, ao mesmo tempo que procura dinamizar a atividade privada e trazê-la para o nível de alguma sofisticação e
maturidade, como existe na área de private equity.
Atualmente a Portugal Venture tem quatro unidades de negócio, especializadas por setores de investimento de venture
capital. Temos a área de negócio da tecnologia, a área de ciências da vida e tecnologia médica, e a área da engenharia e da
produção. Temos também a área do turismo e do lazer, mas de
base tecnológica, uma vez que deixámos de investir nos projetos tradicionais de infraestruturas e temos vindo a apoiar a
criação e desenvolvimento de startups de base tecnológica vocacionadas para a indústria turística e de lazer. Neste domínio,
temos projetos muito interessantes, como o da iClio, com origem na Universidade de Coimbra, que, através da tecnologia
disponível num smartphone ou num tablet, procura substituir
o papel do guia turístico tradicional, levando o turista aos locais que quer visitar no tempo que tem disponível, ao mesmo
tempo que ouve a história e histórias da história. Esta empresa
foi agora convidada para ser orador numa conferência da Organização Mundial de Turismo, o que é um reconhecimento
extraordinário de que estamos todos muito orgulhosos.
Portanto, a sua intenção é apoiar startups
tecnológicas, mas que sejam globais?
Sim, claro! E foi com esse objetivo que temos vindo a abrir
pequenos centros de apoio em vários locais no mundo, como
São Francisco, Boston e Austin, todos nos EUA, e brevemente
teremos um novo centro em Berlim. Porquê global? Porque o
objetivo das empresas que estão a nascer no nosso país e que
nós estamos a apoiar, é poder vir a criar uma nova realidade
económica, num horizonte temporal necessariamente alargado, e construída de forma sustentada. O potencial valor
que estas empresas podem gerar nunca será conseguido no
mercado nacional, devido à nossa reduzida dimensão, pelo
que as empresas têm que ir para o mercado global. Se nós fizermos coisas interessantes para servir uma necessidade que
identificámos localmente, temos que pensar que essa necessidade pode existir em qualquer outro país do mundo e, por
isso, teremos que a servir ao mundo.
“O potencial valor que estas empresas podem
gerar nunca será conseguido no mercado
nacional, devido à nossa reduzida dimensão,
pelo que as empresas têm que ir para o
mercado global.”
Esta é a ambição global que nós queremos que as nossas startups tenham, bem como os seus CEO e as suas equipas executivas, e é absolutamente decisiva para realizar a visão desta
nova realidade económica, da economia do conhecimento.
Estamos a falar da capacidade e da necessidade das empresas
portuguesas irem para o mundo e conquistarem mercados
globais, e, naturalmente, fazerem com que o resultado dessa
conquista sirva as necessidades de crescimento e de criação
de emprego e riqueza do nosso país. Esta nova realidade económica em construção contribuirá obviamente para acelerar o
crescimento da componente de exportações da nossa balança
comercial, que é um objetivo muito atual e muito importante,
e contribuirá também para fazer crescer o nosso PIB e garantir
a capacidade de geração de emprego altamente qualificado,
retendo pessoas e talento no nosso país.
Quantos projetos é que já foram apoiados com essas
características?
Em 2012 idealizámos um programa, designado de Programa
de Ignição, que tem quatro pilares, sendo o mais importante a
Portugalglobal // março 15 // 7
ENTREVISTA
Call for Entrepreneurship. Este pilar consiste num processo que
está aberto de três em três meses, através do qual convidamos
projetos de startups de base tecnológica a candidatarem-se.
Posteriormente há uma fase de avaliação e de seleção, que
começa com um screening interno, seguido de painéis de
avaliação que envolvem mais de 300 pessoas, das quais 50
por cento são internacionais, incluindo muitos portugueses
espalhados pelo mundo que têm um desejo enorme de nos
ajudar. Após o processo de avaliação, decidimos em que
empresas queremos investir.
Nas nove edições do programa já realizadas, tivemos mais
de 2.000 projetos registados, dos quais 600 foram formalmente submetidos. Desses, investimos em cerca de 45 projetos num valor agregado de investimento a rondar os 30
milhões de euros. Tem havido uma dinâmica muito grande
de criação destas empresas e a nossa responsabilidade é
acompanhá-las e fazer parte do seu desenvolvimento.
Como é feito o acompanhamento das empresas?
Em primeiro lugar, temos os colaboradores da Portugal Ventures que participam nos conselhos de administração dessas
empresas, sendo aí que o principal acompanhamento é feito. Percebendo as necessidades das empresas, ajudando-as
a encontrar soluções para essas necessidades, ligando-as ao
mundo e trazendo para o seu interior pessoas internacionais com a reputação e a credibilidade que ajudam as empresas a ganhar visibilidade e construir valor.
Nesta dinâmica, como referi, destacam-se os centros de
apoio que temos vindo a criar pelo mundo; temos um em
São Francisco, um em Boston e vamos abrir brevemente um
centro em Berlim. Temos ainda acesso a um centro em Austin, na Universidade do Texas, fruto de uma parceria com a
Fundação para a Ciência e Tecnologia. Esta estratégia tem
como único objetivo podermos proporcionar às empresas
em que investimos os recursos possíveis para que se desenvolvam como outras se desenvolvem noutras partes do
mundo. Como em Portugal ainda não temos um ecossistema como os que existem em Silicon Valley, ou em Boston, criamos as condições para que as nossas empresas aí
possam estar e beneficiar do poder catalisador que esses
ecossistemas proporcionam.
Que vantagens retiram as empresas dessa estratégia?
As empresas retiram enormes vantagens. Existe um ditado
de um filósofo indiano, que é o seguinte: fala-me e esqueço,
mostra-me e lembro, envolve-me e compreendo. E o que se
pretende com esta estratégia é, no fundo, envolver as nossas
empresas em ecossistemas verdadeiramente extraordinários,
como Silicon Valley, porque só depois de se envolverem nesses ecossistemas é que compreendem na realidade aquilo
que são e como é que podem obter benefícios. Podem beneficiar de contactos com outros empreendedores, contactos
com investidores, contactos com profissionais nas mais variadas áreas, como as áreas técnicas, tecnológicas, comerciais e
de marketing, contactos com pessoas que estão bem na vida,
ou seja, que fizeram empresas e ganharam dinheiro, e que
gostam de apoiar jovens, mostrando-se disponíveis para in-
8 // março 15 // Portugalglobal
vestirem, e também contactos com todo o mundo corporate
que existe naquela área e noutras zonas dos Estados Unidos.
Também podem ganhar apenas com a aprendizagem um
pouco mais formal, como, por exemplo, se quiserem tirar um
curso ou participar em eventos.
O que é mais importante é que ficam ligados a uma outra
parte do mundo, onde o apreço e o apoio ao empreendedorismo e a disponibilidade para apoiar e investir em startups de base tecnológica, com aquela dimensão e aquela
dinâmica, são únicos no mundo.
“O que é mais importante é que ficam ligados a
uma outra parte do mundo, onde o apreço e o
apoio ao empreendedorismo e a disponibilidade
para apoiar e investir em startups de base
tecnológica, com aquela dimensão e aquela
dinâmica, são únicos no mundo.”
Os centros são espaços de pequena dimensão, com duas
ou três secretárias, e situam-se em espaços abertos de coworking, ou seja, são partilhados por muitas empresas. O
mais importante é termos parceiros locais, uma vez que não
podemos deslocar os nossos colaboradores. Esses parceiros
são pessoas com qualidade e reconhecimento, que ajudam
as nossas empresas a estabelecer os programas que elas
próprias definem e que são necessários para cumprirem os
seus objetivos de desenvolvimento.
A área de Boston é particularmente importante para o
apoio às empresas da área life sciences e medical technology. É um cluster muito forte, onde se encontram as
grandes multinacionais norte-americanas e europeias, os
maiores centros de investigação científica do mundo e,
por isso, é um local de eleição para as nossas empresas
ENTREVISTA
poderem afinar as suas estratégias de desenvolvimento e
criação de valor.
Quanto ao centro em Berlim, estamos agora a ultimar os
últimos pormenores, já escolhemos o espaço onde vamos
ficar, também em co-working, e já escolhemos o parceiro
local que nos vai ajudar a estabelecer as ligações necessárias. Hoje em dia, Berlim é o centro da Europa na área do
empreendedorismo de base tecnológica e onde se concentram investidores de capital de risco e as sedes de grandes
multinacionais alemãs, europeias e internacionais. A Alemanha é também um fortíssimo parceiro comercial de Portugal, pelo que acreditamos que na Europa é um mercado de
eleição para termos um novo centro de apoio.
As empresas têm aderido aos centros da Portugal
Ventures?
Sim, têm e nós temos vindo a acompanhá-las. Há empresas
que vão para esses centros durante uma ou duas semanas, há
outras que vão lá mais tempo e há outras que ficam em permanência. Por exemplo, neste momento em São Francisco temos
duas empresas em permanência. A Muzzley, que está a desenvolver uma tecnologia para o enorme mercado em emergência
de IoT (internet of things) que irá introduzir níveis elevados de
interação com todos os aparelhos e dispositivos que possamos
imaginar. A outra é a InVine, que está a desenvolver tecnologia
de yield management para induzir o desenvolvimento do consumo de vinho a copo em espaços de restauração.
A Portugal Venture lançou há uns meses o Programa
+Inovação, +Indústria, destinado a aumentar a
capacidade de inovação empresarial dos sectores mais
tradicionais. Como está a correr essa aposta?
Quando disse que tínhamos focado a nossa atividade no venture capital e iniciado um processo de desinvestimento da área de
private equity, isso não significou, de maneira nenhuma, o nosso desinvestimento ou uma menor preocupação com os setores tradicionais da nossa economia. Tive o privilégio de conhecer essa realidade, conheci muitas empresas da nossa carteira
de participadas e temos casos verdadeiramente extraordinários,
de empresas e empreendedores nesses setores, como sejam os
têxteis e confeção, o calçado, a indústria dos moldes, componentes automóveis, cerâmica, metalomecânica, entre outros.
Essa realidade, sem qualquer menor apreço pelas coisas
extraordinárias que se fizeram, é normalmente alicerçada
em bases tecnológicas relativamente pouco profundas. São
realidades que abordam mercados grandes, ou seja, mercados internacionais, que hoje em dia são o motor princi-
“Não investimos em empresas existentes, mas
sim em novas startups com uma componente
tecnológica muito mais forte e que tenham
como objetivo contribuírem para, de uma
certa forma, a reindustrialização dos setores
tradicionais da nossa economia.”
pal das nossas exportações, mas são mercados e indústrias
relativamente maduras e com taxas anuais de crescimento
relativamente modestas.
Assim, decidimos direcionar para esses setores tradicionais da
nossa economia a atividade de investimento de venture capital
para estimular a criação de novas realidades empresariais, de
novas startups. Não investimos em empresas existentes, mas
sim em novas startups com uma componente tecnológica muito mais forte e que tenham como objetivo contribuírem para,
de uma certa forma, a reindustrialização dos setores tradicionais da nossa economia. Irão certamente aparecer projetos de
startups que através da tecnologia e do conhecimento científico e tecnológico consigam criar muito mais valor acrescentado
do que o que tradicionalmente é criado, e consigam, por essa
via, reforçar a componente exportadora do país.
Estamos a falar de novos materiais, de novas tecnologias
e processos produtivos, de novos aproveitamentos de ma-
Portugalglobal // março 15 // 9
ENTREVISTA
térias-primas produzidas na área da agroindústria, etc. No
âmbito deste Programa +Inovação, +Indústria já realizámos
duas edições, sendo que na primeira edição tivemos cerca
de 40 projetos submetidos e estamos agora na fase final de
contratualização de investimentos com seis desses projetos.
A que setores se destinam esses projetos?
Entre outros projetos igualmente interessantes, temos um
projeto na área da agroindústria, por exemplo, e outro na
área dos materiais. Este é um projeto muito interessante
que desenvolveu um material mais leve e mais barato para
confeções técnicas, como por exemplo coletes à prova de
bala e capacetes, com a mesma, ou mesmo maior, resistência ao impacto e à perfuração que os materiais geralmente
utilizados. Um outro projeto também muito interessante é
o de uma empresa na Covilhã, que desenvolveu veículos
totalmente autónomos que tanto podem ser utilizados para
a gestão da logística em ambientes de produção, como em
grandes espaços de retalho e até mesmo em aeroportos.
“No nosso país, existe um enorme talento e
ideias ótimas e é preciso perceber quais são
as necessidades que essas empresas têm para
poderem seguir o seu caminho e chegarem
ao topo do mundo. Na Portugal Ventures
compreendemos de que modo é que elas devem
ser financiadas ao longo do seu ciclo de vida e
procuramos apoiá-las nesse processo. “
O desenvolvimento do deal flow deste programa é apoiado
na nossa rede de parceiros +Inovação +Indústria em que
participam associações empresariais, centros de competência e polos de competitividade, ou seja, entidades que servem os setores tradicionais da nossa economia.
Em que estágio do ciclo de vida da empresa é que a
Portugal Ventures investe e aposta?
A Portugal Venture começa a investir na base, portanto naquilo que é conhecido como “capital semente”, que são
investimentos relativamente modestos. Estamos a falar de
umas centenas de milhares de euros, embora, possamos
ir, numa primeira fase, até ao milhão de euros. Mas é na
base que uma startup recebe o primeiro investimento. Durante o ciclo de vida do projeto, estas empresas têm que
ter o objetivo e a capacidade de levantar novas rondas de
capital, que é uma condição absolutamente decisiva para
o seu crescimento acelerado. Se as empresas continuarem
a apresentar características relevantes do ponto de vista
da sua capacidade de execução, rápido desenvolvimento e
criação de valor, a Portugal Ventures tem capacidade para
continuar a investir, sendo certo que mais tarde ou mais
cedo essas empresas vão ter que resolver um desafio absolutamente decisivo, o de conseguirem acesso a capital para
além do que a Portugal Ventures aporta e, em particular,
capital internacional.
10 // março 15 // Portugalglobal
Qual é o montante disponível para apoiar estas
empresas?
Nós gerimos fundos e os fundos têm uma determinada
maturidade, tipicamente 10 anos. Temos alguma liquidez
disponível e vamos continuar a investir porque, na verdade,
o objetivo dos fundos de capital de risco é investir para que,
na altura do desinvestimento, se possa obter um bom retorno para o capital investido e que poderá ser depois reinvestido noutras empresas ou devolvido aos participantes, ou
seja, aos investidores dos fundos.
Temos atualmente 16 fundos sob gestão, sete dos quais
têm participação do FINOVA, gerido pela PME Investimentos, com financiamento do COMPETE e POR Lisboa no âmbito do último programa-quadro (QREN). Estes fundos terão
que ser totalmente executados até setembro deste ano. No
âmbito do novo programa-quadro Portugal 2020, tenho
muita confiança que o funding disponível para a Portugal
Ventures possa vir a ser significativamente reforçado.
Além do reforço de capital, o que é que a Portugal
Ventures espera do novo programa quadro
Portugal 2020?
A Portugal Ventures, como operador de capital de risco, tem
que fazer aquilo que qualquer investidor de venture capital
internacional faz, seja na forma como estamos organizados,
nos investimentos que procuramos identificar, na forma como
investimos, na forma como estruturamos o nosso investimento,
na forma como acompanhamos as startups e na forma como
monetizamos os investimentos em processos de desinvestimento. Obviamente que ainda temos muito para aprender e
fazer, mais e melhor, mas estou convicto de que estamos no
bom caminho e é preciso que este caminho se mantenha.
Esta é uma atividade de longo prazo e os impactos que são necessários obter no nosso país não se alcançam de um dia para
o outro, nem de um ano para o outro. Serão precisos muitos
anos e, por isso, espero que nos próximos anos e no tempo que
ENTREVISTA
na área do tratamento do cancro, que se encontra numa
fase mais nascente. Esta empresa tem vindo a desenvolver
na área da nanotecnologia um portador de drogas para tratamento oncológico que apresenta vantagens muito significativas na eficácia do tratamento e da não contaminação
das regiões à volta dos tumores, que são muitas vezes afetadas pelos outros tratamentos.
No nosso país, existe um enorme talento e ideias ótimas e
é preciso perceber quais são as necessidades que essas empresas têm para poderem seguir o seu caminho e chegarem
ao topo do mundo. Na Portugal Ventures compreendemos
de que modo é que elas devem ser financiadas ao longo do
seu ciclo de vida e procuramos apoiá-las nesse processo.
Considera que os objetivos a que se propôs no início
do seu mandato foram alcançados?
vai decorrer para execução do programa Portugal 2020, essa
atividade se mantenha e seja reforçada. Os recursos financeiros
que estarão disponíveis permitirão à Portugal Ventures reforçar
significativamente a forma como tem procurado intervir e desenvolver o ecossistema português de empreendedorismo de
base tecnológica, tanto na vertente das novas indústrias e mercados globais que são o alvo das startups em que investimentos no âmbito do Programa Ignição, em particular da Call for
Entrepreneurship, como na vertente dos setores tradicionais da
nossa indústria que são o alvo das startups em que investimos
no âmbito do Programa +Inovação, +Indústria.
Procuramos induzir na nossa realidade económica elementos
de conhecimento tecnológico que lhe possam trazer muito
mais valor acrescentado do que tradicionalmente acontecia. Para além dessa realidade, há toda uma outra realidade,
como é o caso das indústrias e atividades económicas que
não existem, ou cuja existência tem ainda pouca expressão
em Portugal, nomeadamente nas áreas de life sciences e
medical technology, ou da economia digital, entre outras.
Eu diria que têm vindo a ser alcançados, mas é um trabalho
que tem que ser continuado e reforçado, que tem que ser
pensado e executado num horizonte de tempo muito grande. O pior que pode acontecer é haver interrupções, porque
cada interrupção que haja é basicamente começar tudo de
novo. Criámos uma grande dinâmica de investimento em
startups que tem vindo a ser reconhecida pelo ecossistema nacional de empreendedorismo de base tecnológica, e
é fundamental que esta dinâmica se mantenha e seja reforçada. Sabemos que o aporte de capital que a Portugal
Ventures pode proporcionar não pode ser pulverizado. Deve
ser focalizado para permitir construir uma nova pirâmide
de investimento em Portugal. Ilustrando a ideia, diria que
numa fase inicial, e por ano, investimos pouco capital em
“Criámos uma grande dinâmica de
investimento em startups que tem vindo a
ser reconhecida pelo ecossistema nacional de
empreendedorismo de base tecnológica, e é
fundamental que esta dinâmica se mantenha e
seja reforçada.”
Tem exemplos de algumas dessas empresas?
Sim, por exemplo uma empresa que está muito avançada é
a Biosurfit, que inventou e desenvolveu uma tecnologia inovadora na área do diagnóstico médico para fazer análises
clínicas. Através de um instrumento de análise e um disco
tipo DVD, em que se recolhe apenas uma gota de sangue
através de uma picada no dedo, o médico obtém em poucos minutos o resultado de uma análise clínica. O roadmap
de desenvolvimento previsto irá permitir abranger cerca de
80 por cento do mercado mundial de análises clínicas.
Esta empresa já está a vender no Benelux e a começar a vender nos países nórdicos, estando também no radar de grandes
empresas mundiais, como a Roche, a Siemens ou a Fujifilm.
É uma empresa que conta já com 80 colaboradores e ainda
precisa de muito capital para acelerar o seu desenvolvimento.
Temos outros bons exemplos, como a Treat U, de Coimbra,
100 startups; posteriormente, apenas as 20 melhores irão
ser recapitalizadas com maiores volumes de capital; no fim,
apenas 10 terão acesso a ainda maiores volumes de capital
para se poderem tornar verdadeiras campeãs do mundo.
Se for possível manter esta dinâmica durante 10 anos, então começaríamos a ver o enorme impacto que esta nova
realidade empresarial começaria a criar no nosso país. O sucesso de qualquer política pública de intervenção na área
de capital de risco não pode ser medido pelo número de
startups que se criam. Só pode ser medido pelo número
de startups que se tornam verdadeiras empresas globais,
capazes de criar riqueza que impacta o nosso PIB e a nossa
balança comercial, e gerar emprego altamente qualificado
como forma de retenção de talento em Portugal e até de
atração de talento internacional.
Portugalglobal // março 15 // 11
ENTREVISTA
Para além do investimento, é preciso garantir as condições
para que os investimentos possam ser desinvestidos e monetizados, porque o propósito do investimento não é receber dividendos, mas sim desinvestir e ganhar as mais-valias
do investimento realizado. Para haver desinvestimento é
preciso haver condições que promovam esse desinvestimento e só há duas no mundo, sendo uma através de operações
de fusões e aquisições e outra através de operações de colocação das empresas em mercados de capital.
No ano passado, concretizámos o desinvestimento de duas
das nossas startups, o que foi um marco bastante importante
na atividade pública de venture capital. Estas startups não
eram recentes, uma delas já era nossa participada há dez
anos. Uma, na área da tecnologia de fibra ótica, foi comprada por uma grande empresa alemã e a outra, na área da
tecnologia de cyber security, foi comprada por uma empresa norte-americana. Ambas as operações representaram um
investimento no país de cerca de 20 milhões de euros. Num
dos casos recuperámos o nosso investimento, no outro caso
tivemos um retorno de cerca de duas vezes e meia o valor
investido. Trata-se de um investimento no país, totalmente
orientado para aquilo que o país tem de mais qualificado,
e criando condições para ancorar todo esse talento em Portugal. Ambas as empresas se mantiveram e existem já bons
sinais de investimento adicional em Portugal para reforço das
equipas de engenharia de ambas as empresas.
Pessoalmente, acredito que Portugal tem condições para
atrair outro tipo de investimento estrangeiro, e não apenas
aquele que até aqui tem sido dirigido aos setores mais tradicionais da nossa economia. Essa é uma realidade decisiva
quer para qualificar o país no mundo e transmitir ao mundo
uma imagem diferente da capacidade tecnológica do país,
quer para ancorar em Portugal recursos altamente qualificados que provavelmente de outra forma não ficavam cá.
O que espera do perfil dos empreendedores
portugueses?
O que espero é que continuem a ter sonhos, a ter uma
ambição global e que tenham a capacidade para seguirem
os seus sonhos. Para isso é preciso muito trabalho, muito
sacrifício, coragem para arriscar, sem medo de falhar, muita
determinação e perseverança, e humildade também. Sobretudo, espero que acreditem neles próprios, no nosso país
e no enorme talento que existe em Portugal. Espero que
acreditem que tudo isto é verdadeiramente possível.
A receita é fácil e se há pessoa que acredita nisto, sou eu.
Nada me faz mais orgulhoso e feliz do que ver o mundo tecnologicamente sofisticado, desde o Japão até aos Estados
Unidos, reconhecer o talento e a capacidade que temos em
Portugal. Acredito convictamente nisto e é também por isso
que estes anos na Portugal Ventures me deram um enorme
prazer, a ajudar a desenvolver esta missão, porque trabalhar
com jovens, pelo menos mais jovens do que eu..., e criar as
condições para eles terem sucesso é uma paixão.
12 // março 15 // Portugalglobal
Breve biografia
José de Albuquerque Epifânio da Franca, Presidente do
Conselho de Administração Executivo da Portugal Ventures desde 2012, é também Presidente não-executivo
do Conselho de Administração da PME Investimento,
Administrador não-executivo do PVCi (Portugal Ventures Capital Initiative), membro do Conselho Nacional
para o Empreendedorismo e Inovação, e membro do
Conselho Científico para as Ciências Exatas e de Engenharia da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Anteriormente, foi membro do Conselho de Governo
da Sociedade do Banco Espirito Santo e administrador
não executivo do mesmo banco, foi administrador da
MIPS Technologies Inc. (NASDAQ), cofundador, CEO e
Chairman da Chipidea – Microeletrónica SA, e Secretário de Estado dos Recursos Humanos no XI Governo
Constitucional, entre outros cargos.
É licenciado em engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico (IST), instituição
onde é Professor Catedrático, é Doutorado pelo Imperial
College of Science and Technology da Universidade de
Londres, com Formação Executiva no Massachusetts Institute of Technology em Management of Research and
Technology-based Innovation. É ainda Professor Afiliado
da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e
Adjunct Professor da Chinese University of Hong-Kong.
Ainda a nível académico, Epifânio da Franca tem trabalhos publicados em cerca de 60 journal papers, em 200
conference papers e em vários livros de investigação.
Ao longo da sua carreira, recebeu vários prémios, entre
os quais o Industrial Pioneer Award da IEEE Circuits and
Systems Society, o Entrepreneurship Award da INSEAD
Portugal Alumni, o International Entrepreneur of the
Year da Ernst & Young e a condecoração de Grande
Oficial da Ordem de Mérito atribuída pelo Presidente
da República Jorge Sampaio.
DESTAQUE
CONSERVAS GLOBAIS
As conservas portuguesas de peixe estão na moda. Cá dentro e lá fora. Os portugueses
consomem-nas com renovado prazer, os estrangeiros procuram-nas e descobremnas com crescente interesse. As exportações crescem, o consumo interno aumenta. O
setor, que produz com muita qualidade e coloca no mercado produtos e marcas de
excelência, atravessa um bom momento, e identifica-se cada vez mais com o saudável
e o selo gourmet. Os chefs reinventam o uso gastronómico das conservas.
Na última década, a indústria sofreu grandes transformações: capitalizou apoios,
investiu, modernizou-se, renovou as linhas de produção, diversificou produtos,
apostou na comunicação com os consumidores, dando-se a conhecer melhor,
empenhou-se na apresentação das embalagens e no design. Procurou novos mercados
e começa a afirmar-se com sucesso neles. O setor está otimista e as indústrias a ele
associadas também. E têm boas razões para estar. Os números falam por si.
14 // março 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
PORTUGAL ESTÁ DE REGRESSO AO
CLUBE DOS GRANDES PAÍSES DE PESCA
>POR MANUEL PINTO DE ABREU, SECRETÁRIO DE ESTADO DO MAR
O sector da pesca, incluindo o comércio e a indústria transformadora, representa um
volume anual de negócios da ordem dos 1.200 milhões de euros e garante cerca de
25.000 empregos. O volume global de capturas mantém-se estável há cerca de 15
anos, em torno das 200.000 toneladas, cerca de 25 por cento das quais em águas de
outros países.
A qualidade do peixe português, reconhecido como “o melhor peixe do
mundo” e, sobretudo a grande dinâmica na nossa indústria transformadora,
levam a que Portugal seja um grande
país exportador, com vendas anuais
nos mercados externos que ultrapassam os 800 milhões de euros de peixe
e produtos da pesca.
Um fator determinante foi o forte aumento da eficiência/competitividade,
como demonstra o facto de as capturas
por embarcação, e por pescador, crescerem para o dobro em valor ao aumentarem de 21.000 euros para mais
de 50.000 euros.
Este contexto favorável fez com que
a taxa de cobertura das importações
pelas exportações tenha passado de
35 por cento, em 2005, para 55,4 por
cento em 2014. Apesar disso, não deixámos de ser um país importador, com
um défice da balança comercial de cerca 650 milhões de euros.
A razão é conhecida: consumimos
cerca de 57 quilos de peixe per capita
por ano, que é o triplo da média dos
países da UE, e somos o terceiro maior
consumidor de peixe do mundo, logo
a seguir ao Japão e à Islândia, com a
agravante de o peixe preferido dos portugueses ser o bacalhau, agora muito
dependente da importação.
Face a esta realidade, a primeira questão que se coloca é: poderíamos pescar
mais? Tanto os estudos sobre os nossos
stocks de pesca, como a nossa história
nos dizem que não. Os nossos recursos
pesqueiros não são, infelizmente, tão
vastos como a nossa zona de pesca,
como se constata pela necessidade de os
portugueses, desde o séc. XII, procurarem pesqueiros externos para garantirem
o abastecimento do mercado interno.
A integração europeia veio trazer novas regras e colocou a tónica na sustentabilidade dos recursos e na consequente adaptação do esforço de pesca
o que, numa primeira fase, permitiu
uma reconversão da frota. Como qualquer política comum, teve direitos e
obrigações e, uma delas, foi a criação
Portugalglobal // março 15 // 15
DESTAQUE
de quotas para algumas das espécies
mais valiosas.
Vale a pena dizer que só 20 por cento
das espécies pescadas em Portugal estão sujeitas a quotas e que nem sempre
as capturas chegam para preencher as
quotas que temos. Na verdade, podemos pescar melhor, diversificar para
a captura de espécies que temos em
abundância e, sobretudo, valorizar a
qualidade do nosso peixe. Essa tem
sido uma das vertentes fundamentais
da nossa política para a pesca.
Dois exemplos: o Governo e os pescadores entenderam a necessidade de
diminuir as capturas de sardinha para
preservar os stocks e o resultado foi
uma valorização que anulou eventuais
prejuízos decorrentes da medida. Por
outro lado, a campanha de promoção
do consumo de cavala, levou a um aumento do seu consumo em cerca de 40
por cento e a uma valorização dos preços. E neste momento, temos em curso
campanhas para a promoção e valorização do polvo e do carapau.
As indústrias da pesca
Portugal tem um setor de transformação e comercialização de pescado muito forte. Desde logo nas conservas mas,
também, na preparação e congelação.
Trata-se de um setor com uma capacidade exportadora crescente. O melhor
exemplo são as conservas, que estiveram
no centro das nossas prioridades de política e com resultados que nos orgulham.
A indústria portuguesa de conservas
exportou, em 2014, 54 mil toneladas, que corresponderam aos mais de
207,3 milhões de euros registados. Um
valor que representa mais de 3,5 vezes
os valores de 1986, ano da adesão de
Portugal à União Europeia, mais do triplo face aos valores de há 20 anos e
quase o dobro no curto período que
decorreu desde 2009.
Estes valores significam que as cerca de
duas dezenas de fábricas de conservas
em funcionamento, após terem enfrentado as dificuldades dos anos mais
difíceis por que passou o setor, estão
agora a produzir bastante mais do dobro do que as unidades que existiam há
quatro décadas, o que tem justificado
investimentos em novas fábricas bem
como na modernização das existentes.
A indústria conserveira exporta tradicionalmente quase 70 por cento da respetiva produção, representando mais
de um quarto das exportações totais
nacionais de produtos da pesca, tendo
conseguido resistir mais recentemente
aos problemas de abastecimento no
mercado interno da sardinha, cujas
capturas nacionais caíram para menos
de metade nos últimos anos.
O investimento global apoiado, desde
2011, ascende a 75 milhões de euros.
São 17 fábricas de conservas novas ou
reconstruídas, três das quais já estão
concluídas – o que significou um investimento de mais de 9 milhões de euros – encontrando-se sete projetos em
execução com investimentos da ordem
dos 43 milhões. Para além destas unidades, há sete novos projetos em fase
de contratação, o que representa mais
22 milhões de euros.
O mesmo se passa na indústria de
transformação e congelamento que
registou, em 2014, exportações da ordem dos 176,4 milhões de euros, o que
significa um crescimento de mais de 50
por cento relativamente a 2012. Tratase de outro sector prioritário, no qual
viabilizámos, desde 2011, 156 projetos, os quais representam um investimento de 220 milhões de euros.
Portugal tem um setor da pesca estabilizado e competitivo no conjunto dos
países da União Europeia. Pescamos,
hoje, tanto como os melhores, e definimos como prioridade a valorização dos
produtos da pesca, pelo reconhecimento da qualidade do peixe português e a
sustentabilidade dos recursos.
É com orgulho que assistimos ao reconhecimento do peixe português como
o melhor do mundo e que recebemos
o reconhecimento das universidades de
Yale e Columbia que nos atribui o primeiro lugar entre todos os países da OCDE
na sustentabilidade dos nossos recursos
pesqueiros. Portugal recuperou, nos últimos anos, o seu estatuto de parceiro
incontornável no mundo da pesca.
16 // março 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
CONSERVAS DE PEIXE
UM SETOR MODERNIZADO
E EXPORTADOR
>POR CASTRO E MELO, SECRETÁRIO-GERAL DA ANICP – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS INDUSTRIAIS
DE CONSERVAS DE PEIXE
A indústria portuguesa de conservas de peixe é um setor fundamentalmente
exportador e tradicional da economia portuguesa. Contudo, nos últimos anos soubese atualizar, modernizando as fábricas já existentes e construindo novas unidades.
Hoje, encontra-se na vanguarda deste tipo de indústria.
Em Portugal existem 21 unidades fabris
em laboração, que geram entre 3.500
a 4.000 postos de trabalho, e que produzem cerca de 85.000 toneladas de
conservas de peixe. Fabricam-se mais
de 600 referências de conservas, muitas delas só conhecidas nos mercados
de exportação, estando agora a ser
paulatinamente introduzidas também
no mercado interno.
Em 2014 exportaram-se cerca de
54.249 toneladas de conservas, no valor de cerca de 207,4 milhões de euros.
O setor das conservas é, pois, importante como fonte de entrada de divisas
no país, contribuindo para o equilíbrio
da nossa balança comercial.
O principal produto da exportação portuguesa de conservas de peixe tem sido as
conservas de sardinha, seguidas das conservas de atum e de cavala, nas suas inúmeras preparações. Todavia, em 2014, as
conservas de sardinha passaram, conjunturalmente, para o 2º lugar, nas exportações portuguesas de conservas de peixe,
tendo as conservas de atum ocupado o
1º lugar naquelas exportações.
A nossa indústria de conservas exporta
para mais de 70 países, sendo os principais França, Reino Unido, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia,
Áustria, Suíça, Angola, Moçambique,
Estados Unidos da América, Canadá,
Brasil, Peru, Israel, Palestina, Singapura,
China, Timor, Austrália, Filipinas, entre
muitos outros.
As conservas portuguesas chegam aos
mais recônditos lugares, podendo afirmar-se que esta indústria tem sido, ao
longo da sua história de mais de 160
anos, um verdadeiro embaixador de
Portugal no mundo.
E se este setor é um dos mais antigos da
nossa economia, está, por outro lado,
18 // março 15 // Portugalglobal
completamente modernizado, pois tem
sabido acompanhar a evolução dos
tempos, adaptando-se às novas exigências dos muitos mercados para onde
exporta, e também ao mercado interno,
que absorve cerca de 35 por cento da
produção das nossas conservas.
É uma indústria que conhece ao pormenor os mercados de destino das
suas conservas, muitos deles já fidelizados desde longuíssima data, possuindo algumas marcas de grande
prestígio em alguns desses mercados,
e muito conhecidas localmente, embora as exportações das nossas conservas sejam efetuadas normalmente
em marcas do importador.
A grande vantagem das conservas de
peixe como produto alimentar reside
no facto de ser um produto natural,
e por isso, sem corantes nem conservantes. É um produto perene, isto é,
conserva-se durante muito tempo, e
que serve para confecionar desde os
pratos mais simples, aos mais elaborados e gastronomicamente requintados
– a imaginação é o limite – com preços
muito acessíveis para a generalidade
dos consumidores.
ANICP
Associação Nacional
dos Industriais
de Conservas de Peixe
Rua Conde São Salvador nº 352,
6º andar, salas 26 a 30
Apartado 2006
4451-901 Matosinhos | Portugal
Tel.: +351 229 375 213
Fax: +351 229 375 805
[email protected]
DESTAQUE
LOJA DAS CONSERVAS
MONTRA DA INDÚSTRIA
CONSERVEIRA PORTUGUESA
>POR JOÃO REIS*, COORDENADOR DO PROJECTO LOJA DAS CONSERVAS
A Loja das Conservas surgiu nos finais de Agosto de 2013 e reúne, pela primeira vez,
no mesmo espaço comercial, 18 conserveiras portuguesas, associadas da ANICP –
Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe, que representa cerca de
95 por cento do sector. A força comercial e promocional do projecto nasce do sector
surgir unido, afirmando-se pela qualidade e diversidade.
Este espaço afirmou-se, desde o primeiro momento, como uma montra privilegiada dos produtos de excelência do
sector, promovendo as marcas das próprias conserveiras. Desta forma, oferece
aos seus clientes mais de 600 referências, desde a tradicional sardinha, cavala
ou atum, até às especialidades como a
enguia ou as ovas de sardinha, e as mais
recentes inovações, como é o caso da
dourada ou do robalo, das lulas ou chocos, do bacalhau ou polvo.
Ajudar na escolha das diferentes conservas de acordo com o gosto específico de cada cliente e explicar o produto,
desde a captura do pescado, passando pela fase da transformação até à
comercialização, não esquecendo as
diferentes formas como pode ser apreciada uma simples lata de conserva, é
precisamente uma das funções do pessoal da Loja das Conservas. Este é aliás
um dos factores de sucesso da Loja das
Conservas, que vendeu mais de 260
mil latas desde a sua abertura.
O principal objectivo desta iniciativa
da ANICP passa por reapresentar as
conservas portuguesas ao consumidor
nacional que, com a alteração dos hábitos alimentares, passou a considerar
as conservas um produto de recurso.
Felizmente hoje assistimos à inversão
desta ideia – as conservas de peixe
começam a fazer parte de hábitos alimentares sofisticados e é apresentada
à mesa dos melhores Chefs.
Portugalglobal // março 15 // 19
DESTAQUE
A conserva de peixe é um produto saudável e no processo de conservação não
está presente qualquer tipo de conservante, corante ou aditivo. São, por isso,
totalmente seguras e uma excelente
forma de preservar as qualidade nutritivas do peixe e, consensualmente, consideradas fontes privilegiadas de ómega 3
e cálcio. Além das questões alimentares,
a indústria conserveira portuguesa é ambientalmente sustentável, assim como o
pescado que transforma, uma vez que os
recursos piscícolas provêm de pescarias
certificadas, as embalagens utilizadas são
recicláveis e as conserveiras têm em conta
a maximização da eficiência energética.
A estratégia de expansão do projecto da
Loja das Conservas passa pela abertura
“A estratégia de expansão
do projecto da Loja das
Conservas passa pela abertura
de pequenos pontos de venda
próprios, como o que acabou
de abrir na Praça das Flores,
em Lisboa. Uma Loja que terá
uma dinâmica de diálogo com
o próprio bairro, convidando
os ‘vizinhos’ para descobrirem
as conservas nacionais através
de provas permanentes.”
de pequenos pontos de venda próprios,
como o que acabou de abrir na Praça
das Flores, em Lisboa. Uma Loja que terá
uma dinâmica de diálogo com o próprio
bairro, convidando os “vizinhos” para
descobrirem as conservas nacionais através de provas permanentes. Estão ainda
previstos a colocação de vários corners
em lojas já existentes. Esta tem sido, aliás, a estratégia de internacionalização do
próprio conceito com a colocação de um
corner no centro de Paris.
*O autor escreve de acordo com a antiga grafia.
Loja das Conservas
Rua do Arsenal, 130
1100-039 Lisboa | Portugal
Telm.: +351 911 181 210
[email protected]
www.facebook.com/lojadasconservas
20 // março 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
BAR LOJA SOL E PESCA
SABE BEM CONSERVAR
Tem o aspeto de uma antiga loja de pesca, mas agora as canas, redes, carretos, boias
e outro material piscatório, são só decoração. As prateleiras encheram-se de conservas
e a velha loja do Marreco, fechada há 20 anos, transformou-se num pequeno e
renovado bar informal, no qual as conservas de peixe portuguesas, com muita
imaginação gastronómica, são sempre o prato principal.
Nascido em 2010, o Sol e Pesca, um mix
de bar com loja de conservas, fica numa
das ruas atualmente mais animadas e
mais na moda do Cais do Sodré, a rua
Nova do Carvalho. O projeto de restauro
e de restauração é do arquiteto Henrique
Vaz Pato, coproprietário do afamado restaurante Cantina, na Lx Factory, que faz
aqui uma forte aposta nos pratos criados
com conservas, as quais são servidas à
mesa com requintada simplicidade e a
preços muito acessíveis, seja no interior
da loja, seja na miniesplanada. Como
diz a BBC Travel – “O conceito é simples:
sente-se à mesa, peça uma ou duas latas
de conserva e desfrute”.
As vitrinas com conservas, que vão da sardinha, atum, cavala, às enguias, polvo ou
ao biqueirão, convidam o cliente à compra e à degustação. “Esta é a única loja
especializada no tema das conservas de
peixe e marisco, com uma oferta alargada, onde os clientes as podem comprar
fácio do seu livro de receitas à base conservas: “Faça das latas de conserva um
cúmplice e uma arma para desenvolver
a sua imaginação e capacidade intuitiva.
Deixe-se levar, desfrute, invente, transforme, surpreenda e surpreenda-se”.
O ambiente é o de um pequeno museu
vivo, pois além da enorme variedade de
conservas exclusivamente portuguesas
e do material piscatório em exposição,
os armários, o balcão, as mesas e as cadeiras são os da antiga loja ou mantêm
a traça, as cores e o estilo tradicional.
Á decoração não faltam também as
velhas ventoinhas e até rádios, que embora não toquem música, a sugerem.
para as levarem consigo ou para as degustarem no local, pois temos os mais variados pratos confecionados com diversos
tipos de conservas”, explica o anfitrião,
Henrique Vaz Pato. Ou, como diz no pre-
A porta é larga e expõe o interior da loja,
conferindo continuidade espacial ao estabelecimento – ensolarado no exterior,
apontando para uma Lisboa luminosa à
beira-mar, e acolhedor no interior, como
uma casa de família – que é calmo du-
Portugalglobal // março 15 // 21
DESTAQUE
rante o dia e muito frequentado a partir
do fim da tarde e noite. Com o objetivo
“de respeitar a memória deste espaço”,
onde tradição e modernidade se conjugam agora harmoniosamente, surpreendendo-nos com a sua magia marinha,
Henrique Vaz Pato não fez alterações na
estrutura do antigo espaço.
Na loja podem-se encontrar mais de 200
conservas diferentes, a maioria das quais
reconhecidas pela sua qualidade no mercado interno e externo, bem como por
grandes chefs que ditam pelo mundo
fora a criatividade gastronómica – Pinhais, Minerva, Ramirez e tantas outras
marcas portuguesas prestigiadas – cujas
embalagens, umas de design no estilo
antigo e outras a inovar com o moderno,
cativam pelo olhar, tornando-lhe o interior apetecível. A confiança que inspiram
todas as conservas do Sol e Pesca, assenta no facto de todas elas terem sido cuidadosamente selecionadas na sequência
de um profundo trabalho de pesquisa e
provas pelo país junto das empresas conserveiras nacionais.
Hoje, Henrique Vaz Pato afirma confiante que “é possível fazer uma refeição nutritiva e saudável tendo por base
conservas de qualidade”, sendo o Sol e
Pesca o lugar ideal para o fazer, tanto
mais que os clientes aprendem como
se faz à medida que degustam. Neste
sentido, na loja pode-se também provar
deliciosas sobremesas confecionadas a
partir de conservas, uma ideia completamente inovadora que promete fazer
as delícias dos seus frequentadores. Por
tudo isto, atualmente não é apenas o
cliente nacional, em especial o lisboeta,
que procura o Sol e Pesca, sendo este
cada vez mais procurado por estrangeiros que partem à descoberta da sua singularidade gastronómica.
Uma vez ali, em caso de dúvida, todas as sugestões são dadas pelo staff
de acordo com o tipo de peixe que os
clientes querem provar, sabendo os
colaboradores, por larga experiência,
quais os pratos de maior sucesso e
também os mais apreciados.
“É certo que as conservas de pescado são
um produto tradicional, e característico
do nosso povo, mas atualmente é cada
vez mais apreciado por estrangeiros, que
nele descobrem novos sabores e simples
mas requintados opções culinárias”. Dar
a conhecer o melhor das conservas portuguesas através de pratos de surpreendente qualidade, é o principal objetivo de
Henrique Vaz Pato. A loja está aberta todos os dias da semana, entre o meio-dia
e as duas horas da manhã, enquanto no
fim de semana e nas vésperas de feriado,
encontra-se aberta entre o meio-dia e as
três horas da manhã.
Loja Sol e Pesca
Rua Nova do Carvalho – nº44
1200-371 Lisboa | Portugal
Tel.: +351 213 467 203
[email protected]
www.solepesca.com
Breve biografia e o livro
Henrique Vaz Pato nasceu em Tomar, tendo vivido no Funchal e em
Coimbra. Posteriormente escolheu Lisboa como cidade para viver. É licenciado em Arquitetura pela Universidade Técnica de Lisboa, tendo no
seu currículo uma prestigiada carreira.
Apesar da sua atividade profissional, um dos grandes prazeres da sua
vida é a culinária e a gastronomia. Assim,
dedicou-se à restauração com a abertura
da Cantina, na Lx Factory, em Alcântara,
e do Sol e Pesca, no Cais do Sodré.
Em 2012 escreveu o livro “Sol e Pesca
– Receitas e Sabores das Conservas Portuguesas”, que apresenta receitas saudáveis, práticas e surpreendentes inspiradas
nas tradicionais conservas de pescado. As
receitas apresentadas neste livro são servidas na loja Sol e Pesca.
22 // março 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
A POVEIRA
A TRADIÇÃO QUE INOVA
>POR SÉRGIO REAL*, ADMINISTRADOR
A A Poveira é uma das mais antigas fábricas de
conservas em Portugal. Fundada em 1938 na Póvoa do
Varzim, sucedeu à “Ernoud de la Provoté Pére et Fils”
Cholet – Loire Atlantique (France), a primeira unidade
fabril de conservas de peixe naquela cidade (1920).
Actualmente prepara-se para concretizar mais um grande
investimento na sua linha produtiva, menos de dois anos
após a abertura de uma nova unidade industrial.
A nova unidade industrial permitiu um
crescimento da produção, bem como
um aumento da produtividade e das
vendas e, consequentemente, da facturação, que passou de 4 milhões de euros em 2012, para 11 milhões em 2014.
Posicionamo-nos como uma empresa
de conservas de elevada qualidade,
que privilegia o método de fabrico tradicional. Apesar da preocupação constante em preservar a tradição, procuramos também ir ao encontro dos desejos de consumidores cada vez mais
exigentes. Dessa forma alcançamos o
melhor produto, com uma enorme diversidade de receitas.
O ano de 2013 representa um marco
na história da empresa. Depois de 74
anos num edifício no centro da cidade,
em frente ao porto de pesca, e após um
investimento de 5,5 milhões de euros,
a A Poveira inaugura as suas novas instalações em Laúndos, Póvoa do Varzim.
Além deste recente investimento, a A
Poveira acaba de ver aprovado um projecto do PROMAR – Programa Operacional das Pescas, que implicará um novo
investimento no valor de 3,8 milhões de
euros, e que tem como objectivo ampliar
a área produtiva e as linhas de produção,
assim como a construção de um novo
armazém. A introdução de novas linhas
de produção tem por meta principal a
diversificação da oferta da empresa no
mercado internacional e consequente a
conquista de novos clientes e mercados.
Com 11 marcas e 50 tipos de conservas
diferentes, estamos presentes nos cinco
continentes, exportando para mais de 30
países, representando as exportações 50
por cento das vendas da nossa empresa.
A sua marca bandeira é a MINERVA. Figura da mitologia greco-romana e deusa
da excelência e da sabedoria, Minerva é
a patrona da nossa marca, transmitindo
os valores dos seus produtos – qualidade
e excelência – que desde 1942 surpreendem pela sua qualidade superior.
As suas conservas são produzidas com
peixe fresco, seleccionado e prepara-
do manualmente, exclusivamente pelo
método tradicional, o pré-cozido, método centenário através do qual o peixe
é cozido a vapor antes de ser enlatado.
O método tradicional e a qualidade do
peixe conferem uma excelência e um
sabor inigualáveis ao produto final.
*O autor escreve de acordo com a antiga grafia.
Fábrica de Conservas
A POVEIRA, S.A.
Parque Industrial de Laúndos, Lote 46
4570-311 Laúndos
Póvoa de Varzim | Portugal
Tel.: +351 252 622 158
[email protected]
Portugalglobal // março 15 // 23
DESTAQUE
COMUR
UMA EMPRESA
FORTEMENTE EXPORTADORA
>POR NUNO PAUSEIRO*, GERENTE
A Comur - Fábrica de Conservas da Murtosa, Lda., nasce em 1942 como resposta
empresarial à abundância de enguias que existia na Ria de Aveiro. Neste momento a
empresa emprega 100 trabalhadores, tendo registado um volume de negócios de 3,8
milhões de euros valor em 2014. Recebeu, em Dezembro último, a Menção Honrosa
na categoria de PME, no âmbito do Prémio Agricultura 2014.
Sendo as enguias fritas um prato
típico da região, e sendo difícil, naquela época, fazer chegar o pescado
em boas condições de ser consumido
ao interior do país, o produto inicial
da Comur foram as enguias fritas em
molho de escabeche, que é um conservante natural. Esta oportunidade
de negócio associou uma sociedade
de capital de Estarreja ao excelente
conhecimento, por parte de algumas
pessoas, relativo à tradicional preparação das enguias, mas agora num
formato industrial.
A primeira exportação de que há registo foi para Itália, através de um agente
comercial de Lisboa, o qual pretendia
exportar as enguias da Murtosa em
barris de madeira. Estávamos na altura
em plena Segunda Guerra Mundial.
24 // março 15 // Portugalglobal
crescimento sustentado, uma gestão rigorosa, com pouco recurso à banca, apenas
quando necessário, e o facto de nunca
darmos passos demasiado grandes para
a nossa estrutura, que se manteve leve e
quase toda direccionada para a produção.
A crise económica dos últimos anos pouco afectou a Comur, pois, num contexto nem sempre fácil, crescemos como
empresa e aumentámos o volume de
negócio. Foram determinantes neste
O facto de sermos uma empresa fortemente exportadora, faz-nos sentir mais
seguros e confiantes em relação ao futuro, pese embora a crise da sardinha
em Portugal que actualmente se faz
sentir. Um dos factores determinantes
na exportação, e que está associado
desde sempre à Comur, é a procura
por parte dos clientes internacionais de
produtos com muita qualidade. Estes
sabem que o know-how português em
matéria de fabrico de conservas é inigualável, sendo importante para estes
clientes que as suas marcas próprias
DESTAQUE
mostrem o carimbo Made in Portugal,
como sinal de fiabilidade e qualidade.
Assim, as exportações dos nossos produtos fazem-se não só pela reconhecida
qualidade da matéria prima, com a qual
as conservas são elaboradas, no caso, a
sardinha portuguesa, que é considerada
das melhores do mundo, como também
pela forma tradicional como são fabricadas. Na realidade, o produto mais
procurado continua a ser a sardinha,
especialmente apreciada nos mercados
francês e italiano. No caso dos Estados
Unidos e da Alemanha, os fumados ad-
“Na realidade, o produto
mais procurado continua a
ser a sardinha, especialmente
apreciada nos mercados
francês e italiano. No caso
dos Estados Unidos e da
Alemanha, os fumados
adquirem uma relevância
maior. Os países mais
importantes para a
exportação da Comur são
França, Itália, Estados Unidos,
Suíça e Alemanha.”
quirem uma relevância maior. Os países
mais importantes para a exportação da
Comur são França, Itália, Estados Unidos, Suíça e Alemanha.
O mercado das conservas de qualidade constitui o principal alvo da Comur,
sendo os seus produtos reconhecidos a
nível nacional e internacional pela sua
excelência, que é permanentemente
testada e controlada pelo seu laboratório, o qual se encontra equipado com
a mais moderna tecnologia e um quadro de colaboradores com experiência
e conhecimento na área alimentar.
*O autor escreve de acordo com a antiga grafia.
Fábrica de Conservas
da Murtosa, Lda.
Zona Industrial da Murtosa, Apartado 32
3871-909 Murtosa | Portugal
Tel.: +351 234 830 000
Fax: +351 234 830 009
[email protected]
www.comur.com
CONSERVAS
PORTUGAL NORTE, LDA.
NOS QUATRO
CANTOS DO MUNDO
>POR CLÁUDIO RIBEIRO*, DIRECTOR COMERCIAL
A Conservas Portugal Norte, LDA. é uma empresa de
cariz familiar, fundada em 1912, em Sesimbra, tendose deslocado mais tarde para Matosinhos – o principal
centro de indústrias conserveiras – onde tem a sua sede
e pólo produtivo. Aliando a tradição portuguesa em
produzir conservas de pescado, a uma mundialmente
reconhecida qualidade dos seus produtos, esta PME,
com cerca de 80 colaboradores, faz chegar as suas
marcas aos quatro cantos do planeta.
A CPN tem como missão principal a satisfação plena dos seus clientes através
da segurança e qualidade das conservas produzidas e orgulha-se de se ter
conseguido manter em alguns mercados como empresa de referência, estando até hoje nas mesas de famílias
que passaram o consumo das suas conservas como uma tradição familiar.
Contribui para esta fidelização dos seus
clientes, o facto de a empresa basear a
sua produção em fornecedores e ingredientes de excelência, sentindo-se desde
sempre privilegiada por ter acesso a uma
matéria-prima (peixe) de uma frescura
inigualável. A sua proximidade ao porto
de pesca faz com que o peixe que utiliza seja imaculado e isto associado à alta
qualidade e às características únicas da
sardinha da costa portuguesa, o que possibilita que os seus produtos sejam diferenciadores nos mercados estrangeiros.
Em constante crescimento, a CPN atingiu
em 2014 os 7,1 milhões de euros de facturação, produzindo em média cerca de
80.000 latas diárias de conservas de sardinhas, atum e cavala, entre outros, como
o tradicional bacalhau “à portuguesa”.
Desde o início da sua existência que a
empresa está virada para os mercados internacionais, estando hoje com cerca de
80 por cento da sua facturação alocada
à exportação. Os mercados-alvo da sua
internacionalização são diversos e muito
eclécticos, dispersando a sua abrangência um pouco por todos os continentes.
A CPN é detentora de algumas marcas
que trabalha em diversos mercados,
Portugalglobal // março 15 // 25
DESTAQUE
CONSERVEIRA
DO SUL
REFERÊNCIA
NO MERCADO
DAS CONSERVAS
>POR JORGE FERREIRA,
SÓCIO E DIRECTOR COMERCIAL
mas é na sua marca principal – PORTHOS – que baseia todo o seu core
business e estratégia de expansão. As
conservas desta marca estão presentes
em mercados que vão desde Portugal
aos mercados tradicionais europeus,
PALOP e até mesmo ao Médio e Extremo Oriente. Assim, esta sua marca
chega aos consumidores mundiais em
diferentes línguas, que vão desde os
europeus português, inglês e francês,
passando pelo árabe e o hebraico até
ao mais longínquo mandarim.
Parcerias sólidas com agentes e clientes
da maior confiança têm também um
papel significativo no crescimento contínuo e estável da empresa. Uma equipa
devidamente formada e um investimen-
26 // março 15 // Portugalglobal
to apropriado em desenvolvimento e
certificação completam esta estrutura,
projectando-a além-fronteiras, provando que a qualidade, tradição, conhecimento e diversidade são uma combinação de sucesso comprovado.
*O autor escreve de acordo com a antiga grafia.
Conservas Portugal
Norte, LDA.
Rua Sousa Aroso, 580 – 620
Apartado 2041, 4451-901
Matosinhos | Portugal
Tel.: +351 229 380 019
Fax: +351 229 371 444
[email protected]
www.conserveira.com
A história da Conserveira
do Sul está intimamente
interligada com a
vida do seu fundador,
António Jacinto Ferreira,
que desde muito cedo
apostou fortemente no
desenvolvimento dos
seus negócios, desde
armazéns de peixe a
sociedades comerciais no
mesmo ramo de negócio.
Em 1954, compra a
Conserveira do Sul, hoje
uma empresa familiar
que conjuga com sucesso
tradição e modernidade.
DESTAQUE
A entrada de Portugal na União Europeia e o surgimento de um mercado
cada vez mais concorrencial, trouxe
novos desafios a que a Conserveira
do Sul soube dar respostas concretas,
assegurando não só a continuação da
dos últimos anos, a concentrar os seus esforços nos mercados externos, procurando chegar aos quatro cantos do mundo
com as suas conservas e patés de peixe,
tão apreciados pelas diferentes culturas
e povos, e também pelas comunidades
portuguesas espalhadas pelo mundo.
“A Conserveira do Sul
assume, assim, como
missão, ser uma referência
no mercado das conservas
de peixe em Portugal e na
Europa, distinguindo-se pela
diferenciação e qualidade dos
seus produtos.”
Deste modo temos vindo a reconquistar mercados que tradicionalmente
eram apreciadores da boa conserva
de peixe portuguesa. Neste momento
a Conserveira do Sul está presente em
Portugal, Espanha, Suécia, Dinamarca,
França, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Alemanha, Polónia,
Angola, EUA, Brasil, Austrália e Timor.
Preparada para corresponder às diversas exigências dos mercados internacionais, a Conserveira do Sul está registada no FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos da América, no DIPOA, Brasil, e os seus produtos
têm certificado HALAL.
Conserveira do Sul, Lda.
Zona Industrial de Olhão
8700-281 Olhão | Portugal
Tel.: +351 289 702 016
Fax: +351 289 704 367
[email protected]
[email protected]
www.consul.pt
qualidade das conservas que sempre
produziu, como também lançando novos produtos no mercado, todos com a
marca da sólida experiência adquirida,
que aliada à boa tradição conserveira
e à modernidade de processos de fabrico, permitem produzir conservas e
patés de peixe de altíssima qualidade.
Em 1996, a transferência da empresa
para uma nova unidade industrial, actualizou os seus processos de produção sem
que, no entanto, se perdessem os métodos tradicionais de fabrico. Esta mudança
representou uma etapa fundamental no
já longo percurso da Conserveira do Sul
rumo à excelência, respondendo eficazmente às necessidades dos consumidores
cada vez mais exigentes e informados.
Como corolário dos seus esforços, a
marca Manná, granjeia notoriedade no
mercado, não só nas conservas tradicionais, como também nos patés de peixe,
um dos produtos mais apreciados. Neste
sentido, a empresa labora diariamente o
peixe mais fresco que chega às lotas do
Algarve, capturado pelas embarcações
nas águas da região, facto que confere
uma qualidade superior e distintiva aos
nossos produtos.
A Conserveira do Sul assume, assim,
como missão, ser uma referência no mercado das conservas de peixe em Portugal
e na Europa, distinguindo-se pela diferenciação e qualidade dos seus produtos.
Com este objetivo tem vindo, ao longo
Portugalglobal // março 15 // 27
DESTAQUE
RAMIREZ
NOVA FÁBRICA IMPULSIONA EXPORTAÇÃO
>POR MANUEL TM RAMIREZ*, ADMINISTRADOR
Fundada em 1853, em Vila Real de Santo António, a Ramirez & Cª (Filhos), SA, com uma
história que atravessa três séculos, é a mais antiga fábrica de conservas de peixe do
mundo em laboração. Com 180 trabalhadores, tem uma facturação anual de 30 milhões
de euros, 64 por cento dos quais resultantes da exportação para os cinco continentes.
A Ramirez & Cª (Filhos), SA, que produz e comercializa para todo o mundo, desde o século XIX, 14 marcas de
conservas de peixe – entre as quais a
Ramirez, a La Rose, a Cocagne, a General e a The Queen of the Coast – está
prestes a abrir um novo capítulo da sua
já longa história de 162 anos.
Com unidades industriais estrategicamente situadas em cidades costeiras
que garantiram sempre matérias-primas de elevada frescura e qualidade
(Vila Real de Santo António, Olhão, Albufeira, Setúbal, e, mais recentemente, Peniche e Matosinhos), a Ramirez
reforçou, ano após ano, a sua vocação
exportadora. O famoso “Atum de Di-
28 // março 15 // Portugalglobal
reito”, capturado no Algarve, começou
a ser exportado para Itália e Brasil ainda século séc. XIX, logo nos primeiros
anos de laboração da empresa.
Actualmente a empresa ultima a concentração da produção das suas unidades produtivas de Matosinhos e Peniche
numa nova fábrica, cuja inauguração está
prevista para o final do primeiro semestre
de 2015. Situada em Lavra, Matosinhos,
a “Ramirez 1853” é um investimento em
contraciclo que ascende a 18 milhões de
euros. Este projecto foi considerado de
Potencial Interesse Nacional (PIN).
Dando continuidade à aposta na segurança alimentar e na inovação, a nova
DESTAQUE
fábrica utilizará tecnologia de vanguarda
e adoptará os mais modernos e sofisticados processos produtivos, que permitirão
“A nova fábrica utilizará
tecnologia de vanguarda e
adoptará os mais modernos
e sofisticados processos
produtivos, que permitirão
duplicar a capacidade
produtiva, diminuir os custos
operacionais e logísticos e
criar 40 novos postos
de trabalho.”
duplicar a capacidade produtiva, diminuir os custos operacionais e logísticos e
criar 40 novos postos de trabalho.
O processo de internacionalização privilegiou sempre uma política de marca
própria, que continua em plena expansão, solidificando a presença contínua
das marcas Ramirez, Cocagne, Teddy,
Mistral, Gabriel, entre outras, e de 55
referências de conservas de peixe de
superior qualidade (atum, sardinha, filetes de sardinha, cavala, bacalhau, lulas,
polvo, mexilhões, filetes de anchova,
em vários molhos e formatos) em mais
de 50 mercados: Angola, África do Sul,
Brasil, Espanha, Bélgica, Canadá, EUA,
Japão, China, Venezuela, França, Finlândia, México, Noruega, Luxemburgo,
Moçambique, Paraguai, Polónia, Reino
Unido, Alemanha, entre muitos outros.
O compromisso permanente com a sustentabilidade da pesca, a inovação, o
controlo da qualidade, a segurança alimentar e a conveniência dos consumidores é o pilar de uma relação de confiança
com os clientes que não descuram a defesa da sua imagem e prestígio. A fiabilidade confere-lhe o mundo!
*O autor escreve de acordo com a antiga grafia.
Ramirez
Rua Óscar da Silva, 1683
Leça da Palmeira - P. O. Box 2050
4451-953 Matosinhos | Portugal
Tel.: +351 22 999 7878
Fax. +351 22 999 7879
[email protected]
www.ramirez.pt
Portugalglobal // março 15 // 29
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
VISEU
EXPORTADOR
A 6ª edição do Roadshow Portugal Global
decorreu em Viseu, nas instalações da AIRV Associação Empresarial da Região de Viseu, no
dia 18 de março. Os mercados analisados foram a
Hungria e Moçambique, por serem destinos que se
enquadram nas características de exportação das empresas
da região. A intenção deste Roadshow foi dar a conhecer
aos empresários a melhor forma de expandirem os seus
negócios com sucesso.
Dando continuidade a esta iniciativa, a AICEP realiza a
7ª sessão do Roadshow Portugal Global, no dia 15 de
abril, em Bragança.
A escolha deste distrito está relacionada com a presença de uma das lojas de
Exportação da AICEP ali situada, mas sobretudo devido à forte componente exportadora das empresas de Viseu. O elevado número de empresários da região
presentes na sessão, assim como nas
reuniões bilaterais promovidas no âmbito
do evento, demonstra a importância da
região de Viseu na exportação e o interesse dos empresários nestes mercados.
A sessão de abertura contou com a
participação de João Cotta, presidente da AIRV, e de Miguel Frasquilho,
presidente da AICEP, que realçou a
importância do reforço das exportações por parte das empresas da região, uma vez que existem no distrito
pouco mais de 500 empresas exportadoras, referindo que é pouco para
a capacidade, massa crítica, inovação
e empreendedorismo de Viseu. Por
isso, Miguel Frasquilho não tem dúvidas que existem oportunidades que
devem ser mais aproveitadas.
30 // março 15 // Portugalglobal
A apresentação do mercado húngaro
foi realizada por Joaquim Pimpão, representante da Agência em Budapeste,
enquanto a apresentação do mercado
moçambicano ficou a cargo de Fernando Carvalho, representante da AICEP
em Maputo. Ambos os responsáveis
apresentaram numa abordagem multissetorial, as várias oportunidades que
estes mercados oferecem.
Seguidamente, teve lugar um debate
moderado por Alexandra Machado, do
Jornal de Negócios, onde participaram
Joaquim Pimpão, Fernando Carvalho,
Casimiro Gomes, presidente do
conselho de administração da
Lusovini, Maria da Conceição
Fernandes,
international
business manager da Neológia, João Quitério,
administrador da Visabeira, e Florbela Galvão
Cunha, responsável da
área de negócio internacional do Montepio
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
Investimento.
No final da manhã, o administrador da AICEP, Pedro Ortigão
Correia, encerrou a primeira
parte deste Roadshow, mencionando a importância do
contacto da Agência com
as empresas locais e as potencialidades da região, que
concentra grandes projetos
de investimento nacional e
estrangeiro, os quais dinamizam a atividade internacional
das empresas locais.
No período da tarde foram realizadas reuniões bilaterais entre os responsáveis da AICEP em
Budapeste e Maputo e as empresas
interessadas em exportar ou que já
exportam para estes mercados.
A AICEP aproveitou ainda este Roadshow para realizar uma sessão de esclarecimento sobre os instrumentos de
apoio à internacionalização e à inovação empresarial no âmbito do programa Portugal 2020.
MERCADOS
EM ANÁLISE
Os dois mercados analisados em Viseu
foram a Hungria e Moçambique, pelos
representantes da AICEP nestes países,
que apresentaram as potencialidades e
oportunidades dos mercados.
Porquê a Hungria?
Há cada vez mais empresas portuguesas
a exportar para a Hungria, sendo que
nos últimos anos as exportações registaram um aumento médio anual de 20
por cento. As principais exportações para
este mercado, mais de 80 por cento, são
máquinas e aparelhos, químicos, plásticos e borracha, veículos e outro material
de transporte e matérias têxteis.
Na perspetiva da internacionalização
das empresas portuguesas, é importante percecionar que a Hungria faz fronteira com sete países diferentes, sendo
uma porta de entrada e um dos potenciais centros logísticos de difusão e distribuição de bens, serviços e know-how
portugueses para outros mercados da
Europa Central e Oriental.
Joaquim Pimpão, diretor da AICEP
na Hungria, apresentou o mercado e
mencionou que existem nele oportunidades de negócio para as empresas
portuguesas, pelo que há espaço para
o incremento das exportações portuguesas e para a cooperação para ter-
ceiros mercados.
Porquê Moçambique?
Moçambique tem vindo a registar
um desempenho económico notável, assentando este crescimento
económico no desenvolvimento de
projetos nos domínios da exploração
de recursos naturais, especialmente
gás e carvão, energia e infraestruturas. Para além disso, está a renovar
estradas, caminhos de ferro, portos
e aeroportos, estando o setor imobiliário em expansão nos principais
centros urbanos.
Várias empresas do distrito de Viseu
já descobriram o potencial deste país,
aproveitando as suas vantagens competitivas. Desta forma, os produtos
portugueses têm aumentado a sua
presença em Moçambique.
Para falar sobre o mercado e as suas
oportunidades esteve presente Fernando Carvalho, representante da AICEP em
Moçambique, que abordou os principais
fatores de crescimento do país, identificando algumas das principais oportunidades de negócio, mas também as dificuldades existentes, bem como alguns
conselhos de abordagem ao mercado
moçambicano.
Clique na imagem para ver o video do evento
Portugalglobal // março 15 // 31
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
HIGHLIGHTS
Almeida Henriques
Presidente da Câmara
Municipal de Viseu
“Saúdo a AICEP por esta iniciativa de levar o Roadshow pelo
país. Esta passagem por Viseu é
extremamente importante, porque
apesar dos últimos três anos não terem
sido fáceis para o país, muitos empresários foram procurar
oportunidades de negócio noutros mercados. Por isso, em
Viseu, são hoje mais de 500 as empresas exportadoras, o
que faz com que atualmente nos concentremos nos mercados externos, sem no entanto perder de vista que é fundamental captar investimento. Nesta medida, as empresas
são essenciais, porque são elas que fazem os negócios,
investem e chegam aos diferentes mercados. É, por isso,
ainda fundamental que existam instrumentos focados nas
empresas, como o Portugal 2020. Assim, a autarquia de
Viseu está apostada no apoio aos empresários da região,
trabalhando neste sentido em parceria com a AICEP. O concelho de Viseu tem crescido visivelmente e é um dos poucos que tem capacidade para contrariar a desertificação do
interior, através do investimento e da criação de riqueza.”
João Cotta
Presidente
da Associação
Empresarial
da Região de Viseu
“Num mercado saturado, como
o nosso, acredito que a única solução para as empresas portuguesas seja a internacionalização. Assim, o apoio local da AICEP é fundamental,
especialmente para uma PME. No entanto, é necessário
ter-se capacidade financeira e ser-se bom naquilo que se
faz em Portugal, para se ser capaz de inovar e afirmarse no mercado de destino. Considero alguns requisitos
fundamentais para assegurar o sucesso no processo de
internacionalização, como o controlo de custos, um bom
sistema de report e ter pessoas adequadas. Nesse sentido, e lembrando que a dimensão média das empresas
portuguesas é pequena, penso que é importante procurar
parceiros complementares. Um outro fator decisivo para
o sucesso da internacionalização é a persistência, porque
o êxito não se atinge à primeira.”
Joaquim Pimpão
Diretor da AICEP
em Budapeste
Fernando Carvalho
Diretor da AICEP
em Maputo
“Budapeste tem excelentes
oportunidades comerciais para
as nossas empresas, mas estas
devem avançar para a Hungria de
uma forma gradual e organizada, uma
vez que este país não é um mercado de salvação para nenhuma empresa. Portugal é muito bem visto na Hungria,
pelo que vale a pena arriscar neste mercado recheado de
possibilidades e cheio de oportunidades para as empresas
portuguesas, sendo uma excelente porta de entrada, na
medida em que faz fronteira com sete países diferentes.”
“Moçambique é um mercado
com várias oportunidades para
os empresários portugueses. Do
ponto de vista das práticas comerciais, o mercado é informal e há sempre
a possibilidade de optar por um distribuidor que já esteja
instalado no país ou de colocar no local um representante
comercial. Relativamente ao representante, é importante
ter consciência que este não tem experiência no mercado e
pode demorar um pouco mais de tempo. Por outro lado, o
distribuidor tem a vantagem de conhecer o mercado e ter
clientes habituais, embora possa representar muitas outras
marcas. Desta forma, as empresas devem analisar o mercado e optar de forma consciente pela melhor opção para
os seus negócios.”
32 // março 15 // Portugalglobal
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
EMPRESAS PORTUGUESAS
INOVAÇÃO E QUALIDADE CONDUZEM
AO RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
>EXCERTOS DO DISCURSO DE ABERTURA DE MIGUEL FRASQUILHO
PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AICEP PORTUGAL GLOBAL
Tem havido um esforço grande por
parte dos empresários em apontar baterias aos mercados
internacionais e sabemos
que existem oportunidades de negócio à
altura de um tecido
empresarial experiente, sofisticado
e capaz de encarar vários tipos
de mercados.
“Na sexta edição do Roadshow Portugal
Global, que hoje está a decorrer no distrito de Viseu, focamo-nos nas potencialidades de internacionalização e nas
oportunidades de negócio em dois mercados distintos: a Hungria e Moçambique. Vamos partilhar o conhecimento
único e exclusivo de quem está no terreno e de quem interage com os principais
stakeholders destes mercados.
Pretendemos apoiar as empresas da região no reforço das suas exportações,
para que, nos próximos anos, o total
de empresas exportadoras deste distrito seja superior às cerca de 500 atuais.
São já mais de
40 mil as empresas portuguesas
que exportam os
seus produtos e serviços para um número crescente de países.
Esta abertura aos mercados
internacionais deveu-se à mudança de mentalidade das empresas portuguesas que interiorizaram um
novo conceito de mercado local e perceberam que os seus produtos e serviços
concorrem em todas as partes do mundo. Assim, impuseram-se pela qualidade
e pela inovação dos seus produtos.
Os resultados estão à vista de todos.
Nos últimos anos, a balança externa
portuguesa tornou-se positiva e as exportações portuguesas de bens e serviços representam hoje cerca de 40 por
cento do PIB.
Os mercados também se diversificaram, sendo que 70 por cento das nossas exportações se destinam à Europa,
o que significa que 30 por cento deste
volume exportado se dirige aos mercados extracomunitários. Assim, temos
mais empresas portuguesas a exportar
para mais mercados, provando que o
made in Portugal é hoje um ativo reconhecido internacionalmente.
O Plano Estratégico da AICEP vem reforçar o nosso âmbito de atuação nos
mercados externos, alargando a nossa presença em 12 novos mercados:
Cazaquistão, Coreia do Sul, Equador,
Finlândia, Gana, Guiné Bissau, Guiné
Equatorial, Nigéria, Noruega, São Tomé
e Príncipe, Senegal e Timor-Leste.
E sabemos que é necessário atrair investimento para o nosso país. Vamos
pois reforçar a captação de investimento através da criação de especialistas
na atração de investimento, os quais
acompanharão os mercados norte
americanos, europeus e asiáticos.
Ao mesmo tempo, o programa Portugal 2020 prevê um investimento total
de cerca de 26 mil milhões de euros na
nossa economia, cujo primeiro objetivo é a dinamização de uma economia
aberta ao exterior, capaz de gerar riqueza de uma forma sustentada.
A nossa economia é hoje mais competitiva, mais atrativa e mais internacionalizada. A qualidade e a capacidade
inovadora das empresas portuguesas
são cada vez mais reconhecidas internacionalmente. Os incentivos à internacionalização e ao investimento estão
criados e lançados.”
Portugalglobal // março 15 // 33
EMPRESAS
SISTRADE
ESTRATÉGIA DE SUCESSO
NO MERCADO INTERNACIONAL
A SISTRADE, tecnológica portuguesa de sistemas de gestão industriais, está presente
em 20 países em quatro continentes. Fundada no ano 2000, a empresa tem na
indústria de artes gráficas os seus principais clientes, tendo registado um crescimento
de cerca de 15 por cento no ano passado. O mercado internacional contribuiu já com
60 por cento para os resultados globais da empresa.
Fundada há perto de 15 anos, com
sede no Porto e orientada para a área
do business to business e inerentes
ferramentas de gestão, a SISTRADE
diferenciou-se, desde logo, da restante oferta do mercado nacional e internacional pela originalidade das suas
soluções, bem como pelo facto de
desenvolver software exclusivamente
na plataforma web, o que à data era
raro no mercado das TIC. Tendo por
core business o desenvolvimento de
sistemas de gestão industriais (vulgo
ERP/MIS – management information
system), opera tradicionalmente nos
seguintes mercados: indústria das artes gráficas (incluindo security printing,
embalagens, etiquetas, transformação
34 // março 15 // Portugalglobal
de papel), plásticos (incluindo embalagens flexíveis, extrusão, injeção), têxtil
(cordas industriais para o sector têxtil e
naval, fio sintético), metalomecânicas,
alimentar (vinhos), borracha (calçado),
componentes de hardware (computadores), automóvel e cerâmica.
Atualmente conta com cerca de 50
colaboradores, incluindo os business
partners internacionais nos diferentes continentes. A SISTRADE, além
da sede no Porto, tem representação
comercial em Lisboa, Madrid, Paris,
Milão, Frankfurt, Varsóvia, Liubliana,
Istambul, Abu Dhabi e Cidade do México, tendo clientes em 20 países de
quatro continentes.
Além de Portugal, a SISTRADE tem
clientes em países como Espanha, França, Alemanha, Polónia, Lituânia, Eslovénia, Croácia, Sérvia, Turquia, Líbano,
Arábia Saudita, Qatar, Tailândia, Angola, México, Colômbia, Equador, Bolívia
e Chile. Da sua carteira de clientes, a
empresa destaca alguns: a Prepak na
Tailândia, a Sentez Ambalaj na Turquia,
o Ministério do Interior do Qatar no Qatar, a LunaPress no Líbano, a Damer em
Angola, a Monteiro Ribas, Lidergraf,
Eikon, Cotesi, Cordex e Symington em
Portugal, a Orcajada e Grupo Jomagar
em Espanha, a Herzog na Alemanha, a
Comex na Polónia, a Printera na Croácia, a Proempaques na Colômbia, e a
Poligrafia no Equador.
EMPRESAS
Sem descurar o mercado industrial
português, que foi a base de aprendizagem e crescimento da SISTRADE,
a empresa assumiu desde a primeira
hora o mercado internacional como
objetivo de curto prazo, capaz de possibilitar um crescimento sustentado e
em dimensão, que gerasse margens
de retorno atrativas e permitissem um
permanente alavancamento do negócio e de futuro. A empresa desenvolveu, desde o início da sua atividade,
medidas que se enquadrassem nesse
desígnio e que, além das recorrentes missões comerciais internacionais
na promoção das soluções SISTRADE, promoveram o desenvolvimento
de software utilizando tecnologia de
ponta e um sistema multilingue, facilitador da sua localização no mercado
recetor. Perto de 15 anos depois da
fundação da SISTRADE, o software
Sistrade® expressa-se em mais de 11
línguas, incluindo o árabe.
A estratégia da SISTRADE para o mercado internacional passa pela angariação
de uma rede de parceiros, utilizando um
country manager a quem confia a gestão e crescimento dos seus negócios nas
várias regiões onde está presente.
“Não há regras definidas, cada caso é
um caso, mas é norma a equipa comercial deslocar-se de Portugal ao exterior
em apoio direto aos seus parceiros, ou
‘country managers’, na prospeção e
conclusão dos negócios”, explica Paulo
Souto, Administrador da SISTRADE.
O mercado das Artes Gráficas ocupa
uma percentagem muito elevada nas
exportações da empresa que, por esse
motivo, tem uma preocupação constante em estar presente nos certames
internacionais de maior visibilidade do
ramo, bem como regularmente nas
revistas especializadas do sector, seja
através de publicidade seja com artigos técnicos. No entanto, e “apesar de
muito de o trabalho ser feito nos bastidores, é um facto adquirido que os
contactos diretos com visitas ao cliente,
ou à rede de contactos estabelecida em
formato de missões comerciais, é preferencial e praticamente insubstituível”
na abordagem aos mercados externos,
reforça o gestor.
Paulo Souto realça ainda o papel que a
AICEP e a suas delegações no exterior
têm desempenhado, ao longo dos anos,
no acompanhamento da SISTRADE nos
mercados externos, designadamente
naqueles onde a empresa não tem presença ou rede de contactos. “Para o
início da atividade os serviços facultados
pela AICEP são fundamentais. É sempre
importante discutir e trocar ideias com
quem vive e experimenta as dificuldades/cultura do mercado. Foram, e continuam a ser, inúmeras as missões de
trabalho de prospeção executados pela
SISTRADE em colaboração com a AICEP.
Diria que a AICEP é a nossa primeira
‘delegação’, uma extensão da nossa
atividade comercial, bem como o nosso
primeiro consultor local”, afirma.
A SISTRADE aponta para proveitos na
ordem dos dois milhões de euros em
2014 (resultados ainda não apurados),
sendo que cerca de 60 por cento é representativo da exportação. Em termos
absolutos (considerando o mercado
nacional e o internacional), a empresa
cresceu cerca de 15 por cento no ano
passado, tendo como objetivo para
2015 manter a mesma taxa de crescimento em Portugal e crescer ainda
“Perto de 15 anos depois da
fundação da SISTRADE, o
software Sistrade® expressase em mais de 11 línguas,
incluindo o árabe.”
mais no mercado internacional, mas de
uma forma sustentada, sem permitir
desequilíbrios entre as vendas e a execução dos projetos.
“Resultante de uma aposta de há um
ano e meio atrás, e após os bons indicadores deste início de ano, pensamos que teremos um excelente ano
no Sudoeste da Europa, na região das
Balcãs, designadamente na Sérvia, e
ainda no Médio Oriente”, adianta o
mesmo responsável, acrescentando ser
ainda de realçar o forte crescimento da
empresa em Portugal nos últimos dois
anos. “Apesar da crise em Portugal nos
últimos anos, o mercado nacional na
área do MES (management execution
system) está pujante para a SISTRADE,
e acreditamos que continuará a crescer,
sendo o programa Horizonte 2020 um
bom indicador de continuidade neste
mercado”, especifica o gestor.
O ano de 2015 iniciou-se de forma
muito positiva para a SISTRADE com
a angariação de novos negócios, destacando-se um novo projeto numa
das maiores gráficas croatas – Grafički
zavod Hrvatske d.o.o. –, bem como
na Arábia Saudita, na empresa de etiquetas Lawaseq. No segundo trimestre deste ano deverá também arrancar o projeto de security printing do
Ministério do Interior do Qatar e, no
final do primeiro trimeste, a SISTRADE terminará a instalação do Sistrade
MES - Management Execution System
numa das fábricas da SGL Group em
Portugal, esperando transferir esta experiência/solução tecnológica para as
diferentes fábricas do grupo espalhadas pelo mundo.
A solução Sistrade® é um software
100 por cento web based, multiplataforma de acesso exclusivo browser
em PC, MAC, Tablet, iPhone ou similar, multilingue e em sistema cloud.
A SISTRADE desenvolveu um portefólio de produtos neste domínio
destacando-se: Gestão Comercial &
Orçamentação, CRM - Customer Relationship Management, Gestão de
Stocks & Compras, Mobile Materials
Management, Gestão da Produção,
Planeamento – Scheduling, MES - Manufacturing Execution System, Gestão
de Energia, Controlo de Qualidade,
Manutenção de Equipamentos, Ecoeficiência, Balanced Scorecard, Ebusiness, Business Intelligence, Gestão
de Tesouraria, Gestão de Imobilizado,
Gestão de Contabilidade, Gestão de
Recursos Humanos, Gestão de I&D e
Inovação, e Gestão de Projetos.
SISTRADE
Rua Manuel Pinto de Azevedo, 64B
4100-320 Porto | Portugal
Tel.: +351 226 153 600
Fax: +351 226 153 699
[email protected]
www.sistrade.com
Portugalglobal // março 15 // 35
EMPRESAS
SISCOG
OTIMIZAÇÃO DE
RECURSOS COM SUCESSO
NO MERCADO EXTERNO
A SISCOG, especializada no planeamento e gestão de
recursos em empresas ferroviárias e metropolitanos,
é um dos principais players deste mercado a nível
mundial, contribuindo a exportação dos seus produtos
com 97 por cento para a sua faturação. A empresa tem
como objetivo expandir a sua presença em mercados
como o Brasil, os Estados Unidos e a China.
ganhos efetivos para as empresas, pelo
suporte e serviço de manutenção prestado, e pela inovação constante que vai
introduzindo nos produtos.
A SISCOG foi fundada em 1986 por
Ernesto Morgado e João Pavão Martins, que decidiram aplicar em Portugal
os conhecimentos que obtiveram em
Buffalo, Nova Iorque, no âmbito dos
Doutoramentos em Inteligência Artificial (IA) que efetuaram na Universidade
Estadual de Nova Iorque.
Entre os produtos da SISCOG contam-se
o CREWS, que ajuda a planear e gerir
as tripulações ou o pessoal estacionário,
e o FLEET e o ONTIME que planeiam o
material circulante e definem horários,
respetivamente, nomeadamente, pela
melhor utilização do material em termos
de poupança de viagens e melhor oferta
de serviços aos passageiros.
Inicialmente não sabiam qual a área
de atuação ou mercado onde tal ia
ser aplicado, mas tinham três certezas:
queriam atuar num nicho de mercado,
queriam desenvolver produtos próprios
ao invés de prestar serviços, e queriam
atuar no mercado internacional.
Começaram por fazer divulgação da IA
através de conferências e seminários,
bateram a diversas portas e, em 1985,
aliam-se à empresa Sperry (antiga Unysis)
com quem foram apresentando diversos
seminários e, num deles, anunciaram o
desenvolvimento de dois sistemas protótipos gratuitos para as primeiras duas
empresas interessadas. As mais rápidas
a responder foram a TAP (planeamento
de turnos de tripulantes) e o BNU (gestão
de excedentes de tesouraria). O protótipo
para a TAP acabou por determinar o que
viria a ser a área de atuação da SISCOG: o
planeamento e gestão de recursos.
Com sede em Lisboa e escritório no
Porto, e atualmente com perto de 130
colaboradores, a maioria dos quais lo-
36 // março 15 // Portugalglobal
calizados na sede, a SISCOG destaca-se
pela sua especialização no planeamento e gestão de recursos (horários, material circulante e pessoal) de empresas
de transporte, em particular caminhos
de ferro e metropolitanos. Dentro deste segmento, é especialista na área da
otimização da utilização dos recursos
(por exemplo, número de pessoas necessárias, horas extraordinárias pagas,
melhor serviço prestado ao passageiro),
adequando os seus produtos à realidade
dos clientes por forma a baixar custos
de operação e a aumentar a eficiência.
Basicamente, a SISCOG distingue-se pela
qualidade do software disponibilizado
aos clientes, pelas respetivas capacidades de otimização com consequência em
O Metropolitano de Lisboa e a CP Carga são os principais clientes da empresa
em Portugal, cuja oferta se tem dirigido
principalmente a clientes no mercado
externo, sobretudo europeu. Os caminhos de ferro da Dinamarca e Suburbanos de Copenhaga (DSB), da Finlândia
(VR), da Holanda (NS) e da Noruega
(NSB) e ainda o Metro de Londres (LU)
são alguns dos utilizadores das soluções
da SISCOG. A este propósito, refere
fonte da empresa que o CREWS tem
permitido poupar cerca de 6 por cento
aos caminhos de ferro holandeses no
planeamento de pessoal, já que uma redução de meio ponto percentual neste
domínio corresponde a uma poupança
anual de 3 milhões de euros.
Atuando num nicho de mercado altamente especializado que levou a
EMPRESAS
Nesse sentido, está a avaliar o estabelecimento de parcerias locais com um
caráter fortemente comercial e eventual
posterior evolução para a criação de estruturas de cariz mais técnico nesses mercados, dado tratar-se de geografias com
fusos horários significativamente distantes e até com culturas contrastantes.
médio e longo prazo, com preocupações de crescer em termos de resultados, mercados e número de clientes,
mas também que esse crescimento não
ponha em causa a empresa, os seus colaboradores e clientes atuais”, reforça
João Pavão Martins.
A SISCOG lida num nicho de mercado
(caminho de ferro e metropolitano),
numa área muito específica (planeamento de recursos) e com empresas em
que o processo de decisão é longo e
maioritariamente dependente de concursos públicos, explica a mesma fonte,
pelo que não faria sentido avançar já
com a criação de estruturas locais.
Sublinhe-se que a SISCOG fechou o ano
de 2014 com um valor de faturação de
cerca de 8,1 milhões de euros, sendo
que desses cerca de 97 por cento foram
resultantes de exportações. Para este
ano a empresa estima que o volume de
vendas mantenha as mesmas taxas de
crescimento dos últimos anos, ou seja,
na ordem dos 8 a10 por cento.
A SISCOG tem desenvolvido uma intensa
atividade de prospeção, promoção e divulgação da sua oferta nesses mercados,
procurando a melhor solução de parceria
Ainda de mencionar as várias distinções
que a empresa tem recebido ao longo
dos anos e que atestam o investimento
em inovação. A SISCOG foi galardoada
local, sendo com esta filosofia que conta,
desde janeiro passado, com um parceiro
local no Brasil, a SYSFER, também responsável pela América do Sul.
por três vezes (em 1997, 2003 e 2012)
com o prémio de inovação atribuído
pela “Association for the Advancement
of Artificial Intelligence”, a mais prestigiada organização científica no setor
da Inteligência Artificial a nível mundial;
em 2006 recebeu a medalha de mérito
do “Computerworld Honors Program”;
e, em 2010, a Menção Honrosa para o
produto CREWS RTD nos “Prémios de
Inovação COTEC-Unicer”.
SISCOG a ser hoje um dos principais
players no segmento a nível mundial,
a empresa tem apostado numa política
de inovação e na qualidade dos seus
produtos e serviços, visando não só
satisfazer as necessidades dos clientes,
mas superar as suas expectativas.
“A SISCOG orgulha-se do que tem criado, de forma consistente e sustentável,
ao longo de quase 30 anos e a vários
níveis. Ao nível de produtos inovadores e que criam valor para os nossos
clientes (poupanças operacionais, melhor serviço ao passageiro). Ao nível do
relacionamento com os nossos clientes
– sólido e baseado em parceria. E não
menos importante, ao nível das suas
pessoas, que são quem faz a SISCOG, e
que encaram o que fazemos como algo
valioso”, afirma João Pavão Martins,
CEO e fundador da empresa.
Expansão
no mercado externo
A internacionalização da SISCOG tem
tido como modelo a exportação, devido à proximidade geográfica dos
clientes atuais, situados na Europa. A
empresa está, no entanto, apostada
em alargar a sua presença a outras geografias, nomeadamente China e continente americano, concretamente no
Brasil e nos Estados Unidos.
Com esta parceria a SISCOG pretende
que o acompanhamento do mercado
brasileiro em especial, mas também
outros países da América do Sul, seja
mais dinâmico e de proximidade, continuando, por outro lado, a desenvolver
o trabalho, de médio e longo prazo, de
análise do mercado chinês e de procura de melhor solução para ter sucesso.
Quanto aos EUA, a empresa adianta
que vai reequacionar a estratégia de
abordagem direta até agora utilizada.
SISCOG
Campo Grande, 378 - 3º
1700-097 Lisboa | Portugal
Tel.: +351 217 529 100
Fax: +351 217 529 101
[email protected]
“A SISCOG tem-se pautado por estratégias de crescimento orgânico e de
www.siscog.pt
Portugalglobal // março 15 // 37
EMPRESAS
BLIP
APOSTA GANHA ONLINE
A BLIP é uma tecnológica do Porto especializada no desenvolvimento de aplicações
para internet e serviços para a área das apostas desportivas online. Comprada em
2012 pela britânica Betfair, as aplicações da BLIP chegam a milhões de utilizadores em
vários mercados europeus.
Fundada em 2009 por três engenheiros portugueses, a BLIP dedicou-se
desde logo ao desenvolvimento de
aplicações web, tendo rapidamente
começado a fazer projetos em near
shore para clientes do Reino Unido,
como a Yahoo e a Betfair.
A empresa começou então a trabalhar
em exclusividade para a área de apostas
desportivas da Betfair, numa opção estratégica que culminou na aquisição da
Blip pela empresa britânica em Fevereiro
de 2012, num investimento que ascendeu, até agora, a 25 milhões de euros.
Desde que foi adquirida pela Betfair,
a área de atuação da BLIP é exclusivamente o desenvolvimento de soluções
para apostas desportivas online, sendo
os seus principais mercados o Reino
Unido, Irlanda, Espanha, Itália, Austrália, Estados Unidos e Dinamarca. Sublinhe-se que todos os sites de apostas
desportivas da Betfair são totalmente
desenvolvidos pela BLIP.
No âmbito da sua estratégia de crescimento, a BLIP aposta fortemente no
desenvolvimento de novos talentos,
38 // março 15 // Portugalglobal
não só através de uma cultura inovadora mas também na aposta em áreas
técnicas complexas e pouco exploradas. Refere fonte da empresa que esta
aposta tem vindo a traduzir-se, por
exemplo, nos prémios de melhor empresa de tecnologia para trabalhar em
Portugal e a sexta melhor empresa para
trabalhar em Portugal, em 2015.
O sucesso da BLIP reflete-se também
no crescimento do volume de faturação, sendo que este é inteiramente
decorrente da exportação de serviços
de alto valor acrescentado, tendo-se
traduzido em 3 milhões de euros no
ano de 2013 e subido para mais de 8
milhões de euros em 2014. Um crescimento que a empresa espera manter
no ano em curso.
A atividade da BLIP centra-se em duas
áreas complementares. Por um lado, a
empresa aposta clara e continuadamente no desenvolvimento técnico e pessoal
da sua equipa, para que estes continuem
a crescer e a evoluir; por outro, garante
a entrega de software dentro das mais
elevadas exigências técnicas e temporais
do produto/mercado, com elevados pa-
drões de qualidade apostando sempre
nas áreas técnicas que possibilitem as
soluções mais inovadoras, com elevado
grau de robustez e resiliência.
A empresa tem também como ambição contribuir para a criação de um
hub tecnológico em Portugal, em concreto no Porto, que seja reconhecido
internacionalmente como um lugar
de excelência. Nesse sentido, a BLIP
encontra-se a organizar a Porto Tech
Hub Conference 2015, em parceria
com a Farfetch e Critical Software e o
apoio da CM do Porto, que terá lugar
nos dias 29 e 30 de maio, acrescenta a
mesma fonte.
Atualmente a empresa conta com 230
colaboradores, prevendo-se que esse
número possa brevemente aumentar
para 250.
BLIP
Rua Heróis e Mártires de Angola, nº59 4º
4000-285 Porto | Portugal
Tel.: +351 222 083 224
www.blip.pt
AICEP
INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA ONLINE
Portugalnews
Promova a sua empresa junto de 19 mil destinatários em Portugal
e nos mercados externos.
NewsRoom
Para uma divulgação em mercados internacionais, conta com a
newsletter semanal em língua inglesa e/ou francesa.
Fique a par da actividade da Agência no país e no exterior, conheça
os casos de sucesso de empresas portuguesas e os artigos de
especialidade económica.
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nacional e estrangeira.
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MERCADOS
CUBA
UM MERCADO
PARA DESCOBRIR
Graças ao processo de reformas em curso, Cuba é atualmente um mercado em
mudança, mais aberto ao exterior e onde as empresas portuguesas podem encontrar
boas oportunidades de negócio, designadamente na área da construção e renovação
das infraestruturas, no turismo e na exportação de produtos alimentares.
Uma análise de mercado feita por Carlos Nunes Pinto, representante da AICEP
na Venezuela, que preparou a missão oficial e empresarial realizada a Cuba em
novembro passado, e por Américo Ferreira de Castro, Presidente da Câmara de
Comércio Portugal-Cuba.
40 // março 15 // Portugalglobal
MERCADOS
OPORTUNIDADES EM CUBA
Carlos Nunes Pinto, representante da AICEP na Venezuela, foi o responsável
designado pela Agência para preparar e acompanhar a Missão oficial e empresarial
realizada a Cuba em novembro de 2014.
Numa breve entrevista, traça o retrato de um mercado que se abre ao exterior e que
apresenta boas perspetivas de negócio para as empresas portuguesas.
Do acompanhamento que fez da
Missão Empresarial a Cuba no final
do ano passado, qual a avaliação
que faz?
presas portuguesas, foi-me transmitida a
realização concreta de negócios, os quais
me abstenho de detalhar.
Muito positiva. Esta Missão esteve enquadrada numa visita oficial do VicePrimeiro-ministro, Paulo Portas, de
1 a 3 de novembro de 2014, a qual
proporcionou visibilidade à comitiva empresarial e facilitou a realização
dos encontros empresariais. Há muito
tempo que não se realizava uma visita
deste nível (Vice-Primeiro-ministro, dois
Secretários de Estado e 30 empresas
portuguesas), o que foi valorizado pelas autoridades cubanas.
Nos dias que antecederam a inauguração da feira, no acompanhamento das
empresas que participaram na Missão
Empresarial, pelas reuniões ocorridas
neste âmbito registei boas indicações
quanto a futuros projetos. Contudo,
não devemos esquecer que esta Missão
foi em grande medida uma prospeção;
para metade da comitiva empresarial,
este foi o primeiro contacto direto com
Cuba. Até os resultados serem visíveis
levará o seu tempo. Ficaram os contactos, o início de um relacionamento
que estará a ser alimentado com troca
de informações e visitas. Como sabemos, a AICEP não tem escritórios em
Cuba, pelo que não terá a capacidade
de acompanhar este mercado da mesma forma que tem nos mercados onde
está representada.
De uma forma geral, as empresas fizeram uma boa avaliação desta Missão,
tanto ao nível dos contactos efetuados
como às perspetivas de negócios.
Quais os resultados concretos que
foram alcançados?
Não podemos desligar esta Missão do
início da Feria Internacional de La Habana (FIHAV), onde a AICEP teve um stand,
numa área onde também se encontra-
vam 10 empresas portuguesas a exporem os seus produtos. Trata-se da feira
multissetorial mais importante em Cuba,
com periodicidade anual. As empresas
interessadas neste mercado sabem que
é importante marcar presença, nem que
seja como visitante. Neste fórum podemos encontrar as principais empresas
cubanas ligadas ao comércio exterior.
Nos contactos estabelecidos com as em-
Permita-me ainda relevar a oportunidade desta visita oficial acompanhada de
empresas, já que ocorreu cerca de um
mês antes da abertura das negociações
Portugalglobal // março 15 // 41
MERCADOS
para um reatamento das relações entre
Cuba e os EUA (o que se espera venha a
trazer benefícios para ambos os países,
mas que para nós também significará
uma maior concorrência). Poucos dias
depois da Missão portuguesa, Havana
recebeu a visita do ministro dos assuntos exteriores de Espanha; no corrente
ano já visitou este país o ministro dos
assuntos exteriores de Itália e proximamente espera-se a visita do presidente
francês, para citar alguns exemplos.
Após a Missão Empresarial organizada
pela AICEP, seguiu-se a da AIP-CC e
perspetivam-se outras no decorrer deste ano. O que pretendo ilustrar é que
nestes momentos é de toda a conveniência estarmos na linha da frente, na
abertura de portas a mais alternativas
para onde exportar e internacionalizar
o tecido empresarial português. Na
minha opinião, isto também configura
um resultado concreto.
Que oportunidades e
estrangulamentos detetou em Cuba?
O meu conhecimento do mercado restringe-se à experiência vivida na preparação e acompanhamento da referida
Missão Empresarial da AICEP, pelo será
natural que a minha análise careça de
outros elementos.
Em primeiro lugar oferece-me chamar
a atenção para a margem de crescimento que existirá no relacionamento
económico ente Portugal e Cuba. A
vantagem de apresentarmos valores
relativamente modestos nas nossas trocas comerciais é a de que poderemos
aspirar a taxas de crescimento elevadas. Em 2014, o valor das exportações
portuguesas de bens para Cuba foi de
33,6 milhões de euros. Na região da
América Latina e Caraíbas, Cuba foi o
nosso 8º cliente. No entanto, poderá
surpreender o facto de termos exportado mais para Cuba do que para o Peru,
para o Equador ou para o Panamá,
para dar alguns exemplos de outros
países desta região. Ou seja, não é um
mercado totalmente desconhecido.
Existem oportunidades na área da construção e renovação das infraestruturas
aeroportuárias, rodoviárias, ferroviárias
e portuárias. Em relação às primeiras
foi recentemente noticiada a ampliação
do terminal internacional do aeroporto
42 // março 15 // Portugalglobal
de Havana, a cargo de uma conhecida
empresa brasileira, a mesma que construiu a primeira fase do porto associado
à Zona Especial de Mariel. A reabilitação
urbana também indica ser um subsetor
com muitas oportunidades.
O setor do turismo constitui uma prioridade para as autoridades cubanas. Este
“Oferece-me chamar a
atenção para a margem de
crescimento que existirá no
relacionamento económico ente
Portugal e Cuba. A vantagem
de apresentarmos valores
relativamente modestos nas
nossas trocas comerciais é a de
que poderemos aspirar a taxas
de crescimento elevadas.”
mercado recebe cerca de três milhões
de turistas por ano, número que se prevê possa aumentar significativamente
com a abertura aos EUA. Pretendem
ampliar a oferta turística a partir da
diversificação do produto, apresentando Cuba como um destino dotado
de belezas naturais, cultura e cidades
com património histórico que complementem a oferta de sol e praia. Neste
contexto, incluem-se os planos para a
construção e modernização de hotéis e
projetos de desenvolvimento imobiliário associados a campos de golfe.
A Feira Internacional de Turismo de
Cuba, cuja realização se prevê no próximo mês de maio, poderá representar
uma boa oportunidade para auscultar
as tendências do setor em Cuba. Importa ressaltar que este setor arrasta
consigo possibilidades de negócio nas
mais variadas áreas como mobiliário
e decoração, têxteis-lar, materiais de
construção, cutelaria, acessórios de cozinha, porcelana, cristal e vidro.
O setor alimentar também poderá oferecer boas perspetivas às empresas portuguesas. Refiro-me aos produtos que
fazem parte da dieta cubana e que o
Estado se vê obrigado a importar quantidades consideráveis, como, por exemplo, o óleo de soja, enchidos, queijo,
leite em pó, feijão e arroz.
Na vertente da internacionalização foinos dado a conhecer alguns projetos
industriais concretos que procuram
investimento estrangeiro. As autoridades cubanas pretendem promover
projetos para modernizar e criar novas
capacidades com o objetivo de cobrir
a procura local, substituir importações
e gerar exportações. Esta carteira de
projetos abrange uma variedade de setores como a eletrónica, a informática,
a automatização, as telecomunicações,
MERCADOS
o têxtil, o calçado, produtos de limpeza
e de higiene pessoal, embalagens, produção de pneus, etc.
O principal estrangulamento detetado
foi o financeiro. As fontes e os recursos
financeiros para a implementação destes projetos são escassos, ao que não
será alheio o embargo que estará a chegar ao fim. Sendo assim, vislumbram-se
maiores facilidades nesta componente.
O que diria a uma empresa
portuguesa que queira entrar no
mercado cubano?
Começaria por sugerir um estudo antes
de avançar sem conhecer o mercado. Por
vezes o sentido prático, que deve caracterizar qualquer empresário, sobrepõe-se
“As autoridades cubanas
pretendem promover projetos
para modernizar e criar novas
capacidades com o objetivo
de cobrir a procura local,
substituir importações e gerar
exportações.”
em demasia a uma preparação prévia. A
recolha e leitura de informação diversa
sobre o mercado que pretendemos abordar são importantes. Recorrer, quando
possível, ao aconselhamento de empresários conhecedores das práticas locais,
seja através de seminários ou encontros
pessoais, será igualmente uma boa fonte
para começarmos a entender o funcionamento dos distintos aspetos, para dessa forma nos permitir chegar a conclusões próprias e refletir como as mesmas
poderão afetar a nossa atividade.
mento legal já admite empresas com
cem por cento de capital estrangeiro),
cabe ao Estado a decisão do que produzir, em que investir e o que importar,
conforme é característico de uma economia centralizada e planificada como é a
cubana. Apesar da iniciativa privada não
ter relevância no PIB cubano, observamse sinais de mudança no sentido de uma
maior abertura. Dentro da reformulação
conceptual do sistema de planificação,
começam a ser discutidas as relações da
oferta e da procura, as quais não serão
antagónicas com a atividade planificada
no país. Estas relações do mercado responderão ao desenvolvimento das forças
produtivas e à necessidade de uma integração com a economia internacional. A
nova lei do investimento estrangeiro e os
passos dados no sentido da unificação
da moeda são sinais destas autoridades
aos quais deverá ser dedicada atenção,
sobretudo no que diz respeito à atração
de investimento estrangeiro.
Neste cenário, a Câmara de Comércio
da República de Cuba (entidade adstrita ao Ministério do Comércio Exterior e
do Investimento Estrangeiro - MINCEX),
poderá funcionar como uma boa porta de entrada. Aliás, foram os nossos
parceiros na organização dos encontros
empresariais durante a referida Missão,
com quem estabelecemos um bom relacionamento. Esta experiência leva-me
a propor às empresas portuguesas interessadas neste mercado, a iniciarem a
sua abordagem através desta entidade
pública, a qual funcionará como ponte
para chegar às empresas cubanas.
Outra possibilidade que as empresas
disporão para se assessorarem antes da
partida será com a Câmara de Comércio,
Indústria, Serviços e Turismo Portugal –
Cuba. De acordo com os seus estatutos,
é uma associação (criada há menos de
um ano), sem fins lucrativos que pretende através das suas atividades contribuir
para o fomento do intercâmbio económico e cultural entre Portugal e Cuba.
Para que uma empresa estrangeira
possa começar a vender para este país
será necessário passar pelo “proceso
de inclusión en cartera de proveedores”. Haverá que estar preparado para
fornecer, neste processo de inscrição
como fornecedor, documentação legal,
comercial, fiscal e financeira da empresa
candidata a ser fornecedora do Estado
cubano. O processo é instruído junto do
MINCEX, que é a entidade responsável
pela respetiva análise. O mesmo processo também poderá ser realizado através
da Câmara de Comércio de Cuba.
Uma última sugestão para quando visitem Cuba: passear por Havana – é
também pelas ruas da cidade que se
apreende o pensar cubano. Senti-me
muito seguro nestas incursões, onde
tive o grato prazer de contactar com
um povo com um nível de instrução
elevado, educado e muito afável. Não
devemos levar ideias pré-concebidas
acerca do que nos espera. Haverá muitos aspetos que nos poderão surpreender, sejam eles através das diferentes
manifestações artísticas, exposições ou
mesmo a gastronomia.
Após esta abordagem teórica, forçosamente incompleta e insuficiente para um
real entendimento, serão necessárias visitas frequentes ao mercado. Conhecer,
falar pessoalmente com os potenciais
parceiros, reunir com as entidades públicas previamente selecionadas.
Tendo em conta que o setor privado é
ainda incipiente, as empresas estrangeiras presentes em Cuba estão associadas
a empresas estatais (o novo enquadra-
Portugalglobal // março 15 // 43
MERCADOS
CÂMARA DE COMÉRCIO PORTUGAL-CUBA
PROMOVER E APOIAR A
“REDESCOBERTA” DE CUBA
>POR AMÉRICO FERREIRA DE CASTRO, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO, INDÚSTRIA, SERVIÇOS
E TURISMO PORTUGAL-CUBA
A Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo Portugal-Cuba (CCISTPC)
iniciou a sua atividade em 2 de junho de 2014 tendo a sua sede no Porto. Em
articulação permanente com a Embaixada de Cuba em Portugal, o Governo
português, a AICEP e o Governo cubano, tem alcançado resultados muito positivos
para as empresas portuguesas.
Este movimento ampliar-se-á naturalmente, por causa da carteira de oportunidades que Cuba atualmente oferece, pelos benefícios fiscais concedidos
ao investidor estrangeiro, pelo reatar
das relações diplomáticas com os Estados Unidos da América, pelo ambiente
generalizado internacional que mistura
a ideia do fim do embargo, o interesse
cultural e os aspetos emocionais, pelo
turismo em elevado crescimento e ainda pela expetativa de que o cenário
atual, que representa uma viagem no
tempo, com alguns anos terminará.
Sem prejuízo de tudo isso, tem ainda a possibilidade de provocar outros
contágios a setores em que somos ver-
44 // março 15 // Portugalglobal
dadeiros experts, nomeadamente nas
áreas da investigação científica e biotecnológica, da indústria farmacêutica,
da metalomecânica e dos moldes, do
têxtil e do calçado, da energia eólica,
da distribuição, do turismo, da mineira
e da construção.
O Governo de Cuba, a Embaixadora de
Cuba em Portugal e suas instituições
locais, nomeadamente a Câmara de
Comércio da República de Cuba, demonstram uma recetividade crescente
e uma colaboração articulada de todas
as autoridades cubanas em geral relativamente às propostas de investimento
dos empresários nacionais que temos
acompanhado àquele país.
MERCADOS
Realçamos no novo plano económico
apresentado por Cuba a Zona Especial
de Desenvolvimento – Mariel, que é um
projeto que pretende fomentar o desenvolvimento económico sustentável,
através do investimento estrangeiro com
inovação tecnológica, pela concentração
da indústria e pela garantia da proteção
do meio ambiente. Esta Zona Especial, a
cerca de 45 quilómetros de Havana, tem
uma extensão de 465 quilómetros quadrados, fica situada no centro do mar das
Caraíbas, é também um porto de mar de
águas profundas com capacidade para
cerca de um milhão de contentores. Os
investimentos nesta área específica de
Mariel têm privilégios fiscais ainda mais
atrativos e um processo rápido de avaliação das empresas, dos projetos, aprovação e início do investimento.
Até ao momento as áreas de negócio
das empresas portuguesas que já estão
em desenvolvimento com Cuba são as
dos setores de moldes, metalomecânica, farmacêutico, ferragens, papel e
alimentar, entre outros, mais direcionados para os bens de consumo de primeira necessidade.
O resultado alcançado até aqui pelas
empresas e pela Câmara de Comércio
Portugal Cuba tem permitido às empresas com maior iniciativa exportadora, associarem-se a iniciativas com
bastante relevância e retorno.
Falamos concretamente de iniciativas onde nos envolvemos com a
AICEP, como o evento de junho de
2014 de apresentação pelo governo cubano em Lisboa das oportuni-
dades de investimento em Cuba, a
Missão de empresários portugueses
em novembro a Havana, e a organização pela Câmara de Comércio do
primeiro Pavilhão de Portugal na Feira Internacional de Havana de 2014,
a maior feira multissetorial das Caraíbas, cujo impacto se fez prolongar por 2015 na nossa atividade e
no crescente interesse das empresas
portuguesas por Cuba.
Esta procura crescente do mercado
cubano pelas empresas de diferentes
dimensões da economia nacional intensificar-se-á e, em simultâneo, as que
já se encontram a operar no mercado,
naturalmente obterão resultados adicionais por causa da sua oportuna entrada neste momento naquela região.
Fruto desta dinâmica pudemos desenvolver, já em 2015, uma missão a
Cuba, com uma segunda já agendada
para 12 de Abril, seguindo-se uma terceira em 10 de Maio e possivelmente
mais duas ocorrerão até ao final do ano
(junho e outubro), sem prejuízo da organização da presença de Portugal na
referida Feira Internacional de Havana
em novembro deste ano.
Estamos também empenhados na condução de compradores até às empresas
onde o nosso know-how é mais expressivo e, nessa medida, criar pontes com os
setores com capacidade de resposta tecnológica. No final de março organizamos
um plano integrado de visitas a empresas
portuguesas na área da indústria dos
moldes, acompanhando em Portugal um
grupo cubano nessa missão.
Esperamos que o programa quadro
Portugal 2020 possa ser decisivo para
incentivar financeiramente a internacionalização de muitas empresas
portuguesas em vários setores, dando
suporte às iniciativas individuais e conjuntas numa estratégia de crescimento,
com redefinição de novas geografias
no mapa da sua presença internacional. Contamos que este programa sirva de ignição ao reforço de prospeção
do mercado de Cuba, incentivando os
nossos empresários a mostrarem lá fora
o desenvolvimento e qualidade dos
produtos que fabricam.
A Feira FIHAV de 2015 é um excelente
alvo a fixar pelos maiores exportadores deste país, não só pelo que aquele
evento representa em Cuba, mas adicionalmente o que ele influencia e contagia a toda a região das Caraíbas.
Para todo este movimento de investimento e redescoberta de Cuba foi
determinante a criação pelo Governo
de Cuba, em 2014, da Lei 118 que ditou um marco muito importante para
Cuba e para os investidores estrangeiros em geral.
Com a referida lei e com o Decreto-lei
313 relativo especificamente a Mariel,
foram criadas verdadeiras condições
competitivas de incentivo à iniciativa
privada, capaz de colocar Cuba em condições de igualdade às melhores disponibilizadas noutras regiões do globo.
Por isso é natural assistirmos ao crescente interesse das economias mais
competitivas do mundo no redirecionamento das suas orientações de investimento para esta região.
Todo este movimento, associado ao
elevado desenvolvimento cultural e
capital humano dos cidadãos cubanos,
contribuirá a muito curto prazo para
uma evolução socioeconómica neste
país relevante na sua história.
CCIST PC
Av. de Montevideu, 282 4150-416
Porto | Portugal
Tel.: +351 223 231 639
[email protected]
www.portugalcuba.com
Portugalglobal // março 15 // 45
MERCADOS
CUBA
SITUAÇÃO ECONÓMICA E PERSPETIVAS
A República de Cuba é composta por
um arquipélago constituído pelas ilhas
de Cuba e da Juventude e por 1.500
‘cayos’ e ilhotas com uma área total
de 109.884 quilómetros quadrados. É
a maior das ilhas das Caraíbas e goza
de uma importante posição estratégica
- dista 150 quilómetros dos EUA (Florida), a norte; 77 quilómetros do Haiti,
a leste; 140 quilómetros da Jamaica, a
sul; e a 210 quilómetros do México (Yucatán), a ocidente.
A economia de Cuba é sustentada por
recursos naturais como a cana-de-açúcar, café e tabaco, e por importantes
jazidas de níquel e de cobalto, dispondo
ainda de paisagens tropicais que atraem
um grande número de turistas todos os
anos. O capital humano é um dos principais pilares da economia do país, que
regista a maior taxa de alfabetização,
expectativa de vida e cobertura de saúde de toda a região das Caraíbas.
46 // março 15 // Portugalglobal
De um modo geral pode dizer-se que
o setor agropecuário é pouco produtivo, a indústria extrativa, o setor
energético e a indústria pesada necessitam de modernização, enquanto
a indústria ligeira, de um modo geral,
carece de competitividade, existindo,
no entanto, algumas áreas muito desenvolvidas, como a biotecnologia,
informática e eletrónica. No setor dos
serviços, distinguem-se, pelos seus
elevados padrões de desenvolvimento,
os setores da saúde, educação, cultura
e desporto, sendo ainda de destacar o
turismo que apresenta grandes potencialidades. O comércio tem um baixo
nível de desenvolvimento.
Com a chegada ao poder de Raúl
Castro, em 2006, deu-se início a um
programa de reformas estruturais que
incluía diversas medidas no sentido
da liberalização e abertura à iniciativa
privada, com o objetivo de captar in-
vestimento e injetar liquidez na economia. Entre as reformas encetadas
destacam-se a limitação dos mandatos políticos, a nova política migratória, a abertura ao trabalho privado e
às cooperativas, a redução de fábricas estatais, a eliminação de algumas
proibições como a compra e venda de
casas e de veículos entre particulares,
e aprovação de um plano de entrega
de terras estatais baldias para usufruto
de agricultores privados, com vista a
fomentar a produção nacional (Cuba
importa cerca de 70 por cento dos alimentos que consome).
Como fatores incentivadores do desenvolvimento figuram a promoção da iniciativa privada e a liberalização gradual
do sistema económico, a criação de um
ambiente mais propiciador do investimento estrangeiro, uma integração regional e internacional mais abrangente,
uma maior diversificação da economia
MERCADOS
e uma revisão das estratégias de exportação. O anunciado restabelecimento
das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, e consequente
levantamento do embargo económico
imposto a Cuba pelos norte-americanos há já meio século, poderá, no futuro, contribuir para um mais rápido
desenvolvimento económico.
(menos 5,3 por cento face ao ano anterior) e por um aumento das importações de 6,6 por cento. Para 2014,
as previsões apontavam para uma
desaceleração do crescimento económico, que não deverá ultrapassar 1,2
por cento, segundo a EIU (Economist
Segundo dados do Banco Mundial, o
PIB cubano registou uma taxa média
anual de crescimento de 4,6 por cento
ao longo do período 2000-2012, superando a taxa média de crescimento do
PIB mundial e da América Latina.
“Com a chegada ao poder de
Raúl Castro, em 2006, deuse início a um programa de
reformas estruturais que incluía
diversas medidas no sentido
da liberalização e abertura à
iniciativa privada, com o objetivo
de captar investimento e injetar
liquidez na economia.”
A crise financeira de 2008-2009 figura
como um marco na dinâmica da evolução da atividade económica, quer a
nível mundial quer em Cuba. Mas enquanto Cuba registou uma desaceleração da expansão de sua economia de
4,1 por cento em 2008 para 1,4 por
cento em 2009, a taxa de crescimento
do PIB mundial caiu de 1,3 por cento
para menos 2,4 por cento.
De acordo com os dados da ONEI
(Oficina Nacional de Estadísticas e
Información de Cuba),a taxa de crescimento do PIB cubano fixou-se em
2,7 por cento em 2013, condicionada
pela contração das receitas provenientes das exportações de bens e serviços
Intelligence Unit), enquanto a CEPAL
(Comisión Económica para América
Latina y Caribe) referia um crescimento de 1,4 por cento. Este abrandamento está em linha com um declínio da
produção de níquel e com uma desaceleração do investimento e do consumo interno por limitações financeiras.
A médio prazo existe uma margem
importante de ganhos de eficiência
através da racionalização do setor pú-
PRINCIPAIS INDICADORES MACROECONÓMICOS DE CUBA
Unid.
2012a
2013a
2014b
2015c
2016c
2017c
109 USD
73,1b
77,2b
82,2
89,3
96,8
105,9
USD
6 540b
6 880b
7 330
7 950
8 640
9 460
Crescimento real do PIB
Var. %
3,0
2,7
1,3
4,1
4,5
5,2
Saldo do setor público
% PIB
-3,7
-1,2
-4,1
-3,3
-3,3
-3,1
Dívida pública
% PIB
31,9b
32,0b
33,5
31,2
29,6
27,8
Exportações
de bens e serviços
109 USD
18,7b
18,6b
21,1
21,9
23,2
25,0
Exportações
de bens e serviços
Var. %
0,4
1,7b
-7,3
-0,4
2,4
3,3
Importações
de bens e serviços
109 USD
14,9b
15,6b
16,9
19,7
21,9
24,5
Importações
de bens e serviços
Var. %
-2,1
6,1
4,3
11,6
7,1
7,8
Saldo balança corrente
% PIB
-0,4b
-1,4b
0,1
-1,1
-1,5
-2,6
Dívida externa
% PIB
31,9b
32,0b
30,7
28,9
27,2
25,6
%
5,5b
6,0b
5,3
4,4
3,9
4,2
PIB preços de mercado
PIB per capita
Taxa de inflação (média)
Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU); CIA; Banco de Portugal; COSEC
Notas: (a) Valores atuais; (b) Estimativas; (c) Previsões
blico, do desenvolvimento de novas
atividades no setor não estatal e da
implementação de um novo sistema
financeiro, o que conduzirá a uma
taxa média de crescimento anual da
ordem de 4 por cento ao longo do
período 2015-2018, segundo as projeções da EIU.
Cabe salientar que o papel fundamental do saldo da balança de serviços se fica a dever basicamente aos
termos favoráveis do acordo assinado
entre Cuba e a Venezuela, que regula
as importações cubanas de petróleo
venezuelano e a colocação de profissionais de saúde e educação cubanos
na Venezuela, bem como às receitas
do turismo.
A balança comercial cubana é estruturalmente deficitária, com uma taxa de
cobertura das importações pelas exportações de 37,8 por cento em 2013, a
que correspondeu um défice de cerca
de 11,2 mil milhões de dólares.
A América é o principal parceiro de
Cuba, tendo absorvido 62 por cento
das exportações em 2013 e fornecido
60 por cento das importações, seguindo-se a Europa (24 por cento das exportações e 23 por cento das importações)
e a Ásia (12 por cento das exportações
e 14 por cento das importações).
A Venezuela tem uma posição dominante na balança comercial cubana,
absorvendo 42,9 por cento das exportações e fornecendo 32,7 por cento das importações em 2013. É o seu
principal fornecedor de combustíveis e
derivados, em condições preferenciais;
Cuba, por sua vez, recorre à prestação
de serviços como forma de pagamento
de parte daqueles fornecimentos, destacando-se a presença de um número
muito expressivo de profissionais das
áreas da saúde e educação.
Dos restantes parceiros comerciais, cabe
ainda destacar, enquanto clientes, o Canadá, os Países Baixos, a China e Espanha; como fornecedores, as principais
posições são ocupadas pela China, Antilhas Holandesas, Espanha e Brasil.
Fonte: AICEP, Ficha de Mercado
Portugalglobal // março 15 // 47
MERCADOS
RELACIONAMENTO PORTUGAL - CUBA
Cuba ocupa uma posição modesta no contexto do comércio externo português, mas
as exportações de bens portugueses para aquele mercado registaram um aumento
médio de 25 por cento no período de 2010-2014. O saldo da balança comercial tem
sido favorável a Portugal.
Segundo dados preliminares do INE,
em 2014 Cuba foi o 61º cliente de Portugal e o seu 86º fornecedor. Portugal
exportou para o mercado cubano mercadorias no valor de 33,6 milhões de
euros, diminuindo 3,6 por cento face
ao ano anterior, tendo as importações
ascendido a 15,6 milhões de euros.
para aquele mercado em 2014, à semelhança do que aconteceu em 2013
(49,5 por cento).
Dos restantes grupos de produtos,
destacaram-se, ainda, em 2014, as
máquinas e aparelhos (10,2 por cento), os metais comuns (9,9 por cento), os produtos químicos (9,6 por
cento) e os minerais e minérios (8,2
por cento).
As exportações portuguesas para
Cuba acusam um grau de concentração elevado, uma vez que apenas
um único grupo de produtos – plásticos e borracha – representava 52,1
por cento do valor global exportado
De acordo com os dados do INE, o número de empresas portuguesas que
têm vindo a exportar produtos para
Cuba oscilou entre 53, em 2009, e 65
em 2013 (último ano disponível).
No que se refere às importações provenientes de Cuba, é igualmente de
salientar o elevado grau de concentração, uma vez que 69,2 por cento do
valor global das aquisições, em 2014,
diziam respeito aos produtos alimentares. Dos restantes grupos de produtos,
cabe apenas referir que o da madeira e
cortiça ocupa normalmente a segunda
posição no ranking das importações,
tendo representado 24 por cento do
total em 2014.
BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS
2010
2011
2012
2013
2014
Var % 14/10a
Var % 14/13b
Exportações
17,7
22,3
44,4
34,9
33,6
25,0
-3,8
Importações
17,6
6,4
32,3
32,6
15,6
72,8
-52,3
Saldo
0,1
15,9
12,1
2,3
18,0
--
--
100,3
350,2
137,5
106,9
215,6
--
--
Coef. Cob. %
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística
Unidade: Milhões de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2010-2014
(b) Taxa de variação homóloga 2013-2014
2010 a 2012: resultados definitivos; 2013: resultados provisórios; 2014: resultados preliminares
48 // março 15 // Portugalglobal
MERCADOS
CUBA EM FICHA
Outras cidades importantes: Santiago
de Cuba, Holguín, Cienfuegos, Camagüey,
Santa Clara e Guantánamo.
Havana
Cuba
Religião: País laico com liberdade de cultos. Predomina a religião católica, mas também existem outras denominações cristãs e
diversos cultos.
Língua oficial: Castelhano
Unidade monetária: Peso Cubano – CUP
(moeda local); também circula o Peso
Cubano Convertible – CUC (moeda usada
só internamente).
1 CUC = 24 CUP
1 CUC = 1 USD (paridade fixa face ao dólar
dos EUA)
Área: 109 884,01 km2 (ONEI – Oficina
Nacional de Estadísticas e Información
de Cuba)
População: 11,2 milhões de habitantes
(estimativa 2014)
Densidade populacional: 102 hab./km2
(dezembro 2013 - ONEI)
Designação oficial: República de Cuba
Chefe de Estado: Raúl Castro Ruz (assumiu
o cargo de seu irmão, Fidel, em 24 de
fevereiro de 2008).
Vice-Presidente: Miguel Diaz-Canel
Bermúdez.
Data da atual Constituição: 24 fevereiro
de 1976; foi alterada em julho de 1992 e
junho de 2002.
Principais Partidos Políticos: O Partido
Comunista de Cuba (PCC) é o único partido
político legal. As últimas eleições para as
assembleias provinciais e nacional tiveram
lugar em fevereiro de 2013 e as próximas
estão previstas para fevereiro de 2018.
Capital: Havana (2,116 milhões de
habitantes - 2011)
1 EUR = 30,16 CUP (estimativa de 2014)
Risco país:
Risco político – CCC
(AAA = risco menor; D = risco maior)
Risco de estrutura económica – CCC
Risco país – CCC
(EIU – agosto de 2014)
Risco de crédito: 7 (1 = risco menor, 7 =
risco maior). Política de cobertura - Todos
os prazos: fora de cobertura (COSEC)
ENDEREÇOS ÚTEIS
EMBAIXADA DE CUBA
EM LISBOA
EMBAIXADA DE PORTUGAL
EM HAVANA
Rua Pero da Covilhã, 14
1400-297 Lisboa | Portugal
Tel.: +351 213 041 860/4
Fax: +351 213 011 895
[email protected]
Avenida 7ª, nº 2207, esquina 24
Miramar - Playa
Havana | Cuba
Tel.: +537 204 28 71
+537 204 01 49 (Chancelaria)
+537 204 25 95 (Secção Consular)
Fax: +537 204 25 93
[email protected]
[email protected]
CÂMARA DE COMÉRCIO
PORTUGAL-CUBA
Av. Montevideu, 282
4150 – 416 Porto | Portugal
Tel.: +351 223 231 639
[email protected]
www.portugalcuba.com
CÁMARA DE COMERCIO DE CUBA
Calle 21 nº 661 e/Paseo y A, Vedado,
C. Habana | Cuba
Tel.: +537 838 13 21/22/24
Fax: +537 832 68 19
[email protected]
www.camaracuba.cu/
DEPARTAMENTO DE PROMOCIÓN
COMERCIAL Y DESARROLLO
INDUSTRIAL DE CUBA
Calle 21 No. 661 e/ A y Paseo, Vedado,
C. Havana | Cuba
Tel.: +537 832 26 93
[email protected]
www.camaracuba.cu/
DIRECCIÓN DE EVALUACIÓN
DE PROYECTOS DE INVERSIÓN DEGPI
Calle 22, nº 318, e/ 3ª y 5ª, Miramar,
C. Habana | Cuba
Tel.: +537 206 14 17
Fax: +537 204 21 05
[email protected]
[email protected]
Portugalglobal // março 15 // 49
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
Políticas de cobertura para mercados
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C Caso a caso.
M/L Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Arábia Saudita
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Caso a caso.
M/L
Argélia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
Em princípio. exigência de garantia bancária ou garantia soberana.
M/L
Argentina
T Caso a caso.
Barein
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Benim
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
aso a caso, numa base muito
C
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
M/L
Brasil*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L
lientes soberanos: Aberta sem
C
condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Cabo Verde
C Aberta sem condições restritivas.
M/L
E ventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Cazaquistão
Temporariamente fora de cobertura.
China*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Colômbia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Costa do Marfim
C Caso a caso, com eventual
exigência de garantia bancária ou
garantia soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12 meses.
M/L Exigência de garantia bancária
ou garantia soberana. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro de 3
para 12 meses.
Costa Rica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Cuba
T Fora de cobertura.
Egipto
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Etiópia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso numa base muito
restritiva.
Filipinas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Gana
C Caso a caso numa base muito
restritiva.
M/L
M/L
C
Aberta sem condições restritivas.
lientes públicos: Aberta sem
C
condições restritivas.
Clientes privados: Em princípio,
aberta sem condições restritivas.
Eventual exigência de garantia
bancária numa base casuística.
aso a caso, numa base muito
C
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Guiné-Bissau
T Fora de cobertura.
Guiné Equatorial
C Caso a caso, numa base restritiva.
50 // março 15 // Portugalglobal
Clientes
públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Iémen
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Macau
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malásia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malawi
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Marrocos*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Índia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Indonésia
C Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.
M/L
Caso a caso, com eventual exigência de garantia bancária ou
garantia soberana.
Irão
Sanções em vigor.
Para mais informações, contactar a
COSEC.
Iraque
T Fora de cobertura.
Martinica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
México*
C Aberta sem restrições.
M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
M/L
Jordânia
C Caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Koweit
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Fora de cobertura.
Geórgia
C Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
Chile
M/L
M/L
Líbano
C Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
M/L
Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Líbia
T
Fora de cobertura.
Lituânia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
A
umento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
Montenegro
C Caso a caso, numa base restritiva.
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para
operações de pequeno montante.
Nigéria
C Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
de destino das exportações portuguesas
No âmbito de apólices globais
M/L
aso a caso, numa base muito
C
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento
do prazo contitutivo de sinistro.
M/L
Oman
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Paquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Peru
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
lientes soberanos: aberta sem
C
condições restritivas. Clientes
públicos e privados: aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Qatar
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Quénia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida
por um banco aceite pela COSEC.
M/L
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária.
Singapura
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
C
nálise caso a caso, numa base
A
muito restritiva.
Senegal
C Em princípio. exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
Na apólice individual está em causa a cobertura de
uma única transação para um determinado mercado,
enquanto a apólice global cobre todas as transações em
todos os países para onde o empresário exporta os seus
produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que
vendem bens de consumo e intermédio, cujas
transações envolvem créditos de curto prazo (média
60-90 dias), não excedendo um ano, e que se repetem
com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de
apólices. a política de cobertura é casuística e, em
geral, mais flexível do que a indicada para as transações
no âmbito das apólices individuais. Encontram-se
também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque
e S. Tomé e Príncipe.
Não definida.
Taiwan
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Tanzânia
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Tunísia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Turquia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Ucrânia
C Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L
Rússia
Sanções em vigor.
Para mais informações, contactar a
COSEC.
S. Tomé e Príncipe
Eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Setor
público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e
transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); setor
privado: exigência de garantia
bancária ou garantia emitida pela
Autoridade Monetária (preferência
a projetos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao
reembolso do crédito).
lientes públicos: eventual
C
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de garantia bancária.
Para todas as operações, o prazo
constitutivo de sinistro é definido
caso a caso.
Uganda
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
Uruguai
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Venezuela
C Clientes públicos: aberta caso
a caso com eventual exigência
de garantia de transferência ou
soberana. Clientes privados: aberta
caso a caso com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável e/ou
garantia de transferência.
M/L
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana.
Zâmbia
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
Zimbabwe
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Advertência:
A lista e as políticas de cobertura são
indicativas e podem ser alteradas
sempre que se justifique. Os países
que constam da lista são os mais
representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas. Todas
as operações são objeto de análise e
decisão específicas.
Legenda:
C
M/L
T
Curto Prazo
Médio / Longo Prazo
Todos os Prazos
* Mercado prioritário.
Fora de cobertura.
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos. S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República. 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 832
Fax: +351 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
Não definida.
Portugalglobal // março 15 // 51
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corresGrupo 1
Hong-Kong
Singapura *
Taiwan
Grupo 2
Grupo 3
Arábia Saudita
Botswana
Brunei
China •
EAUa
Gibraltar
Koweit
Lituânia
Macau
Malásia
Oman
Trind. e Tobago
África do Sul •
Argélia
Bahamas
Barbados
Brasil •
Costa Rica
Dep/ter Austr.b
Dep/ter Din.c
Dep/ter Esp.d
Dep/ter EUAe
Dep/ter Fra.f
Dep/ter N. Z.g
Dep/ter RUh
Filipinas
Ilhas Marshall
Índia
Indonésia
Marrocos •
Maurícias
México •
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Qatar
Roménia
Tailândia
Uruguai
Grupo 4
Aruba
Barein
Bulgária
Colômbia
El Salvador
Guatemala
Hungria
Rússia
Tunísia •
Turquia
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 5
Grupo 6
Angola
Azerbeijão
Bolívia
Cazaquistão
Croácia
Curaçau
Dominicana. Rep.
Gabão
Gana
Jordânia
Lesoto
Macedónia
Nigéria
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Vietname
Zâmbia
Albânia
Arménia
Bangladesh
Belize
Butão
Cabo Verde
Camarões
Camboja
Comores
Congo
Dominica
Egipto
Equador
Fidji
Geórgia
Honduras
Kiribati
Moçambique
Mongólia
Nauru
Nepal
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sérvia
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Grupo 7
Afeganistão
Ant. e Barbuda
Argentina
Bielorussia
Benin
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Cent. Af. Rep.
Chade
Cisjordânia / Gaza
Congo. Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba •
Djibuti
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné. Rep. da
Guiné-Bissau •
Haiti
Iemen
Irão •
Iraque •
Mali
Mauritânia
Moldávia
Montenegro
Myanmar
Nicarágua
Níger
Paquistão
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe •
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Síria
Somália
Sudão
Sudão do Sul
Tadzequistão
Togo
Tonga
Ucrânia
Venezuela
Zimbabué
Jamaica
Kosovo
Laos
Líbano
Libéria
Líbia
Madagáscar
Malawi
Maldivas
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.
• Mercado de diversificação de oportunidades
• Fora de cobertura
• Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico
52 // março 15 // Portugalglobal
f) G
uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
h) A
nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.
Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
ESTATÍSTICAS
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
INVESTIMENTO DIRETO COM O EXTERIOR
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
tvh 15/14
jan/jan
tvc 15/14
jan/dez
146
-1
-100,4%
-100,4%
-100,0%
-204
290
242,0%
242,0%
-80,4%
-291
-183,0%
-183,0%
24,8%
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
POR PRINCÍPIO ATIVO / PASSIVO
2014
tvh 2014/13
Ativo
6.763
17,2%
Passivo
8.378
11,4%
Saldo
-1.615
7,7%
350
ATIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS
Títulos de participação no capital
-16
88
669,4%
De investidores diretos em empresas de investimento direto
-38
85
325,5%
De empresas de investimento directo em investidores diretos
-2
4
256,5%
Entre empresas irmãs
25
-1
-102,9%
Instrumentos de dívida
161
-89
-155,1%
De investidores diretos em empresas de investimento direto
264
-52
-119,7%
De empresas de investimento direto em investidores diretos
-73
-57
22,8%
Entre empresas irmãs
-29
20
167,3%
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS
Títulos de participação no capital
58
419
628,3%
De investidores diretos em empresas de investimento direto
58
406
604,6%
De empresas de investimento direto em investidores diretos
0
4
--
Entre empresas irmãs
0
10
23975,0%
Instrumentos de dívida
-262
-129
50,9%
De investidores diretos em empresas de investimento direto
85
149
76,6%
De empresas de investimento direto em investidores diretos
-306
-327
-6,7%
Entre empresas irmãs
-40
49
219,9%
ATIVO
2014 jan/dez
PASSIVO
tvh 15/14 jan/dez
2015 janeiro
tvh 15/14 jan/jan
Espanha
138
-6,8%
Luxemburgo
267
189,9%
Irlanda
27
15,7%
Bélgica
189
535,5%
Alemanha
13
-89,4%
Espanha
130
99,5%
Itália
9
239,3%
Angola
22
1208,3%
Angola
4
1496,2%
Alemanha
17
-77,9%
União Europeia 28
41
-75,4%
União Europeia 28
210
186,2%
Extra UE28
-41
-103,9%
Extra UE28
81
106,8%
POR PRINCÍPIO DIRECIONAL
2014
tvh 2014/13
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
tvh 15/14
jan/jan
tvc 15/14
jan/dez
ID de Portugal no Exterior (IDPE)
5.023
75,4%
494
335
-32,1%
-32,1%
155,1%
ID do Exterior em Portugal (IDE)
6.638
2,9%
143
626
337,1%
337,1%
383,3%
Saldo
-1.615
0,1%
350
-291
-183,0%
-183,0%
24,8%
Unidade: Variações líquidas em Milhões de Euros
INVESTIMENTO DIRECTO - STOCK
2011 dez
Stock Ativo
61.983
63.749
67.927
70.287
75.239
7,0%
Stock Passivo
101.429
93.669
110.073
115.076
116.553
1,3%
Stock IDPE
46.614
50.056
45.469
44.928
48.065
7,0%
Stock IDE
86.060
79.976
87.615
89.716
89.379
-0,4%
Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros
2012 dez
2013 dez
2014 dez
tvh 14/13
dez/dez
2010 dez
(posição em fim de período) 
Fonte: Banco de Portugal
Portugalglobal // março 15 // 53
ESTATÍSTICAS
COMÉRCIO INTERNACIONAL
2014
tvh
2014/13
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
tvh 15/14
jan/jan
tvc 15/14
jan/dez
Exportações bens
48.200
2,0%
3.929
3.860
-1,8%
-1,8%
3,6%
Exportações bens UE
34.181
2,8%
2.876
2.881
0,2%
0,2%
12,0%
Exportações bens Extra UE
14.019
-0,1%
1.053
978
-7,1%
-7,1%
-15,2%
Exportações bens UE
70,9%
--
73,2%
74,7%
--
--
--
Exportações bens Extra UE
29,1%
--
26,8%
25,3%
--
--
--
BENS (Exportação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Exp. Bens - Clientes 2015 (janeiro)
% Total
tvh 15/14
Espanha
25,4%
0,1%
Alemanha
13,1%
França
Exp. Bens - Var. Valor (15/14)
Meur
Cont. p. p.
Alemanha
52
1,3
11,4%
Brasil
18
0,4
12,8%
-4,1%
Reino Unido
12
0,3
Reino Unido
6,4%
5,1%
EUA
-21
-0,5
Angola
4,6%
-26,4%
França
-21
-0,5
EUA
4,0%
-11,7%
Países Baixos
-25
-0,6
Países Baixos
4,0%
-13,7%
Angola
-63
-1,6
% Total
tvh 15/14
Meur
Cont. p. p.
Máquinas, Aparelhos
14,3%
-0,3%
Veículos, Out. Mat. Transp.
82
2,1
Veículos e Outro Material de Transporte
12,4%
20,5%
Minerais, Minérios
20
0,5
Metais Comuns
7,8%
-2,3%
Alimentares
-13
-0,3
Combustíveis Minerais
7,5%
-30,7%
Químicos
-18
-0,5
Plásticos, Borracha
6,9%
-2,0%
Combustíveis Minerais
-127
-3,2
2014
tvh
2014/13
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
tvh 15/14
jan/jan
tvc 15/14
jan/dez
Exportações totais de serviços
22.817
4,0%
1.522
1.560
2,5%
2,5%
-15,4%
Exportações serviços UE
15.458
5,0%
986
1.022
3,6%
3,6%
-16,6%
Exportações serviços extra UE
7.359
2,0%
536
539
0,5%
0,5%
-13,1%
Exportações serviços UE
67,7%
--
64,8%
65,5%
--
--
--
Exportações serviços extra UE
32,3%
--
35,2%
34,5%
--
--
--
Export. Bens - Produtos 2015 (janeiro)
 SERVIÇOS (Exportação)
Exp. Bens - Var. Valor (15/14)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
54 // março 15 // Portugalglobal
 
ESTATÍSTICAS
2014
tvh
2014/13
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
tvh 15/14
jan/jan
tvc 15/14
jan/dez
Importações bens
58.806
3,3%
4.920
4.416
-10,2%
-10,2%
-5,9%
Importações bens UE
43.931
7,3%
3.482
3.389
-2,7%
-2,7%
-4,2%
Importações bens Extra UE
14.875
-6,7%
1.437
1.027
-28,6%
-28,6%
-11,3%
Importações bens UE
74,7%
--
70,8%
76,7%
--
--
--
Importações bens Extra UE
25,3%
--
29,2%
23,3%
--
--
--
BENS (Importação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Import. Bens - Fornecedores 2015 (janeiro)
% Total
tvh 15/14
Espanha
34,6%
1,7%
Alemanha
12,2%
França
7,6%
Itália
5,0%
Países Baixos
4,9%
China
3,6%
Reino Unido
3,1%
% Total
tvh 15/14
Import. Bens - Produtos 2015 (janeiro)
Imp. Bens - Var. Valor (15/14)
Meur
Cont. p. p.
Alemanha
-49
-1,0
-8,3%
Argélia
-54
-1,1
-6,2%
Cazaquistão
-56
-1,1
-6,0%
Congo Brazavile
-69
-1,4
-14,2%
Camarões
-81
-1,6
12,3%
Angola
-130
-2,6
4,3%
Azerbaijão
-174
-3,5
Imp. Bens - Var. Valor (15/14)
Meur
Cont. p. p.
Máquinas, Aparelhos
15,8%
1,5%
Metais Comuns
18
0,4
Combustíveis Minerais
14,3%
-43,7%
Alimentares
-21
-0,4
Químicos
10,6%
-5,4%
Químicos
-27
-0,5
Veículos e Outro Material de Transporte
10,3%
3,6%
Agrícolas
-50
-1,0
Agrícolas
10,2%
-10,0%
Combustíveis Minerais
-488
-9,9
2014
tvh
2014/13
2014
janeiro
2015
janeiro
tvh 15/14
jan/jan
tvh 15/14
jan/jan
tvc 15/14
jan/dez
Importações totais de serviços
11.871
7,9%
976
1.004
2,8%
2,8%
-4,5%
Importações serviços UE
7.671
10,0%
620
652
5,0%
5,0%
-6,6%
Importações serviços extra UE
4.200
4,3%
356
352
-1,1%
-1,1%
-0,3%
Importações serviços UE
64,6%
--
63,5%
64,9%
--
--
--
Importações serviços extra UE
35,4%
--
36,5%
35,1%
--
--
--
 SERVIÇOS
Unidade: Milhões de euros
 
Unidade: % do total
PREVISÕES 2014 : 2015 (tvh real %)
2013
2014
FMI
CE
OCDE
BdP
Min.
Finanças
INE
INE
janeiro 15
fevereiro 15
novembro 14
dezembro 14
out/abr 14
PIB
-1,4
0,9
1,2 : 1,3
1,6 : 1,7
1,3 : 1,5
1,5 : 1,6
1,5 : 1,7
Exportações Bens e Serviços
6,4
3,4
4,5 : 4,5
5,0 : 5,4
5,3 : 5,8
4,2 : 5,0
4,7 : 5,3
Fontes: INE/Banco de Portugal
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros
Cont. - Contributo para o crescimento das exportações
tvc - Taxa de variação em cadeia
n.d. - Não disponível
p.p. - Pontos percentuais
tvh - Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // março 15 // 55
Miguel Porfírio
HOLANDA
[email protected]
BÉLGICA
[email protected]
António Silva
FRANÇA
[email protected]
REDE
EXTERNA
Miguel Fontoura
REINO UNIDO
[email protected]
IRLANDA
Oslo
[email protected]
Raul Travado
Manuel Martinez
CANADÁ
ESPANHA
[email protected]
[email protected]
Hai
Dublin
Londres
Zuriqu
Paris
Eduardo Henriques
Milão
ESPANHA
[email protected]
Toronto
Bruxelas
Barcelona
Nova Iorque
Madrid
S. Francisco
Argel
Rabat
Rui Boavista Marques
Praia
EUA
[email protected]
Armindo Rios
Álvaro Cunha
CABO VERDE
MÉXICO
[email protected]
Cidade do México
[email protected]
Rui Cordovil
Carlos Pinto
VENEZUELA
MARROCOS
Caracas
[email protected]
[email protected]
Panamá
Bogotá
Miguel Crespo
ARGÉLIA
[email protected]
COLÔMBIA
[email protected]
Lima
Luís Moura
ANGOLA
[email protected]
Rio de Janeiro
Carlos Moura
São Paulo
BRASIL
[email protected]
Jorge Salvador
CHILE
[email protected]
João Pedro Pereira
Santiago do Chile
ÁFRICA DO SUL
[email protected]
Buenos Aires
Fernando Carvalho
MOÇAMBIQUE
[email protected]
56 // março 15 // Portugalglobal
Pedro Macedo Leão
Maria José Rézio
ALEMANHA
RÚSSIA
[email protected]
[email protected]
João Guerra Silva
Nuno Lima Leite
DINAMARCA
POLÓNIA
[email protected]
[email protected]
Eduardo Souto Moura
Joaquim Pimpão
SUÉCIA
HUNGRIA
[email protected]
[email protected]
Ana Isabel Douglas
ÁUSTRIA
[email protected]
Estocolmo
ia
Moscovo
Copenhaga
Berlim
João Rodrigues
Varsóvia
Praga
s
ue
Bratislava
Viena
ÍNDIA
[email protected]
Budapeste
Liubliana
Alexandra Ferreira Leite
Bucareste
CHINA
Baku
Ancara
Celeste Mota
Atenas
Tunes
[email protected]
Pequim
TURQUIA
Tóquio
[email protected]
José Joaquim Fernandes
JAPÃO
[email protected]
Tripoli
Laurent Armaos
Xangai
GRÉCIA
[email protected]
Riade
Doha
Filipe Costa
Nova Deli
CHINA
Guangzhou
Abu Dhabi
Macau
[email protected]
Hong Kong
Maria João Bonifácio
Pier Franco Schiavone
CHINA
ITÁLIA
[email protected]
[email protected]
João Cardim
Nuno Várzea
INDONÉSIA
TUNISIA
[email protected]
[email protected]
Kuala Lumpur
Singapura
Manuel Couto Miranda
EAU
[email protected]
Jacarta
Luanda
Windhoek
Pretória
Gaborone
Maputo
Maria João Liew
MALÁSIA
[email protected]
AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
Portugalglobal // março 15 // 57
BOOKMARKS
MANUAL DE GESTÃO MODERNA
O Manual de Gestão Moderna constitui-se como um guia de referência na
área da administração e da gestão,
contribuindo eficazmente para um melhor conhecimento desta realidade.
A obra aborda os principais temas da gestão moderna, apresentando numa primeira parte do livro os fundamentos da
gestão contemporânea, que consistem
em saber o que é uma empresa, o que
é a gestão e quais as funções do gestor.
Na segunda parte deste manual são
estudadas as funções dos gestores,
como o planeamento e tomada de
decisão, a organização e inovação, a
direção nas suas principais facetas (a
motivação, a liderança e a comunicação) e por fim, o controlo.
Finalmente, a terceira parte centra-se
na discussão das principais funções da
empresa, como a gestão de operações,
a gestão de marketing, a gestão financeira e a gestão de recursos humanos.
Em cada área funcional descreve-se o
objetivo, os processos administrativos,
os fluxos de informação e as relações
entre as diversas áreas e discute-se as
principais técnicas e instrumentos específicos de cada área de gestão.
Este é um livro que todos os profissionais
e estudantes da área devem ler, uma vez
que o mundo global altamente competitivo em que vivemos e o sucesso das
organizações não dependem apenas da
qualidade e da dedicação dos seus colaboradores e do acerto nos produtos e
nos mercados, mas também do conhecimento profundo do meio envolvente,
do bom desenho dos processos estratégicos, operacionais e administrativos e
ainda de uma boa gestão dos recursos
financeiros e humanos.
Autor: M
anuel Alberto
Ramos Maçães
Editor: Actual Editora
Nº de páginas: 580
Ano: 2014
Preço: 24,99€
COMO CONQUISTAR E INFLUENCIAR PESSOAS
O professor Reinaldo Polito ensina há
décadas qual o melhor comportamento
a adotar em situações potencialmente
perigosas para a vida profissional. O
seu trabalho tem sido bastante apreciado, tendo já um milhão de exemplares
vendidos. Assim, apresenta neste novo
livro diversas ferramentas de comunicação para marketing pessoal.
Segundo o autor, conquistar e influenciar pessoas é bastante fácil, basta ter
capacidade de atenção e comunicação. Desta forma, disponibiliza aos
seus leitores preciosas dicas para lidar
com todo o tipo de pessoas nas mais
variadas situações.
Os principais tópicos abordados centram-se na importância e na utilidade
da expressão verbal como uma ferramenta indispensável para uma carreira
58 // março 15 // Portugalglobal
bem-sucedida. A obra conta ainda com
os ensinamentos de que o silêncio,
muitas vezes, pode ser mais importante do que o discurso, que os gestos
transmitem tanto ou até mais do que
as palavras e que é preciso encontrar
o melhor momento e a melhor forma
para abordar um chefe ou um colega,
uma vez que as pessoas reagem de forma diferente aos mesmos estímulos.
Este livro é um forte contributo para o
desenvolvimento pessoal e profissional
de cada pessoa, que promete ensinar e
divertir todos os seus leitores.
Autores: R
einaldo Polito
Editor: Pergaminho
Nº de páginas: 136
Ano: 2015
Preço: 13,30€
Videoconferências
AICEP Global Network
A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para
reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis
da Rede Externa presentes em mais de 40 países.
Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais
e esclareça as suas dúvidas sobre:
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