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JORNAL DE NOTÍCIAS
SEGUNDA-FEIRA 28/ 1/13
I /Sociedade
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Quando é que a net
se transforma
em dependência?
.
e Estudo revela que 17% das
crianças mostr.am sinais de alerta
Dina Margato
.
[email protected] .
Os sinais de uso excessivo
dalntemet nas crianças começam a ser estudados. Dezassete por cento dos miúdosapresentam dois sintomas preocupantes. Adependêndae~sob~do
associada a jogos online.
egundo os últimos
resultados do projeto europeu EuKids
Online, o uso prolongado da Internet já se refletiu em 45% das crianças
portuguesas com um dos seguintes sintomas: não dormir, não comer, falhar nos
trabalhos de casa, deixar de
S
.
e Plario Nacional contra Drogas
vai alargar-se ao jogo e Internet
socializar, tentar passar me- ros na net, prefere ver a
nos tempo online. Na Euro- questão do uso da Internet
pa, só a Estónia está à frente: pelos efeitos nocivos no dia
49%. A existência de dois si- a dia. "Essa prática pode denais - ter deixado de comer generar em problemas
ou dormir para estar ao com- como fraca sociabilidade,
putador - foi apontada por colocar em segundo plano
17% dos inquiridos.
atividades importantes para
· Os números não são dra- o desenvolvimento e.aprenmáticos, na análise de Cris- dizagem, problemas de saútina Ponte, coordenadora do de como a obesidade".
estudo, porque a "Internet
De qualquer modo, "não
.veio ocupar, em parte, o es- nos podemos esquecer que
paço antes preenchido pela · uma maior utilização da Intelevisão". Cristina Ponte ternet também traz mais
também conclui que as coiJ).petências". Estamos
crianças nacionais estão aci- diante de uma nova realidama da média europeia na ca- de, lembra. Traçar fronteiras
pacidade de resistência a ris- daras entre o danoso e o útil
cos de sexting (fotos se - deve Sl'!r visto à luz da vida
xuais) e bullying.
funcional do sujeitos e isto
Tito de Morais, responsá- tanto para miúdos como para
vel do projeto Miúdos Segu- graúdos. "Nos anos 90, co-
nhecíamos pessoas 'agarradas à televisão'". Hoje, temos
os "novos agarrados ao telefone, ao iPhone, é uma realidade ainda a estudar".
Tito de Morais diferencia
uso abusivo e vício, explica
isso aos pais que o contactam, na esperança de perceberem a conduta dos filhos.
As denúncias próximas da
patologia remetem para o
tempo dedicado aos videojogos e jogos de azar, perturbação reconhecida como
adição. O novo Plano Nacional contra Droga e Toxicodependência (2013/2020)
vai inserir, pela primeira
vez, campanhas preventivas sobre a matéria, adianta o seu responsável João
Goulão. e
MORIBASSOCIADASAPíWLADIANE35
A agência de medicamentos francesa relacionou a Diane
35 (pílula contracetiva também usada para tratar acne)
a quatro mortes por trombose venosa.
RADIOGRAFIA
10
anos de idade
Portugal apresenta uma
das médi.as mais altas em
termos etários no uso da Internet, dizem os últimos dados do EuKids Onli ne.
67% a partir do quarto
Quase todas as crianças, entre os nove e os 16 anos,
têm acesso à Internet a partir de casa (93%) e mais de
dois terços (67%) fazem
esse acesso desde o quarto. Apenas a Suécia e a Dinamarca estão à frente.
7%têm net no telemóvel
A Internet no telemóvel
ainda não está vulgarizada
junto dos mais novos. Possuem-na 7% dos rapazes e
2% das raparigas.
89%paraTPC
As crianças portuguesas
dizem usar a Internet
sobretudo para fazer os
trabalhos de casa (89%) e
jogos (83%). Somente um
terço usa-a para ler
noticias.
25%viusexo
As meninas most ram~se
mais ofendias ou perturba-
das com os riscos online do
que os rapazes. De uma forma geral. das 25 mil crianças europeias, 25% já contactaram com mensagens
de cariz sexual e 18% receberam mensagens portado·ras desse conteúdo.
Grupos de risco
As crianças mais novas,
de meios sociais desfavorecidos, com baixa autoestima e com problemas psicológicos reagem de forma
mais passiva às provocações de estranhos.
Gerir o tempo
Os pais devem ajudar os
filhos a organizar os
tempos livres. Roubar
horas ao desporto para
estar diante do
computador não é boa
doutrina.
Dialogar abertamente
Tratar das dúvidas di reta~
mente com os fi Ihos e ensinar-lhe estratégias de defesa são outros conselhos.