MARISE SILVA
DIVERSIDADE DE Neuroptera (Insecta) NA
MATA DO BAÚ, BARROSO, MG
LAVRAS – MG
2012
MARISE SILVA
DIVERSIDADE DE Neuroptera (Insecta) NA MATA DO BAÚ,
BARROSO, MG
Dissertação apresentada a Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de PósGraduação em Agronomia/Entomologia,
área de concentração em Entomologia,
para a obtenção do título de Mestre.
Orientadora
Dra. Brígida Souza
Coorientador
Dr. Renildo Ismael Félix Costa
LAVRAS – MG
2012
Ficha Catalográfica Elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca da UFLA
Silva, Marise da.
Diversidade de Neuroptera (Insecta) na Mata do Baú, Barroso,
MG / Marise da Silva. – Lavras : UFLA, 2012.
79 p. : il.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2012.
Orientador: Brígida de Souza.
Bibliografia.
1. Neurópteros. 2. Levantamento faunístico. 3. Conservação. 4.
Área de preservação ambiental. 5. Biodiversidade. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 595.7470452642
MARISE SILVA
DIVERSIDADE DE Neuroptera (Insecta) NA MATA DO BAÚ,
BARROSO, MG
Dissertação apresentada a Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de PósGraduação em Agronomia/Entomologia,
área de concentração em Entomologia,
para a obtenção do título de Mestre.
APROVADA em 16 de fevereiro de 2012.
Dra. Brígida Souza
UFLA
Dr. César Freire Carvalho
UFLA
Dra. Rogéria Inês Rosa Lara
APTA/Regional Centro-Leste
Dra. Brígida Souza
Orientadora
LAVRAS – MG
2012
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão da bolsa de estudos.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG), pelo apoio financeiro para a execução do projeto.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Programa de PósGraduação em Agronomia/Entomologia, pela oportunidade de cursar o
mestrado.
À orientadora, Brígida Souza, pela oportunidade concedida.
A Renildo Ismael Félix Costa, pela identificação dos exemplares de
Chrysopidae; Renato José Pires Machado, pela identificação de Mantispidae e
Ascalaphidae; Rogéria Inês Rosa Lara, pela identificação de Hemerobiidae e
Ben Diehl, pela identificação de Myrmeleontidae.
A Marconi Souza Silva, pelo auxílio na análise dos dados.
A Ricardo Lima Tanque, pela amizade e pelas sugestões na redação.
A Carlos Eduardo Souza Bezerra, pelo auxílio nas coletas.
À diretoria da fábrica de cimento Holcim, de Barroso, MG, pela
disponibilização dos dados climáticos.
A Marlice Botelho Costa e Cristiana Silveira Antunes e a todos que
contribuíram, direta ou indiretamente, para a conclusão deste trabalho.
RESUMO
Visando conhecer a fauna componente da comunidade de Neuroptera
em uma área prioritária para conservação, efetuaram-se o levantamento das
espécies e o estudo da riqueza, da abundância e de sua distribuição sazonal. O
estudo foi realizado na Mata do Baú, município de Barroso, Minas Gerais, no
período de março de 2010 a fevereiro de 2011. Os insetos foram coletados com
rede entomológica, em três fitofisionomias: mata semidecídua, cultivo de
eucalipto e mata ciliar ao longo da margem do rio das Mortes. Foram realizadas
24 coletas, com duração de duas horas. Os neurópteros capturados foram
encaminhados para o Laboratório de Recepção e Triagem de Material, no
Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras, onde foram
quantificados e montados em alfinetes entomológicos. Os exemplares foram
enviados a especialistas nos respectivos grupos para identificação. Foram
coletados, nos três ambientes amostrados, 659 espécimes, distribuídos entre
cinco famílias, quinze gêneros e trinta espécies. Ascalaphidae foi representada
por 3 gêneros, 3 espécies e 6 espécimes; Chrysopidae, por 5 gêneros, 18 espécies
e 619 espécimes; Hemerobiidae, por 3 gêneros, 5 espécies e 28 espécimes;
Mantispidae, por 2 gêneros, 2 espécies e 2 espécimes e Myrmeleontidae, por 2
gêneros, 2 espécies e 4 espécimes. Coletaram-se, também, três exemplares de
Coniopterygidae, ainda não identificados. A análise da comunidade foi feita
somente para Chrysopidae, pois os espécimes pertencentes às demais famílias
foram pouco abundantes. Os gêneros de Chrysopidae com maior número de
espécies foram Leucochrysa Mc Lachlan, 1868 (9 espécies) e Ceraeochrysa
Adams, 1982 (4). Os gêneros com maior número de espécimes foram
Chrysopodes Navás, 1913, com 186 exemplares, e Chrysoperla Steinmann,
1964, com 288 exemplares, todos pertencentes a Chrysoperla externa (Hagen,
1861), sendo esta a espécie mais abundante e restrita ao ambiente do eucaliptal.
Foi constatada maior riqueza, diversidade e similaridade nos ambientes de mata
em relação à área ocupada com eucaliptos. Verificou-se que a maior abundância
de crisopídeos nos ambientes de mata coincidiu com o período de elevação da
temperatura e da precipitação pluvial e o oposto ocorreu na área do eucaliptal.
Os resultados obtidos confirmam a importância do conhecimento e da
conservação da Mata do Baú para a manutenção da diversidade de neurópteros.
Palavras-chave: Área de preservação ambiental. Conservação. Diversidade.
Levantamento faunístico. Neuroptera.
ABSTRACT
To get acquainted with the component fauna of the community of the
Neuroptera in a priority area for conservation, we performed a survey of species
and a study of richness, abundance and seasonal distribution. The study was
carried out at "Mata do Baú", Barroso County, Minas Gerais, from March 2010
to February 2011. The insects were collected with entomological nets in three
kinds of vegetation: semi-deciduous forest, eucalyptus cultivation and riparian
forest along the banks of the Rio das Mortes. 24 collect were realized with
duration of two hours each. The Neuroptera captured were forwarded to the
laboratory of the Department of Entomology, Federal University of Lavras,
Minas Gerais, where they were quantified and mounted on entomological pins.
These insects were sent to specialists for identification in their respective groups.
We collected, in the three habitats sampled, 659 specimens, distributed among
five families, fifteen genera and thirty species. Ascalaphidae was represented by
three genera, three species and six specimens. Chrysopidae by 5 genera, 18
species and 619 specimens. Hemerobiidae by 3 genera, 5 species and 28
specimens. Mantispidae by 2 genera, 2 species and 2 specimens, and
Myrmeleontidae represented by 2 genera, 2 species and 4 specimens. Were
collected also three specimens of Coniopterygidae, not identified yet. The
community analysis was made only for Chrysopidae, because specimens of the
other families were of low abundance. The genera of Chrysopidae with a larger
number of species were Leucochrysa Mc Lachlan, 1868 (9 species) and
Ceraeochrysa Adams, 1982 (4). The genera with the largest number of
especimens were Chrysopodes Navás, 1913, with 186 specimens, and
Chrysoperla Steinmann, 1964, with 288 ones, all belonging to Chrysoperla
externa (Hagen, 1861). This species was the most abundant and it was restricted
to the eucalyptus environment. The greater richness, diversity and similarity
were observed in the forest environments in relation to the area cultivated with
eucalyptus. It was found that the greater abundance of lacewings in the forest
fragments coincided with the period of elevated temperature and rainfall and the
opposite occurred for the area with eucalyptus. The results highlight the
importance of knowing and conserve the “Mata do Baú” to maintain the
diversity of Neuroptera.
Keywords: Environmental preservation area. Conservation. Diversity. Faunistic
survey. Neuroptera.
SUMÁRIO
1
2
2.1
2.2
2.3
2.3.1
2.3.2
2.3.3
2.3.4
2.3.5
2.3.6
2.3.7
2.3.8
2.3.9
2.3.10
2.4
3
3.1
3.2
3.3
4
4.1
4.2
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.3
4.4
4.5
4.6
5
INTRODUÇÃO .................................................................................... 8
REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................. 10
Biodiversidade..................................................................................... 10
Neuroptera .......................................................................................... 11
Famílias de Neuroptera da fauna brasileira .................................... 13
Ascalaphidae ....................................................................................... 13
Berothidae ........................................................................................... 14
Chrysopidae ........................................................................................ 15
Coniopterygidae.................................................................................. 18
Dilaridae .............................................................................................. 19
Hemerobiidae ...................................................................................... 20
Mantispidae......................................................................................... 21
Myrmeleontidae .................................................................................. 23
Osmylidae ............................................................................................ 24
Sysiridae .............................................................................................. 25
Índices e estimadores de comunidades ............................................. 26
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................... 28
Descrição da área de estudo............................................................... 28
Coleta e identificação dos Neuroptera .............................................. 29
Análise dos dados................................................................................ 30
RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................ 31
Ascalaphidae ....................................................................................... 33
Chrysopidae ........................................................................................ 34
Abundância ......................................................................................... 34
Riqueza ................................................................................................ 37
Similaridade ........................................................................................ 41
Sazonalidade ....................................................................................... 47
Coniopterygidae.................................................................................. 53
Hemerobiidae ...................................................................................... 54
Mantispidae......................................................................................... 56
Myrmeleontidae .................................................................................. 57
CONCLUSÕES................................................................................... 59
REFERÊNCIAS.................................................................................. 60
8
1 INTRODUÇÃO
As atividades humanas causaram, ao longo do tempo, transformações
nas paisagens naturais. Nos últimos anos, as alterações dessas paisagens
aumentaram devido à expansão populacional e econômica da população e,
especialmente, em virtude das inúmeras transformações tecnológicas. As
grandes áreas contínuas de florestas
transformaram-se
em paisagens
fragmentadas, formadas por manchas remanescentes das florestas originais,
cercadas por áreas alteradas pelo homem de várias formas (MACHLIS;
TICHNELL, 1985). De acordo com Ribeiro et al. (2005), o declínio da
produtividade agrícola, aliado a uma visão destorcida da abundância dos
recursos naturais, promove a conversão de mais e mais áreas para a agricultura,
causando a degradação e a fragmentação da vegetação nativa.
Após décadas de crescimento econômico sem se importar com a
conservação dos recursos naturais, o homem percebeu que algumas áreas que
foram desmatadas para dar lugar a empreendimentos agropecuários não
poderiam continuar desprotegidas. Diante desses fatos, surgiu a necessidade de
preservar os ecossistemas naturais, para minimizar perdas na diversidade
biológica e melhorar a qualidade de vida das populações atuais e futuras. As
áreas protegidas se destacam como elementos indispensáveis para a conservação
da biodiversidade, asseguram a manutenção de amostras representativas de
ambientes naturais e da diversidade de espécies, além de promover
oportunidades para a pesquisa científica, educação ambiental e turismo.
A conservação da diversidade de insetos recebeu mais atenção nos
últimos anos, principalmente com o reconhecimento do importante papel que
eles desempenham na manutenção dos processos ecológicos, e também pelo fato
de que algumas espécies estão passando por ameaças de extinção (SAMWAYS;
MCGEOCH; NEW, 2010). A Classe Insecta constitui o grupo de animais mais
9
numeroso em termos de riqueza de espécies e de densidade populacional,
representando cerca de 70% das espécies animais conhecidas (SAMWAYS,
1994). Alguns grupos de insetos possuem diversas adaptações para dispersão e
seleção de hospedeiros e são capazes de explorar uma ampla diversidade de
habitats. Muitos deles apresentam capacidade de resposta à qualidade e à
quantidade de recursos disponíveis, além de sua dinâmica populacional ser
influenciada pela heterogeneidade do hábitat, o que lhes confere grande
importância nos estudos de avaliação de impacto ambiental e de efeitos da
fragmentação florestal (ANDERSEN et al., 2002).
Os insetos que compõem a ordem Neuroptera possuem hábitos
predatórios e são de grande importância, pois podem ser encontrados em uma
ampla variedade de ecossistemas. Em alguns casos, os adultos podem estar
associados à vegetação, sendo específicos da planta hospedeira de suas presas
(GILLOT, 2005). Juntamente com vários outros grupos de insetos, são
conhecidos como bioindicadores, haja vista serem vulneráveis à fragmentação
do hábitat e à contaminação por agroquímicos (MANSELL, 2002).
Segundo Stork e Samways (1995), a realização de inventários é uma
tarefa de vital importância e constituiu um passo fundamental para a
investigação e preservação da biodiversidade. Devido à importância dos
neurópteros e da preservação dos fragmentos de vegetação nativa, o presente
estudo foi realizado com o objetivo de conhecer a abundância, a riqueza e a
distribuição sazonal da população de Neuroptera na Mata do Baú, no município
de Barroso, Minas Gerais, visando subsidiar a criação de uma área de
preservação.
10
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Biodiversidade
A biodiversidade, ou diversidade biológica, refere-se à variedade de
formas de vida presentes na Terra (diversidade de espécies), aos genes que as
constituem (diversidade genética) e aos ecossistemas dos quais são parte
(diversidade de ecossistemas) (PRIMACK, 1993).
Segundo Lewinsohn e Prado (2002), o Brasil possui a maior cobertura
de florestas tropicais do mundo e, por essa razão, aliada à sua extensão
territorial, diversidade geográfica e climática, abriga uma imensa biodiversidade,
o que faz dele o principal país entre aqueles detentores da biodiversidade do
planeta. Embora a Mata Atlântica ocupe apenas 7% da área total, as florestas
tropicais
abrigam, ainda assim,
metade da biodiversidade da Terra
(RAVIKANTH; SHAANKER; GANESHAIAH, 2000). Contudo, conforme
dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais
–
INPE
(2011),
esses
ambientes
ainda
continuam
sendo
incessantemente degradados. Entre 2008 e 2010, os estados da Bahia, Minas
Gerais, Paraná e Santa Catarina foram os que apresentaram situação mais crítica
em relação ao desmatamento da Mata Atlântica, chegando a mais de 7.700 ha,
no caso da Bahia. Ainda de acordo com o documento, Minas Gerais lidera o
ranking com as três cidades que mais desmataram nesse mesmo período.
O processo de fragmentação, redução e isolamento de ecossistemas
naturais representa a mais profunda alteração causada pelo homem ao ambiente,
e é apontado como o principal responsável pela perda da biodiversidade, de
genes, espécies ou ecossistemas (FERNANDEZ, 2004). Segundo Whittaker
(1998), entre os principais fatores responsáveis pela redução da biodiversidade
estão as mudanças no uso da terra e a consequente degradação e ou perda de
11
habitats, a exploração desenfreada de espécies, a introdução e a invasão de
espécies exóticas de plantas e animais e o aumento no nível de poluição do
ambiente por substâncias tóxicas.
A conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios,
em função do elevado nível de perturbações antrópicas dos ecossistemas
naturais. Mefee e Carroll (1997) delimitaram cinco ações importantes e
necessárias à conservação da biodiversidade: estabilização do crescimento da
população humana, proteção das florestas tropicais e os outros centros de
biodiversidade, desenvolvimento de uma perspectiva global para os recursos da
Terra, desenvolvimento de atividades econômicas e ecológicas autossustentáveis
e modificação dos valores humanos para reflexão sobre a realidade ecológica.
Para diminuir os efeitos da fragmentação e da consequente destruição da
biodiversidade foram criadas as áreas naturais protegidas. Segundo Medeiros
(2003), essas áreas protegidas são espaços territorialmente demarcados, cuja
principal função é a conservação de recursos naturais e/ou culturais a elas
associados. As áreas protegidas representam um dos primeiros esforços da
sociedade para assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais (HOROWITZ,
2003).
2.2 Neuroptera
Os Neuroptera incluem, aproximadamente, 6.000 espécies descritas,
distribuídas entre 17 famílias (ASPÖCK; PLANT; NEMESCHKAL, 2001).
Juntamente com as ordens Megaloptera (270 espécies, duas famílias) e
Raphidioptera (205 espécies, duas famílias), constituem a superordem
Neuropterida, sendo considerada uma superordem primitiva de holometábolos.
A ordem Neuroptera está dividida em três subordens: Hemerobiiformia
(11 famílias), Nevrorthiformia (1) e Myrmeleontiformia (5), as quais são
12
definidas, principalmente, pela especialização na alimentação larval (ASPÖCK;
PLANT; NEMESCHKAL, 2001) (Tabela 1).
Tabela 1 Subordens e famílias de Neuroptera (ASPÖCK; PLANT; NEMESCHKAL,
2001)
Subordem
Nevrorthiformia
Nevrorthidae
Ordem Neuroptera
Myrmeleontiformia
Nemopteridae
Psychopsidae
Nymphidae
Myrmeleontidae
Ascalaphidae
Hemerobiiformia
Coniopterygidae
Ithonidae
Polystoechotidae
Mantispidae
Dilaridae
Osmylidae
Sisyridae
Hemerobiidae
Chrysopidae
Rhachiberothidae
Berothidae
Os neurópteros encontram-se distribuídos nas principais regiões
biogeográficas. No Brasil, as famílias com ocorrência registrada são
Coniopterygidae, Mantispidae, Dilaridae, Osmylidae, Sisyridae, Hemerobiidae,
Chrysopidae, Myrmeleontidae, Ascalaphidae (BORROR; DELONG, 2011) e
Berothidae (PENNY, 1983a).
Adultos e larvas da maioria das famílias são predadores e algumas
espécies possuem potencial como inimigos naturais para uso em programas de
controle biológico (NEW, 2001). Segundo Stelzl e Devetak (1999), os
representantes das famílias Chrysopidae, Coniopterygidae e Hemerobiidae são
os mais importantes, no que se refere ao potencial de controle de pragas em
ecossistemas agrícolas. Além disso, os insetos pertencentes à ordem Neuroptera,
por serem vulneráveis à fragmentação de habitats e à contaminação por
agroquímicos, constituem indicadores de transformação ambiental e incluem
13
espécies-chave que permitem a identificação de áreas que requerem uma
proteção prioritária (MANSELL, 2002).
O levantamento da comunidade de Neuroptera já foi realizado em alguns
países. Segundo Mansell (2002), a África do Sul possui uma rica fauna, tendo 12
das 17 famílias conhecidas sido registradas naquele país, incluindo cerca de 500
espécies. No Irã, a fauna desses insetos é representada por 23 espécies e 7
famílias, Chrysopidae (3 espécies), Coniopterygidae (5), Myrmeleontidae (9),
Ascalaphidae (1), Dilaridae (1), Nemopteridae (2) e Mantispidae (2), contudo,
estima-se que existam cerca de 170 espécies naquele país (MIRMOAYEDI,
2002).
A fauna de neurópteros da América do Norte, México, Américas Central
e do Sul foi estudada por Monserrat (1997, 1998, 2005a), Monserrat e Freitas
(2005), Penny (1977), Penny, Adams e Stange (1997) e Oswald (1993a, 1994a,
b). Para a Costa Rica, destaca-se o estudo de Penny et al. (2002). No Brasil, a
maioria dos estudos sobre a fauna de neurópteros foi realizada por Adams e
Penny (1987), Penny (1977, 1981a, b, 1982a, b, 1983a, b), Penny e Costa
(1983), Penny e Rafael (1982) e, posteriormente, por Cardoso et al. (2003),
Costa, Souza e Freitas (2010), Freitas (2001, 2003, 2007), Lara et al. (2008),
Lara, Perioto e Freitas (2010), Machado (2007) e Machado e Rafael (2010).
2.3 Famílias de Neuroptera da fauna brasileira
2.3.1 Ascalaphidae
Ascalaphidae inclui, aproximadamente, 430 espécies conhecidas
(GRIMALDI; ENGEL, 2005) e é subdividida em três subfamílias:
Haplogleniinae Newman, 1853, Ascalaphinae Rambur, 1842 e Albardiinae
Weele, 1908 (SEKIMOTO; YOSHIZAWA, 2007).
14
Segundo Penny (1983b), Albardiinae abriga uma única espécie,
Albardia furcata Van Der Weele, 1903, um dos maiores neurópteros da América
do Sul, inconfundível por apresentar antenas clavadas, curtas, com pilosidade
longa e abundante, e tergitos abdominais de coloração vermelha. No Brasil, os
registros dessa espécie são de menos de doze espécimes coletados nos estados
do Amazonas, Pará, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, e são
desconhecidas quaisquer informações morfológicas e biológicas sobre ela
(PENNY, 1983b).
As outras duas subfamílias diferem entre si pela característica dos olhos
compostos, divididos dorsoventralmente por um sulco transversal em
Ascalaphinae e não divididos em Haplogleniinae (SEKIMOTO; YOSHIZAWA,
2007).
2.3.2 Berothidae
Berothidae inclui cerca de cem espécies descritas, distribuídas
principalmente nas regiões tropicais e temperadas (ASPÖCK, 1986; ASPÖCK;
ASPÖCK, 1997; ASPÖCK; NEMESCHKAL, 1998).
A família agrupa quatro subfamílias: Rhachiberothinae Tjeder, 1959;
Cyrenoberothinae MacLeod & Adams, 1967; Berothinae Handlirsch, 1908 e
Nosybinae MacLeod & Adams, 1967 (ASPÖCK, 1986; MACLEOD; ADAMS,
1967; NEW, 1989). Rhachiberothinae é considerada, por alguns autores, como
uma subfamília à parte (ASPÖCK; MANSELL, 1994) ou como uma subfamília
de Mantispidae (WILLMANN, 1990).
Uma quinta subfamília, Nyrminae Navás, 1933, foi sugerida por Aspöck
(1989) com base em uma espécie apomórfica, Nyrma kervillea Navás, 1933,
previamente agrupada em Hemerobiidae.
15
Em análise cladística, Aspöck e Nemeschkal (1998) propuseram a
classificação da família em cinco subfamílias: Cyrenoberothinae; Trichomatinae
Tillyard, 1916; Protobiellinae Aspock & Nemeschkal, 1998; Nosybinae e
Berothinae.
De acordo com Monserrat (2006), com a inclusão de Berothimerobiinae
Monserrat & Deretsky, 1999, proposta por Monserrat e Deretsky (1999), são
conhecidas sete subfamílias de Berothidae.
Os primeiros trabalhos da fauna de Berothidae das Américas foram os
de Adams (1989), Carpenter (1940), MacLeod e Adams (1967) e Penny (1983a).
A biologia dos berotídeos é pouco conhecida, porém, se destacam dois
trabalhos relacionados à biologia de Lomamyia laiipennis Carpenter, 1940
(TAUBER; TAUBER, 1968) e Lomamyia longicollis (Walker, 1853)
(BRUSHWEIN, 1987). Tauber, Tauber e Albuquerque (2003) relataram que
larvas de Lomamyia laiipennis são predadoras quando no primeiro e terceiro
instares, ocasião em que são bastante móveis e se alimentam de cupins.
Contudo, no segundo instar não se alimentam e têm as pernas curtas e grossas.
Conforme Johnson e Hagen (1981), essa espécie está associada a Reticulitermes
hesperus Banks, 1920 (Isoptera: Rhinotermitidae) e vive em suas galerias sem
ser atacada. No entanto, este hábito foi documentado para Lomamyia Banks,
1905, a partir de observações em colônias de cupins da América do Norte.
Penny (1983a) descreveu Lomamyia trombetensis Penny, 1983 a partir
de exemplares coletados no estado do Pará, sendo a primeira espécie registrada
para o Brasil e para todo o norte da América do sul.
2.3.3 Chrysopidae
Segundo Brooks e Barnard (1990), Chrysopidae possui 75 gêneros, 11
subgêneros e cerca de 1.200 espécies. Albuquerque, Tauber e Tauber (2001)
16
afirmaram que a fauna Neotropical dessa família é uma das mais ricas do mundo, com
21 gêneros, mais de 300 espécies descritas e várias ainda não descritas. No Brasil, a
fauna de crisopídeos conhecida totaliza aproximadamente 148 espécies (ADAMS;
PENNY, 1987; FREITAS; PENNY, 2001) e outras novas estão sendo descritas
(TAUBER; ALBUQUERQUE; TAUBER, 2008).
De acordo com Canard e Principi (1984), os crisopídeos são predadores
de insetos de várias ordens e famílias, como afídeos, tripes, cochonilhas,
cigarrinhas, moscas-brancas, psilídeos, ovos e larvas de coleópteros, dípteros,
outros neurópteros, ovos e lagartas de lepidópteros, além de ácaros. Esses
insetos são frequentemente encontrados em diversos tipos de ecossistemas,
desde florestas até vegetações herbáceas e estão entre os grupos mais utilizados
em programas de controle biológico no mundo (MCEWEN; NEW;
WHITTINGTON, 2001).
Chrysopidae inclui três subfamílias: Nothochrysinae Navás, 1910,
Apochrysinae Handlirsch, 1908 e Chrysopinae Schneider, 1851. Nothochrysinae
abriga nove gêneros e é considerado o grupo mais primitivo (NEW, 2001).
Apochrysinae inclui 13 gêneros, de distribuição tropical, e é composta por
indivíduos de maior tamanho. A maior subfamília, Chrysopinae, inclui mais de
97% das espécies descritas para a família e compreende quatro tribos:
Ankylopterygini Navás, 1910 (cinco gêneros), Belonopterygini Navás, 1913
(15), Chrysopini Schneider, 1851 (mais de 30) e Leucochrysini Adams, 1978
(sete) (BROOKS; BARNARD, 1990; NEW, 2001).
Para o Brasil, são relatadas 82 espécies de Chrysopinae associadas à
agroecossistemas, as quais se encontram distribuídas em sete gêneros alocados
nas tribos Belonopterygini, Chrysopini e Leucochrysini (FREITAS, 2003;
FREITAS; PENNY, 2001). Chrysopini é a mais bem representada na
entomofauna brasileira e a ela pertence o gênero Chrysoperla Steinmann, 1964
(FREITAS, 2007). Este gênero encontra-se amplamente distribuído ao longo das
17
regiões zoogeográficas do planeta e, na Neotropical, está representado por nove
espécies, relatadas desde o sul dos Estados Unidos e México (TAUBER et al.,
2000; VALENCIA et al., 2006) até a Argentina (MONSERRAT; FREITAS,
2005). Para o Brasil são relatadas quatro espécies, o que lhe confere a maior
representatividade do gênero (FREITAS, 2003).
Dentre as espécies de Chrysoperla restritas à região Neotropical, C.
externa (Hagen, 1861) se destaca por apresentar ampla distribuição geográfica,
com registros de ocorrência no sul dos Estados Unidos, além de México,
Guatemala, Honduras, Cuba, Haiti, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru,
Paraguai, Chile, Argentina e Brasil (BROOKS, 1994). Também tem se
destacado por seu uso em programas de controle biológico de pragas (FREITAS,
2001), ao passo que Chrysoperla carnea (Stephens, 1836), de ocorrência
Paleártica, constitui o mais importante agente de controle biológico naquela
região (HENRY; WELLS, 2007).
A maioria das pesquisas conduzidas no Brasil abordou o estudo do
potencial de Chrysoperla externa como agente de controle biológico (AUAD et
al., 2005; BEZERRA et al., 2006; BONANI et al., 2009; FIGUEIRA; LARA;
CRUZ, 2002; FONSECA; CARVALHO; SOUZA, 2001; MAIA et al., 2004;
PEDRO NETO et al., 2008; SILVA; CARVALHO; SOUZA, 2002) e, entre os
principais trabalhos realizados sobre a diversidade do grupo no nosso país,
destacam-se os de Adams e Penny (1987) e Freitas e Penny (2001).
Adams e Penny (1987) realizaram o levantamento de Chrysopinae na
bacia amazônica e encontraram 33 espécies, das quais 19 eram novas. Do total
coletado na região, 65% foi constatado no estado do Amazonas, 23,3% no Pará,
8,4% em Rondônia e o restante em Roraima, Acre, Goiás e Maranhão. Freitas e
Penny (2001) realizaram levantamentos em diferentes agroecossistemas nos
estados de São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina e encontraram 81 espécies
de Chrysopidae, das quais 41 eram novas. Ainda podem ser citados os estudos
18
em agroecossistemas efetuados por Bezerra et al. (2010), Cardoso et al. (2003) e
Ribeiro et al. (2009) e, em ambientes naturais, por Costa, Souza e Freitas (2010)
e Souza, Costa e Louzada (2008).
2.3.4 Coniopterygidae
Os insetos pertencentes a Coniopterygidae diferem morfologicamente de
todos os demais neurópteros (NEW, 2001) por apresentarem corpo de pequeno
tamanho e coberto por uma camada de cera branca produzida por glândulas
hipodérmicas, característica esta que lhes dá o nome comum de ''dusty wings''.
Além dessas características, acrescentam-se a redução da venação das asas e a
estrutura diferenciada da genitália (MEINANDER, 1972).
Segundo Aspöck e Aspöck (2007), cerca de 500 espécies de
coniopterigídeos são conhecidas e encontram-se classificadas em três
subfamílias: Aleuropteryginae Enderlein, 1905, de distribuição mundial, inclui
cerca de 160 espécies descritas (ASPÖCK; HÖLZEL; ASPÖCK, 2001);
Brucheiserinae Navás, 1927, restrita às regiões secas e montanhosas do Chile e
Argentina, é composta por quatro espécies (RIEK, 1975; SZIRÁKI, 2007;
SZIRÁKI; FLINT, 2007) e Coniopteryginae Enderlein, 1905, também
distribuída mundialmente, abriga cerca de 290 espécies descritas (ASPÖCK;
HÖLZEL; ASPÖCK, 2001).
Meinander (1980) examinou exemplares coletados na Amazônia pelo
Dr. Norman D. Penny e descreveu nove novas espécies. Em levantamentos
realizados em várias localidades de Coquimbo, Patagônia e Terra do Fogo, no
Chile e na Argentina, Monserrat (2005a) coletou sete espécies de
coniopterigídeos, tendo Incasemidalis chilensis Meinander, 1990 e Coniopteryx
chilensis Meinander, 1990 sido citados como novos registros para a Argentina.
19
Os Coniopterygidae são conhecidos como importantes agentes de
controle biológico de pequenos artrópodes-praga (MEINANDER, 1972, 1990;
MONSERRAT et al., 2001; NEW, 1989, 2001). Segundo Muma (1967), esses
insetos são importantes agentes de controle biológico de ácaros e moscasbrancas em citros. Uma larva de Semidalis vicina (Hagen, 1861) pode consumir,
diariamente, entre 29 e 83 ovos ou ninfas do ácaro vermelho do citros,
Panonychus citri (McGregor, 1916) (Acari: Tetranychidae). Após estudos em
campo e laboratório, Ripolles e Melia (1980) observaram Conwentzia
psociformis (Curtis, 1834) se alimentando de ovos e ninfas da mosca-branca
Aleurothrixus floccosus (Maskell, 1896) (Hemiptera: Aleyrodidae), em plantas
de citros. Os autores observaram, ainda, a presença de larvas do predador entre
colônias de Tetranychus urticae (Koch, 1836), ocorrência que, até então, não
havia sido registrada.
2.3.5 Dilaridae
Dilaridae é uma das menores famílias de Neuroptera, com 67 espécies
descritas, distribuídas nas Américas do Norte e do Sul e também na Europa, na
Ásia e na África. Esses insetos são relativamente raros, tanto no campo como em
coleções, e sua importância econômica não é conhecida (OSWALD, 1998).
Segundo Oswald (1998), pouco se conhece sobre a biologia desses
insetos e larvas de apenas cinco espécies são conhecidas. A espécie mais
estudada é Nallachius americanus (McLachlan, 1880), cujas larvas vivem sob a
casca de árvores mortas, onde se alimentam de artrópodes de tegumento
facilmente perfurável que ocorrem naquele micro-habitat (MACLEOD;
SPIEGLER, 1961).
Penny (1981b), em estudo realizado na bacia amazônica, descreveu três
novas espécies de Nallachius Navás, 1909: Nallachius adamsi Penny, 1981,
20
Nallachius infuscatus Penny, 1981 e Nallachius maculatus Penny, 1981.
Machado e Rafael (2010) examinaram 18 exemplares pertencentes à Coleção de
Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e
encontraram cinco espécies: Nallachius
adamsi, coletado no Amazonas,
Nallachius dicolor Adams, 1970, em Goiás e Minas Gerais; Nallachius limai
Adams, 1970, proveniente do Paraná e duas espécies novas, Nallachius furcatus
Machado & Rafael, 2010, oriunda da Paraíba e Nallachius potiguar Machado &
Rafael, 2010, do Rio Grande do Norte. Segundo os autores, com a adição dessas
duas novas espécies descritas à lista de Dilaridae, somam-se 10 espécies
conhecidas para o Brasil.
2.3.6 Hemerobiidae
Hemerobiidae é uma das maiores famílias de Neuroptera, com cerca de
600 espécies conhecidas (MONSERRAT, 2003, 2008; OSWALD, 2004) e
distribuída em todos os continentes, exceto na Antártida (MONSERRAT, 2002).
A família agrupa 10 subfamílias: Adelphohemerobiinae Oswald, 1994;
Carobiinae Oswald, 1993; Hemerobiinae Latreille, 1802; Sympherobiinae
Comstock, 1918; Psychobiellinae Oswald, 1993; Notiobiellinae Nakahara, 1960;
Drepanacrinae Oswald, 1993; Megalominae Krüger, 1922; Drepanepteryginae
Krüger, 1922 e Microminae Krüger, 1922, as quais estão classificadas com base
em análises cladísticas realizadas por Oswald (1993a, b, 1994a). Uma nova
subfamília (Berothimerobiinae Monserrat e Deretsky, 1999), com um novo
gênero e uma nova espécie descritos para o Chile, foi proposta por Monserrat e
Deretsky (1999). De acordo com Oswald (1993b), a família inclui 25 gêneros,
11 dos quais com registros para a região Neotropical.
Os hemerobiídeos se alimentam de pequenos artrópodes de tegumento
facilmente perfurável, como pulgões, cochonilhas, ácaros, dentre outros, muitos
21
dos quais se constituem em pragas agrícolas (NEW, 1975). Na Austrália,
Micromus tasmaniae (Walker, 1860) é citado como um dos principais
predadores do pulgão da roseira Macrosiphum rosae (Linnaeus, 1758)
(MAELZER, 1977) (Hemiptera: Aphididae). Na Nova Zelândia constitui,
também, em um importante predador do pulgão da alfafa, Acyrthosiphon kondoi
Shinji, 1938 e do pulgão-da-ervilha Acyrthosiphon pisum (Harris, 1776)
(CAMERON et al., 1983; WORKMAN et al., 2004). No Brasil, Lara, Perioto e
Freitas (2010) avaliaram a diversidade de hemerobiídeos em cafeeiros e suas
relações com várias pragas dessa cultura e verificaram correlações positivas
entre a densidade das populações de Nusalala tessellata (Gerstaecker, 1888) e de
Megalomus impudicus (Gerstaecker, 1888) com a população da cochonilha
Coccus sp. (Hemiptera: Coccidae). Também constataram correlação positiva
entre a população de Megalomus rafaeli Penny & Monserrat, 1983 com a de
lagartas de Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville & Perrottet, 1842)
(Lepidoptera: Lyonetiidae) e do pulgão Aphis spiraecola (Patch, 1914)
(Hemiptera: Aphididae), bem como entre a de Hemerobius bolivari Banks, 1910
e a do ácaro Oligonychus ilicis (McGregor, 1917) (Acari: Tetranychidae). Tais
relações permitiram inferir sobre a importância do suprimento dessas presas para
a manutenção desses predadores em cultivos de café.
2.3.7 Mantispidae
Adultos de Mantispidae diferenciam-se morfologicamente dos demais
neurópteros por apresentarem o primeiro par de pernas raptatoriais e pronoto
alongado (PENNY; COSTA, 1983), características que, geralmente, fazem com
que sejam confundidos com os Mantodea.
Os adultos se alimentam de pequenas moscas, himenópteros e outros
neurópteros, como Chrysopidae e Myrmeleontidae (KRAL; VERNIK;
22
DEVETAK, 2000). Assim como os adultos, as larvas são predadoras.
Mantispinae Leach, 1815 é o grupo mais conhecido e suas larvas predam
ovissacos de aranhas (PENNY, 1982a, b; PENNY; COSTA, 1983). Segundo
Hoffman e Brushwein (1992), os estágios imaturos de Leptomantispa pulchella
(Banks, 1912) foram associados a oito famílias de aranhas. No Brasil, BertiFilho, Rinaldi e Freitas (2002) citaram a associação de Mantispa minuta
(Fabricius, 1775) com ovissacos de Parawixia bistriata (Rengger, 1936)
(Araneae: Araneidae), em florestas de eucalipto no estado de São Paulo.
Mantispidae
é
dividida
em
quatro
subfamílias:
Mantispinae;
Symphrasinae Navás, 1909; Drepanicinae Enderlein, 1910 e Calomantispinae
Navás, 1914. A mais conhecida e mais bem estudada é Mantispinae, a qual
inclui cerca de 80% das espécies. Symphrasinae é restrita ao continente
americano. Drepanicinae possui poucas espécies conhecidas, encontradas
principalmente na região australiana, mas com alguns representantes
neotropicais. O gênero Gerstaeckerella Enderlein, 1910 é o único dessa
subfamília cuja ocorrência é registrada para o Brasil (OHL, 2004).
Calomantispinae é a menos numerosa, com dez espécies conhecidas nas regiões
australiana, neártica e neotropical, e é a única subfamília que não possui
representantes registrados para o Brasil.
De acordo com Grimaldi e Engel (2005) e Ohl (2004), a maior
diversidade de mantispídeos está concentrada na região tropical. Ohl (2004)
citou 50 espécies para o Brasil, sendo 19 pertencentes à subfamília
Symphrasinae, distribuídas em três gêneros, Anchieta Navás, 1909, Plega
Navás, 1927 e Trichoscelia Westwood, 1852; 3 pertencentes à Drepanicinae,
todas incluídas em Gerstaeckerella e 28 espécies pertencentes à Mantispinae,
distribuídas em oito gêneros: Buyda Navás, 1926, Climaciella Enderlein, 1910,
Dicromantispa Hoffman, 2002, Entanoneura Enderlein, 1910, Leptomantispa
Hoffman, 2002, Mantispa Illiger, 1798, Paramantispa Erichson, 1839 e
23
Zeugomantispa Hoffman, 2002. A maior parte dos gêneros teve sua ocorrência
registrada para a região amazônica.
Para o Brasil, os principais estudos de mantispídeos foram realizados
por Penny (1982a) e Penny e Costa (1983), que descreveram novas espécies e
redescreveram outras.
2.3.8 Myrmeleontidae
Myrmeleontidae inclui cerca de 2.000 espécies conhecidas e representa a
maior família de Neuroptera (MANSELL, 1996); são insetos comumente
encontrados em regiões tropicais (FISHER, 1989).
As larvas de alguns mirmeleontídeos vivem dentro de funis construídos
no solo, onde capturam as presas que, porventura, aí venham a cair (ARNETT;
GOTELLI, 2001). Segundo Lucas e Stange (1981), a construção desses funis é
uma característica comportamental restrita a Myrmeleon Linnaeus, 1767.
As larvas são conhecidas como formiga-leão e, como o nome comum
sugere, as formigas constituem a maior parte da sua dieta (TOPOFF, 1977).
Outras presas também são consumidas pelas larvas, como besouros, aranhas,
carrapatos, lagartas e larvas de outras formigas-leão (GOTELLI, 1993). Larvas
de Glenurus gratus (Say, 1839), espécie comum na Flórida, EUA, vivem em
orifícios de árvores secas e ocas, alimentando-se de outros insetos encontrados
em seu micro-habitat, como cupins, larvas de besouros e formigas (MILLER;
STANGE, 1983).
O período larval de Myrmeleontidae dura de 1 a 2 anos e, após passarem
por três instares, as larvas constroem um casulo esférico, feito de seda e
pequenas partículas de solo (ASPÖCK; ASPÖCK; HÖZEL, 1980). A fase adulta
inicia-se após cerca de um mês (ARNETT; GOTELLI, 1999, 2001). Os adultos
são comumente confundidos com libélulas (Odonata), mas as antenas do tipo
24
clavada dos mirmeleontídeos permitem distingui-los facilmente (STANGE,
1980). A longevidade é de cerca de um mês (ARNETT; GOTELLI, 2001) e se
alimentam de pequenos insetos e, ocasionalmente, de pólen (ASPÖCK;
ASPÖCK; HÖZEL, 1980). De acordo com Miller e Stange (1983), adultos de
Glenurus gratus geralmente se alimentam de lagartas e pulgões e tanto os
adultos quanto as larvas são predadores economicamente benéficos.
2.3.9 Osmylidae
Osmylidae é uma família relativamente pequena, dentre os neurópteros.
São conhecidas 160 espécies, com distribuição na Europa, Ásia, África,
Austrália, América Central e América do Sul (MONSERRAT, 2005b), e ausente
na América do Norte (OSWALD, 1994b).
A fauna sul-americana é composta por 13 espécies distribuídas entre os
gêneros Gumilla Navás, 1912, com duas espécies no Brasil; Isostenosmylus
Krueger, 1913, com cinco espécies na Bolívia, Brasil, Equador e Peru;
Kempynus Navás, 1912, com quatro espécies registradas para Argentina e Chile;
Paryphosmylus Krueger, 1913, com uma espécie restrita ao Equador e
Phymatosmylus Adams, 1969, com apenas uma espécie constatada no Chile
(OSWALD, 1994b).
As larvas são aquáticas ou semiaquáticas (ASPÖCK; ASPÖCK;
HÖZEL, 1980). Aquelas de Osmylus fulvicephalus (Scopoli, 1763) habitam
cursos de água desprovidos de qualquer contaminação (MONSERRAT, 1984);
são semiaquáticas e vivem em musgos úmidos, buscando suas presas dentro da
água (WARD, 1965). Devetak e Duelli (2007) encontraram uma variedade de
partes de alimentos no intestino dos adultos dessa espécie, como fragmentos de
insetos, ácaros, esporos de fungos e pólen, e sugeriram que os grãos de pólen e
25
esporos de fungos poderiam ter sido ingeridos ao se alimentarem de
“honeydew”.
2.3.10 Sysiridae
As fêmeas de Sysiridae depositam seus ovos na forma de pequenas
massas formadas por dois a cinco ovos, diretamente na vegetação ou em objetos
que pendem sobre a água; a eclosão ocorre em cerca de oito dias. As larvas
recém-eclodidas deixam-se cair na água e alojam-se na superfície ou em
cavidades de esponjas de água doce pertencentes à família Spongillidae, da qual
se alimentam. Quando atingem o terceiro instar, abandonam a esponja e
empupam próximo da água; a emergência do adulto ocorre em cinco ou seis dias
(HUGGINS, 1980). Segundo Pupedis (1987), os adultos habitam a vegetação
ciliar, onde se alimentam de pólen e pulgões. Monserrat (2005b), estudando o
conteúdo intestinal de alguns exemplares adultos, observou material silicoso,
tegumento e articulações de artrópodes não identificados, além de alguns
esporos de fungos.
Sysiridae é uma família pequena, da qual são conhecidas cerca de 50
espécies (MONSERRAT, 2005b), distribuídas em cinco gêneros: Climacia
McLachlan, 1869, das regiões Neártica e Neotropical; Sisyra Burmeister, 1839,
cosmopolita; Sisyrella Banks, 1913, do Japão; Sisyrina Banks, 1939, da Índia e
Sisyborina Montserrat, 1981, da região Afrotropical (CARPENTER, 1940;
MONSERRAT, 1977, 1981; TJEDER, 1976).
Em estudo realizado por Penny (1981a) na bacia Amazônica, duas novas
espécies de Sisyra e uma de Climacia foram descritas: Sisyra amazonica Penny,
1981, Sisyra ariasi Penny, 1981 e Climacia negrense Penny, 1981, totalizando
oito espécies conhecidas para a região. Posteriormente, Penny e Rafael (1982)
descreveram mais duas espécies: Sysira elongata Penny & Rafael, 1982 e
26
Climacia bifasciata Penny & Rafael, 1982. Com a inclusão dessas duas novas
espécies somaram-se dez espécies conhecidas na Amazônia.
2.4 Índices e estimadores de comunidades
Para a caracterização da estrutura de uma comunidade são utilizadas
algumas medidas simples, mas importantes, como, por exemplo, o número de
espécies que ela possui, também denominada de riqueza, e a abundância relativa
de suas espécies. Entretanto, na maioria das comunidades existem poucas
espécies abundantes e muitas representadas por um número restrito de
indivíduos (HALFFER, 1991). Segundo Magurran (2004), essas medidas podem
ser utilizadas quando se deseja comparar a diversidade de espécies entre
comunidades ou para saber quais áreas possuem o maior número de espécies. De
acordo com Gotelli e Colwell (2001), a quantificação da riqueza de espécies
ainda é importante para estudos de perdas de biodiversidade por meio da
extinção de espécies.
A função Índice de Shannon Wiener é a principal ferramenta para
mensurar a diversidade de uma comunidade. Segundo Krebs (1999), esse índice
varia de zero a cinco. Em comunidades com alta diversidade, cujo valor do
índice é máximo, todas as espécies são igualmente abundantes.
Os índices de equitabilidade, outro fator importante nos estudos de
comunidade, permitem conhecer a equitabilidade da distribuição dos indivíduos
entre as espécies dessa comunidade. Esse índice pode apresentar valores que
variam de 0 a 1. Aqueles próximos de 1 indicam que a distribuição dos
indivíduos entre as espécies na amostra é equitativa e os próximos de 0 indicam
situação oposta (KREBS, 1999).
Os estimadores de riqueza estimam o número de espécies ainda não
coletadas com base em uma quantificação de raridade, pelos quais os resultados
27
obtidos devem ser considerados como a menor previsão do número total de
espécies (GOTELLI; COLWELL, 2001). A curva de acumulação de espécies é
representada por um gráfico do número esperado de espécies, em função do
esforço de coleta através da amostragem. A assíntona da curva demonstra que a
probabilidade de adicionar novas espécies à lista é nula, e a não assíntona,
quando esta probabilidade existe (PALMER, 1990).
28
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Descrição da área de estudo
O município de Barroso, com área territorial de 82 km2, está localizado
no centro-sul de Minas Gerais e se encontra sob a influência do bioma Cerrado,
numa área transicional para a Mata Atlântica, fato que influencia positivamente
a biodiversidade. O clima da região é tropical de altitude, caracterizado por
verões quentes e chuvosos (outubro a março) e invernos secos e frios (abril a
setembro) (clima Cwb-mesotérmico de Köppen). A temperatura média anual é
de 18 ºC, com máximas de 24,4 ºC e mínimas de 13,8 ºC; a precipitação média
anual é de 1.390 mm e as cotas altimétricas variam entre 900 e 1.200 m
(NAPOLEÃO, 1979).
O estudo foi conduzido na Mata do Baú, uma área de propriedade
particular, localizada entre as coordenadas geográficas 21º11’ a 21º12’S e
43º55’ a 43º58’W. São aproximadamente 400 hectares com formações
vegetacionais caracterizadas por floresta semidecidual montana, campo cerrado
e floresta ripária (MENINI NETO; ASSIS; FORZZA, 2004) e inclui três
córregos afluentes do rio das Mortes. Esse rio nasce no distrito de Senhora dos
Remédios, Barbacena, MG, e percorre 25 municípios, no total de 278 km, na
mesorregião do Campo das Vertentes, centro-sul do estado de Minas Gerais
(NAPOLEÃO, 1979).
Algumas áreas inseridas na Mata do Baú foram degradadas pela ação
antrópica, de modo que, além da vegetação natural, podem ser encontradas áreas
substituídas por pastagens e cultivo de eucalipto. Entretanto, a Mata do Baú está
inserida entre as regiões prioritárias para a conservação da flora e invertebrados
em Minas Gerais (DRUMMOND et al., 2005).
As coletas foram efetuadas na mata semidecídua, na mata ciliar ao longo
da margem esquerda do rio das Mortes e na área cultivada com eucalipto, cujas
29
plantas apresentavam altura média inicial de cerca de 1,0 m e entre as quais se
desenvolveram diversas gramíneas e outras espécies vegetais invasoras.
3.2 Coleta e identificação dos Neuroptera
As amostragens de Neuroptera foram realizadas no período de março de
2010 a fevereiro de 2011, totalizando 24 coletas efetuadas quinzenalmente em
cada fitofisionomia estudada. Os exemplares foram coletados com rede
entomológica confeccionada com tecido “voile”, com 30 cm de diâmetro e haste
de 1,5 m de comprimento, caminhando-se aleatoriamente no interior de cada
fitofisionomia. Cada coleta foi realizada por duas pessoas treinadas e teve
duração de 1 hora/pessoa, somando-se 2 horas ininterruptas em cada ambiente.
Durante as coletas, procedia-se a batida da rede nos galhos e folhas da
vegetação, capturando-se os exemplares à medida que se deslocavam.
Em laboratório, os exemplares foram mortos a baixas temperaturas (-6
ºC) e, posteriormente, montados em alfinetes entomológicos. Os exemplares de
Ascalaphidae e Mantispidae foram enviados para identificação ao MSc Renato
José Pires Machado, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),
Manaus, AM; os Chrysopidae para o Dr. Renildo Ismael Félix Costa, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG),
Januária, MG; os Hemerobiidae para a Dra. Rogéria Inês Rosa Lara, da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Ribeirão Preto, SP; os
Myrmeleontidae para o MSc Ben Diehl, do Texas A & M University, College
Station, Texas, USA e os Coniopterygidae, para o Dr. Atilano Contreras-Ramos,
da Universidad Nacional Autónoma do México, Cidade do México. Todo
material coletado encontra-se depositado na coleção entomológica do
Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras, exceto os
coniopterigídeos que ainda se encontram com o especialista.
30
3.3 Análise dos dados
Foram obtidos os valores dos índices de diversidade por meio do índice
Shannon Wiener (MAGURRAN, 2004) e a curva acumulativa de espécies, que
ilustra a razão com que as espécies são adicionadas na amostra (MAGURRAN,
2004). Para estimar o número de espécies esperadas a partir do valor observado,
foi utilizado o índice de Jackknife 1. A similaridade quantitativa foi obtida por
meio do índice de Bray-Curtis (MAGURRAN, 2004). As análises foram feitas
utilizando-se o programa Past. Utilizou-se a regressão linear para detectar
possíveis relações entre a variável biótica riqueza e as variáveis abióticas,
temperatura e precipitação pluvial (ZAR, 1986).
As amostras em que não foi coletado nenhum exemplar foram excluídas
das análises. A relação dos Coniopterygidae coletados não foi apresentada
devido aos exemplares ainda não terem sido identificados.
Os dados de temperatura e precipitação pluvial foram obtidos na Estação
Climatológica da fábrica de cimento Holcim em Barroso, localizada a cerca de
10 km do local estudado.
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi coletado, nos três ambientes estudados, um total de 30 espécies e
662 espécimes de Neuroptera, distribuídos entre seis famílias, Ascalaphidae
(seis espécimes), Chrysopidae (619), Coniopterygidae (três), Hemerobiidae (28),
Mantispidae (dois) e Myrmeleontidae (quatro) (Tabela 1).
A análise da comunidade foi feita somente para Chrysopidae, pois os
espécimes pertencentes às demais famílias foram pouco abundantes, o que
impossibilitou a análise. Algumas espécies de Chrysopidae identificadas até o
nível genérico receberam a mesma numeração daquelas identificadas até essa
categoria taxonômica por Costa, Souza e Freitas (2010). A identidade teve como
base os caracteres da genitália, assegurando, portanto, tratar-se da mesma
espécie. Esse procedimento visou facilitar estudos posteriores que venham a
envolver os táxons identificados.
Tabela 1 Espécies de Neuroptera coletadas em áreas de mata semidecidual (MS), mata
ciliar (MC) e eucaliptal (EU), de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do
Baú, Barroso, MG
MS
MC EU TOTAL
Ascalaphidae
Ascalaphinae Rambur, 1842
Ameropterus sp.
2
2
0
4
Ululodes sp.
1
0
0
1
Haplogleninae Newman, 1853
Haploglenius sp.
0
1
0
1
Total
3
3
0
6
Chrysopidae
Chrysopinae Schneider, 1851
Ceraeochrysa gradata (Navás, 1913)
2
0
0
2
Ceraeochrysa josephina (Navás, 1926)
0
1
0
1
Ceraeochrysa tenuicornis Adams & Penny, 1987
0
5
0
5
Ceraeochrysa tucumana (Navás, 1919)
16
13
1
30
Ceraeochrysa sp.1
13
10
2
25
Chrysoperla externa (Hagen, 1861)
0
0
288
288
Chrysopodes sp.1
90
66
0
156
Chrysopodes sp.3
1
0
29
30
32
Tabela 1, “continua”
Plesiochrysa sp.
Leucochrysa (Nodita) superior Navás, 1913
Leucochrysa (Nodita) vieirana (Navás, 1913)
Leucochrysa (Nodita) sp.1
Leucochrysa (Nodita) sp.2
Leucochrysa (Nodita) sp.4
Leucochrysa (Nodita) sp.5
Leucochrysa (Nodita) sp.12
Leucochrysa (Leucochrysa) sp.2
Leucochrysa (Leucochrysa) sp.3
Total
Coniopterygidae
Total
Hemerobiidae
Hemerobiinae Latreille, 1802
Hemerobius bolivari Banks, 1910
Hemerobius gaitoi Monserrat, 1996
Hemerobius hernandezi Monserrat, 1996
Megalominae Krüger, 1922
Megalomus impudicus (Gerstaecker, 1888)
Microminae Krüger, 1922
Nusalala tessellata (Gerstaecker, 1888)
Total
Mantispidae
Drepanicinae Enderlein, 1910
Gerstaeckerella irrorata (Erichson, 1839)
Symphrasinae Navás, 1909
Trichoscelia zikani (Navás, 1936)
Total
Myrmeleontidae
Myrmeleontinae Latreille, 1802
Argenteleon irrigatus (Gerstaecker, 1894)
Myrmeleon sp.
Total
Total Geral
1
2
4
5
16
1
6
6
1
0
164
0
3
8
1
2
4
12
9
0
0
134
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
321
1
5
12
6
18
5
18
15
1
1
619
3
0
0
3
1
4
3
2
5
1
2
0
0
5
9
4
4
0
2
6
1
13
3
11
0
4
4
28
0
1
0
1
1
1
0
1
0
0
1
2
3
1
4
0
0
0
0
0
0
3
1
4
662
33
4.1 Ascalaphidae
Ascalaphidae ficou representada por seis espécimes pertencentes a duas
subfamílias, três gêneros e três espécies. Ascalaphinae foi representada por
Ameropterus sp. e Ululodes sp. e Haplogleniinae, por Haploglenius sp. Dois
exemplares de Ameropterus sp. foram coletados na mata semidecídua e dois na
mata ciliar; Ululodes sp. foi coletado na mata semidecídua e Haploglenius sp.,
coletado na mata ciliar.
De acordo com Penny (2002), Ameropterus Esben-Petersen, 1922 é
caracterizado pela disposição das nervuras MA, MP e Cu as quais formam um
conjunto de três veias paralelas dispostas em ângulo diagonal na asa posterior.
Embora seja um gênero Neotropical, com 21 espécies conhecidas desde o sul do
México ao norte da Argentina (PENNY, 2002), ele foi representado por somente
uma espécie no levantamento efetuado.
Espécies de Ululodes Currie, 1899 são caracterizadas por apresentarem
os olhos compostos divididos, nervura CuP do lobo anal das asas posteriores
fortemente arqueada e de comprimento médio, e asas posteriores de largura
semelhante às anteriores (PENNY, 2002).
Segundo Penny (2002), os machos de Haploglenius Burmeister, 1839
têm uma aba articulada no pronoto, a qual consiste em uma característica
peculiar do grupo. Essa estrutura, que pode ter função de defesa (EISNER;
ADAMS, 1975), é mais ou menos desenvolvida em diferentes espécies e, em
algumas, ainda esconde uma mancha de coloração brilhante (PENNY, 2002).
Para o Brasil, Penny (1977) registrou a ocorrência de 15 espécies
pertencentes a esses três gêneros.
34
4.2 Chrysopidae
4.2.1 Abundância
Nos três ambientes amostrados foram coletados 619 espécimes de
crisopídeos, pertencentes a 18 espécies, distribuídas entre cinco gêneros, todos
da subfamília Chrysopinae e das tribos Chrysopini e Leucochrysini (Gráfico 1).
Em levantamento realizado na área de proteção ambiental Parque Ecológico
Quedas do Rio Bonito, no município de Lavras, MG, no período de outubro de
2003 a janeiro de 2005, Costa, Souza e Freitas (2010) capturaram 1.948
espécimes de Chrysopidae, pertencentes a 30 espécies.
Representantes de ambas as tribos foram capturados tanto nos ambientes
de mata quanto no eucaliptal. Para Chrysopini, registrou-se a ocorrência de
Ceraeochrysa Adams, 1982; Chrysoperla, Chrysopodes Navás, 1913 e
Plesiochrysa Adams, 1982. Para Leucochrysini, foram coletados exemplares de
Leucochrysa McLachlan, 1868, pertencentes aos subgêneros Leucochrysa
McLachlan, 1868 e Nodita Navás, 1916. As duas tribos contaram com o mesmo
número de espécies (9), porém, Chrysopini foi a que apresentou maior
abundância, agrupando 86,9% do total de crisopídeos coletados. Silva (2008)
também verificou maior abundância de Chrysopini (77,9% do total de espécimes
coletados) em relação à Leucochrysini, que apresentou a maior riqueza, com oito
espécies capturadas.
35
Gráfico 1 Abundância de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em áreas de
mata semidecidual (MS), mata ciliar (MC) e eucaliptal (EU), de março de
2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG
Leucochrysa foi representado por 9 espécies e 81 espécimes;
Ceraeochrysa, por um total de 63 espécimes pertencentes a quatro espécies;
Chrysopodes, por duas espécies que agruparam 186 espécimes; Chrysoperla, por
288 espécimes de uma única espécie e Plesiochrysa, por um único espécime.
Dos cinco gêneros coletados, Ceraeochrysa, Chrysopodes e Leucochrysa foram
comuns aos três ambientes; Chrysoperla foi coletado somente no eucaliptal e
Plesiochrysa, somente na mata semidecídua.
Nos dois ambientes de mata foram coletados 298 espécimes, 164 na
mata semidecídua e 134 na mata ciliar, distribuídos entre 4 gêneros e 16
espécies. Os gêneros mais abundantes foram Leucochrysa, representado por oito
espécies e Ceraeochrysa, por cinco espécies. Os gêneros com maior número de
espécimes foram Chrysopodes, com 157 indivíduos (52,7% do total coletado) e
Leucochrysa, com 80 indivíduos (26,8% do total coletado).
36
Com relação às cinco espécies com o menor número de exemplares
capturados, constataram-se dois espécimes de Ceraeochrysa gradata (Navás,
1913), provenientes da mata semidecídua e coletados em agosto e outubro de
2010, e um espécime de Ceraeochrysa josephina (Navás, 1926), coletado na
mata ciliar em agosto de 2010. Os únicos exemplares de Plesiochrysa sp. e de
Leucochrysa (L.) sp.2 foram coletados na mata semidecídua, ambos em
fevereiro de 2011 e, também nesse mesmo mês/ano, foi coletado, em eucaliptal,
o único espécime de Leucochrysa (L.) sp.3.
A espécie Chrysopodes sp.1 foi a mais abundante, com 156 espécimes,
que corresponderam a 52,3% do total de crisopídeos coletados nas áreas de
mata, seguida por Ceraeochrysa tucumana (Navás, 1919), Ceraeochrysa sp.1,
Leucochrysa (N.) sp.2, Leucochrysa (N.) sp.5 e Leucochrysa (N.) sp.12, com 29,
23, 18, 18 e 15 espécimes, respectivamente. Chrysopodes sp.1 também foi a
espécie mais abundante (325 espécimes/45% do total coletado) no levantamento
realizado, por Costa, Souza e Freitas (2010), no Parque Ecológico Quedas do
Rio Bonito, Lavras, MG, entre outubro de 2003 e janeiro de 2005. Em estudo
realizado no período de agosto a dezembro de 2002, em fragmentos de floresta
estacional semidecídua nos municípios de Bom Sucesso e Lavras, MG, Souza,
Costa e Louzada (2008) identificaram Ceraeochrysa tucumana como a espécie
mais abundante (45 exemplares/29,2% do total coletado).
As espécies Ceraeochrysa gradata, Chrysopodes sp.3, Plesiochrysa sp.
e Leucochrysa (L.) sp.2 foram encontradas apenas na mata semidecídua;
Ceraeochrysa josephina e Ceraeochrysa tenuicornis Adams & Penny, 1987,
foram somente na mata ciliar e as demais espécies foram comuns às duas
fitofisionomias.
No eucaliptal foram coletados 321 espécimes, distribuídos entre quatro
gêneros e cinco espécies. Ceraeochrysa foi representado por Ceraeochrysa
tucumana e Ceraeochrysa sp.1, e os outros três gêneros por apenas uma espécie:
37
Chrysoperla externa, Chrysopodes sp.3 e Leucochrysa (L.) sp.3. Em
levantamento realizado em plantio comercial de Pinus taeda Linnaeus, 1753, no
sul do Paraná, Cardoso et al. (2003) coletaram 47 espécimes de crisopídeos,
pertencentes a dois gêneros e três espécies, Chrysoperla externa, Leucochrysa
(N.) intermedia (Scheneir, 1851) e Leucochrysa (N.) vieirana (Navás, 1913).
A espécie mais abundante no cultivo de eucalipto foi Chrysoperla
externa, com 288 espécimes, que representaram 89,7% do total de crisopídeos
coletados nesse ambiente. Essa espécie foi seguida por 29 espécimes de
Chrysopodes sp.3 e dois de Ceraeochrysa sp.1, coletados, respectivamente, em
dezembro de 2010 e janeiro de 2011. Ceraeochrysa tucumana e Leucochrysa
(L.) sp.3 também foram constatados no eucaliptal, mas foram representados por
apenas um exemplar, ambos coletados em fevereiro de 2011. Cardoso et al.
(2003) relataram que Chrysoperla externa foi a espécie mais comum em
levantamento de crisopídeos em plantio comercial de P. taeda. Em levantamento
da entomofauna como uso de armadilhas Malaise, na Estação Ecológica da
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Kumagai (2002)
coletou 501 exemplares de neurópteros e Chrysoperla externa também foi a
espécie mais abundante. Os resultados de Kumagai (2002) são interessantes,
haja vista que essa espécie apresenta maior abundância em ambiente antropisado
(COSTA; SOUZA; FREITAS, 2010) e o levantamento foi efetuado em um
ambiente natural.
A maior abundância entre os espécimes de crisopídeos foi registrada
para Chrysoperla externa, a qual foi detentora de 46% do total amostrado nos
três ambientes, e todos os exemplares foram coletados no eucaliptal.
4.2.2 Riqueza
38
A maior riqueza de espécies foi observada na área de mata semidecídua,
onde foram coletados representantes de 14 espécies. Na área de mata ciliar
coletaram-se 12 espécies e no eucaliptal, 5. Os valores do índice de Shannon
Wiener, para comparação da diversidade entre os três ambientes, foram: H’ =
0,77 para a mata ciliar, H’ = 0,72 para a mata semidecídua e H’ = 0,17 para o
eucaliptal.
O menor valor de diversidade no eucaliptal, em relação aos ambientes de
mata, revela menor proporcionalidade entre as espécies, em termos de
abundância. O fato de o eucaliptal ter apresentado valor inferior de diversidade
pode estar relacionado com a abundância de exemplares de Chrysoperla externa
capturados nesse ambiente, os quais representaram 89,7% do total de crisopídeos
coletados nesse local. Costa, Souza e Freitas (2010) compararam a diversidade
entre fisionomias florestais e formações abertas e obtiveram índices de 2,02 e
0,94, respectivamente; maior riqueza e diversidade também foram registradas
em formações florestais. De acordo com Stelzl e Devetak (1999), os
neurópteros, em geral, apresentam especialização em relação a uma espécie ou
grupo de espécies vegetais. Assim, a diversidade de plantas presentes nas
florestas poderia explicar a maior diversidade de neurópteros nesses ambientes,
quando comparada com a dos monocultivos agrícolas.
Os valores de equitabilidade foram: E = 0,63 para a mata semidecídua, E
= 0,72 para a mata ciliar e E = 0,24 para o eucaliptal. Como os valores de
equitabilidade próximos a 1 indicam uma distribuição uniforme dos indivíduos
entre as espécies e os valores próximos de 0, uma situação oposta (KREBS,
1999), constata-se que, na mata ciliar, as espécies foram representadas de forma
mais uniforme em relação ao número de indivíduos coletados nesse ambiente.
Por outro lado, no eucaliptal houve maior discrepância na distribuição dos
exemplares entre as cinco espécies coletadas, devido à abundância de
39
Chrysoperla externa, cujo número de exemplares capturados correspondeu a
89,7% do total coletado nesse ambiente.
O teste de Jackknife 1 indicou uma estimativa de riqueza de 15,9
espécies para a mata semidecídua, 14,8 para a mata ciliar e 6,9 para o eucaliptal
(Gráficos 2, 3 e 4).
Quando analisadas as curvas produzidas com os valores de riqueza
observados, com os dados dos três locais de amostragem, constatou-se que, na
mata semidecídua e na mata ciliar, as curvas de acumulação de espécies (valores
observados) apresentaram tendência à estabilização. Essa informação indica que
o número real de espécies observadas foi mais próximo dos valores dos
estimadores de diversidade (Gráficos 2 e 3). Diferentemente, na área cultivada
com eucalipto não foi observada tendência à estabilização, sugerindo que novas
espécies poderiam ser adicionadas se aumentado o esforço amostral, por meio da
continuidade das coletas ou aumento da frequência das amostragens (Gráfico 4).
Gráfico 2 Riqueza de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em área de mata
semidecidual, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso,
MG
40
Gráfico 3 Riqueza de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em área de mata
ciliar, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG
Gráfico 4 Riqueza de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em área de
eucaliptal, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG
41
Com relação à riqueza de espécies, cabe ressaltar que as espécies de
crisopídeos não identificadas podem constituir novos táxons. São necessários
estudos que envolvam uma revisão do grupo, os quais poderão culminar com
novas descrições ou novos registros, com o consequente aumento do número de
espécies de Chrysopidae para o estado de Minas Gerais e para o Brasil.
4.2.3 Similaridade
A maior similaridade foi observada entre as fisionomias de mata
semidecídua e mata ciliar (80%), em relação ao eucaliptal (Figura 1). Os
resultados obtidos são efetivamente alicerçados pelo fato de os monocultivos se
caracterizarem
como
ambientes
de
baixa
complexidade
estrutural
(GLIESSMAN, 2001), diferentemente dos ecossistemas florestais, onde se
verifica alta complexidade dos seus componentes (SAMWAYS; MCGEOCH;
NEW, 2010).
Quando analisada a associação entre o material coletado na mata
semidecídua e as condições climáticas ocorridas ao longo do período de
amostragem, verificou-se que, nos meses com temperatura e precipitação pluvial
mais elevadas, houve a formação de um grupamento similar que compreendeu as
coletas efetuadas em agosto/1 (primeira coleta de agosto), outubro/1 e 2,
novembro/2 e dezembro/1 e 2 de 2010, bem como nas quatro coletas realizadas
em 2011, janeiro/1 e 2 e fevereiro/1 e 2. Nessas coletas foram registradas 14
espécies, compreendendo todas aquelas do gênero Leucochrysa (Nodita), além
de Leucochrysa (L.) sp.2, Plesiochrysa sp., Chrysopodes sp.1, Chrysopodes
sp.3, Ceraeochrysa sp.1, Ceraeochrysa tucumana e Ceraeochrysa gradata
(Figura 2).
A segunda coleta do mês de agosto foi a que apresentou menor
similaridade, ocasião essa marcada por temperatura e precipitação pluvial mais
42
baixas, e coleta em que foi registrada a espécie Ceraeochrysa gradata (Figura
2). Segundo Gitirana Neto et al. (2001), as condições de baixa precipitação e
temperatura favoreceram a ocorrência de Ceraeochrysa em levantamentos
efetuados em pomares de citros no município de Lavras, MG.
-
MC
MS
EU
96
84
72
% Similaridade 60
48
36
24
12
0
Figura 1 Dendograma de similaridade de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae)
coletados em áreas de mata semidecidual (MS), mata ciliar (MC) e eucaliptal
(EU) de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG
Na mata ciliar foi observada alta similaridade entre a segunda coleta de
dezembro de 2010 e as duas coletas de fevereiro de 2011, período também
marcado por temperatura e precipitação pluvial mais elevadas. Nessas coletas
foram registradas: Ceraeochrysa tenuicornis, Ceraeochrysa sp.1, Chrysopodes
sp.1, Leucochrysa (N.) vieirana, Leucochrysa (N.) sp.5 e Ceraeochrysa
tucumana. Assim como ocorreu na mata semidecídua, a segunda coleta realizada
em agosto apresentou menor similaridade. Nessa coleta, foram amostradas as
espécies Ceraeochrysa josephina e Leucochrysa (N.) sp.5 (Figura 3).
Em relação ao eucaliptal, foi observada grande similaridade entre as
coletas realizadas em junho/1 e 2, julho/1, agosto/1 e setembro/1, período
43
caracterizado por temperatura e precipitação pluvial mais baixas (Figura 4).
Nessas coletas foram obtidos somente exemplares de Chrysoperla externa,
assemelhando-se aos resultados de Costa, Souza e Freitas (2010) que também
registraram a coleta de exemplares dessa espécie nesse período. Resultados
semelhantes foram obtidos por Souza e Carvalho (2002) que, estudando a
sazonalidade dessa espécie em pomares de citros, constataram correlação
negativa entre temperatura, precipitação pluvial e umidade relativa do ar e a
densidade populacional desses insetos.
A segunda coleta realizada no mês de fevereiro foi a menos similar.
Nessa coleta foram capturados exemplares de Ceraeochrysa tucumana,
Chrysopodes sp.3 e Leucochrysa (L.) sp.3 (Figura 4).
Figura 2 Dendograma de similaridade entre as coletas de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) efetuadas em área de mata
semidecidual, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG (01 corresponde à primeira coleta
realizada no mês e 02 à segunda coleta realizada no mês)
44
Figura 3 Dendograma de similaridade entre as coletas de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) efetuadas em área de mata ciliar, de
março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG (01 corresponde à primeira coleta realizada no mês e 02 à
segunda coleta realizada no mês)
45
Figura 4 Dendograma de similaridade entre as coletas de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) efetuadas em área de eucaliptal, de
março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Ba”, Barroso, MG (01 corresponde à primeira coleta realizada no mês e 02 à
segunda coleta realizada no mês)
46
47
4.2.4 Sazonalidade
Na área de mata semidecídua, a abundância de espécimes de crisopídeos
foi mais alta entre os meses de outubro de 2010 e fevereiro de 2011, com pico
populacional em dezembro (Gráfico 5). A época de maior ocorrência coincidiu
com o período entre primavera e verão, que é caracterizado por índices mais
elevados de temperatura e precipitação pluvial (Gráfico 6).
Em levantamento de crisopídeos em floresta estacional semidecídua,
campo de altitude, campo rupestre e cerrado, em Lavras, MG, distante cerca de
120 km do município de Barroso, Costa, Souza e Freitas (2010) também
registraram aumento populacional a partir do mês de agosto, com pico em
dezembro.
Gráfico 5 Distribuição sazonal de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em
área de mata semidecídua, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do
Baú, Barroso, MG
48
Gráfico 6 Precipitação pluvial (mm) e temperatura média (ºC) registrada pela estação
climatológica da fábrica de cimento Holcim, em Barroso, MG, de março de
2010 a fevereiro de 2011
Houve correlação positiva entre a precipitação pluvial e a riqueza de
espécies de crisopídeos na área de mata semidecídua, observando-se um maior
número de espécies em períodos de maior pluviosidade (Gráfico 7). Não foi
verificada correlação significativa entre a riqueza de espécies e a temperatura,
nesse ambiente.
49
10
9
Riqueza mata semidecídua
8
7
6
5
4
3
2
1
0
-0,02
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Precipitação pluviométrica (mm)
Precipitação pluvial (mm): Total MS: r2 = 0,3610; r = 0,6008; p = 0,0388
Gráfico 7 Correlação entre a riqueza de espécies de crisopídeos (Neuroptera:
Chrysopidae) coletados em área de mata semidecídua (MS), de março de
2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú, Barroso, MG, e a precipitação
pluvial
Na área de mata ciliar, a abundância de espécimes foi mais alta entre os
meses de dezembro de 2010 (2ª coleta) e fevereiro de 2011 (2ª coleta) (Gráfico
8), coincidindo também com a elevação da temperatura e da precipitação pluvial
(Gráfico 6). Resultado semelhante foi encontrado por Cardoso et al. (2003), em
uma área de cultivo de P. taeda, no sul do Paraná, onde se registrou um pico
populacional de crisopídeos em dezembro de 1999 e fevereiro de 2000.
Não houve correlação significativa entre temperatura e precipitação
pluvial com a riqueza de espécies na mata ciliar. Costa, Souza e Freitas (2010)
também não observaram influência da precipitação pluvial na riqueza de
crisopídeos em coletas realizadas em área de mata semidecídua. Como as coletas
50
foram efetuadas próximo a cursos d’água, os autores atribuíram os resultados à
disponibilidade de água e à alta umidade do ar no ambiente ao longo de todo o
ano.
No eucaliptal, a abundância de espécimes foi mais alta entre os meses de
maio e agosto de 2010 (1ª coleta) (Gráfico 9), coincidindo com o período de
inverno, o qual é caracterizado por queda na temperatura e na precipitação
pluvial (Gráfico 6).
Gráfico 8 Distribuição sazonal de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em
área de mata ciliar, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú,
Barroso, MG
51
Gráfico 9 Distribuição sazonal de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) coletados em
área de eucaliptal, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú,
Barroso, MG
O número de adultos de Chrysoperla externa variou durante o ano,
tendo os maiores picos populacionais sido observados em maio (2ª coleta), julho
(2ª coleta) e agosto (2ª coleta) de 2010. Em levantamentos realizados em
ambiente silvestre e em diferentes agroecossistemas, no estado de Minas Gerais,
foi também observado que a redução da precipitação pluvial e da temperatura
favoreceu o aumento no número de adultos dessa espécie (KUMAGAI, 2002;
SILVA et al., 2006; SOUZA; CARVALHO, 2002). Brooks e Barnard (1990)
relataram que as espécies do gênero Chrysoperla se adaptaram ao inverno em
zonas temperadas e, por isso, encontram-se distribuídas em diversas regiões do
planeta.
A maior abundância populacional de Chrysoperla externa coincidiu,
também, com a ausência de Chrysopodes sp.3, cuja ocorrência foi constatada a
partir da segunda quinzena de setembro de 2010 até fevereiro de 2011. O pico
populacional dessa espécie ocorreu na primeira coleta de janeiro, quando se
52
registraram oito indivíduos (27,6% do total coletado). Um espécime de
Chrysopodes sp.3 foi coletado em maio de 2010 (Gráfico 10).
Gráfico 10 Dinâmica populacional de Chrysoperla externa e Chrysopodes sp.3 coletados
em área de eucaliptal, de março de 2010 a fevereiro de 2011. Mata do Baú,
Barroso, MG
Chrysoperla externa é uma das espécies de crisopídeos mais estudadas
no Brasil, especialmente pela sua ocorrência em diversas plantas cultivadas, nas
quais já foi encontrada alimentando-se de vários artrópodes-praga. Esse
predador tem alcançado destaque no contexto do controle biológico natural e em
programas de liberações (FREITAS, 2001; GRAVENA, 1980; SOUZA;
CARVALHO, 2002).
Verificou-se, no eucaliptal, maior número de espécies associadas com a
elevação da temperatura (Gráfico 11). Não houve influência da precipitação
pluvial sobre a riqueza de espécies de crisopídeos. A ausência de correlação
entre o volume de chuvas e a riqueza do táxon também foi verificada por Costa,
Souza e Freitas (2010), em ambientes de vegetação aberta (campo rupestre e
campo de altitude). Segundo os autores, a interação negativa entre as populações
53
de Chrysoperla externa e Chrysopodes sp.3 poderia explicar a ausência do efeito
da pluviosidade sobre a comunidade de Chrysopidae.
3,2
3,0
2,8
Riqueza eucaliptal
2,6
2,4
2,2
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
12
14
16
18
20
22
24
Temperatura (ºC)
Temperatura (°C): Total EU: r2 = 0,3457; r = 0,5880; p = 0,0443
Gráfico 11 Correlação entre a riqueza de espécies de crisopídeos (Neuroptera:
Chrysopidae) coletados em área de eucaliptal (EU), de março de 2010 a
fevereiro de 2011, em Barroso, MG, e temperatura
4.3 Coniopterygidae
Foram capturados três espécimes de coniopterigídeos na mata
semidecídua, dois deles coletados em novembro de 2010 e o outro em janeiro de
2011. Em trabalho sobre os coniopterigídeos das Américas, realizado por
Meinander (1986), foram registrados, para o Brasil, os gêneros Neoconis
Enderlein, 1929 (5 espécies); Coniopteryx (Scotoconiopteryx) Meinander,
54
1972 (22); Coniopteryx (Coniopteryx) Curtis, 1864 (4) e Semidalis Enderlein,
1905 (6).
4.4 Hemerobiidae
Foram coletados 28 espécimes de hemerobiídeos, distribuídos entre três
gêneros e cinco espécies. O gênero mais abundante foi Hemerobius Linnaeus,
1758, que contou com 18 espécimes distribuídos entre Hemerobius bolivari,
Hemerobius hernandezi Monserrat, 1996 e Hemerobius gaitoi Monserrat, 1996.
De acordo com Monserrat (1990), Hemerobius abriga cerca de 130 espécies
descritas, o maior número de espécies da família. Esse gênero, juntamente com
Micromus Rambur, 1842, caracteriza-se por incluir espécies promissoras no
controle biológico de pragas, devido à sua ampla gama de presas e habitats
explorados (NEW, 1988). De acordo com Monserrat (1998), Hemerobius
hernandezi e Hemerobius gaitoi são conhecidas das Américas do Sul e Central.
Megalomus Rambur, 1842 ficou representado por seis espécimes de
Megalomus impudicus. A maioria das espécies desse gênero tem ocorrência
registrada para a região Holártica (MONSERRAT, 1997).
Nusalala Navás, 1913 foi representado por quatro espécimes de
Nusalala tessellata. Adultos dessa espécie possuem a cabeça, as regiões lateral e
ventral do tórax, pernas e abdome predominantemente amarelo-palha; o vértice
com manchas marrons; escapo e pedicelo lateralmente sombreados de marrom e
o dorso torácico marrom-claro. A genitália masculina possui o nono tergito
estendido anteroventralmente, sem projeções; nono esternito estendido
posteroventralmente, arredondado apicalmente; ectoprocto subtriangular, com
projeção posteroventral pequena e cônica (LARA; FREITAS, 2002). Segundo
Monserrat (2002), essa é uma espécie generalista, coletada em diversos hábitats
e cultivos agrícolas. A ocorrência de Nusalala tessellata é citada por Lara e
55
Freitas (2002) em vários cultivos agrícolas em municípios do estado de São
Paulo, como pomares de citros, plantios de soja, algodão e milho; também foi
registrada em cultivos de sorgo em Minas Gerais e de erva-mate no Paraná.
Na mata semidecídua foram coletados 13 indivíduos; na mata ciliar, 11 e
no eucaliptal, quatro. Nesse último ambiente coletaram-se dois exemplares de
Megalomus impudicus e dois de Hemerobius bolivari, todos no mês de
novembro.
Hemerobius bolivari foi coletado nos três ambientes amostrados, nos
meses de outubro, novembro e dezembro, totalizando cinco exemplares.
Monserrat (2008) relatou que essa espécie é comum e amplamente distribuída na
região Neotropical, do sul do México até o sul da Argentina; possui morfologia
e pigmentação do corpo relativamente variável e é generalista na seleção do
hábitat e do substrato vegetal.
Foram coletados três espécimes de Hemerobius hernandezi na mata
semidecídua, nos meses de agosto, outubro e novembro, e um exemplar na mata
ciliar, no mês de dezembro.
Dos nove exemplares de Hemerobius gaitoi amostrados, quatro foram
coletados na mata semidecídua, entre outubro e janeiro, e os outros cinco,
coletados na mata ciliar, nos meses de outubro e dezembro.
Foram coletados quatro exemplares de Megalomus impudicus na mata
semidecídua, nos meses de novembro e dezembro, e dois no eucaliptal, em
novembro.
Três exemplares de Nusalala tessellata foram coletados na mata ciliar,
nos meses de junho e outubro, e um exemplar foi coletado na mata semidecídua,
no mês de novembro.
Lara, Perioto e Freitas (2010), avaliando a diversidade de hemerobiídeos
e suas associações com presas em cafeeiros, coletaram 882 exemplares
pertencentes a sete espécies: Nusalala tessellata, Hemerobius bolivari,
56
Megalomus impudicus, Megalomus rafaeli, Sympherobius miranda Navás, 1920,
Sympherobius ariasi Penny & Monserrat, 1985 e Nomerobius psychodoides
(Blanchard, 1851).
Utilizando três métodos de amostragem, rede de varredura e armadilhas
de Möericke e luminosa, Lara et al. (2008) coletaram 489 exemplares
pertencentes aos gêneros Nusalala Navás, 1913, Hemerobius, Megalomus e
Sympherobius Banks, 1904, em cultivo de café, no município de Cravinhos, SP.
4.5 Mantispidae
Foram coletados dois espécimes de Mantispidae pertencentes aos
gêneros Gerstaeckerella e Trichoscelia.
Gerstaeckerella irrorata (Erichson, 1839) (Drepanicinae) foi coletada na
mata ciliar, no mês de junho. De acordo com Penny e Costa (1983), no Brasil há
registros de duas espécies deste gênero, Gerstaeckerella irrorata e
Gerstaeckerella gigantae Enderlein, 1910. Ambas as espécies são muito
semelhantes, porém, Gerstaeckerella irrorata possui menor tamanho e ausência
de uma faixa marrom-escura transversal na área M-A da asa anterior, típica de
Gerstaeckerella gigantea. Além disso, essas espécies de diferenciam pela forma
dos gonocoxitos masculinos. O exemplar tipo de Gerstaeckerella irrorata
estudado por Penny e Costa (1983) pertence à fauna brasileira, porém, não
constam informações sobre o local e a data de coleta. Há registro de um
exemplar de Nova Teutônia, estado de Santa Catarina, depositado no Museu de
Viena (Áustria). Outros exemplares da Coleção da Universidade Federal do
Paraná foram coletados em Guarauna, PR, e em Brasília, DF (PENNY; COSTA,
1983).
Trichoscelia zikani (Navás, 1936) (Symphrasinae) foi coletada em
novembro, na mata semidecídua. Esse gênero tem distribuição neotropical e
57
ocorre desde o norte da Argentina até o México, com oito espécies registradas
para o Brasil (PENNY; COSTA, 1983). Segundo Penny (1982a), as espécies
desse gênero predam vespas do gênero Polybia Lepeletier, 1836.
De acordo com Penny e Costa (1983), Trichoscelia zikani é facilmente
identificada pela pigmentação no ápice de ambos os pares de asas. Ao revisar as
espécies brasileiras, os autores redescreveram alguns exemplares desta espécie,
coletados em Itatiaia, RJ, na serra do Caraça, MG e em Salesópolis, SP.
Em levantamento da fauna de mantispídeos do dossel de uma área de
floresta na Amazônia, com a utilização de armadilha luminosa (lençol branco
iluminado com luz mista de vapor de mercúrio e lâmpada BLB-luz negra)
montada em uma torre a 45 m de altura do solo, Machado (2007) coletou 12
espécies pertencentes a seis gêneros, duas das quais incluídas em Trichoscelia:
Trichoscelia egella (Westwood, 1867) e Trichoscelia sequella (Westwood,
1867).
4.6 Myrmeleontidae
Foram coletados quatro espécimes de Myrmeleontidae, subfamília
Myrmeleontinae Latreille, 1802, sendo três de Argentoleon irrigatus
(Gerstaecker, 1894) e um de Myrmeleon sp., todos oriundos da mata
semidecídua.
De acordo com Stange (2010), os adultos de Argentoleon irrigatus
possuem a fronte sem cerdas; antena com cerca de 30 flagelômeros em ambos os
sexos; fossas antenais separadas pelo mesmo comprimento do pedicelo;
mesonoto sem cerdas; esporões tibiais presentes e garras pré-tarsais grandes, e
mais da metade do comprimento do tarsômero distal. Segundo o autor, a espécie
tem distribuição conhecida para Argentina, Bolívia, Brasil (São Paulo),
Paraguai, Uruguai e Venezuela.
58
Myrmeleon é o maior gênero da família, com 165 espécies descritas e de
distribuição cosmopolita (STANGE, 2002).
59
5 CONCLUSÕES
Conclui-se que os ambientes menos diversos, com baixa complexidade
estrutural, como o monocultivo de eucalipto, não fornecem recursos para a
diversidade de Neuroptera. Por outro lado, ambientes com maior diversidade
vegetacional, como os fragmentos de mata semidecidual e ciliar, favorecem a
riqueza e a diversidade de espécies do grupo.
Conclui-se, também, que os ambientes com baixa diversidade
vegetacional, como o monocultivo de eucalipto, fornecem condições e recursos
suficientes para o aumento populacional de Chrysoperla externa, que teve sua
ocorrência restrita a esse ambiente.
Períodos com temperatura e precipitação pluvial mais elevadas
favorecem a abundância de crisopídeos nos ambientes de mata. Períodos mais
secos e mais frios favorecem a abundância desses insetos em ambientes
antropisados e com menor diversidade vegetacional.
Como existem espécies que não foram identificadas, a Mata do Baú
pode abrigar uma fauna composta por novos táxons que ainda carecem de
descrição, acarretando no aumento da lista de neurópteros para o Brasil. Assim,
os resultados obtidos confirmam a importância da conservação desse ambiente
para a manutenção de espécies e a conservação da diversidade do grupo.
É necessária a continuidade das pesquisas relacionadas ao levantamento
de neurópteros, visando um conhecimento maior da diversidade desses insetos
no local.
60
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