2ª LISTA DE EXERCÍCIOS FILOSOFIA 3º BIMESTRE
Nome:
No
Prof.: Heleno Licurgo do Amaral
1 [ 127013 ]. (Enem PPL 2012) Pode-se viver sem ciência, podese adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se
desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e
Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra
atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com
base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de
descobrir seu sentido último.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São
Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do
pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto
filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
a) adoção da experiência do senso comum como critério de
verdade.
b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante
de evidências empíricas.
c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.
d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se
pensar a verdade.
e) compreensão de que a verdade deve ser justificada
racionalmente.
Resposta:
Turma: 1º Ano ____
Data: ____/____/____
método dialógico de argumentação que exigia a
responsabilização do manifestante e, por conseguinte, uma
sensatez, que não era prioridade em uma explicação mítica.
Enfim, vale indicar por último que apesar de a passagem do mito
para o lógos ter sido gradual, afinal é muito difícil que aquilo que
sustenta uma comunidade seja alterado rapidamente, esta
morosidade da substituição não é necess ariamente devida a uma
proximidade entre poesia e filosofia. A relação entre ambas
existe, porém ela é sempre problemática e instaurada através da
tensão.
2 [ 109053 ]. (Uff 2012) Aristóteles considerava que era melhor
para a sociedade a soberania política ser entregue ao povo, como
ocorre na democracia, do que a alguns homens notáveis, como na
oligarquia ou aristocracia. Ele argumentava que, mesmo que um
indivíduo isoladamente não fosse muito competente no ato de
julgar, quando unido a outros cidadãos julga melhor, porque a
união reúne as qualidades de cada um.
A vantagem da democracia, segundo o ponto de vista de
Aristóteles, seria a de
a) combinar as qualidades de muitos e neutralizar seus defeitos.
b) garantir que os defeitos do povo sejam corrigidos pela elite.
c) proporcionar à maioria as vantagens da corrupção.
d) permitir que os grandes homens falem em nome de todos.
e) promover o anonimato das opiniões e decisões.
[E]
Depois de Platão e Aristóteles devemos compreender que a
simples aceitação de uma crença qualquer é uma escolha, é um
procedimento arbitrário e não mais uma posição mística
agraciada por deus ou deuses misteriosos.
A respeito do surgimento da filosofia e seu relacionamento com o
discurso mítico podemos dizer que existe sempre uma tensão
tanto estabelecida pela oposição quanto pelo confronto –
pensando a oposição como estabelecimento de métodos e temas
absolutamente distintos e o confronto como embate sobre os
temas similares. Os filósofos não eram sacerdotes e nem
defensores de explicações misteriosas sobre os fenômenos
naturais. É importante compreender que se iniciava nessa época
uma reflexão sistemática empenhada em estabelecer um
conhecimento que não proviesse da inspiração divina, porém da
argumentação pública e da comprovação factual dos argumentos
– e a modificação da maneira através da qual as comunidades
gregas se estabeleciam (a passagem de uma grande organização
fundada em um líder para a pluralidade de líderes de
comunidades menores) contribuiu muito para a valorização desse
Resposta:
[A]
A resposta para esta questão encontra-se no próprio texto do
enunciado. A afirmação de que “a união reúne as qualidades de
cada um” está em nítida relação com a alternativa [A], a única
alternativa correta. Vale ressaltar que a proposta política de
Aristóteles pode ser considerada como o inverso da visão
platônica.
3 [ 119779 ]. (Unisc 2012) Na obra de Aristóteles, a Ética é uma
ciência prática, concepção distinta da de Platão, referida a um
tipo de saber voltado à ação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles
destaca uma excelência moral determinante para a constituição
de uma vida virtuosa.
Esta excelência moral tão importante é
a) a coragem.
b) a retórica.
c) a verdade.
d) a prudência ou moderação.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Resposta:
5 [ 127015 ]. (Enem PPL 2012) Quanto à deliberação, deliberam
as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis
deliberações? Ou será a deliberação impossível no que tange a
algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e
imutáveis, tais como a ordem do universo; tampouco sobre coisas
mutáveis, como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol,
pois nenhuma delas pode ser produzida por nossa ação.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Edipro, 2007.
(adaptado).
[D]
A ética aristotélica é uma reflexão específica sobre os costumes.
Este trabalho de Aristóteles é extremamente inovador, pois Platão
nunca tratou os costumes desta maneira. Diferentemente de
Aristóteles, Platão investiga alguns costumes específicos, mas
não fala especificamente deles. Na República, por exemplo, ele
critica a religião da cidade, mas isto simplesmente porque a
religião da cidade fornece um modelo ruim de deuses irracionais,
ou seja, Platão não está preocupado com o costume religioso,
mas com o fato de a religião se mostrar ser um princípio político
que fundamentaria mal o costume. Já Aristóteles investiga
justamente o costume e o procedimento através do qual um bom
costume é estabelecido – a religião e a teologia já não é uma
preocupação de Aristóteles. Não por outro motivo, a prudência é
extremamente importante para o discípulo de Platão, quer dizer, o
que importaria seriam as preleções em política pelas quais o
sujeito toma consciência da variedade das ações que os homens
realizam, e passa a escolher e justificar de maneira racional as
suas próprias.
4 [ 100630 ]. (Uff 2011) Durante a maior parte da história da
humanidade, o bem-estar e o interesse dos governantes têm
predominado sobre o bem-estar e o interesse dos governados. Os
gregos foram os primeiros a experimentar a democracia, isto é,
regime político em que os cidadãos são livres e o governo é
exercido pela coletividade para atender ao bem-estar e ao
interesse de todos, e não só de alguns.
Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu que a
finalidade da atividade política é
a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e
felizes.
b) impor a todos um pensamento único para evitar a divisão da
sociedade.
c) preparar os cidadãos como bons combatentes para
conquistarem outros povos.
d) habituar os seres humanos a obedecer.
e) agradar aos deuses.
Resposta:
[A]
Somente a alternativa A é correta. Aristóteles considerava os
homens como animais políticos. Sendo assim, somente através de
um governo político estes poderiam se tornar virtuosos e chegar à
felicidade.
O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante
para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir
do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre
a) coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os
acontecimentos da natureza.
b) ações humanas, ciente da influência e da determinação dos
astros sobre as mesmas.
c) fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu
controle.
d) fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela.
e) coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso.
Resposta:
[C]
Sendo a virtude para Aristóteles o justo meio, então a prudência,
phrónesis, torna-se condição para a virtude, pois a prudência é
justamente a capacidade de se orientar bem, sejam quais forem as
circunstâncias, reconhecendo a medida correta da ação adequada
com o desejo, não parcial, de bem viver. A prudência é guia da
deliberação racional, proaíresis, para o estabelecimento de
escolhas que afirmam o autogoverno e a autonomia. Por isso, a
ética aristotélica pode ser definida da seguinte maneira:
“É uma disposição interior constante que pertence ao gênero das
ações voluntárias feitas por escolha deliberada sobre os meios
possíveis para alcançar um fim que está ao alcance ou no poder
do agente e que é um bem para ele. Sua causa material é o éthos
do agente, sua causa formal, a natureza racional do agente, sua
causa final, o bem do agente, sua causa eficiente, a educação do
desejo do agente. É a disposição voluntária e refletida para a ação
excelente, tal como praticada pelo homem prudente”. (M. Chaui.
Introdução à história da filosofia, vol. I - Dos pré-socráticos a
Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 455)
6 [ 123084 ]. (Uem 2013) Na Ética a Nicômaco, Aristóteles
afirma: “Então, quando a amizade é por prazer ou por interesse
mesmo, duas pessoas más podem ser amigas, ou então uma
pessoa boa e outra má, ou uma pessoa que não é nem boa nem
má pode ser amiga de outra qualquer espécie; mas pelo que são
em si mesmas é óbvio que somente pessoas boas podem ser
amigas. Na verdade, pessoas más não gostam uma da outra a não
ser que obtenham algum proveito recíproco” (ARISTÓTELES,
Ética a Nicômaco. In: Filosofia. Vários autores. Curitiba: SEEDPR, 2006, p. 123). A partir do trecho citado, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) A amizade comporta uma esfera de interesses particulares.
02) A amizade, em alguns casos, é consequência de
condicionantes pessoais dos amigos.
04) As amizades desinteressadas não existem, visto que alguém
sempre tem a ganhar na relação.
08) A amizade interessada entre pessoas más também é amizade.
16) A amizade é falsa quando não há interesse ou prazer na
relação.
Resposta:
01 + 02 + 08 = 11.
Seguindo a noção fundamental aristotélica de que o ser é dito de
várias maneiras, a amizade é basicamente uma reciprocidade de
boas intenções. Porém, as intenções de desejar bem a outro não
necessariamente provém do amor, elas podem provir do
interesse. Nesse sentido, há boas intenções na direção de outro
por amor e por interesse e em ambos os casos há amizade, porém
apenas a boa intenção recíproca baseada no amor é realmente
amizade.
“Os amigos cuja afeição é baseada no interesse não amam um ao
outro por si mesmos, e sim por causa de algum proveito que
obtêm um do outro. O mesmo raciocínio se aplica àqueles que se
amam por causa do prazer; não é por seu caráter que gostamos
das pessoas espirituosas, mas porque as achamos agradáveis.
Logo, as pessoas que amam as outras por interesses amam por
causa do que é bom para si mesmas, e aquelas que amam por
causa do prazer amam por causa do que lhes é agradável, e não
porque a outra pessoa é a pessoa que ama, mas porque ela é útil
ou agradável”. (ARISTÓTELES, 2001p. 155)
7 [ 96356 ]. (Ueg 2010) A reflexão ética como tal teve início na
Grécia antiga, quando os pensadores procuravam o fundamento
moral de acordo com uma compreensão da realidade puramente
racional. Aristóteles se destacou nesse contexto e exerceu forte
influência no pensamento ocidental. Segundo sua teoria,
conhecida como eudemonismo, todas as atividades humanas
aspiram a um fim que recebe o nome de
a) benevolência.
b) felicidade.
c) virtude.
d) paixão.
Resposta:
[B]
A alternativa B é a única correta, pois eudemonismo deriva da
palavra grega eudaimonia (felicidade). A conduta adequada para
se alcançar a felicidade, no entanto, é conhecida como doutrina
do meio termo. Assim, na busca pela felicidade, o Homem deve
agir sem exageros, pois apenas desse modo ele demonstrará que
possui virtudes.
8 [ 123071 ]. (Uem 2013) A lógica formal aristotélica estuda a
relação entre as premissas e a conclusão de inferências válidas e
inválidas (segundo a forma), a partir de proposições falsas e
verdadeiras (segundo o conteúdo). Chamamos de falácias ou
sofismas as formas incorretas de inferência. Levando em conta a
forma da inferência, assinale o que for correto.
01) A inferência “Fulano será um bom prefeito porque é um bom
empresário.” é uma falácia.
02) A inferência “Todos os homens são mortais. Sócrates é
homem, logo Sócrates é mortal.” é válida.
04) A inferência “Ou fulano dorme, ou trabalha. Fulano dorme,
logo não trabalha.” é uma falácia.
08) A inferência “Nenhum gato é pardo. Algum gato é branco,
logo todos os gatos são brancos.” é uma falácia.
16) A inferência “Todos que estudam grego aprendem a língua
grega. Estudo grego, logo aprendo a língua grega.” é válida.
Resposta:
01 + 02 + 08 + 16 = 27.
O silogismo é o tipo de raciocínio cuja conclusão é resultado
necessário dos movimentos realizados nas passagens entre as
premissas, por exemplo:
Todo homem é mortal
Sócrates é homem
Então,
Sócrates é, necessariamente, mortal.
Isso não quer dizer que o conteúdo da afirmação é necessário, e
sim quer dizer que dada a organização correta daquelas
proposições, devemos admitir que a conclusão é,
necessariamente, a resultante. Por conseguinte, não estaremos
formalmente errados se dissermos, por exemplo:
Todo pássaro é uma corneta
João é um pássaro
Então,
João é uma corneta.
Todavia, não seria aceitável afirmar que todo pássaro é uma
corneta, pois empiricamente constatamos diferentemente;
nenhum pássaro é uma corneta.
Apesar de formalmente o conhecimento científico estar baseado
em raciocínios dedutivos, como o silogismo, ele não pode
depender apenas disto para assegurar a correção de suas
afirmações sobre o mundo. A experiência – a juíza dos
raciocínios lógicos bem construídos – assegura, até o máximo
possível pelo hábito, que a inferência de uma afirmação do tipo:
“todo homem é mortal”, seja válida pela sua grande
probabilidade e, portanto, com pouquíssimos motivos para que
duvidemos de sua veracidade.
9 [ 122971 ]. (Uem-pas 2012) “Na abertura de sua obra Política,
Aristóteles afirma que somente o homem é um ‘animal político’,
isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem.
Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e
com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra
(lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto.
Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna
possível a vida social e, dela, somente os homens são capazes.”
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14ª edição. São Paulo: Ática,
2011, p. 185). A partir dessa reflexão sobre o homem e a
linguagem, assinale o que for correto.
01) O homem se distingue dos animais porque possui linguagem
simbólica, isto é, capaz de estabelecer ligações entre os
signos e as coisas.
02) Expressões artísticas, como a pintura, a fotografia e a dança,
não podem ser consideradas formas de linguagens.
04) A linguagem é um instrumento político, pois o domínio da
linguagem culta é uma forma de segregação entre distintas
classes sociais.
08) A Lógica se distingue da linguagem natural porque não se
ocupa com a significação dos conteúdos do pensamento, mas
sim com sua expressão formal.
16) Palavras “tabu” são aquelas proibidas de serem pronunciadas,
sob pena de punição, como forma de reforçar laços sociais e
reprimir costumes.
A figura mostra Atenas na atualidade. Observam-se as ruínas da
Acrópolis – onde ficavam os templos como o Parthenon –, o
Teatro de Dionísio e a Asthy – com a Ágora (Mercado/Praça
Pública) e as casas dos moradores.
Resposta:
10 [ 128484 ]. (Uel 2014) Leia o texto a seguir.
01 + 04 + 08 + 16 = 29.
Para Aristóteles, a boa convivência entre os habitantes da cidade
ideal não seria nunca obtida com a mera apathia (ausência de
paixões) platônica, mas somente através de uma boa medida
entre razão e afetividade. Enfim, a arte não apenas é capaz de nos
trazer saber, ela tem também uma função edificante e
pedagógica.
O homem se distingue dos outros animais por vários motivos;
talvez o principal deles seja o fato de o homem ser capaz de fazer
uso de uma linguagem muitíssimo sofisticada, uma linguagem
capaz de abstração, reflexão, exposição, etc. dos tipos mais
complexos. Essa linguagem estabelece uma comunicação tão
abrangente que o relacionamento entre os homens passa a
depender de interações sintonizadas finamente. A política
depende da linguagem, pois o estabelecimento daquilo que se
chama mundo realiza-se através dela, e no estabelecimento desse
mundo certas expressões tornam-se impronunciáveis para
garantir que certos comportamentos, que perturbariam a ordem,
sejam evitados e os costumes sejam incentivados.
TEXTO PARA A PRÓXIM A QUESTÃO:
Observe a figura a seguir e responda à(s).
(FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2004, p.123.)
Com base na figura, no texto, nos conhecimentos sobre
Aristóteles e na ideia de que os espaços do Teatro, da Ágora, dos
Templos na cidade de Atenas foram imprescindíveis para a
vocação formativa da arte na Grécia Clássica, considere as
afirmativas a seguir.
I. A catarse propiciada pelas obras teatrais trágicas apresentadas
na cidade grega operava uma transformação das emoções e
tornava possível que os cidadãos se purificassem e saíssem
mais elevados dos espetáculos.
II. A obra poética educava e instruía o cidadão da cidade grega, e
isso acontecia por consequência da satisfação que este sentia
ao imitar os atos dos grandes heróis que eram encenados no
teatro.
III. O poeta demonstrava o universal como possível ao criar
modelos de situações exemplares, que permitem fortalecer o
sentimento de comunidade.
IV. O belo nas diversas artes, como nos poemas épicos, na
tragédia e na comédia, desvinculava--se dos laços morais e
sociais existentes na polis, projetando-se em um mundo
idealizado.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Resposta:
[D]
Inicialmente, vale lembrar que Platão não nunca afirmou que o
cidadão deveria ser apático, o filósofo afirmava que o cidadão e a
cidade ideais eram aqueles cuja razão dominava a parte da alma
relativa aos desejos. Se Platão triparte a alma, e uma dessas
partes é a parte desiderativa, então como ele poderia negar a
existência dessa parte dizendo que o homem deve ser apático? O
homem deveria amputar sua alma? E, também, Platão nunca
negou a importância do amor e o seu páthos. Em segundo lugar,
lembremos que a teoria política de Aristóteles não preconiza
exatamente uma cidade ideal, pois ele argumenta que cada
agrupamento possui suas peculiaridades próprias e necessita das
leis mais convenientes segundo a ciência política.
11 [ 107142 ]. (Uel 2005) “A busca da ética é a busca de um
‘fim’, a saber, o do homem. E o empreendimento humano como
um todo, envolve a busca de um ‘fim’: ‘Toda arte e todo método,
assim como toda ação e escolha, parece tender para um certo
bem; por isto se tem dito, com acerto, que o bem é aquilo para
que todas as coisas tendem’. Nesse passo inicial de a Ética a
Nicômacos está delineado o pensamento fundamental da Ética.
Toda atividade possui seu fim, ou em si mesma, ou em outra
coisa, e o valor de cada atividade deriva da sua proximidade ou
distância em relação ao seu próprio fim”.
(PAIXÃO, Márcio Petrocelli. O problema da felicidade em
Aristóteles: a passagem da ética à dianoética aristotélica no
problema da felicidade. Rio de Janeiro: Pós -Moderno, 2002. p.
33-34.)
Resposta:
[B]
O enunciado da questão deixa claro que a ética, na concepção
aristotélica, está sempre relacionada com uma busca teleológica,
ou seja, relacionada a um fim último, tal como está apresentado
na afirmativa II. Este fim corresponde à felicidade, como bem
explicita a afirmativa I. As outras duas afirmativas contradizem
esse princípio e, por isso, estão incorretas.
12 [ 118317 ]. (Uem 2012) Aristóteles, acerca do cidadão,
afirma:
“Em nada se define mais o cidadão, em sentido pleno, do que no
participar das decisões judiciais e dos cargos de governo. Desses,
uns são limitados no tempo, de modo a não ser possível jamais a
um cidadão exercer duas vezes seguidas o mesmo cargo, mas
apenas depois de um intervalo definido. [...] Consideramos
cidadão o que assim pode participar, como membro, (quer da
assembleia quer da judicatura)”.
(ARISTÓTELES, Política. In: Antologia de textos filosóficos.
Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 76).
Esse conceito clássico de cidadania ainda é aplicável aos nossos
dias. Com base no texto, é correto afirmar que
01) nas ditaduras, quando a população não pode participar das
decisões políticas, não há cidadania plena.
02) recusar-se a tomar parte nas decisões políticas não é um
direito, mas uma afronta à cidadania.
04) a cidadania é uma concessão dos governantes ao povo.
08) não há cidadania plena quando a população não tem como
acessar às instituições públicas, como participar delas.
16) a cidadania se resume à democracia, que é o direito de
escolher os governantes.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a ética em
Aristóteles, considere as afirmativas a seguir.
Resposta:
I. O “fim” último da ação humana consiste na felicidade
alcançada mediante a aquisição de honrarias oriundas da vida
política.
II. A ética é o estudo relativo à excelência ou à virtude própria do
homem, isto é, do “fim” da vida humana.
III. Todas as coisas têm uma tendência para realizar algo, e nessa
tendência encontramos seu valor, sua virtude, que é o “fim”
de cada coisa.
IV. Uma ação virtuosa é aquela que está em acordo com o dever,
independentemente dos seus “fins”.
01 + 02 + 08 = 11.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
As ditaduras resultam de uma má participação política dos
cidadãos. É da ausência de um bom comportamento público, ou
da simples ausência dos cidadãos deste âmbito da cidade, que os
tiranos tomam posse do poder e fazem uso deste a seu bel-prazer.
Servindo-se do poder para satisfazer suas vontades, o tirano
elimina os cidadãos desnecessários, isto é, aqueles que não
funcionam de acordo com as suas tirânicas expectativas. A
plenitude da cidadania depende da liberdade do cidadão, da
maneira como este é livre da tutela de um Estado opressor.
Consequentemente, recusar-se da participação política e deixar
vago o espaço para um tirano se apoderar deste é uma
passividade afrontosa.
13 [ 107101 ]. (Uel 2006) Analise a imagem e leia o texto a
seguir.
14 [ 98352 ]. (Uel 2008) Quatro tipos de causas podem ser
objeto da ciência para Aristóteles: causa eficiente, final, formal e
material.
Assinale a alternativa correta em que as perguntas correspondem,
respectivamente, às causas citadas.
a) Por que foi gerado? Do que é feito? O que é? Quem gerou?
b) O que é? Do que é feito? Por que foi gerado? Quem gerou?
c) Do que é feito? O que é? Quem gerou? Por que foi gerado?
d) Por que foi gerado? Quem gerou? O que é? Do que é feito?
e) Quem gerou? Por que foi gerado? O que é? Do que é feito?
Resposta:
[E]
As causas dizem respeito àquilo que constitui uma essência, bem
como sua origem e motivo. A questão apresenta uma forma
didática de se distinguir os quatro tipos de causa elencad os por
Aristóteles. Essa distinção está bem feita somente na alternativa
[E], a única correta.
“Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nem nada
menos que pelo direito de administrar a justiça e exercer funções
públicas [...].”
(ARISTÓTELES. Política. Trad. Mário da Gama Kury. 3. ed.
Brasília: UNB, 1997. p. 78.)
Tendo como base o conceito de cidadania de Aristóteles, é
correto afirmar que o fato político retratado na imagem:
a) Confirma o ideal aristotélico de cidadão como aquele que se
submete passivamente a uma autoridade coercitiva e ilimitada.
b) Ilustra o conceito que Aristóteles construiu de cidadãos como
aqueles que estão separados em três classes, sendo que uma
delas governa, de modo absoluto, as demais.
c) Manifesta contradição com a concepção de liberdade e de
manifestação pública presente no exercício da cidadania greg a,
ao revelar uma campanha submissa e tutelada pela minoria.
d) Mostra o ideário aristotélico de cidade e de cidadania, que
exalta o individualismo e a supremacia do privado em
detrimento do público.
e) Caracteriza um exemplo contemporâneo de participação que
demonstra o debate de assuntos públicos, assim como faziam
os cidadãos livres de Atenas.
Resposta:
15 [ 108419 ]. (Unioeste 2009) Na concepção ética de
Aristóteles, encontra-se o conceito de excelência (virtude), assim
definida pelo filósofo: “A excelência moral é uma disposição da
alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição
esta consistente num meio-termo (meio-termo relativo a nós)
determinado pela razão (a razão graças a qual um homem de
discernimento o determinaria)”.
Assinale a alternativa que não faz parte da definição aristotélica
de excelência (virtude).
a) A excelência moral consiste numa mediania entre dois
extremos.
b) A excelência moral tem como principio o exercício ativo da
razão que determina, na escolha, o meio-termo entre dois
extremos.
c) A excelência moral é uma disposição que tem como alvo a
escolha de um meio-termo relativo a nós.
d) A excelência moral se realiza do modo inconsciente, por
depender exclusivamente das paixões e apetites humanos.
e) O ser humano dotado de discernimento é o mais capacitado
para determinar o meio-termo entre dois extremos.
Resposta:
[D]
[E]
A ação popular no movimento das Diretas Já se aproxima ao
ideal aristotélico de cidadão da polis, que exerce seu direito de
administrar a justiça e exercer funções públicas. No contexto
contemporâneo, essas manifestações indicam o desejo dos
cidadãos de participarem de uma democracia mais participativa.
Questão fácil. Na medida em que a excelência moral é uma
escolha racional, ela não pode ocorrer de modo inconsciente e
dependente exclusivamente das paixões e apetites humanos.
Portanto, somente a alternativa [D] é incorreta.
16 [ 107109 ]. (Uel 2006) “[...] uma pessoa age injustamente ou
justamente sempre que pratica tais atos voluntariamente; quando
os pratica involuntariamente, ela não age injustamente nem
justamente, a não ser de maneira acidental. O que determina se
um ato é ou não é um ato de injustiça (ou de justiça) é sua
voluntariedade ou involuntariedade; quando ele é voluntário, o
agente é censurado, e somente neste caso se trata de um ato de
injustiça, de tal forma que haverá atos que são injustos, mas não
chegam a ser atos de injustiça s e a voluntariedade também não
estiver presente.”
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural,
1996. p. 207.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de
Justiça em Aristóteles, é correto afirmar:
a) Um ato de justiça depende da consciência do agente e de ter
sido praticado voluntariamente.
b) A noção de justo desconsidera a discriminação de atos
voluntários e involuntários quanto ao reconhecimento de
mérito.
c) A justiça é uma noção de virtude inata ao ser humano, a qual
independe da voluntariedade do agente.
d) O ato voluntário desobriga o agente de imputabilidade, devido
à carência de critérios para distinguir a justiça da injustiça.
e) Quando um homem delibera prejudicar outro, a injustiça está
circunscrita ao ato e, portanto, exclui o agente.
Aristóteles constrói um sistema inteiramente original. Os
caracteres desta grande síntese são:
1. Observação fiel da natureza - Platão, idealista, rejeitara a
experiência como fonte de conhecimento certo. Aristóteles, mais
positivo, toma sempre o fato como ponto de partida de suas
teorias, buscando na realidade um apoio sólido às suas mais
elevadas especulações metafísicas.
2. Rigor no método - Depois de estudas as leis do pensamento, o
processo dedutivo e indutivo aplica-os, com rara habilidade, em
todas as suas obras, substituindo à linguagem imaginosa e
figurada de Platão, em estilo lapidar e conciso e criando uma
terminologia filosófica de precisão admirável. Pode considerarse como o autor da metodologia e tecnologia científicas.
Geralmente, no estudo de uma questão, Aristóteles procede por
partes:
a) começa a definir-lhe o objeto;
b)passa a enumerar-lhes as soluções históricas;
c)propõe depois as dúvidas;
d) indica, em seguida, a própria solução;
e) refuta, por último, as sentenças contrárias.
3. Unidade do conjunto - Sua vasta obra filosófica constitui um
verdadeiro sistema, uma verdadeira síntese. Todas as partes se
compõem, se correspondem, se confirmam.
Resposta:
[A]
No texto do enunciado, Aristóteles afirma: “O que determina se
um ato é ou não é um ato de injustiça (ou de justiça) é sua
voluntariedade ou involuntariedade”. A alternativa [A] é a única
que não contraria esse princípio.
17 [ 97740 ]. (Ueg 2010) Filho de Nicômaco, médico do rei
Amintas, pai de Filipe II da Macedônia, nasceu Aristóteles em
Estagira, na Trácia, em 384 a.C, falecendo em 322 a.C. com 62
anos de idade. Aristóteles construiu um sistema original, sendo
que as principais características de sua filosofia são:
a) observação fiel do mundo das ideias e o mito como explicação
da realidade.
b) observação fiel da natureza, rigor no método e unidade do
conjunto.
c) idealismo moderado, criticismo e ecletismo.
d) ceticismo, racionalismo e arquétipos eternos.
18 [ 110208 ]. (Ufu 2000) Aristóteles estabeleceu sua lógica
sobre alguns princípios, percebidos por intuição e que são
anteriores a qualquer raciocínio, devendo servir de base a toda
argumentação científica. Esses princípios são:
a) de identidade, de não contradição e de terceiro excluído.
b) de identidade, de contradição e da negação da negação.
c) de tese, de antítese e de síntese.
d) de salto qualitativo, de interpenetração dos opostos e de
negação da negação.
Resposta:
[A]
Os três princípios da lógica são: o princípio de identidade (que
estabelece que um ser é sempre idêntico a si mesmo); de não
contradição (segundo o qual um ser não pode ser e não ser ao
mesmo tempo); e o de terceiro excluído (que estabelece que
diante de uma afirmativa e de sua negação não há nenhuma outra
possibilidade lógica). Desta maneira, somente a alternativa [A]
está correta.
Resposta:
[B]
Somente a alternativa B é correta. A questão está em consonância
com o argumento disponível no site
http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm (Acesso
em 29/08/2011):
Partindo como Platão do mesmo problema acerca do valor
objetivo dos conceitos, mas abandonando a solução do mestre,
19 [ 110209 ]. (Ufu 2000) Aristóteles rejeitou a dicotomia
estabelecida por Platão entre mundo sensível e mundo inteligível.
No entanto, acabou fundindo os dois conceitos em um só. Esse
conceito é
a) a forma, aquilo que faz com que algo seja o que é. É o
princípio de inteligibilidade das coisas.
b) a matéria, enquanto princípio indeterminado de que o mundo
físico é composto, e aquilo de que algo é feito.
c) a substância, enquanto aquilo que é em si mesmo e enquanto é
suporte dos atributos.
d) o Ato Puro ou Primeiro Motor Imóvel, causa incausada e
causa primeira e necessária de todas as coisas.
Resposta:
[C]
Primeiramente, vale ressaltar que em Categorias, Aristóteles
concebe a substância apenas como indivíduos e define distinções
lógicas importantes entre tipos de atributos que se referem a estas
substâncias; já em Metafísica, o filósofo engendra uma análise
primeira sobre a substância mesma e a posiciona diferentemente
como um complexo de matéria e forma.
Em segundo lugar, de maneira geral podemos tomar a substância
como o ser dito de várias maneiras: 1) ela é o princípio da
realidade e do conhecimento; 2) é a causa por excelência, sendo
em todos os sentidos causa formal, material, eficiente e final; 3) é
o suporte de propriedades essenciais e; 4) é a essência, ou seja,
aquilo sem o qual a coisa deixa de ser o que é.
Por último, é estranho considerar tão diretamente e decisivamente
que Aristóteles tenha rejeitado algo e tenha fundido duas
concepções de outro filósofo – apesar de este outro ter sido seu
mestre. Estas afirmações feitas no enunciado da questão de
vestibular possuem muitos pressupostos difíceis de serem
justificados como, por exemplo: na Metafísica de Aristóteles há
subentendida, devido à fundição entre estes dois conceitos, toda a
concepção platônica de “mundo sensível e mundo inteligível”.
Ora, é certo que Aristóteles conhece o pensamento de Platão,
todavia não é nem um tanto necessário para a existência da
concepção de substância do primeiro um procedimento sobre
qualquer tipo de noção do segundo. Enfim, Aristóteles é um
filósofo independente e, por isso, devemos considerá-lo assim,
até que possuamos bons argumentos para mostrar que quaisquer
de suas concepções derivam de outras provindas de alheios.
filósofo realizará. Em vista da pergunta: “como o homem realiza
o bem?”, Aristóteles está refletindo sobre as possibilidades de
aquisição da felicidade e se isso acontece através de um hábito ou
através da interferência divina e, quem sabe, até do acaso.
Como conclusão neste momento da Ética a Nicômaco, o
estagirita infere que se a felicidade é uma atividade da alma
conforme a virtude perfeita, e esta virtude é adquirida através de
um bom hábito dirigido pela ciência política, então a felicidade é
algo divino, pois ela é o que de melhor existe no mundo, ou seja,
ela é a felicidade de todos os cidadãos atingida pela boa direção
da alma de cada um deles. E este bom hábito, o pensador
adiciona, deve ser persistente de tal modo que o acaso não
interferirá no todo da vida, fazendo do homem feliz apenas em
ocasiões fortuitas e brevíssimas.
21 [ 96174 ]. (Pucpr 2009) “Embora valha a pena atingir esse
fim - o sumo bem- para um indivíduo só, é mais belo e mais
divino alcançá-lo para uma nação ou para as cidades - Estados.”
Fonte: Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os Pensadores, São
Paulo: Abril Cultural,1973, livro I, p.250).
Tendo em vista o livro Ética a Nicômaco de Aristóteles, é correto
afirmar que:
a) Para Aristóteles, os fins coletivos devem sempre estar de
acordo com os interesses individuais.
b) Para Aristóteles, a ética é indissociável da política.
c) Para Aristóteles, a Ética orienta o indivíduo a buscar a sua
felicidade independente dos interesses da sociedade.
d) Para Aristóteles, os fins éticos são incompatíveis com o
exercício da política.
e) Para Aristóteles, a ética não se relaciona com a política.
Resposta:
20 [ 114337 ]. (Ufsj 2006) “Também se pergunta se a felicidade
deve ser adquirida pela aprendizagem, pelo hábito ou por alguma
outra espécie de adestramento, ou se ela nos é conferida por
alguma providência divina, ou ainda pelo acaso".
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril
Cultural, 1984, p. 58-59).
Considerando-se o trecho acima da Ética a Nicômaco, conclui-se
que a felicidade é
a) uma atividade virtuosa da alma, e os demais bens são
condições prévias da felicidade.
b) indiscutivelmente uma dádiva de Deus.
c) mero fruto do acaso.
d) inata e, portanto, desde criança se é feliz.
Resposta:
[A]
É muito difícil concluir algo da citação proposta pela questão de
vestibular, pois ela não informa o conteúdo da argumentação. A
passagem mencionada apenas anuncia o próximo passo que o
[B]
Uma das frases célebres de Aristóteles é “o fim da política é o
bem propriamente humano”. Uma vez que para ele o homem é
um animal político, podemos afirmar seguramente que é somente
na política que o imperativo ético se satisfaz. Assim, somente a
alternativa [B] é correta.
22 [ 107797 ]. (Pucpr 2009) Para Aristóteles, em Ética a
Nicômaco, “felicidade [...] é uma atividade virtuosa da alma, de
certa espécie”.
Assinale a alternativa que não condiz com a referida definição
aristotélica de felicidade:
a) Felicidade só é possível mediante uma capacidade racional,
própria do homem.
b) Ter felicidade é obter coisas nobres e boas da vida que só são
alcançadas pelos que agem retamente.
c) Felicidade é uma fantasia que o homem cria para si.
d) Nenhum outro animal atinge a felicidade a não ser o homem,
pois os demais não podem participar de tal atividade.
e) A finalidade das ações humanas, o Bem do homem, é a
felicidade.
Resposta:
“Logo, o que é primeiramente, isto é, não em sentido
determinado, mas sem determinações, deve ser a substância.
Ora, em vários sentidos se diz que uma coisa é primeira,
e em todos eles o é a substância: na definição, na ordem de
conhecimento, no tempo.”
[C]
A felicidade, para Aristóteles, é o fim último da vida humana. Ela
é alcançada quando o homem se liberta dos males terrestres
mediante uma atividade virtuosa. Portanto, não se pode dizer que
a felicidade seja somente uma fantasia criada pelo homem.
23 [ 123080 ]. (Uem 2013) Um texto de um filósofo anônimo da
Idade Média apresenta de modo claro um problema central para a
filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio divide em
três as partes da ciência especulativa: natural, matemática e
teológica. Da mesma forma, o Filósofo [isto é, Aristóteles]
divide-a em natural, matemática e metafísica. Assim, isto que
Boécio chama teologia, o Filósofo chama metafísica. Elas são,
portanto, idênticas. Mas a metafísica não é acerca de Cristo.
Logo, a teologia também não o é” (Quaestio de divina scientia.
In: FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Vol. 3. São
Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 68). A partir do trecho
citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A teologia apresenta-se na Idade Média como a ciência
principal.
02) A teologia é objeto da filosofia de Aristóteles, apesar de ela
não ter esse nome para ele.
04) A teologia é uma ciência que não diz respeito à investigação
da natureza de Cristo.
08) A teologia é, para esses filósofos, tão científica quanto a
matemática.
16) A teologia e a metafísica são conhecimentos adquiridos por
meio da ciência especulativa.
Resposta:
02 + 04 + 08 + 16 = 30.
O texto citado apresenta um problema fundamental da filosofia
na Idade Média apenas no sentido de que os medievais
precisavam de algum modo resolver o problema de
relacionamento entre o aristotelismo e o conhecimento revelado.
Entre os medievais há uma completa distorção da metafísica
aristotélica na insistência de sua proximidade com a teologia, que
no caso é evidentemente a teologia cristã. Apesar de Aristóteles
afirmar que a metafísica é a ciência teológica, diz isso somente
no sentido de ser a filosofia primeira, ou o conhecimento a
respeito dos seres imateriais. O filós ofo não diz isso no sentido
de um conhecimento sobre Deus e sua criação. A questão não
deixa muito claro o período do texto citado e, consequentemente,
acaba confundindo certas noções como, por exemplo, a de
teologia, que na escolástica é sim acerca de Cristo, porém no caso
do texto não o é.
24 [ 96126 ]. (Ufu 2009) Leia atentamente o texto a seguir.
ARISTÓTELES. Metafísica. (1028a 30-35). Tradução de Leonel
Vallandro.
Porto Alegre: Globo, 1969. p.147-148.
De acordo com o pensamento de Aristóteles, marque a alternativa
incorreta.
a) Para Aristóteles, o conhecimento somente é possível tendo por
objeto as substâncias, pois dos acidentes não é possível se
fazer ciência.
b) A substância, ao contrário do acidente, é a categoria por meio
da qual sabemos o que uma coisa é, pois é a partir da
substância que definimos uma coisa.
c) Pode-se dizer que, para a metafísica aristotélica, a substância é
a característica necessária de uma coisa, uma vez que nos
indica em que sentido uma coisa é.
d) Segundo a metafísica aristotélica, a definição de cada ser é
apreendida pela ordenação e classificação de suas
características acidentais.
Resposta:
[D]
Das alternativas, somente a opção [D] é falsa. Segundo
Aristóteles, a definição de cada ser é dada pela sua substância e
essência (que corresponde às características gerais do ser) e não
pelas suas características acidentais.
25 [ 108455 ]. (Unioeste 2010) “Nós estimamos possuir a
ciência de uma coisa de maneira absoluta – e não, ao modo dos
Sofistas, de uma maneira puramente acidental, quando
acreditamos que conhecemos a causa pela qual a coisa é, que
sabemos que essa causa é a da coisa e que, além disso, não é
possível que a coisa seja algo distinto do que ela o é. É evidente
que tal é a natureza do conhecimento científico. […] Mas o que
chamamos aqui saber é o conhecer por meio da demonstração.
Por demonstração entendo o silogismo científico e chamo
científico um silogismo cuja posse em si mesma constitui para
nós a ciência” (Aristóteles).
Tendo em conta a teoria aristotélica da ciência, é incorreto
afirmar que
a) o conhecimento científico não trata apenas da causalidade e do
que é necessário, mas também do contingente, do provável e
do individual.
b) o conhecimento científico é um tipo de conhecimento que
adquirimos exclusivamente por meio da demonstração, o
silogismo científico.
c) os primeiros princípios não são conhecidos por demonstração;
caso contrário, teríamos uma regressão ao infinito.
d) o silogismo científico, por fornecer explicações causais, não
trata do “quê” das coisas, mas do seu “porquê”.
e) na ciência demonstrativa, as premissas, além de tratarem da
causa, devem ser verdadeiras, primeiras, imediatas e mais
conhecidas que a conclusão.
c) O bem do homem nos aparece como uma atividade da alma
em consonância com a virtude.
d) O princípio contemplativo da alma ignora as atividades
racionais e valoriza as virtudes.
Resposta:
Resposta:
[A]
[C]
Aristóteles estima possuir “a ciência de uma coisa de maneira
absoluta”, e não acidental ou contingente. Sendo assim, verificase que somente a alternativa [A] é a incorreta.
26 [ 114338 ]. (Ufsj 2006) Segundo o pensamento de Aristóteles,
as afirmações abaixo estão corretas, EXCETO a da alternativa
a) São verdadeiramente bens os que s e relacionam com a alma.
b) A felicidade é uma espécie de boa vida e boa ação.
c) A felicidade é a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa
do mundo.
d) A felicidade implica apenas prazer e prosperidade exterior.
Aristóteles inicia esta tarefa de definir qual é a função do homem,
pois, após inferir que a felicidade é algo absoluto, autossuficiente
e a finalidade da ação, o filósofo percebe que se soubéssemos
qual a função do homem poderíamos explicar claramente o q ue é
esta felicidade. O raciocínio é o seguinte: se o bem para um
médico é cumprir perfeitamente a sua função, então da mesma
maneira, se o homem possuísse uma função, a sua felicidade (e o
sumo bem) estariam vinculados ao fato de exercer perfeitamente
esta função. A atividade da alma é a função do homem, pois esta
intelectualidade é sua característica peculiar, e o bem parece ser,
de acordo com esta atribuição de função feita ao homem, uma
“atividade da alma em consonância com a virtude, e, se há mais
de uma virtude, com a melhor e mais completa”.
Resposta:
[D]
Dado que todo trabalho e todo conhecimento visa a algum bem,
devemos nos perguntar qual seria o bem visado pela arte mestra,
pela ciência política. Mas, em geral, qual o mais alto entre todos
os bens que poderíamos alcançar através da ação? Todos os
homens concordam que este é a felicidade, porém diferem no que
isto consistiria. Por um lado, o vulgo afirma que a felicidade é
algo simples e óbvio como o prazer, a riqueza e a honra; embora,
modifiquem a acepção da palavra de acordo com a circunstância,
dizendo ser a felicidade a saúde quando se está doente, ou a
riqueza quando se é pobre. Por outro, o sábio, cônscio de sua
própria ignorância, afirma a felicidade estar em algo
inapreensível, em algo autosubsistente que garante a bondade de
todos os outros bens. Após esta diferenciação, Aristóteles fará,
como sempre faz, uma reflexão sobre a opinião do vulgo e sobre
a opinião do sábio e constatará, nesta reflexão, os problemas de
cada uma destas opiniões e tentará encontrar uma resposta para a
pergunta.
28 [ 114339 ]. (Ufsj 2006) Para Aristóteles, “... há uma diferença
entre argumentos que procedem dos primeiros princípios e os que
se voltam para eles. (...)... embora devamos começar pelo que é
conhecido, os objetos do conhecimento o são em dois sentidos
diferentes: alguns para nós, outros na acepção absoluta da
palavra"
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril
Cultural, 1979, p. 51. (Coleção Pensadores)).
Nesse caso, para ouvir inteligentemente as preleções sobre temas
da ciência política, é preciso
a) ignorar e distanciar-se dos fatos políticos.
b) ignorar e distanciar-se do ponto de partida da questão política.
c) ter sido educado nos bons hábitos.
d) ter conhecimento sobre retórica.
Resposta:
[C]
27 [ 114345 ]. (Ufsj 2006) "Se a função do homem é uma
atividade da alma que segue ou que implica um princípio racional
e se dizemos que 'um tal-e-tal' e 'um bom tal-e-tal' têm uma
função que é a mesma em espécie ..., se realmente assim é [...]".
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril
Cultural, 1979, p. 56. (Coleção Pensadores)).
Assinale a alternativa que completa essa ideia de Aristóteles.
a) A função do homem é uma espécie de atividade virtuosa do
princípio contemplativo da vida.
b) O princípio racional da vida contemplativa leva o homem às
ações boas e virtuosas.
A importância de ter sido bem educado, isto é, de possuir bons
hábitos decorre da necessidade, dado que partimos dos fatos que
nos são conhecidos (cf. 1095 b; Ética a Nicômaco), de ouvir
inteligentemente as preleções sobre a ciência política. Para
afirmar que devemos partir dos fatos, Aristóteles distingue entre
argumentos que procedem dos princípios e argumentos que se
direcionam para os princípios, ele cita a questão de Platão:
“nosso caminho parte dos primeiros princípios ou se dirige para
eles?”. Presumindo, Aristóteles afirma que devemos começar
sempre por aquilo que nos é conhecido, ou seja, pelos objetos de
conhecimento no sentido de que este tipo de objeto é assim para
nós e não numa acepção absoluta da palavra. Neste contexto,
ouvir sobre a experiência dos antigos é muitíssimo importante.
29 [ 98030 ]. (Uel 2007) Leia o texto a seguir:
“A comunidade constituída a partir de vários povoados é
a cidade definitiva, após atingir o ponto de uma autossuficiência
praticamente completa; assim, ao mesmo tempo que já tem
condições para assegurar a vida de seus membros, ela passa a
existir também para lhes proporcionar uma vida melhor. Toda
cidade, portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as
primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a
natureza de uma coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada
coisa é quando o seu crescimento se completa nós chamamos de
natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um
cavalo ou de uma família. Mais ainda: o objetivo para o qual cada
coisa foi criada - sua finalidade - é o que há de melhor para ela, e
a autossuficiência é uma finalidade e o que há de melhor.”
também os metecos (homens livres) e os escravos possuem um
local para habitar. (...) Ora, não há melhor critério para definir o
que é o cidadão, em sentido estrito, do que entender a cidadania
como capacidade de participar da administração da justiça e no
governo.” (ARISTÓTELES. Política, livro III, cap. 1 1275 a 6-7
e 22-23). A partir desse trecho, é correto afirmar que
01) a atividade política não é restrita a um pequeno grupo de
cidadãos, mas está acessível a todos que têm cidadania.
02) a cidadania é garantida em função de se habitar um lugar.
04) o principal critério para definir um cidadão é a possibilidade
de ele participar da vida política da cidade.
08) a nem todos os habitantes de uma cidade é garantido o direito
de ocupar cargos públicos ou tomar parte nas decisões
judiciais, mas somente àqueles que são considerados
cidadãos naquela cidade.
16) a participação política não é uma questão de escolha para
Aristóteles, uma vez que, para ele, todos os habitantes da
cidade deveriam agir politicamente, independente de sua
condição social ou econômica.
Fonte: ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama
Kury. 2ª ed. Brasília: UnB, 1988, p.15.
Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre a
concepção de Estado e sociedade em Aristóteles, considere as
afirmativas a seguir:
I. Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da
necessidade que os homens têm de não causar danos uns aos
outros.
II. A cidade autossuficiente é o estágio final das primeiras
comunidades e existe para garantir a vida de seus membros e
tornar possível uma boa vida.
III. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da
filosofia política de Aristóteles.
IV. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma
espécie de comunidade que tem como única função
proporcionar a segurança dos indivíduos.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
Resposta:
[C]
A resposta para esta questão está contida no texto do enunciado.
Nesse, Aristóteles afirma que “a natureza de uma coisa é o seu
estágio final” e que “a autossuficiência é uma finalidade e o que
há de melhor”. Isso está em íntima consonância com as
afirmativas II e III. Já I e IV são afirmações que em nada se
aproximam do pensamento de Aristóteles e, por isso, estão
incorretas.
30 [ 115736 ]. (Uem-pas 2011) Aristóteles (384-322 a.C.) afirma
em Política: “Diremos que nenhum indivíduo é cidadão só
porque habita num determinado lugar, pois, tal como os cidadãos,
Resposta:
01 + 04 + 08 = 13.
Na passagem citada, Aristóteles está trabalhando um conceito de
cidadão. A necessidade deste trabalho provém do fato de ocorrer
um grande número de habitantes estrangeiros na cidade-estado. A
presença destas pessoas cria um problema, pois alguns homens
de grande influência não possuem, todavia, poder político e são
apenas residentes. Como pessoas sem cidadania poderiam
influenciar as direções que a cidade toma? Atenas passava por
uma transformação deste tipo e a presença estrangeira mesmo
sem cidadania modificava a educação, a cultura, a justiça e a
administração da cidade.
Para uma noção geral sobre o assunto:
BLOOM, A. The Republic of Plato (translated with notes and an
interpretative essay). New York: Basic Books, 1991.
STRAUSS, L. The city and man. Chicago: The University of
Chicago press, 1978.
Em primeiro lugar, devemos perceber que se considerarmos a
cidadania apenas o fato da habitação, chegamos até a
conclusão de que todos os moradores são cidadãos, porém
apenas alguns participam da administração da justiça e do
governo. Contudo, Aristóteles coloca em questão esta
definição que cria uma equivalência entre a moradia e a
cidadania e tenta redefinir o cidadão a partir da sua
participação efetiva nas atividades políticas. Assim, o
cidadão passa a ser vinculado ao tipo de regime político do
qual faz parte. A definição dada pelo pensador garante
sempre àqueles que participam a sua cidadania, porém, nem
sempre àquele que habita. 16) a participação política não é
uma questão de escolha para Aristóteles, uma vez que, para
ele, todos os habitantes da cidade deveriam agir
politicamente, independente de sua condição social ou
econômica.
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