SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE BELÉM
ESTUDO E PROPOSTA PARA
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
CIDADE DE BRAGANÇA
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO MINERAL
EM MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA - PRIMAZ
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO
DIRETORIA DA ÁREA DE MINERAÇÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE BRAGANÇA
SECRETARIA DE OBRAS
ESTUDO E PROPOSTA PARA
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
CIDADE DE BRAGANÇA
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO MINERAL
EM MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA - PRIMAZ
BRAGANÇA- PARÁ
ABRIL
1998
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRM
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO MINERAL EM
MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA - PRIMAZ
ESTUDO E PROPOSTA PARA
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
CIDADE DE BRAGANÇA
AUTOR: JOÃO BITENCOURT QUARESMA
ESPECIALISTA EM RESÍDUOS SÓLIDOS
Execução:
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE BELÉM
ABRIL
1998
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
RAIMUNDO MENDES DE BRITO
Ministro de Estado
OTTO BITTENCOURT NETTO
Secretário de Minas e Metalurgia
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
ALMIR JOSÉ DE OLIVEIRA GABRIEL
Governador do Estado
ALOISIO AUGUSTO LOPES CHAVES
Secretário de Estado de Indústria
Comércio e Mineração
PREFEITURA MUNICIPAL DE BRAGANÇA
JOSÉ JOAQUIM DIOGO
Prefeito Municipal
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS
CARLOS OITÍ BERBERT
Presidente
GIL PEREIRA DE SOUZA AZEVEDO
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
XAFI DA SILVA JORGE JOÃO
Superintendente Regional de Belém
CASSIO ROBERTO DA SILVA
Chefe do Departamento de Gestão Territorial
VALTER JOSÉ MARQUES
Chefe da Div. de Gestão Territorial da Amazônia
SYLVIO CHRISTINO DA CONCEIÇÃO
Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRM
EQUIPE TÉCNICA
COORDENADOR EXECUTIVO: MANOEL DA REDENÇÃO E SILVA
SUPERVISÃO: AGILDO PINA NEVES - Gestão Territorial
ADIB LEAL DA CONCEIÇÃO - Hidrogeologia e Exploração
COORDENADOR DA ÁREA NORDESTE: HERBERT GEORGES DE ALMEIDA
EXECUTOR: JOÃO BITENCOURT QUARESMA
EQUIPE DE APOIO: PAULO AUGUSTO DA COSTA MARINHO – Comp. Gráfica
MARIA LÉA REBOUÇAS DE PAULA – Bibliotecária
DIGITAÇÃO E EDITORAÇÃO: SILVIO CARLOS MACHADO RODRIGUES
SILVANA DO SOCORRO MACHADO RODRIGUES
JOSIANE MACÊDO DE OLIVEIRA
DESENHO: CARLOS ALBERTO DO NASCIMENTO JÚNIOR
APRESENTAÇÃO
O Programa de Integração Mineral em Municípios da Amazônia - PRIMAZ é uma
forma de estudos integrados dos recursos minerais, hídricos e ambientais, com os diversos
segmentos das áreas sociais, econômicas e de infra-estrutura. É, ao mesmo tempo, um
instrumento de divulgação, de gestão ambiental e auxiliar dos Planos Diretores Municipais.
Seu principal objetivo é proporcionar às autoridades municipais os elementos
necessários à elaboração de planos de desenvolvimento regional, consolidando as
informações de caráter geográfico, social, econômico e de infra-estrutura urbana e
resgatando os demais dado da área de Geologia, Hidrologia, Mineração, Hidrogeologia e
Meio Ambiente.
A consecução de tal objetivo visa atender aos anseios das comunidades municipais,
notadamente no controle e fiscalização dos recursos minerais, na regularização das
pessoas envolvidas na atividade mineral, na determinação das potencialidades minerais,
nas oportunidades de investimentos, na formulação de projetos de abastecimento de água,
nas propostas de infra-estrutura destinadas à melhoria das condições de vida dos
municípios, nas propostas de preservação ambiental e no fomento à produção de minerais
de emprego imediato na construção civil, bem como de substâncias minerais para corretivo
de solos, além de alternativas para a destinação final adequada dos resíduos sólidos.
Este é um trabalho desenvolvido pela Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais-CPRM, contando, no âmbito estadual, com a participação da Secretaria de
Indústria Comércio e Mineração - SEICOM e, a nível municipal, da prefeitura onde se
desenvolve o Programa.
Este documento apresenta os dados relativos à problemática gerada pelo lixo
produzido na Cidade de Bragança, constituído do diagnóstico sobre o sistema atual da
limpeza urbana, coleta e destinação final dos resíduos sólidos. A partir desse diagnóstico,
são recomendadas diretrizes de procedimento para a coleta e tratamento desses resíduos,
necessários à melhoria da qualidade de vida da população humana.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1- INTRODUÇÃO
01
2- DIAGNÓSTICO
03
2.1- LOCALIZAÇÃO E ACESSO
03
2.2- ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
03
2.2.1- ASPECTOS ECONÔMICOS
03
2.2.2- INFRA-ESTRUTURA
03
2.2.3- SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE
03
2.2.4- EDUCAÇÃO
07
2.2.5- TRANSPORTE, ENERGIA E TELEFONIA
07
2.3- ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
11
2.3.1- CLIMA
11
2.3.2- TEMPERATURA DO AR
11
2.3.3- PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
12
2.3.4- UMIDADE RELATIVA DO AR
12
2.3.5- VENTO
12
2.3.6- EVAPORAÇÃO
12
2.3.7- BALANÇO HÍDRICO
13
2.4- SOLO
16
2.5- VEGETAÇÃO
16
2.6- HIDROGRAFIA
16
2.7- ASPECTOS GEOLÓGICOS
16
2.8- ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS
17
2.9- SISTEMA DA LIMPEZA E COLETA DO LIXO DE BRAGANÇA
17
2.9.1- LIMPEZA E COLETA DO LIXO
17
2.9.2- DESTINO FINAL DO LIXO
18
3- CONCLUSÕES
23
4- RECOMENDAÇÕES
25
4.1 – DESCRIÇÃO DA ÁREA RECOMENDADA
25
4.1.1 – LOCALIZAÇÃO
25
4.1.2 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
25
4.1.3 – CARACTERÍSTICAS SANITÁRIA, AMBIENTAL E OPERACIONAL
25
5- PROPOSTA PARA TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
28
5.1- SISTEMA DE COLETA SELETIVA
28
5.2- MINI-COMPLEXO PARA TRATAMENTO
28
5.2.1- RECEPÇÃO
30
5.2.2- RECICLAGEM
30
5.2.3- INCINERAÇÃO
30
5.2.4- COMPOSTAGEM
30
5.2.5- ATERRAMENTO
30
6- INVESTIMENTO, TEMPO E ÁREA NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO
DO MINI-COMPLEXO
33
7- CUSTO E RECEITA DA OPERAÇÃO DO MINI-COMPLEXO
35
8- VANTAGENS DO MINI-COMPLEXO
37
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
38
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
1 - INTRODUÇÃO
No Município de Bragança toda a
população faz a disposição de seu lixo a
céu aberto, transformando algumas áreas
em verdadeiros lixões, favorecendo assim,
o surgimento de agentes epidemiológicos
(macro e micro vetores), responsáveis
pela transmissão de doenças contagiosas
e poluindo o solo, o ar e as águas
superficiais e subterrâneas, além do
contínuo e acelerado processo de
deterioração do meio ambiente (Fig. 01).
De acordo com entendimentos
mantidos entre a Companhia de Pesquisa
de Recursos Minerais - C.P.R.M, através
da Superintendência Regional de Belém SUREG-BE, e a Prefeitura Municipal de
Bragança - PMB, foi proposta a realização
de estudos sobre os resíduos sólidos
gerados na área urbana de Bragança,
visando a implantação de um MiniComplexo para o tratamento desses
resíduos, passível de ser financiado, a
fundo perdido, pelo Ministério do
Planejamento, ficando a sua coleta sob a
responsabilidade da PMB. Os recursos
humanos e materiais necessários ao
funcionamento do Mini-Complexo, parte
será mantida com a receita oriunda da
comercialização dos produtos reciclados e
compostados.
Segundo o IBGE-1996, esse
município, com uma população de 84.826
habitantes, tem sua sede municipal com
47.769 habitantes. Conta também com
quatro núcleos urbanos (Fig. 02), dos
quais se destacam Vila do Treme,
Bacuriteua, Caratateua e Vila Cuéra com
1.790, 1.570, 1.504 e 303 habitantes,
respectivamente.
AR
SOLO
Fonte: Lima,1983
lixo
m ic ro vetores
Ci
clo ev
d a
m
ãoma
icr as por
t
s u s
ov ch aç
bu -pl ore
et uv ão
m ça et
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o
HOMEM
es s c a ov
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r
m
et
rov
fu mic li xo
c.
eto
s
r es
re
o
t
l
i xo
ove
crLixivi
a
ação - percolação - etc.
m
ÁGUA
Micro e macrovetores.
Fig. 01
1
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
MUNICÍPIO DE BRAGANÇA
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRM
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
295.000
46°50'
300.000
305.000
310.000
46°40'
9.920.000
315.000
9.920.000
N
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO MINERAL EM MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA
- PRIMAZ NO
O CE A
MAPA BASE
AT L
ÂN
TICO
320.000
325.000
9.915.000
9.915.000
Declinação Magnética de 20°27'WGr
Ilha
Can ela
*1998*
Ilha Boissucanga
Praia
Chavascal
Chavascal
Praia do
Pilão
9.910.000
9.910.000
Praia de
Ajuruteua
Ilha
Muçu m
AJURUTEUA
Praia do
Gril o
0° 50'
0° 50'
Praia da Vila
9.905.000
VILA DE AJURUTE UA
Ilha
Lomb o Bran co
9.905.000
9.900.000
9.900.000
Porto do
Atalaia
Enseada Funda
Tamatateua
458
Vila Castelo
285.000
290.000
9.895.000
9.895.000
325.000
Cajueiro
Tapreval
Tapera-Açú
Porto
Ponta de Areia
Tapera-Açú
Campo
Patalino
BACURITE UA
Serraria
Sta. Maria
Ponta de
Bacuriteua
América
9.890.000
VILA DO
TREME
CARATATEUA
9.890.000
Aciteua
Retiro
São José da
Boa Vista
1°00'
Ilha Nicolau
Vila do Meio
1° 00'
Bom Jardim
Vila Rica
Maçarico
Acarajó
Grande
Tacuandeua
Japetá
VILA-CU ÉR A
Arapiranga
Rio Grande
Jandiaí
Ferreira
Cariambar
RRÊ
A
9.885.000
242
Engenho
Campinho
Jiquiri
P /VIS
Cariateua
Bacuri-Prata
V
EM A
O
Camutá
Pont e
Sapucaia
EU
V
242
P/TRACUATEUA
P/CA PAN
Pratinha
Parada
Bom Jesus
V
9.880.000
A.C
P/
454
BRAGANÇA
450
MUNICÍPIO DE
TRACUATEUA
São Domingos
Vila dos
Lucas
9.885.000
Urubuquara
MUNICÍPIO DE
AUGUSTO CORRÊA
V
Acarajózinho
Lagodo Povo
Fazendinha
9.880.000
TRACUATEUA
Cajueirinho
v
Maranhãozinho
Vila Brasil
Miriteua
Faz.
Rio das Pedras
Araçateua
Comunidade
Km-7
Comunidade
Km-10
Monte Alegre
São João
do Enfarrusca
108
Timborana
Jacareteua
Enfarrusca
9.875.000
CARANÃ
Chaú
Comuni dade
Km-14
Olho d' água
Km-15
270.000
275.000
47°00'
242
Benjamin Constant
Jararaca
1° 10'
9.870.000
325.000
9.875.000
Cujubim
Santa Rosa
Cacoal
Km-12
1° 10'
280.000
9.870.000
112
Comuni dade
Km 18
Uruá
Tauarí
TRAV
ESSA
Comunidade
Km 21
SIMÃO
Anoerá
LOP
ES
Jarana
Jutaí
Comunidade
Km 23
Corti çal
9.865.000
Tijoca
Terra Caída
Aribum
9.865.000
TR
ES
Comunidade
Km 26
Urumajozinho
Trav. 29
Andiroba
AD
A
DO
Muruci
IÁ
PIR
Quatro Bocas
9.860.000
Cassacuera
ALMOÇO
Alto Alegre
330.000
9.860.000
2ª Trav. do
Genipaú-Açú
1ª Trav. do
Bom Jardim
Jej uí
Nova Mocajuba
Genipaú-Açú
Trav.
Alto Urumajó
9,855.000
1ª
ES
AV
TR
9.855.000
VILA JESSÉ
GUIMARÃE S
SA
Mucura Branca
108
São Francisco
Sto. Antônio dos
Monteiros
Aparecida
1° 20'
1° 20'
P/
Comunidade da
2ª Travessa
São Rai mundo
U
SA
ES
AV
ªTR
VISE
2
Alto Urumajó
V
Coimbra
275.000
47°00'
280.000
3ª
SA
ES
AV
TR
VILA NOVA
CANINDÉ
Comuni dade da
3ª Travessa
MUNICÍPIO DE SANTA
LUZIA DO PARÁ
4ª
SA
ES
AV
TR
MUNICÍPIO DE
VISEU
2ª Trav.
do Curi
5ª
SA
ES
AV
TR
Comuni dade da
5ª Travessa
9.845.000
6ª
TR
SA
ES
AV
9.845.000
325.000
7ª
112
Guilherme
Vieira
SA
ES
TRAV
Sto. Antôni o
dos Soares
8ª
SSA
VE
TRA
Serradão
Comunidade da
8ª Travessa
9.840.000
9ª
SA
ES
AV
TR
Emboraizinho
9.840.000
320.000
285.000
Cícero Bento
Comunidade da
9ª Travessa
10
TR
ª
CACOAL
DO PIR ITORÓ
A
SS
AVE
310.000
1° 30'
1° 30'
46°40'
9.835.000
315.000
SÍMBOLOS CONVENC IO NAIS
6
P/BR-31
9.835.000
1 - R ODOVIAS
3 - HIDRO GRAFIA NATURAL
31 6
Rodovia federal pav im en tada
Rios, igarapés permanentes e il has
24 2
Rodovia estadual pavimentada
Lago permanente
10 8
Rodovia estadual compactada
Terreno sujeito a inundação (campo natural)
Estrada municipal carroçável
Área de man gue
Estrada carroçável com tráfego
permanente e/ou periódico
4 - MORFOLOGIA
V
Frasqueira
AVE
ª TR
11
A
SS
ª TR
12
SS
AVE
Comunidade da
12ª Travessa
A
9.830.000
305.000
ÉM
EL
P/B
9.830.000
Praias e/ou dunas
Ponte
316
5 - LIMITES
2 - NÚCLEO S POPULACIO NAIS
Limite intermu nicipal
P/
Sede municipal
SÃ
O
LU
Núcleo u rbano
IZ
V
9.825.000
290.000
295.000
6 - O BR AS E EDIFICAÇÕES
v
270.000
9.850.000
330.000
V
9.850.000
Povoado, lugarejo, localidade
9.825.000
300.000
46°50'
Represa de captação, tratamento e
adução de água superficial
Campo de pouso
Farol
Escala 1:100.000
2K m
0
2
4
6
8K m
PROJEÇÃO UNIV ERSAL TRANSVERSA DE MERCATO R
1998
MC. 45°
COORDENADAS DA SEDE: 01°03'40 "S e 46 °45'1 6"W
2
ÁREA D O MUNICÍP IO: 2.344,10 Km
P OPULAÇÃO: 84.826 hab.
FIG.02
2
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
2 - DIAGNÓSTICO
2.1 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO
O
Município
de
Bragança,
localizado no nordeste do Estado do Pará,
na microregião Bragantina, ocupa uma
área de 2.344,1 Km2. Limita-se ao norte
com o Oceano Atlântico, a sul com os
municípios de Santa Luzia do Pará e
Viseu, a leste com Augusto Corrêa e a
oeste com Tracuateua (Fig. 03).
A sede municipal de Bragança,
com área de, aproximadamente, 8,7 Km2,
encontra-se situado na porção central do
município, com coordenadas geográficas
que corresponde àquelas da prefeitura
municipal de 01º03’40” S e 46º45’16”
Wgr (Fig. 02) e altitude em torno de 19 m.
O acesso principal é, a partir de
Belém, por via terrestre, através das
rodovias BR-316 e PA-242, num percurso
de 210 Km. Dista por estrada da cidade
de Capanema 55 Km, sendo esta cidade o
maior centro regional mais próximo. De
Bragança para os núcleos municipais
vizinhos usa-se a PA-242, PA-112 e
estradas vicinais que cortam o município.
2.2 - ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
2.2.1 - Aspectos Econômicos
O Município de Bragança possui
uma Prefeitura Municipal e as seguintes
secretarias municipais: Educação, Saúde,
Agricultura,
Obras,
Administração,
Finanças, Alimentação Escolar e Ação
Social.
A região apresenta infra-estrutura
semi-precária, onde a maioria da
população depende economicamente das
explorações agropecuária e florestal dos
seus principais produtos (mandioca, peixe,
gado,
pimenta-do-reino,
feijão
e
hortaliças). O comércio da sede municipal
vive em função dos empregados federais,
estaduais, municipais e aposentados.
2.2.2 - Infra Estrutura
O traçado da cidade de Bragança
é quase totalmente de forma ortogonal,
com ruas formando retângulos ou
quadrados, no qual se distribuem,
aproximadamente, 9.524 imóveis, sendo
residenciais,
comerciais,
serviços
públicos, religiosos, etc. Nesses imóveis
prevalece o tipo de construção mista
(alvenaria e enchimento de barro) e
encontram-se distribuídos em 12 bairros
:Taira, Cereja, Centro, Aldeia, Alegre, Vila
Nova, Morno, Riozinho, Perpétuo Socorro,
Vila Sinhá, Padre Luiz e Samaumapara
(Fig. 03 A).
2.2.3 - Saneamento Básico e Saúde
Os sistemas de saneamento têm um
caráter básico para a segurança sanitária
e para a melhoria da qualidade de vida da
população.
A
inadequação
do
saneamento
no
Brasil
tem
sido
demonstrada através de estatísticas de
morbidade e mortalidade, decorrentes de
falta de compromisso com a quantidade e
qualidade de água, com o destino
adequado dos resíduos sólidos, com a
drenagem das águas pluviais, etc.
A cidade não dispõe de sistema de
saneamento básico: as águas servidas e
as pluviais drenam diretamente para o
Rio Caeté através de tubulação e meio
fios (Foto 01); os dejetos humanos são
depositados em fossas negras ou
sépticas, geralmente escavadas nos
quintais das residências e em locais
impróprios; os rejeitos produzidos no
matadouro
público
são
lançados
inadequadamente no solo (Foto 02); as
sucatas de embarcação de ferro são
abandonadas no Rio Caeté em frente a
sede municipal (Foto 03); e 30% do lixo
urbano não coletado são depositados à
céu aberto em terrenos baldios, ruas, etc.
(Foto 04), com alto risco de contaminação
dos recursos hídricos.
O abastecimento da Cidade de
Bragança está sob a responsabilidade da
COSANPA, obedecendo ao esquema da
3
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
50º 00'
48º 00'
ATLÂNTICO
OCEANO
19
67
68
104 123
114
98
131
36
106
108
TRACUATEUA
78
120
53
111
55
99
a
122
115
21
69
2º 00' 10
BELÉM
65
teu
116 45
BA
I
R
MA
O
D
A
38 14
Tra
cu
a
AJ
Ó
4º 00'
125
34
91
Bragança
23
84
Sta.
Luzia
do
Pará
Viseu
31
56º 00'
58º 00'
54º 00'
52º 00'
FONTE: CECRESPA - PARAGUASSU ÉLERES (ADAPTADO COM OUTRAS FONTES)
SU RI NAME
U
AQ
E
UM
A
ES
C
GL
GUIANA IN
SE R R A D O T U M U
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07
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0º 00'
83
04
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37
09
um
i
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a zo
Am
132
96
97
62
71
s
35
63
15
29
54
40
03
82
141
139
133
88
27
138
86
51
80
102
61
128
R io Xi n
77
02
22
gu
59
124
6º 00'
89
58
47
33
92
a
143
127
17
R io
en
121
42
05
136
85
ia
119
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117
66
Ri
08
101
49
TOCANTINS
90
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MA RA NHÃO
46
Ir ir i
135
60
31
50
56
73
130
11
R io
64
76
72
16
93
103
142
57
118
13
32
137
4º 00'
8º 00'
109
126
95
25
70
Ta
pa jó
14
43
01
R io
AMAZON AS
52
113
20
94
75
18
nas
44
n gu
Ri o Xi
2º 00'
R io
105
30
28
74
a n t in s
R io T o c
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C uru á
Ri
na
p an
129
107
P
u
ar
06
R io
81
48
100
39
FIG. 03
41
110
le
s P
ire
s
CO N VE N ÇÃ O
Capit al
Cidade
112
MATO GROSS O
10º 00'
0.0
100
200
300
400 km
FON TE : CE C RE SP A - PA R A G UA S SU É LER E S ( A DA P TA D O CO M OU T RA S FON TE S )
4
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
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320m
1998
PREFEITURA MUNICIPAL
MINISTÉRI0 DE MINAS E ENERGIA
M ME
DE
BRA GANÇ A
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO MINERAL EM MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA - PRIMAZ
PRIMAZ / Área Nordeste
PLANTA URBANA
Fig.03A
5
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
SISTEMA DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA DE BRAGANÇA
16´´
16´´
RESERVATÓRIO ELEVADO
2.000m3
REGISTRO
16´´
REGISTRO
C I D A D E
REDE DE DISTRIB UIÇÃO
91.145m
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16
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
23.328 m3/d ia
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CAPTAÇÃO
C
H
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C
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Fonte : COSANPA - BRAGANÇA
Fig. 03B
6
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Fig. 03B, cujo ponto inicial é o rio
Chumucuí,
afluente
pela
margem
esquerda do Rio Caeté. Esse ponto,
distante cerca de 5 Km do centro de
Bragança, localiza-se na interseção da
Rodovia PA-112 com o Rio Chumucuí, e
de onde é feita a captação de água bruta
(Foto 05) para a Estação de Tratamento
d’Água-ETA, distante 150 m da captação
e capacidade de tratamento para 23.328
m3/dia (Foto 06). Após o tratamento a
água é transportada por uma adutora
4.850 m de extensão e 16 polegadas de
diâmetro, diretamente para 91.148 m de
rede de distribuição e para um elevado de
concreto com capacidade de 2.000 m3,
como reserva para atender à população
no horário de maior demanda (Foto 07).
Atende a 5.534 imóveis, representando
58% dos domicílios, durante 24 h. O
restante das residências, devido à
inexistência de rede de distribuição em
alguns bairros carentes, utilizam água de
má qualidade explotada de poços
tubulares rasos e/ou amazonas, nas mais
diversas atividades domésticas (lavagem
de roupas, limpeza de utensílios, etc.),
como para consumo humano.
Na saúde, Bragança apresenta
uma estrutura que vai do nível elementar
ao hospitalar. Conta hoje com o Hospital
Central de Bragança, Hospital Santo
Antônio e Hospital das Clínicas, que
prestam serviços como: atendimento
médico, odontológico, de enfermagem,
social, radiológico, fisioterápico, controle
de endemias, pequenas cirurgias, etc. Na
zona rural os núcleos municipais contam
com postos de saúde para primeiros
socorros, urgência e emergência. Os
pacientes em caso grave de saúde, e que
exigem tratamento especializado, são
transferidos para Bragança e quando
necessário para Capanema ou Belém.
O
perfil
epidemiológico
do
município está relacionado às doenças da
pobreza. Por isto, foi priorizado pelos
membros do Conselho Municipal de
Saúde justamente por estar associado à
falta
de
saneamento
básico,
principalmente, na sede e nos núcleos
municipais.
2.2.4 - Educação
Bragança dispõe de 16 creches
para atender crianças de 03 à 06 anos.
Estão distribuídas pelo município, sob a
gerência da Secretaria da Ação Social do
Município.
Existem,
atualmente,
24.842
alunos matriculados na rede de ensino
fundamental, utilizando 217 escolas,
sendo 84 estaduais e 133 municipais.
Pará esse contingente emprega-se um
total de 803 professores, distribuídos nas
áreas urbana e rural.
Há o Campus Avançado da
Universidade Federal do Pará que oferece
os cursos de Licenciatura em Matemática,
Ciências, Geografia, História, Pedagogia,
Letras e Ciências Sociais. Quanto aos
cursos de especialização, funcionam o de
Geografia da Amazônia e Educação
Ambiental.
O município dispõe ainda de
Cursos
Técnicos
Profissionalizantes,
oferecidos pelo SENAI (Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial), assim como,
àqueles voltados especificamente para a
área de saúde, como: Técnico e Auxiliar
de Enfermagem.
2.2.5 - Transporte, Energia e Telefonia
Com relação ao meio de
transporte, Bragança conta com ônibus
que fazem a linha Bragança-Belém e viceversa, oferecendo ao usuários opções de
escolha do executivo ou comercial. Entre
a Sede e os núcleos municipais são
usados ônibus e caminhões particulares,
em estado precário de conservação.
O fornecimento de energia elétrica
é de responsabilidade da CELPA, através
da Usina Hidroelétrica de Tucuruí,
atendendo 9.524 imóveis residenciais,
comerciais e outros, para o total de 100%
dos domicílios da sede municipal durante
24 horas.
7
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 01. Águas servidas e pluviais lançadas diretamente no rio Caeté, em frente de Bragança.
Foto 02. Rejeitos do Matadouro Público lançados inadequadamente no solo.
8
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 03. Sucatas de embarcações de ferro abandonadas em frente à Bragança.
Foto 04. Lixo depositado, a céu aberto, em terrenos baldios.
9
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 05. Conjunto de bombas operando na captação da água
bruta do Rio Chumucuí.
Foto 06. Estação de Tratamento de Água - ETA, localizada na
PA-112 à 5 Km de Bragança.
Foto 07. Elevatória de água tratada
de 2.000 m3, utilizada na
compensação da pressão
no horário de maior demanda
10
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
A comunicação é feita pelos
serviços da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (EBCT), enquanto a
telecomunicação através da EMBRATEL
com serviços telefônicos residenciais,
comerciais, celulares, etc. Possui também,
duas emissoras de rádio, um jornal que
circula aos sábados e uma retransmissora
de televisão.
temperatura
do
ar,
precipitação
pluviométrica, umidade relativa do ar,
vento e evaporação. É com base nesses
parâmetros que o clima, segundo Köppen,
é classificado como do tipo Am e
caracterizado como quente e úmido de
monção.
2.3.2 – Temperatura do Ar
O regime térmico é expresso por
valores de temperatura elevada em todos
os meses do ano, resultando na média
anual de 26,8º C, sendo a média das
máximas de 31,2 º C e a média das
mínimas de 22,4º C, com amplitude
térmica
média
que alcança 8,8º C
(Tab. 01 e Fig. 04). O mês mais frio é o de
agosto (26,2º C) e o mais quente é
dezembro (27,9º C). A menor amplitude
foi determinada no mês de fevereiro
(6,6º C) e a de maior em novembro com
(11,0º C).
2.3 – ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
2.3.1 – Clima
O estudo do clima da área tornouse indispensável, devido à importância
econômica da região e à necessidade de
dados climatológicos que possam ajudar
no seu desenvolvimento. O clima da
região nordeste do Pará tem sido
estudado visando o conhecimento dos
parâmetros meteorológicos, tais como:
DADOS METEOROLÓGICOS
(1991 - 1996)
TEMPERATURA MÉDIA
MESES
(°C)
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
27.0
26.3
26.3
26.3
26.7
26.3
26.5
26.2
26.9
27.5
27.5
27.9
MÉDIA
MÁXIMA
(°C)
31.0
29.6
29.9
29.8
30.5
31.2
31.0
31.0
31.8
32.9
33.0
33.1
MÉDIA ANUAL
26.8
31.2
MÉDIA
MÍNIMA
(°C)
22.9
23.0
22.8
22.9
22.9
22.1
22.0
21.5
22.0
22.1
22.0
22.7
AMPLITUDE
MÉDIA
(°C)
8.1
6.6
7.1
6.9
7.6
9.1
9.0
9.5
9.8
10.8
11.0
10.4
22.4
8.8
Fonte: INMET - TRACUATEUA
Tab. 01
11
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
2.3.3 - Precipitação Pluviométrica
Fig. 06). É importante salientar que a
umidade nos meses de agosto e
dezembro, denominados de transição,
apresenta decréscimo e acréscimo,
respectivamente.
A precipitação pluviométrica média
anual é de 2.086,3 mm ,sendo os meses
de janeiro a julho os mais chuvosos e os
de agosto a dezembro os de menor
precipitação, correspondendo a 96,7% e
3,3%
da
precipitação
anual,
respectivamente (Tab. 02 e Fig. 05). O
mês de agosto mostra da transição do
inverno para o verão, ao passo que o de
dezembro representa a transição do verão
para o inverno.
2.3.5 - Vento
Não houve dados da velocidade do
vento, porém a direção predominante é
NE e N nos meses de fevereiro e julho
(Tab. 02).
2.3.4 - Umidade Relativa do Ar
2.3.6 - Evaporação
A umidade relativa do ar varia
entre 68,5% e 96,4%, sendo a maior em
março e a menor em outubro (Tab. 02 e
A menor evaporação foi registrada
em junho, sendo de 41,6 mm, e a máxima
foi verificada em julho, com 58,2 mm
(Tab. 02 e Fig. 07).
.
DADOS METEOROLÓGICOS
(1991 - 1996)
ABRIL
PRECIPITAÇÃ
O
PLUVIOMÉTRI
CA
(mm)
418,5
MAIO
UMIDADE
DIREÇÃO
EVAPORAÇÃO
RELATIVA
(%)
DO VENTO
(mm)
95,2
NE
51,2
266,3
92,4
NE
43,4
JUNHO
244,8
88,8
NE
41,6
JULHO
173,2
86,6
N
58,2
AGOSTO
55,4
86,4
NE
56,4
SETEMBRO
10,1
78,2
NE
46,3
OUTUBRO
0,5
68.5
NE
52,2
NOVEMBRO
0,0
69.3
NE
50,9
DEZEMBRO
3,6
72.0
NE
JANEIRO
173,9
84,6
NE
FEVEREIRO
2.086,3
-
-
MESES
MÉDIA MENSAL
MÉDIA ANUAL
MARÇO
Fonte INMET Tracuateua
Tab. 02
12
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
o
C
50
(Mm)
TEMPERATURA DO AR
40
500
PRECIPITAÇÃO
400
MÁXIMA
30
MÉDIA
MÍNIMA
20
10
0
300
200
100
Meses
J F M A M J J A S O N D
0
Fig. 04
Fig. 05
(%)
(Mm)
100
50
90
40
80
30
70
UMIDADE RELATIVA
EVAPORAÇÃO
20
10
60
50
Meses
J F M A M J J A S O N D
Meses
J F M A M J J A S O N D
Fig. 06
2.3.7 - Balanço Hídrico
Utilizando
os
dados
de
temperatura e precipitação dos últimos
cinco
anos,
obtidos
pelo
posto
meteorológico do INMET da cidade de
Tracuateua, foi realizado o balanço
hídrico da Região Nordeste do Pará,
conforme observado na Tab. 03 e Fig. 08.
Com os resultados encontrados, observase que de janeiro até o final de julho P≥
ETP, havendo assim excesso de água no
0
J F M A M J J A S O N D
Meses
Fig. 07
solo, chegando a escoar pela superfície
e/ou drenada para os aquíferos. No
período de agosto até o final de dezembro
P≤ ETP, ocorre retirada e deficiência de
água do solo. Após esse período, a
precipitação volta a ultrapassar a
evapotranspiração potencial, havendo
inicialmente reposição de água no solo, e,
posteriormente, o excedente escoa
superficialmente e/ou percola para os
aquíferos.
13
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
BALANÇO HÍDRICO DA REGIÃO NORDESTE DO PARÁ
1
TEMP. MÉDIA
ºC
27,0
2
ETP (mm)
DIÁRIA
4,8
3
CORREÇÃO
31,2
4
ETP (mm)
MENSAL
150
5
PRECIP. (P)
(mm)
158,9
10
ETR (mm)
11
DEF. (mm)
12
EXC. (mm)
150,0
0
-91,1
FEVEREIRO
26,3
4,4
28,2
124
188,4
64,4
0
100
0
124,0
0
64,4
MARÇO
26,3
4,4
31,2
137
566,6
429,6
0
100
0
137,0
0
429,6
ABRIL
26,3
4,6
30,3
139
418,5
279,5
0
100
0
139,0
0
279,5
MAIO
26,7
4,5
31,2
140
266,3
126,3
0
100
0
140,0
0
126,3
JUNHO
26,3
4,5
30,3
136
244,8
108,8
0
100
0
136,0
0
108,8
JULHO
26,5
4,3
31,2
134
173,2
39,2
0
100
0
134,0
0
39,2
AGOSTO
26,2
4,8
31,2
150
55,4
-94,6
-94,6
38
62
117,4
32,6
0
SETEMBRO
26,9
5,0
30,2
151
10,1
-140,9
-235,5
9
29
39,1
111,9
0
OUTUBRO
27,5
5,0
31,2
156
0,5
-155,5
-391
1
3
6,5
149,5
0
NOVEMBRO
27,5
5,0
30,3
151
00
-151,0
-542
0
1
2,0
149,0
0
DEZEMBRO
27,9
5,2
31,2
162
3,6
-158,4
-700,4
0
0
4,6
157,4
0
TOTAL
26,8
-
-
1.730
2.086,3
356,3
-
-
0
1.129,6
600,4
956,7
MESES
JANEIRO
6
7
8
9
NEGT.
ARMAZ. ALT.
P– ETP (mm)
MENSAL
ACUMUL.
8,9
0
100
+100
Tabela elaborada a partir das Tab. 01 e Tab. 02
AFERIÇÃO DO BALANÇO
Σ ETP = Σ ETR + Σ DEF
1.730 = 1.129,6 + 600,4
Σ P = Σ ETR + Σ EXC
2.086,3 = 1.129,6 + 956,7
CONVENÇÕES
Σ P = Σ ETP + Σ (P – ETP)
2.086,3 = 1.730 + 356,3
ALT = 0
ZERO = ZERO
ETP- Evapotranspiração Potencial
ARMAZ- Armazenamento
ALT- Alteração
ETR- Evapotranspiração Real
DEF- Deficiência
EXC- Excedente
Tab. 03
14
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
BALA NÇO HÍDRICO DA RE GIÃ O NO RDESTE D O PARÁ
500
400
Excesso
Deficiência
Retirada
mm Água
Reposição
300
P = Precipitação
200
ETP = Evapotranspiração potencial
100
ETR = Evapotranspiração real
Mo
Ao
Mo Jo
Jo Ao
So Oo
No
Do
Jo
Fo
FIG. 08
15
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
2.4 - SOLOS
Ocorrem
solos
envelhecidos,
fortemente ácidos de boa drenagem,
permeáveis e de baixa fertilidade natural
(latossolo amarelo). Existe na parte norte
da região, solos de baixadas inundáveis,
pouco profundos e com características
associadas ao encharcamento (solos
indiscriminados de mangue) e também
solos minerais predominantemente em
desenvolvimento,
provenientes
de
deposição fluvial e do arraste na bacia
hidrográfica (solos hidromórficos aluviais).
nfluência do movimento das marés.
Seu desaguadouro apresenta-se
sinuoso e com pequenos trechos de
pouca profundidade. Possui no território
bragantino
um
trecho
de,
aproximadamente, 60 Km navegáveis por
embarcações de até 200 toneladas e em
outras partes navegáveis por pequenas
embarcações de até 20 toneladas. Na sua
margem esquerda, numa planície de
pequeno declive, está situada a cidade de
Bragança, distante 25 Km de sua foz.
Outros rios menores, que sobressaem na
região, são: Tracuateua, Jejuí, Cajueiro,
Urumajó e Quatipurú.
2.5 - VEGETAÇÃO
2.7 - ASPECTOS GEOLÓGICOS
A
região
era
recoberta
predominantemente
por
vegetação
florestal perenifólia, higrófila e floresta
amazônica
de
terra
firme,
mas
profundamente
modificada,
pelos
empreendimentos
colonizadores
da
Estrada de Ferro Belém-Bragança, já
extinta. Predomina hoje a vegetação
florestal secundária e de lavouras
temporárias. Ocorrem, ainda, no litoral
densos Manguezais e Campos Aluviais
flúvio-marinhos, assim como, a noroeste
da cidade de Bragança, a floresta densa,
com
as
seguintes
espécies
características: Acapú, Tachi, Açaí e Pau
Mulato. Os manguezais que acompanham
continuamente a faixa litorânea e os
baixos cursos d’água, até onde se faz
sentir a influência das marés, são,
regionalmente, denominados de “Äpicum”.
Entre as principais espécies destacam-se
o Mangue Vermelho e o Mangue Seriva
ou Siriúba.
Os
Campos
Aluviais
flúviomarinhos são ocupados, principalmente,
pelo Capim-de-maneca e por uma
palmeira semelhante ao babaçu.
2.6 - HIDROGRAFIA
O principal curso d’água da Região
Bragantina é o Rio Caeté, que nasce no
Município de Nova Timboteua, ao Sul da
Zona Bragantina. É um rio que sofre
Segundo os dados geológicos
levantados pela equipe do PRIMAZ
(Costa, 1997), o espaço geográfico do
Município de Bragança, localizado na
Região Nordeste do Estado do Pará, está
inserido sob os domínios da: Bacia
Costeira Cretácea Bragança – Viseu; faixa
de Cisalhamento Gurupi; e Coberturas
Tércio-Quaternárias.
Os
aspectos
geomorfológicos que contextualizam a
área municipal são marcadas por uma
morfologia de relevo plano, suavemente
ondulado e localmente colinoso.
Três unidades litoestratigráficas
são reconhecidas e descritas na área
segundo os diversos autores que
discorrem sobre a geologia da mesma –
Costa et al. 1975 e 1977; Costa (no
prelo); Ackermann, 1964; Souza Filho,
1995 dentre outros: Grupo Gurupi; Grupo
Barreiras e; Coberturas , Terciário e
Quaternário.
Grupo Gurupi – (Proterozóico Inferior)
O Grupo Gurupi apresenta área
de exposição na porção sul do município,
sob forma ligeiramente elíptica, com o
eixo maior orientado segundo a direção
NW-SE. As rochas que representam esta
unidade encontram-se muito alteradas e
desenvolvem um solo argiloso micáceo,
avermelhado, sem estruturação aparente
perceptível e podem estar relacionadas às
litologias da Formação Rio Piritoró.
16
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Grupo Barreiras – (Terciário)
Costa (no prelo) adota a
denominação de Grupo Barreiras para a
sedimentação clástica que ocorre na
região nordeste do Pará e constituída por
dois sistemas deposicionais conforme
propõem Pastana et al., 1996: um
continental, com leques aluviais e
depósitos fluviais de rios meandrantes e
um outro, de natureza marinha, dominado
por marés.
A ocorrência dos sedimentos
terciários nos limites geográficos do
Município
de Bragança chega a
representar cerca de 65% de toda esta
área e, suas melhores exposições
ocorrem em cortes ao longo das estradas
estaduais e em algumas vicinais do
município além, de barrancos do Rio
Caeté. Para Costa et al. (no prelo) esta
unidade é representada por um sistema
de morros alongados segundo a direção
NNW e possuem, de um modo geral,
espessura média de 15 metros.
As rochas constituintes do Grupo
Barreiras são representadas por argilitos
maciços de diversas colorações; arenitos
de diversas cores e granulometrias,
estratificados ou não; conglomerados mal
selecionados, variando de subangulosos a
subarredondados;
arenitos
argilosos;
argilitos arenosos.
O Grupo Barreiras recobre rochas
do Grupo Aurizona e Formação Pirabas
e
é
recoberto
por
sedimentos
inconsolidados
recentes.
A
estes
sedimentos estão relacionados diversos
depósitos de areia, cascalho, seixo e grês
do Pará (pedra para construção),
evidenciando claramente o potencial que
o Grupo Barreiras representa para a
construção civil no município e para toda a
região bragantina.
são feitas por Sá, 1969, e que tais
depósitos de areia branca seriam dunas,
porém não fossilíferas, como afirmado por
Ackermann, 1969.
2.8. – ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS
Os
dados
hidrogeológicos
conhecidos na área urbana de Bragança e
adjacências, são insuficientes para
caracterizar os parâmetros hidrodinâmicos
e definir as potencialidades aquíferas da
região.
Apesar dos poucos conhecimentos
hidrogeológicos
do
Município
de
Bragança, mas considerando o seu
contexto geológico, são admitidos como
unidades aquíferas: os sedimentos
inconsolidados do Quaternário, o Grupo
Barreiras, a Formação Pirabas e, talvez o
Granito Tracuateua e seu manto de
intemperismo.
As três primeiras unidades e o
manto
de
intemperismo
são
caracterizadas pela porosidade granular,
sendo que a Formação Pirabas apresenta
níveis cársticos. Pelos dados conhecidos
há explotação da água dos sedimentos
quaternários
e do Grupo Barreiras,
através de poços tubulares e amazonas
com profundidades de 7 m a 80 m e que
fornecem vazões de até 60 m3/h. Também
há a possibilidade de captação através de
poços profundos, da Formação Pirabas e
dos
meios
fissurais
do
Granito
Tracuateua. E, para atender pequenas
demandas e por meio de poços rasos, é
possível captar água do manto de
intemperismo do Granito Tracuateua.
2.9 – SISTEMA ATUAL DE LIMPEZA
URBANA DE BRAGANÇA
2.9.1 – Limpeza e Coleta do Lixo
Terciário e Quaternário
Referências a blocos ferruginosos,
lentes de seixos de quartzo de pouca
espessura, sedimentos inconsolidados
constituídos de grãos de quartzo, fração
silte e argila e depósitos de areias brancas
O serviço da limpeza urbana e
coleta regular do lixo proveniente das
atividades
domésticas,
de
estabelecimentos comerciais e industriais,
de hospitais e área urbana, bem como
proveniente
de
embelezamento,
17
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
arbonização de praias, praças, ruas, feiras
livres e mercados, são atribuições diretas
da administração municipal.
Para esses trabalhos, a Prefeitura
de Bragança, emprega 85 pessoas, todas
usando apenas luvas como material de
proteção. Também utiliza 03 caçambas
basculante Chevrolet (Foto 08), 01 trator
CNT-8440 (Foto 09), 01 trator Agrale 420
(Foto 10), 02 tratores Massey Ferguson
265 (Foto 11), todos com carreta, 01 trator
D4 para remover e aterrar o lixo e 01 pá
mecânica.
Os recursos humanos e os
equipamentos
acima
mencionados
atendem apenas a limpeza e a coleta de,
aproximadamente, 20.062 Kg de resíduos
sólidos gerados nas residências, nos
comércios, nos hospitais, na limpeza de
meio fio, boca de lobo e mercados, além
dos entulhos de podagem, roçagem e
jardinagem das praças e canteiros das
avenidas. Nos 4 núcleos municipais a
população se encarrega da limpeza
urbana e da destinação final do lixo
produzido.
2.9.2 – Destino Final do Lixo
A – 20.062 kg de resíduos sólidos
e inertes, equivalentes a 70% do total do
lixo gerado diariamente em Bragança, são
coletados e lançados aleatoriamente no
solo, em uma área de 12,5 ha (Fig. 02).
Essa área localiza-se na margem
esquerda da PA-112, a 3,4 km a sudeste
da sede municipal; está transformada em
verdadeiro lixão a céu aberto, atraindo
macro e micro vetores e catadores (Fotos
12 e 13). Há queima do lixo e remoção
periódica para declives, através de um
trator D4, desobedecendo o Art. 3ºb da
Resolução Conama – 004 de 15 de
setembro de 1985.
A maior parte desse lixo domiciliar
é acondicionado em sacos plásticos,
colocados diretamente no alinhamento do
meio fio e logradouros, facilitando, assim,
acesso de animais, que danificam os
sacos e, conseqüentemente, provocam o
espalhamento dos resíduos sólidos na
via pública, prejudicando o trabalho dos
garis (Foto 08).
B – 8.598 kg de lixo doméstico e
comercial são originados dos bairros Vila
Sinhá, Perpétuo Socorro e Vila Nova. São
bairros que não dispõem regularmente de
coleta, fazendo com que a própria
população se encarregue desses serviços,
lançando o lixo diretamente na via pública,
margens de estradas, terrenos baldios,
etc. e formando diversos monturos de lixo
a céu aberto (Foto 04).
Na área do lixão, estima-se que,
diariamente, 20 catadores efetuem a
reciclagem manual e armazenamento do
produto
aproveitáveis
para
futura
comercialização (Fotos 12 e 13).
A cidade de Bragança produz, em
média, 500 Kg de lixo hospitalar ou de alto
risco diariamente. São acondicionados em
sacos
plásticos
e
armazenados
inadequadamente
nos
hospitais
e
coletados pelo próprio carro que
transporta o lixo doméstico (Foto 14). Tem
o mesmo destino final do lixo doméstico e
comercial (Foto 15). Quanto aos rejeitos
provenientes da sala de cirurgia (placenta,
tecidos disformes, etc.), são depositados
em fossas impermeáveis construídas na
própria área do hospital.
Há
também,
o
matadouro
municipal, construído a 4,5 Km do centro
de Bragança, na margem direita da
estrada de acesso a Juruteua (Fig 02),
que lança, aleatoriamente, no solo os
rejeitos provenientes do abate de bovinos
e suínos, sem qualquer preocupação
ambiental (Foto 02). Registre-se ainda o
lixo fluvial, proveniente de sucatas de
embarcações de ferro abandonadas no
Rio Caeté em frente da sede municipal
(Foto 03).
.
18
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 08. Caçamba da Prefeitura na coleta do lixo doméstico.
Foto 09. Tratar CBT- 8440 da Prefeitura na coleta de lixo comercial.
19
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 10. Trator Agrale 420, da Prefeitura, na coleta do lixo proveniente da limpeza
de logradouro.
Foto 11. Trator Massey Ferguson 265, da Prefeitura, na coleta do lixo doméstico.
20
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
O fluxograma da Fig. 09 mostra a
quantificação estimada, e confirmada em
campo, do lixo doméstico coletado e não
coletado na cidade de Bragança e os
destaques A e B a sua destinação, de
acordo com a descrição do item seguinte:
LIXO
100%
28.660 Kg
BAIRROS PERIFÉRICOS
E DE INVASÃO DE
BRAGANÇA
30%
8.598 Kg
BRAGANÇA
70%
20.062 Kg
COLETADO
NÃO COLETADO
A
B
Fig. 09
Obs: População urbana de Bragança
Taxa per capita
Total de lixo produzido
47.769 hab
600 g/hab/dia
28.660 kg/dia
21
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 12. Deposição final do lixo doméstico, hospitalar, etc., por caçamba da
Prefeitura Municipal, sem qualquer preocupação ambiental, além de
acesso livre aos catadores.
Foto 13. Deposição final do lixo doméstico, por trator da Prefeitura Municipal, sem
qualquer preocupação ambiental, além de acesso livre aos catadores
22
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
3 – CONCLUSÕES
O equacionamento dos problemas
gerados pelos resíduos sólidos nos países
em desenvolvimento tem sido um desafio,
pela sua disposição inadequada. Os
efeitos desses problemas no meio
ambiente e na saúde da população têm
levado a situações muitas vezes
irreversíveis, pela contaminação de
aqüíferos, rios, solo e ar.
altamente contaminantes e acarretando
problemas ambientais.
As montoeiras de lixo pelas ruas,
margens de estradas, terrenos baldios
que além da proliferação de transmissores
de doenças (micro e macro vetores), vêm
inutilizando
áreas
potencialmente
aproveitáveis e reduzindo a vida média
útil
de locais que poderiam ser
aproveitados na destinação adequada dos
resíduos sólidos produzidos no Município
de Bragança.
A maneira como vem sendo
disposto o lixo, representa um grande
perigo para a comunidade de Bragança e
para o meio ambiente. O procedimento
adotado gera, inevitavelmente, diversos
malefícios do ponto de vista sanitário, dos
quais destacam-se: a proliferação de
transmissores de doenças (moscas, ratos,
mosquitos, baratas, fungos, bactérias,
etc.) e a produção, a partir do lixo, de
fumaça e líquido escuro (chorume)
À
essas
situações
e
a
inobservância ao que dispõe a Resolução
Nº 004/CONAMA/15.09.85, associam-se
muitas doenças na população e o alto
índice de mortalidade infantil, como
registrados nos mais diversos países em
desenvolvimento; bem como A poluição
do ar, do solo e das águas superficiais e
subterrâneas, contrariando ao que dispõe
o Art. 3º da Lei Nº 6.938 de 31 de Agosto
de 1981.
23
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Foto 14. Coleta do lixo hospitalar pelo mesmo carro que transporta o lixo domiciliar
Foto 15. Destino do lixo de alto risco no mesmo local do lixo doméstico e com
catadores nas proximidades.
24
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
4- RECOMENDAÇÕES
Diante desse quadro e objetivando
atender ao que dispões o Art.3b da
Resolução Conama – 004 de 15 de
setembro de 1965 e da Lei n.º 6938, de 31
de agosto de 1981, recomenda-se A
implantação de um “Sistema de Coleta
Seletiva” e de um “Mini-Complexo Para
Tratamento
de
Resíduos
Sólidos”
produzidos na área urbana de Bragança,
que venha oferecer benefícios sanitários,
ambientais, ecológicos e econômicos à
comunidade local. Outra possibilidade é a
formação de um consórcio intermunicipal
envolvendo os municípios próximos
(Bragança, Tracuateua, Augusto Corrêa e
outros), para o complexo de reciclagem,
compostagem e incineração dos resíduos
sólidos produzidos nesses municípios.
Neste
caso,
sua
implantação,
administração e manutenção ficariam a
cargo do Governo Estadual e a coleta e o
transporte do lixo sob a responsabilidade
de cada prefeitura.
Para implantação desse Minicomplexo recomenda-se a permanência
da área usada atualmente para disposição
final do lixo (Fig. 10).
Quanto ao matadouro, sugere-se
instalações de lagoas de estabilização
para tratamento dos rejeitos proveniente
do abate dos bovinos e suínos, evitando,
assim, odores desagradáveis para o
povoado Acarajó II, localizado em frente
ao mesmo.
Recomenda-se a retirada do lixo
fluvial do local onde se encontra
atualmente, para evitar assim, possíveis
acidentes fluviais e aspectos negativos ao
turismo da região.
4.1
–
DESCRIÇÃO
RECOMENDADA
DA
ÁREA
4.1.1 – Localização
A área sugerida à destinação final
do lixo produzido em Bragança, fica
localizada na margem esquerda da PA
112 A 3,4 Km A sudeste da sede
municipal, com dimensão de 300 x
600m.equivalente a 18 ha, coordenadas
central de 01º 05’ 15”S e 46º 46’ 40”WGr.
Atualmente 150x200m equivalente a 3 ha
desta encontra-se sendo utilizada para
deposição inadequada, do lixo gerado
nessa cidade, permanecendo os 15 ha
restantes virgens. (Fig. 10).
4.1.2 - Características Físicas
Geologicamente, constitui-se de
sedimentos
inconsolidados
recentes,
areno-argilosos ou síltico-argilosos de
idades terciária e quaternária, com
espessura
média
de
15
metros,
proveniente da alteração de rochas do
Grupo Barreiras.
Encontra-se coberta por vegetação
secundária ou antrópica e latossolo
amarelo, envelhecidos, fortemente ácidos,
de boa drenagem, não aconselhado para
implantação de fossas sépticas e
deposição inadequadamente do lixo, visto
a sua elevada permeabilidade.
Devido aos ventos predominarem,
durante todo o ano, no sentido NE para
SW e N para S dificilmente o perímetro
urbano será alcançado por odores maus
cheirosos e/ou partículas geradas na área
sugerida para a disposição final do lixo.
Não se encontra seccionada por cursos
d'água atendendo o que dispõe o Art. 2º
da Lei 4771, de 15 de Setembro de 1965.
Não se prevê o crescimento da cidade em
seu sentido e nem a desvalorização de
terrenos e habitações próximo da área,
especialmente se a destinação final do
lixo for adequada.
4.1.3
Características
Ambiental e Operacional
Sanitária,
Havendo a destinação adequada
dos resíduos sólidos, associados a um
sistema de reciclagem, compostagem do
lixo orgânico, aterramento dos rejeitos
produzidos durante o seu beneficiamento,
bem como da incineração do lixo
hospitalar e aterramento dos inertes
elimina-se da área os problemas
sanitários, ambientais e operacionais
25
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
ÁREA DESTINADA AO TRATAMENTO DO LIXO
300 m
600 m
Área em uso para
disposição inadequada
do lixo = 3 ha.
150 m
Área virgem = 15 ha.
200 m
ESC. 1: 3.500
46º39’45’’
00º59’45’’
00º59’45’’
46º50’32’’
Bom Jardim
Maçarica
Vila Rica
Aciteua
Acarajó I
Acarajó II
Lago
VILA CUÉRA
Rio Grande
Jandiaí
o
Ri
Ferreira
São Domingos
Gr
an
d
e
BRAGANÇA
Engenho
Jiquiri
Campinho
Cearazinho
Pratinha
LIXÃO
Rio
Chumuc
uí
Vila Brasil
CAE
TÉ
O
RI
Rio
Ig.
A ro
ca
ji vou
46º50’32’’
01º07’49’’
01º07’49’’
Monte Alegre
rus
fa r
En
Fonte : PRIMAZ
46º39’45’’
MUNICÍPIO DE BRAGANÇA
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO D’ÁGUA - ETA
CAPTAÇÃO DE ÁGUA
ESC. 1:125.000
Fig. 10
ÁREA DO LIXÃO ATUAL
MATADOURO MUNICIPAL
26
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
tais como: aparecimento de fogo, fumaça,
mau cheiro, vetores de doenças, poluição
do ar, solo e das águas, paisagismo
desagradável, difícil acesso e redução da
vida útil da área, inutilização da área no
futuro,etc.
27
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
5 – PROPOSTA PARA TRATAMENTO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS
5.1. – SISTEMA DE COLETA SELETIVA
O sistema de coleta seletiva dos
resíduos sólidos gerados numa cidade,
consiste basicamente, de uma fase
interna de responsabilidade do gerador do
lixo
(residências,
comércios,
etc.),
compreendendo seu acondicionamento e
armazenamento e outra fase externa,
abrangendo o chamado serviço de
limpeza urbana de responsabilidade da
administração municipal.
É importante que a população se
conscientize que, durante a geração do
lixo, efetue uma pré-reciclagem das
diversas classes de componentes em
diferentes sacos plásticos para seu
acondicionamento.
Para
o
armazenamento do lixo, utilizar lixeiras de
0,1 m3, de difícil acesso para animais e
colocá-las junto às portas das residências
e/ou do alinhamento do logradouro, para
facilitar o trabalho dos garis. Para fontes
geradoras de grande quantidade de lixo,
como hospitais, fábricas, quartéis, hotéis,
mercados, feiras e supermercados,
recomenda-se
recipiente
do
tipo
“container”, para armazenar de 2 a 3 m3
de lixo diário. E, em pontos de grande
movimento recipientes de coleta seletiva
devem ser colocados para entrega
voluntária.(Fig.10A).
A produção diária do lixo
doméstico, comercial, etc. da cidade de
Bragança é de aproximadamente 28.660
kg (Fig. 09). Para coletar totalmente esses
resíduos sólidos é necessário aumentar o
quadro de funcionários no setor de
limpeza urbana em 25 elementos, sendo:
15 na varrição, podagem e capinagem; 08
garis; e 02 motoristas. Faz-se ainda
necessária a aquisição, através da
prefeitura,
dos
equipamentos
complementares abaixo discriminados,
com seus respectivos preços:
01 Papa lixo (capacidade 10 m3)
R$ - 80.800,00
01 Caminhão
R$ - 50.000,00
05 Containers (capacidade de 2 a 3 m3)
R$ - 5.000,00
100 Recipientes ou Lixeiras (capacidade
R$ - 5.000,00
0,1 m3)
03 Conjuntos de Recipientes para entrega
voluntária
R$ - 4.500,00
Total
R$ - 145.300,00.
A participação da população nesse
sistema é essencial para uma coleta bem
sucedida. É fundamental que os dias e os
horários de coleta de lixo domiciliar sejam
definidos, informados e cumpridos a risco.
Hábitos regulares devem ser criados
através de medidas educativas e estimular
a participação da população com o intuito
de assegurar que o lixo seja bem
acondicionado
e
depositado
adequadamente na via pública, em dia e
horário próximos da coleta, para evitar a
acumulação indevida e todas as
conseqüências indesejáveis.
Qualquer alteração na forma de
operação
do
sistema
deve
ser
amplamente divulgada à população,
através dos órgãos de comunicação,
evitando custos altíssimos da circulação
vazias de caminhões de coleta seletiva.
Aos coletores devem ser fornecidos
equipamentos de proteção individual (EPI)
tais como: luvas, calças, camisas, capas
de chuvas e sapatos leves com solado
antiderrapante e exigido o seu uso
durante o trabalho.
O sucesso de um projeto de
tratamento de lixo, está diretamente
relacionado com o nível de participação
da população, através da coleta seletiva e
da educação ambiental da comunidade
geradora desses resíduos sólidos.
5.2.
–
MINI-COMPLEXO
TRATAMENTO
PARA
Esse Mini-Complexo destina-se ao
tratamento total do lixo produzido
diariamente pelas atividades domésticas,
comerciais, etc., na cidade de Bragança,
de acordo com as especificações
existentes no Balanço de Massa (Fig. 11).
Parte das despesas com a manutenção
28
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
SISTEMA DE COLETA SELETIVA
Fo nte: Mod elo de Gestã o de Resíduo s S ólidos e m B elo Ho rizont e
LOCAIS DE ENTREGA VOLUNTÁRIA
Fig.10A
29
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
do Mini-Complexo, poderá ser obtida da
venda do material reciclado e do adubo
produzido da matéria orgânica tratada.
Esse sistema de tratamento inclui
reciclagem e compostagem do lixo
urbano, incineração do lixo de alto risco e
aterramento dos rejeitos inertes. Consiste
basicamente das operações de recepção,
reciclagem, incineração, compostagem e
aterramento,
(Fig.
12).
Havendo
acréscimo na geração do lixo, em função
do crescimento populacional, é possível
aumentar o número de receptores (silos),
esteira rotativa da reciclagem e o pátio da
compostagem da usina, pois sua
implantação é modular.
5.2.1 - Recepção - Este setor
compreende as instalações e o controle
dos fluxos do lixo na entrada do sistema, a
partir dos veículos até o seu interior,
utilizando silos de chapa de ferro com
formato de um cone truncado e disposição
inclinada, de maneira a fazê-lo deslizar e
descarregá-lo no equipamento seguinte.
Antes do descarregamento do lixo nos
silos, os caminhões coletores devem
passar pela balança instalada na entrada
do mini-complexo. Este dado torna-se
importante,
pois
facilita
o
dimensionamento do lixo gerado na
cidade.
5.2.2 - Reciclagem - Este procedimento
consiste na separação dos materiais a
serem
reutilizados.
O
principal
equipamento é a esteira de borracha, com
polias nas extremidades, que desliza por
roletas, movimentando o lixo de uma
extremidade à outra, permitindo, assim, a
retirada dos materiais recicláveis. Para
retirar o máximo possível de metais, a
esteira deve ser dotada de um separador
magnético, que pode constar de um
eletroimã ou uma polia imantada. Todo
material reaproveitado será armazenado
em galpões após sofrer trituração e/ou
compactação em equipamento específico
e de simples manejo, facilitando o seu
transporte e venda, inclusive para outras
regiões.
5.2.3 - Incineração - Trata-se da queima
do lixo hospitalar em alta temperatura,
acima de 900ºC, em mistura com uma
apreciável quantidade de ar durante um
tempo pré-estabelecido. Atualmente, é a
melhor alternativa de tratamento para
esse tipo de resíduo, reduzindo-o a uma
pequena quantidade de cinza inerte, que
deverá ser aterradas.
5.2.4 - Compostagem - É o sistema que
se inicia com a trituração, em moinho de
martelo ou outro, do material que passa
pela reciclagem, com a finalidade de
promover uma melhor mistura da matéria
orgânica, sendo esta disposta em leiras.
Estas leiras são reviradas periodicamente,
apressando
a
decomposição
microbiológica, para
ser
obtido
o
adubo orgânico ou biofertilizante, num
período mínimo de 100 dias. Quando esse
tratamento é bem feito evita o
aparecimento do chorume, em caso
contrário o mesmo é tratado por uma
pequena lagoa de estabilização (Fig. 13).
Para esta operação é necessária uma
área de 0,92 ha, demonstrada nos
cálculos a seguir:
Produção do Lixo 28.660 Kg/dia
População Urbana 47.765 hab
Taxa “Per Capita” 600 gr/hab/dia
Peso específico da Matéria Orgânica 600
Kg/m3
Produção diária do lixo orgânico (0,48 X
28.660 Kg/dia) Lo= 13.757 Kg/dia
Volume da matéria orgânica (13.757
Kg/dia ÷ 0,6 ton/m3) Vo=22,9 m3/dia.
Configuração geométrica das leiras:
Largura = 2m
Altura H= 1,5 m
Área Frontal (2 x 1,5) ÷ 2 A= 1,5 m2
Comp. (22,9 m3 ÷ 1,5 m2) C=15,3 m
Área da base da leira (15,3 m x 2m)=30, 6
m2 .Área do pátio, incluindo área para
reviramento (30,6 m2 x 2x100) = 6120 m2 .
Período mínimo da compostagem natural
∆t= 100 dias.
Considerando um créscimo de 15% na Sp
destinada a circulação, temos.
Área final da Compostagem (6.120 m2
x1,15) Sf=0,92 ha.
5.2.5 - Aterramento - O aterramento,
empregando as técnicas de proteção
ambiental, é o método adequado para
disposição final dos resíduos sólidos, sem
30
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
Balanço de Massa
Cidade: Bragança
Estado: Pará
28.660 Kg/dia
Material Potencialmente
Reciclável
15%
4.299 Kg
Material
Reciclável
85%
3.654 Kg
Rejeitos dos
Recicláveis
15%
645 Kg
Rejeitos do Lixo
35%
7.165 Kg
Total dos Rejeitos
Produzidos
39,2%
11.249 Kg
Rejeito
Para o
Aterro
14 m3
Matéria Orgânica
Compostável
60%
17.196 Kg
Rejeitos da
Compostagem
20%
3.439 Kg
Material
Compostável
80%
13.757 Kg
Perda na
Compostagem
22%
3.027 Kg
Composto
Produzido
78%
10.730 Kg
Reintegração Ambiental
50,19 %
14 384 K
Data: 04-03-98
Fig. 11
Autor: João B. Quaresma
31
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
causar danos ao ambiente, nem
malefícios ou prejuízos à saúde pública.
Prevê-se que os rejeitos provenientes da
reciclagem, compostagem, incineração do
lixo hospitalar de Bragança são de
aproximadamente,
11.249
Kg,
equivalentes a 14 m3, considerando o
peso específico do rejeito inerte de 800
g/m3 (Fig. 12), os quais serão aterrados
em células de 3,5 x 2 x 2 metros e
cobertas com uma camada de terra, ao
final da operação diária. A vida útil da
área destinada para esta operação (16,08
ha), é de, aproximadamente, 26 anos
contra 16 anos para destinação através de
lixão com 2 metros de altura da superfície
considerando
um
crescimento
populacional em torno de 6% ao ano, a
partir de 1998 e recebendo todo o lixo
produzido em Bragança, como calculado
abaixo:
Área total do Mini-Complexo =18ha
Área da recepção, reciclagem e
incineração =1,0ha.
Área de compostagem = 0,92 ha.
Área restante para aterramento 18 ha(1,0 ha+0,92 ha) 16,08 ha = 160.800 m2 .
Vida útil aproximada = 26 anos.
Área da célula de aterramento (3,5 m x 2
m)x1,15 x 360 = 2.898 m2/ano.
A área da reciclagem será coberta,
contendo
espaço
para
circulação,
depósitos, refeitório, sanitários e descanso
dos empregados. A unidade de recepção,
reciclagem e incineração requer uma área
coberta de 1,0 ha, o pátio de
compostagem de 0,92 ha e a área
restante de 16,08 ha suporta, com base
nos dados atuais, uma vida útil de,
aproximadamente,
26
anos
de
aterramento dos inertes.
32
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
6 - INVESTIMENTO, TEMPO E ÁREA
NECESSÁRIA
PARA
IMPLANTAÇÃO
DO
MINICOMPLEXO
de financiamento, a fundo perdido, pelo
Ministério do Planejamento.
USINA DE TRATAMENTO (30 ton/dia x
11.000,00)
Estima-se que o custo médio de
investimentos
por
tonelada/dia,
de
capacidade instalada para tratar os
resíduos sólidos urbanos numa usina de
reciclagem, compostagem, incineração e
aterramento, e adotando o processo
natural de cura da matéria orgânica, seja
da
ordem
de
R$
11.000,00,
aproximadamente. A contratação de
terceiros
para
terraplenagem
e
preparação do pátio nessa região, é de
R$ 50.000,00. O custo de instalação do
Mini-Complexo para tratar 28.660 Kg/dia é
de R$ 70.000,00. O incinerador para o lixo
de alto risco é de R$ 30.000,00. O
investimento total é da ordem de
R$ 480.000,00, de acordo com o
demonstrativo abaixo, tornando-o passível
R$ 330.000,00
TERRAPLENAGEM
PÁTIO
INSTALAÇÃO
E
R$
DO
PREPARAÇÃO
50.000,00
MINI-COMPLEXO
R$
70.000,00
INCINERADOR PARA O LIXO DE ALTO
RISCO
R$
30.000,00
TOTAL DE INVESTIMENTO
R$ 480.000,00
O tempo de implantação de uma
usina com estas especificações é de
aproximadamente, 6 meses, e exige uma
área de, no mínimo, 5 ha.
33
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
USINA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .
CIDADE DE 05 A 50 MIL HABITANTES
Silo s
Este ira de cata ção
Matéria organica
leira
peneira men to do
composto curado
chorume
to
lagoa de tratamen
do chorume
aterro de
rejeitos
com ercialização
Fonte: Lixo Municipal - Manual de gerenciamento integrado -IPT
Fig. 12
Serviço Geológico do Brasil
34
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
7 - CUSTO E RECEITA DA OPERAÇÃO
DO MINI-COMPLEXO
Para operar o sistema como um
todo,
o
Mini-Complexo
necessita
empregar 26 pessoas, a custo mensal de
R$ 5.840,00, encargos sociais de
R$ 4.672,00, fornecimento de alimentação
aos empregados de R$ 3.500,00 mensal e
aquisição de equipamentos de proteção
para reposição de R$ 1.500,00 por mês.
Essas despesas totalizam R$ 17.512,00,
considerando os custos de transporte para
os centros de comercialização de
R$ 2.000,00, de acordo com o
demonstrativo abaixo:
Quadro da Receita de Operação do Mini-Complexo
PESSOAL + 50% de periculosidade e insalubridade
01 ADMINISTRADOR
01 VIGIA
10 RECICLADORES
05 COMPOSTADORES
03 ACONDICIONADOR DOS RECICLADOS
02 INCINERADOR
04 ATERRADORES
ENCARGOS SOCIAIS 80%
ALIMENTAÇÃO MENSAL
REPOSIÇÃO DE MATERIAL DE PROTEÇÃO MENSAL
FRETE BRAGANÇA/BELÉM
TOTAL
Para
amenizar
os
custos
operacionais do Mini-Complexo os
produtos da reciclagem (Tab. 04) podem
ser comercializados e o adubo orgânico
utilizado em hortas comunitárias e/ou
R$ 5.840,00
R$
800,00
R$
240,00
R$ 2.000,00
R$ 1.000,00
R$
600,00
R$
400,00
R$
800,00
R$ 4.672,00
R$ 3.500,00
R$ 1.500,00
R$ 2.000,00
R$ 17.512,00
doado aos pequenos agricultores da
região. Os municípios de Viçosa e
Coimbra, no Estado de Minas Gerais, são
exemplos deste “Sistema de Tratamento
de Lixo”
.
35
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
COMPONENTES PUTRESCÍVEIS, RECICLÁVEIS E REJEITÁVEIS DO LIXO URBANO DA CIDADE DE BRAGANÇA
COMPONENTES
PUTRESCÍVEL
(kg)
ADUBO ORGÂNICO
(kg)
BORRACHA
RECICLÁVEL
(Kg)
REJEITOS DA
LIMPEZA URBANA
(Kg)
219
COURO
MADEIRA
MAT. ORGÂNICA
365
13.757
10.730
METAIS. FERROSOS
329
METAIS N/FERROSOS
256
PAPEL
439
PAPELÃO
475
PLÁSTICO DURO
439
PLÁSTICO MOLE
475
TRAPOS
292
VIDRO
365
DIVERSOS
TOTAIS
1.456,8
13.757
10.730
3.654
11.249
Tab. 04
36
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
8 - VANTAGENS DO MINI-COMPLEXO
1 - Melhoria das condições da saúde
pública, com a eliminação dos ciclos
evolutivos das doenças relacionadas com
o lixo;
6 - Eliminação do mau cheiro, quando o
tratamento é perfeito, evitando o
aparecimento de chorume;
2 - Redução da área reservada ao lixo;
7- Melhoria da qualidade das águas
superficiais e subterrâneas e dos solos e
consequente aumento da produtividade
agrícola, fator decisivo no combate a
desnutrição;
3 - Incentivos à participação comunitária e
ao resgate da cidadania, além da geração
de novos empregos;
8 - Evita que seres humanos se alimentem
com o lixo diretamente, em condições
sub-humanas;
4 - Melhoria nas condições de vida de
catadores, dando-lhes um trabalho digno,
com
vestimentas
e
alimentação
adequadas e atendendo-os com os
benefícios da Previdência Social e os
direitos de um trabalhador assalariado;
9 - Diminuição do número de vetores tais
como ratos, moscas, baratas e mosquitos
portadores e transmissores de diversos
tipos de doenças;
5 - Proteção ao meio ambiente, pois cada
tonelada de papel reciclado são poupadas
do corte, no mínimo, 50 árvores do tipo
acácia ou eucalipto, com cinco anos de
crescimento;
10 - Aumento na eficiência da limpeza
urbana e na coleta do lixo; e
11 - Retorno do lixo, após tratamento, às
prateleiras, pois deve ser encarado como
uma mercadoria a ser vendida.
37
Estudo e Proposta para Tratamento de Resíduos Sólidos de Bragança
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1 – ACKERMANN, F. L. Esboço para a geologia entre as cidades de Belém – Rio Gurupi e
Atlântico – Rio Guamá, Belém: 1969. 83p.
2 – ARAÚJO, Viana. Levantamento de Reconhecimento de Solo e Aptidão Agrícola das
Terras do Município de Santarém. Belém. CPRM/PRIMAZ, 1996. 80 p. il.
3 - CIMASA. Usina de compostagem e reciclagem de lixo. Santa Cruz do Sul-RS:
21p.
[s.d.]
4 – COSTA, J. L. da – Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil... Programa
Grande Carajás, Castanhal. Folha SA.23-V-C Estado do Pará; texto explicativo.
Brasília: DNPM/CPRM, (no prelo)
5 – COSTA, E. J. S. Geologia e Favorabilidade para Tipos de Jazimentos, Município de
Bragança. Belém: CPRM/PRIMAZ, 1997.
6 – DIOGO, J. J. Bragança...Fatos históricos. Bragança – PA: Prefeitura Municipal de
Bragança, 19? 21p. il.
7 – DIOGO, J. J. Plano de redirecionamento da atividade agropecuária do Município de
Bragança. Bragança – PA: Prefeitura Municipal de Bragança, 1997.
8 - JARDIM, N.S. et al. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado, São Paulo,
Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1995.
9 - LIMA, E. P. et al. Modelo de um aterro sanitário para disposição final dos resíduos
sólidos na cidade de Castanhal e o estudo de impacto ambiental. Belém:
UFPa/NUMA, 1993. 74p. il.
10 - LIMA, L. M. Q. Tratamento de Lixo no Brasil. Curitiba: [ S N T ] 1983.
11 – PASTANA, J. M. do N. – Programa Levantamentos Geológicos Básicos do
Brasil...Programa Grande Carajás, Turiaçu/Pinheiro. Folhas SA.23-V-D/SA.23-Y-B
Estados do Pará e do Maranhão; Texto explicativo. Brasília DNPM/CPRM, 1995.
240p. il. Mapas.
12 – PLANO Municipal de Saúde. Programação e orçamentação da Secretaria Municipal de
Saúde de Bragança...1997. Bragança – PA: Prefeitura Municipal de Bragança-Pa,
1997.
38
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