TURISMO CULTURAL NA GRÉCIA ANTIGA
Adriana Aparecida Pina Guerra
Hermano Henrique Martins Silva
Valéria Aparecida de Oliveira Ramacini
Vinicius Domingos Ferreira
Orientador: Paulo Sérgio Fernandes
Lins – SP
2008
TURISMO CULTURAL NA GRÉCIA ANTIGA
RESUMO
O presente artigo tem como tema central a importância que deve se dar ao turismo,
enquanto ciência se for visto e utilizado para tanto. Uma das ciências que o auxiliam
no enriquecimento e na ampliação da gama que pode ser explorada neste ramo de
serviço, é a História, uma vez que um dos papéis dela é estudar e analisar toda a
produção cultural dos locais, tanto da Antiguidade, como dos tempos
contemporâneos. Assim, quando uma pessoa está diante de um monumento tido
como importante, ou histórico, se o guia turístico responsável por esta pessoa tiver
uma preparação prévia que leve com que ele saiba o contexto em que tal peça ou
local se tornou importante, o turismo deixa de ser apenas um lazer e se torna uma
grande aula não só de História, mas de qualquer disciplina da área de Humanas.
Portanto, este artigo, retratará este ponto, tendo por cenário de fundo o berço da
civilização ocidental: a Grécia Antiga.
Palavras-chave: Turismo. História. Grécia Antiga.
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INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por tema a civilização grega enquanto uma área de
vasta exploração para o turismo, principalmente o turismo cultural que se apega nos
aspectos sócio-culturais para compreender e transmitir aos turistas a importância do
referido local, sua contribuição à atualidade, bem como o por quê de tal área atrair
os turistas.
Nesta pesquisa, tivemos por objetivo explorar esta importância do turismo que
aliado com a História, pode se expandir, possibilitando assim, nos momentos de
lazer, uma aquisição cultural incomparável. Outro objetivo que visamos alcançar na
pesquisa, foi de mostrar os pontos-chave da Grécia, ou seja, mostrar os pontos que
atraem anualmente milhares e milhares de turistas para as ilhas Bálcãs; estes
pontos consistem em arquitetura, cotidiano, sociedade e mitologia. Tivemos este
objetivo, por notar que estas curiosidades mínimas das pessoas é que faz com que
algumas busquem livros, outras outro meio de informação e as mais favorecidas
financeiramente, busquem o local em questão para se sentirem diretamente
inseridas nos lugares que lhes aprouver.
Para buscar estes pontos em questão já citados utilizamos uma pesquisa
bibliográfica sobre os conceitos envolvidos seguido de uma leitura mais dirigida a
sociedade da Grécia Antiga, onde pudéssemos buscar os pontos-chave
anteriormente citados.
DESENVOLVIMENTO
O homem é um ser compelido a aprender sempre mais a respeito de um
número grandioso de idéias e fatos, além de ser o ator principal e atuante neles. O
objetivo da História hoje é fazer o cidadão crescer identificando seu grupo de
convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços além de
valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-as como
um direito de todos os povos e indivíduos. O turismo cultural desempenha o mesmo
papel em mostrar a valorização de patrimônios, respeito a diversidade no propósito
de deslocar o indivíduo á encontros artísticos, científicos, de formação e informação
através do tempo e do espaço; portanto a história dá as informações e mostram os
fatos enquanto o turismo se ocupa em transladar o viajante a descobrir tudo que há
de bom ou ruim na História, fazendo-o conhecer costumes e peculiaridades de
épocas e civilizações distantes; e como e quanto são influenciáveis em nossos dias
atuais.
A Grécia é um dos berços de civilizações que ainda hoje dá grande
contribuição ao mundo contemporâneo. Para demonstrá-los desfloramos alguns
aspectos como: arquitetura, religião, esporte, beleza, política, organização social.
Grande parte do que temos no mundo moderno deve-se a inspiração da
Grécia antiga, a partir dela recebemos, imitamos, transformamos, parodiamos ou
reciclamos muitos de seus hábitos, técnicas e expressões artísticas. Conhecida
como a casa, a Grécia acaba por ser o lar original de toda a civilização ocidental.
Muitas são as influências da cultura grega no mundo atual. No nosso
vocabulário, por exemplo, palavras como história, matemática, pedagogo, filosofia,
astronomia, escola e várias outras são de origem grega. As idéias artísticas de
beleza, harmonia e proporção têm origem grega. A representação de atores no
teatro, tanto na comédia como na tragédia, o atletismo e as competições esportivas
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se iniciaram na Grécia antiga. Esses exemplos demonstram que todos nós temos
muitas ligações com esse povo e seus feitos.
Quer se queira quer não, a vida diária e a cultura no Ocidente estão cheias de
símbolos reconhecíveis e irreconhecíveis, fragmentos e nomes que remontam a
Grécia antiga. Para se ter uma idéia, uma elevada porcentagem de palavras gregas
foi introduzida nas línguas modernas nos últimos duzentos anos, fornecendo assim a
maior parte das linguagens médicas, das ciências da vida, dos elementos químicos
e dos termos técnicos da astronomia, da geografia e da filosofia. Na verdade, muitas
dessas palavras estão relacionadas às maiores realizações e problemas do nosso
tempo. Algumas delas são: análise, democracia, economia, genética, pornografia,
psicologia e tecnologia.
O teatro como conhecemos hoje, é uma invenção grega. Era um ritual de
homenagem a Dionísio, deus do vinho e da alegria. Os gregos consideravam o
teatro uma forma de purificar e corrigir os defeitos humanos. As tragédias
encarnavam os piores horrores, particularmente no seio da família: traição, incesto,
assassinato, a morte da mãe pelo filho, dos filhos pelo pai, do marido pela mulher, e
todas as combinações impensáveis. As comédias provocavam o riso. Por meio do
riso, eram feitas duras críticas aos aspectos da sociedade que eram considerados
negativos. Em síntese, a tragédia levava o espectador a tomar consciência dos
grandes problemas da vida através do medo, e a comédia o fazia por meio do riso.
Sabemos que as cidades da Grécia atual são bem evoluídas e com uma
arquitetura com um ar futurista. Porém, esta realidade convive lado a lado com
ruínas de um período distante na História deste povo, mas que merece um estudo
aprofundado, uma vez que este período marcou uma civilização que até hoje é
referência mundial, principalmente no que se refere a produção cultural; material ou
intelectual. A arquitetura grega implica frontões, cornijas e colunas, a maioria da
arquitetura que chegou a nós foi através da descoberta de templos, embora existam
alguns teatros, colunatas e ginásios. A arquitetura grega nunca foi enorme e
grandiosa como foi, por exemplo, a do Egito ou em Roma, mas suas proporções
eram exatas e harmônicas. Para isso, os arquitetos seguiam regras matemáticas
muito precisas. Os templos eram construídos com pedra, os mais bonitos eram
revestidos com mármore branco. No século XIX, o revivalismo da arquitetura grega
varreu a América, nos edifícios públicos e domésticos dando-se nomes gregos a
muitas cidades. Os gregos têm para oferecer aos construtores de cidade do próximo
século não só colunas para brincar, mas a sugestão de que vale a pena pensar a
arquitetura, de que a organização do centro de uma cidade e a sua situação declara
os valores da sociedade que o utiliza.
Se as colunas em construções até o atletismo, assim como o drama e a
democracia são reconhecidos facilmente pelas pessoas como originários da Grécia
antiga, outras estão menos perceptíveis como a mania de cunhar discos de metal
(moedas) com uma cabeça de um lado e um símbolo nacional do outro e de plantar
árvores e construir estátuas em parques, que se hoje nos servem como ornamentos,
antigamente serviam como homenagens aos deuses.
O desejo do conhecimento, ou antes, o de compreender, é grego, a diferença
é que na Grécia o progresso era visto como um avanço no conhecimento para o seu
próprio bem, já hoje ele é visto como a chave para vantagens materiais e
comerciais. Enquanto os gregos queriam compreender a natureza como um fim em
si mesmo, a ciência moderna pretende compreender a natureza de modo a interferir
nela.
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Os gregos iniciaram a maioria dos campos fundamentais da filosofia,
metafísica, lógica, filosofia da linguagem, teoria do conhecimento, ética, filosofia
política. Não só inauguraram estas áreas da investigação, mas também distinguiram
progressivamente o que daí em diante seria reconhecida como muitas das questões
mais básicas nessas áreas.
Religião é o ato de religar-se com o divino; é-nos inviável utilizar a palavra
religião para citar em que a civilização grega acreditava como bem supremo ou
transcendental, pois eram politeístas. A Grécia fazia uso da mitologia, ou seja,
filósofos gregos inventavam histórias para poderem entender melhor tudo que se
passava ao seu redor e de alguma forma estarem perto do transcendental; enquanto
que a palavra religião veio a surgir bem depois desta época. Os mitos surgiram de
forma espontânea, ora inventada por filósofos que procuravam respostas na força da
natureza, ora pelos populares para manipulação dos povos. Neste período onde a
mitologia imperava a escrita ainda não havia sido descoberta e todo conhecimento e
informação eram passados á qualquer um de forma oral, daí vem a flexibilidade da
mitologia tomar várias versões ao longo do tempo. O mito grego, com o passar do
tempo mantinha-se vital, porém com uma tendência a se fossilizar, porém por ele
apresentar tantas utilidades visíveis no passado, em sua transição do século XIX
para o século XX, o mito coincidiu com o desenvolvimento importante de algumas
ciências como a antropologia, a psicanálise e a psicologia; e estes desenvolvimentos
trouxeram então novos e ocultos sentidos ao mito, aonde suas interpretações vão de
encontro com a necessidade de cada pessoa que o interpreta. No século XX os
mitos tomaram outros rumos de renovação, se embreando no âmbito cultural.
Alguns poetas o defendem como sendo utilitário, outros divergem em opiniões
dizendo que do mundo antigo, todo o conjunto da mitologia clássica e bíblica
significa muito pouco só servindo hoje em dia para encher poemas de pontos mortos
tornando falho o dever de um poeta, que é ser original, porém seus defensores
rebatem dizendo que, se isto fosse certo o mito grego teria sido extinto há muito
tempo.
Na Grécia antiga, a palavra philosophia cobria um vasto domínio de teoria e
investigação, da lógica à ética, dos princípios científicos à teologia. A filosofia que
significa amor à sabedoria e representa o desejo de conhecer a natureza e o homem
não mais através dos mitos, mas da razão. O que é o homem? Qual a sua origem?
O que é o mundo? Como ele se formou? Eram perguntas antigas, que os filósofos
tentaram responder. Sócrates, Platão e Aristóteles foram os filósofos gregos mais
importantes. Suas idéias permanecem vivas até hoje. Sócrates afirmava ser um
ignorante em busca de conhecimento: ”só sei que nada sei”, dizia. Por meio de
perguntas e respostas, o filósofo levava seus discípulos a refletir sobre o que
falavam até chegarem a uma conclusão correta. Platão fundou a Academia, onde
ele e seus alunos passavam o tempo estudando e discutindo. Aristóteles
sistematizou a lógica, um conjunto de regras que organizavam e ordenava o
raciocínio, suas idéias influenciaram o cristianismo e os pensamentos árabes, e foi
uma das principais bases das produções científicas e filosóficas na Europa até o
século XIX.
A eleição hoje é a chave do poder. Foi o legado grego da teoria política, mais
do que a prática efetiva, que deu origem ao gênero moderno de democracia. Os
gregos não apreciavam obedecer a um só homem. Menosprezavam os bárbaros
porque estes se sujeitavam a um só monarca. Os atenienses conheceram e
transmitiram à posteridade um regime político que se chamaram de democracia e
que se caracteriza pelo governo do povo pelo povo ou através de representantes do
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povo. Embora não tivessem chegado à idéia de uma pátria unificada, os gregos
amaram ardentemente as suas cidades e chegaram a morrer por elas. O exemplo é
dado pela resistência dos atenienses na batalha de Maratona, pelo heroísmo dos
espartanos nas Termópilas e pelo valor dos tebanos em Mantinéia, Eles nos
legaram o amor à liberdade, o ideal cívico.
Foram os gregos que nos transmitiram o gosto da medida, isto é, o gosto
pelo meio termo e pelo bom senso. O sistema de educação dos gregos interessavase tanto pelo corpo quanto pelo espírito. A beleza do corpo e a harmonia dos gestos
eram procuradas através de exercícios diários.
As provas esportivas da Grécia antiga são ainda hoje praticadas; o
lançamento de disco, o pugilato, a luta livre, as maratonas. Os jogos olímpicos
ressuscitados no fim do século passado empolgam em nosso tempo, quase todos os
povos da Terra. A cada quatro anos, acontecia na cidade de Olímpia várias
competições esportivas, na qual muitas delas ainda são praticadas em todo o
mundo. Além das diversas modalidades, os gregos nos deixaram o espírito de
competição. Nessas competições, apenas os homens participavam, já as mulheres
não ficavam nem na platéia. Na época, os Jogos Olímpicos eram tão importantes
para os gregos que chegavam a interromper as guerras entre as cidades.
Chamavam esse ritual, de trégua sagrada, era o argumento usado para não
prejudicar as competições. Realizados na Grécia, os Jogos duraram inicialmente em
suas primeiras edições cinco dias de torneio, sendo a partir de 632 a.C aumentada a
sua duração para sete dias, bem diferente da atualidade aonde as competições
esportivas chegam a durar mais de 20 dias. Na Antiguidade, as provas eram
concentradas em pouco tempo. Uma semana separava os atletas do anonimato ou
da consagração. No início os Jogos incluíam corrida, corridas de biga, pugilismo,
pancrácio (um tipo de luta livre) e pentatlo (salto a distância, corrida, lançamento de
dardo, luta e arremesso de disco). Não havia uniformes; os concorrentes ficavam
nus, ou apenas com alguns acessórios, como as tiras de couro usadas nas mãos
dos pugilistas. A luta antiga era sangrenta, os atletas lutavam, sem contagem de
tempo, até a morte de um deles. Só não valia morder o oponente ou arrancar seu
olho. A importância e o significado das Olimpíadas iam alem das competições, os
participantes eram respeitados em toda a Grécia. Ao contrário de hoje, onde os
atletas recebem medalhas de ouro, prata, e bronze, os gregos eram premiados
apenas com uma simples coroa feita com ramos de oliveira.
As Olimpíadas atuais são completamente diferentes da época antiga, os
campeões das cidades-estado eram vistos como heróis, eles tinham privilégios pelo
o resto de suas vidas, pois os gregos acreditavam que os jogos acalmariam os
Deuses, e com isso eles estavam protegidos das pestes. Hoje os atletas campeões
muitas vezes recebem apenas um prestígio momentâneo por terem representado as
suas respectivas nações e logo caem no esquecimento. Por volta do século II a.C. a
Grécia foi vinculada a província da Macedônia, e aos poucos seus costumes
entraram em declínio e os Jogos Olímpicos não foi uma exceção. O Império Romano
já era amplo e poderoso, quando houve a decadência dos Jogos Olímpicos, os
romanos tentaram incorporar as Olimpíadas a sua cultura, mais a visão dos gregos
sobre Olimpíadas era totalmente diferente. Os gregos viam as Olimpíadas como um
esporte em sí, o que valia era a competição, para os romanos os jogos era um
espetáculo, aliais foi daí que partiu o conceito do circo. Por volta de 390 da era cristã
o imperador Teodósio I converteu-se ao cristianismo e acabou com todas as festas
pagãs, abrangendo os jogos Olímpicos. Interrompidos no século 4, os Jogos foram
retomados no século 19, por esforço do barão francês Pierre de Coubertin (1863-
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1937). Pedagogo interessado em usar o esporte para formar cavalheiros, em 1894
ele aproveitou uma reunião de atletas em Paris para sugerir a retomada dos ideais
clássicos. Dois anos depois acontecia na Grécia a primeira edição das Olimpíadas
modernas. Uma coisa não havia mudado: nos jogos do barão, apenas homens
participavam. Mais uma vez após algumas edições e transformações, hoje os Jogos
servem como um exemplo de aproximação, reconciliação e confraternização entre
os povos de todo o mundo.
A população grega tinha como tradição viver isolada, em cidades autônomas,
onde havia uma grande rivalidade entre estas. A população grega chegou a um
expressivo número de dois milhões de habitantes. Acredita-se que só não foi maior
devido a sua escassez demográfica. Seus habitantes falavam vários dialetos durante
centenas de anos, somente depois do ano de 330 a.C. a língua se desenvolveu a
partir do primitivo idioma falado em Atenas. A diversidade dos povos que viviam
nessa região era tanta que dificultava distingui-los.
No seu dia a dia, os gregos vivam nas cidades em casas muito simples. A
vida no campo não era diferente, os lavradores vivam em casas de pedra ou tijolos
também, mais tinham a preocupação de erguer uma muralha de proteção, onde
acolhiam os seus animais. A região das cidades gregas era reduzida e o solo não
era muito fértil. Em cada cidade havia a Acrópole, colina fortificada que funcionava
como centro religioso, e a ágora, local onde se situavam os edifícios públicos, o
mercado e a praça de reunião. A sua organização política era Oligárquica que
baseava no domínio da nobreza hereditária sobre o restante da população, dando
assim o poder aos cidadãos descendentes como Magistrados e como Membros do
Conselho de Anciãos e da Assembléia dos Cidadãos, alem de possuírem as
melhores terras. O trabalho escravo sempre fez parte da vida dos gregos, desde os
tempos homéricos. Os escravos eram estrangeiros adquiridos no mercado, ou
prisioneiro de guerra. Mais tarde os pequenos proprietários quando não saldavam
suas dividas, eram transformados em escravos para liquidar sua conta com os
credores.
A maioria dos gregos fazia apenas duas refeições por dia. O almoço era
conhecido como ariston, que consistia de apenas um prato de feijão ou de ervilhas,
uma cebola crua ou nabo cozido. No jantar, servia - se o deipnon era a refeição
principal dos gregos, era constituído de pão, queijo, figos, azeitonas, e de vez em
quando um pedaço de carne ou peixe. Os gregos adotaram o vinho misturado à
água como sua bebida básica, uma curiosidade, o leite era um liquido que devia ser
consumido por animais e bárbaros. Na Grécia, homens e mulheres usavam túnicas
que desciam ate os joelhos ou tornozelos, que chamavam de quitão, os gregos
usavam quitões de cor marrom para o trabalho e branco para ocasiões especiais.
Dentro de casa os gregos geralmente andavam descalços, na rua muitos usavam
sandálias. A maioria vivia com a cabeça descoberta. A lavoura era a principal
atividade dos moradores rurais, o cultivo mais comum era o trigo, cevada, na
primavera, uvas e azeitonas no outono. Muitos proprietários rurais criavam cabras e
ovelhas. Nas tarefas geralmente usam bois e cavalos no transporte de cargas. O
artesanato era produzido em abundância na Grécia, cidadãos livres e escravos
muitas vezes trabalhavam lado a lado e recebiam o mesmo salário. O setor primário
era à base da economia desses povos, a azeitona, os cereais e a uva eram os
produtos mais cultivados. O transporte era difícil, pois a região era muito
montanhosa, já a comunicação dos gregos tinha uma característica curiosa, para
enviar mensagens os gregos contratavam corredores profissionais que com essa
atividade desenvolveram grande velocidade e resistência.
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Na Grécia Antiga a educação era individualizada, as meninas não recebiam
educação escolar, mas aprendiam trabalhos manuais e domésticos geralmente com
suas mães enquanto a prioridade na educação dos meninos era fazê-los bons
cidadãos. O grande número de escravos e de cidadãos livres que não possuíam
terras e nem direitos civis trouxe insatisfação e conflitos sociais na polis. Esses
conflitos acabaram desencadeando mudanças no sistema político de muitas delas.
Esparta e Atenas eram as duas maiores Cidade-estado representando o tipo
clássico de cidades Oligárquicas (Esparta) Democrática (Atenas). A famosa Guerra
de Peloponeso, no século V a.C. foi o marco da decadência da Grécia.
Sabe-se através não só de relatos de outros escritores da época, mas através
de seus próprios relatos documentados, que o grego Heródoto foi o que podemos
chamar de o primeiro historiador da Humanidade, uma vez que ele viajou por várias
regiões da Grécia, indo até o Egito e nestas viagens relatou de forma técnica tudo o
que lhe chamou a atenção. Foi ele também o primeiro a definir seu ato por História
(em grego Historíe) que tem por significado “investigar”. Em sua primeira obra que
trataria o que hoje se denomina História, Heródoto expõe seus objetivos, que
segundo ele era apenas impedir que os grandes feitos, as grandes guerras e
acontecimentos dos homens não caíssem no esquecimento e por isso deviam ser
documentadas. Heródoto que ao viajar não só o fazia porque talvez lhe aprouvesse,
mas com a intenção de pesquisar. Isso se comparado ao turismo moderno, ou
desde sua existência, é classificado como um ramo do turismo, em que o viajante se
desloca a pontos desejados, mas não só com a intenção de se divertir ou de sair da
“rotina”, mas com a intenção maior de obter conhecimento; o Turismo Cultural.
Dessa forma pode-se analisar e fazer esta analogia entre os atributos que definem o
turista que busca o Turismo Cultural e a intenção de Heródoto em sua “viagem”
pelas civilizações orientais. È necessário salientar que em momento nenhum se tem
a intenção de ser anacrônico na análise, já que se sabe das diferenças temporais
entre o primeiro historiador, a forma com que anotou os fatos destas viagens e o
conceito moderno de Turismo Cultural, assim, leva-se em conta apenas o alicerce
destes conceitos com a atitude de viajar em busca de conhecimento científico.
Partindo do conceito mais geral sobre turismo, que segundo os seus
estudiosos, nada mais é do que o deslocamento, por mais de vinte e quatro horas,
onde os viajantes, ou turistas, buscam uma atividade, seja ela de lazer, negócios,
peregrinação ou estudos aprofundados; fica bem mais clara a idéia do Turismo
Cultural, atividade que tem por objetivo levar o público alvo direto a fonte de seu
interesse, para que este entre em sintonia direta com o lugar físico e assim, possa
adquirir na prática e na interação direta conhecimentos jamais alcançados em
estudos teóricos, que em sua totalidade se caracterizam pelo contato indireto com
locais, contato este estabelecido através da leitura, análise de fotos e vídeos.
Assim, aprofundando no conceito de Turismo Cultural, podemos dizer que
esta é uma prática muito pouco executada não só pelas agências de viagens, mas
também pelos turistas, público alvo em questão, uma vez que em sua maioria estes
visam a viagem enquanto lazer e saída dos grandes centros urbanos para locais
como praias ou campo.
O Turismo Cultural que deveria ser usado em diversas ocasiões, sobretudo
na formação complementar de profissionais da área de Humanas, principalmente
História e Geografia não é sequer citado enquanto sugestão pelos responsáveis
desta formação. Os profissionais da área de turismo reconhecem que este ramo do
turismo é pouco divulgado e até pouco estudado pelos mesmos, mas de forma
sintética, nada mais seria do que uma viagem onde seu público-alvo está
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interessado em receber toda e qualquer manifestação do destino esperado, desde a
recepção, até se interar dos costumes e das atividades que destacaram o local em
questão. Vale ressaltar que este público-alvo acaba sendo restrito, pois se trata em
sua maioria de professores com grande experiência em áreas que abrangem este
campo de conhecimentos, e que já ingressam na viagem com conhecimento prévio
do local que irão chegar, tendo por objetivo comprovar estes conhecimentos in loco,
com a expectativa aqui já citada.
Com isso, se tomarmos a civilização grega, ou o país Grécia com todo seu
acervo de ruínas e restos de locais dos tempos de glória deste povo, enquanto um
possível destino a se ligar com o objetivo do Turismo Cultural, notamos facilmente
que é o local senão perfeito, ao menos com uma gama vasta de conhecimentos,
ideal para a prática deste turismo específico, já que muitos locais citados nos livros
didáticos ou que tratem deste povo ainda se encontram presentes, mesmo que em
estados de ruínas. Esta ligação entre Turismo Cultural e Grécia só vem trazer à tona
uma nova possibilidade de estudo para uma civilização mundialmente conhecida e
que é limitada a livros didáticos e filmes que tentam retratar a época áurea deste
povo. Se o turista tiver a possibilidade de viajar à Grécia, se encontrará em um
mundo que acompanha o desenvolvimento da tecnologia, mas que ainda respira um
ar mitológico e contém muitos mistérios a serem desvendados. Arquitetura, política,
a questão do mito e da religião, bem como os costumes do dia a dia dos gregos, um
assunto que merece certo destaque, pois gera intrigantes perguntas do gênero: “O
que os gregos comiam na época de Homero?” “Como construíam seus lares?” são
algumas das mais freqüentes perguntas ouvidas entre pessoas leigas e até alguns
com certo conhecimento, mas que não encontram material que descreva tais
detalhes ou características. Tais questões seriam mais facilmente esclarecidas ao
serem inseridos no ambiente em questão, pois além de analisarem visualmente tais
características, ainda podem contar com apoio de guias especializados e com o
próprio povo dali, que pode fornecer maiores detalhes.
Assim, neste artigo tentamos mostrar de forma resumida alguns pontos
importantes, a importância do ramo turístico o que mais cresce anualmente, mas
que não deve ser tratado como uma forma de lazer apenas, sendo que podemos
utilizá-lo junto com outras disciplinas, tanto para profissionais da área que podem se
enriquecer culturalmente quanto o público em geral que ao ser transladado para um
local rico em fontes históricas, mesmo que não vá a este local para estudo
especifico, possa sair mais informado sobre aspectos culturais e históricos do
mesmo, o que só contribui para que o momento de uma viagem se torne
inesquecível.
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CONCLUSÃO
O presente artigo mostrou assim, a importância que o cenário acadêmico
deve dar ao Turismo e seus ramos para serem devidamente utilizados não só para
fins científicos, mas para que assim, sejam vistos com um olhar para que se prepare
tais meios com uma estrutura para receber o publico em geral e utilizar tal meio
como mais uma ferramenta de aquisição e transmissão de cultura, aliás tal meio
(turismo) é o mais indicado, uma vez que a pessoa que tem condições financeiras
para fazê-lo estará cercada de uma gama incomparável de caminhos para receber
tais informações, desde olhar até ouvir e olhar ao mesmo tempo. Para tanto os
agentes de viagem devem ser melhor preparados para que assim, transmitam
informações com segurança e passando todo um contexto, não apenas pontos
superficiais e relevantes.
Uma das vantagens expostas nesta produção é que a Grécia, sobretudo a
Antiga, tem um acervo inesgotável de obras literárias para serem exploradas, da
onde se extrai os aspectos culturais e sociais, em seus pormenores. Contudo, não
só o tempo escasso, mas também a falta de acessibilidade a maior parte destas
obras limitou o trabalho, não somente este, como a pesquisa a qual este artigo
pertence.
Partindo destes resultados já discutidos, este artigo tem por objetivo auxiliar
os agentes de viagens, e outras pessoas ligadas a este ramo, para que repensem a
suas praticas e assim abram o leque, ampliando as praticas e os públicos-alvo em
conseqüência.
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CULTURAL TOURISM IN ANCIENT GREECE
ABSTRACT
The present article have how to central subject the importance which must give to
tourism, while science if saw and used to much. One of sciences which helped in the
enriched and the wide of gamma which can be explored in these service branch, is
the History, once which one of her papers is study and analyze all the cultural
production of the places, to much of Ancient times, how of the contemporary times.
Like this, when one person to be face to monument had how important, or historic, if
the tourist guide responsible for this person have one preview preparation who take
with which he knows the context which the piece or local become important, the
tourism let of be only happy hours and become one big lesson and not of History, but
of any subject of Humans area. Therefore this article, showed this point, having to
thorough scenario the crib of occidental civilization the Ancient Greece.
Key-words: Tourism. History. Ancient Greece.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, J. V., Turismo, São Paulo: ÁTICA, 2000.
COOK, J. M. Os Gregos na Jônia e no Oriente. Lisboa: Editorial Verbo,
1971.
COOK, R. M. Os Gregos até Alexandre. Lisboa: Editorial Verbo, 1966.
LAGE, B. H. Turismo, teoria e prática São Paulo: ATLAS, 2000.
TAPLIN, Oliver. Fogo Grego. Lisboa. Gradiva: 1990.
VERNANT, J. P. O universo, os deuses, os homens, São Paulo: Companhia das
Letras, 2005.
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, que nos possibilitou tal
empreendimento, nos guiando por caminhos tortuosos.
Agradecemos também mutuamente aos membros deste grupo, que
contribuíram na realização deste artigo, tanto em maior ou menor grau, de uma
forma ou de outra, mas todos participando desta realização.
AUTORES:
Adriana Aparecida Pina Guerra – Graduando em História (Licenciatura)
[email protected] – fone (14) 3541-3828
Hermano Henrique Martins Silva – Graduando em História (Licenciatura)
[email protected] – fone (14) 3541-1869
Valéria Aparecida de Oliveira Ramacini – Graduando em História (Licenciatura)
[email protected] – fone: (14) 3532-2822
Vinícius Domingos Ferreira – Graduando em História (Licenciatura)
[email protected] – fone (14) 3541 - 3828
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