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O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DE MATEMÁTICA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
Profª Ma. Roseli Araujo Barros-UEG
[email protected]
Profª Ma. Maria Lidia Paula Ledoux-UFPA
[email protected]
RESUMO
O Estágio Curricular Supervisionado na Licenciatura representa a introdução do futuro
professor no campo de atuação profissional e a possibilidade dos acadêmicos atribuírem
significados ao ensino e à aprendizagem. Investigar as situações que envolvem esse
componente curricular torna-se relevante ao oferecer reflexões sobre a formação inicial de
professores. Assim, o texto discute o Estágio Supervisionado em Matemática na
Universidade Estadual de Goiás, na Unidade de Jussara, Goiás. Trata-se da análise dos
relatórios desenvolvidos pelos acadêmicos do terceiro ano de Licenciatura em Matemática,
nas atividades de Estágio Supervisionado I, em 2013. O Estágio deve oferecer, ao
estagiário, a oportunidade de vivenciar a realidade na qual será inserido, após o término da
sua formação, criando condições de observação, análise e reflexão, de forma integrada, dos
conhecimentos adquiridos no curso, possibilitando o exercício da ética profissional, o
intercâmbio de informações e experiências concretas, preparando-lhe para o efetivo
exercício da profissão docente. Portanto, o Estágio constitui-se num momento relevante do
processo de formação do futuro professor, oportunizando uma reflexão partilhada, de troca
de experiências, aportes teóricos e interlocução com os diferentes sujeitos da prática
docente.
Palavras chave: Estágio Supervisionado. Formação Inicial de professores. Matemática.
JUSTIFICATIVA
Para discutirmos o Estágio Curricular Supervisionado no Curso de Licenciatura em
Matemática na Universidade Estadual de Goiás-UEG, se faz necessário compreender como
o Estágio é pensado e organizado no documento que regula o Estágio. Assim, na UEG, o
Estágio Supervisionado está sujeito às normas e regulamentos que têm por objetivo
resguardar seu caráter de instrumento de formação profissional, dependendo da validação da
UEG, para que tenha seus efeitos legais.
De acordo com o regulamento do Estágio Supervisionado dos cursos regulares da
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Unidade Universitária de Jussara, Goiás, cuja matriz entrou em vigor a partir de 2013, este
deve ser considerado enquanto atividade que permita ao aluno um contato com a realidade
do campo profissional, objetivando:
•
Aprender e refletir sobre a realidade do campo profissional; propor e participar
de todo processo relacionado ao exercício profissional; articular a perspectiva do
currículo com a realidade, utilizando-se das teorias existentes como
possibilitadoras da reflexão e da ação no campo profissional e da formação
humana.
•
Desenvolver uma postura ética e compromissada com a educação, utilizando-se
das teorias educacionais para o seu embasamento teórico, possibilitando o
diagnóstico acerca do ensino da disciplina ministrada nas escolas de Ensino
Fundamental e Médio;
•
Elaborar, através de estudos, novas técnicas e novas metodologias para o ensino,
refletindo o papel da formação do profissional de educação, dinamizando o
cotidiano da sala de aula através de um planejamento coerente.
Sua duração e carga horária estabelecida pela Resolução do Conselho Nacional de
Educação-CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, e o cumprimento deste componente
curricular ocorre principalmente nas escolas de Educação Básica, nas séries finais do Ensino
Fundamental e Ensino Médio.
As atividades do Estágio Supervisionado dos cursos regulares serão divididas nas
seguintes etapas: Diagnóstico escolar, Docência participativa, Projetos e/ou Oficinas,
Regência, Produção Acadêmica e Orientação Didático-Pedagógica. As referidas etapas são
realizadas tanto no terceiro ano, quanto no quarto ano de cada curso. As etapas, acima
citadas, constituem-se de atividades bimestrais, que abordaremos nas análises dos relatórios,
de acordo com a organização da Proposta Pedagógica.
A primeira etapa, o Diagnóstico escolar, totaliza-se em vinte horas, sendo
que, dessas, são destinadas duas horas para a visita de reconhecimento da escola campo,
dezoito horas de pesquisa para análise e elaboração do relatório do diagnóstico da realidade
escolar da escola campo. E quando há dúvidas em relação aos questionários aplicados junto
aos professores de Matemática, a Coordenação Pedagógica, ao Gestor Escolar e Secretaria
Escolar e, ainda, dados discrepantes nos documentos analisados, o Professor Orientador de
Estágio retorna a escola campo, acompanhado de um estagiário, buscando saná-las. Esta
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vivência é realizada pelos estagiários do terceiro ano de formação nas séries finais do Ensino
Fundamental e, pelos estagiários do quarto ano de formação, no Ensino Médio,
onde são concretizados o diagnóstico e mapeamento da realidade escolar.
A segunda etapa é a Docência Participativa, num total de sessenta horas, sendo que
dez horas são destinadas ao acompanhamento do professor titular na escola campo e
cinquenta horas às microaulas. Assim, a docência participativa é o momento em que o
estagiário observa as aulas do professor titular, fazendo uma análise da prática do professor
em sala de aula. Além disso, posterior as observações, os estagiários ministram,
individualmente, nas aulas de Metodologia do Ensino Fundamental (terceiro ano) e
Metodologia do Ensino Médio (quarto ano), na Unidade universitária, microaulas
envolvendo tanto conteúdo das séries finais do Ensino Fundamental, quanto do Ensino
Médio.
Os projetos de intervenção pedagógica, terceira etapa das atividades do Estágio,
somam um total de cinquenta horas e podem ser desenvolvidos em unidades escolares que
trabalhem com alunos de acordo com as especificidades dos cursos, tanto no Ensino
Fundamental quanto no Ensino Médio. Os Professores Orientadores de Estágio, docentes da
UEG, devem orientar os estagiários nos projetos e/ou Oficinas, desde sua elaboração,
desenvolvimento e culminância, no contraturno, nas horas destinadas ao atendimento do
aluno na UEG.
A quarta etapa trata-se da Regência, com dez horas, importantes para o processo de
conclusão de curso. Tal etapa dará condições ao Professor Orientador de estágio, de avaliar o
estagiário e orientá-lo na sua prática pedagógica. O estagiário deverá ministrar duas aulas,
individualmente, sempre acompanhado pelo Professor titular da sala e pelo Professor
Orientador de Estágio. Se necessário, será solicitada mais uma aula, para concluir o processo
avaliativo do estagiário. Neste contexto, o estagiário assumirá o planejamento das atividades
didático-pedagógicas, bem como a responsabilidade do ensino na sala de aula na Escola
Campo.
Cada aluno estagiário deverá participar das Orientações Didático-Pedagógicas
oferecidas no contraturno, na Unidade Universitária, em horário e cronograma estabelecido
pelo Professor Orientador de Estágio. Este atendimento é de duas horas aulas a cada quinze
dias. O total de horas de atendimento será de vinte horas/ano para cada etapa do Estágio (3º
e 4º anos de cada curso).
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Também são destinadas quarenta horas para Produção Acadêmica, que tem por
objetivo a elaboração do Relatório Final de Estágio. Cabe ressaltar que todas as etapas
devem ser registradas diariamente e os resultados constarem no relatório final, entregue no
final do ano letivo ao Professor Orientador de Estágio.
As disciplinas que orientam o Estágio Supervisionado em Matemática na UEG são
Metodologia do Ensino Fundamental e Metodologia do Ensino Médio, ambas com uma
carga horária de duas horas semanais. Segundo a proposta pedagógica de Estágio Curricular
Supervisionado (2013), a disciplina tem por função dar suporte teórico/prático aos alunos
durante o processo de Estágio, seja nas discussões de textos referentes ao Ensino e Didática
em Matemática, seja na proposição e análises dos meandros da docência.
No regimento consta que a sistemática de organização, orientação, coordenação e
avaliação do Estágio Supervisionado é estabelecida pelos Professores Orientadores de
Estágio, juntamente com a Coordenação Adjunta de Estágio, em forma de Proposta
Pedagógica, observando a legislação vigente.
De acordo com o Caderno de Orientações da Pró-Reitoria de Graduação- PRG
(2010), Art. 2º, o Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no
ambiente de trabalho, que visa a preparação para o trabalho produtivo de acadêmicos, que
estejam frequentando o ensino regular em instituições de Educação Superior, Educação
Profissional, Ensino Médio, Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, na
modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos.
O Estágio Supervisionado deve oferecer, ao acadêmico do curso de Matemática, a
oportunidade de vivenciar a realidade na qual será inserido após o término da sua formação,
criando condições de observação, análise e reflexão de forma integrada dos conhecimentos
adquiridos no curso, possibilitando também o exercício da ética profissional, o intercâmbio
de informações e experiências concretas que o preparem para o efetivo exercício da
profissão docente. Logo, a universidade deve “[...] promover situações de ensino que
contribuam para a formação do futuro professor” (MOURA, 1999, p. 09).
Assim, a escolha do tema justifica-se diante da necessidade de discutir o Estágio
Supervisionado nos cursos de Licenciatura em Matemática. No caminho para uma formação
docente bem elaborada, são necessárias estratégias reflexivas que possam servir de base na
atuação da prática. Nesse sentido, o Estágio é um espaço de reflexão e construção de
conhecimento. Logo, investigar as situações que envolvem esse componente curricular
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torna-se relevante ao oferecer reflexões sobre a formação inicial de professores.
Assim sendo, procuramos nos valer da oportunidade de apresentar o depoimento dos
estagiários sobre o que foi vivenciado por eles no decorrer das atividades, retratando e
apresentando fatos que marcaram a sua formação e experiência docente.
Portanto, neste texto, discutimos o Estágio Supervisionado na UEG, Unidade-UnU
de Jussara, Goiás, a partir da análise dos relatórios das atividades desenvolvidas no Estágio
Supervisionado I, produzidos pelos acadêmicos do terceiro ano de Licenciatura em
Matemática em 2013.
OBJETIVOS
•
Investigar o Estágio Supervisionado na formação do professor de Matemática na
Universidade Estadual de Goiás, Unidade de Jussara, Goiás, tendo por base a análise
dos relatórios elaborados pelos acadêmicos nas atividades do Estágio Supervisionado
I, em 2013;
•
Investigar as situações que envolvem o Estágio Supervisionado, tornando-se
relevante ao oferecer reflexões sobre a formação inicial de professores.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento da pesquisa, optamos por uma metodologia qualitativa, por
acreditarmos que esta pode responder a questionamentos muitos particulares, se absorvendo
a um grau de realidade que não pode ser quantificado, possibilitando um contato subjetivo
do pesquisador com o fenômeno pesquisado. Essa metodologia cogita sobre um universo de
significados, causas, anseios, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um
aprofundamento das relações entre sujeitos e pesquisadores, dos procedimentos e dos
fenômenos que não podem ser abreviados à operacionalização de variáveis (MINAYO,
1994).
Bogdan e Biklen (1994) apontam cinco características da pesquisa qualitativa: a
pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador
como
seu
principal
descritivos; a preocupação
instrumento,
com
o
processo
os dados
é
muito
são
predominantemente
maior
do
que
com
o
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produto; o “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção
especial pelo pesquisador e a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.
Portanto, nossa pesquisa se enquadra na abordagem qualitativa, já que investigamos
a complexidade da formação inicial de professores, contextualizada no Estágio
Supervisionado, baseada na coletada de dados desse evento a partir do ponto de vista de
cada estagiário. Dentro da abordagem qualitativa, trata-se de um estudo de natureza
exploratória, pois tem por intuito obter informações mais esclarecedoras e consistentes sobre
uma temática (FIORENTINI E LORENZATO, 2006), neste caso, acerca do Estágio
Supervisionado.
Logo, os dados foram coletados a partir da análise dos relatórios das atividades
desenvolvidas no Estágio Supervisionado I, pelos acadêmicos de licenciatura em
Matemática. Os mesmos foram descritos e analisados de forma indutiva e interpretativa,
buscando compreender a contribuição do Estágio na formação inicial dos acadêmicos.
RESULTADOS
As atividades de Estágio, denominadas de vivências, foram elaboradas considerando
simultaneamente as expectativas dos acadêmicos, bem como os propósitos das etapas do
Estágio Supervisionado I. Para tanto, procuramos aprofundar a integração Universidade e
Escola, buscando dinamizar essas relações por meio de ações que favoreçam a autonomia de
novas práticas dentro da escola. Também, documentando essas ações desenvolvidas,
inserindo os acadêmicos na realidade escolar, estimulando a interação entre acadêmicos e
professores da Rede Pública Estadual.
Na primeira vivência, o diagnóstico, fez-se necessário conhecer o ambiente escolar
como um todo, ou seja, os conhecimentos e as dificuldades enfrentadas pela escola a partir
de sua estrutura física e material. Partindo dessa visão, o principal objetivo foi a percepção
da necessidade do estagiário: conhecer a realidade em que irá atuar; realizar o planejamento
e sua execução do estágio de acordo com a realidade diagnosticada; conhecer e levantar
informações a partir de documentos como o Projeto Político Pedagógico1, Plano de
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É um conjunto de princípios e práticas que conjetura e recria essa cultura, projetando a cultura, projetando a cultura
organizacional que se deseja visando à intervenção e transformação da realidade [...] o projeto pedagógico, portanto, orienta
a prática de produzir uma realidade: conhece-se a realidade presente, reflete-se sobre ela e traça-se coordenadas para a
construção de uma nova realidade, propondo-se as formas mais adequadas de atender de formas mais adequadas de atender
necessidades sociais e individuais dos alunos (LIBÂNEO 2001, p.125).
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Desenvolvimento Escolar e Regimento Escolar, fazendo uma análise crítica baseada em
fundamentos teóricos.
Portanto, nesta vivência acontece a primeira visita dos acadêmicos a escola campo,
ambiente onde se realizará as demais atividades de Estágio.
A visita a escola campo é possível observar como, por exemplo, o bom trabalho da
equipe pedagógica, a organização de cada sala e da secretaria escolar. Também que
a Unidade Escolar dispõe de instrumentos de escrituração referentes à
documentação e assentamentos individuais de alunos e professores e funcionários.
Os documentos ficam em armários separados por letras do nosso alfabeto em uma
sala pequena, dividindo o mesmo espaço com a sala dos professores (Estagiário E).
Para a coleta dos dados, visando o mapeamento da realidade educativa, são aplicados
questionários junto aos professores de Matemática, a Coordenação Pedagógica, ao Gestor
Escolar e Secretaria Escolar e, ainda, a análise dos documentos como o PPP, PDE e
Regimento Escolar da Escola Campo. O mapeamento da realidade, da organização e
sistematização dos dados coletados, surge com o intuito de priorizar algumas problemáticas
com relação à escola e buscando apresentar alternativas de solução. Tais resultados foram
documentados por meio de um relatório, segundo roteiro (em anexo) proposto por Libâneo
(2008). Uma das alunas estagiárias caracteriza a importância de tal roteiro.
A análise do texto foi de grande aproveitamento, por meio deste
tivemos condições de ver a instituição com um olhar mais critico em
aspectos educacionais, já que apenas quatro alunas de nossa turma
têm experiência em docência. Mesmo sendo pequeno o texto roteiro
de Libâneo trouxe a nós um leque muito abrangente de informações
como: contexto histórico, socioeconômico, mecanismo avaliativo e
estrutura de colaboração de todos envolvidos no processo de ensino
(corpo de funcionário, pais, alunos, comunidade (Estagiária T).
Outra estagiária afirma que o diagnóstico escolar consiste na utilização de recursos,
[...] meios e processos técnicos com o objetivo de localizar e avaliar
os problemas e, ainda, as dificuldades dos alunos, determinando
suas causas, para preveni-las e corrigi-las. Sendo uma análise mais
específica sobre a realidade escolar que temos. Contudo, vai além
dos limites estreitos de um levantamento de dados e informações
referentes à realidade escolar, pois requer também a leitura e
interpretação (Estagiária E)
A partir do diagnóstico foi possível verificar problemas relacionados ao espaço físico
da Escola Campo, ou seja, a ausência de uma quadra de esportes para a realização de
atividades esportivas. Nesse sentido, o Colégio tem certas dificuldades para “[...] guardar
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os materiais de projetos e realização de atividades externa que requeiram mais espaço e
transporte. [...] apesar da dificuldade na falta de espaço os profissionais que ali trabalham
conseguem manter uma organização muito boa” (Estagiária T).
Os estagiários também apontam as dificuldades com a compreensão do PPP e PDE.
[...] estes estão sempre em elaboração e requerem algumas modificações
periódicas, estas dificuldades foram a leitura turva de tabelas, percepção do
assunto, projetos em execução, quadro de funcionários, alunos e nível
escolar atendido no colégio (Estagiária T).
A segunda vivência é a docência participativa, dividida em duas etapas. Sendo que na
primeira, o estagiário observa a prática pedagógica do professor titular, na Escola Campo, a
partir de roteiro (em anexo) proposto pela professora orientadora de Estágio Supervisionado.
O objetivo desta vivência é de levar o estagiário a detectar os problemas da prática docente e
fazer uma análise crítica dessa problemática, fundamentando-se em autores que abordam tais
concepções. Esta etapa é reveladora da importância da observação e análise das aulas antes
do ingresso do acadêmico como estagiário-regente.
De acordo com D’Ambrósio (1996, p.91), “[...] cada indivíduo tem sua prática. Todo
professor, ao iniciar sua carreira, vai fazer na sala de aula, basicamente, o que ele viu alguém
fazer, que o impressionou, fazendo. E vai deixar de fazer algo que viu e não aprovou”.
Assim, por meio da observação, busca-se perceber a prática educativa desenvolvida
pelo professor regente, partindo do princípio de que o aluno deve ser participativo, e que o
professor deve desenvolver uma ação pedagógica comprometida com as necessidades da
escola e esta ação exige a participação de todas as pessoas envolvidas no processo. Nas
observações, os estagiários também analisam a interação dos alunos com o conteúdo,
interação aluno/aluno e alunos/professor, quais os procedimentos metodológicos utilizados
em sala, como o professor regente acompanha o desenvolvimento dos alunos e como os
avalia.
A segunda etapa da docência participativa trata das microaulas, nas quais o estagiário
ministra uma aula de quarenta minutos na UEG, envolvendo um conteúdo das séries finais
do Ensino Fundamental, sendo avaliado tanto pela professora orientadora de Estágio quanto
pelos outros estagiários. Tais conteúdos são escolhidos pela professora orientadora de
Estágio, juntamente com os estagiários e, posteriormente, realiza-se um sorteio com os
respectivos conteúdos. Nesta vivência, discutem-se questões relacionadas ao planejamento,
como a elaboração do plano de ensino e dos planos de aula, a partir de uma oficina
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pedagógica, realizada pelo professor orientador de Estágio, em sala de aula, com os
estagiários. Tais resultados são documentados por meio de relatório das atividades
desenvolvidas.
Assim, foi possível observar a análise crítica realizada por duas estagiárias sobre as
microaulas.
Acreditamos que poderíamos ter sido melhores, já que o nervosismo não
permitiu que conseguíssemos explorar o conteúdo proposto como
registramos no plano de aula. Além de não termos muita noção de como
estar portando-me na frente de uma sala de aula, mas a partir das
avaliações dos colegas foi possível perceber alguns pontos que serão
importantes futuramente, como relacionados ao tempo e o assunto proposto,
a tonalidade de voz e a atenção (Estagiária T).
As apresentações destas foram boas, algumas, é claro, bem melhores do que
outras, mas podemos assim aprender com os nossos erros e com os dos
outros para futuramente não cometê-los. A parte mais chata nisso tudo é o
nervosismo que atrapalha em muito, as interrupções ou imprevistos que
aconteceram em algumas aulas (Estagiária J).
Ainda sobre as microaulas, uma das estagiárias afirma que “Avaliar cada colega foi
muito difícil, sei que poderíamos ter nos esforçado mais um pouco, mas vamos nos dedicar e
esforçar mais da próxima vez, pois é errando que se aprende e, consequentemente se
cresce” (Estagiária J). Outra estagiária ressalta a importância do planejamento, apontando
que:
Nas aulas houve duas divergências uma em relação ao conteúdo
apresentado e outro em decorrência da resolução de um exemplo. Essas
decorrências foram muito importantes, pois através delas podemos ver o
quão fundamental é a preparação das aulas, e que essas sejam estritamente
fundamentadas e bem centradas, não se esquecendo de resolver todos os
exercícios propostos antes das aulas.
Nesse sentido, Melo (2004) descreve que o planejamento consiste em primeiro lugar,
[...] um instrumento para o aluno, no qual o professor estabelece com
objetividade, simplicidade, validade e funcionalidade e ação educativa em
matemática, cuja finalidade é contribuir com a formação do aluno em
dimensão integral. Todavia, as ações matemáticas educativas necessitam
serem pensadas, de forma critica e consciente, pois devem visar ao
atendimento de melhoria de vida dos alunos como pessoas (p. 2).
Cabe ressaltar que os alunos ministram apenas uma microaula individualmente, e
caso seja necessário, ministram outra aula envolvendo o mesmo conteúdo abordado. Outra
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possibilidade futura, seria ministrar aulas em dupla e outro individual, buscando avaliá-las
refletindo como os estagiários interagem ao planejarem em dupla e individualmente.
A terceira vivência, envolvendo a elaboração de um projeto e desenvolvimento das
oficinas. O projeto é discutido em sala com os estagiários, nas aulas de Metodologia do
Ensino Fundamental, onde ficou estabelecido que o projeto abordaria as quatro operações
fundamentais nas turmas de sexto ano do Ensino Fundamental, o conteúdo foi sugerido por
uma das professoras de Matemática da Escola Campo. Assim, foram desenvolvidos dois
projetos, um no período matutino e outro no vespertino. No matutino, os estagiários optaram
por desenvolver uma gincana matemática, intitulada Gincana Brincar e Educar usando as
quatro operações. Nela, foram desenvolvidos jogos como: bingo da divisão, quebra-cabeça
de multiplicação, corrida de sacos envolvendo a multiplicação, uma brincadeira com os
balões, onde os participantes tinham que correr pegar os balões, estourar e responder a
questão que estava indicada no quadro, ganhando a equipe que respondessem primeiro e
corretamente, dentre outros. Os estagiários confeccionaram lembrancinhas para serem
ofertadas a todos os participantes e outra para a equipe vencedora. De acordo com os
estagiários, esta etapa foi gratificante, já que:
Nós, acadêmicos responsáveis pela gincana trabalhamos sempre unidos,
foi um grupo muito bem organizado do começo ao fim do projeto, e prova
disso, foi o resultado obtido na execução do mesmo. Fizemos um bom
trabalho junto com a professora de Estágio e [...] dos alunos do 6º ano,
que se comportaram muito bem o tempo todo. Foi uma experiência ótima e
gratificante para todos, tanto ensinamos como aprendemos, e nos
divertimos também (Estagiária J).
A realização do projeto foi muito boa [...] o resultado de trazer uma aula
diferente e dinâmica aos alunos foi alcançado, além de apresentar o
conteúdo aprendido em sala de aula para praticar em brincadeiras.
Também foi possível perceber uma grande dificuldade em algumas
operações, como a multiplicação e, principalmente, a divisão. Todavia,
percebemos que o projeto teve influência direta sobre os alunos,
despertando o interesse pelas atividades desenvolvidas (Estagiário JS).
A utilização dos jogos em sala de aula é reconhecida como meio de fornecer ao aluno
um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem
de várias habilidades. Todavia, a estrutura que envolve o jogo pode possibilitar ao professor
observar o desenvolvimento do aluno com relação ao conteúdo abordado.
Os estagiários, ao refletir sobre a elaboração e desenvolvimento do projeto, afirmam
que este permitiu a junção da teoria com a prática, tão aclamados nos cursos de Licenciatura.
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Mais do que isso a oficina nos permitiu verificar diferenças entre a teoria e
a prática. A meu ver este projeto foi satisfatório para todos os estagiários,
já que tivemos um ótimo resultado vindo dos alunos, pois tudo que
planejamos deu certo, conseguindo concluir o projeto com sucesso
(Estagiário JS).
A realização da oficina traz experiências subestimáveis para os futuros
professores, como nós. De modo geral, tudo o que aconteceu, desde as
reuniões aos preparativos dos jogos, terá uma grande contribuição na
nossa formação. E sabemos que de alguma forma contribuímos alguém
com o nosso saber. E levamos algo a mais para nossa formação
profissional (Estagiária C).
O segundo projeto optou por desenvolver uma oficina em sala de aula. Nela
trabalharam jogos como a minitrilha da adição, dominó das frações, pontinhos da
multiplicação, trilha das quatro operações, escopa de 15 e bingo da divisão. No entanto, no
relatório desenvolvido pelos estagiários, alguns enfatizaram pontos positivos e negativos.
[...] a escolha dos jogos e a confecção proporcionaram, uma dimensão de
como é desenvolver um projeto em conjunto. Acredito que fomos dedicadas
na preparação do material, sempre buscamos o melhor de nos no
planejamento das atividades, trocamos experiências de jogos já utilizados
anteriormente e sugestões (Estagiária T).
A ideia proposta para o projeto das quatro operações é excelente. Apesar da
turma não estar muito interessada, conseguimos desenvolver o projeto, só
ficou faltando desenvolver um jogo, o bingo. Através desse projeto realizado
com os jogos detectamos que muitos alunos têm muita dificuldade nas
operações de multiplicação e divisão. E, ainda, tem dificuldade de interação
para trabalharem em grupos (Estagiária R).
Alguns estagiários consideram que não alcançaram os objetivos propostos com o
desenvolvimento do projeto, já que os alunos demonstraram desinteresse nas atividades.
[...] tiramos grande experiência desta vivencia, já que desenvolvemos no
trabalho em grupo e aperfeiçoamos nossa percepção do quanto é importante
para um professor saber o que o aluno já tem de conhecimento adquirido e
do interesse pelo conteúdo, para que o uso do jogo seja estimulante e não
desmotivador. [...] para se obter o sucesso de qualquer atividade
desenvolvida em sala de aula e necessário que o professor conheça o nível
de desenvolvimento e interesse dos seus alunos. Estejam preparados para o
fracasso sabendo lidar com eles e, por meio deles poderemos melhorar se de
certa forma não alcançamos nossos objetivos, saímos mais estruturados e
sabemos uma maneira de como não fazer no futuro (Estagiária T).
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Alguns alunos levaram a sério o nosso trabalho desenvolvido ali, se
mostraram otimista quanto ao nosso projeto e elogiaram. Alguns alunos até
queriam mais, porém, foram poucos alunos diante dos que se mostravam
desinteressados (Estagiária R).
Outra estagiária afirma que “[...] Essa nova experiência de desenvolvimento de
projetos na escola, não foi bem o que nós esperávamos. Mas não ficamos abatidos por isso,
já que para nós é um desafio e queremos estar preparados para poder lidar com essas
situações (Estagiária R).
Assim, os pontos negativos e positivos do desenvolvimento do projeto foram
discutidos, em sala de aula, pela professora orientadora de Estágio e estagiários. Logo,
acreditamos que a execução dos projetos promoveu a integração entre a universidade e
escola campo, um momento de interação dos estagiários com a realidade escolar. A
elaboração e desenvolvimento dos projetos criaram a “[...] vivência da iniciativa pedagógica
e a familiarização com a pesquisa participante” (PENTEADO, 1988, p.10).
A quarta vivência é a regência, onde os estagiários ministram duas aulas na escola
campo, sendo exigido que estes elaborem o plano de aula e uma apostila com o conteúdo da
aula a ser ministrado, obedecendo a seguinte sequência: teoria, exercícios resolvidos,
exercícios propostos e a proposição de uma atividade manipulável, por exemplo um jogo.
Acreditamos que este tipo de planejamento é um momento onde o futuro professor pode
pensar como desenvolveria um determinado conteúdo de modo contextualizado, buscando
fazer uso de materiais diferenciados. Cabe lembrar que o mesmo planejamento foi exigido
nas microaulas. Sobre a regência, os estagiários afirmam que a sua realização foi:
[...] uma atividade muito significativa para todas as partes envolvidas.
Nesse sentido, não conseguimos tirar nada de negativo da regência, pelo
contrário, nos proporcionou uma grande contribuição profissional e
pessoal (Estagiária C).
[...]a etapa mais importante do Estagio Supervisionado I, pois é onde
vivenciamos o que é ser professor, já que é o momento que temos para
planejar nossas aulas e, constatarmos a importância do planejamento na
vida do docente. [...] uma grande experiência, pois a troca de
conhecimentos com alunos nos proporcionou que toda às vezes em que o
professor entra na sala de aula, ele aprende com os seus alunos.
(Estagiária KM).
Alguns estagiários apontam a regência como um momento de planejamento e
aprendizado.
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[...] aprendemos muito com a regência [...] levaremos coisas positivas
para nossa vida como futura professora [...] A elaboração do plano de
aula, buscando o melhor caminho para ministramos nossa aula, que é na
verdade essencial para o professor, já que nos mostra a sequencia de tudo
que vai ser desenvolvido em sala de aula [...] o material que foi
desenvolvido como apoio pedagógico foi de grande importância para
realização da aula, para que realmente pudéssemos conduzir o conteúdo
com segurança (Estagiária T).
[...] a experiência adquirida no decorrer da preparação e da aplicação da
regência, aprendemos algumas coisas que esperamos levar para toda
minha vida. A primeira delas é a importância de se planejar as aulas.
Aulas bem planejadas são realmente melhores de se aplicar e se mostram
mais fáceis de “controlar”. Ter tudo sob controle é sem dúvida um
ferramenta eficaz para manter a ordem dos alunos e a própria calma do
estagiário regente [...] de todas as experiências vividas até agora,
enquanto estagiário, a que mais se mostrou importante, para o bom
andamento que as aulas tiveram, foi o planejamento delas (Estagiário K).
[...] a regência é de suma importância a todos os acadêmicos. Nela,
colocamos em prática a teoria e, ainda, como futuros professores de
matemática, a partir da elaboração do plano de aula, material didático a
ser utilizado na regência (Estagiária AF).
Outro estagiário aponta a importância de se utilizar em sala de aula metodologias
diferenciadas.
[...] a regência foi de grande relevância para compreender as dificuldades
dos alunos e então nos esforçarmos cada vez mais para ser um profissional
com qualidade, daqueles que possam ver as dificuldades dos seus alunos e
não ignorá-los, mais sim procurar trabalhar de forma que posso despertar
nos alunos a curiosidade em relação ao o conhecimento, trabalhando com
lúdico e jogos, buscando uma metodologia diferenciada da aula
tradicional (Estagiário JS).
Os estagiários não sentiram muita dificuldade durante a regência, já que ministram as
aulas nas salas onde realizaram a observação da prática pedagógica do professor titular, isso
contribuiu para conhecerem melhor a turma, observando os alunos mais participativos e a
interação entre eles.
Assim, após a realização de todas as vivências do Estágio, na tentativa de definir a
importância do estágio, os estagiários explicitam:
Através das demais etapas do estágio, aprendemos a importância do
mesmo, que nos leva a conhecer a realidade em que se encontram as
escolas, fazendo uma junção da teoria com a prática, nos colocando frente
a frente ao meio no qual seremos inseridos após o término de conclusão do
nosso curso. Aprendemos que é necessário fazer um bom planejamento de
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aula, e tentar diferenciá-las a fim de despertar o interesse e a curiosidade
dos alunos, para que estes consigam aprender o que lhes é ensinado de
maneira divertida e fora da rotina (Estagiária R).
[...] foi prazeroso trabalhar na turma do 6° ano da escola campo [...], pois
se tratava de uma turma com autoestima elevada, eles prestavam atenção
em tudo, participavam de todas as perguntas [...] Foi muito gratificante o
estágio, pois aprimorou os nossos conhecimentos [...] podemos afirmar
que a cada dia tiramos o receio que tínhamos de enfrentar uma classe
cheia de alunos, pois o nervosismo todos tem, apenas temos que controlar
para ele não tomar conta da mente (Estagiária E).
A elaboração desta pesquisa provocou a necessidade de rever apontamentos e
registros dos relatórios, resgatando marcas e impressões que se estabeleceram no decorrer da
trajetória dos estagiários ao longo das vivências. Entretanto, a elaboração escrita dessas
reflexões, desde que não encaradas em favor de meras atividades burocráticas, podem se
transformar em documentos para que professor que trabalha com o Estágio Supervisionado
repense sua prática docente.
Portanto, o professor orientador de Estágio deve preparar seus estagiários para
atuarem com adolescentes nas escolas de Ensino Fundamental e Médio e seus objetivos têm
de estar vinculados às atividades que estão além dos muros da universidade, no contexto
ativo do desenvolvimento social.
A multiplicidade de enfoques dessa ação nos leva à percepção do estágio “[...]
enquanto atividade teórica instrumentalizadora da práxis” (PIMENTA, 1999, p.121). Logo, a
orientação e o apoio do professor orientador, no acompanhamento e orientação de atividades
dos futuros professores, são fundamentais para as análises a respeito das possibilidades de
ação docente na escola, diante de seus condicionamentos estruturais. Deste modo,
percebemos que o papel do professor orientador de Estágio é de ajudar os futuros
professores a interiorizarem, durante a formação inicial, a disposição e capacidade de
estudarem “[...] além da maneira de como ensinam e de a melhorar com o tempo,
responsabilizando-se pelo seu próprio desenvolvimento profissional” (ZEICHNER, 1993,
p.17). Para tanto, se faz necessário propiciar ao acadêmico um maior contato com a
realidade escolar e uma das ferramentas é o Estágio.
REFERENCIAL TEÓRICO
No início da formação, tudo o que se aprende são teorias de aprendizagem e
15
conteúdos, e alguns alunos acham que para ser um professor, basta ter conhecimento e
dominar todo o conteúdo. Todavia, além do domínio do conteúdo específico, necessita-se
também da prática, e o Estágio é o responsável por essa tarefa, já que por meio dele o
acadêmico aprendiz passa a ter o primeiro contato com os alunos e com a realidade da sala
de aula, ou seja, com o campo de atuação futura no qual será inserido após sua formação.
Assim, o Estágio realizado no curso de formação inicial de professores é importante, pois o
mesmo faz uma junção entre teoria e prática.
Pimenta (2006), afirma que o Estágio compreende “[...] as atividades que os alunos
deverão realizar durante o seu curso de formação, junto ao campo futuro de trabalho” (p.21).
Assim, o Estágio e as disciplinas compõem o currículo acadêmico, sendo obrigatório o
cumprimento delas para obtenção do certificado de conclusão da graduação. Deste modo, o
Estágio pode ser visto como um momento de reflexão sobre a prática, noutras palavras, a
efetivação da práxis docente.
Moura (1999) aponta que o Estágio é um componente do currículo que não se
configura como disciplina, mas como atividade de ensino.
[...] o pressuposto básico é que a atividade de ensino, ao ser
planejada conjuntamente, é capaz de gerar elementos de reflexão,
proporcionando o desenvolvimento de consciência do futuro
professor sobre os vários aspectos a serem considerados na atividade
pedagógica. A tomada de decisão sobre os conteúdos a serem
adotados, qual a metodologia a ser empregada e como avaliar as
ações formativas e os seus resultados são, potencialmente,
importantes momentos de formação, no professor, de competências
que transcendem o já complexo domínio dos conteúdos (MOURA,
1999, p. 11).
Cabe ressaltar que, o tipo de estágio ao qual estamos nos referindo é o Estágio
Curricular Supervisionado, que em exercício, o futuro professor toma o campo de atuação
como objeto de estudo, de análise, de investigação e de interpretação crítica,
fundamentando-se no que é estudado nas disciplinas do curso de formação. Logo, vai além
do Estágio Profissional, aquele que busca inserir o profissional no campo de trabalho de
modo que ele treine as rotinas de atuação (PASSERINI, 2007).
Os Estágios Curriculares são compreendidos como experiências que podem ser
consideradas como exemplos de práticas profissionais futuras. Nesse sentido, Moura (2003)
afirma que Estágio refere-se a uma formação anterior à prática profissional e Curricular, ao
domínio de elementos, que tem por objetivo a consolidação dessa prática, sabendo lidar com
16
o conhecimento organizado para ensinar alguém acerca de um conhecimento estabelecido.
O Estágio possibilita a vivência dos alunos dos cursos de formação de professores
com a realidade escolar, diminuindo o impacto que seria o primeiro encontro do recémformado professor com uma turma para o seu exercício profissional, tornando-se o eixo
central na formação de professores, já que é por meio dele que o profissional conhece os
aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia a
dia (PIMENTA E LIMA, 2008).
O Estágio na licenciatura é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, nº 9394/96, que visa à inserção do futuro professor na prática docente e no
contexto profissional, “[...] constituindo-se em um espaço de formação, que deverá
acontecer sob a supervisão e orientação direta de profissionais da universidade e, ainda,
considerar a participação/intervenção dos profissionais que atuam em diferentes espaços
educativos” (BELLO; BREDA, 2007, p.1). Representa também a oportunidade de
intercâmbio entre universidade, a escola básica e a comunidade, com a articulação de ações
voltadas ao ensino, à pesquisa e à extensão.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores
da Educação Básica, em nível superior, instituídas pelo CNE, em 2002, a carga horária dos
cursos de licenciatura de graduação plena deve ser garantida através da integralização de, no
mínimo, 2800 (duas mil e oitocentas) horas, das quais 400 (quatrocentas) horas devem ser
reservadas à Prática de Ensino e outras 400 (quatrocentas) horas ao Estágio Supervisionado.
Este documento aponta que o Estágio seja desenvolvido na segunda metade do curso, a
partir de uma parceria entre a escola e a universidade para que, de modo conjunto e em
colaboração, acompanhem e avaliem essa etapa da formação. As escolas de educação básica
são, ainda, responsáveis na formação dos futuros professores (BRASIL, 2002a; BRASIL,
2002b).
Assim, o Estágio supervisionado se apresenta como uma atividade de ensino
obrigatória no Curso de Formação Inicial de Professores. Nesta, em virtude de
aprendizagem, o estagiário se apresenta como professor, cuja atividade é ensinar. Nessa
situação, esse estagiário convive como professor, com a oportunidade de ensinar, e ainda
como estudante acadêmico, com a oportunidade da prática docente.
REFERÊNCIAS
17
BELLO, Samuel Edmundo López; BREDA, Adriana. Saberes, práticas e dificuldades
pedagógicas: implicações curriculares para os novos estágios de docência nos cursos de
licenciatura em matemática. In: IX ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA, 2007.
BRASIL. LEI No 9.394 / 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.
________. RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1/2002. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação de Professores da Educação Básica. Brasília, 2002a.
________. RESOLUÇÃO CNE/CP No 2/2002. Duração e Carga horária dos cursos de
Licenciatura. Brasília, 2002b.
D’ AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. 2.ed. Papirus:
Campinas, 1997.
FIORENTINI, Dario; CASTRO, Franciana Carneiro de. Tornando-se professores de
matemática: O caso de Allan em Prática de Ensino e Estágio Supervisionado. In:
FIORENTINI, Dario. (Org.) Formação de Professores de Matemática: explorando novos
caminhos com outros olhares. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003, p. 121-156.
FIORENTINI, Dario; LORENZATO, Sergio. Investigação em Educação Matemática:
percursos teóricos e metodológicos. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.
MELO, Gilberto Francisco Alves. Planejar ou não planejar o ensino da matemática.
Recife,
Pernanbuco,
Julho
de
2004.
Disponível
em:
http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/MC2 1621926249.pdf. Acessado em junho de
2013.
MOURA, Manoel Oriosvaldo de. A prática e o estágio curricular no contexto dos projetos
pedagógicos dos cursos de graduação. In: III Encontro Interinstitucional de Estágio
Curricular. Fortaleza. Anais do III Encontro Interinstitucional de Estágio Curricular, 2003.
________________ (Coord.). O estágio na formação compartilhada: retratos de uma
experiência. São Paulo: Feusp, 1999.
PASSERINI, Gislaine Alexandre. O Estágio Supervisionado na formação inicial do
professor de matemática na ótica de estudantes do Curso de Licenciatura em
Matemática da UEL- Londrina, 2007. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e
Educação Matemática). Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Exatas,
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática, 2007.
PENTEADO, Heloisa Dupas. Professores de prática pensando a didática: considerações
sobre uma vivência. In: EDUCAÇÃO & SOCIEDADE/CEDES. Campinas: Cortez
Editora, n. 21. p. 07-12, 1988.
18
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro. Estágio e Docência. São Paulo, Cortez,
2008.
PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e
prática?. 5ed. São Paulo: Cortez, 2006.
_____________________Saberes pedagógicos e atividade docente. In: PIMENTA, Selma
Garrido. (Org) Saberes da docência. São Paulo: Cortez, 1999.
REGIMENTO, Caderno de Orientações da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade
Estadual de Goiás- PRG, 2010.
REGULAMENTO de Estágio Supervisionado dos Cursos Regulares da Unidade
Universitária de Jussara, 2013.
ZEICHNER, kenneth. A formação reflexiva de professores: idéias e práticas. Lisboa:
Educa, 1993.
ANEXOS
ROTEIRO DE COLETA DE DADOS PARA DIAGNÓSTICO ESCOLAR
1- Breve Histórico da Escola
1.1- Caracterização Socioeconômica e Cultural
Características gerais da comunidade e sua influência na composição da clientela escolar:
caracterização do bairro ou setor quanto à urbanização (tipo de casas, ruas, igrejas,
indústrias, tipo de comércio, transporte urbano, etc), nível socioeconômico das famílias,
aspectos culturais e de lazer, assistência social e saúde, outras escolas existentes.
2. Estrutura Física e Material
2.1 Edifício Escolar
• Tipo de Construção, aspecto físico geral.
• Salas de aula: quantidade, dimensões (ideal: 1m² por aluno), condições ambientais
(iluminação, ventilação, etc.)
• Salas de administração: quantidade, dimensões, destinação de uso, se o número de salas é
suficiente (diretoria, vice-diretoria, secretaria, coordenação pedagógica, coordenação de
turno, orientação educacional sala de professores, atendimento de alunos).
• Salas e ambientes especiais: verificar os mesmos aspectos nas salas para: laboratórios,
biblioteca, salas de projeção (filmes, vídeos, slides), cozinha, refeitório, despensa,
almoxarifado, auditório, etc.
• Instalações sanitárias: quantidade conforme o número de usuários, condições higiênicas,
forma de escoamento dos detritos.
• Bebedouros e lavatórios: quantidade, água tratada ou não.
• Áreas Livres: cobertas, descobertas, a que se destinam.
2.2 Mobiliário
• Carteiras: tipo, quantidade, estado de conservação.
19
• Mesas, escrivaninhas, armários e outros: tipo, quantidade, estado de conservação,
adequação ao uso, suficientes ou não.
• Equipamentos.
• Material Didático (computador, retroprojetor, copiadora, televisores, vídeos, cartazes,
mapas, etc): tipo, quantidade, condições de uso, como são adquiridos.
2.3 Espaços de lazer e recreação
• Área disponível para lazer, recreação e esportes: dimensão, condição de uso.
2.4 Recursos Financeiros
• Verbas de que dispõe a escola
• Sistemática de efetuação das despesas, formas de controle.
3. Pessoal
3.1 Alunos: número por série, adequação, idade/série, número por sala.
3.2 Professores: número, qualificação
3.3 Especialistas: número, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, diretor,
vice-diretor, qualificação desses profissionais.
3.4 Funcionários: número por cargo (inspetores de alunos, serventes, merendeiros, porteiros,
vigias)
4. Estrutura, Organização e Funcionamento
4.1 Aspectos Organizacionais
• Organograma da escola
• Principais atribuições de cada setor (direção, coordenação pedagógica, orientação
educacional, secretaria, serviços gerais, etc.
• Formas de gestão e formas de relacionamento entre o pessoal técnico, pessoal
administrativo, pessoal docente, pessoal auxiliar.
• Existe Regimento Escolar? É do conhecimento de todos os membros da escola? É
utilizado? Em que circunstâncias?
• Há informações explícitas em mural sobre nome do diretor, vice-diretor, coordenador
pedagógico, professores, funcionários e seus horários de trabalho? Há clareza sobre quem
está substituindo o diretor ou diretora quando esses estão ausentes?
4.2 Coordenação pedagógica e orientação educacional
• Existe o trabalho de assistência pedagógico-didática ao professor? Há um programa de
formação continuada dos professores e pessoal administrativo?
• Há uma unidade de ação da equipe técnica ou o trabalho é fragmentado? Há conflitos de
funções entre direção e equipe técnica? Ou entre equipe técnica e professores?
• O trabalho do pessoal técnico funciona em termos de garantir a qualidade do trabalho dos
professores em sala de aula? Há acompanhamento do trabalho do professor em sala de aula,
do rendimento dos alunos (análise dos resultados das avaliações) por classe?
4.3 Secretaria Escolar
• A secretaria está bem organizada? Há pessoal suficiente?
• Há prontuários de cada aluno? Há ficha cadastral com dados de identificação, residência,
profissão dos pais, etc.?
• Os registros e controles do rendimento escolar estão corretamente organizados?
• Os arquivos estão corretamente organizados?
• Há normas da Secretaria da Educação sobre a organização e funcionamento da secretaria
escolar?
4.4 Relacionamento com a Secretaria da Educação e Delegacia de Ensino
• A Delegacia traz para a escola instruções e procedimentos a serem cumpridos pela escola?
Quem é o portador dessas instruções?
20
• Que tipo de atuação tem a Delegacia na parte administrativa e pedagógica da escola? O
acompanhamento é freqüente ou esporádico?
• Qual é o grau de autonomia da escola para tomar decisões?
4.5 Relacionamento com pais e comunidade
• A escola tem APM (Associação de Pais e Mestres)? Conselho da Escola?
• A escola possui informações confiáveis sobre os pais dos alunos (dados pessoais, profissão
, endereço, telefone da residência e do trabalho dos pais para uma emergência, dados sobre a
saúde dos alunos, etc.)?
• Existe um trabalho sistemático com os pais? São feitas reuniões? Com que freqüência
(mensal, semestral, anual)? Que tipo de reuniões (com todos os pais, por classe...)? Os pais
comparecem?
• A escola mantém relacionamento com outras instâncias da comunidade (políticos,
associações de bairro, empresários, outros)?
• A escola cede suas instalações para a comunidade (reuniões, prática de esportes, lazer,
etc.)?
4.6 O Planejamento Escolar
• Há uma sistemática de levantamento de dados e informações para o diagnóstico?
• Há o Plano da Escola ou Projeto Pedagógico-Curricular? Quando e como é feito? Existe
documento escrito? Há definição explícita de objetivos e metas para o ano letivo e
explicitação de atividades administrativas, financeiras e pedagógico-didáticas?
• O Plano ou Projeto é utilizado para a elaboração de planos de ensino? Que outros usos faz
do Plano ou Projeto ao longo do ano letivo?
5. Organização Geral da Escola
5.1 Aspectos administrativos Gerais
• Tipo de Gestão existente na escola (colegiada, democrática, autoritária, centralizada,
participativa).
• Facilidade de execução das atividades ou excesso de burocracia.
• Relacionamento do diretor com o pessoal da escola (técnico, docente, administrativo) a
respeito das decisões a serem tomadas.
• Em que e como o diretor ocupa o seu tempo (administração, supervisão pedagógica,
contato com professores/funcionários/alunos, contatos com a comunidade/delegacia de
ensino/políticos, reuniões, acompanhamento e avaliação do trabalho de cada setor, etc.)?
• Há democratização das informações? Há uma prática de ampla difusão de informações
para a equipe da escola?
5.2 Funcionamento da rotina da escola
• Como é fixado o número de vagas? Existem critérios explícitos de seleção de alunos?
Quais são os critérios de distribuição de alunos por turnos em que funciona a escola? São
levadas em conta as necessidades da comunidade? Há restrições de matrículas? São feitas
exigências descabidas?
• Como é organizado o horário? Quem organiza? Como é a distribuição das atividades
(disciplinas)? Há uma fixação de horas semanais para cada atividade ou disciplina?
• Como é feita a distribuição de alunos por classe? Há critérios de distribuição por idade,
rendimento escolar ou outros? Como é a organização e localização das salas considerando-se
o fluxo de alunos pelos corredores e o tipo de cada turma?
• Como é feita a distribuição de classes entre os professores? Quais são os critérios?
• Há remanejamento de alunos durante o ano letivo? Quais são os critérios?
• Há conselho de classe? Quando e como são feitos? Funciona em termos de uma avaliação
diagnóstica?
21
• Como é feita a recuperação? Quais os objetivos das aulas de recuperação? Funciona?
Dentro do horário ou fora do horário?
• Como é controlada a freqüência dos alunos? Há muitas faltas? A escola verifica causas de
ausência de alunos faltosos? Há controle de evasão escolar e uma análise de suas causas?
• Há merenda escolar? Quem fornece? A escola complementa? Os alunos gostam da
merenda? Em que horário é servida? A distribuição dos alimentos interfere nas atividades
em sala de aula?
• Como funciona a entrada e saída dos alunos no início e término das aulas, nas trocas de
aulas e no recreio?
• A escola exige uniforma? Controla o uso do uniforme? Há reclamações dos pais nesse
sentido?
5.3 Aspectos de Organização pedagógico-didática
• O Plano da Escola ou Projeto Pedagógico-Curricular é utilizado para elaboração dos planos
de ensino?
• Como é organizada a Semana de Planejamento? Como são elaborados os planos de ensino
(os professores isolados ou em conjunto)?
• Qual é o procedimento utilizado na escolha dos livros didáticos?
• Existe articulação entre as séries em termos de programação de objetivos e conteúdos?
• Os professores têm assistência pedagógica efetiva da equipe técnica?
• A escola dispõe de meios de informar os professores sobre o material pedagógico-didático
existente, recursos áudios-visuais, lista de jogos e brinquedos, livros e revistas disponíveis
na biblioteca, etc;?
• Há reuniões pedagógicas freqüentes? Que assuntos são tratados nessas reuniões? Há algum
tipo de encontro para estudo, reflexão ou discussão sobre a prática docente?
• Há atividade extra-classe (visitas a locais da comunidade para estudo do meio, exposições,
competições esportivas, etc.)?
• Como é a organização interna da sala de aula (decoração, cartazes, armários, cantinho da
leitura, cantinho da música, disposição das carteiras, material didático de uso coletivo...)? Há
salas-ambiente e como funcionam?
• Quais os problemas de disciplina e infrações disciplinares mais constantes? Quais os
procedimentos utilizados para resolver esses problemas?
• Há uma sistemática de desenvolvimento profissional dos professores e funcionários e de
capacitação nas situações de trabalho? É feita pelo pessoal técnico da escola ou pela
Secretaria da Educação? Em que periodicidade?
6. Direção e Gestão da Escola
• Qual é o tipo de Gestão adotado na escola?
• Qual é a sistemática de tomada de decisões? Há ordens prontas ou há uma prática de gestão
participativa?
• Há uma liderança efetiva da direção? Como é o relacionamento pessoal da direção com o
pessoal técnico, administrativo e auxiliar?
• As responsabilidades estão claramente definidas?
• Há uma sistemática de acompanhamento, controle e avaliação das decisões tomadas?
• Há um clima de trabalho positivo, que estimula e incentiva a equipe escolar?
7. Avaliação
• É feita a avaliação da execução do PDE ou PPP? Como se faz essa avaliação? Que
procedimentos são utilizados?
• Há um efetivo acompanhamento das atividades pedagógicas e administrativas, em termos
de sua eficiência e realização de objetivos?
22
• Quem realiza a avaliação? Há uma reflexão conjunta sobre a prática desenvolvida, para
detectar desvios, dificuldades, e reorientar os trabalhos?
Referência
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. Ed. revista e
ampliada. Goiânia, p. 304-311: Editora Alternativa, 2004.
ROTEIRO OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
TITULAR (Docência Participativa)
1.
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome do (a) Professor (a):__________________________________________
Nome da Escola:___________________________________________________
Turma:___________________________________________________________
Conteúdo da aula:__________________________________________________
Turma: ________Turno:____________Data da observação:________________
2.
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS:
PLANEJAMENTO
• (Este item envolve a análise do plano de aula e sua conseqüente execução)
• Existe coerência entre o proposto no plano de aula e o que foi realizado na prática
do (a) professor (a)?
• Os planos são desenvolvidos de acordo com os Referenciais do Ensino Fundamental
(2ª fase), ou seja, dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, documento
referente à Matemática.
A INTERAÇÃO ENTRE OS ALUNOS E O CONTEÚDO
• O conteúdo é adequado às necessidades de aprendizagem da turma?
• As atividades e os problemas propostos são desafiadores e proveitosos para todos os
alunos ou para alguns foi muito fácil e, para outros, muito difícil?
• Há a retomada de conhecimentos trabalhados em aulas anteriores como um ponto de
partida para facilitar novas aprendizagens ou as atividades apenas coloca em jogo o
que já é conhecido pela turma?
• Os recursos utilizados são adequados ao conteúdo?
• Como está organizado o tempo da aula? Foram reservados períodos de duração
suficiente para os alunos fazerem anotações, exporem as dúvidas, debaterem e
resolverem problemas?
A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
• A relação desenvolvida em sala de aula apresenta-se de forma harmônica. Justifique.
• Como ocorrem às relações interpessoais entre o professor e os alunos? Comente.
• Como o professor lida com as diferenças em relação ao ritmo de aprendizagem dos
alunos?
• Os objetivos de aprendizagem de curto e longo prazo dos conteúdos em questão
estão claros para a turma?
23
•
•
•
•
•
As propostas de atividades foram entendidas por todos? Seria necessário o professor
explicar outra vez e de outra maneira? As informações dadas por ele são suficientes
para promover o avanço do grupo?
As intervenções são feitas no momento certo e contêm informações que ajudam os
alunos a refletir?
O professor aguarda os alunos terminarem o raciocínio ou demonstra ansiedade para
dar as respostas finais, impedindo a evolução do pensamento?
As hipóteses e os erros que surgem são levados em consideração para a elaboração
de novos problemas?
As dúvidas individuais são socializadas e usadas como oportunidades de
aprendizagem para toda a turma?
OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
• A metodologia utilizada em sala de aula contempla atividades interdisciplinares? De
que forma?
• A mediação desenvolvida pelo (a) professor(a) permite uma aprendizagem
significativa?
• Os conteúdos são contextualizados com a realidade sócio-cultural dos alunos?
• A prática pedagógica apresenta-se de forma estimulante e desafiadora?
• As atividades propostas para a turma são, em sua maioria, de natureza individual ou
coletiva?
A RELAÇÃO ALUNO-ALUNO
• Existe clima de cooperação entre os alunos?
• Os trabalhos em grupo são facilmente desenvolvidos? Justifique.
• Como você avalia as relações interpessoais existentes entre os alunos? Comente.
• Os alunos se sentem à vontade para colocar suas hipóteses e opiniões na
discussão?
• Nas atividades em dupla ou em grupo, há uma troca produtiva entre os alunos?
• Com que critérios a classe é organizada?
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
• Os recursos são utilizados de forma adequada?
• São recursos são apropriados para a 2ª Fase do Ensino Fundamental.
• Os recursos são motivadores e enriquecem o desenvolvimento da aula?
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
• O professor avalia o aluno consecutivamente?
• A avaliação é diagnóstica? Ou seja, o professor utiliza-a para identificar o nível de
aprendizagem do aluno em relação ao conteúdo?
• Utiliza a avaliação para identificar os obstáculos didáticos?
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A OBSERVAÇÃO
• Qual o perfil apresentado pelo (a) professor(a) em sua prática pedagógica?
• Quais os pontos considerados positivos na prática pedagógica do (a) professor (a)?
• Quais os pontos considerados negativos na prática pedagógica do (a) professor (a)?
24
•
Que tipos de intervenções pedagógicas apresentam-se necessárias na prática
pedagógica observada?
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1 O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO