EFEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL NA PRODUÇÃO
FUMAGEIRA GAÚCHA
RITA INÊS PAULI PRIEB (1) ; MARCELINO DE SOUZA (2) ; JOÃO
EDUARDO PEREIRA (3) .
1,3.UFSM, SANTA MARIA, RS, BRASIL; 2.UFRGS, PORTO ALEGRE, RS,
BRASIL.
[email protected]
APRESENTAÇÃO ORAL
AGRICULTURA FAMILIAR
I - EFEITOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL NA PRODUÇÃO
FUMAGEIRA GAÚCHA1
Resumo: O presente artigo tem como objetivo verificar os impactos das mudanças
na condição de vida dos produtores rurais de fumo, que ao mesmo tempo recebem
benefícios da previdência social rural. A metodologia empregada foi a pesquisa de
campo que contou com aplicação de questionários famílias pertencentes aos
municípios de Candelária, Arroio do Tigre e Estrela Velha, todos residentes na
região fumicultora gaúcha. A seleção dos municípios que compuseram a amostra
foi efetuada através de um procedimento estatístico de amostragem por
conglomerado. Os principais resultados sugerem que os benefícios previdenciários
implicaram em mudanças positivas, no comportamento dos principais indicadores
decisivos na análise da condição de vida e de bem-estar social das famílias. A
renda média domiciliar e per capita são superiores aos rendimentos médios do
meio rural gaúcho, porém, os gastos e grau de endividamento revelaram-se
expressivos.
Palavras –chave: produtores de fumo, aposentadoria rural, bem-estar.
Abstract: This paper aims to verify the impact of the changes on the life conditions
of the tobacco producers, whose receive benefits from the social rural security. The
methodology employed was the field research by means of the application of
1
este texto é parte integrante do projeto de pesquisa “Projeto de Cooperação Técnica “Apoio às Políticas
e à Participação Social no Desenvolvimento Rural Sustentável – PCT”, realizado em cooperação com a
Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - FAUFRGS com o Núcleo de
Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (NEAD/MDA) e
o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)", contudo as afirmações nele contidas
são de inteira responsabilidade dos autores do artigo.
2
questionnaire to the families pertaining to the cities of Candelária, Arroio do Tigre
and Estrela Velha, all located in the southern region of Brazil. The selection of the
cities, which comprised the sample, was made by means of a statistical procedure
of sampling by clusters. The main results suggest that the benefits of the social
security imply in positive changes in the behavior of the most important indicators
on the analysis of the life conditions and of the social welfare of the families. The
average house income and the per capita are above the average income of the rural
area of the south of Brazil, although the spents and the degree of indebtedness
have shown to be expressive.
The present work aims to analyse the changes in the life conditions
Keywords: tobacco producers, social rural security, welfare
Introdução
Em pesquisa anterior desenvolvida no âmbito da fase III do Projeto Rurbano2
procurou-se mostrar que a pluriatividade presente na agricultura diversificada, também
se encontra presente na produção fumageira gaúcha, e não é consideravelmente inferior
àquela. 3 Mostraram-se, também, as razões do crescimento da pluriatividade no interior
da produção fumageira familiar decorrem de uma multiplicidade de fatores.
Os fatores mais expressivos são: a) queda nos preços do fumo em folha nos últimos
anos, o que força os membros das famílias, antes dedicados exclusivamente ao cultivo
de fumo à busca de novas atividades, sejam elas as tradicionais formas de trabalhos
agrícolas assalariados, sejam as atividades não agrícolas propiciadas por um crescente
florescimento do setor de serviços, muitos deles relacionados à própria consolidação do
complexo fumageiro e de apoio a outras atividades agrícolas na região.
Há que se considerar outro fator de relevância, os avanços que a Comissãoquadro no Brasil e a OMS no mundo vem conseguindo no que diz respeito à redução
das áreas de produção de fumo, isso implica no médio, e longo prazos, também na
necessidade de reestruturação das atividades dos fumicultores.
Sem dúvidas a diversificação das fontes de renda dos agricultores familiares
resulta em uma ampliação considerável nos rendimentos das famílias. Os benefícios da
previdência social rural, a partir da constituição de 1988, de modo crescente, adquirem
importância no meio rural brasileiro, o que redundou em estudos sobre as implicações
2
A fase III do Projeto Rurbano foi dedicada aos trabalhos de campo, ao contrário das anteriores em que
se trabalhou basicamente com os dados secundários das Pnads. A maior parte dessas publicações, podem
ser encontradas no site do Instituto de Economia da Unicamp (www.eco.unicamp.br), ou na série de sete
livros editada pela Embrapa denominada “O Novo Rural Brasileiro”.
3
No estudo de caso, encontrou-se um resultado de 36,7% famílias pluriativas e 63,3 famílias agrícolas.
Pode-se constatar que as famílias pluriativas possuem renda superior à das famílias agrícolas e mais, que
as famílias pluriativas têm melhores condicções de vida e de acesso aos bens , condições de habitação e
níveis de escolaridade, corroborando os resultados das tendências nacionais. Prieb, R. P. (2005 p. 148)
3
sócio-econômicas no meio rural e, com isso, um engajamento de muitos pesquisadores4
sendo que várias pesquisas teóricas e empíricas foram realizadas nas diferentes regiões e
municípios do Brasil.
Os impactos socioeconômicos da previdência rural são, de fato, muito
expressivos. É o que mostram, por exemplo, as pesquisas do IPEA. Os resultados
apontam para uma realidade em que a renda domiciliar das famílias contempladas com
o seguro previdenciário rural está, em média, 16%5 acima da renda domiciliar de
famílias sem acesso aos benefícios pagos pelo INSS. Isto permite manter cerca de 85%
das famílias pesquisadas da região Sul e 62% das do Nordeste acima da condição de
pobreza, tendo por base 1/2 salário mínimo domiciliar per capita (ou cerca de 60
dólares por ocasião da pesquisa, realizada no segundo semestre de 1998). Nos
domicílios sem acesso aos benefícios, esse índice cai para 60% na região Sul e para
apenas 26,5% no Nordeste. (Delgado e Cardoso Jr., 2000).
Os autores afirmam ainda, que a diferença positiva em favor dos beneficiários
da previdência rural deve-se em grande parte aos seguintes aspectos: a) os beneficiários
da previdência tendem a receber mais de um benefício por domicílio (numa média de
1,78 benefícios por domicílio); b) os domicílios com beneficiários da previdência rural
estão associados a estabelecimentos produtivos, em geral agropecuários; c) o tamanho
médio das famílias não difere muito entre os beneficiários e os não-beneficiários da
previdência rural; d) nos domicílios em que ocorre o recebimento de pelo menos um
benefício da previdência rural habitam pessoas ocupadas no mercado de trabalho
(Delgado e Cardoso Jr., 2000, p.34).
1. O Estudo de Caso
Os municípios de Estrela Velha, Arroio do Tigre e Candelária, pertencentes à
região do Vale do Rio Pardo compreendem a amostra do estudo de caso. Os critérios de
seleção, foram praticamente os mesmos, já delineados no Produto 2, contudo, foram
redefinidos os municípios nos quais já foram aplicados os questionários de pesquisa. Os
critérios de seleção foram praticamente os mesmos já delineados no Produto 2,
contudo, a inclusão de outras variáveis do (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, Associação de Fumicultores do Brasil – AFUBRA e Previdência Social),
permitiu a obtenção de uma amostra mais representativa.
Especificamente procedeu-se da seguinte maneira: para a definição dos
municípios nos quais foram aplicados os questionários de pesquisa, foram realizadas
previamente determinações, considerando algumas proposições: municípios com grande
parte da população rural inserida na atividade de produção de fumo; e de parte da
população rural como sendo beneficiária da transferência de recursos da previdência
social6.
14 Principalmente, àqueles vinculados ao Instituto de Pesquisas Econômicas – IPEA.
5
Kageyama, encontrou um percentual médio de 18, 26% de rendimento previdenciário sobre a renda
total, no Rio Grande do Sul. Kageyama, (2006 p. 260)
6
Foi efetuado uma análise de cluster, tendo sido selecionado 3 clusters em função de diferentes variáveis
e dentro de cada cluster foi selecionado o município mais representativo considerando as médias das
variáveis. (Ver anexo 1)
4
As variáveis selecionadas foram: Benefícios emitidos em R$; Número de
beneficiários rurais/população rural; número de fumicultores/população rural e o Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) de 15 municípios pertencentes à região do vale do
Rio Pardo – Rio Grande do Sul (RS).
A seleção dos municípios que compuseram a amostra foi efetuada através de
um procedimento de amostragem por conglomerado. Empregando-se a técnica
estatística de análise de clusters disponível no software Estatística 7.0 da Microsoft. A
utilização deste método considerou uma população de 15 municípios pertencentes à
região fumicultora gaúcha.
Para cada município, fora efetuado uma amostra proporcional ao número de
fumicultores. A listagem de fumicultores foi buscada junto à AFUBRA, com sede em
Santa cruz do Sul. Sabe-se que mais de 90% dos produtores de fumo do Sul do país são
associados à AFUBRA. O rol de produtores de fumo de Candelária contempla 5.574
pessoas; Arroio do Tigre 2.341 e Estrela velha 270, totalizando uma população de 8.185
produtores. Mas a escolha dos entrevistados, efetuado a partir de um rol adequado de
unidades da população estudada, ainda precisava considerar outro corte: os
fumicultores, ao mesmo tempo deveriam estar recebendo algum tipo de benefício
previdenciário7.
Considerando que a população da região objeto de estudo, possui 69,6% de
fumicultores, e 28,95% de produtores rurais que recebem o benefício, seria necessária
uma amostra mínima de 42 questionários aplicados para uma estimativa com margem
de erro de 1%, e com α de 5%. Lembrando que foram aplicados 55 questionários, o que
garante a confiabilidade da amostragem.
7
Para equacionar esta proposição lançou-se mão do auxílio do secretário da agricultura dos diferentes
municípios e do Sindicato dos Trabalhadores rurais na identificação desses produtores.
5
Figura 1 – Mapa do Rio Grande do Sul (RS) e seus respectivos municípios
6
2. Resultados da pesquisa de campo
Nesta parte, apresentam-se os resultados da pesquisa de campo, que consideram
uma amostra de unidades familiares fumageiras que tiveram que compreender duas
precondições: a) terem ao menos um integrante da família que seja beneficiário da
previdência rural; b) outro ou o mesmo vinculado com a atividade fumageira.
7
2.1 Identificação do beneficiário
Quanto ao número de domicílios, a amostra compreende o total de 55 famílias, e
189 pessoas residentes, entre elas, os cônjuges, todos de laços consangüíneos e
agregados legalmente ou não. Assim, em cada domicílio residem em média 3,44
pessoas.
Considerando as características gerais dos beneficiários da Previdência Rural
(PR) na região objeto de estudo, no que diz respeito à proporção de beneficiários, notase a predominância do público feminino, representando 51% dos casos, enquanto o
público masculino é de 49%.
Apesar da diferença não ser demasiado expressiva, explica-se o fenômeno
apontando a diferença na idade mínima para requerer o beneficio. Para as mulheres 55
anos e para os homens 60 anos8. A média aritmética de idade dentre os indivíduos,
abordados pela entrevista, ficou em torno de 64,52 anos.
Quanto ao estado civil dos fumicultores o que chama a atenção para a união
estável dentre os cônjuges entrevistados, revelando a importância dos laços/núcleo
familiar na amostra. Assim, veificou-se que 71% são casados, 24% são viúvos, 3% são
divorciados, e, apenas 2%, são solteiros.
O nível de escolaridade dos beneficiários é baixo, contudo todos declararam que
freqüentaram a escola e sabem ler e escrever.
Figura 2 – Nível de Escolaridade do Beneficiário
8
A diferença segundo (2000) em nível de Rio Grande do Sul, é de 64% de mulheres e 36% de homens.
Esta diferença pode também ser explicada pelo fato de as mulheres receberem muito mais pensões por
morte do cônjuge do que os homens, uma vez que, a expectativa de vida das mulheres é superior à dos
homens, principalmente, nos estratos dos mais idosos.
8
2%
4%
2%
0%
4%
13%
46%
29%
1ª a 4ª Série Incompleto
1ª a 4ª Série Completo
5ª a 8ª Série Incompleto
5ª a 8ª Série Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Nével Técnico de Instrução
Ensino Superior
A Figura 2 mostra que 88% dos entrevistados não possuem primeiro grau
completo sendo que pouco mais da metade destes não conseguiram completar a 4° série.
Todos os beneficiários tiveram na agropecuária o principal ramo de atividade
nos 12 meses que precederam o primeiro recebimento do benefício. A relação de
trabalho na última ocupação exercida nos doze anos anteriores ao recebimento do
benefício, foi a de Conta Própria, em 86% dos casos (Figura 3).
Figura 3 – Relação de Trabalho na última ocupação exercida nos 12 meses
anteriores ao recebimento do benefício
2%
4%
0%
6%
2%
86%
Conta Própria
Assalariado
Meeiro/Parceiro
Arrendatário
Diarista
Outros
9
2.2 – Seguro Previdenciário
Como esperado, a maior parte dos entrevistados recebem aposentadoria por
idade, contudo, existe uma parcela de aposentados por invalidez e outra de pensões
devido à morte do cônjuge. Quase a totalidade dos beneficiários recebe aposentadoria
por idade (82%), sendo que apenas 7% dos entrevistados recebem aposentadoria por
Invalidez, e outro 11% Pensão por Morte.
A média do tempo de recebimento dos benefícios é de 7,43 anos, dentre os
aposentados por idade. O tempo médio entre a solicitação do beneficio e a concessão
pelo INSS ou FUNRURAL é de aproximadamente 88 dias.
Praticamente nenhum beneficiário declarou enfrentar algum problema para ter
acesso ao benefício, sendo que quase todos contaram com auxilio de algum órgão ou
autoridade, a maioria (61%) contou com o Sindicato dos trabalhadores rurais. Os que
não necessitaram lançar mão de ajuda de terceiro perfaz um total de 22% dos
beneficiários. 9% dos beneficiários contaram com a ajuda da associação. Apenas 2%
receberam ajuda de autoridades locais e 6% de outros (Figura 4).
Figura 4 – Recebeu ajuda de alguma pessoa, autoridade ou órgão para
encaminhar o pedido do benefício.
6%
9%
22%
2%
61%
Associação
Sindicato de Trabalhadores
Autoridade Local
Não Recebeu Colaboração
Outros
Há que ressaltar também, que em quase na totalidade dos casos (98%), o beneficio
principal e pago em data certa e com regularidade nos últimos dois anos.
Em 83% dos casos á o próprio beneficiário que recebe o benefício. Todos os
recebimentos são efetuados via cartão magnético. Quando não, é retirado por um
parente sem procuração.
10
Tabela 1 - Percentual de beneficiários por domicilio
1 beneficiário
2 beneficiários
3 beneficiários
4 beneficiários
45,45
43,63
7,27
3,65
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
Observa-se pela tabela 1, que mais de a metade (54,55%) dos domicílios
contam com dois ou mais benefícios previdenciários. Isso decorre, em grande medida,
devido à especificidade do benefício concedido, que na maior parte refere-se à
aposentadoria rural por idade e, conforme visto anteriormente, 71% são casados o que
explica, em grande medida, os resultados encontrados.
2.3 Domicílio
2.3.1
Benefícios dos demais residentes
Considerando os domicílios que contam com mais de um beneficiário da
previdência, 67,57% foi o próprio cônjuge que recebe também o benefício, em 21,62 %
dos casos o filho (a) e, 10,81% cabem aos parentes e afins.
Tabela 2 - Caracterização dos demais beneficiários do domicilio e tipo de benefício
Grau de parentesco
Cônjuge
Filho (a)
Parente/afins
%
67,57
21,62
10,81
Tipo de benefício
Por Idade
Por Invalidez
Por morte
%
83,78
10,81
5,41
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
A tabela 2 apresenta, também, o tipo de benefício dos demais beneficiários do
domicílio confirmando a predominância de aposentadorias por idade. Há que se
ressaltar, porém, que nos domicílios há um considerável número de pessoas que
necessitariam receber benefícios previdenciários (16,36%), destes 12,72% estão à
espera da aposentadoria por idade e 3,64%, pela aposentadoria por invalidez. Tal
situação decorre da dificuldade da comprovação do trabalho em atividade rural e,
noutros casos, por invalidez9.
2.3.2 Caracterização de Moradia e Bem-Estar
Dentre os aspectos considerados relevantes na investigação do bem-estar
social pode-se afirmar, que de maneira geral, as famílias possuem boas condições de
vida. Contudo, se levado em conta as variáveis ambientais tais como contaminação da
água, da terra, e repercussões sobre a saúde, devido o uso excessivo de fertilizantes e
agrotóxicos percebe-se que, no Rio Grande do Sul, a região fumicultora é a que mais
sofre os efeitos nocivos da contaminação.
Tabela 3 – Aspectos da moradia atual (%)
9
Apenas em 1 caso constatou-se que havia uma pessoa, vinculada a atividades agrícolas, que deveria
receber o benefício por idade, porém, a falta de registros torna impossível a comprovação da idade.
11
Particular
Coletiva
Madeira
Alvenaria
Mista
Própria
Cedida
98
2
30
57
13
94
6
Número médio
de cômodos
6,43
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
Do provimento de serviços básicos das moradias todos os domicílios estavam
ligados à rede de energia elétrica geral. Contudo, as instalações de água e esgoto os
números não são nada expressivos. Apenas 7% das moradias estão ligadas à rede geral
de esgotos e 11% dispõem de água encanada pela rede geral. Pelo fato dos domicílios
pertencerem à zona rural, e relativamente distante do centro, destaca-se a predominância
da utilização do telefone celular como meio de comunicação e, até mesmo, segurança.
Tabela 4 – Utilização dos serviços básicos ( %)
Água
Rede geral
Outros
11
89
Eletricidade
Rede geral
100
Instalação Sanitária
Rede geral
Fossa
7
93
Celular
83
Telefone
Não possuem
17
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
A grande maioria dos domicílios está equipada com os principais utensílios
domésticos. O forno elétrico especialmente utilizado para assar carne, pães, cucas e
bolachas10 aparece como item mais importante do que o forno de microondas. O
elevado percentual de domicílios com antena parabólica, segundo os residentes se
justifica como item de central importância considerando que sua ausência praticamente
impossibilita o uso de aparelho de televisão.
Tabela 5 – Utensílios domésticos disponíveis (%)
Fogão
lenha
gás
100
100
Geladeira
Freezer
Televisor
Antena Parabólica
Rádio
Outros*
100
82,3%
100
69,10%
89,02
100
Obs: Outros: ar condicionado; computador; vídeo k7; dvd; microondas; chuveiro elétrico;
forno elétrico; maquina de lavar. Pelo menos um em cada residência.
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
É importante destacar que os entrevistados, antes de tornarem-se beneficiários da
previdência social, 67% viviam em moradias particulares e 33% em moradias
coletivas. Após tornarem-se beneficiários, 98% passaram a usufruir de moradia
particular e apenas 2% permaneceram em moradia coletiva (Figura 5).
Figura 5 – Relativo à última e à atual moradia
10
Alguns desses itens são produzidos para vendas em feiras, em um processo mercantilização de valores
de uso, já descrito por vários pesquisadores mormente àqueles vinculados ao Projeto Rurbano. Por outro
lado, a distância dos domicílios de padarias e supermercados, a tradição no consumo de pães caseiros e a
facilidade de sua produção considerando a disponibilidade de eletricidade explicam a priorização desse
item de consumo.
12
Última Moradia
33%
Moradia Atual
Particular
Coletiva
2%
98%
Particular
Coletiva
67%
2.3.4 Relações familiares e organização social
Em 47% dos domicílios entrevistados, o chefe da família é o próprio beneficiário,
em 23,63% um dos filhos é considerado o chefe da casa, em 20% o cônjuge do
entrevistado, e em 7,27% um dos pais do beneficiário.
Quase ¼ dos entrevistados (24%), declarou ter ajudado alguém economicamente
fora do domicílio nos últimos 12 meses, sendo que a metade desses ajudaram uma
pessoa e os outros ajudaram mais de uma pessoa.
Dentre os tipos de ajudas efetuadas e citadas nas entrevistas, os principais são, em
ordem de recorrência: prestação de serviços gratuitos; mutirão de trabalho; atendimento
a pessoa carente ou doente; Cessão de equipamento ou material de trabalho; ajuda em
espécie. Quando se trata de doações, tem-se que entre os principais produtos
transferidos por doação, nos últimos 12 meses, referem-se a itens de vestuário e
calçados, medicamentos e material escolar.
As associações que os beneficiários participam restringem-se ao Sindicato dos
Trabalhadores rurais e à Associações, conselhos municipais, e cooperativas11. Não foi
relatado envolvimento noutros grupos sociais vinculados, por exemplo, à
sustentabilidade ambiental e social de interesses mais amplos.
2.3.5 Relação do beneficiário com a atividade econômica
Cabe aqui mostrar os resultados acerca do envolvimento do beneficiário com a
exploração domiciliar. Constatou-se que em 65,45% dos casos, o beneficiário ou
alguém residente no domicilio é responsável pelo estabelecimento rural, e em 34,54%
dos domicílios não são responsáveis por nenhum estabelecimento rural.
11
Neste caso a maior parte é sócio da AFUBRA.
13
Dentre os domicílios responsáveis por estabelecimentos rurais, 40%
concentram-se em atividades agrícolas, 30% na horticultura, 20% na agropecuária, e
10% na pecuária.
A figura 6 mostra que 37% dos beneficiários utilizam de alguma maneira a
renda da aposentadoria ou pensão para a manutenção da atividade rural.
Figura 6 – Utilização da aposentadoria ou pensão para manutenção da atividade
rural
37%
63%
Sim
2.3.6
Não
A Renda rural dos domicílios
A tabela 6 apresenta a renda média mensal dos domicílios amostrados. A
composição dos rendimentos considera: os benefícios previdenciários, a ocupação
acessória, e ainda, as rendas de alugueis, arrendamentos, juros e outros12. A renda
12
Não foram obtidos dados confiáveis acerca das quantidades totais dos itens de autoconsumo, por esse
motivo não estão contempladas essas informações na composição dos rendimentos.
14
média domiciliar é de 1.231,75 e a renda per capita é de 358,06, considerando que em
cada domicílio residem, em média, 3,44 pessoas.
Tabela 6 - Renda mensal domiciliar media (em reais)
Benefícios previdenciários
Ocupação acessória
Renda (alugueis, arrendamentos, juros)
Rendimento total mensal domiciliar
Rendimento total mensal per capita
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
591,81
607,52
32,42
1.231,75
358,06
Kageyama ao analisar o rendimento domiciliar per capita no meio rural do Rio
Grande do Sul, nos anos de 1995 e 2003, mostra que a média gaúcha é superior à média
brasileira, em ambos os anos, tendo apresentado uma variação percentual de 6,80%. Em
2003 o rendimento domiciliar per capita no meio rural deste estado foi de R$: 296,73.
(Kageyama, 2006 p.252). Os resultados desta pesquisa mostram uma renda per capita
consideravelmente superior, o que se explica, majoritariamente, em função de esta
pesquisa ter como público alvo domicílios onde reside ao menos um produtor de fumo
aposentado pela previdência social rural.
Ainda com relação à composição dos rendimentos, vale ressaltar que mais de 98%
dos entrevistados declararam não haver recebido nenhuma cesta básica ou doação de
produtos para consumo familiar, e quase 2% dos beneficiários entrevistados recebem ou
receberam no ultimo ano este tipo de doação, dentre os quais, a responsável pelas
doações, em 50% dos casos registrados é a instituição religiosa, e noutros 50% a
instituição governamental.
Considerando o percentual de beneficiários que utilizam parte dos benefícios para a
manutenção da atividade produtiva, em 74% dos casos é destinado ao custeio.
Principalmente na compra de mudas de fumo, insumos e agrotóxicos. Os 26% restantes
utilizam a renda para a aquisição de bens de investimento.
A Tabela 7 detalha várias informações importantes sobre a ocupação e renda do
trabalho das famílias entrevistadas. È possível vislumbrar a importância dos
rendimentos provenientes da agropecuária (86,3%). Obviamente, esse resultado era
previsto considerando o corte analítico desenvolvido no presente trabalho, que conta
com um público alvo de famílias produtoras de fumo. Com relação à posição na
ocupação 86,3% são produtores que trabalham por conta própria, pertencem, portanto,
ao universo da agricultura familiar.
O local de ocupação dos classificados como conta própria é no próprio
estabelecimento rural. Do total de entrevistados 13,64% são assalariados, sendo o local
de trabalho na empresa ou firma. O rendimento da ocupação principal para os que
trabalham por conta própria é de R$ 918,50 ao mês, para cada família.
15
Tabela 7 – Ocupação principal, posição na ocupação, local de ocupação e
rendimento da ocupação
Numero de meses trabalhados
Ocupação principal
Posição na ocupação
Local de ocupação
Rendimento da ocupação
12 meses
agropecuária
comércio
serviços
Conta própria
assalariado
Estabelecimento rural
Empresa ou firma
11,022/ano
100%
86,37
9,09
4,54
86,36%
13,64%
86,36%
13,64%
918,5/mês
2.3.7 Utilização dos rendimentos e autoconsumo
A totalidade dos beneficiários entrevistados declara obter de estabelecimentos
rurais, próprios ou de terceiros, produtos agropecuários para consumo familiar13.
Contudo, é irrisória a participação de itens de autoconsumo provenientes de outros
estabelecimentos rurais.
A tabela 8 ilustra os principais produtos originários do estabelecimento rural
próprio ou de terceiro, consumidos ou armazenados para o autoconsumo.
Tabela 8. Principais itens do autoconsumo
Espécie
Quantidade
Batata
25
Alface
22
Tomate
21
Feijão
15
Mandioca
15
Pepino
13
Milho
11
Cebola
9
Carnes (Aves, Suíno e Gado)
9
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
% de Pessoas
45
40
38
27
27
24
20
16
16
Os percentuais foram definidos a partir da maior incidência dos diferentes itens
para cada família. Assim, os itens de autoconsumo, descritos na Tabela 8, compõem os
principais produtos de consumo humano e animal dos domicílios.
2.3.8 Estrutura das despesas domiciliares
A tabela 9 mostra a distribuição dos gastos domiciliares em despesas de consumo,
de produção e outras (ajuda a parentes e amigos e compra de utensílios domésticos). Os
gastos mensais médios domiciliares são de R$: 2.300,06. As despesas de produção estão
13
O anexo 2, mostra uma tabela completa com 32 itens de autoconsumo das famílias.
16
vinculadas com o grau de atividade do estabelecimento e a particularidade da sua
produção principal, nesse caso a fumicultura. Sabe-se que se trata de uma cultura que
necessita de maiores gastos em insumos, mudas, agrotóxicos e outros.
Tabela 9 – Gastos Mensais Médios domiciliares
Despesas de consumo
Alimentos e materiais de higiene e limpeza
Transporte
Saúde
Educação
Vestuário e calçado
Habitação (água, energia, aluguel)
Serviços pessoais
Recreação (lazer)
Despesas de produção
Custeio das atividades produtivas da família
Arrendamento da terra
Outras despesas
Ajuda a amigos ou parentes
Utensílios domésticos
Média em R$
219,60
117,34
126,29
121,17
51,48
74,33
277,50
14,20
Média em R$
1.234,00
43,15
Média em R$
12,70
8,30
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
A pesquisa mostrou que 9,09% dos entrevistados arrendam terra14. O percentual
encontrado pode ser considerado baixo quando se compara ao comportamento mais
geral da fumicultura gaúcha, na qual cerca de 1/3 das famílias arrendam terra para a
atividade fumageira15. Pode-se atentar a dois motivos: a) uma parcela dos beneficiários
já não trabalha mais a terra, devido à idade avançada e às restrições físicas; b) outra
parcela, que ainda se mantém nesta atividade, impulsionada pelo aumento da renda, a
partir do recebimento do beneficio, comprou terras. São esses os dois movimentos que,
possivelmente, forçaram para baixo o percentual de arrendamentos de terra na região
objeto de estudo.
Com relação aos bem patrimoniais comprados nos últimos 12 meses, incluindo
máquinas, equipamentos, e animais, tem-se um total médio de 4.227,36 reais. No que
diz respeito ao total de bens patrimoniais vendidos no mesmo período, tem-se uma
media de 1.844,54 reais. Os entrevistados declararam a venda de três tratores sendo que,
em dois dos casos ocorreu a substituição por novos. Dentre os animais vendidos,
relatam-se bovinos e suínos.
No tocante às dívidas das famílias no momento das entrevistas, obtêm-se uma
média de 2.273,00 reais aos bancos referentes a créditos rurais. De crédito pessoal
obteve-se uma dívida média de 3.330,00 reais. A considerável diferença, nos montantes
entre as dívidas de crédito pessoal e rural, decorre da facilitação dos financiamentos
para aquisição de máquinas agrícolas, a partir da utilização do crédito pessoal.
Obviamente, aos bancos a garantia de pagamento dos financiamentos efetuados por
aposentados, com desconto em folha, representa menor risco.
14
A media dos gastos em arrendamentos é de 2.956,00 reais ao ano, considerando a media dos
beneficiários que declaram arrendar terras.
15
Segundo informações obtidas junto a AFUBRA (Associação do Fumicultores do Brasil)
17
Sabe-se que a população receptora de aposentadorias constitui-se não apenas ao
capital financeiro16, mas, também ao capital comercial, um segmento de grande
interesse para vendas a crédito, pois são considerados como “bons pagadores”, pois
recebem suas aposentadorias mensalmente e, praticamente sem atrasos.
Na verdade, o beneficiário pode comprometer no máximo 30% do valor da
aposentadoria ou pensão para, por exemplo, financiar dívidas. Considerando que 45%
dos entrevistados declararam perdas materiais não previstas nos últimos doze meses,
pode-se afirmar, por hipótese de que parte dessas dívidas puderam ser pagas com
recursos dos aposentados. Os gastos extraordinários médios no período, são de 3.622,75
reais, incluindo gastos de consumos, de produção, e outras despesas (tais como reforma
de casa, acidentes de carro, doenças, e mortes).
3. Conclusão
O artigo procurou elucidar os impactos na condição de vida dos produtores rurais
de fumo, que ao mesmo tempo recebem benefícios da previdência social rural. Apesar
da literatura nacional contar com razoável quantidade de pesquisas com conclusões
relevantes acerca dessa temática, ainda não foi devidamente estudado as implicações no
caso específico da produção articulada ao complexo do fumo.
Verificou-se que 54,55% dos domicílios contam com dois ou mais benefícios
previdenciários. A predominância das aposentadorias é por idade.
Apesar de estarem satisfeitos com a “pontualidade” no pagamento dos benefícios,
há insatisfações que se revelam no considerável percentual de pessoas (16,36%) à
espera da aposentadoria, destes 2,72% estão à espera da aposentadoria por idade e
3,64% pela aposentadoria por invalidez. Pode ser corroborado, também, em várias
afirmações proferidas pelos aposentados que demonstram uma satisfação relativa
quando se consideram os valores recebidos: “com a aposentadoria, a gente não precisa
mais ficar incomodando os filhos”... “prá mim é uma grande coisa um velho quebrado
que não pode mais trabalhar”...”a minha sorte é que tenho saúde, pois não é fácil”.
Dessa forma, conclui-se que os benefícios previdenciários implicam em
mudanças positivas, no comportamento dos principais indicadores decisivos na análise
da condição de vida e de bem-estar social das famílias. O aspecto da moradia, a
utilização de serviços básicos e os utensílios domésticos disponíveis, comprovam que as
famílias, em geral, possuem boas condições de vida. E mais, no que se refere à moradia
observou-se que antes do recebimento das aposentadorias, 67% dos domicílios eram
particulares e, após tornarem-se beneficiários 98% dos entrevistados declararam
usufruir de moradia particular.
Pode-se verificar que a renda média domiciliar, de R$ 1.231,55, e renda média
per capita, de R$ 358,06, são superiores aos rendimentos médios do meio rural gaúcho.
16
O diretor de Benefícios da Previdência Social, Benedito Brunca, lembra que são necessários cuidados
com fraudes envolvendo os empréstimos consignados para aposentados e pensionistas. Segundo ele, o
Ministério da Previdência Social registra cerca de mil casos do gênero por mês. Acesso em 09/01 de
2007. www.gazetadosul.com.br.
18
Contudo, é falsa a idéia de que o papel tradicional do idoso mudou de dependente para
provedor, isto se revela nos elevados gastos domiciliares. Há que se considerar, todavia,
que 37% dos aposentados alocam seus recursos na manutenção da atividade produtiva.
9. Referências Bibliográficas
CAMPANHOLA C. GRAZIANO DA SILVA, J. O Novo Rural Brasileiro, rendas
das famílias rurais. Brasília. Embrapa. 2004. vol.1,2,3,4, 5.
DELGADO,G C. e CARDOSO JR. J C. A Universalização dos Direitos Sociais no
Brasil: a previdência rural nos anos 90. IPEA. Brasília. 2.000.
DELGADO, G.; CARDOSO JR., J.C. Principais Resultados da Pesquisa Domiciliar
sobre a Previdência Rural na Região Sul do Brasil (Projeto Avaliação
Socioeconômica da Previdência Social Rural). Rio de Janeiro: IPEA, 2000. Texto
para Discussão 734.
DELGADO, G. Previdência rural: relatório de avaliação socioeconômica. Brasília:
IPEA, 1997. Texto para Discussão 477.
Gazeta do Sul . http://www.gazetadosul.com.br/default.php?arquivo=_ultimas
.php & intIdUltimaNoticia=38998. Acesso em 15 de março de 2007.
KAGEYAMA, A.. Desenvolvimento rural no Rio Grande do Sul. In, A diversidade da
Agricultura familiar. Porto Alegre, Editora UFRGS, 2006.
OLIVEIRA, F. A. Crise, reforma e desordem do sistema tributário nacional.
Campinas: Editora da Unicamp, 1995.
PRIEB, R.I.P. Situação Atual e Perspectivas da Pequena Produção Fumageira do
PRIEB, R.I.P. Presença de pluriatividade na produção familiar articulada ao
complexo fumageiro gaúcho. In: CAMPANHOLA, C.; SILVA, J. G. da (Orgs.). O
novo rural brasileiro. V. 4. Brasília: Embrapa, 2004.
SILVA, Enid Rocha Andrade. Efeitos da previdência social rural sobre a questão de gênero. In:
Guilherme DELGADO e José Celso CARDOSO Jr. (orgs.), A universalização de direitos sociais no
Brasil: a Previdência Rural nos anos 90. Brasília: IPEA, 2000. p.101-30.
19
Anexo 1.
Quadro 1. Análise da variância em função dos clusters
Analysis of Variance (Spreadsheet1)
Between
df
Within
df
F
signif.
Case ID
SS
SS
p
C_1
6,268916E+12 2 2,580769E+11 12 145,7453 0,000000
C_2
7,164548E+07 2 2,948091E+06 12 145,8140 0,000000
C_3
4,612639E+08 2 1,064863E+08 12 25,9900 0,000044
C_4
2,076419E-01 2 2,175581E-01 12
5,7265 0,017943
C_5
3,954552E-03 2 7,724381E-03 12
3,0717 0,083707
C_6
2,153714E+08 2 3,015948E+07 12 42,8465 0,000003
C_7
1,859801E-02 2 4,343262E-01 12
0,2569 0,777576
Quadro 2. Cluster 1
Variable
ArroioTigre
Sinimbu
Sobradinho
ValedoSol
VeraCruz
Members of Cluster Number 1 (Spreadsheet1)
and Distances from Respective Cluster Center
Cluster contains 5 variables
Distance
35655,48
389,11
91947,90
56784,01
1176,45
Quadro 3. Cluster 2
Variable
Candelária
SantaCruz
VenâncioAires
Members of Cluster Number 2 (Spreadsheet1)
and Distances from Respective Cluster Center
Cluster contains 3 variables
Distance
74429,9
45969,9
120391,5
Quadro 4. Cluster 3
Variable
EstrelaVelha
GramadoXavier
Herveiras
Ibarama
Matoleitão
PassaSete
Segredo
Members of Cluster Number 3 (Spreadsheet1)
and Distances from Respective Cluster Center
Cluster contains 7 variables
Distance
15358,64
1191,99
16750,20
28423,39
5095,61
10545,79
18062,48
O quadro 1 demonstra que entre os clusters, os percentuais de fumicultores não
possuem diferenças estatisticamente significativas entre os clusters. Os quadros 2, 3 e 4
mostram os municípios selecionados a partir de um conjunto maior de municípios
pertencentes a cada um dos clusters.
20
ANEXO 2 - Tabela da Totalidade do Autoconsumo
Espécie
Batata
Alface
Tomate
Feijão
Mandioca
Pepino
Milho
Cebola
Carnes (Aves, Suíno e
Gado)
Ovos
Cenoura
Couve-Flor
Leite
Alho
Beterraba
Morango
Abóbora
Rabanete
Melão
Uva
Laranja
Arroz
Pimentão
Melão
Cana-de-Açucar
Ervas Medicinais
Brócolis
Moranga
Melancia
Soja
Quantidade
25
22
21
15
15
13
11
9
9
% de Pessoas que apontaram o item
45
40
38
27
27
24
20
16
16
8
8
8
6
6
5
5
3
3
2
2
2
1
1
1
15
15
15
11
1
2
1
2
1
2
1
2
1
2
1
2
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2006.
11
9
9
5
5
4
4
4
2
2
2
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efeitos da previdência social rural na produção fumageira