Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. A estética facial como determinante absoluta na eleição do tratamento ortodôntico-cirúrgico Facial aesthetics as the main determinant in the election of orthodontic treatment Camila Carvalhal Tabet Coque1 Guilherme Milanese Capelozza2 Reinaldo Mazzottini3 Mauricio de Almeida Cardoso4 Leopoldino Capelozza Filho4 Resumo O tratamento ortodôntico-cirúrgico das más oclusões do Padrão III visa corrigir não somente a oclusão, mas, especialmente, a desarmonia facial. Com essa perspectiva, o diagnóstico deverá priorizar a face, identificando a localização e gravidade do problema, de acordo com o gênero, idade, cor e, o mais importante, dando ênfase à queixa principal do paciente. O tratamento ortodôntico descompensatório deve criar relações oclusais condizentes com a desarmonia facial e oferecer ao cirurgião a chance de mudar, tanto quanto o necessário, as relações faciais. O presente trabalho tem por objetivo ilustrar, por meio de um caso clínico, a sequência de tratamento de uma paciente adulta, assimétrica, Padrão III por deficiência maxilar, com queixa principal relacionada à moderada desarmonia facial. O tratamento envolveu ortodontia descompensatória e cirurgia ortognática de avanço maxilar, resgatando a condição de normalidade oclusal e facial, atendendo plenamente a queixa da paciente. Descritores: Má oclusão de Angle Classe III, diagnóstico, cirurgia ortognática. Abstract Orthodontic-surgical treatment of Pattern III malocclusions aims to correct not only the occlusion, but specially to achieve the facial harmony. Thus, the diagnosis should prioritize facial aesthetics, identifying the localization and the severity of the problem, according to the gender, age, race and the patient main complaint. The decompensation orthodontic treatment aims to create an occlusal condition compatible to the facial disharmony offering the surgeon the possibility to perform changes during the correction of facial relation. The present article aimed to illustrate by a case report, the treatment sequence of an adult Pattern III patient with maxillary deficiency who presented as the main complaint was facial disharmony despite a mild facial discrepancy. The treatment involved decompensation orthodontics and orthognathic surgery for maxillary advancement, recovering the normal occlusion and facial condition. Descriptors: Angle Class III Malocclusion, diagnosis, orthognathic surgery. Especialista em Ortodontia – PROFIS – Bauru/SP. Especialista e aluno do Curso de Mestrado em Ortodontia – USC – Bauru/SP, Professor do Curso de Especialização – PROFIS – Bauru/SP. Professor Doutor – FOB/USP, Membro do Setor de Cirurgia Ortognática – HRAC – USP, Professor do Curso de Especialização - PROFIS – Bauru/SP. 4 Professor Doutor do Programa de Graduação e Pós-Graduação em nível de Mestrado em Ortodontia – USC – Bauru/SP e do Curso de especialização – PROFIS – Bauru/SP. 1 2 3 E-mail do autor: [email protected] Recebido para publicação: 01/08/2014 Aprovado para publicação: 13/08/2014 Como citar este artigo: Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. A estética facial como determinante absoluta na eleição do tratamento ortodôntico-cirúrgico. Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. 352 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. Relato de caso / case report Introdução e revisão de literatura Os indivíduos do padrão III são portadores de más oclusões resultantes da diminuição do degrau sagital maxilomandibular, provocadas por retrusão maxilar, protrusão mandibular ou associação entre estes dois componentes1,2,6,9,10,14,15. No Brasil, a prevalência das más oclusões de Classe III é de aproximadamente 3%, variando de acordo com a região do país1,2,6,16,17. O diagnóstico correto para identificação dos componentes da má oclusão é de grande importância. O uso da análise facial subjetiva14, em conjunto com o que se rotula diagnóstico apoiado em morfologia1,2, possibilita determinar a meta terapêutica adequada e permite ao profissional atuar na essência do problema, especialmente quando a estética facial está envolvida. Essas são exatamente as circunstâncias que envolvem o diagnóstico e a eleição de metas terapêuticas nos indivíduos portadores das más oclusões do padrão III. Com a convexidade facial reduzida, é preciso diagnóstico diferencial para identificar como ela foi construída. A deficiência maxilar pode ser detectada por uma ausência de projeção na região zigomática, com ausência do sulco nasogeniano e sensação de exoftalmia, prejudicando a expressão facial de modo proporcional à sua gravidade. Por outro lado, a protrusão mandibular ou prognatismo cria uma linha queixo-pescoço aumentada, excesso na altura facial anteroinferior e redução ou ausência do sulco mentolabial pela verticalização do lábio inferior que, frequentemente, está à frente do lábio superior1,2. Quando o prognatismo é o agente causal principal, é possível que o sulco nasogeniano esteja aplainado, mesmo com um terço médio normal, pelo deslocamento para anterior do tecido mole que recobre a área, mascarando a leitura da projeção zigomática. Nessa situação, o diagnóstico diferencial é feito pela evidencia ou não de depressão infraorbitária. Na avaliação frontal, especialmente em mulheres, importância primária deve ser dada à altura facial anterior inferior, aumentada quando o prognatismo é o agente causal, pelo impacto estético significante. O tratamento das más oclusões do padrão III depende de alguns fatores como localização, etiologia, idade e gravidade. Um diagnóstico adequado, considerando esses fatores, permitirá um melhor prognóstico e a adoção de metas terapêuticas consistentes1,2. Existem três possibilidades de tratamento para esse tipo de doença: manipulação do crescimento que, por definição, é uma conduta reservada a períodos de manifestação desse processo; camuflagem da oclusão que consiste no tratamento ortodôntico compensatório; ou tratamento corretivo ortodôntico cirúrgico, também conhecido como tratamento ortodôntico descompensatório para cirurgia13. O tratamento ortodôntico cirúrgico, hipótese tera- pêutica para o pós-crescimento, ganha ênfase quando a deformidade torna a face desagradável1,14 e/ou quando expressa ao nível dentoalveolar uma discrepância que limita e contraindica a execução de um tratamento ortodôntico compensatório8. As más oclusões do padrão III frequentemente apresentam participação mandibular, componente esquelético de manifestação tardia de crescimento. Dessa forma, a época mais oportuna para o tratamento ortodôntico cirúrgico é, no mínimo, após o final do crescimento puberal, com objetivo de potencializar a estabilidade no pós-tratamento1,2,17. Quando o tratamento cirúrgico é eleito, sua primeira fase tem por objetivo eliminar as compensações dentárias. Sobejamente conhecidas e descritas, elas são o recurso utilizado pela natureza através do tempo de crescimento para ajustar a relação entre os dentes e suas respectivas bases ósseas, melhorando as relações funcionais e camuflando o erro esquelético. A execução da descompensação requer um planejamento cuidadoso para movimentação dentária, especialmente dos incisivos superiores e inferiores4,7,11,18, inclinando-os em sentido contrário, expondo o erro esquelético. O advento da tomografia computadorizada tem exposto as frágeis relações entre dentes e osso de suporte nessas condições, reforçando a ideia de planejamento cuidadoso e movimento mínimo. Essa fase ortodôntica inicial pré-cirúrgica tem o objetivo de criar relações oclusais compatíveis com o erro esquelético e suas repercussões faciais, possibilitando assim uma ação mais adequada para o cirurgião e melhores resultados estéticos e funcionais4,8. A grande responsabilidade da descompensação ortodôntica encontra-se justamente nas más oclusões explícitas por erros em discrepâncias sagitais, padrão II e III. Nelas, a ação do ortodontista guarda correlações condicionantes com a ação do cirurgião (local e magnitude da cirurgia), exigindo planejamento acordado entre as partes. Parece lícito admitir que o protocolo para o tratamento cirúrgico encontra-se muito bem definido, e permite sua adoção como alternativa viável e consistente, mesmo na presença de discrepâncias oclusais tratáveis compensatoriamente, quando a queixa do paciente é estética e pode ser profissionalmente confirmada. Relato de caso A paciente A.A.B., 20 anos de idade, sexo feminino, cor branca, procurou tratamento ortodôntico na Clínica de Especialização da PROFIS/Bauru-SP (Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio-palatal), tendo como queixa principal a desarmonia facial e oclusal. Na avaliação frontal da face constatou-se leve assimetria facial (desvio para direita) sem impacto estético significativo, equilíbrio entre os terços faciais 353 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. com a linha média facial (Figura 1 A-C). Na avaliação oclusal observou-se linha média inferior desviada para direita em acordo com a assimetria facial, dente 42 cruzado com o 12, relação sagital entre os arcos de ½ Classe III do lado direito e Classe I do lado esquerdo, ausência dos dentes 16 e 36, apinhamento superior leve e inferior acentuado, reflexo da compensação por inclinação lingual aumentada dos dentes inferiores, com consequente perda do perímetro do arco inferior (Figura 1 D-H). Ao final do exame clínico, uma documentação ortodôntica foi solicitada a paciente para permitir a elaboração concreta do diagnóstico, prognóstico e plano de tratamento. Apesar de não haver uma discrepância grave, com erro facial pouco significativo, foi levada em consideração a queixa da paciente e aventada a possibilidade de cirurgia ortognática. A B C D E F G H Figura 1 (A-H) – Diagnóstico baseado na análise morfológica da face: padrão III por deficiência maxilar, assimetria moderada. Face aceitável, mas considerada desagradável pela paciente (queixa primária). Oclusão com relação assimétrica (Classe I lado esquerdo e 1/2 Classe III lado direito), com leve apinhamento no arco superior e severo no arco inferior (evidência de compensação). Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. (com selamento labial passivo), pouca expressão do zigomático e sulco nasogeniano, selamento labial passivo. Na avaliação do perfil, constatou-se um perfil reto, ângulo nasolabial fechado (columela nasal baixa) e expressão facial prejudicada pela projeção zigomática pouco expressiva, caracterizando uma deficiência maxilar moderada. O terço inferior da face encontrava-se comprometido apenas para altura e posição do lábio superior, atrás do lábio inferior. As demais relações, como lábio inferior, mento, sulco mentolabial, linha queixo-pescoço, tamanho e posição espacial da mandíbula encontravam-se adequadas. Esses fatores excluíram o diagnóstico de prognatismo mandibular. Na avaliação do sorriso, a qualidade estava prejudicada pela posição dos caninos e a assimetria facial ficava mais evidente, enquanto as demais relações eram aceitáveis, como a linha média superior coincidente 354 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. Relato de caso / case report O exame da documentação agregou valor à análise do caso. Na avaliação morfológica da radiografia lateral de face, foi observado degrau maxilomandibular diminuído, tamanho do ramo e corpo mandibulares aparentemente proporcionais e equilibrados, ângulo goníaco normal e planos faciais pouco divergentes. Os incisivos superiores encontravam-se bem posicionados e inferiores lingualizados em relação às suas respectivas bases ósseas. Compensação restrita ao arco inferior e de pouca monta, confirmando a discrepância esquelética moderada que, no conjunto de observações, pode ser melhor definida como deficiência maxilar (Figura 2 A). Na avaliação da radiografia panorâmica, nenhuma patologia foi encontrada. Confirmou-se a ausência dos dentes 16 e 36 e presença dos terceiros molares 28 e 48 impactados com indicação de extração previamente ao procedimento cirúrgico (Figura 2 B). Nas radiografias periapicais dos incisivos superiores e inferiores, observou-se integridade dos tecidos ósseos, condição periodontal satisfatória e morfologia das raízes, algo preocupante para incisivos superiores (ápices arredon- A B C D dados, raiz sem ponta para dente 21), o que pode ser uma predisposição para reabsorção (Figura 2 C-E). Os modelos dos arcos dentários confirmaram as relações oclusais observadas clinicamente e a compensação restrita ao arco inferior (Figura 3 A-E). Após todos os exames realizados, incluindo a avaliação do cirurgião, foi elaborado o diagnóstico: paciente adulta jovem, padrão III por deficiência maxilar, face aceitável, embora considerada desagradável pela paciente (queixa primária). Relação oclusal de molares Classe I lado esquerdo e 1/2 Classe III lado direito, com leve apinhamento no arco superior e severo no arco inferior, concentrado no dente 43. Ausência dos dentes 16 e 36 e presença dos dentes 28 e 48 impactados. O prognóstico para o tratamento era favorável, contando com cirurgia ortognática de avanço maxilar para melhoria das relações faciais e oclusais, além de reabilitação com implante e prótese do dente 36 ausente. A meta terapêutica era dar à paciente uma face mais equilibrada e uma condição oclusal estética e funcional melhor, definida em consonância com a queixa da paciente. E Figura 2 (A-E) – Radiografias iniciais: a radiografia lateral de face exibia uma mandíbula adequada em tamanho e proporcional para seus componentes, evidenciando deficiência maxilar. Na radiografia panorâmica, foi confirmada ausência do dente 36 e presença de terceiros molares 28 e 48 com indicação de exodontia. A D B C E Figura 3 (A-E) – Modelos de gesso dos arcos dentários confirmaram as relações evidenciadas ao exame clínico. Com intenção descompensatória, buscando a posição ideal dos dentes nas respectivas bases ósseas, o diagrama C3A9 foi escolhido como modelo de forma desejada, buscando normalização anatômica e objetiva3 (Figura 4). Esta atitude, especialmente na região anterior inferior, favoreceu a protrusão dos incisivos inferiores, meta terapêutica pré-estabelecida no plano de tratamento. Após todas as considerações e definidos diagnóstico, prognóstico e meta terapêutica, o conjunto de atitudes capaz de obtê-las, denominado plano de tratamento, pôde ser elaborado. Figura 4 – Forma do arco escolhida (C3-A9) com intenção descompensatória, buscando a posição ideal dos dentes nas respectivas bases ósseas. Esta atitude, especialmente na região anterior inferior, favoreceu a protrusão dos incisivos inferiores, meta terapêutica pré-estabelecida no plano de tratamento. Plano de tratamento Bandagem e cimentação dos dentes 37 e 46 Levantamento de mordida com ionômero de vidro nos molares inferiores Colagem direta inferior (exceto 42 e 43) com bráquetes prescrição Capelozza I Nivelamento inferior pleno com mola seção aberta entre 41-44 Solicitação de extração dos dentes 28 e 48 Bandagem e cimentação dos dentes 17 e 26 Colagem direta superior parcial: 18, 15, 14, 23, 24, 25 e 27 (bráquetes prescrição Capelozza I) Nivelamento superior com amarrilho distal ativo: 14-15-17 (migração mesial do 17 e liberação de espaço para o 13), 23-26 (passivo para evitar angulação do 23). Após abrir espaço para o dente 13, colagem direta dos dentes 13, 12, 11, 21, 22 e inclusão no nivelamento superior com sobrefio No fio .018” aço inferior: colagem direta dos dentes 38 e 47 e inclusão no nivelamento com sobrefio. Após abrir espaço para os dentes 43 e 42: colagem direta e inclusão no nivelamento Manter espaço para o dente 36 e reavaliação para implante Arcos ideais superior e inferior Moldagens para estudo e avaliação pré-cirurgia ortognática Cirurgia ortognática Fisioterapia Avaliação para finalização Finalização Contenção: placa de Hawley e barra lingual fixa inferior 3x3. Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. 355 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. 356 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. Evolução do tratamento Em consonância com as metas terapêuticas prédefinidas, a primeira fase do tratamento, denominada descompensatória, ignora as relações oclusais (interdentárias) e visa dar aos dentes posições ideais, resgatando a forma dos arcos superior e inferior e suas relações com as respectivas bases ósseas, maxila e mandíbula. Nesse contexto de busca de normalização da posição dentária, bráquetes prescrição Capelozza I5 foram indicados e utilizados. Com uma constância que poderia significar uma regra, o tratamento ortodôntico cirúrgico dos pacientes padrão III que apresentam compensação inicia-se pelo arco inferior. Os trespasses horizontal e vertical anterior justos, principalmente pela inclinação lingual e consequente extrusão relativa dos incisivos inferiores, exige um movimento vestibular que quase sempre cruza a mordida14,16. Produtivo que tal cruzamento ocorra de modo primário para esse intento e demais movimentações dentárias, que vão significar desajuste progressivo entre as relações oclusais. Com essa perspectiva e conforme definido no plano de tratamento, a mecânica iniciou-se pelo arco inferior, com alinhamento e nivelamento com arco .014” A B Niti, que deixou de lado os dentes 43 e 42, que repercutiam o apinhamento gerado pela compensação e iriam disputar um espaço não disponível. Nada mais lógico do que aguardar o evoluir da descompensação e a correção da linha média para devolver o espaço ocupado e necessário para resolução desse apinhamento. Conceitualmente, desconstrução da má oclusão2. Levantamento de mordida com ionômero de vidro nos molares inferiores foi realizado, evitando a interferência dos dentes superiores frente à protrusão dentária inferior inevitável e desejada durante a criação do trespasse horizontal negativo (Figura 5 A-C). Após nivelamento inicial, foi utilizado um arco de protrusão inferior construído conforme protocolo5 (fio .016” aço, com alças de protrusão ativas na mesial dos tubos molares) associado a uma mola de secção aberta Niti entre os dentes 41 e 44 para concentrar o espaço obtido com a protrusão nessa região (Figura 6 A-D). Nessa fase, 6 meses após o início da mecânica no arco inferior, radiografia periapical dos incisivos inferiores foi solicitada, conforme rotina. A preocupação com uma provável predisposição radicular não foi confirmada, com uma imagem apical normal para esses dentes (Figura 7). C Figura 5 (A-C) – Nivelamento inicial com fio .014’’ Niti associado ao levante de mordida nos molares inferiores. Relato de caso / case report A D B C Figura 6 (A-D) – Arco inferior de protrusão com alça ativa na mesial dos molares inferiores. A mola de seção aberta concentra o espaço obtido com a protrusão na região do apinhamento. 357 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. Quando o espaço suficiente para o dente 42 encontrava-se disponível, foi realizada a colagem direta de bráquetes nos dentes 42 e 43, com inclusão no nivelamento apenas do dente 42, considerando que o espaço para o dente 43 ainda não era suficiente. A mola de secção aberta foi mantida (Figura 8 A-D). Nessa fase, com o trespasse horizontal já negativo, foi instalado o aparelho superior, também de forma A D B C Figura 8 (A-D) – Fase de nivelamento com a mordida anterior parcialmente cruzada e concentração dos espaços obtidos para dissolver o apinhamento na região do dente 43. A mola de seção aberta executa esse movimento e contribui para a correção da linha média inferior. O levante de mordida alivia a relação anterior dos incisivos. Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. Figura 7 – Radiografia periapical dos incisivos inferiores obtida seis meses após o início da mecânica no arco inferior, mostrou ápices radiculares normais, não identificando predisposição à reabsorção radicular. segmentada. Estrategicamente isso é relevante porque diminui o tempo de tratamento no arco superior. Após a bandagem dos molares 17 e 26 e colagem direta de bráquetes nos dentes posteriores - exceto o dente 13 o nivelamento e alinhamento foi iniciado com fio .014” Niti associado ao amarrilho distal ativo 14-17, visando ocupar o espaço remanescente do dente 16 ausente e, ao mesmo tempo, liberar espaço para o dente 13. Além disso, amarilho distal ativo entre os dentes 2326 para ocupar espaço disponível a distal do dente 23 (Figura 9 A-D). A opção por esse tipo de mecânica segmentada com arco contínuo teve como intenção primária a obtenção de espaço primariamente à inclusão dos dentes anteriores no nivelamento. Dessa forma, o alinhamento do dente 13 e dos dentes anteriores poderia ser realizado com o mínimo de protrusão, conforme estabelecido na meta terapêutica. No arco inferior, quando espaço suficiente para o dente 43 foi obtido, iniciou-se mecânica com sobrefio para incluí-lo no nivelamento, com fio .018” aço, by pass entre os dentes 44 e 42 e sobrefio com segmento de Niti .014” do dente 34 ao 44. Uma mola de secção fechada foi adaptada entre os dentes 35 e 37 para manter o espaço obtido para reposição posterior do dente 36, espaço galgado com a desconstrução da má oclusão no arco inferior, eliminando a compensação em um processo que se denomina “resgate de forma”2 (Figura 10 A-C). 358 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. A B Figura 9 (A-D) – Instalação parcial do aparelho superior com manipulação dos espaços disponíveis na mesial do dente 17 e na distal do dente 13. A intenção era liberar espaço para nivelar e alinhar o dente 13 e os dentes anteriores superiores evitando-se protrusão, movimento contrário à meta descompensatória. D A C B C Relato de caso / case report Figura 10 (A-C) – Fio de nivelamento inferior .018” aço, by pass entre os dentes 44 e 42, sobrefio .014” Niti fazendo a tração do dente 43 para o espaço obtido com o resgate de forma da arcada inferior. Após término dos movimentos iniciais no arco superior - com liberação do espaço para o dente 13 e fechamento do diastema a distal do 23 - procedeu-se a colagem direta dos dentes 13 e anteriores superiores. Como nessa fase ainda era evidente uma falta de espaço moderada para esses dentes, foi necessário um desgaste com broca na mesial de primeiros pré-molares e distal de caninos para execução do alinhamento e nivelamento evitando protrusão (Figura 11 A-C). Para atender o protocolo de instalação do aparelho em pacientes que serão submetidos à cirurgia ortognática, os dentes 38 e 47 foram incorporados na mecânica quando o nivelamento inferior encontrava-se no fio .018” aço. Ainda nesse contexto, foram solicitadas as extrações dos dentes 28 e 48, que devem ser realizadas, no mínimo, seis meses antes da cirurgia ortognática, para que a neoformação óssea seja suficiente para evitar intercorrências durante a cirurgia na mandíbula. O alinhamento e nivelamento de ambos os arcos prosseguiu com o aumento gradual do calibre dos fios até .019” x .025” aço. Nessa fase, as relações entre os arcos dentários estavam desajustadas, conforme esperado. A descompensação permitiu a recuperação de forma dos arcos dentários e, não obstante, relações adequadas de cada um deles com a respectiva base óssea (Figura 12 A-E). Neste momento, torna-se imprescindível realizar moldagens dos arcos dentários para estudo. A manipulação dinâmica dos modelos de gesso permite avaliar as relações oclusais em posição corrigida, detectando erros de posicionamento dentário e/ou discrepâncias de tamanho dentário, definida a necessidade de correções adicionais. Dobras e degraus foram necessários e realizados nos arcos para eliminar discrepâncias detectadas e permitir a melhor relação oclusal possível em posição corrigida que, nada mais é, do que a oclusão a ser buscada com a cirurgia (Figura 13 A-C). Quando essa condição foi obtida, após a análise 359 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. e concordância do cirurgião, procederam-se as moldagens para obtenção de modelos de trabalho que foram encaminhados para planejamento da cirurgia. Foram A instalados ganchos, sempre adaptados nas linhas médias dos arcos de nivelamento, além das regiões mesial e distal dos caninos. B C Figura 11 (A-C) – Inclusão dos dentes anteriores e do dente 13 no aparelho após desgaste com broca na mesial de pré-molares e distal de caninos para suprir espaço e alinhar e nivelar evitando-se protrusão. B D C E Figura 12 (A-E) – Relações oclusais imediatamente após a instalação dos fios .019”x.025” aço, afetadas pela eliminação da compensação, expondo a discrepância esquelética. A B C Figura 13 (A-C) – Relações oclusais avaliadas com os modelos em posição corrigida. A adoção de arcos diagramados e coordenados facilita muito a obtenção de arcadas dentárias harmônicas, que se relacionam de modo adequado com a simulação de correção da discrepância esquelética. Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. A 360 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. O procedimento cirúrgico foi planejado de acordo com a discrepância facial, adequadamente exposta, segundo a avaliação do cirurgião, pelo tratamento ortodôntico descompensatório. A cirurgia realizada foi apenas de avanço maxilar, atendendo a concentração da deformidade no terço médio. Vantagem adicional desse procedimento é manter as relações sagitais originais da mandíbula com as estruturas circundantes, com manutenção do espaço aéreo. A opção pela intervenção apenas na maxila foi adotada considerando que não havia discrepância mandibular o suficiente que justificasse intervenção cirúrgica na mandíbula (Figuras 14 A-B). Esta decisão refletiu em menor tempo cirúrgico e, consequentemente, menor edema, melhor pós-ope ratório e morbidade reduzida (risco de parestesia nas osteotomias sagitais mandibulares). No controle pós-operatório imediato, a oclusão estava corrigida (Figura 15 A-C). Ganhos faciais significantes foram identificados, comprovando o sucesso do tratamento ortodôntico cirúrgico executado sob o adequado diagnóstico de deficiência maxilar (Figura 16 A-H). O tratamento no pós-operatório segue um protocolo, onde é obrigatória uma fase primária denominada de fisioterapia. Elásticos para intercuspidação com vetor de Classe III foram utilizados durante 90 dias, com diminuição gradativa do tempo de uso, passando de uso direto até para dormir antes da retirada, quan- A do as relações oclusais encontravam-se estáveis. Radiografias finais foram solicitadas e ajustes necessários para melhorar a oclusão foram introduzidos nos fios ortodônticos por meio de dobras e degraus. A avaliação radiográfica (panorâmica e periapicais) indicou resposta à reabsorção radicular mais significativa que o normal (Figura 17 A-E). Arredondamento apical generalizado e reabsorção >2 mm <1/3 radicular nos incisivos e em alguns pré-molares. No contexto de identificação de predisposição à reabsorção radicular, falhou a avaliação dos ápices radiculares dos incisivos inferiores após 6 meses de tratamento. Isso é raro, contrariando a excelente capacidade de diagnóstico de predição desse método segundo seus autores e comprovado em nossa prática clínica. Após sete meses da execução da cirurgia e 1 ano e 10 meses do início do tratamento, os aparelhos foram removidos, e contenções convencionais - placa de Hawley e barra lingual 3x3 - foram instaladas, além de banda alça no dente 37 para manutenção do espaço para o dente 36, que será reposto com implante (Figura 18 A-H). A avaliação após decorrido um ano da remoção do aparelho mostrava estabilidade para os resultados obtidos na face e oclusão (Figura 19 A-I). A satisfação da paciente com os resultados obtidos confirmou a firmeza de sua queixa estética e o acerto na eleição do tratamento cirúrgico. B Relato de caso / case report Figura 14 (A-B) – Radiografias panorâmica e lateral da face após procedimento cirúrgico de avanço maxilar. A B C Figura 15 (A-C) – Relações oclusais após a cirurgia de maxila evidenciam o acerto do preparo ortodôntico ou descompensação, permitindo uma adequada relação oclusal após eliminada a discrepância esquelética. A B C D E F G H Figura 16 (A-H) – Relações faciais obtidas imediatamente após a cirurgia de maxila evidenciam o acerto diagnóstico de deficiência maxilar, sem participação da mandíbula na construção da má oclusão do padrão III original. A B Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. 361 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. 362 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. C D E Relato de caso / case report Figura 17 (A-E) – Radiografias finais mostraram adequado posicionamento dentário e uma reabsorção radicular maior do que a rotineira, demonstrando uma suscetibilidade à reabsorção radicular não identificada pelo método da predição radiográfica (periapical dos incisivos seis meses após o início da mecânica). A B C D E F G H Figura 18 (A-H) – Relações faciais e oclusais obtidas ao final do tratamento. Ausência do dente 16 suprida pela mesialização do dente 17, com aproveitamento do dente 18. Espaço mantido no arco inferior para reposição do dente 36. Face padrão I, corrigida por um procedimento cirúrgico indicado com base na queixa principal da paciente. 363 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. A E B C F H D G I Figura 19 (A-I) – Transcorrido um ano do final do tratamento, as relações faciais expressam além da normalidade, a satisfação da paciente com os resultados obtidos. Oclusão adequada, aguardando a reposição do 36 com prótese sobre implante. Nos primórdios da cirurgia ortognática como recurso terapêutico no tratamento das más oclusões, seu uso era restrito a casos com grande discrepância esquelética e comprometimento facial significante. Essa conduta era justificada pela complexidade de sua execução, pós-operatório longo e difícil para os pacientes, com fixação dos segmentos ósseos submetidos por meio de fios, que exigiam a presença de placas oclusais de acrílico por 30 a 45 dias, com limitações para mastigação, fala e higienização. Adicionalmente, poucos profissionais tinham formação para executar esse procedimento e o custo era muito alto. Uma realidade muito diferente da atual, com a cirurgia ortognática apresentando um status técnico e científico muito superior, potencializado pela evolução da sedação (anestesia geral), dos medicamentos e das condições hospitalares. Além disso, um número maior de profissionais habilitados e custos mais acessíveis. Nesse particular, o crescimento da especialidade parece haver um componente social importante. Em um círculo virtuoso, a valorização da beleza no mundo contemporâneo, incluindo de modo destacado a face e o sorriso, provavelmente interagiu e interage com a evolução e acessibilidade à cirurgia ortognática. O reconhecimento de bons resultados com o procedimento estimulam pessoas que se motivam a adotá-lo para resolver seus problemas, mesmo que representado por discrepâncias mais sutis que às originalmente reconhecidas como “casos cirúrgicos”. Isso tem se tornado comum à medida que os padrões de estética se tornam cada vez mais exigentes, constituindo um fator determinante no relacionamento entre as pessoas e estando intimamente relacionada com a autoimagem e autoestima. Parece óbvio que é responsabilidade do profissional reconhecer tecnicamente a presença de uma discrepância esquelética que justifique o emprego da cirurgia ortognática como recurso terapêutico. Como já foi considerado nesse texto, a evolução dos procedimentos cirúrgicos suportam sua indicação em casos Coque CCT, Capelozza GM, Mazzottini R, Cardoso MA, Capelozza Filho L. Discussão Relato de caso / case report 364 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. que poderiam ser considerados limítrofes. É nesse contexto que se insere o caso clínico apresentado, a indicação de cirurgia para correção de uma discrepância esquelética com impacto moderado na estética facial e uma má oclusão com possibilidade de tratamento compensatório1,2,4,17,18. Indicação com base na queixa primária da paciente que reconhecia comprometimento facial e tinha a autoimagem prejudicada. Um caso limítrofe para cirurgia? A perspectiva atual da prática ortodôntica exige que o profissional se aproxime das expectativas do seu paciente ao definir os objetivos do tratamento. Na Ortodontia, as metas terapêuticas devem ir além da relação dos molares e buscar o melhor sorriso e sua adequada inserção na face. A cefalometria não tem essa competência, e suas grandezas nem sempre coincidem com o que vemos pela análise facial, e por isso não deveriam ser consideradas de maneira isolada para definir a motivação ou necessidade de cirurgia14,19. Contrariar esse conceito significa eleger, com frequência, definições técnicas que conflitam com a discrepância facial que o paciente reconhece19. Assim, parece lógica a tendência de buscar o diagnóstico por meio da avaliação subjetiva da face1,14 e agregar a esse método avaliações morfológicas de outros recursos, como imagens radiográficas e exame da oclusão na avaliação clínica e de modelos dos arcos dentários. Afinal, herdamos da cirurgia ortognática esse método, a avaliação morfológica da face. Diagnóstico apoiado em morfologia, com avaliação tridimensional dos pacientes, definindo padrão facial1 e construindo protocolos de tratamento2. Esse método aplicado ao caso clínico permitiu a identificação de uma moderada deficiência maxilar e consequente comprometimento da estética facial, fornecendo subsídios para a queixa da paciente. Sim, um caso limítrofe para cirurgia! Com a aceitação da queixa da paciente e indicação cirúrgica para o tratamento da má oclusão do padrão III, deficiência maxilar, uma mecânica ortodôntica descompensatória foi indicada. Contrariando a norma, que descreve a compensação como uma característica intensa e muito frequente nessas más oclusões1,2,4,17,18, a paciente apresentava a compensação restrita ao arco inferior e localizada nos incisivos e caninos. Desse modo, o tratamento foi mais laborioso e demorado na arcada inferior, com objetivo de estabelecer adequadas relações desses e dos demais dentes com a mandíbula. Assim, o apinhamento criado pela compensação foi eliminado com o espaço gerado pela descompensação, resgate de forma e desconstrução da má oclusão2. Condições favoráveis para cirurgia foram obtidas com um adequado posicionamento dos arcos dentários com as respectivas bases ósseas18, conforme definido pelo exame dinâmico dos modelos, quando foi simulado o movimento cirúrgico que iria eliminar a discrepância esquelética. Alguns fatores podem influenciar a proporção dentária, especialmente na região anterior. As variáveis mais importantes que influenciam esta proporção são: a espessura do incisivo superior, a angulação e inclinação dos dentes anteriores e a curvatura do arco. Com o intuito de estabelecer, quando necessário, um adequado trespasse horizontal e vertical, sem prejuízo da oclusão e da estética na finalização do tratamento, manobras para correção da proporção dentária anterior podem ser adotadas, tais como: desgaste interproximal e reanatomização estética12. No caso clínico apresentado, foi necessário um desgaste para conseguir incluir os incisivos superiores no nivelamento evitando-se protrusão. Isso deve ser registrado e considerado nessa fase do exame dinâmico dos modelos. Não foi, mas poderia ter sido necessário adequar o perímetro anterior do arco inferior ao superior que havia sido reduzido. Considerando especificamente a execução da cirurgia, tratamentos ortodônticos que agregam esse recurso geralmente o fazem com base na obtenção de oclusão estável, com arcos dentários bem posicionados em suas bases ósseas, normalização das funções orais e bucais, manutenção ou ampliação do espaço aéreo e normalização das relações faciais. Embora isso seja mais evidente na indicação rotineira da cirurgia no tratamento das más oclusões do padrão III - quando a deformidade é grave, com comprometimento significativo da estética do paciente e prejuízo da autoimagem, especialmente no sexo feminino1,2 - parece importante considerar que nenhum desses tópicos foi ignorado no caso clínico apresentado. O avanço da maxila, depois dos dentes bem posicionados nas respectivas bases ósseas, criou potencialmente uma oclusão estável, normalização das funções orais e bucais, ampliação do espaço aéreo e normalização das relações faciais. Assim, embora a queixa primária tenha sido estética e a correção de magnitude moderada, o método disponibilizou todas as suas vantagens. Parece razoável admitir que, entre as múltiplas implicações envolvidas neste tratamento cirúrgico, as mais enfáticas são as alterações faciais, que repercutem na vida pessoal e social do indivíduo. Provavelmente elas não são completamente definidas por critérios técnicos, porque impressionam as relações sociais e os sentimentos. O resgate da normalidade em uma face comprometida, mesmo que de modo moderado, não pode ser descartada, sem que haja absoluta contraindicação para o procedimento cirúrgico. Considerações finais A valorização da estética, incluindo face e sorriso, tem despertado queixas para discrepâncias sutis, antes ignoradas. Isso envolve discrepâncias esqueléticas como as más oclusões do padrão III, especialmente quando acomete mulheres. A evolução da cirurgia or- 365 Orthod. Sci. Pract. 2014; 7(27):351-365. tognática, incluindo aspectos técnicos e maior acessibilidade, tem permitido sua indicação para casos limítrofes. Isso significa que as más oclusões com impacto moderado na face e passíveis de serem tratadas com Ortodontia compensatória, tem indicação para tratamento cirúrgico quando a queixa do paciente é pertinente e possível de ser reconhecida tecnicamente, por meio de um método sensível, a análise morfológica do tegumento e das demais estruturas faciais. Bons resultados podem ser obtidos, com uma qualificação que é hipervalorizada pelo paciente que foi atendida em sua aspiração. 17. Silva Filho OG, Santos SCBN, Suguimoto RM. Má oclusão de Classe III: época oportuna de tratamento. Rev Soc Paul Ortodon. 1995; 28(3): 74-84. 18. Ursi WJS. Tratamento das más oclusões de Classe II e III: compensações dentárias. Parte A. In: Araújo A. Cirurgia ortognática. São Paulo: Ed Santos; 1999. p.109-12. 19. Wilmt JJ, Barber HD, Chou DG, Vig KWL. Associations between severity of dentofacial deformity and motivation for orthodontic orthognatic surgery treatment. Angle Orthod. 1993; 63(4): 283-8. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Capelozza Filho L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press; 2004. Capelozza Filho L. Metas terapêuticas individualizadas. Maringá: Dental Press; 2011. Capelozza Filho L, Capelozza JAZ. DIAO Diagrama individual anatômico objetivo. Uma proposta para a escolha da forma dos arcos na técnica straight wire, baseada na individualidade anatômica e nos objetivos do tratamento. R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 3, n. 5, p. 84-92 - out./nov. 2004. Capelozza Filho L, Martins A, Mazzotini R, Silva Filho OG. Effects of dental descompensation on the surgical treatment of mandibular prognathism. Int J Adult Orthod Orthognath Surg 1996; 11(2) :165-80. Capelozza Filho L, Silva Filho OG, Ozawa TO, Cavassan AO. 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