Capítulo 1
ENTRETENIMENTO A BORDO
— Ei, você! Pegue outro deste para mim, pode ser?
O homem com cabelos pretos de corte moicano, com os braços cobertos por tatuagens tribais, inclinou-se tanto para fora do assento que
quase caiu aos tropeços no corredor, enquanto tentava despertar a atenção da comissária de bordo que passava. Ele estendeu o braço e, em vez
de segurar a atenção dela, acidentalmente segurou a bunda coberta por
uma saia azul, enquanto ela se abaixava para conversar com um passageiro idoso que não conseguia fazer os fones de ouvido funcionarem.
— Nossa, desculpa — falou o homem de moicano, com uma risadinha maliciosa, impulsionando o corpo de volta para o assento, então
ergueu as mãos com inocência enquanto a comissária de bordo o encarava. — Não quis fazer isso. De verdade. Bela bunda, de qualquer forma.
Depois de lidar com o paciente idoso, a comissária se voltou para o
homem de moicano.
— Precisa de alguma coisa, senhor? — perguntou com severidade.
Imediatamente, o sorriso do homem sumiu e a expressão dele ficou
raivosa.
— Preciso de muitas coisas, querida — falou ele —, e uma delas é que
você se lembre de quem são as porras dos clientes pagantes aqui.
Com um sorriso gentil, a comissária respondeu:
— Ah, eu me lembro, senhor. Lembro-me disso o tempo inteiro.
— É? Bem, talvez devesse se lembrar de deixar essa porcaria de atitude em casa também.
Ainda sorrindo, a comissária retrucou:
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— E talvez o senhor devesse se lembrar de manter as mãos quietas.
Neste emprego, assédio ainda é crime, independentemente de quem esteja pagando.
— Ei, foi um acidente, está bem? — falou o homem do moicano, alto
o bastante para atrair olhares. — Perdi o equilíbrio.
— Nesse caso, aceito suas desculpas — replicou a comissária.
O homem do moicano fez uma expressão emburrada.
— Não vou pedir desculpas a você. Não tenho por que pedir desculpas.
O passageiro no assento ao lado era um homem negro, jovem e musculoso, com a barba modelada com perfeição. Ele vestia calças jeans
baggy e uma camiseta preta justa, além de uma bandana vermelha. Embora tivesse dado todos os sinais de que estava dormindo, ele abriu os
olhos e retirou dos ouvidos os fones.
— Por que não para de dificultar a vida da moça simpática? — murmurou o homem.
O moicano se virou para fitá-lo, projetando o maxilar de forma
beligerante.
— Quem diabos te chamou à conversa?
— Ninguém — respondeu o homem negro. — Só tô dizendo.
— É, então cai fora, mano. Isso não tem nada a ver com você.
O negro deu um sorriso, exibindo um canino superior revestido
com ouro em uma boca que recebera, obviamente, tratamento dentário
caro.
— “Mano”? Isso é algum tipo de insulto racial? — inquiriu ele.
O homem do moicano revirou os olhos.
— O que é isso? A semana do assassinato do caráter? Primeiro ela me
acusa de ser um agressor sexual, agora você me acusa de ser uma droga
de racista.
— Eu não o acusei de agressão sexual, senhor — falou a comissária.
— Assédio, foi o que disse. Basicamente dá no mesmo.
— Bem, você agarrou a bunda da moça — respondeu o homem
negro.
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— Eu estava tentando atrair a atenção dela, foi só isso — protestou o
moicano. — Só queria uma porcaria de bebida.
— Que tal se eu pegar uma bebida para você e nós não falarmos mais
sobre isso? — sugeriu a comissária. Ela virou os olhos para a fileira de
minigarrafas de uísque na mesa dobrável do passageiro, todas vazias. —
O mesmo de novo, senhor?
O homem do moicano hesitou. Por um momento, parecia querer
prolongar a discussão. Então, finalmente assentiu.
— Claro. E leve estas vazias, pode ser?
— Com certeza, senhor — respondeu a comissária com educação.
Depois que ela foi embora, o moicano se virou para o negro, que o
olhava como se ele fosse uma forma de vida esquisita e particularmente
repulsiva saída de um lago.
— O quê foi? — perguntou o moicano.
O homem negro balançou a cabeça devagar e deliberadamente.
— Nada. Nada mesmo.
Ele abaixou a mão para pegar os fones de novo, mas antes que pudesse colocá-los, o moicano falou:
— Ei, não conheço você?
O homem negro se encolheu de leve.
— Provavelmente não.
— Sim, claro que conheço. É aquele rapper. Sam alguma coisa.
— Sam B — desistiu o negro, suspirando.
— Sam B! Isso mesmo! Você tinha aquela música, não tinha? Nos
anos 1990. Qual era mesmo? “Vudu Hudu”?
— “Who Do You Voodoo, Bitch” — corrigiu-o Sam.
O homem do moicano deu uma gargalhada entrecortada.
— Essa mesma! Nossa, eu amava essa música quando estava no
colégio. — Ele parou. Os olhos, meio rosadas devido ao álcool, se semicerraram com desconfiança. — Então, o que aconteceu com você,
cara?
— Nada aconteceu comigo — respondeu Sam. — Estou bem aqui.
O cara do moicano riu, como se o rapper tivesse feito uma piada.
— É claro que está. Mas por que não fez mais músicas depois daquela?
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Sam fechou os olhos rapidamente. Havia respondido àquela questão
tantas vezes que passara a odiar quando lhe perguntavam.
— Eu era jovem — disse ele. — Jovem e burro. Tinha 19 anos e achava que sabia de tudo. Levei muito tempo para perceber que não sabia
merda nenhuma. Aquela música foi uma bênção e uma maldição, sabe?
Foi um sucesso no mundo inteiro, me tornou uma estrela instantaneamente, mas foi fama demais, rápido demais. — Sam bateu na lateral do
crânio com o indicador. — Eu era só um garoto burro de Nova Orleans,
e o sucesso subiu direto para a minha cabeça. Perdi a noção das minhas
raízes e abandonei os amigos com os quais havia crescido para festejar
com os ricos e famosos.
— E parou de escrever música? — perguntou o moicano.
Sam deu de ombros.
— Não aguentei a pressão. Quanto mais as pessoas me diziam que eu
precisava criar outro sucesso, mais isso me paralisava. Comecei a tocar
em hotéis grandes em Vegas, depois fui para salões imundos em Reno e
então para cruzeiros de terceira categoria. — Ele balançou a cabeça. —
Mas por que diabos estou contando isso a você?
— Porque reconhece um espírito semelhante?
Sam soltou um risinho.
— É, claro.
A comissária voltou com a bebida do moicano.
— E para o senhor, alguma coisa? — perguntou ela a Sam.
Sam fez que não com a cabeça.
— Estou bem, obrigado.
A comissária sorriu e foi embora. O moicano abriu a minigarrafa e
tomou um gole. Depois de esfregar um lábio no outro, ele se virou para
Sam de novo.
— Você não me reconhece, não é?
— E deveria?
O sujeito do moicano fez uma pausa e falou:
— Sou Logan Carter.
Sam encarou-o inexpressivo.
O outro homem, Logan, pareceu um pouco desnorteado.
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— A estrela do futebol americano, Logan Carter? — esclareceu. —
Escolhido na primeira rodada da seleção de jogadores universitários
para os times da NFL?
Sam deu de ombros.
— Foi mal, cara. Não acompanho esportes.
Logan engasgou ao ouvir.
— Não acompanha esportes? Isso é como dizer que não acompanha
a vida.
Sam deu de ombros de novo.
— Sinto muito. — Ele ficou em silêncio por um momento, então,
quase relutante, perguntou: — Então... Ainda joga?
O rosto de Logan ficou sombrio. Ele entornou o restante da garrafa
de um gole só.
— Não, eu... Hã... Tive de me aposentar.
— Por que não conta a ele o motivo? — disse uma voz vinda do assento em frente.
Logan piscou e se esticou, como se alguém o tivesse estapeado.
— Como é?
A passageira se virou e ficou de joelhos sobre o assento, a cabeça dela
se ergueu acima do encosto da poltrona. A garota era linda, com a pele
da cor de madeira e os cabelos, uma cascata preta sedosa. Tinha o nariz
arrebitado e lábios grossos e quase violeta, que Sam achou que podiam
se abrir e sorrir, mas que no momento estavam pressionados em uma
expressão como reprovação, e olhos pretos grandes e intensos.
— Eu disse: por que não conta a ele por que teve de se aposentar? —
repetiu a menina, a voz rouca e acolhedora.
— Que diabos isso tem a ver com você? — perguntou Logan.
A garota apontou para ele.
— Ele não te reconheceu, mas eu reconheço. Sei o que você fez.
— O que eu fiz? Eu não fiz nada.
— Você matou uma garota.
A acusação foi tão direta que por um momento ninguém se moveu
ou falou. Então Logan, com o rosto vermelho de ódio, disparou:
— Não matei ninguém.
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— Não? — disse a jovem, e inclinou a cabeça para um lado. — Então
como você chama isso?
— Eu chamo de acidente. E foi disso que o juiz chamou também.
Então largue do meu pé, moça!
Pela primeira vez, a garota voltou a atenção para Sam. Ele sentiu um
revirar no estômago quando os olhos escuros dela o analisaram, uma
sensação que ficava entre o desejo e o desconforto. A garota era incrivelmente linda, do modo como uma pantera é linda. Sam teve a sensação
de que ela podia ser predatória, perigosa.
— Você já matou alguém, Sam? — desafiou ela.
O primeiro instinto de Sam foi perguntar à garota como sabia o
nome dele, mas percebeu que ela devia estar escutando a conversa. Então balançou a cabeça.
— Não.
— Que bom saber. Essa culpa corrói por dentro. Não é, Sr. Carter?
Logan fuzilou-a com um olhar.
— Que parte do “largue do meu pé” você não entendeu?
Sam ergueu as mãos. Pacificador não era um papel que costumava
fazer, mas, também, não se deparava com frequência com pessoas que
pareciam ainda mais na merda do que ele.
— Vamos apenas nos acalmar um pouco aqui, tudo bem? — disse,
e se virou para Logan. — Ouça... Logan. Por que não me conta o que
aconteceu?
Logan deu um suspiro mal-humorado e olhou para a garota de um
jeito ameaçador. Ela sorriu.
— É, Logan, por que não faz isso?
— Não preciso me justificar para você — falou Logan para a jovem.
Ela deu de ombros como se não se importasse de qualquer forma,
com uma expressão de leve divertimento no rosto. Sam tocou o braço
de Logan rapidamente.
— Ei. Eu gostaria de saber, cara. Estou interessado. E tenho a mente
aberta aqui. Nossa, nem mesmo tinha ouvido falar de você até dez minutos atrás. Sem ofensa.
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Logan quase sorriu para aquilo. Então se endireitou na poltrona e
falou:
— Preciso de mais uma bebida.
— Por que todos não bebemos? — propôs a garota. — Por minha
conta. Sam?
Sam deu de ombros.
— Acho que quero um refrigerante.
— Nada mais forte?
Sam apontou na direção da minigarrafa de uísque na mesa de Logan.
— Já tive problemas o bastante com essa coisa. Não vou repetir o
erro.
A garota chamou a comissária e pediu as bebidas: o mesmo para
Logan, um refrigerante para Sam, um coquetel de vinho branco para
ela.
Quando as bebidas chegaram, a jovem falou:
— Então, Sr. Carter?
Logan semicerrou os olhos na direção dela.
— O que você é? Policial?
— Já fui — admitiu a garota.
— Faz sentido. — Logan tomou um gole pequeno da bebida, dessa
vez servira o uísque em um copo de plástico, e então falou para Sam:
— Acho que, como você, eu era jovem e burro. Ao contrário de você,
no entanto, eu tinha mesmo tudo. Fui estrela do futebol americano no
ensino médio e na faculdade, então eu era... Protegido.
— Mimado, quer dizer? — falou a garota.
Logan exibiu uma expressão de raiva.
— Quem está contando a história? Eu ou você?
A garota ergueu as mãos, como se desse a palavra a ele.
Ainda com expressão irritada, Logan falou:
— Nem mesmo sabemos quem você é.
Depois de dar de ombros, como se não fosse importante, a garota
falou:
— Meu nome é Purna.
— Purna? — repetiu Logan. — Que tipo de nome é esse?
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— É australiano — respondeu ela. — Aborígine, na verdade.
— Você é aborígine? — perguntou Sam, interessado.
— Metade... Por parte de mãe. — Ela voltou a atenção para Logan e
de repente sorriu. Sam quase engasgou. O sorriso dela era tão radiante
quanto ele havia imaginado, como o sol saindo de detrás de uma nuvem.
— O que dizia, Sr. Carter?
Por um momento, Logan pareceu espantado, como se tivesse sido enfeitiçado pelo sorriso dela também. Então assentiu rapidamente e falou:
— Então... Hã, é. Como eu dizia, era protegido. Tinha basicamente
tudo o que queria: fama, dinheiro, mulheres, carros velozes. — Ele fez
uma careta de tristeza. — Este último foi minha ruína. Bem... Os dois
últimos, acho. Eu deveria ter cuidado mais de mim mesmo, mas, bem...
Havia muitas festas naquela época. Muitas festas. De qualquer forma,
certa noite, eu havia bebido demais, cheirado muito... Sabem como é. E
esse cara começou a implicar comigo por causa do meu carro, chamou
de porcaria e tal.
— Que tipo de carro era? — perguntou Sam.
— Um Porsche Spyder. Como o que James Dean costumava dirigir.
Carro de classe, cara... — Por um momento, o rosto de Logan se suavizou e ele quase pareceu prestes a chorar.
Sam assentiu bruscamente.
— Com certeza. Então, o que aconteceu?
Logan respirou fundo.
— Eu o desafiei para uma corrida. O Buick velho e fodido dele contra meu Spyder. Quero dizer, ele não tinha chance, mas o babaca burro
aceitou. — Ele deu de ombros. — Eu queria ensinar uma lição ao cara.
Não apenas derrotá-lo, mas derrotá-lo de verdade, sabe.
— Mas acabou derrotando a si mesmo, não foi? — disse Purna, baixinho.
Logan deu uma risada de escárnio, mas foi ríspida, sem humor.
— Pode-se dizer que sim. Fiz uma curva rápido demais. Perdi o controle. Bati contra uma parede a... Sei lá... 130 ou 150 quilômetros por
hora? — Ele estremeceu e tomou um gole da bebida. — Destruiu meu
joelho. Fim da minha carreira. Mas essa não foi a pior parte.
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Sam olhou de relance para Purna, então de volta para Logan.
— A garota? — perguntou ele.
Logan fez que sim.
— O nome dela era Drew Peters. Pegou carona na corrida. Ela absorveu todo o impacto...
— Mas você se safou — disse Purna. Seu tom de voz era indecifrável.
Logan confirmou e olhou para Purna, a expressão quase desafiadora.
— É, eu me safei. O que posso dizer? Tive um bom advogado.
— O dinheiro fala mais alto — rebateu ela, e dessa vez havia definitivamente amargura no tom de voz.
— É o que faz o mundo girar, querida — murmurou Logan. — Sempre fez e sempre fará.
Antes que Purna pudesse responder, houve um estalo vindo do comunicador e a voz do piloto, o qual havia se apresentado mais cedo
como capitão Avery, fez um anúncio.
— Senhoras e senhores, começaremos em breve nossa aterrissagem
no aeroporto da ilha Banoi. Queiram, por favor, voltar a seus assentos,
colocar os cintos de segurança e retornar as mesas à posição vertical.
Está um dia lindo na ilha hoje, com temperaturas na região de 27° C, e
a hora local é 11h52. Em alguns momentos atravessaremos a cobertura
de nuvens e aqueles do lado direito do avião poderão ver a ilha conforme iniciamos a aproximação. Espero que todos tenham tido um voo
agradável e, em nome das Linhas Aéreas Internacionais da Nova Guiné,
agradeço por voarem conosco.
A voz do piloto foi desligada e, alguns segundos depois, o som dos
motores começou a aumentar. Purna, Logan e Sam apertaram os cintos. Sam, agarrado aos braços da poltrona, olhava pela janela conforme
nuvens brancas rarefeitas ondeavam pelo avião. Ele não ficava nervoso
ao voar de avião, mas estava ansioso com relação ao que o esperava na
ilha. O show no melhor hotel resort de Banoi, o Royal Palm, caíra em
seu colo como por milagre, e Sam estava determinado a não arruiná-lo.
Aquela poderia ser sua última chance de provar que não era uma piada,
talvez sua única chance de mostrar o novo material diante de um público considerável. E, quem sabe, se pelo menos um ou dois executivos de
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gravadoras para quem seu empresário avisara do show fizesse o esforço
de aparecer, aquilo poderia até levar a um novo contrato, o primeiro
de Sam em mais de seis anos. Ele estava desesperado para mostrar ao
mundo que não era uma estrela de um sucesso só, que era muito mais
do que “Who Do You Voodoo, Bitch”. Sam engoliu em seco para aliviar
a pressão nos ouvidos conforme o avião investia na direção do solo, mas
estava com a boca seca.
— Ei, veja só aquilo! — exclamou Logan ao lado de Sam, inclinando-se para a frente o máximo que o cinto de segurança permitia.
Sam acompanhou o olhar dele e viu um paraíso tropical luxuriante
abaixo, cercado por um oceano tão plácido e cristalino que parecia reluzir como uma planície de diamantes azuis e brancos. Do lado esquerdo
da ilha estava a área do resort: hotéis, restaurantes, bares e lojas aglomerados ao redor de uma praia ampla de areia branca imaculada. Para
além disso, cobrindo facilmente setenta por cento de Banoi, havia uma
floresta tropical densa, a qual, em certo momento, dava lugar, do lado
mais afastado da ilha, a uma cadeia montanhosa árida, de picos irregulares, que se erguia acima do verde como o dorso áspero de um animal
pré-histórico.
— Parece mesmo o paraíso — falou Sam, embora ainda não conseguisse acalmar o nervosismo no estômago.
Logan apontou para a direita da ilha.
— O que é aquilo?
Mais ou menos alguns quilômetros afastada da costa, havia uma ilha
menor, pouco mais do que uma rocha, com talvez 800 metros de circunferência, com um prédio cinza retangular situado em uma elevação no centro. O prédio parecia um enorme, porém sombrio, edifício
comercial, e era subjugado por uma torre de terraço reto em um canto
que despontava em direção ao glorioso céu azul como se fosse um dedo
acusatório.
— Parece uma prisão — ponderou Sam, ao reparar na enorme cerca
eletrificada que circundava o prédio.
O rosto de Purna surgiu no espaço entre os assentos.
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— É a prisão de segurança máxima de Banoi — confirmou ela. —
Cheia de psicopatas e terroristas. Os habitantes locais a chamam de...
Bem, não me lembro da palavra exata, mas quer dizer “inferno no
paraíso”.
— Como você sabe tanto? — perguntou Logan.
— Leio bastante — respondeu Purna. — Você deveria tentar.
A prisão girou para longe deles conforme o avião se inclinava levemente para fazer a aproximação final da ilha. Logan olhou para Sam
com os olhos um pouco embaçados pela bebida.
— Bem-vindo ao paraíso — disse ele.
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